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sexta-feira, 28 de abril de 2023

LIÇÃO 06 - PAIS ZELOSOS E FILHOS REBELDES.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II.

 



                        TEXTO ÁUREO

"Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor." (CL 3. 20)


                    VERDADE PRÁTICA

O modo de criar e educar tem impacto no comportamento de nossos filhos no mundo, mas não anula a responsabilidade individual das escolhas deles.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Juízes 13. 1-7; 14. 1-3


                                INTRODUÇÃO

Sansão foi uma personagem ao mesmo tempo forte e fraca, que tem arrebatado a imaginação de muitos autores e criadores de filmes. A sua vida envolveu todos os elementos de intriga, suspense, vitória e tragédia que compõem as boas histórias. O autor sagrado do livro de Juízes dedicou cem versículos a Gideão, e noventa e seis a Sansão, o que significa que eles foram campeões de audiência. De acordo com as divisões modernas e artificiais do Antigo Testamento, o relato sobre Gideão ocupa três capítulos; e a história sobre Sansão, quatro.    Sansão era homem que gostava de namoriscar com o pecado e amava a violência. No fim, essas duas coisas o reduziram a nada. Mas mesmo no fim, ele foi glorificado, porquanto conseguiu matar um maior número de inimigos constantes, em sua morte, do que tinha sido capaz de fazê-lo em vida (ver Juí. 16.30).    Apesar de sua grande capacidade como matador, tanto na vida como na morte, Sansão não conseguiu livrar Israel da servidão que fora imposta pelos filisteus. Sua carreira foi seguida por um período histórico de confusão, guerra civil e violência. Foi Davi quem, afinal, pôs cobro à ameaça dos filisteus, o que só aconteceu cerca de cem anos depois de Sansão.   “Os filisteus invadiram as terras costeiras da Palestina pouco depois dos encontros armados entre Ramsés III (do Egito) e os chamados povos do mar, em algum tempo entre 1220 A. C. e 1180 A. C. Por meio de assaltos armados, negócios pacíficos e, provavelmente, casamentos mistos, eles fizeram sentir a sua presença nos vales que levavam às terras altas da Palestina, conforme fica demonstrado pela influência crescente de sua cerâmica, após os meados do século XII A. C.   As fontes informativas bíblicas e os remanescentes arqueológicos concordam que houve um período de relações mútuas entre os israelitas e os filisteus, por volta de 1150 e 1050 A. C. E foi quando esta última data já se aproximava que os filisteus começaram a pressionar os judaítas e os efraimitas com maior empenho. Os episódios que envolveram Sansão refletem uma situação longe de estar resolvida, mas quando ainda não havia guerra franca entre os dois povos” (Jacob M. Myers, in loc.).



                    I. OS PAIS DE SANSÃO

1.   Uma situação espiritualmente deplorável   -   O livro de Juizes registra sete apostasias; sete períodos de servidão e sete livramentos.     Ele tinha diante de si uma nação a proteger (v.1). A frase inicial desse versículo aparece no Livro de Juízes com uma regularidade monótona (3:7, 12; 4:1, 2; 6:1; 10:6, 7) e pode ser vista aqui pela última vez. Apresenta o período mais longo de opressão que Deus permitiu que seu povo sofresse: quarenta anos sob o domínio dos filisteus.    Os filisteus1 faziam parte dos “povos do mar” que, no século doze a.C., migraram de uma região da Grécia para a planície costeira de Canaã. Durante a conquista, os israelitas não conseguiram tomar essa região (Js 13:1, 2). Ao estudar o mapa da Terra Prometida, vê-se que a existência dessa nação concentrava-se em torno de cinco cidades principais: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (1 Sm 6:1 7). A terra entre a região montanhosa de Israel e a planície costeira era chamada de “Sefelá”, que significa “terras baixas” e que separava a Filístia de Israel.   Sansão nasceu em Zorá, cidade na tribo de Dã próxima à fronteira com a Filístia, e, em várias ocasiões, atravessou essa fronteira para servir a Deus ou para satisfazer os próprios apetites.   Sansão julgou Israel “nos dias dos filisteus” (Jz 15:20), o que significa que seus vinte anos como juiz transcorreram durante os quarenta anos de domínio filisteu. De acordo com o Dr. Leon Wood, o começo da opressão filistéia pode ser datado de ca. 1095 a.C ., estendendo-se até 1055 a.C ., quando Israel conquistou sua vitória em Mispa (1 Sm 7).   Mais ou menos no meio desse período ocorreu a batalha de Afeca, na qual Israel foi vergonhosamente derrotado pelos filisteus, perdeu a arca da aliança e três sacerdotes (1 Sm 4). A sugestão de Wood é que o mandato de Sansão como juiz teve início por volta da mesma época da tragédia de Afeca e que sua principal função foi perturbar os filisteus e impedir que conseguissem invadir a terra e ameaçar o povo.   É interessante observar que o texto não apresenta qualquer evidência de que Israel tenha clamado a Deus pedindo libertação em algum momento do domínio filisteu.   Uma vez que haviam desarmado os israelitas (1 Sm 13:19-23), os filisteus não se preocupavam com a possibilidade de uma rebelião.   Juízes 15:9-13 indica que os israelitas pareciam estar acomodados a sua situação e não queriam que Sansão causasse qualquer tumulto. E assustador como nos acostumamos rapidamente à servidão e aprendemos a aceitar essa condição. Se os filisteus tivessem sido mais severos com os israelitas, talvez o povo tivesse clamado a Jeová pedindo socorro.  Ao contrário da maioria dos juízes anteriores, Sansão não livrou seu povo da dominação estrangeira, mas começou um processo de libertação que seria concluído por outros (13:5). Uma vez que era um herói poderoso e imprevisível, Sansão causou medo e perturbação nos filisteus (16:24), impedindo que destruíssem Israel como as outras nações invasoras haviam feito. Seriam necessárias as orações de Samuel (1Sm 7) e as conquistas de Davi (2 Sm 5:1 7-25) para concluir o trabalho que Sansão havia começado dando a Israel a vitória absoluta sobre os filisteus.

2.    A mulher agraciada    Um homem de Zorá, da linhagem de Dã.

Era um lugarejo na fronteira entre os territórios originalmente doados a Dã e a Judá, do outro lado do vale de Bete-Semes, pouco mais de vinte e dois quilômetros a oeste de Jerusalém. No começo, Zorá pertencia à tribo de Judá (ver Jos. 15.20), mas posteriormente acabou ficando com os danitas.   Chamado Manoá. Esse homem, sem dúvida, era dotado de espiritualidade, visto ter sido visitado por um anjo, e foi destacado pelo Senhor para ser pai de um dos juizes, por meio de quem houve uma das grandes intervenções divinas em Israel. Era homem dedicado à oração, e de grande devoção pessoal.   Cuja mulher era estéril. A maior calamidade que poderia atingir uma mulher israelita, e que com frequência é mencionada nas páginas do Antigo Testamento, era a esterilidade. Mediante uma intervenção divina, a esterilidade da esposa de Manoá chegou ao fim. Cf. Gên. 16-17; I Sam. 1.2 e Luc. 1.7 ss. Ela é identificada com a Hazelelponi de I Crônicas 4.3. O nome dessa mulher significa “a sombra caiu sobre mim”. Esse nome também assume a forma de Zelelponi.   A maior parte da tribo de Dã já se tinha mudado para o vale do Hulé (ver o capítulo 18 de Juízes), ao norte do lago ou mar da Galileia, perto do lago assim chamado. E nunca tiveste filhos. A calamidade de não ter filhos era o maior temor das mulheres israelitas. Em algumas poucas ocasiões registradas, para propósitos especiais, essa maldição foi anulada mediante a intervenção pessoal do Anjo de Yahweh. As promessas relativas à suspensão da esterilidade algumas vezes eram adiadas, mas nenhuma delas jamais falhou, E filhos especiais, nascidos daí, cuja carreira seria importante para o povo de Israel, sempre foram a causa dessas divinas intervenções.   De acordo com o teísmo, Deus criou e continua presente, recompensando, punindo e guiando. O deísmo, em contraste, ensina que, apesar de talvez haver uma força criativa divina (pessoal ou impessoal), essa força abandonou o seu universo, deixando-o entregue ao governo das chamadas leis naturais, que operam bem, embora com muitas falhas. E essas falhas é que explicariam o problema do mal.

3.   Recebendo orientações divinas    -    O anjo apareceu à mulher e disse-lhe que ela teria um filho. Ela deveria se abster de vinho (feito de uvas), de bebida forte (feita de outros frutos ou grãos) e de comer qualquer coisa que fosse cerimonialmente imunda (4).   O filho seria nazireu de Deus (5) desde seu nascimento. Em sinal disso, não seria passada navalha em sua cabeça. Os nazireus (“consagrado”, “dedicado”) eram pessoas de ambos os sexos que faziam um voto de separar-se para Deus, tanto para toda a vida como por apenas um período específico. Eles não eram eremitas e não necessariamente ascetas.   Observavam três proibições: não deveriam tomar vinho ou bebida forte, nem comer qualquer fruto da vide; não deveriam aparar ou cortar o cabelo; e não poderiam ficar cerimonialmente imundos por meio de contato com um corpo morto (Nm 6.1-21). Uma vez que o cabelo do nazireu não era cortado, a palavra foi transferida para uma vinha que não era podada no sétimo e também no qüinquagésimo ano (Lv 25.4,5,11), e passou a significar também “vinha não podada”. Ele começará a livrar a Israel, uma obra continuada por Samuel, Saul e Davi.


                II.    O NASCIMENTO DE SANSÃO E SUA FORMAÇÃO

1.  O nascimento e desenvolvimento de Sansão   -  No tempo devido ela deu à luz seu filho e o chamou Sansão (24), um nome que significa “como o sol”, embora Adam Clarke baseie-se num termo caldeu com as mesmas consoantes para chegar ao significado de “servir”. O menino cresceu, e o Senhor o abençoou (24). A expressão é similar àquilo que foi dito sobre Samuel em 1 Samuel 3.19.   O Espírito do Senhor começou a impeli-lo de quando em quando (25). O termo traduzido aqui como impelir também significa “pedir”, “empurrar”, “levar a fazer”. A referência ao campo de Dã também é feita em 18.12, em relação a um acampamento a oeste de Quiriate-Jearim em Judá. A localização exata é desconhecida, a não ser pelo fato de que ficava entre Zorá (veja o comentário do v.2) e Estaol, talvez a moderna Eshu’a.   Os “fundamentos para uma família piedosa” são mostrados nos versículos 15-25. (1) Manoá e sua esposa receberam um anjo “sem saber” (w. 15,16); (2) os dois apresentaram um sacrifício ao Senhor (w. 17-19); (3) eles reconheceram o elemento divino na vida (w. 20,21); (4) eles receberam a palavra de Deus com fé (w. 22,23); (5) a bênção de Deus repousou sobre sua família (w. 24,25).

2.    A família de Sansão   -   Deus ouviu a voz de Manoá. Elohim estava próximo e ouviu a oração de Manoá. Afinal, ele orou sinceramente em favor de seu filho, e não meramente por si mesmo. E o anjo do Senhor voltou e apareceu novamente à mulher, quando Manoá, uma vez mais, não estava presente.   Contudo, a mulher queria que seu marido estivesse presente, para ser testemunha daquele acontecimento estonteante; e assim correu a chamá-lo e, felizmente, o anjo esperou a chegada de Manoá. Isso indica que o Espírito de Deus estava controlando todos os acontecimentos, e estes sucediam conforme era mister que ocorressem.   A mesma mensagem que tinha sido dada à mulher foi dada também ao homem. O palco estava sendo armado para o drama especial. Houve momentos de esplêndida comunhão, e podemos estar certos de que Manoá e sua esposa nunca mais foram as mesmas pessoas. Viveram todos os seus dias com os olhos do espírito contemplando o anjo, ouvindo a sua voz.  Podemos dizer que eles ficaram desapontados pelo fato de Sansão ter sido um homem poderoso e débil, que dava dois passos para trás cada vez que dava um passo para frente. Pois Sansão não guardou fielmente o seu voto.   Ele acabou caindo no descrédito. Não obstante, de modo geral (embora em meio a muitas falhas), ele realizou a missão para a qual viera a este mundo. Assim é a história da maioria dos homens. O positivo mistura-se com o negativo.  No Que Se Transformou Sansão? Acompanhar a vida e o desenvolvimento espiritual deste juiz é algo muito instrutivo. Há estudos que mostram que, espiritualmente falando, os pais deveriam receber menos crédito pelos filhos que se saem bem, e menos culpa pelos filhos que não se saem bem.   Existe o que poderíamos chamar de carga genética, tanto física quanto espiritual, que tem uma maneira de prevalecer no fim. Essa carga genética pode pender para o bem ou para o mal. Isso, contudo, não exime os pais de seus deveres para com os filhos; mas fatos dessa natureza ajudam-nos a obter uma perspectiva melhor sobre o que significa ser pai ou mãe.   As crianças são indivíduos e agem como tais desde o começo de sua vida. É conforme disse Baha Ullah: “A pior coisa que pode acontecer a um pai é saber os ensinamentos certos, mas não transmiti-los a seu filho”.   Portanto, que Deus nos livre desse grave erro! Cumpre-nos fazer o melhor que está ao nosso alcance, e deixar o resultado nas mãos de Deus, pois, afinal, Ele é o grande Agente Ativo em todos os casos que estabelecem a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma vida humana.  Josefo informou-nos de que a mulher “rogou” que o anjo ficasse até que seu marido voltasse. Porquanto era muito importante que ambos ouvissem a mesma mensagem e estivessem unidos no mesmo interesse e nos mesmos esforços (ver Antiq. 1.5, cap. 8, sec. 3).

3.    A formação de Sansão    O cuidado dos pais de Sansão não foi suficiente para que o filho não se desviasse dos propósitos divinos para a sua vida Todos nascemos com a natureza pecaminosa entranhada em nosso ser. Se a educação e a disciplina ajudam na formação de caráter de uma pessoa, nem todas as pessoas conseguem evitar os ímpetos de sua natureza pecaminosa. A criação de Sansão não foi muito diferente.  Embora seus pais lhe tenham transmitido ensinamentos baseados na Lei de Deus, ele abriu mão desses princípios para fazer a sua própria vontade. Um exemplo disso foi na ocasião em que Sansão declarou aos seus pais o desejo de casarse com uma mulher das filhas dos filisteus. Apesar de os pais não aprovarem essa decisão, Sansão insistiu nesse casamento misto, como vemos em Juízes 14.3:   A atitude diária dos pais para com os filhos gera amor, comunhão e responsabilidade.   A forma mais correta da palavra é «nazireado», «nazireu», embora alguns grafem, em outras línguas, nazarita». A palavra portuguesa vem do hebraico nazir, derivada de nazar, «separar», «consagrar», «abster-se». Além disso, há a considerar o termo nezer, «diadema», «coroa de Deus», termo algumas vezes aplicado à cabeleira não-tosquiada dos nazi- reus, cabeleira essa considerada sua coroa e adorno. E dessa outra palavra hebraica que alguns pensam que se deriva a forma «nazarita».   

Comparar isso com I Cor. 11:15. O voto do nazireado envolve a consagração especial de pessoas ou coisas a Deus (ver Gên. 49:26; Deu. 33:16). Está especificamente em pauta o caso dos nazireus, cujos cabelos compridos serviram de emblema de sua separação ao serviço do Senhor, cabelos esses que eram reputados a coroa de glória deles. Ver Núm. 6:7. Comparar com II Sam. 14:25,26.   

Caracterização Geral

Os nazireus formavam grupos ascéticos no judaísmo. Eles tomavam vários votos, como abster-se de vinho, não entrar em contato com qualquer coisa imunda, ou não aparar os cabelos. Entre os antigos hebreus, esses votos eram vitalícios (ver a história de Sansão).   E o trecho de Amós 2:12 sugere que os nazireus eram muito prestigiados em Israel. A legislação posterior, entretanto, permitia que tais votos fossem limitados quanto ao tempo (ver Josefo, Guerras 2:15,1). Mas, um elemento que nunca foi abandonado foi o de um severo ascetismo (vide).   O voto do nazireado aparece em Núm. 6:1-20. Ninguém podia fazer tais votos por um período inferior ao de trinta dias. Sansão, Samuel e João Batista (de acordo com muitos eruditos), foram nazireus vitalícios. A instituição do nazireado tinha por intuito tipificar a separação e um modo de viver santificado e restrito.   A cabeleira crescida simbolizava a virilidade e virtudes heróicas. As madeixas de cabelos simbolizavam uma simplicidade infantil, poder, beleza e liberdade. Maimônides, um sábio judeu sefardi (falecido em 1204), referiu-se à dignidade dos nazireus como equivalente à de um sumo sacerdote.   E antes dele, Eusébio, o grande historiador eclesiástico da Igreja antiga, asseverou, em termos enfáticos, que os nazireus tinham acesso ao Santo dos Santos, em Israel (História Eclesiástica 2,23). Os pais podiam dedicar seus filhos homens a esse grupo religioso separatista. Entretanto, os nazireus não viviam em comunidades separadas, e nem lhes era vedada a associação com outras pessoas, ou de se ocuparem em atividades comuns. Viviam na comunidade de Israel como símbolos de dedicação especial a Yahweh. Essa era a principal função dos nazireus. E eles mostravam-se ativos no serviço religioso e nas práticas ritualistas.

Origem do Nazireado

O sexto capítulo do livro de Números fornece-nos as regras acerca da questão, embora alguns estudiosos suponham que temos ali uma confirmação e regularização da prática, e não um começo absoluto da mesma. É possível que, a certa altura dos acontecimentos, a prática tenha penetrado no corpo da legislação mosaica. E os argumentos que dizem que a prática do nazireado foi tomada por empréstimo de povos pagãos, como os egípcios, não convencem e nem têm sido acolhidos pela maioria dos eruditos.



                III.     A FRAQUEZA DE CARÁTER DE SANSÃO

1.    Sansão subestimou o poder do inimigo   -   […] a identidade do adversário. …o diabo, vosso adversário… (5.8b). O diabo não é uma lenda, um mito, um espantalho para intimidar os místicos. E um anjo caído, um ser maligno, assassino, ladrão, destruidor. E a antiga serpente, o dragão vermelho, o leão que ruge. É assassino e pai da mentira. Veio roubar, matar e destruir. Temos um adversário real, invisível e medonho. Não podemos subestimar seu poder nem suas artimanhas.  [… as estratégias do adversário…. anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (5.8c). Três coisas aqui nos chamam a atenção.  O diabo espreita. Ele anda em derredor. Busca uma brecha em nossa vida. Vive rodeando a terra e passeando por ela (Jó 1.7; 2.2). O diabo não dorme nem tira férias. E incansável em sua tentativa de nos apanhar em suas armadilhas.   O apóstolo Paulo diz que precisamos ficar firmes contra as ciladas do diabo (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego metodeia, que significa “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas. Pesquisa meticulosamente nossos pontos vulneráveis. Não hesita em buscar brechas em nossa armadura. Precisamos acautelar-nos!   O diabo intimida. O leão ruge não quando ataca a presa, mas para espantá-la. Seu rugido é para fazer a presa dispersar-se do bando. Quando uma presa se desprende do bando, o leão a ataca implacavelmente. E muito difícil uma presa escapar da investida de um leão quando esta se isola. O ataque é súbito, violento, fatal.   O diabo devora. O diabo não veio para brincar, mas para devorar. Ele mata. E homicida e assassino. Há muitas pessoas arruinadas, feridas e destruídas por esse devorador implacável. Ele é o Abadom e o Apoliom (Ap 9.11), conhecido como o destruidor.   […] as armas de vitória contra o adversário. Sede sóbrios e vigilantes… resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo (5.8a,9). Pedro nos oferece quatro armas importantes para o enfrentamento dessa luta espiritual.  A sobriedade. A palavra grega nepsate, traduzida por “sede sóbrios”, significa “domínio próprio”, especialmente na área da bebida alcoólica. Um indivíduo que perde o equilíbrio, o siso e a lucidez é uma vítima indefesa na batalha espiritual. Quando o diabo consegue dominar a mente de uma pessoa, consegue destruir-lhe a vida. Há dois extremos perigosos nessa batalha espiritual.    O primeiro é subestimar o diabo. Há indivíduos que escarnecem do diabo como se ele fosse uma formiguinha indefesa. A Bíblia diz que nem o arcanjo Miguel se atreveu a proferir juízo infamatório contra o diabo (Jd 9). O segundo extremo é superestimar o diabo. Há igrejas que falam mais no diabo que em Jesus. Há redutos em que o diabo tem até acesso ao microfone. Há pregadores que entabulam longas conversas com o diabo. Há escritores que recebem até mesmo revelações do diabo. Há aqueles que atribuem ao diabo qualquer dor de cabeça que uma aspirina resolveria. Essas atitudes não têm amparo nas Escrituras. Precisamos ter sobriedade nesse combate cristão.    A vigilância. A palavra “vigilantes” indica a atitude de esperar de olhos abertos, acompanhando o que se passa e sempre perscrutando o horizonte na expectativa da chegada do Senhor. O diabo vive rodeando a terra e bisbilhotando a vida das pessoas. Não hesita em atacar uma pessoa sempre que encontra uma brecha. Precisamos manter os olhos abertos e os ouvidos atentos. O diabo é a antiga serpente. E astuto, sutil. Sua estratégia é falsificar tudo o que Deus faz.   De acordo com a parábola do joio e do trigo, em todo lugar em que Deus planta um cristão, o diabo planta um impostor (Mt 13.24-30,36-43). Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16). Oliver Cromwell dava o seguinte conselho às suas tropas: “Confiai em Deus e mantende a pólvora seca”. Sintetizando essas duas primeiras armas (sobriedade e vigilância), Kistemaker escreve:   A sobriedade é a capacidade de olhar para aquilo que é real com a mente clara, e a vigilância é um estado de observação e prontidão. A primeira característica descreve uma pessoa que luta contra sua própria disposição, enquanto a segunda mostra a prontidão para se responder às influências externas. Um cristão deve sempre manter-se alerta tanto contra forças internas como externas que desejam destruído. Essas forças vêm do maior adversário do ser humano, Satanás.   A fé. Precisamos resistir ao diabo firmes na fé. A fé é um escudo contra os dardos inflamados do maligno (Ef 6.16). Não podemos acreditar nas mentiras do diabo nem dar crédito às suas falsas promessas. Warren Wiersbe diz que tanto Pedro como Tiago dão a mesma fórmula para o sucesso nessa batalha espiritual: Sujeitai-vos a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg 4.7). Antes de se manter firme diante de Satanás, é preciso curvar-se diante de Deus.   Kistemaker é oportuno quando diz que a palavra fé pode ser compreendida tanto no sentido subjetivo da fé pessoal e confiança em Deus, como no sentido objetivo, ou seja, referindo-se ao conjunto das doutrinas cristãs. Aqui, o contexto favorece o sentido objetivo.   O sofrimento. Em tempos de prova, tendemos a pensar que estamos sozinhos nessa refrega e que ninguém está sofrendo como nós. Uma das armas do diabo para nos atingir é superdimensionar nossa dor e apequenar nosso consolo. Precisamos abrir os olhos e entender que existem outros irmãos passando pelas mesmas provações e enfrentando as mesmas batalhas. E errado imaginar que somos os únicos a travarmos esse tipo de batalha, pois nossa “irmandade espalhada pelo mundo” enfrenta as mesmas dificuldades.

2.    A presunção de Sansão   -   Sansão revela seu segredo (16.15-17). Dalila resmungou: “Como você pode dizer que me ama se o seu coração não está perto de mim? Por três vezes você me enganou e recusou-se a me contar seu segredo”. Ao pedir-lhe e perturbá-lo todos os dias, a sua alma se angustiou até à morte (16), i.e., ele estava finalmente desgastado por sua persistência.   Descobriu-lhe todo o seu coração (17), ou seja, “ele lhe confidenciou”. O segredo de sua força estava no cumprimento de seu nazireado desde seu nascimento. Tal condição era expressa pela regra de que nenhuma navalha poderia tocar sua cabeça. Se seus cabelos fossem cortados, ele seria como um homem qualquer. É difícil determinar o que era maior: a força sobre-humana de Sansão ou sua estupidez asinina.   Sansão é traído (16.18-22). Jubilosa por ter conseguido finalmente descobrir o segredo desejado, Dalila envia uma mensagem aos príncipes dos filisteus, os quais, sem dúvida, já haviam se afastado desanimados depois dos repetidos fracassos. “Venham apenas mais esta vez”, implorou ela, “porque ele me contou tudo”. Assim, eles trouxeram o dinheiro na sua mão (18) para o “pagamento”. Tão logo Sansão dormiu com a cabeça no colo da moça, Dalila chamou um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo (19), ou “enfraquecê-lo, subjugá-lo” ou “humilhá-lo”.   Quando Dalila o despertou com as palavras familiares “os filisteus vêm atrás de você, Sansão!”, ele abriu os olhos e se vangloriou: “Vou sair como de costume e me livrar dos laços” ou, como pode ser traduzido a partir do hebraico, “eu sairei, rugirei e rosnarei”. Ele não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele (20). Sansão já tinha brincado demais com o pecado. Sua força já se fora.   Os filisteus o pegaram, arrancaram-lhe os olhos e o prenderam com correntes de bronze. Levaram-no para Gaza e, ali – como John Milton o descreve, “um cego em Gaza” – aquele que um dia fora um campeão poderoso foi colocado para moer grãos num moinho manual na prisão.   A história de Sansão alcança seu clímax nos versículos 15 a 21, onde vemos o resultado da “fascinação fatal do pecado”. (1) Foi um homem de grande força física (w. 14.6; 14.19; 15.14-16; 16.3; etc); (2) Teve uma mente fértil (w. 14.12-14); (3) Era moralmente fraco (v. 16.15); (4) Era espiritualmente infiel (w. 17,18); (5) o Senhor se tinha retirado dele (20).

3.     Manipulando o poder de Deus e brincando com o pecado    -    Importunando-o ela todos os dias. Por muitos dias, Dalila não alterou seu método de ataque. Ela só pensava no grande prêmio em dinheiro que poderia ganhar dos príncipes filisteus. A cobiça a impelia. E não havia amor para aplicar os freios. A alma de Sansão, por sua vez, “se encurtava” (conforme diz, literalmente, o original hebraico, diante de toda aquela conversa, conversa e mais conversa, lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Ela o estava desgastando. “A debilidade da alma dele, na totalidade da narrativa, ainda parece mais espantosa do que a força imensa de seu corpo” (Adam Clarke, in loc.).   Os dias de vida de Sansão (tal como acontecia à sua alma) estavam sendo encurtados. Ele estava à beira de um ataque de nervos. Dalila apressava a morte do amante através de mais de uma maneira. Abarbinel pensava que Sansão tinha consciência de sua morte, que já se aproximava.    Há estudos que demonstram que qualquer pessoa tem consciência, pelo menos um ano antes de sua morte, da iminência desta, mesmo que essa morte ocorra por acidente e a pessoa esteja perfeitamente saudável. E muita gente percebe a aproximação da morte bem antes de um ano. Os sonhos que todos nós temos nos avisam continuamente; mas esses avisos geralmente não são ouvidos ou são mal interpretados.   “… loucamente, ele ficou brincando com a chave de seu segredo. Chegou mesmo a arriscar-se, ao envolver a cabeleira em suas tolas brincadeiras. Depois disso, faltava apenas mais um passo para a catástrofe final” (Ewald, in loc.).   Descobriu lhe todo o seu coração. Finalmente, Sansão desvendou o terrível segredo. Seu coração apertado não conseguiu mais reter a verdade. É como dizemos: “Ele abriu seu coração” para Dalila. Ele revelou o seu voto de nazireado.   No meio de tanta matança, com frequência ele se contaminava cerimonialmente, quebrando aquela parte do voto que não permitia nenhum toque em cadáveres. Todavia, pelo menos ele nunca havia cortado os seus cabelos, outro requisito do voto de nazireu. E era ali que residia o segredo de sua tremenda força física. Na qualidade de homem especialmente dedicado a Yahweh, ele recebia do Senhor força especial para cumprimento da missão que o Senhor lhe havia dado. Mas, se ele violasse esse requisito do voto, então perderia, de súbito, a força divinamente concedida.    A força física de Sansão era miraculosa, nada tendo que ver com a genética. Deus haveria de abandoná-lo (ver o vs. 20 deste capítulo) se ele ousasse cortar sua cabeleira. No entanto, apesar de tão poderoso diante do inimigo, Sansão estava destinado a cair vitima fácil de uma mulher. Essa é, realmente, uma história muito antiga. Josefo opinava que Sansão deveria estar tonto de vinho enquanto brincava daquele jeito com o pecado. E isso ele dizia porque, verdadeiramente, o álcool solta a língua. Sem embargo, o próprio texto sagrado nem ao menos vislumbra essa possibilidade. Pois o voto do nazireado também não permitia que o indivíduo usasse de bebidas alcoólicas; e parece que Sansão, até ali, também estava obedecendo a esse requisito do voto, além de não tocar em seus cabelos.   A força física de Sansão não residia em seus cabelos, e, sim, no voto do nazireado, enquanto ele fosse obediente, pois era Yahweh quem lhe conferia aquela força. A desobediência, porém, arrebataria dele a presença divina, tornando Sansão uma pessoa comum. É sempre o elemento divino que faz um homem tornar-se fora do comum.   Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira todo o coração. O som da verdade é diferente do som da mentira. Todos nós somos enganados pela mentira; mas, quando a verdade nos é dita, “percebemos a diferença”. Trata-se de algo parecido com a temível aranha viúva-negra. Se você vir uma dessas aranhas, então poderá dizer: “Acho que esta é uma aranha viúva-negra”. Mas se você enxergar uma real aranha dessa espécie, terá certeza absoluta de que viu uma delas. Essa aranha é tão distintiva que ninguém poderá deparar-se com uma delas e duvidar de tê-la visto.    Vários intérpretes hebreus indicam que Dalila forçou Sansão a confirmar as suas palavras mediante juramentos que envolviam algum nome divino; mas o próprio texto sagrado não indica coisa alguma dessa natureza. A aparência de sua fisionomia, o tom de sua voz — isso era tudo quanto se fazia mister para Dalila perceber que Sansão, final e estupidamente, havia revelado o seu segredo.   E trouxeram com eles o dinheiro. Dalila estava tão certa de que Sansão, finalmente, revelara o seu segredo que ela exigiu e recebeu o seu prêmio, aqueles mil e cem siclos de prata (ver a respeito no quinto versículo deste capitulo). Para ela, a astúcia rendera ricos dividendos. O sucesso levou-a a exigir que lhe fosse dado o prêmio na hora.    Paulo relembrou a Timóteo qual o objetivo da missão divina que tinha recebido, bem como o inspirador dessa missão, o Senhor Jesus Cristo (ver II Tim. 2.8). Por meio da insistência cansativa de Dalila, Sansão esqueceu seu voto e perdeu a vida antes do tempo. Paulo corria a carreira cristã de olhos fixos no prêmio, a vida eterna, em Cristo Jesus (ver Fil. 3.14). Mas Sansão permitiu que a traição e um jogo tolo com o pecado desviassem o seu olhar da linha de chegada e do prêmio que estava diante dele. Ele tropeçou e caiu. Agora, estava tudo terminado. Ele deixou sua missão por acabar, embora não se possa dizer que tenha sido um fracasso completo.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Relacionamentos em Família, Elienai Cabral - Editora CPAD.

Comentário Bíblico N. T Interpretado versículo por versículo Russell N. Champlin- Editora Hagnos.

Dicionário Bíblico Wycliffe, Charles F. Pferffer - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II, Warren W. Wiersbe   - Editora Central Gospel. 

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Russell N. Champlin - Editora Hagnos. 

Comentário bíblico 1 Pedro, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos. 

Comentário Bíblico Beacon. Juizes, Clyde Ridall - Editora CPAD.

https://professordaebd.com.br/6-licao-2-tri-23-pai-zelosos-e-filhos-rebeldes/

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