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quinta-feira, 24 de março de 2022

LIÇÃO 01 - O SERMÃO DO MONTE: O CARÁTER DO REINO DE DEUS

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - MT 5.1-12 ( Explicação da leitura bíblica - Mateus William Barclay, PÁG.96-121)
V.3 - "Bem-aventurados os pobres de espírito." Há duas formas de entender o significado da palavra "pobres". Tal como nós as temos, as bem-aventuranças estão, originalmente, no idioma grego, e a palavra que se utiliza para dizer "pobres" é ptojói. Em grego há duas palavras que designam a pobreza. Uma delas é penés. Penem é o homem que tem que trabalhar para ganhá-la vida, aquele que se serve a si mesmo atendendo suas necessidades com suas próprias mãos (autodiákonos). Penés é o homem de trabalho, o operário, que não tem nada que o sobre, o homem que não é rico mas que tampouco sofre miséria. Mas, como já o vimos, na bem-aventurança não se usa a palavra penem, a não ser ptojós, que descreve a pobreza absoluta e total de que está fundo na miséria. Está relacionada com a raiz ptoséin que significa agachar-se ou encolher o corpo; descreve, portanto, a pobreza do que não pode levar a frente em alto e pede, ajoelhado, encolhido, que lhe ofereça uma esmola para aliviar sua situação. Como dissemos, penés descreve ao homem que não tem nada supérfluo; ptojós, em troca, descreve o homem que não tem nada. Tudo isto faz que a bem-aventurança seja até mais difícil de entender. O homem que não tem nada, diz-nos, que sofre a mais abjeta miséria, é um bem-aventurado. Bem-aventurado o homem que está na pobreza mais absoluta. Em hebreu as palavras que significam pobre são 'ani e ebion. Estas duas palavras sofreram, na evolução do idioma hebreu, uma quádrupla mutação de significado. (1) A princípio significavam simplesmente pobre, e portanto, sem poder, ou prestígio, e influência. (2) Portanto, porque se sofria de pobreza, carecia-se de influência, poder. ou prestígio. (3) Em terceiro lugar significaram carecer de poder, ou influência, e portanto, oprimido, explorado ou avassalado pelos capitalistas. (4) Por último deveram significar ao homem que, por não possuir nenhum recurso terrestre, coloca toda sua esperança e confiança em Deus. De maneira que em hebreu a palavra "pobre" designava ao homem humilde que põe toda sua confiança em Deus. É com este sentido que o salmista usa a palavra quando escreve: "Este pobre clamou, e lhe ouviu Jeová, e o livrou de todas suas angústias" (Salmo 34:6). Nos Salmos o que é pobre neste sentido recebe a misericórdia e o amor de Deus, "Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente" (Salmo 9:18). Deus liberta os pobres (Salmo 35:10). "Em tua bondade, ó Deus, fizeste provisão para os necessitados" (Salmo 68:10). "Salvará os filhos do necessitado, e esmagará ao opressor". (Salmo 72:4). "Levanta da miséria ao pobre, e faz multiplicar as famílias como rebanhos de ovelhas" (Salmo 107:41).Não devemos pensar que esta bem-aventurança é um elogio da pobreza material. A pobreza não é boa. Jesus nunca teria qualificado de "bem-aventurada" a condição de quem vive em vilas miseráveis ou tugúrios e não têm o suficiente para comer e são acossados constantemente pelas enfermidades, porque tudo está contra eles. O evangelho cristão tem como um de seus objetivos a eliminação desta classe de pobreza. A pobreza bem-aventurada é a do "pobre em espírito", a do espírito que reconhece sua própria falta de recursos para fazer frente às exigências da vida e encontra a ajuda e a fortaleza que necessita em Deus. De maneira que a primeira bem-aventurança significa: “Quão feliz é o homem que se deu conta de sua total destituição e pôs toda sua confiança em Deus, porque somente deste modo pode oferecer a Deus essa perfeita que o converterá em cidadão do Reino dos céus!”
V.04 - A primeira coisa que deve destacar-se ao estudar esta bem-aventurança é que a palavra grega que significa "chorar" é o termo mais forte que pode encontrar-se nesse idioma para denotar dor ou sofrimento. Usa-se para falar de quem chora a morte de um ser querido, para designar o lamento apaixonado de que amou a alguém que já não vive. Na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, é a palavra que designa a lamentação de Jacó quando acreditou que José, seu filho, tinha morrido (Gênesis 37:34). Define-se como essa classe de dor que se apodera de um homem ao ponto em que este não pode escondê-lo ou contê-lo. Não se trata somente da dor que nos faz doer o coração, é a dor que faz subir até nossos olhos lágrimas incontidas.Há três maneiras de entender esta bem-aventurança: (1) Pode interpretar-lhe literalmente: Feliz é o homem que suportou a mais amarga tristeza que a vida pode trazer! Os árabes têm um provérbio que diz: "Se o sol sempre brilhar, teremos um deserto." A terra onde o sol sempre brilha depois de pouco tempo se converte em uma zona árida onde não cresce nenhum fruto. (2) Algumas pessoas interpretaram esta bem-aventurança com este significado: Bem-aventurados os que se sentem desesperadamente entristecidos por toda a dor e sofrimento que há no mundo. Quando estudávamos a primeira bem-aventurança vimos que sempre convém conceder pouca importância às coisas, mas nunca é bom conceder pouca importância aos seres humanos. Este mundo seria um lugar muito menos habitável se não houvesse tantos que estiveram profundamente preocupados com as tristezas e os sofrimentos de outros. (3) Sem lugar a dúvida as duas interpretações anteriores formam parte desta bem-aventurança, mas a principal idéia, a idéia central de seu conteúdo é indubitavelmente a seguinte: Bem-aventurado o homem que está desesperadamente triste por seu próprio pecado e indignidade. Como vimos, a primeira palavra da mensagem de Jesus era "Arrependei-vos". Ninguém pode arrepender-se a menos que esteja triste por seus pecados. A experiência que verdadeiramente transforma o homem é aquele momento em sua vida quando se encontra face a face com seu próprio pecado e se dá conta do que o pecado pode fazer nele. Um jovem ou uma jovem podem viver a vida sem preocupar-se com os efeitos ou conseqüências do que estão fazendo; mas chega o dia quando algo muito grave acontece e percebem pela primeira vez o gesto de dor no rosto de seu pai ou de sua mãe; e então, repentinamente, dão-se conta da magnitude de seu pecado. Isso é o que a cruz faz por nós. O verdadeiro significado da segunda bem-aventurança é: Quão feliz é o homem cujo coração sofre pelo sofrimento do mundo e por seu próprio pecado, porque é a partir deste sofrimento que encontrará a alegria de Deus!
V.05- Mas em grego a palavra praus (equivalente a "manso") era um dos termos mais elevados do vocabulário ético. Aristóteles fala extensamente sobre a virtude da mansidão (praotés). Uma das características metodológicas de Aristóteles, em sua ética, era definir cada virtude como o meio termo entre dois extremos. Por um lado estava o extremo por defeito e pelo outro o extremo por excesso. Em metade de caminho entre ambos se localizava a virtude, justamente o meio. Para dar um exemplo, em um extremo está o esbanjador, no outro o avarento, no meio está o homem generoso. Aristóteles define a mansidão como o justo meio entre a ira excessiva e a falta absoluta de ira, ou passividade. A mansidão é o meio termo entre o excesso de ira e a muito pouca ira. Portanto, a primeira tradução possível desta bem-aventurança é: Bem-aventurado o homem que sabe zangar-se na hora certa, e que nunca se zanga quando não é o caso. Mas a palavra praus tinha outro significado corrente em grego. Era o termo que se usava, como em português, para designar o animal domesticado, que tinha sido educado para que obedecesse a voz de seu dono, que respondeu às indicações das rédeas. É a palavra que corresponde ao animal que aprendeu a aceitar o controle do homem. Portanto a segunda tradução possível desta bem-aventurança é: Bem-aventurado o homem cujos instintos, paixões e impulsos estão sob controle; bem-aventurado o homem que aprendeu a dominar-se.Mas ainda há uma terceira via de acesso a esta bem-aventurança. Os gregos sempre contrastavam a mansidão com o orgulho. A mansidão é uma autêntica humildade que descarta por completo o orgulho. Sem humildade não pode aprender-se nada, porque o primeiro passo para a aprendizagem é a humildade em reconhecer nossa ignorância. Quintiliano, o grande mestre de oratória romano, disse a respeito de alguns eruditos, que "sem lugar a dúvida seriam excelentes meus alunos, se não estivessem tão convencidos de tudo o que sabem."Ninguém pode ensinar ao que pensa que sabe tudo. Sem humildade não pode haver amor, porque o princípio do verdadeiro amor é o sentimento de indignidade.Esta humildade, ou mansidão, diz Jesus, herdará a Terra. É um fato demonstrado pela história que os que podem exercer o controle de si mesmos, os que aprenderam a disciplinar seus instintos, paixões e impulsos, são aqueles que possuíam verdadeira grandeza. O livro de Números diz a respeito do Moisés, maior o líder e legislador que a história já viu: "e aquele varão Moisés era muito manso, mais que todos os homens que havia sobre a terra" (Números 12:3). Moisés não possuía um caráter submisso, não era servil, podia chegar a manifestar de maneira tremenda sua ira, mas exercia controle sobre esta paixão, e a manifestava só quando era o momento apropriado. O autor de Provérbios diz: "Melhor é o que demora para irar-se que o forte; e o que se domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Prov. 16:32).
V.06- A verdade é que muito poucos, entre nós, dadas as condições modernas de vida, sabem o que significa ter fome ou sede. No mundo antigo era muito diferente. O salário de um operário, naquela época, era o equivalente a 8 centavos de dólar, e ainda considerando o maior valor aquisitivo do dinheiro naquela época, não havia muito que se pudesse fazer com essa soma. Na Palestina se comia carne somente uma vez por semana, e o operário estava permanentemente por um fio bordo da inanição ou seja da verdadeira fome, que pode chegar a ocasionar a morte. Muito mais grave era o problema da bebida. Na antiguidade a maioria das pessoas não dispunha de água corrente em suas casas. Quem saía de viagem podia a qualquer momento ser surpreendido por uma tormenta de ar quente. Não havia nada que pudesse fazer, exceto envolver a cabeça em seu turbante, dar as costas ao vento e esperar que passasse a tormenta, enquanto a areia entrava pelo nariz e a boca ao ponto em que só podia respirar e crescia nele uma imperiosa sede que não podia satisfazer. Nas condições da vida moderna, no mundo ocidental, não há paralelos que possam servir como comparação de situações como estas. Portanto a tradução correta desta parte da bem-aventurança seria: Bem-aventurados os que têm fome e sede de toda a justiça, da justiça total, da justiça absoluta. Isto é algo que em geral muito poucos experimentam. Contentam-se em ter alcançado um pouco de justiça. Alguém pode ser um homem bom no sentido que por mais que alguém o proponha e procure nele, não pode atribuir-lhe mal algum. Sua honestidade, sua moralidade, sua respeitabilidade estão além de qualquer questionamento; mas, ao mesmo tempo, ninguém pode ir a esse homem com tristeza e chorar sobre seu peito, porque imediatamente se retrairia. Pode haver justiça acompanhada de dureza, de um espírito de censura, de falta de simpatia. Esta justiça não é autêntica bondade moral, é uma justiça parcial. Por outro lado, possivelmente haja outro homem, suscetível a muitas formas de pecado; possivelmente beba, diga más palavras, jogue por dinheiro e perca as estribeiras co muita freqüência; e entretanto quando alguém junto a ele passa por um momento difícil, é capaz de lhe dar até o último centavo que tem em seu bolso, e de tirar o casaco para abrigá-lo. Mas esta também é uma justiça parcial. O que esta bem-aventurança afirma é que não basta satisfazer-se com uma justiça parcial. É bem-aventurado aquele que tem fome e sede de uma justiça total. Não basta a conduta moral impecável sem compaixão, nem a mais apaixonada solidariedade humana sem uma vida reta. De maneira que a tradução da quarta bem-aventurança, seria como segue: Quão feliz é o homem que deseja a justiça total do mesmo modo como o que tem fome deseja o alimento, ou o que morre de sede deseja a bebida, porque este receberá a satisfação de seu desejo!
V.08- Estamos perante a bem-aventurança que exige de todo o que a lê parar, pensar e auto-examinar-se. A palavra do idioma grego que significa puro é kázaros, e possuía vários significados e usos diversos, cada um dos quais adiciona um matiz à concepção da bem-aventurança que envolve a pureza na vida cristã. (1) Em seu sentido original, significava simplesmente limpo, e podia usar-se, por exemplo, em relação à roupa suja depois de ter sido lavada. (2) Era usada normalmente para designar o trigo que foi separado da palha. Com o mesmo significado, prega-se de um exército do qual se eliminaram todos os soldados descontentes, covardes, mal dispostos e pouco eficazes em sua missão, e que portanto constitui uma força militar integrada somente por combatentes de primeira qualidade. (3) Aparecia freqüentemente em companhia de outro adjetivo grego – akératos. Esta palavra pode ser empregada, por exemplo, para designar o vinho ou o leite que não foram adulterados mediante a adição de água, ou o metal puro, sem mescla de liga alguma. O significado de kázaros, portanto, é sem mescla, não adulterado, sem liga. É por isso que a bem-aventurança envolve uma exigência tão formidável. Poderia traduzir-se da seguinte maneira: Bem-aventurado é o homem cujas motivações são sempre integras e sem mescla de mal algum, porque este é o homem que verá a Deus. É muito raro que realizemos até nossas melhores ações a partir de uma motivação absolutamente pura. Se ofertarmos com generosidade e desinteresse a favor de alguma boa causa, é possível que no fundo de nosso coração estejamos sentido o prazer de nos sentir bem sob a luz de nossa própria aprovação, ao mesmo tempo que desfrutamos do prestígio e a gratidão a que nos conduz nossa "generosidade". Se fizermos algo belo, que exige algum sacrifício de nossa parte, é possível que não estejamos totalmente livres do sentimento de querer que outros homens vejam em nós algo de heróico ou que nos considerem como mártires. Até o ministro do Deus mais sincero não está totalmente livre do perigo de sentir-se satisfeito consigo mesmo ao ter pregado um bom sermão. Não foi João Bunyan quem ao dele se aproximar alguém um dia para lhe dizer que tinha pregado um bom sermão replicou: "O diabo já me disse isso, enquanto descia do púlpito"? Esta bem-aventurança nos exige a mais meticulosa vigilância e auto-exame. Que atitude guia nossas ações: a vontade de servir a outros, ou o desejo de receber uma retribuição? Oferecemos nossos serviços desinteressadamente, ou porque procuramos a melhor maneira de nos exibir? Trabalhamos na Igreja por amor a Cristo ou para manter nosso prestígio? Nossa fidelidade na assistência ao culto dominical, parte do desejo de ir ao encontro de Deus, ou é simplesmente o cumprimento de um costume ou a forma de obter a mais convencional das respeitabilidades? Até nossas orações e nossas leituras da Bíblia, são o resultado de um desejo sincero de andar em companhia de Deus, ou no fundo o que nos move é o prazer de nos sentir melhores que outros, que não manifestem tais demonstrações de piedade? É nossa religião algo no qual somos conscientes nada menos que da necessidade de ter a Deus em nosso coração, ou algo que nos permite pensar placidamente em nossa própria piedade? Levemos duas pessoas a um museu cheio de quadros antigos. Quem não tiver a formação necessária não será capaz de distinguir a obra autêntica da imitação fraudulenta, enquanto que o crítico de arte poderá distinguir entre muitas telas de menor importância artística aquela que, sendo obra de algum grande mestre, vale uma soma enorme. Há pessoas de mente suja que em qualquer situação vêem a oportunidade para debulhar uma anedota picante ou uma brincadeira suja. Em qualquer esfera da vida vemos somente aquilo que somos capazes de ver. É neste sentido que Jesus afirma que somente os limpos de coração verão a deus. É muito importante recordar, como advertência, que se mediante a graça de Deus conservamos limpos os nossos corações, ou mediante o pecado os enchemos de sujeira, estamos determinando nossa futura capacidade ou incapacidade para ver a Deus. Esta sexta bem-aventurança, portanto, poderia ler-se: Quão feliz é o homem cujas motivações são absolutamente puras, porque este homem algum dia será capaz de ver a Deus!
V.09- Tem-se buscado o significado desta bem-aventurança segundo três possíveis linhas de interpretação. (1) Alguns sugeriram que, sendo "paz" tudo aquilo que contribui ao bem-estar humano, "pacificador" é o homem que busca, de todas as maneiras possíveis, fazer com que o mundo seja um lugar onde todos os homens possam ser felizes. Abraão Lincoln disse em certa oportunidade: "Quando eu morrer gostaria que os homens dissessem de mim que ali onde vi uma erva má, arranquei-a, e plantei em seu lugar uma flor, se crer que uma flor poderia crescer nesse lugar." Esta, em tal caso, seria a bem-aventurança de todos os que têm feito algo, por pequeno que seja, a favor da condição humana. (2) A maioria dos primeiros eruditos da Igreja interpretavam esta bem-aventurança em um sentido puramente espiritual, e sustentavam que seu significado era: Bem-aventurado o homem que faz a paz em seu próprio coração e em sua alma. Em todos nós há um conflito interior entre o bem e o mal; sempre nos sentimos arrastados em duas direções opostas; cada ser humano é, pelo menos em certa medida, uma guerra civil ambulante. Verdadeiramente feliz é o homem que conquistou a paz interior, no qual terminou a luta interior e entregou todo o seu coração a Deus. (3) Mas há outro significado da palavra paz, ao qual os rabinos judeus davam ênfase e que, quase com certeza, é o que Jesus tinha em mente ao pronunciar a bem-aventurança, Os rabinos do judaísmo sustentavam que a tarefa mais elevada que qualquer homem podia realizar era o estabelecimento de relações justas entre seus semelhantes. Isto é o que Jesus quis dizer. Há pessoas que sempre são o centro de conflitos, tormentas e lutas. Em qualquer lugar que apareçam, serão vistos implicados em disputas, ou sendo a causa de lutas com outros. São briguentos. Há pessoas, deste tipo quase em toda sociedade e em toda igreja, e pode afirmar-se sem vacilação que servem ao diabo. Por outro lado, graças a Deus, há pessoas em cuja presença a inimizade não pode prosperar, que salvam os abismos, fecham as brechas e adoçam a amargura. Estes fazem a vontade de Deus, pois o plano divino consiste em estabelecer a paz entre o homem e Deus e entre o homem e seu semelhante. O homem que divide os homens é um agente do diabo; o homem que os une está fazendo a obra de Deus.De modo que esta bem-aventurança poderia ler-se: Quão feliz é aquele que cria relações justas e sadias entre os homens, porque sua ação é obra de Deus!
INTRODUÇÃO
As bem -aventuranças são promessas feitas aos discípulos fiéis do reino dos céus. Apeaar de Jesu s ter proferido essas palavras originalmente a Israel, não há que duvidar que ele queria que se aplicassem plenam ente ao Novo Israel, a igreja. O evangelho de Mateus foi escrito quando a era cristã jé tinha cinqüenta anos, e não tem sentido supor que não tencionava ser um documento inteiramente cristão » . Os discipulos de Cristo devem aprender a apegar-se a ele, aconfiar nele e em suas palavras explicitamente. Não pode haver reservas na dedicação a ele e às suas palavras. As bem -aventuranças—m ostram como seremos abençoados se fizermos disso a regra de nossas vidas. Os crentes seriam oprimidos pelo m undo (talvez um reflexo da perseguição deDomiciano, que a ig T e ja — sofria quando este evangelho foi escrito; ver a secção II da introdução, sobre a Data do livro). Mas os oprimidos haverá o de obter eventualmen te avitória. emboranunca sem uma clara lealdade ao seu Senhor. «.. .as bem-aventuranças mostram que para Jesus, a retidão é mais do que a súmula de seus mandamentos; é uma total atitude de mente, uma forma particular de caráter. Aqueles que são louvados no evangelho são homens e mulheres humildes, amorosos, confiantes, fiéis e corajosos Ainda não são perfeios, m as são convertidos. Seus interesses e desejos se voltam na direção do reino de Deus. Mateus aparentementeenumera nove bem -aventuranças. embora a oitava e a nona possam constituir uma só; e se for removido o vs. 5. teremos apenas sete. Lucas 6:20-23 contém quatro bem -aventuranças. todas as quais têm paralelos aqui. ( comentario bíblico Champlin NT, pág. 303).
I. A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE

1. Porque Sermão do Monte?

Subiu ao monte*. Provavelmente o autor tinha em mente alguma região particular, alguma localidade montanhosa ou algum monte em particular, algum lugar que Jesus freqüentava e onde ensinava ao povo, provavelmente tendo-a feito por muitas vezes. Há muitas idéias quanto a identificação desse monte. e é verdade que o grego diz aqui -o monte- (traduzido em RASVIBAA; ver explicação das traduções usadas como propótito de confronto, no comentário, nove em inglês e cinco em português, na introdução na lista de abreviações e assim , é bem possível que o autor visasse algum lugar realmente existente. Porém, hoje é impossível identificar tal . Talvez fosse alguma colina ou área montanhosa próxima de Cafarnaum, talvez perto da atual Saphel, posto que essa área caberia facilmente dentro dessa descrição. Alguns intérpretes crêem que nada de m ais específico está em vista anulo ser alguma zona de colinas, em contraste com as planicias que caracterizavam a região. Não obstante, esse é o Sinal do Novo Testamento, e esse -monte- figura com proeminencia entre outras importantes experiências em -montes», nas Escrituras, tais como o monte Sinai, no AT . , onde foi entregue a tábua da le i ( Ê x . 19). ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT PÁG. 302)
2. A EESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE
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Os primeiros 16 versículos de Mateus 5 descrevem o cristão verdadeiro e tratam do caráter. O resto do Sermão do Monte fala da conduta que brota do caráter. O caráter sempre antecede a conduta, porque o que somos determina como agimos. Em Mateus 5.1-16, Jesus mostra que a justiça verdadeira é interior e, em 5.17-48, menciona que o pecado também é interior. Por isso, ele expõe a falsa justiça dos Fariseus que ensina que a santidade consiste em atos de devoção, e que o pecado é o ato de devoção, e que o pecado é o ato exterior. Muitas pessoas cometem esse erro hoje! Para decidir o destino da vida, Deus considera o coração dos homens. ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT)
3. A QUEM SE DESTINA O SERMÃO DO MONTE?

Com o Mestre exemplar que foi, Jesus não com eça este sermão tão importante com uma crítica negativa aos escribas e fariseus. Antes, inicia seu discurso com uma ênfase positiva sobre o caráter idôneo e as bênçãos que dele decorrem para o cristão. O s fariseus ensinavam que a justiça era algo exterior, uma questão de obedecer a determinadas regras e preceitos. Poderia ser medida por orações, ofertas, jejuns etc. Jesus, nas bem-aventuranças e nas descrições do indivíduo temente a Deus, apresenta um caráter cristão que flui do ser interior. Podemos imaginar com o a atenção da multidão se aguçou quando jesus proferiu as primeiras palavras: "bem-aventurados" (em latim, beatus, de onde vem o termo beatítude). Essa palavra tinha significado muito forte para os que ouviam Jesus naquele dia, pois expressava a idéia de "alegria divina e perfeita". Não era um termo usado para os seres humanos, pois descrevia o tipo de alegria experimentado apenas por deuses ou por mortos. Essa "bem-aventu rança" sugeria satisfação e suficiência interiores que não dependiam das circunstâncias externas para ter alegria. É isso que o Senhor oferece aos que confiam nele! ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT PÁG. 305).
II. AS BEMAVENTURANÇAS E O CARÁTER DOS FILHOS DE DEUS
1. O que são as bem-aventuranças?
As bem-aventuranças não são simples afirmações, são exclamações enfáticas: "Que feliz é o pobre de espírito...!" Isto é muito importante, porque significa que as bem-aventuranças não são piedosas exclamações de esperança no que poderia chegar a ser; não são profecias brilhantes com um halo de glória futura em algum céu distante; são exclamações de alegria por algo que já é, que já existe. São felicitações. A bem-aventurança que recebe o cristão não é uma bem-aventurança posposta para um estado futuro de glória celestial, a não ser algo que já existe aqui e agora. Não é algo que o cristão receberá, mas algo que já recebeu. Certamente obterá a plenitude de cada dom quando puder gozá-lo na presença plena de Deus, mas enquanto isso cada dom é algo que já, aqui e agora, pode-se desfrutar. As bem-aventuranças, com efeito, dizem: "Que felicidade é ser cristão! Que alegria seguir a Cristo! Que alegria conhecer a Jesus como Mestre, Salvador e Senhor!" A forma mesma das bem-aventuranças nos indicam que são exclamações de gozosa surpresa e radiante felicidade pela realidade da vida cristã. Em face das bem-aventuranças se faz impossível toda interpretação do cristianismo como uma religião triste e carente de entusiasmo contente. A palavra "bem-aventurados", que se usa em cada uma das bem-aventuranças, merece uma atenção muito especial. Em grego é a palavra makários, que em geral se usa para descrever aos deuses. Na fé cristã há um prazer e alegria que são divinos. O significado de makários poderá entender-se melhor a partir de um de seus usos comuns na literatura daquela época. Os gregos sempre chamaram a ilha de Chipre "jemakária" (a ilha feliz) porque acreditavam que era uma terra tão bela, tão rica, tão fértil que ninguém precisava transpor suas linhas costeiras para viver uma vida feliz, posto que nela havia todo o necessário para uma existência perfeita. Tinha tal clima, tais flores, frutos e árvores, tais minerais, tais recursos naturais, que continha em si tudo o que era necessário para uma felicidade perfeita. Makários então descreve uma alegria auto-suficiente, que possui em si mesmo o segredo de sua própria irradiação, essa alegria sereno, intocável e autônomo que não é afetado pelas diferentes circunstâncias da vida. A felicidade humana depende das ocasiões e circunstâncias cambiantes da existência, algo que a vida pode dar ou pode tirar. A bem-aventurança cristã está livre de qualquer risco ou ardil. Nada pode tocá-la ou atacá-la. "Ninguém vos tirará vossa alegria", disse Jesus (João 16:22). As bem-aventuranças nos falam dessa alegria que sai a nosso encontro até no meio da dor, aquela alegria que não podem manchar nem o sofrimento, nem a tristeza, nem o desamparo, nem a perda de algo ou alguém que queremos muito. É a alegria que brilha através das lágrimas e que nada, nem na vida nem na morte, pode arrebatar. ( COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, WILLIAM BARCLAY, PÁG. 96-97).

AUTOR: >Presbítero e Professor José Egberto S. Junio, casado com minha querida esposa Laura, onde temos um lindo casal de filhos ( Wesley e Rafaella), sou formado em Teologia pelo IBAD, congrego na Ass. de Deus. Min. Belém setor 13.

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BIBLIOGRAFIA
Bíblia de estudo Viva
Bíblia Almeida século 21
Comentário bíblico Penrecostal NT
Comentário bíblico William Barclay
Comentário expositivo Hagnos, Mateus
Comentário de Champlin NT, Vol.1