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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Liçao 10 A SUTILEZA CONTRA A PRATICA DA MORDOMIA CRISTÃ.

 

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.



                        TEXTO ÁUREO

"E [Abrão] deu-lhe o dízimo de tudo." (GN 14.20).


            VERDADE PRÁTICA

Contribuir financeiramente para obra de Deus é mais que um dever. É um privilégio! É a expressão de gratidão ao Pai por todas as suas bençãos dispensadas.


LEITURA BÍBLICA: GN 14.17-20



                    INTRODUÇÃO

MORDOMO

Três expressões hebraicas e duas palavras gregas estão envolvidas neste verbete, a saber:

Ha-ish asher ai, «homem que está sobre».

Expressão hebraica que aparece somente em Gên. 43:19.

Asher ai bayith, «quem está sobre a casa». Outra expressão hebraica, que só pode ser encontrada em Gên.44:4.

Ben mesheq, «filho de aquisição». Essa expressão hebraica ocorre somente uma vez, em Gên. 15:2.

Epitropos, «encarregado». Palavra grega que é usada por três vezes: Mat. 20:8; Luc. 8:3; Gál. 4:2. O verbo aparece em Luc. 3:1; e o substantivo, «encargo», em Atos 26:12.

Oikonômos, «mordomo». Termo grego usado por dez vezes: Luc. 12:42; 16:1,3,8; Rom. 16:23; I Cor. 4:1,2; ou, 4:2; Tito 1:7; I Ped. 4:10. O verbo reaparece em Luc. 16:2. O substantivo, «mordomia», ocorre por nove vezes: Luc. 16:2-4; I Cor. 9:17; Efé. 1:10; 3:2,9; Col. 1:25; I Tim. 1:4.

Aquelas três expressões hebraicas têm equivalentes semânticos no acádico e no ugaritico, embora sejam especialmente comuns, esses equivalentes, nos idiomas semiticos ocidentais. A terceira dessas expressões não tem explicação, embora os Targuns a interpretem por «mordomo». Nossa versão portuguesa põe a palavra «herdeiro» nos lábios de Abraão, bem como na resposta que lhe deu o Senhor (ver Gên. 15:2 e 4); mas o original hebraico sô tem aquela expressão no vs. segundo, enquanto que no vs. quarto o Senhor usou outra palavra hebraica, yarash, «herdeiro». Isso significa que nossa versão portuguesa não reflete a expressão hebraica ben mesheq, Em I Crônicas 28: 1, algumas versões dizem «mordomos», onde a nossa versão portuguesa, mais acertadamente diz’ «administradores». Todavia, no original hebraico temos a palavra sar, «príncipe», que aceita a ideia secundária de «supervisor».

No Novo Testamento grego, o equivalente semântico de sar é epitropos, ao passo que oikonômos é, realmente, a palavra que deveria ser traduzida em português por «mordomo».


            I. CONHECENDO O EVANGELHO DA BARGANHA

1. Dízimos e ofertas como moeda de troca - Em setembro de 2006, a revista Times publicou uma matéria de capa sobre a Teologia da Prosperidade, apresentando um debate no meio evangélico norteamericano sobre se essa doutrina é um mal ou um bem para o cristianismo. A matéria citava que há “três mega-igrejas pentecostais nos EUA” que são hoje as maiores representantes da Teologia da Prosperidade: as igrejas dos pastores negros neopentecostais T. D. Jakes e Creflo Dollar, e a Igreja de Lakewood, de Joel Osteen. Na matéria, os dois pastores destacados para falar sobre o assunto foram Rick Warren e Joel Osteen. Warren bateu firme na Teologia da Prosperidade. Osteen, por sua vez, disse que sua visão sobre a prosperidade na vida do cristão não era tão radical como seus críticos afirmavam. A revista Christianity Today reverberou a matéria da Times, escrevendo uma nota intitulada Joel Osteen versus Rick Warren on Prosperity Gospel. Os evangelistas da auto-ajuda costumam namorar com a Confissão Positiva e a Teologia da Prosperidade, e isso é um perigo. ________ “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis” (2 Co 11.3-4). ________ “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas (Fp 3.18-19). Quando um pregador do evangelho se torna apenas um pregador de autoajuda, ele já perdeu o foco do seu dever à luz da Bíblia. Auto-ajuda (ou ajuda do alto, que é melhor ainda) tem lá sua importância, mas deixemos a auto-ajuda para os “Augustos Curys” da vida. Nosso compromisso é com a Palavra de Deus em sua inteireza. Para o nosso bem e, principalmente, para a saúde e crescimento espiritual dos que nos ouvem. _______ “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas, porque, fazendo isto, te salvarás tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16). 

2. Dízimos e ofertas como práticas legalistas - O troco na troca

Pois bem, os léxicos da língua portuguesa trazem os termos trocar e negociar como significados da palavra barganha. Dentro de um contexto comercial, o barganhista é aquele que leva vantagem em uma transação feita. No contexto religioso, barganhar é usar a fé para obter vantagens pessoais. A ideia por trás é a da troca. O devoto não busca a divindade simplesmente com o coração de um adorador, mas com o sentimento de um mercador. Hoje, com a explosão do neopentecostalismo, a velha prática da barganha voltou com força para o meio das igrejas evangélicas. A fé virou uma poderosa moeda de troca e Deus passou a ser visto como um realizador de sonhos narcisísticos.

Barganhar, uma prática muito antiga

Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. (2 Pe 2.12-16)

A história bíblica narra que na rota do êxodo rumo à Terra Prometida, os israelitas entraram em confronto com outras nações. Uma dessas nações eram os moabitas que possuíam Balaque como rei (Nm 22.4).

Balaque ouvira falar das conquistas dos hebreus e, temendo ser derrotado por eles, entrou em aliança com os midianitas. O passo seguinte foi alugar os serviços de Balaão, um falso profeta e adivinho da cidade de Petor na Mesopotâmia. O propósito era que este invocasse maldições sobre o povo de Deus (Nm 22.6).

A primeira comitiva enviada por Balaque não obteve êxito, pois Balaão foi proibido por Deus de acompanhar os mensageiros de Balaque (Nm 22.12).

O Senhor mostrou a Balaão que ele não poderia amaldiçoar um povo que já era abençoado. O rei dos moabitas não desistiu, e enviou uma caravana com pessoas mais nobres e com promessas de honrar mais ainda e recompensar a Balaão. Balaão cede e vai com os mensageiros, mas prometendo fazer somente aquilo que Deus permitisse. Na trajetória, ele é repreendido quando Deus permite que seu animal de carga fale em voz humana. Balaão instrui o rei Balaque a fazer sete altares e por três vezes tentou amaldiçoar os israelitas, mas em vez de amaldiçoar foi forçado por Deus a abençoar (Nm 24.17).

Vendo-se proibido por Deus de amaldiçoar o povo que Deus mesmo abençoou, Balaão muda de estratégia e passa agora a instruir Balaque a pôr tropeço no caminho do povo de Deus por meio da fornicação e corrupção (Nm 31.16). Balaão não conseguiu amaldiçoar, mas induziu o povo de Deus ao pecado. Os apóstolos Pedro e João mostram que Balaão “amou o prêmio da injustiça” e induziu o povo de Deus a se “contaminar” (2 Pe 2.15; Ap 2.14). O adivinho fez do sagrado um negócio para obter ganhos pessoais. 


                II. A DOUTRINA BÍBLICA DO DÍZIMO SOB ATAQUE

1. O dízimo era uma prática da lei - Justificativa Teológica. Ah, eu não sou dizimista, porque dízimo é da lei. E eu não estou debaixo da lei, mas sim da graça. Sim! O dízimo é da lei, é antes da lei e é depois da lei. Ele foi sancionado por Cristo. Se é a graça que domina a nossa vida, porque ficamos sempre aquém da lei? Será que a graça não nos motiva a ir além da lei? Veja:

– a lei dizia: Não matarás = eu, porém vos digo aquele que odiar é réu de juízo.

– a lei dizia: Não adulterarás = eu, porém vos digo qualquer que olhar com intenção impura.

– a lei dizia: Olho por olho, dente por dente = eu, porém vos digo: se alguém te ferir a face direita, dá-lhe também a esquerda.

A graça vai além da lei: porque só nesta questão do dízimo, ela ficaria aquém da lei? Esta, portanto, é uma justificativa infundada. Mt 23.23 = justiça, misericórdia e fé também são da lei. Se você está desobrigado em relação ao dízimo por ser da lei, então você também está em relação a estas virtudes.

2. O dízimo como contribuição imposta - […] a prática do Antigo Testamento (9.13).

Paulo cita outro exemplo para legitimar o seu direito de receber sustento da igreja. O argumento agora está fundamentado na prática do Antigo Testamento. “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?” (9.13). Se você ler atentamente o capítulo 9 de I Coríntios perceberá que quase todo ele está em forma de perguntas. Eu imagino Paulo como um orador no tribunal, defendendo a sua causa. Ele está fazendo perguntas retóricas. Ele recorda o sacerdote e o levita no Antigo Testamento que cuidavam do templo, do ministério, e do altar. Quando alguém trazia a oferta, o dízimo e o sacrifício, o levita e o sacerdote recebiam para o seu sustento as primícias de tudo aquilo que era trazido à casa de Deus. Os sacerdotes e os levitas recebiam o sustento financeiro dos sacrifícios e ofertas que eram trazidos ao templo. A regulamentação que governava a parte deles nas ofertas e nos dízimos está em Números 18.8-32; Levítico 6.14-7.36; Levítico 27.6-33. A aplicação feita pelo apóstolo Paulo é clara: Se os ministros do Antigo Testamento, que estavam sob a lei, recebiam sustento financeiro do povo a quem eles ministravam, não deveriam os ministros de Deus, no Novo Testamento, sob a graça, receberem também suporte financeiro?


                III. A DOUTRINA BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ

1. Deus, o criador e provedor - Usualmente as riquezas terrenas têm essa mistura de tristeza, mas as riquezas materiais ideais, dadas por Deus, não têm essa adição perniciosa. Ou então a ideia pode ser que as riquezas de Deus, sendo do tipo espiritual, naturalmente não têm nenhuma mistura com as tristezas, conforme as riquezas terrenas inevitavelmente têm. Nenhum acúmulo de trabalho humano pode produzir o tipo de riquezas que Deus concede. Se essa é a ideia desta declaração, então um trecho paralelo é o de Mat. 6.33, que diz:

Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas ________ “As bênçãos de Deus dão um aprazimento simplesmente, e Ele não impõe nenhum imposto sobre esse conforto” (Adam Clarke, in loc.) _________ Existem tragédias associadas ao lucro ganho de modo ilegítimo (ver Pro. 10.2), e o versículo pode significar apenas que o sábio, trabalhando arduamente, adquire riquezas sem que tenha de sofrer qualquer calamidade juntamente com elas, pois obteve seu ganho honestamente.

2. O homem como despenseiros e administrador das coisas de Deus - Tomou, pois, 0 Senhor Deus ao homem e 0 colocou no jardim. O homem estava apenas iniciando a sua carreira. O Pai proveu-lhe uma habitação, por certo um dos principais cuidados que qualquer pai tem com seus filhos. Deus criou; Deus cuidava; Deus provia. Isso em contraste com as noções deístas, que pensam que Deus criou o homem mas então abandonou a Sua criação. Deus preparou a vida vegetal e, então, fez um trabalho todo especial no jardim do Éden. O homem sempre esteve na mente de Deus. Este versículo é uma virtual repetição do vs. 8, onde o leitor deveria consultar os comentários. Naquele versículo também provi um artigo geral sobre 0 Jardim do Éden ________ Para o cultivar e o guardar. Na ocasião, o homem recebeu um trabalho para fazer. Não foi deixado no ócio. A tarefa do homem era cultivar e tomar conta do jardim que Deus havia preparado. Isso posto, o seu trabalho era feito para Deus, um serviço divino. Cada indivíduo tem seu próprio jardim para cultivar e proteger, 0 que, sem dúvida, é uma das lições espirituais sugeridas neste texto. Idealmente, cada ser humano tem uma missão ímpar a cumprir. Sua vida deveria ser vivida de tal maneira que ele descobrisse essa missão e então a cumprisse. Ver meus comentários, no fim de Gên. 2.3, que cabem bem aqui _______ Cada Indivíduo é um Jardineiro. Toda pessoa tem algo de importante para amar e para cuidar. Há um nobre serviço a ser realizado. Seu plantio medra como as flores e as árvores. Ali está tudo, e pode ser visto. Podem ser coisas dotadas de beleza para que ela mesma e outras pessoas possam contemplar. Esse plantio produz fruto. É útil para ela mesma e para outras pessoas. Cada indivíduo tem a responsabilidade de cultivar a tarefa que Deus lhe deu. Jesus apreciava os lírios do vale (Mat. 6.28). O próprio reino cresce como uma semente de mostarda (Mat. 13.31), O homem diligente deve ser como um semeador que, cheio de entusiasmo, sai para cumprir a sua tarefa (Mat. 13.3). Deus andava e conversava com o homem no jardim do Éden. Ele está sempre perto para ajudar e inspirar ao homem honesto que quer cumprir bem a sua tarefa. Cada missão tem uma provisão divina para que seja devidamente levada a efeito. Deus preparou o jardim; em seguida, preparou o homem; e também garantiu a sua fertilidade ________ Aben Ezra referiu-se à necessidade de proteger o jardim do Éden das feras. Elementos estranhos que impedem a tarefa devem ser evitados ativamente. Ne- nhuma missão deixará de ter sua cruz para ser suportada; mas algumas vezes as pessoas vivem descuidadamente, permitindo que elementos prejudiciais venham atrapalhar ________ “Mesmo estando no estado de inocência, não podemos conceber que o homem poderia sentir-se feliz, se ficasse inativo. Deus lhe deu um trabalho para fazer, e sua atividade contribui para a sua felicidade” (Adam Clarke, in ioc.).



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

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                            BIBLIOGRAFIA

Bíblia de estudo viva

Bíblia Almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo, russell N. champlin - Editora Hagnos.

Comentário bíblico I Coríntios, Hernandes dias Lopes - Editora Hagnos.

Livro Tempo, Bens e Talentos, Elinaldo Renovado -  Editora CPAD.

Livro A Prosperidade a Luz da Bíblia, José Gonçalves - Editora CPAD.

Livro A Sedução das Novas Teologias, Silas Daniel - Editora CPAD.

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Russell N. champlin - Editora Hagnos.

https://professordaebd.com.br/10-licao-3-tri-22-a-sutileza-contra-a-pratica-da-mordomia-crista/




















segunda-feira, 22 de agosto de 2022

LIÇÃO 9 - A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO
BOA VISTA II.


                            TEXTO ÁUREO

"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." (HB 10.25)


                        VERDADE PRÁTICA

O movimento dos "desigrejados" deve ser visto como um desvio da verdadeira espiritualidade que é expressa no contexto da verdadeira Igreja.


     LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: HB 10.19-25


                            INTRODUÇÃO

O termo “desigrejado” é usado para rotular aqueles que estão fora das denominações evangélicas. Esse termo é muitas vezes usado pejorativamente, marginalizando assim aqueles que por um motivo ou outro decidiram ficar de fora das instituições religiosas – especialmente as evangélicas. No passado, os crentes que saiam das igrejas evangélicas, eram chamado de “desviados”. Neste último caso, os desviados eram pessoas que as vezes se entregavam aos vícios e ao mundanismo. No caso dos “desigrejados”, temos um fenômeno novo no meio evangélico. O “desigrejado” é uma espécie de evangélico não praticante, caso este que ocorria somente dentro do catolicismo romano. É comum ouvirmos falar sobre católicos não praticantes, mas, no caso dos evangélicos, realmente temos um fenômeno novo. Neste e-book, o termo “desigrejado” será sempre tratado entre aspas, pois entendo que estar fora dos templos não é o mesmo que estar fora da Igreja que é o Corpo místico de Cristo. Os “desigrejados” são marginalizados de várias formas. Mesmo na mais boa intenção possível por parte de seus críticos, eles acabam ficando à margem da comunidade evangélica, sendo mal vistos. O reverendo Augustus Nicodemus Lopes expressa esse tipo opinião, quando disse que “viver sem igreja está errado”. Outros passam dos limites e acabam levantando questões como: “Há salvação para os desigrejados? Sem líderes, sem pastores, como assim? Quem sai da igreja por causa de pessoas nunca entrou lá por causa de Jesus”, ou ainda: “Noventa por cento dos desigrejados são o pior do sistema”.


            I. VISÃO E PRÁTICA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

1. Um ensino anti-institucionalMuitos livros recentes têm defendido a desigrejação do cristianismo (*). Em linhas gerais, os desigrejados defendem os seguintes pontos. 

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional. 2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente. 3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico. 4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários. 5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nele, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta a noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada. 6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.  

Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.  

Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história. Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em voo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, antidisciplina, anti-regras, anti-autoridade, antilimites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo. 

É verdade que Jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo. Todavia, ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda no período apostólico e muito antes de Constantino. 

1) Jesus disse aos discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.15-19). A igreja foi fundada sobre esta pedra, que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (cf. 1Pd 2.4-8). O que se desviar desta verdade – a divindade e exclusividade da pessoa de Cristo – não é igreja cristã. Não admira que os apóstolos estivessem prontos a rejeitar os livre-pensadores de sua época, que queriam dar uma outra interpretação à pessoa e obra de Cristo diferente daquela que eles receberam do próprio Cristo. As igrejas foram instruídas pelos apóstolos a rejeitar os livre-pensadores como os gnósticos e judaizantes, e libertinos desobedientes, como os seguidores de Balaão e os nicolaítas (cf. 2Jo 10; Rm 16.17; 1Co 5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3.10; Jd 4; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas Escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitados. 

2) A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo (Ef 1.22-23), a relação marido e mulher (Ef 5.22-33) e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pd 2.4-8). Os desigrejados querem Cristo, mas não querem sua igreja. Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro. 

3) Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado (Mt 18.15-20). Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela (Mt 18.17). Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co 5). Não entendo como isto pode ser feito numa fraternidade informal e livre que se reúne para bebericar café nas sextas à noite e discutir assuntos culturais, onde não existe a consciência de pertencemos a um corpo que se guia conforme as regras estabelecidas por Cristo. 

4) Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado (Mt 28.19-20). Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados (At 6.1-6; At 14.23). Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm 31-13; Tt 1.5-9; Tg 5.14). 

5) Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm 10.9; 1Jo 4.15; At 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livre-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia (2Jo 7-10; 1Jo 4.1-3). Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm 3.1; 5.17,19; Tt 1.5; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12; 1Tm 5.9; 1Tm 4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At 15.1-6). A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At 16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino. 

6) Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dele (Lc 22.14-20). Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At 2.42; 20.7; 1Co 10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto (1Co 11.23-34). Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que creem a mesma coisa sobre o Senhor.  

É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt 18.16). Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.  

O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15) e o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos (Hb 10.25). O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At 15.41; 16.5; veja também Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande).  

No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas ideias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais.  Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia Reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares. Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência.

2. Um ensino anticlericalOS DECEPCIONADOS COM A LIDERANÇA

Campos aponta que muitos cristãos acabam rompendo seus laços com a igreja institucional por causa de abusos cometidos pelas lideranças das comunidades (CAMPOS, 2017, p.31). Nesses casos, como observa César,9a sensibilidade parece ser essencial:Caminhar sobre o solo do tema abuso espiritual exige cuidado […] O solo é sagrado. Não é outro senão o coração de vítimas. As vítimas estão sempre fragilizadas e carregam consigo suas dores na carne e na alma. Jesus ensina a pisar no solo sagrado da intimidade com a cautela amorosa de quem não quer apagar o pavio que fumega […] Implica o sopro singelo para que a chama se recupere desde as cinzas e o carinho necessário para que as feridas encontrem o caminho da cura (CÉSAR, 2013, p.11). Os diferentes grupos estudados por Rodrigues apresentaram justificativas das mais diversas para o descontentamento com a igreja, mas algumas críticas se repetiram. São elas: o mercenarismo, excesso de normas, manipulação, fanatismo, intolerância, hipocrisia, falsidade e incoerência. Ainda foram citados: a reprovação ao comportamento das lideranças religiosas, desapontamentos pessoais e até notícias veiculadas pela mídia (RODRIGUES, 2007, p.45).A partir de relatos verdadeiros, César pinta um retrato da realidade religiosa de boa parte das igrejas evangélicas brasileiras. Seu estudo identifica a existência de uma espécie de “manipulação da fé”, o que, segundo ela, pode trazer consequências graves. Ela escreve: “Quando a fé se deixa manipular, pessoas viram presas fáceis de toda sorte de abuso.  

A confiança autêntica e sincera em Deus é gradualmente substituída pela submissão acrítica aos desmandos de lideranças despreparadas” (CÉSAR, 2013, p.117). De maneira geral, pessoas simples e carentes de acolhimento acabam se tornando mais suscetíveis à manipulação, passando a viver sob o jugo de uma religiosidade “fútil e meritória”, barganhando a todo momento com Deus (CÉSAR, 2013, p.117). Campos traz também uma série de relatos de pessoas que passaram por situações semelhantes (cf. CAMPOS, 2017, p.31-48). César  destaca  que  esse  tipo  de  “regime  autocrático”,  centrado  na  figura carismática do pastor evangélico, predomina nas igrejas mais novas, em especial nas pentecostais e neopentecostais. E, nelas, facilita a ocor-rência de excessos de ordem financeira, emocional e psicológica (CÉSAR, 2013, p.119). Esses excessos acabam dando origem a outro fenômeno muito perceptível na sociedade: o trânsito religioso, que será tratado mais adiante. Lopes também chama atenção para o fato de que várias das pessoas que hoje estão desigrejadas tentaram viver a sua fé no meio evangélico, inclusive em diferentes denominações. Com o passar do tempo, acabaram se sentindo exploradas e enganadas. São indivíduos que não só não frequentam mais os templos, mas estão feridos e blindados para toda e qualquer forma de organização eclesiástica (LOPES, 2019). Como lembra Bomilcar, pessoas que estão machucadas por experiências negativas naturalmente resistem a novas experiências, pois simplesmente estão cansadas de tentar (BOMILCAR, 2012, p.25). Com o passar do tempo, esse cansaço acaba se misturando a um sentimento de revolta que brota do legalismo e de promessas não cumpridas, somado ao discurso hipócrita de muitos pastores. César traz o relato de alguém que passou por essa situação durante vários anos de sua vida: Comecei a achar que Deus tinha pisado na bola comigo. Eu obedeci a tudo o que ele me dissera (supostamente pela boca dos líderes da igreja), e acabei me dando mal. Prejudiquei minha casa indo para aquela igreja. Desde então, não consigo me reerguer […] Faz dez meses que não abro a Bíblia e, quando vejo pastores pregando na televisão, sinto vontade de vomitar (CÉSAR, 2013, p.34). Além de contribuir para o afastamento da igreja, essa realidade pro-duz questionamentos à própria fidelidade de Deus, bem como sentimentos de vergonha e indignação que passam a acompanhar a vida dos desigrejados (CAMPOS, 2017, p.34). Conforme foi destacado no início deste tópico, este é um assunto que demanda cuidado. Muitos dos desigrejados possuem feridas abertas em sua relação com a instituição igreja, o que acaba se refletindo em sua experiência de fé. Da mesma forma, esta compreensão mostra-se fundamental para qualquer iniciativa missional direcionada à reintegração destas pessoas no convívio de uma comunidade cristã.


            II.  A NATUREZA DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

1. Um organismoOra, no paralelo desta passagem —Col. 1:18— Cristo é visto como «o Cabeça da igreja»; e isso concorda com a primeira dessas três posições possíveis, embora a ênfase recaia sobre o fato de que ele é o Cabeça da igreja em tudo, a saber, em toda a questão relativa à igreja cristã. Que isso visa o «benefício» da igreja também é verdade, mas isso visa afirmar diretamente que temos aqui uma interpretação sobre o que está geralmente implícito no texto, não sendo uma simples tradução. Porém, mesmo que aceitemos que a segunda e a terceira dessas possibilidades estão corretas, visto que Cristo é o Cabeça de tudo, isso deve incluir igualmente a igreja, porquanto a igreja não pode ser excluída dessa afirmação apostólica, que se reveste de natureza geral. Não obstante, a primeira dessas três posições é a que tem maiores probabilidades de acertar no alvo, sendo ali enfatizado que não existe outra autoridade sobre a igreja além da autoridade de Cristo, tal como um corpo humano é totalmente governado pelo cérebro, pela cabeça.

Ora, tudo isso serve apenas de um outro meio para frisar o senhorio de Cristo, o que é comentado no trecho de Rom. 1:4, juntamente com o título completo, «Senhor Jesus Cristo».

«…o deu…» A igreja recebe a soberania total de Cristo como presente vindo de Deus Pai, para o benefício dela mesma. Porquanto aquilo que foi dito aqui não declara meramente que a igreja está sujeita à autoridade de Cristo, mas, por semelhante modo,, que está em união espiritual vital com ele, derivando dele a sua vida, tal como o corpo está vitalmente unido à cabeça, e tal como, sem a cabeça, o corpo fica sem vida.

(Quanto a «Cristo, como cabeça de todo homem», ver as notas expositivas acerca de I Cor. 11:3. Quanto ao mesmo conceito, referido em outras passagens, onde Cristo aparece como «Cabeça da igreja», ver Efé. 4:15; 5:23; Col. 1:18 e 2:19).

A mais fundamental definição do que seja um crente’. Crente é aquele que tem ao Senhor Jesus como seu «cabeça», isto é, que não dá prioridade a ninguém acima de Cristo. A questão de «reter a Cristo como cabeça», ideia essa que figura em Col. 2:19, aparece dentro do contexto do combate de Paulo contra as noções falsas do gnosticismo, o qual postulava muitos deuses e muitos senhores, cada qual com sua província de governo; e, para os gnósticos, Cristo seria apenas um desses deuses ou senhores. Ora, esse conceito errôneo reduzia a importância e a grandeza de Cristo, onde o Senhor Jesus não aparecia realmente como Cabeça. Aquele que reputa a. Cristo como Cabeça, reconhece sua autoridade absoluta sobre a alma, e assim exerce fé, que consiste da entrega da alma às mãos de Cristo. Ora, se um homem exerce essa fé, tendo a Cristo como Cabeça, como o grande objeto de sua fé, então o Espírito de Deus o converte, e ele entra no primeiro passo da regeneração. Tal. homem pertence a Cristo, é um crente. ______  Por outro lado, pode não ser um crente uma pessoa que proclama em altas vozes a divindade de Cristo, mas a quem não entregou definitivamente a própria alma. F. isso nos permite perceber, uma vez mais, que os «credos» não nos salvam. Deve haver real conversão; e existem muitos convertidos autênticos que ainda se encontram em estado de confusão mental acerca de questões doutrinárias. _________  Vinculação entre a cabeça e o corpo. Schubert (in loc.), comenta a esse respeito, como segue: «…temos aqui uma figura simbólica de amor, que desce do alto até nós, conquistando e movimentando o que é corpóreo, levando-o a uma longa elevação, —debaixo para cima, numa obra que transforma constantemente a natureza inferior do objeto, a ponto deste último vir a compartilhar, finalmente, da natureza daquilo que o eleva».

Cristo Jesus é, «…ao mesmo tempo, membro e governante do corpo». (Gerlach, in loc.).

Quais são os sentidos dessa metáfora da cabeça e do corpo?

Está em foco a união vital entre Cristo e seu corpo místico, a igreja, tal como se dá no caso da cabeça e do corpo de um ser humano. «União mística» é a ideia aqui focalizada. _____  Destaca-se aqui a autoridade absoluta de Jesus Cristo, de seu domínio ativo sobre a igreja, como Senhor. São salientadas a nutrição e o poder doador de vida do Cabeça, o que sustenta o corpo. A vida do corpo humano sem a cabeça é impossível. _______  Não nos olvidemos da união entre cabeça e corpo, que importa em amor e harmonia, em que cada qual cuida do outro, porquanto tal cuidado é vital para essa união. Tal união e harmonia prefiguram aquilo que, finalmente, se tornará universal, porquanto todas as coisas ficarão unidas em torno de Cristo.  ___  Cristo pertence a nós, tal como nós mesmos pertencemos a ele; portanto, nossos destinos estão enlaçados para sempre, tal como se dá no caso da cabeça e seu corpo. _____  A exaltação do corpo é ideia latente nessa metáfora, porquanto os poderes angelicais exaltados, por mais elevados que sejam, não compõem o corpo de Cristo, o qual é o Cabeça de tudo. O vigésimo terceiro versículo enfatiza esse pensamento, ao chamar a igreja de «sua plenitude», ao passo que o próprio Cristo preenche a todas as coisas. _____  A participação na mesma natureza também está envolvida nessa metáfora, porquanto um corpo precisa ser da mesma natureza que sua cabeça.

2. Uma organizaçãoO corpo é uno. Sua principal característica é a unidade. Todos os que creem em Cristo são um, fazem parte do mesmo corpo, da mesma família, do mesmo rebanho. Essa unidade não é organizacional nem denominacional, mas espiritual. Nós confessamos o mesmo Senhor (12.1-3), dependemos do mesmo Deus (12.4-6), ministramos no mesmo corpo (12.7-11), e experimentamos o mesmo batismo (12.12,13).

Peter Wagner cita dois fatores que mantêm a unidade do corpo:

  1. a) O sangue. Pode ser difícil estabelecer a unidade entre meus pés, minhas mãos e meus rins. Contudo, o mesmo sangue alimenta esses membros e todos os outros.

O sangue fornece vida aos membros e se impedirmos o sangue de chegar a alguns deles, esses morrerão rapidamente. _____   O que é que me enxerta e me insere no corpo de Cristo?  _____  O que me torna um membro do Seu corpo? E o sangue do Cordeiro! Assim como o sangue é o elemento que unifica o corpo, o sangue de Cristo nos torna um. ____  Ninguém pode fazer parte da igreja a não ser por meio da expiação, da obra da redenção operada pelo sangue de Jesus Cristo. Ninguém entra na igreja sem primeiro ter se apropriado dos benefícios da morte de Cristo e do Seu sangue derramado.

b) O espírito. Além do sangue, o que mantém o corpo uno é o espírito. Nunca descobriremos o espírito ou a alma de uma pessoa em algum de seus órgãos, membros ou glândulas. Em certo sentido, o espírito está em todos os membros do corpo. Em relação à igreja, diz o apóstolo Paulo: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (12.13). O Espírito Santo foi quem enxertou você no corpo. Você foi batizado e introduzido no corpo pelo Espírito. Quem colocou você no corpo foi o Espírito Santo. Ele regenerou você, mudou a sua vida, converteu o seu coração. Um membro do corpo pode ser mais cheio do que outro membro, mas nenhum membro está sem o Espírito. Ser batizado pelo Espírito significa pertencer ao Corpo de Cristo. Ser cheio do Espírito significa que nosso corpo pertence a Cristo.

Obviamente, essa unidade de que Paulo fala não é denominacional.

Não é uma unidade externa, mas mística e espiritual. E por isso que o ecumenismo é um grande equívoco. Qual é a grande bandeira do ecumenismo? E a de que nós temos de acabar com as nossas diferenças e ficar todos debaixo de um mesmo guarda-chuva. Não importa a sua crença. Não importa a sua teologia. Não importa o Deus que você crê. Vamos ficar juntos. Vamos adorar no mesmo altar. Mas esse não é o ensino das Escrituras. Não existe unidade fora da verdade. Não há unidade fora do Espírito Santo. _____  E impossível ser um com alguém que ainda não nasceu de novo e ainda não foi introduzido no Corpo de Cristo. ______  Essa unidade é para os salvos que estão nas mais diversas denominações cristãs, mas não é uma unidade entre salvos e incrédulos. A unidade da igreja é espiritual. Você é um com qualquer irmão de qualquer denominação, em qualquer lugar do mundo. Essa unidade não é criada na terra, mas no céu; não é feita pelo homem, mas por Deus. Todos aqueles que creem em Cristo, de todos os lugares, de todos os tempos são um. Todos fazem parte da mesma igreja, do mesmo rebanho. Todos são ovelhas de Cristo e noiva do Cordeiro.


            III. A IMPORTÂNCIA E A  NECESSIDADE DA IGREJA

1. A igreja como família de Deus …da família de Deus …» No grego temos «oikeioi», estando em foco os «familiares de Deus». A ideia de «filiação» é apresentada novamente aqui, porque é no seio da família que encontramos a unidade mais íntima, onde também são compartilhados os privilégios mais preciosos. Mas devemos fazer o reparo que apesar da «família» antiga, segundo se compreende por esta palavra, com frequência incluía até mesmo «escravos», neste caso devemos compreender somente os parentes de sangue, conforme se entende modernamente tal palavra. Estão em foco os membros da família «por laços de sangue», por «natureza», aqueles que participam da mesma natureza.

Nessa família não há escravos.

A passagem de João 1:12 salienta a ideia de «filhos por nascimento», e não meramente «filhps por adoção», mediante um contrato legal; e a mesma ideia é enfatizada no oitavo capítulo da epístola aos Romanos. _______   Dentro de uma família, os direitos, os privilégios, os deveres e as bênçãos são compartilhados por todos os seus membros. Ora, dentro da família de Deus, o amor é o princípio normativo, e não a lei. (Quanto a passagens bíblicas que frisam a ideia de «família» inerente à redenção anunciada pelo evangelho, ver Efé. 3:6,14,15; I Tim. 3:15; Heb. 3:2,5,6; 10:21 e I Ped. 4:17). Essa relação «familiar» ou doméstica descreve a «natureza» do acesso mencionado no décimo oitavo versículo deste capítulo, e que antecipa o tema declarando que esse acesso é a «Deus Pai».

2. A igreja como testemunha da salvação - «…sacerdócio real… » Já tivemos ocasião de observar, no quinto versículo, que todos os crentes são sacerdotes. Ali eles são chamados de sacerdócio «santo». Neste ponto, são chamados ·régios». São sacerdotes que pertencem à família real. Notemos como, em Heb. 4:14, o Sumo Sacerdote (Cristo) é visto entronizado, o que dá a ideia de um Rei Sacerdote. Assim também Melquisedeque era sacerdote, mas, igualmente, era rei de Salém (ver Heb. 7:1,2). E Cristo pertence à ordem sacerdotal de Melquisedeque (ver Heb. 7:17). A ideia que os sacerdotes cristãos também são reis acrescenta ênfase à elevada posição e ao privilégio de que desfrutam. O trecho de Êxo. 19:6 chama Israel de reino de sacerdotes. Em Apo. 1:6 e 5:10, os crentes também são chamados de reis e sacerdotes. Ali talvez seja indicado como, na eternidade futura, elevadas posições do governo poderão ser alcançadas, tanto no milênio como já no estado eterno, por parte do povo de Deus. Tal como existem muitos elevados seres angelicais governantes. Seja como for, o verdadeiro crente desde agora já «reina em vida» (ver Rom. 5:17).



 AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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EU AGRADEÇO OS IRMÃOS QUE TEM CONTRIBUIDO NESTA OBRA, DEUS RECOMPENSE À CADA UM DE VOCÊS!!!!



           ________  BIBLIOGRAFIA ______

Bíblia de Estudo Viva

Bíblia de Estudo King James Atualizada

Comentário Bíblico NT versículo por versículo, Russell N. Champlin - Ed. Hagnos

Comentário Bíblico 1 Coríntios, Hernandes Dias Lopes - Ed. Hagnos

Tetzner. Gerson Welmer; Nerbas. Paulo Moisés,. Os Desigrejados: Um Estudo Do Fenômeno E Da Influência Da Igreja No Aumento Do Número De Cristãos Sem Vínculo Institucional. Editora Concórdia.

Fonte: 22/07/2022 https://spurgeonline.com.br/artigos/os-desigrejados/

César Francisco Raymundo. Manual do Desigrejado; Como sobreviver fora das denominações religiosas. Revista Cristã Última Chamada


https://professordaebd.com.br/9-licao-3-tri-22-a-sutileza-do-movimento-dos-desigrejados/


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

LIÇÃO 8 - A SUTILEZA DO ENFRAQUECIMENTO DA IDENTIDADE PENTECOSTAL.

Profº Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 

            TEXTO ÁUREO

"E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem." (AT 2.4).


        VERDADE PRÁTICA

A doutrina do Batismo no Espírito Santo e o falar em línguas como sua evidência são um distintivo pentecostal mantido pela nossa igreja.


    LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: AT 2,1-4; 1CO 12.7-11


                    INTRODUÇÃO

O reavivamento e crescimento do Cristianismo ao redor do globo, especialmente nos países do Terceiro Mundo, é um testemunho poderoso de que os dons espirituais estão operando na promoção do Reino de Deus. O Movimento Pentecostal/Carismático cresceu de 16 milhões, em 1945, a 405 milhões, até 1990.1 As dez maiores igrejas no mundo pertencem a esse movimento. A exegese de todos os textos do Novo Testamento concernentes aos dons espirituais está além do escopo deste capítulo. Meu enfoque recairá nos principais ensinos de Paulo a respeito dos dons na Igreja e no viver diário do crente, sobre como se relacionam os dons e os frutos e a maneira de exercer os dons. O ensino bíblico sem a prática é decepcionante; a prática sem o ensino sólido é perigosa. Por outro lado, o estudo deve levar à prática, e a prática pode iluminar o estudo.


            I. O PENTECOSTE BÍBLICO

1. O Espírito prometido Vestimentas do Espírito

Gideão, em contraste com Débora, precisou ser encorajado repetidas vezes. Pertencia a uma família de pouca importância na tribo de Manasses. (A tribo de Efraim, embora descendesse do filho mais novo de José, assumiu a liderança e fez com que a tribo de Manasses se sentisse marginalizada e esquecida). Deus encorajou Gideão por meio de uma prova com um velo de lã e do sonho de um midianita, a fim de que ele assumisse a liderança e cresse que receberia a vitória. Obedeceu, inclusive, ao anjo que lhe apareceu e destruiu a idolatria na casa de seu pai. Esse ato de fé e de obediência não demorou a ser seguido por uma experiência muito rara com o Espírito Santo. Lemos: “O Espírito do Senhor revestiu a Gideão” (Jz 6.34). Nesta passagem, a palavra hebraica é bem diferente daquela que é traduzida por “veio sobre” em Juízes 3.10. “Revestiu a Gideão” significa “vestiu-se de Gideão”.

Muitos estudiosos bíblicos não alcançam o significado total desse fato. A interpretação mais comum de Juízes 6.34 é que o Espírito Santo revestiu Gideão. Keil não chega à altura, quando diz que o Espírito Santo “desceu sobre ele, e colocou-se ao seu redor como se fosse uma armadura, ou um equipamento forte, para Gideão tornar-se invencível e invulnerável no seu poder”. Semelhantemente, A.B. Davidson diz que subentende “o envolver completo de todas as faculdades humanas na dimensão divina”. Knight, embora ofereça a tradução correta do texto hebraico, interpreta-o no sentido de que Gideão “vestiuse do Espírito do Deus vivo! A ação poderosa que então realizou ao livrar Israel não era apenas sua própria ação; era também a ação salvífica de Deus”. O Targum judaico explica simplesmente que o Espírito da força do Senhor veio sobre Gideão. Alguns escritores modernos tratam do assunto como apenas mais uma manifestação repentina ou violenta do Espírito Santo, ao passo que outros (tais como Bertheau, Fuerst e Ewald) oferecem uma interpretação semelhante à de Keil. Uns poucos reconhecem, no entanto, que o hebraico somente pode significar que o Espírito Santo encheu Gideão. Ele não se revestiu do Espírito Santo, o Espírito Santo revestiu-se de Gideão. Para Gideão estar vestido do Espírito Santo, é mais provável que foi usada outra forma do verbo hebraico. Gideão era apenas a roupa, “o manto exterior do Espírito Santo que governa, fala e testifica nele”.

2. O Espírito derramado Três fatos nos chamam a atenção.

Primeiro, o derramamento do Espírito veio como um som (2.2). Não foi barulho, algazarra, falta de ordem, histeria, mas um som do céu. A palavra grega echos, usada aqui, é a mesma usada em Lucas 21.25 para descrever o estrondo do mar. O derramamento do Espírito foi um acontecimento audível, verificável, público, reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto atraiu grande multidão para ouvir a Palavra.

Segundo, o derramamento do Espírito veio como um vento (2.2). O vento é símbolo do Espírito Santo (Ez 37.9,14; Jo 3.8). O Espírito veio em forma de vento para mostrar sua soberania, liberdade e inescrutabilidade. Assim como o vento é livre, o Espírito sopra onde quer, da forma que quer, em quem quer. O Espírito sopra onde jamais sopraríamos e deixa de soprar onde gostaríamos que ele soprasse.

Como o vento, o Espírito é soberano; ele sopra irresistivelmente.

O chamado de Deus é irresistível, e sua graça é eficaz. O Espírito sopra no templo, na rua, no hospital, no campo, na cidade, nos ermos da terra e nos antros do pecado. Quando ele sopra, ninguém pode detê-lo. Os homens podem até medir a velocidade do vento, mas não podem mudar o seu curso. Como o vento, o Espírito também é misterioso; ninguém sabe donde vem nem para onde vai. Seu curso é livre e soberano. Deus não se submete à agenda dos homens nem se deixa domesticar.

Terceiro, o derramamento do Espírito veio em línguas como de fogo (2.3). O fogo também é símbolo do Espírito Santo. Deus se manifestou a Moisés na sarça em que o fogo ardia e não se consumia (Ex 3.2). Quando Salomão consagrou o templo ao Senhor, desceu fogo do céu (2Cr 7.1). No Carmelo, Elias orou, e fogo desceu (lR s 18.38,39). Deus é fogo. Sua Palavra é fogo. Ele faz dos seus ministros labaredas de fogo. Jesus batiza com fogo, e o Espírito desceu em línguas como de fogo. O fogo ilumina, purifica, aquece e alastra. Jesus veio para lançar fogo sobre a terra. Hoje, muitas vezes, a igreja está fria. Parece mais uma geladeira a conservar intacto seu religiosismo do que uma fogueira a inflamar corações. Muitos crentes parecem mais uma barra de gelo do que uma labareda de fogo. Certa feita alguém perguntou a Dwight Moody: “Como podemos experimentar um reavivamento na igreja?”. O grande avivalista respondeu: “Acenda uma fogueira no púlpito”. Quando gravetos secos pegam fogo, até lenha verde começa a arder.

John Wesley disse: “Ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.

Matthew Henry diz que o fogo foi dado como sinal de cumprimento da predição de João Batista relativa a Jesus: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11), ou seja, com o Espírito Santo, como fogo. Os discípulos estavam na Festa de Pentecostes celebrando o recebimento da lei no monte Sinai. A lei foi dada em fogo, por isso foi chamada “lei de fogo” como o evangelho é chamado “evangelho de fogo”. A missão de Ezequiel foi confirmada por uma visão de brasas de fogo ardente (Ez 1.13), e a de Isaías, por uma visão de brasa viva que lhe tocou os lábios (Is 6.6,7). O Espírito, como o fogo, derrete o coração, separa e queima a escória, e acende sentimentos santos e devotos na alma. É na alma, como o fogo que está sobre o altar, que são oferecidos os sacrifícios espirituais. Este é o fogo que Jesus veio lançar na terra (Lc 12.49).

Quarto, o derramamento do Espírito traz uma experiência pessoal de enchimento do Espírito Santo (2.4). Aqueles discípulos já eram salvos. Por três vezes Jesus havia deixado isso claro (Jo 13.10; 15.3; 17.12). De acordo com a teologia de Paulo, se eles já eram já salvos, já tinham o Espírito Santo, pois o apóstolo escreveu: […] Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele (Rm 8.9). Jesus disse: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino (Jo 3.5). Além de já terem o Espírito Santo, após sua ressurreição Jesus ainda soprou sobre eles o Espírito Santo, e disse: […] Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22). Mas a despeito de serem regenerados pelo Espírito e de receberem o sopro do Espírito, eles ainda não estavam cheios do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito Santo, outra é o Espírito Santo ter alguém. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio dele. Uma coisa é ter o Espírito presente, outra é tê-lo como presidente.

Você, que tem o Espírito, está cheio do Espírito?

A experiência da plenitude é pessoal (At 2.3,4). O Espírito desce sobre cada um individualmente. Cada um vive sua própria experiência. Ninguém precisa pedir, como as virgens néscias, azeite emprestado. Todos ficaram cheios do Espírito. Concordo com Matthew Henry quando diz: “Para mim está claro que não só os doze apóstolos, mas todos os 120 discípulos foram igualmente cheios do Espírito Santo nessa ocasião”. Logo que eles ficaram cheios do Espírito, começaram a falar as grandezas de Deus (2.11). Sempre que alguém ficou cheio do Espírito no livro de Atos começou a pregar (At 1.8; 2.4,11,14,41; 4.8,29-31; 6.5,8-10; 9.17-22). A plenitude do Espírito nos dá poder para pregar com autoridade. Certa feita, David Hume, o patrono dos agnósticos, foi visto correndo pelas ruas de Londres. Alguém o abordou: “Para onde você vai, com tanta pressa?” . O filósofo respondeu: “Vou ver George Whitefield pregar”. O questionador lhe perguntou, espantado: “Mas você não acredita no que ele prega, acredita?”. Hume respondeu: “Eu não acredito, mas ele acredita!”. Um crente cheio do Espírito prega a Palavra com poder e autoridade.

Matthew Henry diz que eles foram cheios com a graça do Espírito e ficaram, mais do que nunca, sob a sua influência santificadora. Agora, eles eram santos, espirituais, menos apegados a este mundo e mais familiarizados uns com os outros. Ficaram mais cheios do consolo do Espírito, alegraram-se mais no amor de Jesus e na esperança celestial, e, nisso, todas as suas aflições e medos foram absorvidos. Eles também foram, como prova disso, enchidos com os dons do Espírito Santo, que é o propósito específico do evento narrado neste texto.


            II. O DISTINTIVO PENTECOSTAL DE NOSSA IGREJA

1. A atualidade dos dons espirituais «…a respeito…» Provavelmente uma referência à inquirição feita pelos crentes de Corinto, em uma missiva dirigida a Paulo, como também se vê em I Cor. 7:1. Ou então essa expressão pode ser uma simples designação de modificação de assunto, em que se passaria para outro tema.

«…não quero que sejais ignorantes…» Essa fórmula paulina indica os assuntos que merecem nossa cautelosa atenção. (Ver I Cor. 10:1 e comparar com Rom. 1:13; 11:25; II Cor. 1:8; I Tes. 4:13). Porém, também pode estar subentendido que a despeito de todo o seu pretenso conhecimento, bem como da posse de tais dons, devido ao seu abuso, faltava-lhes o conhecimento essencial a respeito desses dons e de seu propósito. Aqueles coríntios vinham usando os dons espirituais para sua própria exaltação, como parte de suas facções e de sua adoração a «heróis», ao invés de fazerem-no para a glória de Cristo. Ora, isso era uma «ignorância» essencial sobre a questão da natureza e do uso dos dons espirituais.

«…irmãos…» Essa palavra é de vez em quando usada por Paulo para suavizar suas declarações ásperas, mostrando seu afeto, reconhecendo que estava identificado com eles, em Cristo, conforme tem sido frequentemente empregado em outros trechos desta epístola. (Ver I Cor. 1:11,26; 2:1; 3:1 e 10:1). Paulo também empregou a expressão «meus amados», em I Cor. 10:14. Mas, em I Cor. 11:1, volta ele a empregar a palavra «irmãos».

«…ignorantes…», isto é, acerca dos meios, dos usos e dos propósitos dos dons espirituais, especialmente em face do fato que servem para exaltar a Jesus Cristo e devem proceder da parte do Espírito Santo (ver o terceiro versículo deste capítulo), em contraste com sua anterior idolatria, que envolvia todas as modalidades de elementos prejudiciais (ver o segundo versículo). Os verdadeiros dons espirituais e seu devido emprego devem ser encarados como um sinal digno de confiança que os crentes de Corinto tinham abandonado sua adoração idólatra, pertencendo agora a um novo Senhor. Porém, os abusos por eles cometidos punham tudo isso em dúvida.

2. As línguas como evidênciaCharles Fox Pahram, um itinerante metodista convertido ao movimento Holiness e pregador de curas pela fé, é tido por muitos como o fundador do pentecostalismo. Ele influenciou o movimento com o pensamento único do falar em línguas como evidência do batismo no Espírito Santo. Mas, isso já havia sido ensinado na Grã-Bretanha. Cerca de 75 anos antes do avivamento da Rua Azusa, Edward Irving (1792-1834), teólogo presbiteriano escocês, que, segundo o Dicionário do Movimento Pentecostal, foi o precursor do movimento pentecostal, fundou em Londres a Igreja Apostólica Católica, que não sobreviveu tempo o suficiente para se juntar aos pentecostais do século 20.48 Um discípulo de Pahram, William J. Seymour, liderou o movimento da Rua Azusa a partir de 1906. Houve divergências entre os pioneiros do pentecostalismo clássico, cuja posição nunca foi monolítica. Vamos às Escrituras. O fenômeno, “falar em outras línguas”, aparece explicitamente três vezes associado diretamente a ação divina de batizar no Espírito Santo (At 2.4; 10.44-48; 19.1-7).

A narrativa de Atos 2.1-13 mostra que as línguas do Pentecostes são ininteligíveis, a glossolalia, que se distinguem das línguas humanas reais. Lucas emprega dois termos gregos para “línguas” na narrativa do dia de Pentecostes: glo¯ssa (vv. 3, 4, 11) e dialektos (vv. 6, 8). Glo¯ ssa significa “língua”, como fala, linguagem, “idioma” e também membro ou órgão físico da boca (Tg 3.5), que aparece metaforicamente no relato de Lucas: “E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (v. 3). Ao serem cheios do Espírito Santo, os discípulos e as discípulas “começaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (v. 4). A exegese das línguas permite os pentecostais clássicos interpretarem o falar em línguas como um dom do Espírito e de natureza ininteligível. A palavra “outras” em grego é heteros, assim: lalein heterais glo¯ ssais significa “falar em outras línguas”. Segundo o Dicionário Vine, o adjetivo heteros “expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro’ de tipo diferente”. Lucas está falando de uma língua que só pode ser compreendida por um milagre. O falar em línguas revela as grandezas de Deus: “todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (v. 11). E quando Cornélio com sua família e amigos foram batizados no Espírito Santo, o apóstolo Pedro e a sua comitiva: “os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46). Nessas línguas, glo¯ ssai, plural de glo¯ ssa, eles magnificam a Deus como em Pentecostes, eles falavam das grandezas de Deus. Mais adiante, o apóstolo Paulo revela que o dom de línguas é a linguagem do Espírito (1 Co 14.15). O termo grego para “línguas”, no derramamento do Espírito em Pentecostes, na casa de Cornélio e nos discípulos de Éfeso, é glo¯ ssa (At 10.46; 19.6).

O dialekto é a “linguagem” de um país ou região, “idioma, dialeto”. Fora da narrativa do Pentecostes, essa palavra aparece mais quatro vezes no Novo Testamento como idioma (At 1.19; 21.40; 22.2; 26.14). Quando esses peregrinos de Jerusalém se referem a sua língua materna, Lucas emprega o substantivo dialektos, “porque cada um os ouvia falar na sua própria língua” (v.6); “Então como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?” (v. 8). A manifestação das línguas nos discípulos era o dom de línguas, glossolalia, e os de fora ouviam em seu próprio idioma, em que cada um foi nascido. O milagre em Pentecostes foi duplo: os discípulos falaram línguas desconhecidas, a glo¯ ssa, e cada representante dessas 17 nações os ouvia cada um em sua própria língua, dialektos. Deus capacitou a cada um para que entendesse em sua própria língua, mas a língua que os discípulos falavam era ininteligível.

A xenolalia é outra coisa, é a habilidade de falar uma língua que o indivíduo não aprendeu. O termo vem do grego xenos, “estrangeiro, estranho”, e lalein, “falar”. Os pioneiros pentecostais da Rua Azusa pensavam que o dom de línguas fosse uma xenolalia, e por isso esperavam evangelizar rapidamente o mundo com esse recurso. Os precursores do avivamento da Rua Azusa, como A. B. Simpson e W. B. Godbey, entendiam o dom de línguas como uma xenoglossia missionária. Alguns pais da igreja chegaram a pensar dessa maneira, como Irineu de Lião em Contra as Heresias, no livro V.6.1, e também João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, em Homilia sobre 1 Coríntios 12.1, 2. Pahram defendeu essa ideia a vida inteira, mas a maioria dos pioneiros pentecostais da Rua Azusa abandonou rapidamente essa visão de “língua missionária”. Segundo Robert Menzies, as línguas podem servir como ferramenta evangelística, mas em casos muito especiais, e o único exemplo xenolálico é o próprio Pentecostes: “E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu” (At 2.5). Mas, segundo Max Turner, Lucas não deixa evidência de que “glo¯ ssais lalein geralmente servia a um propósito evangelístico”. Mas, isso não significa necessariamente que Deus não tenha operado esse milagre ao longo da História.


            III. MANTENDO A CHAMA PENTECOSTAL ACESA

1. Fidelidade às EscriturasLucas registra como viviam os novos convertidos.

Alistam-se quatro atividades das quais participavam. Geralmente, são consideradas como quatro coisas separadas, mas também é possível argumentar que são, na realidade, os quatro elementos que caracterizavam uma reunião cristã na igreja primitiva e, de modo geral, é este o ponto de vista preferível. Em primeiro lugar, havia a doutrina dada pelos apóstolos, que eram qualificados para esta tarefa por causa do seu convívio com Jesus. É possível que tenham sido considerados, num sentido especial, os guardiães das tradições acerca de Jesus, na medida em que a igreja crescia e se desenvolvia.2 5 Em segundo lugar, havia comunhão-, a palavra significa “coparticipação”, e, embora pudesse referir-se à distribuição dos bens conforme a descrição nos w. 4445, é mais provável que aqui se refira a uma refeição em comum ou a uma experiência religiosa da qual todos participavam. Em terceiro lugar, havia o partir do pão. Este é o termo que Lucas emprega para aquilo que Paulo chama de “Ceia do Senhor”. Refere-se ao ato que dava início a uma refeição judaica, e que passara a ter um significado especial para os cristãos, tendo em vista a ação de Jesus na Última Ceia, e também quando alimentou as multidões (Lc 9:16; 22:19; 24:30; At 20:7, 11).

Alguns alegam que o que há em mira aqui não passa de mera refeição de convívio, talvez uma continuação das refeições feitas com o Senhor ressurreto, sem qualquer relação específica à Última Ceia ou à forma paulina da Ceia do Senhor, que celebrava a Sua morte; é muito mais provável, no entanto, que Lucas aqui está empregando um nome antigo palestiniano para a Ceia do Senhor no sentido rigoroso. Finalmente, mencionam se as orações. Caso não se trate de uma referência a parte de uma reunião cristã, então trata-se da maneira dos cristãos observarem as horas de oração marcadas pelos judeus (3:1).

Estes são os quatro elementos essenciais na prática religiosa da igreja cristã. 

2. Exercício dos dons espirituaisDevemos, no entanto, evitar a ideia de que, em nossa vida cristã, nosso objetivo principal seja o nosso aperfeiçoamento. A verdade é que conseguimos mais crescimento, enquanto servimos. O santo (dedicado, consagrado) não é o que passa todo o seu tempo no estudo, na oração e nas devoções, por mais importante que isso seja. Os vasos no tabernáculo não podiam ser usados para outros fins, mas não foi a separação do uso comum que os tornou santos. Não eram santos até serem usados no serviço de Deus. Logo, o santo é aquele que não somente é separado do mal, mas também separado para Deus, santificado e ungido para o uso do Mestre. Isto era simbolizado, no Antigo Testamento, pelo fato de que o sangue era aplicado primeiro, e depois, o óleo sobre o sangue. A purificação, portanto, era seguida por uma unção simbólica que representava a obra do Espírito na preparação para o serviço. De modo que nós também somos ungidos, assim como o foram os profetas, os reis, e os sacerdotes da antiguidade (2 Coríntios 1.21; 1 João 2.20). Os meios e o poder para o serviço provêm através dos dons espirituais. Mas é necessário fazer distinção entre os dons e o dom do Espírito. O batismo com o Espírito Santo era necessário antes de os primeiros discípulos saírem de Jerusalém ou até mesmo cumprirem a Grande Comissão. Precisavam de poder, e o próprio nome do Espírito Santo tem ligação com força. Ele se manifesta como o Dom e o Poder. Ele mesmo é as primícias da grande colheita, e veio para iniciar a tarefa que trará alguns de cada raça, língua, povo e nação para estar junto do trono (Apocalipse 5.9). O mesmo batismo foi experimentado por outros, em pelo menos quatro ocasiões, registradas em Atos, conforme já vimos, bem como por alguns, posteriormente, de conformidade com Tito 3.5.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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EU AGRADEÇO OS IRMÃOS QUE TEM CONTRIBUIDO NESTA OBRA, DEUS RECOMPENSE À CADA UM DE VOCÊS!!!!1



                                BIBLIOGRAFIA

Bíblia de estudo Viva

Bíblia Almeida século 21

Livro Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Stanley M. Horton - Editora CPAD. 

Livro O que a Bíblia Diz Sobre o ESPÍRITO SANTO. Stanley M. Horton - Editora CPAD.

Comentário bíblico Atos dos Apóstolos, Hernandes Dias lopes - editora Hagnos.

Comentário bíblico O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Russell N. champlin - Editora Hagnos.

Livro O verdadeiro Pentecostalismo. A atualidade da doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo. Esequias Soares - Editora CPAD

Comentário livro de Atos. Howard Marshall - Editora Mundo Cristão.

Livro O que a Bíblia Diz Sobre o ESPÍRITO SANTO. Stanley M. Horton - Editora CPAD

https://professordaebd.com.br/8-licao-3-tri-22-a-sutileza-do-enfraquecimento-da-identidade-pentecostal/