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sábado, 25 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 10 - O AVIVAMENTO NA VIDA PESSOAL.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA  VISTA II.



                TEXTO ÁUREO

"Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão. Assim, eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos." (SL 63. 3,4)


            VERDADE PRÁTICA

A presença do Espírito Santo é uma realidade em todos os dias da vida de um crente avivado.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Salmos 63. 1-8

 

                    INTRODUÇÃO

No Pentecostes em Atos 2, cada apóstolo experimentou o avivamento espiritual de forma impactante, com evidências inegáveis de que eles passaram por uma transformação nas suas vidas, no seu comportamento e no seu relacionamento com Deus. As línguas e outros sinais naquele momento evidenciaram que um fenômeno novo estava acontecendo. Depois, apenas as línguas estranhas para os que falavam continuaram como evidência externa do batismo no Espírito Santo, só que o mais importante como consequência do Pentecostes foram os dons espirituais, conforme registrado em 1 Coríntios 12. Numa igreja cristã, torna-se necessário que os crentes sejam avivados espiritualmente. Não pode haver igreja cheia da presença de Deus se os seus membros não tiverem o avivamento espiritual nas suas vidas. Esse avivamento manifesta-se não apenas no interior dos templos, mas também em todos os lugares, no testemunho de vida que cada um demonstra no seu dia a dia, principalmente fora dos templos: na família, no casamento, no trabalho, na rua, no comércio, nas escolas; enfim, em toda a parte, principalmente na proclamação do evangelho. Um crente avivado espiritualmente não se conforma em ficar parado, inerte, indiferente ou alheio diante da realidade espiritual e moral à sua volta e do mundo em que vivemos. O apóstolo João, por volta do ano 90 d.C., já tinha plena convicção de que “o mundo”, ou seja, a humanidade, está dominada pelo Maligno. Na sua primeira carta, ele escreveu: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). O cristão avivado espiritualmente não ignora essa realidade espiritual, na qual, pelo domínio do Maligno, a maioria das pessoas caminha para a perdição eterna. Tocado pelo Espírito Santo que está nele, procura proclamar o evangelho, que não é teoria ou filosofia humana. Ele entende, como Paulo, a natureza do evangelho: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). O crente avivado espiritualmente ante a necessidade espiritual do mundo sente-se como Eliú diante de Jó, o patriarca, e os seus três amigos importunos, quando disse: “Porque estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange” (Jó 32.18). Eliú sentiu-se inquieto e constrangido diante da falta de amor e de compreensão dos amigos de Jó. Imaginem um crente fiel, cheio do Espírito Santo, como se sente constrangido a falar de Jesus para os que estão nas trevas espirituais, condenados pela incredulidade que os impede de ver Jesus como Salvador das suas almas. Meditemos nesse tema do avivamento na vida de alguns homens de Deus. 


            I.    O AVIVAMENTO NA VIDA DO SALMISTA

1.   Uma busca sincera  -    Ó Deus, tu és o meu Deus forte. Elohim (o Poder) era o Deus do poeta sagrado. A crença em Seu poder e em Sua graça levou o salmista a buscar desde cedo a Deus, provavelmente uma referência superficial às orações matinais e aos sacrifícios efetuados no templo a cada dia, mas dando a entender principalmente a ânsia do salmista por entrar em contato com o Senhor. Por isso mesmo, o poeta estava sempre preparado, cedo ou tarde, para buscar espiritualmente a Deus. Outrossim, ele tinha uma alma sedenta por Deus, que nunca lhe permitia fatigar-se.     Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. (Salmo 42.1).        A sede é um apetite insistente que continua a informar-nos sobre nossa necessidade de água, sem a qual não sobreviveríamos. Assim sendo, em um sentido real. Nenhum homem pode sobreviver sem Deus. Ver no Dicionário o artigo chamado Sede.      Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. (Mateus 5.6).    O homem que foi o autor deste salmo era, definitivamente, um místico ou quase místico. Ele não tinha uma atitude legalista, mas buscava a presença de Deus. Cf. o vs. 8, bem como um poeta de mente semelhante, no Salmo 42. A definição básica dessa palavra é o contato com um poder ou presença mais elevada que a pessoa que faz a busca.     “A essência residual da devoção religiosa é que o objeto da dedicação do indivíduo seja o Tudo… Nosso poeta concordou prontamente com o santificado Fenelon, o qual disse: ‘Devemos pertencer a Deus sem reservas. E depois de nos termos encontrado com Deus, nada mais haverá pelo que procurar” (J. R. P. Sclater, in loc.).     O poeta sacro acordou-se com a excelente expectação de chegar mais perto de Deus, naquele dia.

2.    Contemplando e bendizendo ao Senhor   -    Porque a tua graça é melhor do que a vida. O Poder, Elohim, é o Deus que nos dispensa todas as coisas boas, o Benfeitor Universal. Sua benignidade é a fonte de todos os bens dos homens. Assim sendo, o poeta sagrado continuou louvando com lábios jubilosos.”… o homem tinha um senso tão grande da bem- aventurança do favor divino, ou seja, do Seu favor vinculado ao pacto, que pensou que essa graça era superior à própria vida. Isso requer gratidão exibida durante a vida inteira. O amor é a fonte que mina sem parar, da qual procedem todas as coisas boas’’ (Ellicott, in loc.).    Os homens profanos louvam o poder, a glória, a honra, as riquezas e os prazeres. O homem espiritual louva a Deus, em quem ele encontra, em proporções infinitas, mais satisfação que os homens mundanos podem encontrar em seus deleites.     “A vida sem o amor de Deus nada é senão a morte. O homem que não participa do amor de Deus está morto, mesmo quando está vivo. Todos os aprazimentos da vida, da saúde, das riquezas, das honrarias, das amizades etc., nada são sem o amor de Deus” (John Gill, in loc.).     Assim cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver. Por causa do grande amor de Deus, o coração do poeta se abria em louvores e ações de graças a Deus, o que haveria de continuar enquanto ele estivesse vivo. Seu zelo jamais se esfriaria, seu bom propósito jamais hesitaria. Ele vivificaria suas mãos em orações de gratidão, tanto no templo de Jerusalém como em seu próprio lar. Essa era a maneira comum pela qual os hebreus oravam. Ele erguia suas mãos, oferecendo petições e entregando a própria vida ao Poder lá do alto. Suas orações e seu agradecimento seriam feitos em nome do Deus Todo-poderoso. Ver as notas expositivas sobre Nome, em Sal. 31.3, e sobre Seu Santo Nome, em Sal. 30.4 e 33.21. O nome de Deus representa tudo quanto Deus é e pode fazer, toda a Sua revelação (Sal. 20.1,5), e era considerado dotado de poder, somente por ser pronunciado. “Os judeus piedosos, em todos os lugares para onde tinham sido dispersos, em todas as orações e louvores, e quando faziam contratos ou entravam em acordos, estendiam as mãos na direção de Jerusalém, onde o verdadeiro Deus tinha o Seu templo, e onde manifestava a Sua presença” (Adam Clarke, in loc.).    O sumo sacerdote, como era natural, erguia as mãos ao abençoar o povo de Israel. Nosso Sumo Sacerdote ergue as mãos em nosso favor, e essa é uma aplicação cristã do salmo. O Targum fala da Palavra de Deus, que abre as mãos em súplica a Deus Pai, transformando este salmo em uma composição messiânica. Ver João 14.13,14 e 16.23,24,26, quanto às eficazes orações dos homens, oferecidas no nome do Senhor. Ver Sal. 28.2, quanto a um versículo similar, com um gesto típico de oração.

3.    Deus é o nosso auxílio   -    Com que prazer e deleite ele louvaria a Deus, v.5.    Com uma satisfação interior: A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura, não somente como a saciedade que vem com o pão, que é nutritivo, mas com a que vem do tutano, que é agradável e delicioso, Isaías 25.6. Davi espera retornar à alegre participação nas cerimônias de Deus, para poder alcançar esta satisfação, especialmente por ter ficado afastado delas durante tanto tempo. Ou, se assim não for, mesmo diante da bondade divina e na sua conversa com Deus em solitude, ele também encontrará satisfação para a sua alma.   Observe que existem coisas em um Deus gracioso e na comunhão com Ele que proporcionam uma plena satisfação a uma alma graciosa, Salmos 36.8; 65.4. E também existem coisas em uma alma graciosa que obtêm plena satisfação e comunhão em Deus. Os santos têm o seu contentamento em Deus; eles não desejam nada mais do que a sua bondade para que estejam felizes e têm uma satisfação transcendente em Deus, diante da qual todos os prazeres dos sentidos são inócuos e insípidos, são como a água parada de uma poça quando comparada ao vinho deste divino consolo.     Com expressões exteriores desta satisfação; ele louvará a Deus com alegres lábios. Ele o louvará: (1) Abertamente. A sua boca e os seus lábios louvarão a Deus. Quando o homem crê e é grato de coração, é preciso que ele faça uma confissão verbal acerca destas duas coisas, para a glória de Deus; não que as afirmações verbais sejam aceitas sem que sejam genuínas dentro do coração (Mt 15.8), mas que a boca deve falar daquilo que o coração está cheio (SI 45.1), tanto para o despertar do nosso próprio amor piedoso quanto para a edificação das demais pessoas. (2) Jubilosamente. Devemos louvar a Deus com alegres lábios; devemos nos entregar a este e a outros deveres religiosos com grande alegria e comunicar os louvores divinos a partir de um princípio de santa alegria. Lábios que louvam devem ser lábios alegres.


                II.    O AVIVAMENTO ESPIRITUAL DO CRENTE

1.   Reservando uma agenda de piedade   -   À tarde, pela manhã e ao meio-dia. O piedoso salmista persistiria em oração, empregando as tardes, as manhãs e a hora do meio-dia nesse exercício, ultrapassando qualquer requisito legal. Ele tinha necessidades urgentes e, por isso, oraria abundantemente.      Orai sem cessar. (I Tessalonicenses 5.17).      Yahweh ouviria suas constantes orações e lhe daria a resposta de que ele precisava com tanta urgência. Na oração, importunar rende dividendos. Quanto a uma excelente ilustração do Novo Testamento sobre esse princípio, ver Luc. 18.1-8.   A tarde é mencionada em primeiro lugar nesta lista: tarde, manhã e meio-dia. Os hebreus começavam a contar seus dias à tarde (às 18 horas), em contraste com o nosso costume (às 24 horas). Portanto, vemos o homem começando o dia em oração, o que é um bom costume em qualquer época. Talvez o triplo tempo de oração fosse um costume piedoso nos dias do poeta sagrado. Ver como Daniel costumava orar três vezes ao dia (Dan. 6.10).   Esse costume prosseguiu nos tempos cristãos. Os rabinos veem mudanças ou estágios principais do dia nos três tempos mencionados, e cada um desses estágios merece seu tempo de oração. Sacrifícios diários eram oferecidos à tarde e pela manhã, pelo que aqueles tempos já eram importantes para os fiéis. Os judeus exageravam quanto à questão, supondo que os três estágios tivessem sido historicamente estabelecidos por Abraão, Isaque e Jacó, respectivamente. Ver Gên. 22.3 (Abraão); 24.63 (Isaque) e 28.11 (Jacó).

2.    A prática da oração   -   Daniel era um homem profundamente dedicado à oração. Manteve-se resoluto em sua determinação de orar, mesmo quando isso implicou em ser o profeta lançado na cova dos leões. Também dependeu de Deus na obtenção de sabedoria a fim de interpretar o sonho de Nabucodonosor e a visão de Belsazar. Falar diante de chefes de Estado com tal autoridade e certeza só se torna possível depois de extensos períodos no lugar de oração.     […]“Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” (Dn 6.10). Nenhuma linha das Escrituras acerca de Daniel é maior do que esta que finaliza o versículo citado: “como também antes costumava fazer”. Grandes indivíduos têm grandes hábitos; grandes hábitos fazem grandes indivíduos. A comunhão com Deus deveria ser o hábito mais importante de todo filho de Deus. A devoção inabalável de Daniel, diante de perseguidores perigosos e sedentos de sangue, derivava-se de seus antigos hábitos de oração.    Esse hábito havia fortalecido sua alma, deixando-a como o aço, e, quando sua vida foi ameaçada pela prática do hábito, ele simplesmente manteve a sua prática sem qualquer apologia. A força da pessoa que ora torna-se mais evidente quando ela está cercada e sendo observada.

3.    A leitura devocional da bíblia  -   Guardo. Isto é, “escondo” (conforme diz a Revised Standard Version), aludindo à metáfora de um tesouro escondido. O homem que tem o tesouro escondido em seu coração tem menor inclinação a ceder à tentação. “A palavra de Cristo deve habitar nele ricamente. Caso contrário, em breve ele pode ser surpreendido por algum pecado teimoso” (Adam Clarke, in Ioc.).    Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações.

(Colossenses 3.16)     “Escondei… como os orientais escondem seus tesouros. Cf. Mat. 13.44” (Ellicott, in Ioc.). Ver II Cor. 7.1 e Tito 2.11,12, que contêm passagens neotestamentárias similares. Ver o vs. 14, quanto a ideias sobre riquezas.

 Salmos 119.5. Oxalá sejam firmes os meus passos. Os caminhos do homem espiritual precisam ser governados pelos preceitos. Ver a oitava das dez palavras usadas para indicar a lei, no vs. 1. Esses caminhos não deixam de ter sinais direcionais. Trata-se de um estrada regulamentada por muitas leis. Um homem não pode inventar o seu próprio caminho. O caminho é divino e somente os homens que conhecem o Ser divino são realmente direcionados ao longo desse caminho.    O judaísmo posterior produziu mais de 600 leis distintas sugeridas pelo caminho de Deus. O judaísmo bíblico não tinha um número menor de leis, sem dúvida alguma. As leis cerimoniais, rituais e morais eram muitas, realmente, e, para a mente dos hebreus, todos os mandamentos eram morais. O coração inconstante avança sem grande entusiasmo e facilmente é distraído do firme propósito que se faz mister para seguir o caminho de Deus. Visto que Yahweh já mostrou o Seu amor constante, pleno de benefícios, assim também o homem sério deve ser fiel e constante. Tendo recebido o amor de Deus, devemos demonstrar nosso amor ao próximo mediante boas obras.

Relembrando a fragilidade e a instabilidade humana, e sabendo que o homem não pode obedecer à lei de Deus contando apenas consigo mesmo, o salmista orou para que o poder de Deus regulasse corretamente e estabelecesse os seus caminhos” (Fausset, in loc). Cf. Jer. 10.23; Sal. 37.23; Pro. 3.6 e Eze. 36.27.

 Salmos 119.105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra. Seguindo o plano de compor uma poesia acróstica, o autor sagrado oferece-nos agora o décimo quarto conjunto de oito linhas louvando a lei, para o que ele continuou a usar diversos termos com vista a variar sua expressão.     Deus é Luz ou seja, sua lei fornece luz e torna-se uma lâmpada para os pés dos peregrinos (ver o vs. 54). O salmista tinha iniciado a vereda espiritual e possuía luz suficiente para que sua jornada fosse bem-sucedida.


                    III.    A VIDA PESSOAL E FAMILIAR DO CRENTE AVIVADO

1.   A vida pessoal   -      Um pastor ou outro líder cristão que represente mal a Cristo, é um desastre. Acima de todos os outros na igreja, deveriam ser modelados segundo a imagem de Cristo, na santidade e na vida cristã positiva e eficaz. (Ver I Cor. 11:1 quanto a notas expositivas sobre o «exemplo», que ilustram o presente versículo). Antes de tudo deveriam exortar a si mesmos, deveriam converter-se e santificar-se, antes de tentarem exortar a outros.       Como poderia alguém apresentar a vida cristã a outrem, como um caminho a ser seguido, e que santifica ao indivíduo, se ele mesmo não tenha dominado os próprios vícios e se tenha santificado? Como poderia alguém falar sobre o poder de Cristo, que salva do pecado, se esse alguém continua cativo ao pecado? E como poderia esse alguém confiar que Cristo é o Salvador e o Santificador, a menos que ele mesmo tenha sido «libertado» do pecado e tenha sido purificado? Se Jesus Cristo não tiver sido eficaz em seu próprio caso, como poderia ele proclamar, confiantemente, que assim Deus fará em favor de outrem? Todo o pastor deve ser um exemplo vivo e óbvio do que Cristo pode fazer na vida do crente, antes de poder mostrar-se eficaz como ministro de Deus.   «O quarto evangelho registra Jesus a dizer acerca de seus seguidores: ‘ …a favor deles eu me santifico a mim mesmo…’ (João 17:19). O escritor desta epístola apela para um senso similar de responsabilidade, na sentença final deste capítulo: ‘Toma cuidado de ti mesmo… porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como a teus ouvintes. Nenhum indivíduo, ministro ou leigo, pode confinar os resultados de sua vida e trabalhar para si mesmo. É preciso que sinta solenemente que um número muito maior de pessoas do que ele pensa é influenciado para o bem ou para a desgraça, por aquilo que ele é e faz». (Noyes, in loc.).   «…doutrina…» No grego é «didaskalia», que significa «ensinamento», «instrução». Neste caso, a doutrina é a revelação inteira da verdade cristã, todos aqueles ensinamentos que fazem parte da fé cristã. Esse apelo visa levar Timóteo a defender a ortodoxia, bem como a resistir à heresia gnóstica.

Essa é uma boa tradução, neste ponto, porquanto envolve o sentido de «ensinamento formal», que era justamente o que o autor sagrado procurava salientar, embora a tradução mais literal e comum seja «ensino», o que pode envolver vários conceitos e instruções, ainda que não o sistema inteiro de pensamento cristão, ou «fé religiosa», de acordo com o vocabulário moderno. Isso significa que a exortação envolve mais que o ensino eficaz e ativo. Envolve isso, mas mais do que isso. O mestre cristão deve preocupar-se com a manutenção da pureza doutrinária do que ensina, a fim de que exalte a pessoa de Cristo e negue a posição inferior a que os mestres hereges reduzem o Senhor.     « …continua…» No g rego é «epimeno», palavra que quer dizer «permanecer», «continuar», «perseverar», «persistir». Também devemos observar aqui o presente do indicativo, no original grego, Deve haver um cuidado contínuo, acompanhado de permanente perseverança na vida piedosa, na defesa da verdade e na execução de todos os deveres cristãos, por parte dos ministros do evangelho.    «…nestes deveres…», isto é, no ensinamento da doutrina cristã, com tudo quanto nisso está implícito, incluindo o dever da santidade e da correta realização dos trabalhos pastorais. Continuam em foco as palavras«…estas cousas…», que aparecem no décimo quinto versículo, a saber, os deveres atinentes a um «supervisor» cristão, embora haja aqui adição às ideias do presente versículo, que falam sobre a diligência e sobre as qualidades da vida pessoal, elementos esses que também não podem ser negligenciados.    «…salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes…» A salvação aqui focalizada só pode referir-se à «vida eterna». (Ver Heb. 2:3 quanto a notas expositivas completas sobre esse assunto). A vida cristã, em sua inteireza, tem um alvo evangelístico, porquanto apresenta aos homens o alvo do evangelho, isto é, a salvação, que consiste da transformação dos remidos segundo a imagem de Cristo e a vida eterna.  A salvação, pois, envolve mais do que a conversão. Também inclui a santificação (a transformação moral) e até mesmo a glorificação, quando então receberemos a própria natureza de Cristo, a sua essência, quando seremos glorificados com a própria glorificação de Jesus Cristo. (Ver Rom. 8:29,30 e as notas expositivas ali existentes). Ora, aquilo que somos e praticamos tem estreita ligação com a maneira como isso é realizado em nós; pois, se houver em nós qualquer atuação da graça de Deus, isso produzirá em nós a santidade, a imitação da vida de Cristo nas nossas vidas, bem como a transformação gradual de nosso ser segundo a imagem do Senhor. Isso equivale à declaração paulina: «…conforme sempre fostes obedientes, assim também agora, com reverência e respeito, continuai a esforçar-vos, até ao ponto final de vossa salvação» (Fil. 2:12, na tradução inglesa de Williams, aqui vertida para o português).

2.    A vida pessoal com o cônjuge    Falando sobre o papel da esposa, Paulo escreve:

Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao marido, assim como ao Senhor; pois o marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o cabeça da igreja, sendo ele mesmo o Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres sejam em tudo submissas ao marido (5.22-24).      E relevante o fato de, nessa seção, os maridos e as esposas serem lembrados de seus deveres e não de seus direitos. O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, ordena que as mulheres sejam submissas ao marido. Mas o que é submissão? Essa palavra está profundamente desgastada em nossos dias. John Mackay diz corretamente que uma das maiores artimanhas do diabo é esvaziar o sentido das grandes palavras cristãs. Antes de prosseguirmos, portanto, precisamos entender com clareza o que não é submissão.      Em primeiro lugar, submissão não é inferioridade. Devemos desinfetar a palavra “submissão” de seus sentidos adulterados. A mulher não é inferior ao homem. Ela foi tão feita à imagem de Deus quanto o homem. Ela foi tirada da costela do homem e não dos pés. Ela é auxiliadora idônea (aquela que olha nos olhos) e não uma escrava.       Aos olhos de Deus, ela é coigual com o homem (G1 3.28; IPe 3.7). Concordo com John Stott quando diz que não devemos pensar que a submissão que Paulo recomenda às esposas, às crianças e aos servos seja outra palavra para inferioridade. De igual forma, não devemos aceitar a ideia de uma obediência cega e servil. Submissão é pôr-se debaixo da missão de outra pessoa. A missão do marido é glorificar a Deus, amando a esposa como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, e a missão da esposa é sustentar seu marido nessa missão. Russell Shedd entende que submissão traz a ideia de apoiar e encorajar.    Em segundo lugar, submissão não é obediência incondicional. A submissão da esposa a Jesus é uma submissão absolutamente exclusiva. Todos nós somos servos de Cristo. Nunca se afirma, porém, que a esposa deva ser escrava ou serva do marido. Nossa relação com Jesus é uma relação de submissão completa, inteira e absoluta. Não é essa a exortação dirigida às esposas. Se a submissão da esposa ao marido implicar sua insubmissão a Cristo, ela precisa desobedecer ao marido, para obedecer a Cristo. A autoridade do marido, dos pais e dos patrões não é ilimitada, nem a submissão das esposas, dos filhos e dos empregados é incondicional. O princípio é claro: devemos nos submeter até o ponto em que a obediência à autoridade do homem não envolva a desobediência a Deus; nesse ponto, a “desobediência civil” passa a ser nosso dever cristão.

Agora, vejamos o que representa submissão:

Em primeiro lugar, devemos entender que a mulher deve ser submissa ao marido por causa de Cristo (5.22). “Mulheres, cada um de vós seja submissa ao marido, assim como ao Senhor.” A submissão da esposa ao marido não é igual à submissão a Cristo, mas por causa de Cristo. A submissão da esposa ao marido é uma expressão da submissão da esposa a Cristo. A esposa submete-se ao marido por amor e obediência a Cristo. A esposa submete-se ao marido para a glória de Deus (ICo 10.31). A esposa submete-se ao marido para que a Palavra de Deus não seja blasfemada (Tt 2.3-5).         John Stott está certo ao dizer que as mulheres, por trás do marido, do pai e do Senhor devem discernir o próprio Senhor, que lhes deu a autoridade que têm. Assim, se elas quiserem submeter-se a Cristo, submeter-se-ão a eles, visto que é a autoridade de Cristo que exercem.    Concordo com Francis Foulkes quando diz que o casamento ilustra a relação da igreja com Cristo de modo mais adequado do que a ilustração da relação do templo com a pedra angular ou até mesmo que a relação do corpo com seu Cabeça. Saímos, aqui, de ilustrações inanimadas ou do campo biológico para uma ilustração tirada da área mais profundamente pessoal.         Em segundo lugar, devemos observar que a submissão da esposa ao marido ésua liberdade (5.23). “Pois o marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o Cabeça da igreja, sendo ele mesmo o Salvador do corpo. A submissão não é escravidão, mas liberdade. A verdade liberta. Só sou livre quando obedeço às leis do meu país. Um trem só é livre quando corre em cima dos trilhos. John Stott está correto quando diz o ensino bíblico é que Deus deu ao homem uma certa liderança, e que sua esposa encontra a si mesma e seu verdadeiro papel dado por Deus não na rebelião contra o marido nem contra a liderança dele, mas, sim, na submissão voluntária e alegre.      Em terceiro lugar, à luz do ensino de Paulo, a submissão da esposa ao marido ésua glória (5.24). “Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres sejam em tudo submissas ao marido. Assim como a glória da igreja é ser submissa a Cristo, também a glória da esposa é ser submissa ao marido. A submissão da igreja a Cristo é voluntária, devotada, sincera e entusiástica. É uma submissão motivada pelo amor. A igreja só é bela quando se submete a Cristo. A submissão da igreja a Cristo não a desonra nem a desvaloriza. A igreja só é feliz quando se submete a Cristo. Quando a igreja deixa de se submeter a Cristo, ela perde sua identidade, seu nome, sua reputação e seu poder. A submissão não é a um senhor autoritário, autocrático, déspota e insensível, mas a alguém que a ama a ponto de dar sua vida por ela.       A submissão da esposa não é a um tirano, mas a um marido que a ama como Cristo ama a igreja. O cabeça do corpo é o salvador do corpo; a característica de sua condição de cabeça não é tanto a de Senhor, mas, sobretudo, a de Salvador.    Em quarto lugar, a submissão da esposa ao marido é a sua missão (5.22). A palavra “submissão” indica que a missão da esposa é sustentar a missão do marido, e a missão do marido é amar a esposa a ponto de morrer por ela. A mulher submissa faz bem ao marido todos os dias de sua vida e pavimenta o caminho do amor do marido por ela.

Como o marido deve cuidar da esposa?

Em primeiro lugar, o marido deve cuidar da vida espiritual da esposa (5.25-27). Maridos, cada um de vós ame a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. O marido é responsável pela vida espiritual da esposa e dos filhos. Ele é o sacerdote do lar. O marido precisa buscar a santificação da esposa. Deve ser a pessoa que mais exerça influência espiritual sobre ela.      Em segundo lugar, o marido deve cuidar da vida emocional da esposa (5.28,29). “Assim o marido deve amar sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Pois ninguém jamais odiou o próprio corpo; antes, alimenta-o e dele cuida; e assim também Cristo em relação à igreja. Os maridos devem amar sua mulher como ao próprio corpo. O marido fere a si mesmo ferindo a esposa. Crisóstomo disse: “O olho não trai o pé colocando-o na boca da cobra”. Paulo diz ainda que ninguém jamais odiou o próprio corpo; antes o alimenta e cuida dele. Mas como o marido cuida da esposa?        Ele não deve abusar dela. O homem pode abusar de seu corpo comendo e bebendo em excesso. O homem que faz isso é néscio, porque, ao maltratar seu corpo, ele mesmo sofre. O marido que maltrata a esposa é néscio.285 Ele machuca a si mesmo ao ferir a esposa. Um marido pode abusar da esposa: sendo rude, não dedicando tempo, atenção e carinho a ela, ou usando palavras e gestos grosseiros para feri-la, ou sendo infiel a ela.      Ele não deve descuidar dela. Um homem pode descuidar de seu corpo. E se o faz, ele é néscio e sofre por isso. Se você estiver com a garganta inflamada, não pode cantar nem pregar. Todo seu trabalho é prejudicado. Você tem ideias e mensagens, mas não pode transmiti-las. O marido descuida da esposa com reuniões intérminas, com televisão, com internet, com roda de amigos. Há viúvas de maridos vivos. Há maridos que querem viver a vida de solteiro. O lar é apenas um albergue.         O marido deve zelar pela esposa: alimentá-la e cuidar dela. Como o homem sustenta o corpo? Martyn Lloyd- Jones sugere as seguintes ações: 1) a dieta — o homem deve pensar em sua dieta, em sua comida. Deve ingerir alimento suficiente e fazer isso com regularidade. Também o marido deveria pensar no que ajuda sua esposa; 2) prazer e deleite — quando ingerimos nosso alimento, não pensamos só em termos de calorias ou proteínas. Não somos puramente científicos. Pensamos também naquilo que nos dá prazer. Dessa maneira, o marido deve tratar a esposa. Ele deve pensar no que a agrada. O marido deve ser criativo no sentido de sempre agradar a esposa; 3) exercício — a analogia do corpo exige mais esse ponto. O exercício é fundamental para o corpo. O exercício é igualmente essencial para o casamento. E o diálogo harmonioso, a quebra da rotina desgastante; 4) carícias — a palavra cuidar só aparece aqui e em I Tessalonicenses 2.7. A palavra cuidar quer dizer acariciar. O marido precisa ser sensível às necessidades emocionais e sexuais da esposa. O marido precisa aprender a ser romântico, cavalheiro, gentil e cheio de ternura.    Em terceiro lugar, o marido deve cuidar da vida física da esposa (5.30). “Porque somos membros do seu corpo. O marido deixa todos os outros relacionamentos para concentrar-se na esposa, ou seja, deve amar a esposa com um amor que transcende todas as outras relações humanas. Ele deixa pai e mãe. Sua atenção volta-se para sua mulher. Seu propósito é agradá-la. Sua união com ela é monogâmica, monossomática e indissolúvel. Assim, marido e mulher tornam-se uma só carne. O sexo é bom e uma bênção divina na vida do casal. Deve ser desfrutado plenamente, em santidade e pureza. Primeira Coríntios 7.3-5 e Provérbios 5.15-19 mostram como deve ser abundante essa relação sexual.  Numa época como a nossa de falência da virtude, enfraquecimento da família e explosão de divórcio, essa ideia cristã do casamento deve ser difundida com mais frequência entre o povo. Curtis Vaughan conclui dizendo que o dever da esposa é respeitar o marido, e o dever do marido é merecer o respeito dela (5.33).

3.     A vida com os filhos    -     Paulo destaca quatro coisas:

Em primeiro lugar, os pais devem, cuidar da vida física e emocional dos filhos. “Mas criai-os” (6.4b). A palavra grega ektrepho, “criar”, quer dizer nutrir, alimentar. E a mesma palavra que aparece em 5.29. Calvino traduziu essa expressão por “sejam acalentados com afeição”. Hendriksen traduziu por “tratai deles com brandura”. As crianças precisam de segurança, limites, amor e encorajamento. Os filhos não precisam só de roupas, remédios, teto e educação, mas também de afeto, amor e encorajamento.    Em segundo lugar, os pais precisam treinar os filhos por meio da disciplina. “[…] na disciplina” (6.4c). A palavra grega paideia, “disciplina”, tem o sentido de treinamento por meio da disciplina. A disciplina se dá por meio de regras e normas, de recompensas e, se necessário, de castigo (Pv 13.24; 22.15; 23.13,14; 19.15). Só pode disciplinar (fazer discípulo) quem tem domínio próprio. Que direito tem um pai de disciplinar o filho, se ele mesmo precisa ser disciplinado? Russell Shedd diz que a palavra paideia, em grego, representa o treinamento que produz uma reação automática no filho, de modo que, quando o pai chama, ele vem.   Em terceiro lugar, os pais precisam encorajar os filhos através da palavra. “[…] e instrução” (6.4d). A palavra grega nouthesia, “admoestação”, quer dizer educação verbal. É educar eficazmente por meio da palavra falada, seja de ensino, seja de advertência, seja de estímulo. Se houver apenas advertência, os filhos ficam desanimados; se houver apenas estímulo, eles ficam mimados. Esse equilíbrio entre advertência e estímulo é fundamental para a educação dos filhos. Russell Shedd diz que essa palavra nouthesia quer dizer que os filhos devem começar, desde pequeninos, a distinguir entre o que é certo e o que é errado. Devem ser instruídos acerca do que é certo e errado, segundo o que Deus fala em sua Palavra.     Em quarto lugar, os pais são responsáveis pela educação cristã dos filhos. “[…] do Senhor” (6.4e). A expressão “do Senhor” revela que os responsáveis pela educação crista dos filhos não são: o Estado, a escola nem mesmo a igreja, mas os próprios pais. Sob a economia divina, os filhos pertencem, antes e acima de tudo, aos pais. Por detrás dos pais, está o Senhor. Ele é o Mestre e o administrador da disciplina. A preocupação básica dos pais não é apenas que seus filhos se submetam a eles, mas que cheguem a conhecer o Senhor a fim de obedecê-lo de todo o coração (Dt 6.4-8).       Os pais devem se preocupar mais com a lealdade dos filhos a Cristo do que com qualquer outra coisa; mais até mesmo do que com a saúde, com o vigor e o brilho intelectual deles, com a prosperidade material, com a posição social ou com que não sofram grandes tristezas e infortúnios.

Concordo com Wiliam Hendriksen quando diz que toda a atmosfera em que a educação é transmitida deve ser tal que o Senhor possa pôr sobre ela seu selo de aprovação, uma vez que o próprio cerne da educação cristã é este: conduzir o coração dos filhos ao coração do seu Salvador.

4.    Os efeitos do avivamento na vida pessoal   -   O crente avivado é forte

Há pessoas nas igrejas que demonstram fraqueza espiritual.

Normalmente se sentem desanimadas, porque não conseguem alegrar-se na presença do Senhor. Porém, o crente avivado, além de alegre, é forte espiritualmente. Não apenas canta, louva e exalta ao Senhor, como também demonstra ter fortaleza espiritual. E um dos fatores que o fazem ser forte é exatamente a alegria do Espírito Santo no seu interior. No tempo de Neemias, o sacerdote Esdras reuniu o povo na praça e fez a leitura do livro da Lei perante todos, e houve grande alegria coletiva a partir da alegria individual: E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! —, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra. (Ne 8.5-6)

A Bíblia diz que, diante da leitura do livro da Lei, o povo chorava, sentindo a sua situação espiritual depois de tanto tempo sem ouvir os ensinamentos da Palavra de Deus. Eles lamentavam e choravam com muita comoção. Então, Neemias e Esdras levantaram-se e falaram ao povo, buscando animar e fortalecer a todos depois da leitura do livro da Lei:

E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. Disse lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. E os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo:

Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais. Então, todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.

(Ne 8.9-12 – grifo acrescido)

Esse episódio bíblico mostra-nos que, quando os crentes estão alegres, sentem fortaleza espiritual. Neemias e Esdras disseram: “portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força”. A alegria do Senhor produz fortalecimento espiritual no interior do crente fiel. Há casos em que o crente batizado no Espírito Santo passa por tribulações dolorosas na vida, como, por exemplo, a perda de alguém querido ou lutas e perseguições, mas quando ele transborda de alegria interior do Espírito Santo e fala línguas estranhas em adoração a Deus, toda tristeza e dor desaparecem, e ele é capaz de caminhar e continuar a sua jornada diante do Senhor com poder e coragem. Isso é avivamento individual, que é produzido pela alegria do Espírito Santo.      O Crente Avivado não Teme a Morte.     Hananias, Misael e Azarias enfrentam o decreto do rei.     O avivamento pessoal faz o crente rejeitar o que não agrada a Deus. Durante o cativeiro babilônico, quando Israel foi levado para longe da sua terra, o rei Nabucodonosor determinou que, dentre os cativos, fossem escolhidos jovens com qualidades especiais para servirem no palácio real. Eles eram da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus. (Dn 1.3-4)

A eles foram oferecidas benesses e gentilezas no palácio do rei.

No entanto, para não se contaminarem, certamente com alimentos oferecidos aos deuses da Babilônia, Daniel e os seus companheiros rejeitaram o “manjar do rei” (Dn 1.5-16). Demonstraram a sua fidelidade ao seu Deus, o Deus de Israel. Como resultado, foram grandemente abençoados e, ao serem submetidos ao teste real, foram muito bem avaliados:    E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino. (Dn 1.19-20).     O avivamento espiritual dá condições de superar os requisitos humanos para ser bem-sucedido.        A prova de fogo dos três jovens hebreus.   Três jovens fiéis a Deus, ameaçados por causa da sua fé.     O avivamento espiritual dá força e coragem para o crente ser fiel mesmo diante da morte. A consagração da estátua do rei foi interrompida. Alguns homens perceberam que os três jovens hebreus permaneceram de pé e não se encurvaram perante a estátua. Correram ao rei, ainda ajoelhado, e disseram-lhe ofegantes e muito nervosos, lembrando ao rei o decreto e a punição para quem não o cumprisse:     Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que levantaste, adoraram. (3.12)

O rei ficou furioso!    A resposta corajosa da fé em Deus.        Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se intimidaram ante a terrível ameaça do rei prepotente e deram uma resposta que provocou mais ainda o furor do rei:       Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio.     Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. (3.16-18).       Nabucodonosor ficou transtornado diante dessa resposta. O seu furor subiu à cabeça, e ele chamou os seus assessores reais e mandou que o fogo da fornalha fosse aquecido sete vezes mais do que o normal. Depois ordenou que fortes homens do seu exército amarrassem os três jovens hebreus sem quaisquer chances de escapar da morte, e eles lançaram os jovens na fornalha ardente.       Era tão grande a temperatura da fornalha que os homens que os lançaram ali foram mortos pelo efeito da altíssima temperatura: “[…]      a chama do fogo matou aqueles homens, que levantaram a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego” (3.22).

O grande livramento de Deus aos jovens fiéis

Aqueles jovens hebreus foram lançados vivos dentro do forno. Se normalmente a temperatura já alcançava milhares de graus centígrados, imaginemos a força do fogo para destruir tudo o que ali caísse, aquecido sete vezes mais. Não haveria qualquer maneira de escapar da morte, decretada pelo rei idólatra. Contudo, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram servos do Deus Altíssimo, o El Elyon, que eles conheciam bem, visto que foram educados na Lei de Moisés e aprenderam a quem deveriam adorar dos seus pais.    Jamais eles negariam a sua fé em Deus. Assim, por causa da sua fidelidade em não negar o nome de Jeová e aceitarem a morte certa, o Deus de Israel livrou-os de maneira maravilhosa. Eles foram lançados no fogo, mas as chamas não lhes faziam nenhum dano.  Eles passeavam no fogo como se estivessem num ambiente climatizado. O fogo só queimou as cadeias que os prendiam, e eles ficaram livres para adorar a Deus dentro da fornalha.    O rei Nabucodonosor, olhando de longe, esperava ver o terror e ouvir os gritos lancinantes dos jovens condenados no fogo; mas, para a sua terrível surpresa, ocorreu o contrário. Ele viu que, na fornalha, os três fiéis servos de Deus andavam tranquilamente e sem qualquer impedimento; e mais, ele viu que, na companhia dos jovens hebreus, aparecera um quarto homem “semelhante ao filho dos deuses”. O rei, perplexo e sem entender nada, mandou que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíssem da fornalha. Para a glória de Deus, os sátrapas, os prefeitos, os presidentes e os capitães, a alta cúpula do reino, ao examinarem os três jovens, constataram que nem mesmo cheiro de fumaça havia neles!

Como resultado daquele grande livramento da parte de Deus, Nabucodonosor publicou um decreto, exaltando o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego: Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abdênego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus que possa livrar como este. Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abdênego, na província de Babilônia. (3.29,30).       Ser santo é condição indispensável para ser salvo. Sem santificação, “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Um crente avivado é uma pessoa cheia do Espírito Santo, como o foram os apóstolos no dia de Pentecostes, quando se achavam reunidos no cenáculo em Jerusalém. O avivamento espiritual faz com que ele seja santo em todas as situações e lugares: em casa, na escola, no comércio, no emprego, na rua, nas compras, no quartel, na igreja local, no templo, em todos os lugares. Pedro escreveu sobre esse crente avivado:

Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. (1Pe 1.13-16 – grifo acrescido).    O crente salvo, lavado e remido no sangue de Jesus tem o dever de ser santo “em toda a maneira de viver”, como resultado do avivamento espiritual, produzido na sua vida pelo Espírito Santo. É impossível agradar a Deus sem santidade. A vida cristã é uma vida de santidade e santificação. Escrevendo aos tessalonicenses, Paulo exortou-os a que fossem santificados por Deus “em tudo”: Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Ts 5.22-23).




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Livro Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento, Claudionor C. Andrade - Editora CPAD. 

Comentário bíblico Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão, Matthew Henry - Editora CPAD.

Livro Teologia Bíblica da Oração,Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket - Editora CPAD. 

Comentário bíblico Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, Russell N. Champlin - Editora Hagnos. 

Comentário bíblico Efésios, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos. 

https://professordaebd.com.br/10-licao-1-tri-23-o-avivamento-na-vida-pessoal/

sábado, 18 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 9 - O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II.

 


                    TEXTO ÁUREO

"E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam." (AT 19. 5,6)


                VERDADE PRÁTICA

Deus derramou o grande avivamento pentecostal no Brasil. Ele pode avivar mais uma vez o seu povo.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: AT 19. 1-7


                                    INTRODUÇÃO

Em junho de 2001, tive o privilégio de participar, na acalorada e encantadora Belém do Pará, das comemorações dos noventa anos de fundação das Assembléias de Deus no Brasil. Em meio a tantos monumentos históricos e espaços de memória; em meio às recordações que os antigos diluíam entre os mais novos; em meio àquelas caravanas vindas do Sul, chegadas do Nordeste, procedentes do Centro-Oeste e do Sudeste; em meio àqueles homens, mulheres e crianças que marchavam pela cidade que, no início do Século XX, acolhera Daniel Berg e Gunnar Vingren, senti-me como se estivesse no Cenáculo quando da descida do Espírito Santo.

Durante aqueles dias de intensas celebrações, dei-me conta da grandeza, do alcance e da pujança do Avivamento Pentecostal. Aliás, que avivamento não é pentecostal? Noventa anos se haviam passado desde que Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém dispostos a implantar, em terras brasileiras, o Evangelho Pleno de Nosso Senhor, proclamando a todos que Jesus Cristo salva, batiza no Espírito Santo, cura os enfermos, opera maravilhas e, em breve, virá buscar a sua Igreja. Embora os historiadores seculares não o reconheçam, o Avivamento Pentecostal imprimiu novo ritmo ao Brasil. Desde aquele já distante junho de 1911, começamos a desvencilhar-nos das amarras do Catolicismo Romano, a fim de vivermos uma nova realidade espiritual. As raízes do Avivamento Pentecostal remontam ao cenáculo em Jerusalém. Ao contrário do que dizem os cessacionistas, o batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e as maravilhas do Senhor não se limitaram ao período apostólico; são tão atuais hoje quanto há dois mil anos. O pentecostes jamais deixou de existir; são recursos que sempre estiveram à disposição da Igreja.


                I.  O MOVIMENTO DE ATOS SE REPETE NO BRASIL

1.  Pentecostes entre os salvos  -   Não sabemos exatamente o que instiga Paulo a fazer a pergunta. Os sermões e conversações em Atos são resumos, e o propósito de Lucas é enfocar o poder do Espírito em vez de apresentar relatos exaustivos. Presumivelmente a pergunta de Paulo a estes discípulos foi precedida por uma conversa mais longa. Em todo caso, a resposta que dão à pergunta de Paulo é negativa. Eles não ouviram falar do derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes. Os discípulos efésios, sem dúvida, tinham ouvido falar do Espírito Santo, visto que Ele é discutido proeminentemente no Antigo Testamento e na pregação de João Batista. O que eles desconhecem é a unção específica do Espírito para o ministério subsequente à conversão. Influenciados pela tradição de João Batista, eles tinham ouvido falar de Jesus e creram nEle, mas não tinham sido cheios com o Espírito.   Paulo reconhece que os doze efésios carecem do dom carismático do Espírito. Como Paulo lhes explica, a pregação de João Batista foi um ministério salvador e estava de acordo com o plano de Deus. Ele chamava as pessoas ao arrependimento e à fé em Jesus, aquele que vem. O propósito desta pregação era que aqueles que a ouvissem cressem em Jesus, o mesmo foco e meta da pregação de Paulo. João administrou o batismo como símbolo da lavagem de pecados pelo Espírito Santo.

2.    A plenitude do Espírito Santo  Qual era a diferença entre o batismo de João e aquele que se realizava em nome de Jesus? Qualquer pessoa que leia os relatos da pregação de João (Mateus 3:7:12; Lucas 3:3-11) pode observar uma diferença radical entre ela e a pregação de Jesus. A pregação de João era uma ameaça; a de Jesus era as boas novas, era o evangelho. Ninguém podia considerar a pregação de João como boas novas por quanto ameaçava com morte e destruição. Mas se tratava de uma etapa no caminho. O mesmo sabia e tinha presente que estava anunciando àquele que havia de vir (Mateus 3:11; Lucas 3:16).  A pregação de João era um passo necessário, porque deve haver dois passos na vida religiosa. Primeiro, deve dar-se o momento em que despertamos à nossa insuficiência e ao nosso merecimento da condenação às mãos de Deus. Esta etapa está estreitamente relacionada com o momento em que tentamos nos comportar melhor e inevitavelmente fracassamos porque tentamos fazê-lo por nós mesmos. Segundo, há a etapa em que nos damos conta de que pela graça de Jesus Cristo deixamos de estar condenados. Bem ligado a este passo vem o momento em que encontramos que todos nossos esforços para melhorar ficam reforçados e fertilizados pela obra do Espírito Santo, através do qual podemos fazer o que não poderíamos nunca realizar por nós mesmos.  Aqueles cristãos incompletos conheciam a condenação; mas não a graça de Cristo nem a ajuda do Espírito Santo. Sua religião era inevitavelmente uma luta que não havia alcançado o momento da paz.  Todo este incidente nos mostra uma grande verdade: que sem o Espírito Santo não existe o cristianismo completo. Mesmo que vejamos o erro de nossos caminhos, e nos arrependamos e decidamos mudar, não poderemos obtê-lo nunca sem a ajuda que só o Espírito pode nos dar.

3.   Chamados por Deus   A chamada de Gunnar Vingren

Quando jovem, o sueco Adolph Gunnar Vingren teve o chamado de Deus para a sua obra e viajou para os Estados Unidos em 1903. Vingren trabalhou como foguista, porteiro e jardineiro. Lá nos Estados Unidos, fez curso num seminário teológico sueco da Igreja Batista, concluindo os seus estudos em 1909. O movimento pentecostal no Brasil é fruto do Avivamento da Rua Azusa em 1906, em Los Angeles. Chicago foi uma cidade onde o “fogo” do Pentecostes incendiou muitas vidas. Em 1909, Gunnar Vingren, ex-aluno do Seminário Teológico Batista Sueco, tornou-se pastor da Igreja Batista Sueca em Menominee, Michigan. A igreja decidiu que ele seria enviado como missionário para Assam, na Índia, mas ele não sentiu paz no coração.  Vingren comunicou que não poderia aceitar o chamado, porque não sentia ser da vontade de Deus. Por esse motivo, a sua noiva rompeu o noivado, e ele disse: “Seja feita a vontade do Senhor”. Indo a Chicago, foi a uma conferência da Primeira Igreja Batista Sueca, uma igreja histórica reformada. Ali, Vingren recebeu o batismo no Espírito Santo com evidência inicial de falar línguas estranhas. Em consequência, foi rejeitado pela igreja onde servia.

Em 1910, foi aceito pela Igreja Batista de South Bend, Indiana, que se transformou numa igreja pentecostal. Deus falou com Vingren que ele iria para um lugar de povo muito simples chamado Pará.  Fato interessante é que, nesse meio tempo, Deus também falou que ele iria casar-se com uma jovem chamada Strandberg. Anos depois, ele casou-se com Frida Strandberg. Isso é mais uma prova de que o Senhor dirige os passos de “um homem bom” (Sl 37.23).

A chamada de Daniel Berg

Gustaf Daniel Högberg, mais conhecido como Daniel Berg, era um jovem sueco cristão. Aos 18 anos, em 1902, emigrou da sua terra, a Suécia, para os Estados Unidos, por causa da crise econômica que assolou a Europa. A sua viagem fez com que passasse pela Inglaterra, onde tomou o navio em Liverpool em 11 de março de 1902. Foram 14 dias de viagem, chegando aos EUA em 25 de março. O seu primeiro emprego foi numa fazenda, onde cuidava de animais e carroças. Depois foi para a Pensilvânia, onde fez curso de fundidor e trabalhou numa fundição.   Durante oito anos, trabalhou como fundidor para a sua manutenção. As saudades do lar fizeram no voltar à Suécia por algum tempo. Ali encontrou um amigo crente, com quem ouviu sobre o batismo no Espírito Santo. Ambos conversaram sobre isso, oraram, mas Berg estava decidido a voltar aos Estados Unidos: “No ano de 1909, ao aproximar-se dos Estados Unidos, suas orações foram respondidas: recebeu o batismo com o Espírito Santo”. A sua vida mudou completamente. Cheio do Espírito Santo, passou a pregar com mais entusiasmo acerca da salvação em Cristo Jesus.

O encontro entre Vingren e Berg

Os dois jovens obreiros suecos encontraram-se na Igreja Batista de South Bend, onde se realizava uma conferência evangélica.   Compartilharam os seus anseios e projetos e entenderam que estavam sendo chamados por Deus para a sua obra; então, passaram a orar diariamente. Através do irmão Adolf Uldin, que já os conhecia, souberam que Deus iria enviá-los a um lugar chamado Pará, mas não sabiam onde se encontrava tal lugar. Foram a uma biblioteca pública e pesquisaram, constatando que o Pará era um Estado que ficava ao norte do Brasil, na América do Sul. Em oração, sentiram que essa era a vontade de Deus para as suas vidas. Ao comunicarem a sua decisão à igreja, não foram bem acolhidos.   A igreja comunicou que não tinha condições de enviá-los ao lugar indicado. Daniel Berg foi desestimulado pelo seu patrão a não ir para a missão, pois na cidade havia pessoas a ser evangelizadas. O que os dois tinham em dinheiro eram 90 dólares, que era o preço da passagem para o Pará. No entanto, de modo incompreensível, ouviram a voz de Deus que lhes ordenava que dessem os 90 dólares para um jornal pentecostal. Acharam estranho, mas obedeceram. E ficaram esperando o que o Senhor havia de fazer.

Para ir ao Brasil, precisavam deslocar-se até Nova Iorque. Na despedida, os irmãos deram-lhes oferta que permitia chegar ali.

A chegada ao Brasil

Ao chegarem a Belém em 19 de novembro de 1910, os dois missionários não conheciam ninguém e nem sabiam falar português.  Os dois com as suas respectivas malas caminharam e sentaram-se num banco na Praça da República, onde fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Ali souberam que a cidade estava cheia de doentes, leprosos, portadores de febre bubônica, malária; eles viram a pobreza do povo que contrastava com a riqueza que viram na América.  Enquanto aguardavam na Praça da República uma resposta de Deus, passava por ali uma família que viera no navio e falava inglês.  Perguntaram se eles já tinham encontrado hotel, e eles responderam que não. Então, os dois foram convidados para ir ao hotel onde a família estava. Naquele hotel, encontraram outra pessoa que falava inglês e perguntaram se conheciam algum protestante na cidade. Indicaram-lhes o endereço de um pastor metodista, americano, e foram ao seu encontro. Era o irmão Justus Nelson. Este os apresentou ao pastor da Igreja Batista Brasileira.   Esse pastor permitiu que os missionários morassem no porão da igreja. Era um ambiente úmido, sem janelas, infestado de mosquitos, no intenso calor tropical. Nesse ínterim, conheceram o irmão Adriano Nobre, membro da Igreja Presbiteriana no Pará e comandante do Navio Port of Pará, que navegava pelo rio Amazonas. Como falava inglês, Adriano começou a conversar com os missionários e soube que vieram dos Estados Unidos.


                    II.    O NASCIMENTO DE UM NOVO MOVIMENTO

1.   A pregação do avivamento pentecostal  -  Um dos visitados, Celina Albuquerque, vinha há vários anos dedicando-se à escola dominical. Ela se encontrava agora presa à cama. Conforme os médicos, sua doença era incurável. Os remédios, que se encontravam ao lado da cama, não faziam efeito.   Gunnar perguntou-lhe se acreditava que Jesus podia curá-la. Ela respondeu que sim, e todos os presentes oraram ao Senhor, o grande Médico. O Senhor interveio, e a curou completamente. Seu ardente desejo agora era que o Senhor a batizasse com o Espírito Santo. Decidiu-se, então, junto com sua amiga Maria Nazaré, a não sair de casa até que o Senhor viesse ao seu encontro conforme a sua promessa (At 2.39).    Depois de cinco dias em jejum e oração, numa quinta-feira, há uma hora da madrugada do dia 9 de junho de 1911, ela recebeu o dom do Espírito Santo, e foi a primeira no Brasil a confirmar a mensagem dos missionários.     Logo ao amanhecer, a irmã Nazaré se dirigiu depressa na avenida São Jerônimo, 224, onde morava o irmão José Batista de Carvalho a fim de lhe contar a boa nova. Lá estavam vários irmãos reunidos. Entre eles Manoel Rodrigues, diácono da igreja batista. Ele mesmo diz: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no batismo do Espírito Santo. Nessa mesma noite haveria culto, como de costume, na igreja batista.  Os presentes já sabiam do batismo de Celina Albuquerque no Espírito Santo. Disputaram entre si, e se dividiram em dois grupos. No calor da disputa houve membros que até ameaçavam os partidários das novas ideias. Depois do encontro, a maioria dos membros resolveram ir à casa da irmã Celina para verificar o que tinha acontecido. Entre aqueles que foram à rua Siqueira Mendes estavam José Plácido da Costa, Antônio Marcondes Garcia e esposa, Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre.

2.   Crescimento e perseguição   Esse título foi escrito pelo próprio Gunnar Vingren quando ele contou sobre a poderosa intervenção de Deus na vida de algumas pessoas, tanto para salvação como para juízo. Esse relato original, palavra por palavra, está sendo utilizado neste capítulo. É um testemunho poderoso de um grande e forte Deus e do que Ele pode fazer. Assim Vingren escreveu:   “Realizamos batismo certa vez num lugar chamado Rio de Ouro. Depois de concluído, um rapaz incrédulo queria zombar dos crentes e do batismo. Ele entrou na água, pôs as mãos sobre o seu peito e se lançou para trás, como se estivesse batizando a si mesmo, e desta maneira ele zombava desse ato santo e dos que o praticavam. O inesperado e horrível que aconteceu foi que após uma dessas imitações, o moço não apareceu mais na água. Depois de um certo tempo seu cadáver foi encontrado e levado para sua casa, para ser enterrado. Isto aconteceu no mês de junho de 1928”.   “Num outro lugar chamado São Pedro, um homem incrédulo quis também zombar dos crentes e do que eles faziam. Ele fingiu que estivesse dando a santa ceia para seus companheiros. Arrumou um prato com pão e começou a distribuí-lo entre os presentes. Porém, de repente sentiu-se terrivelmente mal, quase à morte. Quando melhorou um pouco, os seus amigos perguntaram outra vez se ele não queria dar-lhes a santa ceia como antes estava fazendo. Ele respondeu: ‘Nunca mais falarei contra este povo ou zombarei dele!   Um irmão que estava a caminho do culto, foi picado por uma cobra. Quando ele chegou ao local da reunião, a sua perna estava inchada e totalmente dormente. Ele sentia como se houvesse fogo no local da picada. Oramos por ele uma vez e a dor desapareceu. Oramos a segunda vez, e desapareceram todos os sintomas da picada da cobra. Aquele irmão está são até o dia de hoje”.   “O evangelista Archias de Oliveira tem sido usado por Deus de maneira maravilhosa em todos os lugares onde ele vai pregar o Evangelho. Deus tem realizado grandes milagres e manifestado o seu poder contra os inimigos do Evangelho através desse irmão.

Um jovem que estava à morte ouviu falar de Jesus pela sua própria mãe que lhe testificou. Quando a igreja orou por aquele moço e ele ficou completamente curado.

3.   Curas divinas  -  Mais ou menos seis meses após a nossa chegada, os diáconos da Igreja Batista me disseram: “Irmão Vingren, na próxima terça-feira o irmão dirigirá o culto de oração.” Isto foi em maio de 1911. Eu atendi o pedido. Li alguns versículos no Novo Testamento que falam sobre o batismo com o Espírito Santo, e disse algumas palavras. Durante todo o tempo os diáconos mantiveram suas Bíblias abertas para conferir se eu estava lendo e interpretando corretamente. Parece que ficaram satisfeitos com o que eu disse.        Durante aquela semana realizamos cultos de oração todas as noites na casa de uma irmã que tinha uma enfermidade incurável nos lábios. Ela não podia assistir aos cultos na igreja. A primeira coisa que fiz foi perguntar- lhe se cria que Jesus podia curá-la. Ela respondeu que sim. Dissemos-lhe então que deixasse de lado todos os remédios que estava tomando. Oramos por ela, e o Senhor Jesus a curou completamente!    Nos cultos de oração que se seguiram, aquela irmã começou a buscar o batismo com o Espírito Santo. O seu nome era Celina Albuquerque. Na quinta-feira, depois do culto, ela continuou orando em sua casa, juntamente com outra irmã. A uma hora da madrugada a irmã Celina começou a falar em novas línguas, e continuou falando durante duas horas. Foi, portanto, a primeira operação de batismo com o Espírito Santo feita pelo Senhor Jesus em terras brasileiras.      No dia seguinte, a outra irmã que presenciara tudo, foi e contou o que vira aos outros membros da igreja batista. O seu nome era Nazaré. Na sexta-feira, após o termino do culto na igreja, irmã Nazaré e outras irmãs vieram para o nosso culto de oração. Nessa mesma noite Jesus batizou-a com o Espírito Santo, e ela cantou um hino espiritual.


                    III.   A EXPANSÃO DO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

1.   Um modelo centrífugo  -  Geziel Gomes

Quando Daniel Berg dormiu no Senhor, no ano de 1963, a geração pioneira da Assembleia de Deus no Brasil sentiu profundamente a ausência do inesquecível líder e companheiro que, durante mais de meio século, foi usado por Deus como um ganhador de almas incomum, o verdadeiro evangelista, que aprendera com o Mestre a procurar uma comida superior: fazer a vontade daquele que o enviou.      Os que aprenderam com Daniel Berg beberam de uma fonte cristalina e insuspeita. Ele nunca se queixava das provações que experimentava, nunca discutia assuntos de ordem política, nunca perdia tempo ou oportunidades, jamais negligenciou seus deveres de pai e de pastor.   O surgimento da terceira geração de pentecostais em nossa pátria induz-nos a uma meditação mais séria e profunda sobre o significado do estilo de vida dos que vieram antes de nós. Eles foram homens simples, sem afetações, ambições ou sutilezas. Sua visão era a da constante e interminável expansão do Reino de Deus na terra. Tais foram os caminhos que nos legaram, e que merecem ser seguidos.      Ao mesmo tempo que não poucos, desavisados e desorientados, começavam a predizer o declínio do movimento pentecostal no Brasil, em virtude de haver ultrapassado o seu primeiro cinquentenário, o Espírito do Senhor iniciava um novo movimento de poder, entusiasmo, ação evangelística e maravilhas, para demonstrar à sociedade que esta época, em seu caráter eminentemente escatológico, já não comporta flutuações em torno do avivamento, pois estamos a caminhos dos dias últimos, e devemos aguardar a chuva serôdia que ele enviará sobre a terra, na véspera feliz do arrebatamento da Eleita.     O que urge ressaltar, todavia, é que a continuação do avivamento não se firma em novas táticas, ou novas doutrinas, ou novo estilo, senão na manutenção firme e convicta dos princípios que foram lançados pelos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren.   Eles foram homens de oração e de poder, homens que liam a Bíblia diuturnamente para colher os ensinamentos preciosos para entregar à igreja que hoje enche as cidades de nossa pátria e começa a conquistar as terras mais distantes.    Homens como Daniel Berg não podem jamais ser esquecidos. Os filhos devem ouvir-lhe o nome através dos pais, para que a futura geração saiba que nos primórdios desta obra houve homens robustos na fé e gigantes na ação, que nunca puseram em segundo plano o cumprimento dos seus deveres para com Deus e sua santa Igreja.     A história dos últimos dias de Daniel Berg é a um tempo comovente e inspirativa. Estava ele hospitalizado em sua terra natal, quando se aproximaram os dias finais de sua peregrinação. Todos temos o nosso dia de partir.   O sol de nossa existência tem que se pôr um dia. Bem aventurados os que encontram, no crepúsculo da vida terrena, a aurora da existência com Deus, Daniel Berg mal podia mover-se, mas saía de enfermaria enfermaria para distribuir folhetos, espalhar literatura e orar pelos que se decidissem.

2.   Um crescimento acentuado  -  Ao longo da história das Assembleias de Deus no Brasil, a obra começou pequena, mas foi crescendo a olhos vistos; não apenas em termos numéricos, mas, acima de tudo, “em demonstração do Espírito e de poder” (cf. 1 Co 2.4). Esse é o modelo de crescimento assembleiano. Não cresce buscando ou “pescando” almas noutras igrejas.     Cresce porque evangeliza, discipula e cuida das vidas alcançadas pelo evangelho de Cristo, como dito no item 1. Um pouco da história do avivamento pentecostal através das Assembleias de Deus no Brasil mostra como se desenvolveu a nova igreja. Os dados não foram atualizados, mas o padrão de crescimento tem sido constante, sempre com base no modelo bíblico, ordenado por Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15,16).      Segundo Burlton (pp. 232–234), em 1960, as Assembleias de Deus passaram a responder por 70% do evangelismo nacional, congregando 50% dos evangélicos brasileiros, principalmente no interior e entre as camadas mais humildes da população. A sua influência tem sido de tal monta que grande parte das igrejas históricas, tradicionais, voltou-se para a busca da fé pentecostal. Em 1970, as Assembleias de Deus contavam com 62,6% dos evangélicos brasileiros, que chegavam a 2,6 milhões (Kessler e outros, pp. 11,12). Em 1980, o censo do IBGE dava conta de que, no Brasil, havia 7.885.846 evangélicos. Os pentecostais participavam com cerca de 48%. Segundo os últimos dados do IBGE (dados ente 1991 e 2001), os evangélicos, em 2002, eram 26 milhões de adeptos, e as Assembleias de Deus constituíam-se, naquela época, na maior denominação evangélica do Brasil, passando de 2,4 para 4,5 milhões de fiéis; com 22 mil templos e 21 mil pastores. O jornal Mensageiro da Paz (Junho de 2002) informounos de que os assembleianos contavam com mais de 8 milhões (dados atualizados), somando 32% dos evangélicos ou 5% da população brasileira. Não devemos esquecer que tudo isso é fruto das raízes pentecostais, fincadas pelos pioneiros do Movimento Pentecostal no Brasil.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Livro Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento, Claudionor C. Andrade - Editora CPAD. 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento - Editora CPAD.

Comentário Bíblico. Atos, William Barclay

Livro O Diário do Pinheiro: Gunnar Vingre, Ivar Vingre - Editora CPAD. 

Livro Enviado Por Deus. Daniel Berg; David Berg - A história de Daniel Berg, um simples aldeão que ajudou a deflagrar o maior movimento pentecostal da história da Igreja, as Assembleias de Deus no Brasil. Editora CPAD.