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sexta-feira, 5 de maio de 2023

LIÇÃO 07 - O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                        TEXTO ÁUREO

"Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus."  ( Rt 1.16)


                    VERDADE PRÁTICA

A fé exalta o amor familiar e, mais especificamente, o respeito e a honra entre nora e sogra, bem como genro e sogro.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Rute 1. 1-5, 8, 12-14


                                            INTRODUÇÃO

O livro mostra como o Senhor sustentou duas viúvas necessitadas, Noemi e Rute. Noemi tinha perdido seu marido e ambos os filhos quando vivia em Moabe. Quando voltou a Belém, era uma mulher amargurada e empobrecida, com pouca esperança, se é que tinha alguma. Mas o Senhor mudou a situação dela e tirou-a da aflição.   Ele realizou essa obra por intermédio de duas pessoas, Rute e Boaz, que desejavam seguir os princípios divinos de fidelidade e bondade. Assim, ao nos mostrar a preocupação de Deus com os que necessitam de socorro, o livro também nos lembra de que, em muitos casos, Deus supre as necessidades dessas pessoas por meio daqueles que desejam fazer o que é justo e querem se sacrificar pelo bem de outros.  Um segundo tema importante do livro poderia ser expresso da seguinte maneira: Deus recompensa a fidelidade daqueles que se comprometeram em relacionamentos concedidos por ele. O salmo 18.25 diz: “Para com o benigno, benigno te (referindo-se ao Senhor) mostras; com o íntegro, também íntegro”.  O livro de Rute ilustra essa verdade. Por duas vezes, a palavra hebraica bondade, amor fiel, devoção, compromisso, fidelidade”, é usada no livro de Rute. Em Rute 1.8, Noemi diz às suas noras: “… o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo”. Rute já tinha se dedicado a Noemi e sua família quando estavam em Moabe, mesmo antes de fazer o voto solene que está registrado em 1.16-17. Mais tarde, Boaz diz a Rute em 3.10: “Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira”. Amor é também uma palavra que caracteriza Rute. Em 4.15, as mulheres da cidade, comovidas com o nascimento de Obede, disseram a Noemi: “pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela é melhor do que sete filhos”. Deus mostrou a Rute o mesmo compromisso e devoção que ela tinha mostrado a outros. Ele lhe deu um marido, a capacidade de gerar um filho e um descendente notável.

Nesse drama se destaca a tenacidade de Rute, nora de Noemi, que foi capaz de superar as dificuldades com atitudes de fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança. As atitudes de Rute são um exemplo para o relacionamento sadio e amoroso dentro da família. Sua história exemplifica a perseverança para o trabalho em busca do suprimento das necessidades básicas de subsistência física, mas, acima de tudo, uma mulher que aprendeu a confiar no Deus de sua sogra, Noemi, mesmo sendo uma estrangeira. É a história de uma nora cujo coração não só respeitava a sua sogra, mas que foi capaz de enfrentar a crise da escassez de alimentos com inteligência e disposição.

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            I.    A CRISE ECONÔMICA NA TERRA DA JUDÉIA

1.   A escassez que provocou fome na " casa de pão" (Rt 1.1)    -   Um tempo em que a fome castigou a cidade de Belém (1.1)

Belém, a terra que manava leite e mel, está desolada.    O livro de Rute fala da saga de uma família que vivia na cidade de Belém (Beth = casa, lehem = pão), a Casa do Pão, onde um dia faltou pão. A cidade deixou de ser um celeiro para ser um lugar de desespero e fome. A Casa do Pão estava com as prateleiras vazias, com os fornos frios e sem nenhuma provisão. Belém era uma mentira, um engano, uma negação de si mesma.   Quando a crise chega, ela atinge a todos, pobres e ricos, homens e mulheres. Elimeleque era um homem abastado, tinha terras e bens. Contudo, a crise o atingiu, a fome também chegou a sua casa.  A fome não era apenas uma casualidade, nem mesmo resultado de uma tragédia natural. A seca que devastou os campos, que fez mirrar a semente no ventre da terra, que cortou das despensas a provisão e levou para as mesas o espectro da fome, era um juízo de Deus à desobediência (Lv 26.19,20; Dt 28.23,24; 2Sm 24.13,14; Ez 5.16; Am 4.6,7).   O tempo dos juízes experimentou o juízo de Deus. Os inimigos que vinham e devastavam os campos e saqueavam seus bens e riquezas eram instrumentos do juízo de Deus ao Seu povo rebelde. A aliança de Deus encerrava bênçãos e maldições. A obediência produz vida, mas a rebeldia gera a morte. A fome era a vara da disciplina de Deus. A fome foi também a causa que levou Elimeleque a descer a Moabe, foi a causa que levou Abraão e Jacó ao Egito, foi a causa que levou Isaque a Gerar e o próprio Jesus a ser tentado no deserto.   Walter Baxendale diz que o pecado tirou os anjos do céu Adão do paraíso e privou milhares de israelitas da Terra Prometida. Agora, priva Israel de pão. Porque o povo apartou-se da Sua lei, Deus suspendeu a provisão. O juízo nacional enviado sobre a nação afetou a história individual dessa família.     Um tempo em que a fuga pareceu o único recurso para a crise (1.1)   A crise é uma encruzilhada, onde precisamos inevitavelmente tomar uma decisão. Uns colocam os pés na estrada na vitória, outros avançam pelos atalhos da fuga e do fracasso.  Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom escolheram fugir, em vez de enfrentar a crise. Eles apostaram que a crise era irremediável e que o caminho da fuga era a única rota de escape. Contudo, fugir nem sempre é a alternativa mais segura e sensata. Na hora da crise, devemos olhar para Deus, em vez de mirarmos apenas as circunstâncias.   Quando somos encurralados pelas circunstâncias adversas, precisamos acreditar que Deus está acima e no controle delas.  Em um tempo de fome, Abraão fugiu para o Egito e ali quase acabou com o seu casamento. Na mesma situação, Isaque foi tentado a descer ao Egito, mas Deus lhe ordenou: “Não desças ao Egito”. O enfrentamento da crise é melhor do que a fuga. Fugir não é uma escolha segura. Na crise, precisamos buscar o abrigo das asas do Onipotente, em vez de buscar falsos refúgios.

     2.    A crise de uma família (Rt 1. 1-3)   -   Um tempo em que as crises se agigantaram (1.3-5)

A fuga de Belém para Moabe foi marcada por muitos desastres na família de Elimeleque. Buscar refúgio fora da vontade de Deus é um consumado engano. Eles foram para Moabe em busca de sobrevivência e encontraram a morte. Eles foram buscar pão e encontraram a doença. Eles foram buscar vida e encontraram uma sepultura. A terra estrangeira não lhes deu segurança, mas um enterro.     Que tipo de crise aquela família enfrentou em Moabe?     Em primeiro lugar, a enfermidade. A doença é pior do que a escassez de pão. Eles saíram por causa da fome, mas não puderam fugir da doença. Elimeleque liderou sua família rumo a Moabe para fugir da fome, mas não conseguiu livrar sua família dos tentáculos da enfermidade.   Em segundo lugar, a morte. Elimeleque tombou em terra estrangeira. Ele morreu e deixou sua família órfã em terra estranha. A dor do luto é mais aguda do que a dor da pobreza. A escassez é menos dolorosa do que a morte. Dez anos se passaram. Malom e Quiliom casam-se em Moabe, e novamente uma luz de esperança volta a brilhar no caminho daquela família imigrante. A morte, porém, volta a rondar aquela família já marcada pelo sofrimento. De súbito, sem qualquer explicação, a vida jovem de Malom e Quiliom é ceifada em terra estrangeira. Noemi perdeu tudo: sua terra, seu marido, seus filhos, seus sonhos. Ela está velha, viúva, pobre, sem filhos, em terra estrangeira.   Ela não tem filhos nem descendentes. Sua semente vai ser cortada da terra. Sua memória vai se apagar, e ela, então, passa a alimentar-se de absinto. Ela introjeta uma amargura existencial assoladora na alma. Chega mesmo a mudar de nome. Não quer mais ser chamada de Noemi, mas de Mara, que significa amargura (1.20).   Em terceiro lugar, a viuvez. O livro de Rute é um drama que fala da história de três mulheres que ficaram viúvas, pobres, desamparadas e sem filhos. A matriarca Noemi perdeu não apenas o marido, mas também os filhos, e isso em terra estrangeira. Para ela, o futuro havia fechado as cortinas. A esperança fora enterrada na cova dos seus próprios mortos.   Em quarto lugar, a revolta contra Deus. Noemi, embora fosse uma mulher crente, cuja fé foi mantida intacta no Deus de Israel em terra paga, desenvolveu uma teologia errada acerca da providência divina. Ela passou a olhar para a vida com os óculos do pessimismo. Ela não acreditava no acaso nem no determinismo cego. Sua teologia, porém, estava errada, pois pensou que Deus estava descarregando sobre ela o Seu juízo. Ela deixou de ver um plano mais elevado e um propósito mais sublime no meio da tragédia (1.20,21).

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                        II.   SUPERANDO AS CRISES EXISTENCIAIS

1.   Noemi decide voltar à sua terra (Rt 1. 6-8)   -    Espalharam-se as notícias de que a fome terminara em Belém de Judá. E assim, nada tendo em Moabe, não havia razão para Noemi não retornar à sua terra natal. Suas raízes a estavam chamando. São necessárias razões muito poderosas para ‘uma pessoa não dar ouvidos a esse tipo de chamado. Noemi estava ouvindo e obedeceu. Outrossim, ela não gostava muito de Moabe e de sua crassa idolatria. Acresça-se que Moabe se tinha tornado para ela um lugar de retrocesso e tragédia, ao passo que Belém representava memórias muito agradáveis e gratas.   Então. A introdução havia terminado. E agora a narrativa propriamente dita começava. E isso com outra viagem de Noemi, de volta a Belém de Judá. Voltar para casa estava em seu coração, e logo ela passaria a agir nesse sentido. Deus tinha “visitado” Belém com um período de fome, que os antigos geralmente tomavam como prova de que havia em andamento um juízo divino; mas agora Ele também havia “visitado” o Seu povo com abundância de víveres, um ato benévolo da Providência divina. Ver em Êxo. 20.5 e Amós 3.2 a fome como uma expressão de julgamento divino; e ver em Êxo. 4.31; Jer. 29.10 e Sal. 84 a abundância de alimentos como uma expressão de bênção divina.   Diante de nós temos uma narrativa. De fato, trata-se de uma das mais belas histórias breves de todos os tempos. Cinquenta e nove dos oitenta e quatro versículos do livro contêm diálogos, a começar pelo oitavo versículo. A narrativa na terceira pessoa muda para conversação. As chuvas tinham preparado o caminho para a abundância, e Noemi agora se encaminhava para a abundância, em todos os sentidos da palavra.   De volta para a terra de Judá. “Retornar” é a ideia-chave aqui. Deus sempre abre diante de nós boas reversões, por meio das quais podemos prosperar. Falamos em reversões da sorte. Na realidade, porém, a vontade divina manifesta- se nas boas reversões. Nada acontece por mero acaso. Ver no Dicionário os artigos chamados Providência de Deus e Teísmo.   Parecia que o retorno aplicar-se-ia somente a Noemi, mas a vontade de Deus promoveu um plano mais amplo. Na verdade, o que estava prestes a ocorrer era a viagem de Rute para Belém, que teria repercussões históricas e proféticas. Algumas vezes, o arrependimento é um retorno; mas nesse caso o retorno consistiu em seguir ativamente a vontade de Deus. Vamos e voltamos, sempre de acordo com a vontade de Deus. Parece que tanto Orfa quanto Rute acompanharam Noemi por alguma distância. Mas parecia que a acompanhariam somente por uma parle do caminho. Rute, entretanto, continuou a acompanhá-la, o que constituiu uma surpresa para Noemi, uma reversão da decisão inicial. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! Orfa só foi até a fronteira que separava os territórios de Moabe e Judá. Mas o destino de Rute ficava para além daquela fronteira.   Noemi, uma boa sogra, tinha obtido o afeto leal de suas duas noras. Como é óbvio (ver o décimo versiculo), até mesmo Orfa tencionava ir para Judá; mas Noemi convenceu-a a ficar em Moabe, juntamente com seu povo. Por sua parte, Rute não conseguiu ser convencida a voltar para seu povo. Seu coração já lhe estava falando sobre um Novo Dia, que esperava por ela na estrangeira terra de Judá.   Voltai cada uma à casa de sua mãe. Seria apenas natural pensar que uma “mãe” estava esperando por Orfa, e outra “mãe” estava esperando por Rute. Ambas, sem dúvida, seriam bem acolhidas na casa de seus pais. Ali teriam um suprimento natural de tudo o que poderiam precisar, e não sofreriam necessidade alguma. O Senhor (Yahweh) sem dúvida abençoaria a ambas, cada qual na casa de seu pai; e Noemi seria abençoada em Belém. As localizações geográficas não podem impedir as Bênçãos de Deus, embora, algumas vezes, possam facilitá-las. Noemi estava pensando “racionalmente”. No caso de Orfa, Noemi estava certa. No caso de Rute, porém, a vontade de Deus tinha algo diferente em vista, que as racionalizações de Noemi não poderiam perscrutar. O trecho de Rute 2.11 mos-tra-nos que pelo menos ainda vivia o pai de Rute. Sem dúvida ele gostaria muito de acolher em sua casa a filha viúva. Por outro lado, Deus é o Pai Supremo, que cuida das pessoas melhor do que os mortais. Rute, pois, dirigiu-se com passos firmes ao seu destino.    “O amor de Noemi não era egoísta. A companhia de Rute e de Orfa, sem dúvida alguma, teria sido um grande consolo para ela. Contudo, não queria que elas se sacrificassem por sua causa. Ambas tinham Mãe e um lar. Talvez Noemi não conseguisse garantir um lar para elas em Belém” (Ellicott, in loc.). Noemi estava pensando em termos de um novo casamento para as duas mulheres moabitas; e, naturalmente, as duas mulheres moabitas teriam melhores chances de casarem-se de novo em Moabe, e não em Israel, onde esse casamento misto seria desencorajado, se não mesmo abertamente condenado.   O Senhor use convosco de benevolência. A vontade de Deus, segundo se esperava, era benévola (no hebraico, hesed), porquanto “Deus amou o mundo de tal maneira” (João 3.16). As duas noras de Noemi sem dúvida eram merecedoras da benevolência divina. E, assim sendo, Noemi garantiu que ELAS deveriam procurar essa benevolência entre a sua própria gente. A bondade de Deus não se limita a fronteiras nacionais. O Pacto Abraâmico envolve todos os povos, especialmente depois que foi universalizado em Cristo. Quanto ao Pacto Abraâmico, ver as notas expositivas em Gên. 15.18.

2.   Rute conhece o Deus de sua sogra (Rt 1.16)    -    A devoção e a lealdade de Rute para com Noemi foram juradas em nome do Deus de Israel: cuidar da sogra e ter total lealdade com ela, reconhecendo, por esse modo, que o Deus de Noemi seria também o seu Deus. E Rute declarou a Noemi: “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). Rute recusa-se a deixá-la e reafirma sua determinação de ir aonde Noemi for e de permanecer onde Noemi permanecer. No mesmo texto, ela diz a Noemi: “onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu”.   Essa declaração de Rute para sua sogra era mais que um gesto de amor; era a sua alma apegada com a alma de Noemi. Sua convivência com Noemi a levou a conhecer o Deus de Noemi. A despeito de todos os sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, Rute descobriu que o Deus de sua sogra era o Deus que é Espírito e Verdade e que supre as necessidades dos seus servos.   Rute se apegou à sua sogra Noemi não só pelos laços familiares, mas também pela fé que Noemi ainda tinha para com o seu Deus. Noemi dava o exemplo de uma mulher temente a Deus que confiava no seu poder de providência.

3.   Unidas contra a crise   -    Dedicação Total: Rute não conseguia separar-se de Noemi. Esse impulso vinha de dentro dela, de sua própria alma, visto que o destino dela estava em jogo, e esse destino dependia de sua ida para Belém de Judá. Ela estava destinada a tornar-se a bisavó do rei Davi, e uma das antepassadas de Jesus, o Cristo. Isso não poderia tornar-se uma realidade se ela voltasse, juntamente com Orfa, para a terra dos moabitas.    Elementos da Dedicação:   Insistências contrárias ao destino que começava a descortinar-se tinham de parar imediatamente, antes que impedissem Rute de cumprir o propósito que a estava chamando desde o fundo do coração. Algumas vezes é melhor confiar no coração do que na mente.   Rute tinha de seguir Noemi, a qual estava avançando na direção em que o destino dela a guiava. Continuamos a avançar quando não parece haver outra saída senão continuar avançando.    Similaridade de localização geográfica precisava ser conseguida, para que o propósito tivesse cumprimento. Havia um “lugar certo” para que o drama futuro começasse a acontecer.    O povo de Noemi teria de ser o povo de Rute. Como Rute poderia vir a ser a bisavó de Davi, o rei, se não fosse viver em Belém? Somente ali ela poderia participar da comunidade que haveria de produzir, finalmente, o rei, e então, o Rei Messias.   Embora a morte haveria de separar as duas, chegado o tempo de Noemi morrer, o propósito já teria operado na vida de Rute, quando isso acontecesse. Não fica claro se Rute já tinha recebido ou não a noção da imortalidade. Esse conceito, de modo geral, só começou a ser aceito em Israel quando do período intermediário entre o Antigo e o Novo Testamento. Mas figura com clareza nos Salmos e nos Profetas, pois foi então que o conceito passou a crescer em Israel. O trecho de Ezequiel 32.21-30 dá a entender que cada nação tem o seu próprio lugar no sheol, e, nesse caso, mesmo naquele lugar espiritual continuaria a identificação de Rute com Israel. Porém, é duvidoso que a declaração feita aqui por Rute queira dar a entender qualquer coisa dessa natureza.   Invocação de alguma espécie de juízo se o intuito divino não se cumprisse. “A decisão de Rute era tão definitiva que incluía referência à morte e ao sepultamento. Ela ficaria com Noemi até a morte e mais além. A fim de selar a qualidade de sua decisão, Rute invocou o julgamento, da parte do Deus de Israel, se ela viesse a trair seu compromisso de lealdade para com a sua sogra” (John W. Reed, in loc).   Uma nova fé religiosa, com o consequente abandono dos antigos caminhos e sua idolatria, tornaria possível o cumprimento de todas as provisões do compromisso assumido.   “Nunca antes se fizera uma tão perfeita rendição de sentimentos amigáveis para com um amigo” (Adam Clarke, in loc). Rute não abandonou Noemi; antes, continuou a segui-la; alegremente abandonou seu próprio país e seu próprio povo, e com idêntico júbilo adotou um novo povo. A resolução dela foi mais forte do que a própria morte.   Uma Lição Inesquecível. Um elemento conspícuo desses dois versículos não deveria jamais ser negligenciado. Rute sabia, lá em sua própria alma, o que o seu destino requeria dela. Essa convicção interior e esse conhecimento foram capazes de derrotar os argumentos de sua sogra, que insistia em que ela seguisse um curso “lógico”, o qual, contudo, lhe era prejudicial.



                    III.  FÉ E TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA

1.   A chegada à terra do pão (Rt 1.19)    -   Não é esta Noemi? Todos se surpreenderam ao ver Noemi de volta a Israel. A chegada dela fez a cidade inteira comentar, como se fossem um enxame de abelhas, o que é sugerido pela palavra onomatopéica que aparece no texto hebraico. Cf. I Sam. 4.5; I Reis 1.45; Miq. 2.12 quanto a outros usos dessa mesma palavra. O som da palavra hebraica é hoom, muito parecida com o vocábulo inglês hum, “zumbido”. Essa palavra veio a ser empregada para indicar qualquer tipo de ruído, clamor ou agitação.   A viagem era de apenas oitenta quilômetros; mas era necessário vadear ou de outro modo atravessar os rios Amom e Jordão. Os judaítas não tinham certeza se a mulher que viam era mesmo Noemi. Os anos e a viagem a tinham abatido, em suas forças e em sua aparência. As mulheres judias é que fizeram as observações registradas neste versículo, visto que, no original hebraico, o verbo é feminino, uma característica bastante rara nas linguagens.   Sem dúvida, Belém era uma minúscula aldeia, pelo que todos conheciam Noemi. Aben Ezra observou que tanto Elimeleque quanto Noemi tinham sido cidadãos destacados de Belém; mas o próprio texto sagrado não diz isso, e o ponto é impossível de determinar.

2.   Recuperando a autoestima (Rt 1. 15-18)   -   A devoção de R ute, 1.15-18

Noemi pediu mais uma vez para que Rute voltasse, mas a jovem permaneceu firme.

Sua resposta é uma das mais memoráveis promessas de devoção e amor encontradas em toda a literatura: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti (16,17).    Esta terna amizade humana é similar à de Davi e Jônatas (1 Sm 20.17,41) e à de Cristo e os apóstolos (Jo 15.9,15). Além disso, é o reflexo de uma firme decisão religiosa. Rute estava determinada a abandonar os deuses de Moabe e tornar-se seguidora do Deus de Israel juntamente com Noemi. Ela viu alguma coisa nas vidas e na fé daqueles israelitas que fez com que ela se aproximasse não apenas deles, mas também do Senhor Jeová.   O fato de Rute ser recebida na situação em que estava pode indicar que as restrições divinas contra os descendentes de Moabe haviam sido removidas (Dt 23.3) ou que tais restrições se aplicavam apenas aos moabitas do sexo masculino.   “A grande escolha de Rute” é resumida nos versículos 14 a 18 num retrato preciso da opção que uma pessoa faz quando se torna um cristão. Ela foi (1) uma escolha de convicção, e não de emoção, conforme se vê no contraste com Orfa (v. 14); (2) uma escolha feita apesar de todas as dificuldades (veja w. 11-13); (3) a escolha em favor de um povo (v. 16); (4) a escolha de um objeto supremo de devoção (v. 16); (5) uma escolha sem opção de voltar atrás (w. 17,18).

3.    A honra do trabalho no campo de Boaz (Rt 2. 8-17)    -    Boaz conversa com Rute, 2.8-13

Boaz conversou com Rute e a instruiu para que ficasse perto das moças cujo trabalho era juntar o feixe de espigas depois de os segadores terem tirado os grãos. A expressão: não ouves, filha minha? (8) sugere que Boaz era mais velho que Rute. Ele ordenara aos rapazes que não a molestassem. Ela recebeu permissão para beber água dos vasos trazidos pelos próprios servos de Boaz.    Quando Rute expressou sua surpresa por ser tratada tão generosamente, apesar de sua condição de estrangeira, Boaz respondeu que ele já fora informado da bondade com que Rute tratara sua sogra Noemi desde a morte de seu marido e que, naquele momento, ela deixara seus pais e sua terra natal para habitar entre estrangeiros. Lealdade e fé religiosa sincera são companheiras de toda pessoa de bom raciocínio. O Senhor galardoe o teu feito, disse Boaz, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar (12) – outra indicação do caráter religioso da grande escolha de Rute (cf. comentário de 1.16,17). Ela se tornou uma prosélita judaica.    Rute come com Boaz, 2.14-16     Na hora da refeição do meio do dia, Rute foi convidada por Boaz para comer com ele e seus segadores. A refeição consistiu de trigo tostado e pão molhado no vinagre (14), que pode ter sido vinho amargo ou vinagre de vinho. Levantando-se ela a colher (15) indica que Rute deixou o grupo e voltou à sua tarefa antes de os trabalhadores retornarem ao trabalho. Então Boaz instruiu seus servos para que favorecessem Rute e não fizessem algo que a embaraçasse.


                        IV.    RUTE ENCONTRA O REMIDOR DA FAMÍLIA

1.    Rute descobre o remidor de Noemi (Rt 4. 1-9)   -   O Parente Mais Chegado Nega-se (4.1-8)

O ousado plano de Noemi (terceiro capítulo) que levou Rute a deitar-se ao lado de Boaz, na eira, perto de um monte de grãos já padejados, produziu esplêndidos resultados Rute propôs casamento a Boaz, o qual aceitou de imediato a proposta, pensando que o dever era ser o goel ou parente-remidor.    Além disso, já havia grande amor no coração de Rute e de Boaz, e isso explica por qual motivo, até de maneira ansiosa, Boaz procurou providenciar tudo quanto era mister. Em primeiro lugar, ele precisava entrevistar o parente ainda mais chegado do que ele. Se aquele homem declinasse da oportunidade de redimir Rute e as terras da família (sobre as quais ele se tomaria o proprietário e administrador), então a oportunidade caberia a Boaz.   Por esse exato motivo, Boaz foi até a “porta” da cidade, na esperança de resolver toda a questão diante das autoridades constituídas.   “Essa conclusão (capítulo quarto) da narrativa contrasta lindamente com a triste introdução do livro (ver Rute 1.1-5). Uma profunda tristeza transformava-se rapidamente em uma alegria radiante; o vazio deu margem à fartura” (John W. Reed, in loc.).

2.   Boaz redime Rute, a moabita (Rt 4. 11-13)   -   Todo o povo que estava na porta, e os anciãos, disseram. Todos testificaram acerca da validade daquela transação verbal. Ao que tudo indica, não houve a escrituração de nenhum documento. Mas eles proferiram o que parece ter sido uma bênção padronizada e muito usada, no caso de algum casamento. Eles fizeram Boaz lembrar que as duas matriarcas, Raquel e Lia, tinham edificado a casa de Israel; e então exortaram-no a agir de modo digno em seu próprio lugar, em Belém. A cidade não era a nação inteira de Israel, mas a representava; e era ali que Boaz haveria de constituir família. Ele seguiria a fé de Israel, criaria seus filhos nos caminhos da lei do Senhor, e de outras maneiras diversas haveria de honrar a Deus e à nação de Israel.    A exortação e a bênção enfatizavam o papel desempenhado por Boaz na comunidade e na nação. O que ele fizesse ali seria importante para a nação como um todo. Ninguém é uma ilha, nem vive realmente isolado de seus semelhantes. Se Boaz agisse corretamente, ele se tornaria famoso em Belém e em outros lugares, mesmo distantes, que ouviriam falar de seu nome e aprovariam os seus atos. Na verdade, o nome dele chegou até nós, sendo honrado no Antigo Testamento. Entrementes, o parente mais próximo, que teve a oportunidade de redimir Rute mas a negligenciou, passou para o anonimato, tendo apenas cuidado de seus pequenos e limitados negócios locais.   Os Edificadores de Família. “Eu também observaria que vós, homens, sois similares a casas; vós, pais, sois os construtores das crianças, e elas são os alicerces do edifício” (Plauto, Mostell. Ato 1, sec. 2, vs. 37).

Efrata. Era um nome alternativo para Belém. Ver Gên. 35.19 e Miq, 5.2.

Como a casa de Perez. Ver sobre esse homem em Gên. 38.27-30. Os outros nomes próprios que figuram neste versículo aparecem como verbetes no Dicionário. O texto refere-se à história de Perez e seu irmão gêmeo. Tamar deu à luz a gêmeos para Judá. O irmão gêmeo de Perez pôs a mão para fora primeiro, e recebeu um fio vermelho no pulso; mas de súbito, nasceu Perez, tendo sido assim, na realidade, o primeiro a “romper” a madre, se quisermos falar sobre o corpo inteiro. Embora não tivesse recebido o fio vermelho, foi o primeiro a nascer; e sempre se destacou, obtendo maior sucesso que seu irmão gêmeo. Foi por meio dele que a linhagem de Judá continuou. Portanto, as testemunhas diziam agora a Boaz: “S” um vencedor, como Perez; sobressai-te em todas as coisas; honra a linhagem de Judá”.    Naturalmente, conforme veremos logo adiante, o filho de Boaz deu continuidade à linhagem de Perez; e dessa linhagem foi que vieram tanto Davi quanto Jesus.   O texto está falando aqui de uma das cinco principais famílias de Judá, uma família muito numerosa. As testemunhas, pois, desejaram para Boaz e Rute uma família numerosa, que aumentaria a glória da tribo de Judá. A atitude dos hebreus sempre foi que os filhos são um presente e uma herança da parte do Senhor (ver Salmo 127.3).

Conclusão: A Felicidade de Noemi (4.13-17)    E teve um filho. O herdeiro não demorou a aparecer. A união de Rute e Boaz foi abençoada por Deus. Rute entrou assim na linhagem de Davi e do próprio Messias, embora ela não dispusesse de meios, na ocasião, de prever as tremendas consequências de seu casamento com Boaz.   Do Mal Pode Vir o Bem. Sem ter consciência disso, Judá cumpriu a obrigação do casamento levirato no tocante a seu filho mais velho; e daquela união incestuosa veio Perez, que se tornou o cabeça da casa de Judá. Em adição, uma mulher moabita foi ascendente tanto de Davi quanto do Rei Messias!   Josefo declarou que o nascimento do filho de Boaz e Rute ocorreu no fim daquele tempo, calculando desde o tempo do casamento deles (Antiq. 1.5, cap. 9, sec. 4).

3.   Noras e sogras   -   O AMOR É PACIENTE

[…] Você já deve ter ouvido este clichê: “Roma não foi feita em um dia”. Isso também vale para os relacionamentos. A paciência tem de se tornar um estilo de vida. Não podemos esperar que todas as nossas diferenças sejam resolvidas da noite para o dia ou com um simples bate-papo.   É preciso tempo e perseverança para entender o ponto de vista dos outros e negociar alternativas para as diferenças. Trata-se não só de um processo contínuo, mas é também a essência, o ponto crucial de nossos relacionamentos. Não podemos desenvolver relacionamentos positivos se negligenciarmos o processo de comunicação de ideias e sentimentos, buscando o entendimento, a reanimação uns dos outros e soluções plausíveis.  Não espere perfeição de ninguém — nem de você. Em contrapartida, não se acomode com nada aquém de um relacionamento baseado em amor. Podemos até entender recaídas momentâneas. Nenhum de nós muda de repente, e é comum repetir antigos padrões de comportamento.   As falhas pressupõem pedidos de desculpas, e pedidos de desculpas pressupõem perdão. Quando estamos dispostos a admitir nossas falhas e pedir desculpas, é provável que recebamos o perdão, e assim nossos relacionamentos podem seguir adiante de maneira positiva. O amor é a maior força do mundo para o bem. A bondade e a paciência são dois dos mais importantes aspectos do amor. Aprenda a desenvolver esses traços e saberá como construir a amizade com os parentes de seu cônjuge.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Relacionamentos em Família, Elienai Cabral - Editora CPAD.

Comentário Bíblico N. T Interpretado versículo por versículo Russell N. Champlin- Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II, Warren W. Wiersbe   - Editora Central Gospel. 

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Russell N. Champlin - Editora Hagnos. 

Comentário bíblico Rute, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos. 

Comentário Bíblico Beacon Rute, Clyde Ridall - Editora CPAD.

Livro Interpretação dos livros históricos, Robert Chrisholm Jr - Editora Cultura Cristã. 

Livro Como lidar com a Sogra, e sogro, cunhados, genros e noras, Gary Chapman - Editora Mundo Cristão.

https://professordaebd.com.br/7-licao-2-tri-23-o-relacionamento-entre-nora-e-sogra/

2 comentários:

  1. Paz do Senhor!
    Meus amigos e irmãos, tudo bem?
    Estamos indo pra metade da revista... Estamos sendo abençoados com estas Lições. Espero que este subsídio tenha ajudado vcs Superintendentes e Professores(as).

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  2. Se possível compartilhem nas suas redes sociais, principalmente com os irmãos de sua igreja. Deus te abençoe!!!!

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