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segunda-feira, 18 de abril de 2022

LIÇÃO 4 – Resguardando-se de Sentimentos Ruin


LIÇÃO 4 – Resguardando-se de sentimentos ruins

                     TEXTO ÁUREO

“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo[...].” (MT 5.22)

                     VERDADE PRÁTICA

A cólera e a ira não podem dominar o coração do crente. Elas devem ser evitadas e vencidas com o ensino do Evangelho.

 

Leitura bíblica MT 5.21-26 (explicação comentário bíblico Esperança Mateus)

vv. 21-22 - Jesus começa esclarecendo a justiça excedente através de três exemplos dos Dez Mandamentos. Como primeiro exemplo Jesus cita o mandamento não matarás. A frase eu, porém, vos digo não quer ser um desprezo aos anciãos, um desprezo que tenta se livrar do passado, um desdém, porém máxima consideração do antigo. A lei é absolutamente santa, é inalterável, é o que persiste e perdura sem mudanças nas modificações do tempo. Mas a lei de Deus não olha para a ação, ela vê mais fundo, observa a origem da ação, a mentalidade que está por detrás dela. “Pois do coração procedem os maus pensamentos: homicídio…” (Mt 15.19). Dessa maneira Jesus vai à raiz, ele é radical (radix = raiz), mostrando-nos que a ira é igual ao assassinato. Schlatter explica: “Para os judeus era difícil reconhecer a natureza culposa de processos interiores do coração (i. é, os processos na alma e as atividades mentais)”. Quando Jesus afirma: Eu, porém, vos digo: aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito ao julgamento, as palavras “vos” e “irmão” apontam para os discípulos. É para eles que vale essa palavra do Senhor, porque os discípulos formam uma irmandade. Nessa irmandade não pode existir a ira. Que significa irar-se? Com base no texto original, a ira pode mostrar-se em duas direções: Para dentro e para fora. Vista para dentro, a ira equivale a estar amargurado, estar raivoso contra o irmão, ficar exasperado, carregar rancor dentro de si, distanciar-se do irmão, manter-se separado dele, consumirse intimamente. Para fora, irar-se significa estar agitado, enfurecer-se, agredir, ser duro, injusto, externar uma mentalidade áspera, ter acessos de cólera. Tudo isso é assassinato do irmão. É transgressão do mandamento: Não matarás. É uma palavra muito séria de Jesus, que alumia para dentro do último cantinho de nosso coração e nos julga e purifica continuamente. Nosso constante fracasso é trazido à luz. Ter de admitir sempre de novo esse fracasso nos preserva de toda confiança no poder próprio e destroça integralmente toda presunção e todo orgulho. “O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7). Quando no coração se encontram todos os tipos citados de ira, o discípulo já se tornou culpado do julgamento, porque tornou-se um assassino do irmão. Como Jesus é extremamente severo com os seus! A sua palavra é “apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). Passamos para o segundo aspecto. Quando a revolta interior ou a fúria exterior são seguidas do duro e amargo insulto raka, i. é, “cabeça oca, não faz parte de nós”, então esse assassino do irmão deve ser julgado pelo tribunal supremo desta terra, o Sinédrio (quanto ao Sinédrio, cf. o exposto sobre 2.4). Em o terceiro ponto: Quem se deixa arrastar pela ira ao ponto de agredir o irmão com uma palavra ofensiva como tolo, i. é, “vá para o inferno, desgraçado (descrente)”, esse próprio deverá ir para o inferno. De tudo o que foi dito resulta para os membros da comunidade de Jesus que cada uma precisa cuidar com extrema exatidão do seu relacionamento com o irmão e examinar sempre de novo, à luz da palavra de Deus, seus pensamentos e suas palavras, e perguntar-se: Como estou em relação a meu irmão? Como ele está comigo? Tão logo um tiver amargura no coração em relação ao outro, ou inveja, ódio, desprezo, satisfação malévola, contrariedade, ou quando um guarda rancor do outro, quando um, irritado, lança uma palavra dura contra o outro, isso é assassinato. Qualquer aborrecimento que continua corroendo o coração é assassinato do irmão. Lutero afirma: “Tantos membros quantos você possui, tantas maneiras você poderá achar de matar, seja com a mão, a língua, o coração, o gesto, olhando alguém amargamente… não gostando de ouvir falar dele: tudo isso significa, matar. Porque nesse caso o coração e tudo o que há em você está disposto a desejar que ele já estivesse morto. E, ainda que a mão fique parada, a língua silencie, os olhos e ouvidos se escondam, de fato o coração está cheio de assassinato e homicídio.” Essa atitude, entretanto, não é apenas assassinar o irmão, mas também escarnecer de Deus. Pois enquanto persistir o rancor contra o irmão, estará interrompida também a ligação com Deus. Podemos notá-lo logo quando tentamos orar (cf. At 9.5c). Num estado desses, desonraríamos a Deus se quiséssemos entoar hinos de louvor com a comunidade em oração. Entendemos agora por que Jesus acrescenta os v. 23-26 diretamente depois da palavra do assassinato e da ira. Após a advertência de teor negativo dos v. 21s, Jesus segue com dois exemplos positivos: Que sejam o lema de nossa vida não a amargura, irritação, inveja e ódio, mas sim o amor e a disposição para a paz.

vv. 23-26 - Os dois exemplos não nos mostram como podemos nos precaver da ira, porém ambos nos mostram como devemos proceder quando já nos tornamos culpados da ira! No primeiro exemplo alguém está prestes a trazer um sacrifício para o sacerdote ofertar sobre o altar. Aí lembra-se subitamente: Meu irmão tem algo contra mim! Eu o magoei. Jesus diz: Largue sua oferta diante do altar, interrompa a cerimônia do sacrifício, por mais aborrecido que fique o sacerdote com a interrupção, vá primeiro até o seu irmão e reconcilie-se com ele! Enquanto a relação com o irmão não for passada a limpo, toda oração e leitura da Bíblia e todo culto não somente são inúteis, mas também desgastantes e pecado. Para Deus é muitíssimo mais importante e mais necessário um diálogo, pelo qual se supera uma amargura ou uma perturbação da fraternidade, do que culto e celebração da Ceia. O primeiro exemplo nos v. 23s elabora a afirmação de Oséias 6.6: “Eu quero que vocês se amem e não que me ofereçam sacrifícios” (BLH), e coloca a reconciliação e o amor acima do culto. O dever da reconciliação existe até mesmo quando não eu tiver algo contra o outro, mas quando este tiver algo contra mim. Jesus nem sequer analisa se sou eu o culpado ou não. Basta que o outro esteja irado e amargurado comigo. Eu devo ser o primeiro a ir até ele e estender a mão para a reconciliação. O segundo exemplo reveste com a forma de uma parábola a mesma exigência de estar pronto para a reconciliação. Estenda a mão enquanto você ainda está junto do irmão. E, quando todas as tentativas de entendimento fracassaram, devemos ainda aproveitar e explorar com toda seriedade a última chance e possibilidade, antes que aconteça a ruptura definitiva. Sublinhando as palavras de Jesus, Paulo diz em Romanos 12.18: “Façam todo o possível para viver em paz uns com os outros” (BLH). Quando, porém, apesar dos mais sérios e sinceros esforços, não é possível manter a paz, então aguarde. Não exploda em ira, nem engula o problema, mas entregue-o a Deus. Espere silenciosamente até que Deus mesmo talvez mude a situação! Deixe-a amadurecer! Você, apesar disso, continua amado por Deus. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira [divina]” (Rm 12.19). Essa referência à retribuição de Deus no juízo não abre caminho para a necessidade humana de vingança. Pelo contrário, os versículos seguintes do cap. 5, da bofetada, do amor ao inimigo etc., evidenciam que o discípulo de Jesus precisa, sempre de novo, oferecer amor em troca do ódio, bênção em troca da maldição!

                             

                                   INTRODUÇÃO

Jesus mostra como esse cumprimento da Lei é mais profundo que uma simples conformidade exterior. Quem matar destaca um desenvolvimento tradicional de Êx. 20:13, mas ainda trata do ato de homicídio. O julgamento. O tribunal civil judeu, conforme baseado em Deut. 16:18 (veja também Josefo, Antig. iv. 8.14). Os melhores manuscritos omitem "sem motivo" ainda que Efésios 4:26 indique a possibilidade de se inferir corretamente alguma restrição. Insulto. (Raca na ERC.) Provavelmente "cabeça vazia" (de uma palavra aramaica significando "vazio"). Tolo. Considerando que esta série exige epítetos progressivamente mais graves, Bruce acha que Raca é um desacato à cabeça do homem, e tolo, ao seu caráter (Exp GT, I, 107). Inferno de fogo. Literalmente uma referência ao vale de Hinon nos arredores de Jerusalém, onde o lixo, os restos e as carcaças de animais abatidos eram queimados e também uma metáfora pitoresca do lugar do tormento eterno. (A sua história horrível se encontra em Jr. 7:31, 32; II Cr. 28:3; 33:6; lI Reis 23:10.) Cristo localiza a raiz do homicídio no coração do homem irado, e promete que no Seu reino o julgamento imediato será feito antes que o homicídio seja cometido. Ao altar. Indicação do disfarce judaico deste discurso. Teu irmão tem alguma coisa contra ti, isto é, se você cometeu uma injustiça contra o seu irmão. Vai primeiro reconciliar-te obriga o adorador que está a caminho, a prestar satisfações ao ofendido para que a sua oferta seja aceitável (confirma com Sl. 66:18). Adversário. Um oponente da lei (confira com Lc. 12:58, 59). Considerando que o juízo está próximo, os ofensores deveriam se apressar em ajustar contas. Enquanto não pagares. Provavelmente uma situação literal no reino. Se, entretanto, a prisão é símbolo do inferno, a implícita possibilidade de pagamento e soltura aplica-se apenas à parábola, não a sua interpretação. A Escritura é clara ao declarar que aqueles que estão no inferno ficarão lá para sempre (Mt. 25:41, 46), porque a sua dívida não pode ser paga.(COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY).

I.            O EVANGELHO NÃO É ANTINOMISTA

1.       O que é Antinomismo? Teologicamente, o antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que os cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma conclusão antibíblica.

O ensinamento bíblico é o de que os cristãos não são obrigados a observarem a lei do Antigo Testamento como um meio de salvação.

Quando Jesus Cristo morreu na cruz, Ele cumpriu a Lei do Antigo Testamento (Romanos 10:4, Gálatas 3:23-25, Efésios 2:15). A conclusão antibíblica é a de que não há nenhuma lei moral que Deus espera que os cristãos obedeçam.

O apóstolo Paulo tratou da questão do antinomianismo em Romanos 6:1-2: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” O ataque mais frequente sobre a doutrina da salvação pela graça é que ela encoraja o pecado. As pessoas podem se perguntar: “Se sou salvo pela graça e todos os meus pecados são perdoados, por que não pecar o quanto quiser?” Esse pensamento não é o resultado de uma verdadeira conversão porque a verdadeira conversão produz um maior, não menor, desejo de obedecer. O desejo de Deus – e o nosso desejo quando somos regenerados por Seu Espírito – é que nos esforcemos a não pecar. Como gratidão por Sua graça e perdão, queremos agradá-Lo. Deus nos deu o Seu dom infinitamente misericordioso através da salvação em Jesus (João 3:16; Romanos 5:8). Nossa resposta é consagrar nossa vida a Ele como uma forma de amor, adoração e gratidão pelo que Ele fez por nós (Romanos 12:1-2). O antinomianismo é antibíblico por aplicar de forma errada o significado do favor gracioso de Deus. A segunda razão por que o antinomianismo é antibíblico é que existe uma lei moral que Deus espera que obedeçamos. Primeiro João 5:3 nos diz: “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos.” O que é essa lei que Deus espera que obedeçamos? É a lei de Cristo – “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mateus 22:37-40). Não, não estamos sob a Lei do Antigo Testamento. Sim, estamos sob a lei de Cristo. A lei de Cristo não é uma extensa lista de códigos legais. É uma lei de amor.

2.      2A Lei e o Evangelho - Os mestres judeus ensinaram que nada, salvo o homicídio, era proibido pelo sexto mandamento. Assim, eliminavam seu significado espiritual. Cristo mostrou o significado completo deste mandamento; conforme ao qual devem os ser julgados no além e, portanto, deveria ser obedecido agora. Toda ira precipitada é homicídio no coração. Por nosso irmão, aqui descrito, devem os entender a qualquer pessoa, ainda que muito por embaixo de nós, pois som os todos feitos de um mesmo sangue. "Néscio" é um a palavra de zombaria que vem do orgulho; "Você é um néscio" é a palavra depreciativa que provém do ódio. A calúnia e as censuras maliciosa são veneno que mata secreta e lentam ente. Cristo disse que por leves que considerassem esses pecados, certam ente seriam chamados a juízo por eles. Devem os conservar cuidadosamente o amor e a paz cristãs com todos nossos irmãos; e, se em algum momento há um a briga, devem os confessar nossa falta, humilhar-nos a nosso irmão, fazendo ou oferecendo satisfação pelo mal feito de palavra ou obra; e devem os fazer isto rapidamente, pois até que não o façam os, não serem os aptos para nossa com unhão com Deus nas santas ordenanças. Quando nós estamos preparando para algum exercício religioso, bom será que façamos disto uma ocasião para refletir e examinarmos com seriedade. O que aqui se diz é muito aplicável ao fato de sermos reconciliados com Deus por meio de Cristo. Enquanto estejam os vivos, estamos a caminho de seu trono de juízo, e depois da morte será demasiado tarde. Quando consideram os a importância do caso, e a incerteza da vida, quão necessário se torna buscar a paz com Deus sem demora!

3.      Legalismo x Antinomismo - A Bíblia reprova tanto o legalismo dos fariseus quanto o legalismo dos judaizantes. Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus condenou o legalismo dos fariseus revelando que eles colocavam fardos pesados sobre os ombros dos homens que nem mesmo eles estavam dispostos a carregar (Mateus 23:4). Esse é um típico comportamento dos legalistas: condenar as pessoas por não fazerem aquilo que eles também não fazem. Na sequência, Jesus apontou que com o seu legalismo, os fariseus não estavam preocupados com a glória de Deus, mas apenas queriam o reconhecimento humano. Nesse ponto, é fácil perceber que Jesus mostrou que o legalismo e a hipocrisia estão intimamente ligados. Mais do que isso, Jesus ainda acusou os legalistas fariseus de fecharem o Reino de Deus diante das pessoas com suas tradições humanas que, ao invés de trazerem liberdade, traziam escravidão (Mateus 23:5-13). O legalismo religioso dos judaizantes também foi duramente combatido pelo apóstolo Paulo. Tal como os legalistas fariseus do tempo de Jesus, os judaizantes também ensinavam um tipo de salvação pelas obras. Os judaizantes tentavam fazer adições ao Evangelho, como se a obra de Cristo fosse insuficiente. Mas a partir do momento que apenas um único detalhe é modificado no Evangelho, esse deixa de ser o Evangelho de Cristo e passa a ser um falso evangelho. Antinomianismo é a negação da lei; é o “anti lei”. O antinomiano nega a necessidade do crente em guardar a lei de Deus. Essa heresia surgiu muito cedo nas igrejas primitivas e os apóstolos tiveram que exortar que o crente deve observar a lei de Deus como expressão de nosso amor. A Lei de Deus é única, mas com bases morais, sociais e cerimoniais, conforme já vimos no estudo 1.7 A Lei de Deus. As leis sociais são para o povo de Israel, a lei cerimonial se cumpriram em Cristo e se tornaram obsoletas e desnecessárias. Mas a parte moral de Lei são eternas e todo Cristão deve guardar. A parte moral da Lei tem como base o perfeito caráter de Deus e está exposta nos Dez Mandamento (Êxodo 20) e nas ordenanças, mandamentos e exortações dos profetas, Jesus Cristos e dos apóstolos por toda a Escrituras Sagradas. Todo Cristão deve guardar a lei moral de Deus. Nas leis morais estão expostas a santidade e a vontade de Deus. O cristão verdadeiro deve amar a lei moral de Deus e guardá-la. Quem ama a Deus, guarda sua lei (João 14.15; 1 João 2.3-6; 1 João 5.1-3).

   

II.               A CÓLERA É O PRIMEIRO ATO PARA O HOMICÍDIO

1.    Jesus e o sexto mandamento - Nesta passagem Jesus raciocina de maneira muito similar a que teria feito um rabino. Demonstra que sabe utilizar os métodos de discussão que eram habituais em sua época. Nesta passagem há uma nítida gradação da ira, e a correspondente gradação crescente dos castigos. (1) Primeiro está o homem que se zanga com seu irmão. Em grego havia duas palavras para descrever a ira. Uma delas, zumós, significa literalmente o fogo que produz a palha seca. Trata-se da ira que se inflama repentinamente, mas que com a mesma prontidão se extingue. A outra palavra é orgué. Neste caso se trata da ira longamente cultivada, a de quem odeia e seguirá odiando, sem permitir jamais que sua ira diminua. Esta é palavra usada por Jesus. Esta ira merece o julgamento dos tribunais. Jesus se refere ao tribunal que funcionava em qualquer população, das cidades até o mais pequeno vilarejo. Este tribunal estava composto pelos anciãos do lugar e o número de juízes variava segundo o tamanho da população: eram três nos pequenos povoados, com menos de cento e cinquenta habitantes, sete nas cidades de província e vinte e três nas grandes capitais.

2.    A Cólera no Contexto bíblico - De maneira que Jesus condena toda ira egoísta. A Bíblia diz bem claramente que a ira é um sentimento proibido. "A ira do homem", diz Tiago, "não produz a justiça de Deus" (Tiago 1:20). Paulo ordena aos seus: "despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar..." (Colossenses 3:8). Também os mais elevados pensadores do paganismo compreenderam a estupidez da ira. Cícero disse que quando se experimentava ira "nada podia fazer-se inteligentemente nem de maneira justa". Em uma frase tremendamente vívida, Sêneca descreveu a ira como "uma loucura passageira". De maneira que Jesus proíbe categoricamente a ira rancorosa, a ira que jamais esquece, a ira que se nega a ser reconciliada e busca a vingança. Se desejamos obedecê-lo devemos eliminar de nossa vida toda forma de ira, irritação ou ódio apaixonado, particularmente aqueles que Mateus (William Barclay) 151 duram muito tempo sem aplacar-se. É muito importante recordar que ninguém que queira chamar-se cristão pode "perder os estribos" quando de algum modo foi ofendido pessoalmente. (2) A seguir Jesus passa a descrever o caso em que a ira dá lugar às palavras insultantes. Os mestres do judaísmo proibiam tal tipo de irritação e tais palavras. Falavam de "a opressão das palavras" e do "pecado do insulto". Um de seus ditos sustentava: "Há três classes de homens que vão à Geena e não retornam jamais – o adúltero, que faz envergonhar abertamente a seu próximo, e o que insulta a seu semelhante." A ira está proibida tanto no coração do homem como em sua boca.

3.    O Valor da pessoa humana - Em primeiro lugar se condena ao homem que chama raca a seu irmão. Raca é a palavra que em nossas Bíblias se traduz por "néscio". É uma palavra quase impossível de traduzir, porque a gradação de seu significado dependia do tom de voz que se usasse ao pronunciá-la. A idéia dominante deste insulto é a do desprezo. Chamar a alguém raca era lhe dizer estúpido, idiota sem miolos, imprestável e nulo. É a palavra que escutaremos na boca de quem despreza a outro com absoluta arrogância. Entre os judeus há uma história de um certo rabino, Simão Ben Eleazar, que saía da casa de seu professor, sentindo-se exaltado pela consciência de sua própria sabedoria, erudição e bondade. Nesse momento cruzou por ele alguém muito pouco favorecido em seu aspecto, quem o saudou. Sem responder à saudação Ben Eleazar lhe gritou: "Raca! Quão feio você é! Todos os homens de sua cidade são tão feios como você?" O caminhante lhe respondeu: "Isso não sei. Vá e diga ao Criador que me fez uma criatura tão feia como sou." Este foi o modo como se castigou o pecado de desprezo. O pecado de desprezo é merecedor de um castigo ainda mais sério. Deverá ser julgado pelo Sinédrio, a corte suprema dos judeus. É óbvio que isto não deve ser tomado literalmente. É como se Jesus tivesse dito: "O pecado da ira inveterada é mau, mas o do desprezo é pior." Não há pecado tão pouco cristão como o do desprezo. Há um desprezo que se baseia no orgulho da estirpe, e o esnobismo é realmente uma coisa feia. Há uma atitude de superioridade que obedece à posição e o dinheiro que se têm, e o orgulho pelas coisas materiais também é algo vil. Há um orgulho dos que desprezam os que sabem menos que eles, e de todos orgulhos este é o mais difícil de entender, porque nenhum homem verdadeiramente sábio jamais se sentiu impressionado por outra coisa senão por sua própria ignorância. Não podemos olhar depreciativamente a ninguém, porque Cristo morreu por todos. (3) A seguir Jesus se refere ao homem que chama morós a seu irmão. Morós também significa néscio ou tolo, mas o acento está posto na tolice moral. É o homem que simula ser néscio. O salmista, por exemplo, fala do néscio que em seu coração diz que não há Deus (Salmo 14:1). Trata-se, neste caso, de um retardado moral, do homem que vive de maneira imoral e, portanto, desejaria que não houvesse Deus. Dizer a alguém morós não era criticar sua capacidade mental, mas pôr em tela de juízo seu caráter moral; equivalia a manchar seu bom nome e reputação, a qualificá-lo como uma pessoa de vida dissipada e imoral. E Jesus diz que aquele que destrói o bom nome de seu irmão e sua reputação de pessoa honesta e reta deverá enfrentar o juízo mais terrível de todos, o do fogo do Geena. Geena é um termo com uma longa história. Às vezes é traduzido, como em nossa citação, diretamente por inferno. Os judeus usavam esta palavra muito frequentemente (veja-se Mateus 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 45, 41. Lucas 12:5; Tiago 3:6). Em realidade, só se refere ao Vale de Hinom, que estava localizado para o sudoeste de Jerusalém. Era lembrado como o lugar onde Acaz tinha introduzido o culto a Moloque, um deus pagão. Este culto tinha como uma de suas características a imolação de crianças vivas no fogo do altar. " Jesus afirma, pois, que o mais grave é destruir a boa reputação do próximo e privá-lo de seu bom nome. Não há castigo muito severo para o fofoqueiro maligno, para as fofocas de intenção iníqua que podem chegar a assassinar o bom nome de qualquer pessoa. Tal conduta merece, no sentido mais literal possível, a condenação do inferno. Como já dissemos, esta gradação dos castigos não deve ser tomada literalmente. Jesus está dizendo o seguinte: "Na antiguidade se condenava o assassinato; e certamente o assassinato continua sendo mau. Mas eu lhes digo que não são apenas as ações exteriores do homem as que merecem ser julgadas; também seus pensamentos mais íntimos estão sob o olhar escrutinador e o julgamento de Deus. A ira persistente é má; piores ainda são as palavras depreciativas, mas o pior de tudo é a malícia que destrói o bom nome do próximo." O homem que é escravo de sua ira, que se dirige a outros com um tom depreciativo, o homem que destrói o bom nome de outros, pode não ter assassinado a ninguém, mas em seu coração é um assassino.

 III.              A “OFERTA DO ALTAR” E A DESAVENÇA

1.    A oferta do altar - Portanto remete para o ponto de Jesus que o pecado, assim como a justiça, é antes de tudo interno. Enquanto há pecado interno, atos exteriores de culto não são aceitáveis a Deus. Jesus continua a centrar-se no pecado particular de ódio contra outra pessoa, um irmão no sentido mais amplo. Reconciliação deve preceder adoração. A cena de apresentar a sua oferta no altar era algo familiar para os judeus. O Senhor pode ter tido em mente aqui o sacrifício feito no Dia da Expiação, quando o adorador trouxe um sacrifício animal por seus pecados. Quando ele veio para o pátio dos sacerdotes que ele parasse, porque só os sacerdotes tinham permissão para entrar na área do altar. Ele, então, colocar suas mãos sobre o animal a se identificar com ele e apresentá-lo ao sacerdote para oferecer em seu nome. "Mas não entregar o sacrifício do sacerdote" Jesus disse: "se você se lembrar de que seu irmão tem algo contra você. " Conflito não resolvido tem prioridade e deve ser resolvida. Deixe a sua oferta ali diante do altar, e seguir o seu caminho; primeiro reconciliar-se com seu irmão e, depois, vem e apresenta a sua oferta. Acomode a brecha entre você e seu irmão antes de tentar resolver a brecha entre você e Deus. Não fazer isso é ser um hipócrita por pedir perdão sem se arrepender. A frase teu irmão tem alguma coisa contra ti, também pode se referir a raiva ou ódio por parte do irmão. Ou seja, mesmo que nada contra ele, se ele está irritado com ou odeia nos, devemos fazer tudo ao nosso alcance para se reconciliar com ele. Obviamente, não podemos mudar o coração ou atitude de outra pessoa, mas o nosso desejo e esforço deve ser para fechar a brecha, tanto quanto é possível a partir de nosso lado e segurar nenhuma raiva de nós mesmos, mesmo que a outra pessoa faz. Quando há animosidade ou pecado de qualquer tipo em nosso coração não pode haver integridade em nossa adoração. Cerca de mil anos antes de Cristo pregou o Sermão da Montanha, o salmista declarou: "Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Sl. 66:18). Mesmo antes que Samuel disse: "Será que o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender do que a gordura de carneiros" (1 Sam. 15: 22).

2.    Evitando a desavença - Esta ilustração é uma imagem de pecado contra outra pessoa. Esse pecado tem de ser resolvida para evitar ter de enfrentar uma pena do juiz divino. A pena exata em que Jesus faz alusão não é claro. Sendo jogado na prisão e não ser capaz de obter fora de lá até que a dívida é paga é uma analogia do castigo de Deus. O ensino básico é simples e inequívoco: estamos a fazer todos os esforços, sem demora, para fazer o nosso direito relacionamento com nosso irmão antes de nossa relação pode estar bem com Deus e nós podemos evitar a correção. No sentido mais amplo, é claro, porque ninguém tem nunca totalmente atitudes corretas para com os outros, não adoração é aceitável. Assim, tudo o que Jesus ensina nesta passagem, como no resto do Sermão da Montanha, é mostrar o padrão absolutamente perfeito da justiça de Deus e a tarefa absolutamente impossível de nossa reunião que padrão em nosso próprio poder. Ele destrói a auto-justiça, a fim de conduzir-nos a Sua justiça, que por si só é aceitável a Deus.

 

AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13 Suzano. Casado com a Maria Lauriane, onde temos um casal de filhos abençoados por Deus (Wesley e Rafaella).

Pr. Setorial: Pr. Davi Fonseca

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Temos blog e site de estudos bíblicos: http://egbertojunio.blogspot.com/

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                       BIBLIOGRAFIA

 

BÍBLIA ALMEIDA SÉCULO 21

BÍBLIA DE ESTUDO VIVA

COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY, MATEUS

COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, JOHN MACARTHUR

COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, HERNANDES DIAS LOPES

COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, WIILIAM BARCLAY

https://vidadeteologo.com.br/o-que-e-antinomianismo/

https://estiloadoracao.com/o-que-e-legalismo-religioso-na-biblia/

https://sites.google.com/site/verdadesessenciaisdafecrista/9-a-espiritualidade-e-vida-crista/9-15-antinomianismo

 

 








































segunda-feira, 11 de abril de 2022

Lição 3 – JESUS, O DISCIPULO E A LEI



Lição 3 – jesus, o discípulo e a lei

TEXTO ÁUREO

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” (MT 5.20)

VERDADE PRÁTICA

Os seguidores de Jesus são chamados a viver a justiça do Reino de Deus. Essa justiça, baseada na Nova Aliança em Cristo, nasce no interior do crente e reflete no exterior da vida.

LEITURA BÍBLICA: MT 5.17-20 (comentário da leitura bíblica, Mateus – Hernandes Dias Lopes).

V.17 – O Antigo Testamento traz a revelação da lei e dos profetas, e o Novo Testamento apresenta Jesus e o evangelho. Não há conflito nem contradição entre a antiga e a nova dispensações. Jesus não veio para deitar por terra a lei e os profetas. Veio para cumprir tudo que a lei simbolizava e tudo o que os profetas disseram. A lei é a promessa; Jesus é o cumprimento da promessa. A lei era a sombra; Jesus é a realidade. Jesus não veio para desautorizar a lei, mas para cumpri-la. Não veio para refutar os profetas, mas para ser a essência de tudo o que eles disseram. Jesus cumpriu a lei em seu nascimento, em seus ensinamentos e em sua morte e ressurreição. Nessa mesma linha de pensamento, John Charles Ryle escreve: Jesus, o cumprimento da lei tomemos cuidado para não desprezar o Antigo Testamento, sob nenhum pretexto. A religião do Antigo Testamento é o embrião do cristianismo. O Antigo testamento é o evangelho em botão; o Novo Testamento é evangelho aberto em flor. O Antigo testamento é o evangelho brotando; o Novo Testamento é o evangelho já em espiga formada. Os santos do Antigo Testamento enxergaram muitas coisas como que por um espelho, obscuramente. Porém, todos contemplavam pela fé o mesmo salvador e foram guiados pelo mesmo Espírito Santo que hoje nos guia. Warren Wiersbe diz corretamente que Jesus cumpriu os tipos e as cerimônias do Antigo Testamento para que esses não fossem mais necessários ao povo de Deus (Hb 9-10). Colocou de lado a antiga aliança e firmou uma nova.1 Nessa mesma linha de pensamento, A. T. Robertson explica que a palavra “cumprir” significa “encher por completo”. Foi o que Jesus fez com a lei cerimonial, que apontava para ele. Jesus também guardou a lei moral. “Ele veio completar a lei, revelar a total profundidade do significado que estava ligado a quem a guardava”.6 Resta claro que Jesus não contradiz o que foi dito, mas o coloca em foco ético mais nítido, numa espécie de intensificação radical das exigências da lei.

V.18 - A infalibilidade da lei e dos profetas (5.18) Os opositores de Jesus insinuavam que ele estava sabotando a revelação de Deus dada a Moisés. Porém, longe disso, Jesus afirmou categoricamente que nem um i ou um til da lei jamais passarão até que tudo se cumpra. A Palavra de Deus é inerrante e infalível. A mente que a produziu não é humana, mas divina. A verdade nela contida não caduca com o tempo, mas é eterna. A lei apontava para Cristo. Os profetas falaram de Cristo. A lei cerimonial era uma sombra da realidade que é Cristo. Ele é o fim da lei (Rm 10.4). Os profetas anunciaram o nascimento, a vida, o ministério, as obras, a morte, a ressurreição e o senhorio de Cristo. Tudo isso, rigorosamente, se cumpriu nele.

V.19 - Tanto a lei cerimonial como a lei moral são expressões da santidade de Deus. A lei precisa ser corretamente entendida para que seu propósito seja corretamente alcançado. Os escribas e fariseus torciam a lei em nome da lei. Eles deturpavam seu sentido para ostentarem uma espiritualidade de faixada. Vangloriavam-se ao mesmo tempo que violavam a lei e ensinavam ao povo preceitos de homens, em vez de ensinar com fidelidade a lei. Violar a lei é quebrá-la. Ensinar a lei de maneira errada é ser falsa testemunha de Deus. Violar a lei traz consequências graves para o transgressor. Ensinar esses desvios traz desdobramentos terríveis para quem ouve esse falso ensino. A lei não é para ser quebrada, mas obedecida. Não é apenas para ser guardada, mas também para ser transmitida. Com isso, Jesus está mostrando que a prática deve preceder a pregação. O mestre deve viver a doutrina antes de ensiná-la aos outros. Os escribas e fariseus falavam, mas não praticavam; pregavam, mas não faziam (23.3). Se a quebra da lei e o ensino errado da lei trazem um apequenamento ao transgressor travestido de mestre, a observância da lei e de seu ensino fiel proporcionam grande honra: ... esse será considerado grande no reino dos céus (5.19).

V.20 - Jesus deixa claro que os escribas e fariseus, que torciam a lei e oprimiam o povo com um discurso legalista, ostentando uma santidade aparente e uma justiça apenas exterior, estavam fora do reino dos céus. Para entrar no reino dos céus, é necessário não ostentar, mas ser humilde de espírito. E necessário não se gabar de sua justiça, mas chorar pelos seus pecados. E necessário não defender seus direitos, mas ser manso. E necessário ter fome não de prestígio, mas de justiça. E necessário não oprimir os órfãos e as viúvas, mas ser misericordioso. E necessário não agasalhar hipocritamente toda sorte de imundícia no coração, mas ser limpo de coração. E necessário não ferir as pessoas com seu legalismo pesado, mas ser pacificador. E necessário não criar contendas e odiar as pessoas em nome de Deus, mas se dispor a sofrer por causa da justiça. Essa é a justiça que excede em muito a justiça dos escribas e fariseus.


                            INTRODUÇÃO

A que se referia Jesus, então, quando falava de "a Lei"? Disse que não tinha vindo para destruir a lei e sim para cumpri-la. Quer dizer, veio para pôr de manifesto o verdadeiro significado da Lei. Qual era o verdadeiro significado da Lei? Mesmo por trás da lei oral dos escribas e fariseus, havia um grande princípio de crucial importância, que estes não compreendiam a não ser de maneira equivocada e imperfeita. Este grande princípio fundamental é que em todas as coisas o homem deve procurar a vontade de Deus e que uma vez que a conhece deve dedicar toda sua vida a obedecê-la. Os escribas e fariseus tinham razão ao procurar a vontade de Deus, e não se equivocavam ao dedicar a vida a sua obediência; mas se equivocavam ao acreditar que suas centenas e milhares de insignificantes normas legalistas eram a vontade de Deus. Qual é, pois, o verdadeiro princípio, que respalda a Lei em sua totalidade, esse princípio que Jesus deveu cumprir, esse princípio cujo verdadeiro significado veio a nos mostrar? Quando examinamos os Dez Mandamentos, que são a essência e o fundamento de toda a Lei, podemos nos dar conta que todo o seu significado pode resumir-se em uma só palavra – respeito, ou até mais adequadamente, reverência. Reverência para com Deus e para o nome de Deus, reverência pelo dia de Deus, respeito aos pais, respeito à vida, respeito à propriedade, respeito à personalidade, respeito à verdade e ao bom nome de outros, a respeito a si mesmo, de tal modo que jamais possam chegar a nos dominar os maus desejos. Estes são os princípios fundamentais que resumem o significado dos Dez Mandamentos. Os princípios fundamentais dos Dez Mandamentos são a reverência para com Deus e o respeito a nossos semelhantes e a nós mesmos. Sem esta reverência e este respeito fundamentais não pode haver Lei. Sobre estas atitudes se apoia toda lei. E é esta reverência e este respeito o que Jesus deveu cumprir. Veio para demonstrar aos homens, em sua própria vida concreta de cada dia, o que é a reverência para com Deus e o respeito para com o homem. A justiça, diziam os gregos, consiste em dar a Deus e aos homens o que merecem. Jesus veio para mostrar, na vida, o que significa a reverência que Deus merece e o respeito que o homem merece. Essa reverência e esse respeito não consistiam na obediência de uma multidão de meticulosas regras e estatutos. Não exigia o sacrifício, a e sim a misericórdia; não era um legalismo e sim o amor; não era uma série de proibições que estipulavam detalhadamente o que não se devia fazer, e sim uma série breve de mandamentos fundamentais que levavam o crente a modelar sua vida a partir do mandamento positivo: o do amor. A reverência e o respeito que constituem o fundamento dos Dez Mandamentos jamais passarão. São a própria substância da relação de cada indivíduo com Deus e com o seu próximo. (Comentário bíblico Mateus, William Barclay).

I.               JESUS CUMPRIU TODA A LEI

1.   1.   Um compromisso com o passado - Depois de ouvir a descrição do tipo de caráter que Deus abençoa, sem dúvida alguns na multidão disseram: "É impossível cultivar um caráter como esse. Como ser justos assim? De onde vem essa justiça?" Para eles, era difícil entender de que maneira esses ensinamentos se relacionavam àquilo que haviam aprendido desde a infância. E quanto a Moisés e à lei? Na lei de Moisés, Deus certamente revelou seus padrões para uma vida de santidade. Os fariseus defendiam a lei e procuravam lhe obedecer. Mas Jesus afirmou que a verdadeira justiça agradável a Deus deve exceder aquela dos escribas e fariseus - e, para o povo em geral, os escribas e fariseus eram as pessoas mais santas da comunidade! Se e/es não haviam conseguido encontrar essa justiça, que esperança haveria para o restante do povo? Jesus explica a própria atitude com respeito à lei descrevendo três relacionamentos possíveis. É possível procurar destruir a lei (v. 17a). Para os fariseus, era justamente isso o que Jesus fazia. Em primeiro lugar, a autoridade de Jesus não era proveniente de nenhum líder ou escola rabínica conhecida. Em vez de ensinar os preceitos das autoridades no assunto, como os escribas e fariseus, Jesus ensinava com autoridade. Jesus parecia desafiar a lei não apenas com sua autoridade, mas também com suas ações. Curava pessoas no sábado e não fazia caso das tradições dos fariseus. Seus relacionamentos também pareciam opor-se à lei, pois era amigo de publicanos e de pecadores. No entanto, eram os fariseus que destruíam a lei! Por meio de suas tradições, privavam as pessoas da Palavra de Deus, e por meio de uma vida hipócrita, desobedeciam às leis que afirmavam proteger. Os fariseus pensavam estar guardando a Palavra de Deus, quando, na verdade, reprimiam a Palavra de Deus, sufocando-a com seus preceitos humanos e acabando com sua vitalidade! O fato de terem rejeitado Cristo quando veio à Terra comprovou que a verdade interior da lei não havia penetrado o coração desses homens. Jesus deixou claro que veio para honrar a lei e ajudar o povo de Deus a amá-la, apren­der dela e colocá-la em prática. Recusou a justiça artificial dos líderes religiosos, que não passava de uma farsa. Para eles, a religião era um ritual morto, não um relacionamento vivo. Uma vez que era falsa, não se reproduzia em outros de maneira viva e eficaz. Promovia apenas o orgulho, não a humildade; conduzia à escravidão, não à liberdade. (Comentário bíblico Warren W. Wiersbe)

3. Jesus cumpriu e aperfeiçoou a Lei - Jesus Cristo cumpriu a lei de Deus em todos os aspectos de sua vida. Cumpriu-a em seu nascimento, pois foi "nascido sob a lei" (Gl 4:4). Seus pais realizaram todos os rituais prescritos para um menino judeu. Por certo, também cumpriu a lei em sua vida, pois ninguém nunca foi capaz de acusá-lo de qualquer pecado. Jesus obedeceu a todos os mandamentos de Deus na lei sem, no entanto, se sujeitar às tradições dos escribas e fariseus. O Pai expressou sua aprovação declarando: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3:17; 17:5). Jesus também cumpriu a lei em seus ensinamentos, e foi isso o que o levou a entrar em conflito com os líderes religiosos. Quando começou seu ministério, encontrou a Palavra viva de Deus recoberta de tradições e de interpretações humanas. Jesus rompeu essa "casca de religiosidade" e guiou o povo de volta à Palavra de Deus. Em seguida, revelou-a com a nova forma de viver para uma gente acostumada com a "letra" da lei, não com a "essência" da vida. Foi, porém, em sua morte e ressurreição que Jesus cumpriu a lei de maneira especial, pois levou sobre si a maldição da lei (Gl 3:13). Ele cumpriu os tipos e as cerimônias do Antigo Testamento para que não fossem mais necessários ao povo de Deus (ver Hb 9 - 10). Colocou de lado a antiga aliança e firmou uma nova aliança. A fim de destruir a lei, Jesus não lutou contra ela; ele a cumpriu! Talvez possamos esclarecer esse fato com uma ilustração. Há duas maneiras de destruir uma semente: esmagando-a em pedaços ou plantando-a para que cumpra seu propósito e se transforme numa árvore. Quando Jesus morreu, rasgou o véu do templo e abriu o caminho para a santidade (Hb 10:19). Derrubou o muro de separação entre judeus e gentios (Ef 2:11-13). Uma vez que a lei foi cumprida em Jesus, não precisamos mais de templos construídos por mãos humanas (At 7;48ss) nem de rituais religiosos (Cl 2:10-13). Com o é possível cumprir a lei? Entregando-nos ao Espírito Santo e deixando que opere em nossa vida (Rm 8:1-3). O Espírito Santo permite que experimentemos "a justiça da lei" em nossa vida diária. Isso não significa que temos uma vida perfeita e sem pecado, mas sim que Cristo vive em nós pelo poder do Espírito Santo (GF2:20). Quem lê as bem-aventuranças, vê ali retratado o caráter perfeito de Jesus Cristo. Apesar de nunca ter se entristecido com seu pecado, pois jamais pecou, ainda assim foi um "homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53:3). Nunca precisou sentir fome nem sede de justiça, pois era o santo Filho de Deus, mas se agradou da vontade do Pai e encontrou saciedade nessa obediência (Jo 4:34). A única forma de experimentar a justiça das bem-aventuranças é por meio do poder de Cristo. (Comentário bíblico Warren W. Wiersbe).

II.               A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO

1.    1. O que a expressão “letra da lei” significa? - Aos Romanos, Paulo disse: "Pois Cristo é o fim da lei para justiça de todo aquele que crê" (Rom. 10: 4), e aos Gálatas, ele escreveu: "Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estão nos termos da lei "(Gl. 5:18). Mas ele tinha apenas deixou claro que os cristãos não são, no mínimo livre de padrões morais de Deus. "Pois a carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne, porque estes estão em oposição um ao outro, de modo que você não pode fazer as coisas que você, por favor" (v. 17). A lei que já foi "o nosso tutor para nos conduzir a Cristo" (Gal. 3:24) agora nos leva como "filhos de Deus em Cristo Jesus", a ser vestido com Cristo (vv. 26-27), e sua roupa é a roupa de justiça prática. Se a própria justiça de Cristo nunca diminuída ou desobedeceu a lei moral de Deus; como pode Seus discípulos ser livre para fazê-lo? Paulo harmonizada a ideia quando ele falou de si mesmo como sendo "sem a lei de Deus, mas debaixo da lei de Cristo" (1 Cor. 09:21). Em Cristo somos nada sem lei. A lei de Cristo é totalmente diferente da lei judicial e cerimonial judaica e diferente da lei moral do Antigo Testamento; com as suas penas e maldições para a desobediência. Mas não é diferente no menor dos santos, normas justas que a lei do Velho Testamento ensinou. A lei do Antigo Testamento ainda é um guia moral, como em revelar o pecado (Rom. 7: 7). Mesmo quando ele provoca o pecado (v. 8), ele nos ajuda a ver a maldade de nossa própria carne e nosso desamparo à parte de Cristo E mesmo quando vemos a condenação da lei (vv. 9-11), deve lembrar-nos que nosso Salvador tomou essa condenação sobre si mesmo na cruz (5:18; 8: 1; 1 Pe 2.24; etc.)..Sempre que um cristão olha para a lei moral de Deus com humildade, mansidão, e um sincero desejo de justiça, a lei irá, invariavelmente, apontá-lo para Cristo como foi sempre a intenção de fazer. E para os crentes a viver por ela é para eles para se tornar como Cristo. Não poderia ser de outra forma, porque é a lei de Deus, e reflete o caráter de Deus. "Assim, pois," Paulo tem o cuidado de nos lembrar, "a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom" (v. 12). Paulo conclui Romanos 7, agradecendo "a Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor" que, apesar de sua carne ser servido "a lei do pecado", sua mente a ser servido "a lei de Deus" (7:25). A sanção da lei foi paga por nós, Jesus Cristo, mas também nele a justiça da lei é "cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rom. 8: 4; cf. Gal. 5: 13-24). (Comentário bíblico John MacArthur NT).

2.    2. A perspectiva teológica da Lei - Mas o mais importante, como o Espírito certamente pretende enfatizar aqui, Jesus cumpriu o Antigo Testamento por ser o seu cumprimento. Ele não simplesmente ensiná-la totalmente e exemplificar isso totalmente Ele era totalmente. Ele não veio simplesmente para ensinar a justiça e para modelar a justiça; Ele veio como a justiça divina. O que Ele disse e o que ele fez refletiu quem Ele é. (Comentário bíblico John Macarthur)

Jesus cumpriu a Lei Moral - A lei moral foi código fundamental de Deus. Como já mencionado, Jesus cumpriu essa lei por Sua justiça perfeita. Todo mandamento Ele obedeceu, cada requisito Ele conheceu, cada padrão Ele viveu até. Como guardar o sábado é um dos Dez Mandamentos, ele pode ser útil para comentar sobre essa parte da lei moral. A essência da observância do sábado foi a santidade, não descansando ou se abstenha de trabalho. Foi uma disposição destinada a remover o coração de empreendimentos terrestres e transformá-lo em direção a Deus. Porque Cristo cumpriu toda a justiça e tornou-se a nossa justiça, a propósito da observância do sábado terminou na cruz. Os cristãos possuem a realidade, e assim não precisar mais do símbolo. Todos os crentes tenham entrado em permanente resto salvação, como o escritor de Hebreus aponta cuidadosamente out (4: 1-11). Todos os dias se tornou consagrado ao Senhor Na demonstração de que o fato de a igreja primitiva, reuniram-se todos os dias para a adoração (Atos 02:46). Mas em pouco tempo foram realizadas as reuniões de adoração primárias no primeiro dia da semana (ver 1 Cor. 16: 2), que veio a ser chamado o Dia do Senhor (Ap 1:10) por causa de sua associação com a ressurreição de Jesus. Aquele dia foi para estimulá-los à santidade a cada dois dias, bem como (Hb. 10: 24-25). Como Paulo deixou claro, no entanto, não há mais qualquer dia especial de adoração (Rom. 14: 5-6; Colossenses 2: 16-17). Culto na terça-feira, quinta-feira, ou em qualquer outro dia da semana não é menos bíblica ou espiritual de adoração no Dia do Senhor. O domingo não é o "sábado cristão", como alguns dizem, mas é simplesmente o dia de adoração a maioria dos cristãos têm observado desde os tempos do Novo Testamento, um momento especial reservado para exercícios espirituais. O aspecto moral inerente à lei do sábado é o coração da verdadeira adoração.

 Jesus cumpriu a lei Judicial - Lei judicial de Deus foi dada para fornecer identidade única para Israel como uma nação que pertencia a Jeová. As leis relacionadas com a agricultura, a resolução de litígios, a dieta, limpeza, vestido, e tais coisas eram normas especiais pelos quais seu povo escolhido foi viver diante do Senhor e à parte do mundo. Essa lei judicial Jesus cumpriu na cruz. Sua crucificação marcada apostasia de Israel final na rejeição final de seu Messias (27:25 ver Mt; João 19:15) e a interrupção do tratamento de Deus com que as pessoas, como uma nação. Com isso a lei judicial faleceu, porque Israel não serviu como Sua nação escolhida. Antes de sua crucificação Jesus advertiu os judeus ", eu digo a você, o reino de Deus vos será tirado de você" (Mat. 21:43). Louvado seja Deus, Ele um dia vai resgatar e restaurar Israel (Rm 9-11.), Mas enquanto isso a igreja é o Seu corpo escolhido de pessoas na terra (1 Ped. 2: 9-10). Todos ossos resgatados que recebem o trabalho da sua cruz-são seus eleitos.

Jesus cumpriu a lei cerimonial - A lei cerimonial governado a forma de adoração de Israel. Quando Jesus morreu na cruz, Ele cumpriu essa lei, bem como a judicial. O sacrifício era o coração de toda a adoração do Antigo Testamento, e como o sacrifício perfeito, Jesus trouxe todos os outros sacrifícios para atingir um fim. Enquanto Ele estava na cruz "o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo" (Mat. 27:51). O próprio Cristo foi a maneira nova e perfeita para o Santo dos Santos, em que qualquer homem poderia vir pela fé. "Uma vez que, pois, irmãos, temos confiança para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que Ele inaugurou para nós através do véu, isto é, pela sua carne, e uma vez que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé "(Hb. 10: 19-22). O levítico, sacerdotal, sistema de sacrifício terminou. Embora o templo não foi destruído até AD 70, toda a oferta feita lá depois que Jesus morreu foi desnecessária. Simbolicamente eles não tinham mais importância. Tabernáculo e no templo sacrifícios, mesmo antes da morte de Cristo nunca teve o poder de purificar do pecado. Eles eram apenas imagens da obra de Messias-Salvador de limpeza, imagens que apontavam para que a suprema manifestação da misericórdia e da graça de Deus. "Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros, Ele entrou através de uma maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, e não pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no lugar santo uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção "(Hebreus 9: 11-12.). A lei cerimonial terminou porque foi cumprida. Porque a realidade havia chegado, as imagens e os símbolos não tinham mais lugar ou propósito. Na noite da Páscoa final da vida de nosso Senhor, Ele instituiu novos símbolos para comemorar a sua morte. (O Profeta Ezequiel aponta para um tempo futuro no reino quando os símbolos do Antigo Testamento será uma parte renovada de adoração pelos redimidos; 40-48 ver Ez) Aaron foi o primeiro e acima de tudo sumo sacerdote da Antiga Aliança, mas ele não podia se comparar com o grande Sumo Sacerdote da Nova Aliança. Aaron entrou no tabernáculo terreno, mas Cristo entrou no celestial. Aaron entrou uma vez por ano, Cristo uma vez por todas. Aaron entrou além do véu, Cristo rasgou o véu em dois. Aaron ofereceu muitos sacrifícios, um só Cristo. Aaron sacrificado por seu próprio pecado, Cristo apenas para os pecados dos outros. Aaron ofereceu o sangue de touros, Cristo o seu próprio sangue. Aaron era um sacerdote temporária, Cristo é um eterno. Aaron era falível, Cristo infalível. Aaron era mutável, Cristo imutável. Aaron era contínua, Cristo é final. O sacrifício de Aaron era imperfeito, de Cristo foi perfeito. Sacerdócio de Arão foi insuficiente, de Cristo é todo-suficiente. Nem poderia o Tabernáculo e no Templo comparar com Cristo. Cada um deles tinha uma porta, enquanto que Cristo é a porta. Eles tinham um altar de bronze, mas Ele é o altar. Eles tinham uma pia, mas Ele mesmo purifica do pecado. Eles tinham muitas lâmpadas que continuamente necessários enchimento; Ele é a luz do mundo que brilha eternamente. Eles tinham pão que tinha de ser reabastecido, mas Cristo é o pão da vida eterna. Eles tinham incenso, mas próprias orações de Cristo ascender para os Seus santos. Eles tinham um véu, mas o Seu véu era seu próprio corpo. Eles tinham um lugar de misericórdia, mas Ele é agora o propiciatório. (Comentário bíblico John MacArthur).

 

III.          A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS

1.    1Quem é grande no Reino de Deus? O contraste entre o menor e o maior no reino provavelmente suporta graduação na classificação do reino (como em 11.11, embora a palavra para “menor” seja diferente lá; cf. 18.1-4). E provável que não seja uma forma semítica de se referir à dualidade exclusão-inclusão (contra Bonnard). Quem desobedecer “a um desses mandamentos, ainda que dos menores” não é excluído do reino — o uso linguístico vai contra essa interpretação (veja Meier, Law [Lei], p. 92-95) — mas é muito pequeno ou muito sem importância no reino (considerando elochistos no sentido elativo). A ideia de graduações de privilégio ou de desonra no reino ocorre em outras passagens dos evangelhos sinóticos (20.20-28; cf. Lc 12.47,48). As distinções não são feitas só de acordo com a extensão em que alguém obedece ao “menor” desses mandamentos, mas também de acordo com a fidelidade com que os ensina. Mas o que são “estes mandamentos”? É difícil justificar a restrição dessas palavras para o ensino de Jesus (como em Banks, Jesus, p. 221-23), embora o verbo cognato de “mandamento” (entolôn) seja usado para o ensino de Jesus em 28.20 (entellom ai); pois, em Mateus, o substantivo nunca se refere às palavras de Jesus, e o contexto argumenta contra isso. A restrição aos Dez Mandamentos (TDNT, 2:548) é igualmente estranha aos interesses do contexto. Também não podemos dizer que “estes mandamentos” se refere à antítese que se segue, pois, em Mateus, houtos (“este”, pl. “estes”) nunca aponta adiante. Então, parece que a expressão deve se referir aos mandamentos das Escrituras do Antigo Testamento. Toda a Lei e os Profetas não são descartados pela vinda de Jesus, mas cumpridos. Portanto, os mandamentos dessas Escrituras — até mesmo o menor deles (em distinções na lei, veja comentário sobre 22.36; 23.23) — devem ser praticados. Mas a natureza da prática já foi afetada pelos versículos 17 e 18. A lei apontava para Jesus e seu ensinamento; portanto, ela é obedecida de forma apropriada por meio do se conformar à palavra dele. Como a lei aponta para Jesus, também ele, ao cumpri-la, estabelece qual é a continuidade dela, a verdadeira direção em que ela aponta e a forma como tem de ser obedecida. Assim, a graduação no reino visa o grau de conformidade ao ensino de Jesus à medida que esse ensino cumpre a revelação do Antigo Testamento. O ensino dele, em direção ao qual o Antigo Testamento apontava, deve ser obedecido. (Comentário bíblico D.A. Carson).

2.   2.  A justiça do Reino de Deus - E esse ensino, longe de ser mais brando, não é nada menos que a perfeição (veja comentário sobre 5-48). Os fariseus e os mestres da lei (veja comentário sobre 2.4; 3.7; e Introdução, seção ll.f ) estavam entre os mais meticulosos da terra. A crítica de Jesus não diz respeito ao fato de “que eles não eram bons, mas que não eram bons o bastante” (Hill, Matthew \Mateus\). Embora as múltiplas regulamentações deles pudessem gerar uma sociedade “boa”, domesticaram a lei e perderam a exigência radical por santidade absoluta ordenada pelas Escrituras. O que Jesus exigia é a justiça à qual a lei verdadeiramente aponta, exemplificada na antítese que segue (w. 21-48). Contrário a Flender (p. 45s.), o versículo 3 (pobre em espírito) e o 20 (exigência de justiça radical) não se contrapõem em clara contradição. O versículo 20 não estabelece como a justiça deve ser alcançada, desenvolvida nem capacitada; ele simplesmente apresenta a exigência. O Messias desenvolveria um povo que seria chamado “carvalhos de justiça [...] para manifestação da sua [Iavé] glória” (Is 61.3). O termo “superior” sugere que a nova justiça excede a antiga qualitativa e quantitativamente (Bonnard) (veja comentário sobre 25.31-46). Nada menos que isso não entra no reino. (Comentário bíblico D.A. Carson).

 



AUTOR: >Presbítero e Professor José Egberto S. Junio, casado com minha querida esposa Laura, onde temos um lindo casal de filhos ( Wesley e Rafaella), sou formado em Teologia pelo IBAD, congrego na Ass. de Deus. Min. Belém setor 13.

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Contato (+5511) 98048-3304 (Oi Whatsapp)


                                        BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA DE ESTUDO VIVA

BÍBLIA ALMEIDA SÉCULO 21

COMENTÁRIO BÍBLICO WILLIAM BARCLAY

COMENTÁRIO BÍBLICO WARREN W. WIERSBE

COMENTÁRIO BÍBLICO D. A. CARSON

COMENTÁRIO BÍBLICO JOHN MACARTHUR

COMENTÁRIO EXPOSITIVO MATEUS, HERNANDES DIAS LOPES.

 

domingo, 3 de abril de 2022

LIÇÃO 02 – SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO

LIÇÃO 02 – SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO>
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TEXTO ÁUREO>
“Vós sois o sal da terra;[…] Vós sois a luz do mundo.” (MT 5.13,14)>
VERDADE PRÁTICA>
A influência dos cristãos na sociedade é inevitável. Do ponto de vista bíblico, o mundo não pode estar indiferente aos verdadeiros seguidores de Cristo.>
strike>LEITURA BÍBLICA EM CLASSE MT 5.13-16 ( comentário da leitura bíblica)>
V.13 - Quando Jesus pronunciou estas palavras usou uma expressão que depois se tornou o maior elogio que se pode oferecer a homem algum. Se desejamos sublinhar a solidez, utilidade e valor de alguém podemos dizer: "Pessoas assim são o sal da Terra." Na antiguidade o sal possuía um valor muito grande. Os gregos costumavam dizer que o sal era divino. Os romanos, em uma frase que em latim era algo como uma das rimas comerciais da atualidade, diziam: "Nada é mais útil que o sol e o sal" (Nil utilius sole et sale).>
V.14 - Ao usar esta expressão, Jesus estava dizendo algo que devia ser familiar a seus contemporâneos judeus. Costumava-se dizer que Jerusalém era "a luz dos gentios", e havia um rabino famoso cujo apelido era "a lâmpada de Israel". Mas a forma em que os judeus usavam esta expressão pode nos dar a chave do que Jesus quis dizer ao usá-la. De uma coisa os judeus estavam seguros – ninguém era capaz de acender sua própria luz. Jerusalém podia ser a luz dos gentios, mas "Deus tinha aceso a lâmpada de Israel". A luz com que brilhavam a nação ou o homem de Deus era luz emprestada. Do mesmo modo seria com o cristão. A exigência de Jesus não é que nós produzamos nossa própria luz. Devemos brilhar com o reflexo da Sua luz. O resplendor que emana do cristão foi aceso pela presença de Cristo em seu coração. Com frequência dizemos que uma noiva "está radiante". Mas essa "radiação" é a que nasce de seu coração aceso em uma chama viva pelo amor que sente com relação ao seu noivo.
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V.15 - O “alqueire” era antiga unidade de medida de capacidade para secos, equivalente a nove litros. A questão é se deve ou não pôr luzes em lugares de máxima visibilidade, como numa luminária. Os cristãos devem ser visíveis. Mateus deixa isto claro com seu termo preferido: “assim”. A luz dos discípulos é as boas obras que eles fazem. Não só os discípulos são luz, mas eles fazem a luz.
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V.16 - Aqui há duas coisas de suma importância:
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(1) Os homens devem ver nossas boas ações. No idioma grego há duas palavras que designam o bem: a palavra agazós, mediante a qual se define a bondade direta de alguma coisa; kalós, que quer dizer que algo não somente é bom mas também belo, atrativo, elegante. A palavra que se usa neste versículo é kalós. As boas ações do cristão não devem ser somente boas; também devem ser atrativas. Deve haver uma certa superioridade na bondade cristã. O mal de muitas pessoas que acreditam ser boas, é que sua atitude se apresenta fria, dura e excessivamente austera. Há uma bondade que atrai e uma bondade que repele. Há na bondade cristã certo encanto que a torna bonita. (2) Mas também deve notar-se que nossas boas ações não têm o propósito de atrair a atenção de outros sobre nós, e sim sobre Deus. Estas palavras de Jesus são uma proibição absoluta do que alguém chamou "a bondade teatral". Em uma conferência a qual tinha sido convidado D.L. Moody havia também um grupo de jovens que tomavam muito a sério sua fé cristã. Uma noite realizaram uma vigília de oração que durou a noite inteira. Na manhã seguinte, quando se retiravam, encontraram-se com Moody, quem lhes perguntou o que estiveram fazendo. Eles lhe disseram, agregando: "Não se dá conta de como brilham nossos rostos?" Ao qual o grande pregador replicou: "Moisés não estava tão ansioso como vocês de que seu rosto brilhasse." A bondade teatral, ou seja aquela bondade que se anda exibindo, não é uma bondade cristã. Um dos antigos historiadores escreveu com respeito a Henrique Depois da batalha do Agincourt: "Nem tampouco permitiu que os trovadores cantassem estrofes de louvor por sua gloriosa vitória, porque queria que todo o louvor e gratidão fossem dadas a Deus." O cristão nunca pensa no que tem feito, e sim no que Deus lhe permitiu fazer. Nunca procura fazer que o olhar dos homens se concentre nele, mas sim o conduz para Deus. Enquanto alguém passe todo o tempo pensando no louvor, na gratidão ou no prestígio que obterá por suas boas ações, nem sequer começou a transitar pelo caminho de Crist0.
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> > INTRODUÇÃO O “sal” é valorizado por dois atributos principais: gosto e conservação. Não perde sua salinidade se é cloreto de sódio puro. Isto nos leva à sugestão do que Jesus quis dizer quando disse com os discípulos deixariam de ser discípulos se eles perdessem o caráter de sal. O sal não refinado extraído do mar Morto continha mistura de outros minerais. Deste sal em estado natural o cloreto de sódio poderia sofrer lixiviação em consequência da umidade, tornando-o imprestável (Jeremias, 1972, p. 169). O ensino rabínico associava a metáfora do sal com sabedoria. Esta era a intenção de Jesus, visto que a palavra grega traduzida por “nada mais presta” tem “tolo” ou“ louco” como seu significado radicular. É tolice ou loucura os discípulos perderem o caráter, já que assim eles são imprestáveis para o Reino e a Igreja, e colhem o desprezo de ambos. No Antigo Testamento “luz” está associada com Deus (Sl 18.28; 27.1), e o Servo do Senhor e Jerusalém também estão revestidos com a luz de Deus. O Servo será luz para os gentios, e todas as nações virão à luz de Jerusalém (Is 42.6; 49.6; 60.1-3). É neste sentido de ser luz para as nações que Jesus identifica os discípulos como luz. Esta idéia antecipa a conclusão do Evangelho de Mateus: “Portanto, ide, ensinai todas as nações [ou fazei discípulos]” (Mt 28.19). No capítulo anterior, Mateus identificou Jesus como a ‘ grande luz” de Isaías na Galiléia gentia (Mt 4.15,16). Agora os discípulos são chamados para serem portadores da luz. O “mundo” (kosmos) se levanta em contraste com o Reino dos Céus e é paralelo à palavra “terra” (ge) do versículo 13. Diz respeito ao lugar da habitação dos seres humanos. Pode ter sentido negativo (Mt 18.7) e se referir à presente era em relação à próxima. A expressão: “Uma cidade edificada sobre um monte” pode ter sido inspirada pela descrição que Isaías fez de Jerusalém estar vestida com a luz de Deus como farol das nações (Is 60). O monte Sião também é paralelo à referência ao monte. Os discípulos devem levar a cabo a comissão de Jerusalém no esquema maior da história de salvação.

O SAL TEMPERA E CONSERVA

1. Definição
I. - Tasker está coberto de razão ao dizer que a mais evidente característica geral do sal é que ele é essencialmente diferente do meio em que é posto. Seu poder está precisamente nessa diferença. Como o sal da terra, a igreja possui várias funções importantíssimas, as quais passamos a descrever a seguir.

2. A importância do sal - Em primeiro lugar, o sal é antisséptico e inibe a decomposição (5.13). Quando Jesus proferiu esse discurso, não havia refrigeração. A única maneira de preservar os alimentos da decomposição era o uso do sal. O sal impede a putrefação dos alimentos, preservando-os da corrupção. Plutarco diz que a carne é um corpo morto e forma parte de um corpo morto. Se abandonada a si mesma, logo perde seu frescor, mas o sal a preserva e impede sua corrupção. O sal é como uma nova alma enxertada no corpo morto. Ainda hoje apreciamos a carne de sol. O sal a preserva e lhe dá sabor. A presença da igreja no mundo refreia o mal. A igreja tem um papel antisséptico no mundo. Sua influência impede que o mundo deteriore em sua galopante corrupção. Concordo com as palavras de Robert Mounce: “A conduta correta dos crentes impede que a sociedade fique rançosa completamente”.

Em segundo lugar, 0 sal é condimento e dá sabor (5.13). Uma comida insossa é intragável. O sal tem o papel de dar sabor aos alimentos. Torna o alimento apetitoso, agradável ao paladar. O mundo está cansado de seu próprio pecado. O pecado cansa. O pecado adoece. O pecado escraviza. A presença da igreja no mundo, refletindo nele a glória de Deus, revela às pessoas uma qualidade de vida superlativa. Mostra ao mundo que a vida com Deus é deleitosa. Demonstra ao mundo que só na presença de Deus tem pienitude de alegria e delícias perpetuamente.
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Em terceiro lugar, o sal provoca sede (5.13). O sal tem a capacidade de provocar sede. Vivemos num mundo caído, onde as pessoas não têm sede pelas coisas espirituais nem apetência pelo pão do céu. A presença da igreja no mundo provoca esse interesse pelas coisas de Deus. A igreja como sal se insere, se infiltra e, assim, provoca nas pessoas o desejo de conhecer Deus. Sem a presença da igreja, o mundo se tornaria um ambiente insuportável onde viver.
Em quarto lugar, 0 sal para ser útil precisa conservar sua salinidade (3.13). A eficácia do sal é condicional. Ele precisa conservar sua salinidade. Stott afirma corretamente que 0 cloreto de sódio é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques. Não obstante, pode ser contaminado por impurezas, tornando-se, então, inútil e até mesmo perigoso. O que perdeu a sua propriedade de salgar não serve nem mesmo para adubo.10 E óbvio que a salinidade do cristão é o seu caráter transformado pela graça, conforme descrito nas bem-aventuranças. Segue-se que, se os cristãos forem assimilados pelo m undo em vez de influenciarem o mundo, perderão complemente sua utilidade. Concordo plenamente com Stott quando ele escreve: “A influência dos cristãos na sociedade e sobre a sociedade depende da sua diferença, e não da sua identidade”.

II. A LUZ ILUMINA LUGARES EM TREVAS

1. Conceito físico e metafórico - William Barclay diz que a luz tem três funções primordiais: ser vista por todos, servir de guia e servir como advertência.13 John Charles Ryle reforça que, entre todas as coisas criadas, a luz é a mais útil. A luz fertiliza o solo. A luz guia. A luz reanima. A luz foi a primeira coisa que Deus trouxe à existência. Sem a luz, este mundo seria um vazio obscuro.14 Se a igreja influencia ao inserir-se no mundo como sal, ela é vista como a luz. Sua mensagem aponta o caminho a seguir, e seu testemunho adverte acerca dos perigos ao longo do caminho. A igreja exerce um papel positivo de transformação no mundo. A vida da igreja é sua primeira mensagem. A igreja só tem uma mensagem, se ela tem realmente vida. Sem testemunho, não há proclamação. A vida precede o trabalho. O exemplo é mais importante do que a atividade. O apóstolo Paulo diz que devemos resplandecer como luzeiros no mundo (Fp 2.15). Essa luz inclui o que o cristão diz e faz, ou seja, o seu testemunho verbal e as suas boas obras. Concordo com Stott quando ele diz que essas obras são obras da fé e do amor. Expressam não apenas a lealdade a Deus, mas também nosso interesse por nossos semelhantes. Sem as obras, o nosso evangelho perderia sua credibilidade; e Deus, a sua honra.

2. O cristão como luz - A metáfora da luz enseja-nos algumas lições oportunas, como vemos a seguir.
Em primeiro lugar, a luz é símbolo da verdade. O mundo jaz no maligno, e o diabo é o pai da mentira. Seu reino é reino de trevas. Mentiras filosóficas, morais e espirituais mantêm as pessoas prisioneiras do engano. A verdade é luz. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não podem prevalecer contra ela. A igreja é a luz do mundo e, onde a igreja chega com sua benfazeja influência, aí as trevas da ignorância, do engano e da mentira são dissipadas. Em segundo lugar, a luz é símbolo da pureza. As trevas escondem a sujeira do pecado. O pecado é imundo. A iniquidade se aninha sob as asas da escuridão. Adultérios, roubos, assassinatos, mentiras, maldades e promiscuidades são maquinados e praticados debaixo do manto das trevas. A escuridão é lôbrega. As trevas escondem a podridão repugnando pecado. Em terceiro lugar, a luz é símbolo de vida. Não há vida sem luz. Não houvera luz, e não haveria o fenômeno da fotossíntese. Sem fotossíntese, não haveria plantas e, sem elas, não haveria a oxigenação e, sem a oxigenação, não sobreviveríamos. Logo, a presença da igreja no mundo é que mantém no mundo a vida. Sem a igreja no mundo, este pereceria em seu pecado. Para influenciar o mundo, a igreja precisa ser antes de fazer, pregar aos olhos antes de pregar aos ouvidos, ter a vida certa, e não apenas a doutrina certa. Há muitas pessoas que são ortodoxas de cabeça e hereges de conduta. São ortodoxas na teoria e liberais na prática. Defendem doutrinas certas e vivem uma vida errada. São zelosas das tradições da igreja, mas vivem na prática do pecado. Pregam o que não vivem. Exigem dos outros o que não praticam. Coam um mosquito e engolem um camelo. Em quarto lugar, a luz é símbolo de direção. Nos aeroportos do m undo inteiro, as pistas são iluminadas e circunscritas pela luz, a fim de que o piloto possa pousar com segurança. A luz aponta a direção certa a seguir. Quem anda na luz, sabe para onde vai. Quem anda na luz, não tropeça. Jesus é a luz do m undo, pois tem luz própria. Ele é o sol da justiça. A igreja, mesmo não tendo luz própria como a lua, reflete no mundo a luz de Cristo, o sol da justiça. Em quinto lugar, a luz é símbolo de alerta. A luz é colocada nas estradas sempre que um perigo jaz à frente. A luz alerta sobre o perigo e avisa aos viajantes sobre a necessidade de cautela.

3. A luz em lugares de trevas - Como foi dito com grande acerto, "Não pode haver tal coisa como um discipulado secreto, porque ou o segredo destrói o discipulado, ou o discipulado destrói o segredo." O cristianismo de uma pessoa deve ser perfeitamente visível para todos os que a rodeiam. Mais ainda, deve ser uma profissão de fé que não somente fique de manifesto na Igreja. Um cristianismo cuja influência se detém na porta da igreja, não tem grande valor para ninguém. Deve ser mais visível até nas atividades mundanas que na Igreja. É dever do cristão iniciar a ação justa e boa que seus irmãos mais fracos possam imitar, erigir-se no guia que os menos valorosos possam seguir. O mundo necessita luzes que guiem seu caminho. Há multidões que desejam ver alguém disposto a dirigi-los naquelas coisas que eles mesmos não se animariam a realizar por conta própria. Quando há algum perigo no caminho, e é de noite, acende-se uma luz para nos advertir e fazer com que nos detenhamos. Muitas vezes o dever do cristão é advertir a outros do perigo que os espreita. Isto é muito delicado, e às vezes é tremendamente difícil saber como transmitir a advertência para que produza o bem desejado; mas uma das tragédias mais amargas é quando um jovem, especialmente, aproxima-se de nós e nos diz: "Eu nunca teria me encontrado na situação em que estou se alguém me tivesse advertido a tempo do perigo."

AUTOR: >Presbítero e Professor José Egberto S. Junio, casado com minha querida esposa Laura, onde temos um lindo casal de filhos ( Wesley e Rafaella), sou formado em Teologia pelo IBAD, congrego na Ass. de Deus. Min. Belém setor 13.
Pastor Setorial - Pr. Davi Fonseca
Pastor na Congregação - Ev. Antônio Sousa
End. Igreja - Rua formosa, 534 | Bairro Boa vista | Cidade Suzano SP
Contato (+5511) 98048-3304 (Oi Whatsapp)


BIBLIOGRAFIA
Bíblia de estudo NTLH
Bíblia almeida século 21
Comentário bíblico Mateus, William Barclay
Comentário bíblico pentecostal NT, vol.1
Comentário bíblico expositivo, Hagnos – Mateus, Hernandes dias Lopes.

quinta-feira, 24 de março de 2022

LIÇÃO 01 - O SERMÃO DO MONTE: O CARÁTER DO REINO DE DEUS

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - MT 5.1-12 ( Explicação da leitura bíblica - Mateus William Barclay, PÁG.96-121)
V.3 - "Bem-aventurados os pobres de espírito." Há duas formas de entender o significado da palavra "pobres". Tal como nós as temos, as bem-aventuranças estão, originalmente, no idioma grego, e a palavra que se utiliza para dizer "pobres" é ptojói. Em grego há duas palavras que designam a pobreza. Uma delas é penés. Penem é o homem que tem que trabalhar para ganhá-la vida, aquele que se serve a si mesmo atendendo suas necessidades com suas próprias mãos (autodiákonos). Penés é o homem de trabalho, o operário, que não tem nada que o sobre, o homem que não é rico mas que tampouco sofre miséria. Mas, como já o vimos, na bem-aventurança não se usa a palavra penem, a não ser ptojós, que descreve a pobreza absoluta e total de que está fundo na miséria. Está relacionada com a raiz ptoséin que significa agachar-se ou encolher o corpo; descreve, portanto, a pobreza do que não pode levar a frente em alto e pede, ajoelhado, encolhido, que lhe ofereça uma esmola para aliviar sua situação. Como dissemos, penés descreve ao homem que não tem nada supérfluo; ptojós, em troca, descreve o homem que não tem nada. Tudo isto faz que a bem-aventurança seja até mais difícil de entender. O homem que não tem nada, diz-nos, que sofre a mais abjeta miséria, é um bem-aventurado. Bem-aventurado o homem que está na pobreza mais absoluta. Em hebreu as palavras que significam pobre são 'ani e ebion. Estas duas palavras sofreram, na evolução do idioma hebreu, uma quádrupla mutação de significado. (1) A princípio significavam simplesmente pobre, e portanto, sem poder, ou prestígio, e influência. (2) Portanto, porque se sofria de pobreza, carecia-se de influência, poder. ou prestígio. (3) Em terceiro lugar significaram carecer de poder, ou influência, e portanto, oprimido, explorado ou avassalado pelos capitalistas. (4) Por último deveram significar ao homem que, por não possuir nenhum recurso terrestre, coloca toda sua esperança e confiança em Deus. De maneira que em hebreu a palavra "pobre" designava ao homem humilde que põe toda sua confiança em Deus. É com este sentido que o salmista usa a palavra quando escreve: "Este pobre clamou, e lhe ouviu Jeová, e o livrou de todas suas angústias" (Salmo 34:6). Nos Salmos o que é pobre neste sentido recebe a misericórdia e o amor de Deus, "Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente" (Salmo 9:18). Deus liberta os pobres (Salmo 35:10). "Em tua bondade, ó Deus, fizeste provisão para os necessitados" (Salmo 68:10). "Salvará os filhos do necessitado, e esmagará ao opressor". (Salmo 72:4). "Levanta da miséria ao pobre, e faz multiplicar as famílias como rebanhos de ovelhas" (Salmo 107:41).Não devemos pensar que esta bem-aventurança é um elogio da pobreza material. A pobreza não é boa. Jesus nunca teria qualificado de "bem-aventurada" a condição de quem vive em vilas miseráveis ou tugúrios e não têm o suficiente para comer e são acossados constantemente pelas enfermidades, porque tudo está contra eles. O evangelho cristão tem como um de seus objetivos a eliminação desta classe de pobreza. A pobreza bem-aventurada é a do "pobre em espírito", a do espírito que reconhece sua própria falta de recursos para fazer frente às exigências da vida e encontra a ajuda e a fortaleza que necessita em Deus. De maneira que a primeira bem-aventurança significa: “Quão feliz é o homem que se deu conta de sua total destituição e pôs toda sua confiança em Deus, porque somente deste modo pode oferecer a Deus essa perfeita que o converterá em cidadão do Reino dos céus!”
V.04 - A primeira coisa que deve destacar-se ao estudar esta bem-aventurança é que a palavra grega que significa "chorar" é o termo mais forte que pode encontrar-se nesse idioma para denotar dor ou sofrimento. Usa-se para falar de quem chora a morte de um ser querido, para designar o lamento apaixonado de que amou a alguém que já não vive. Na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, é a palavra que designa a lamentação de Jacó quando acreditou que José, seu filho, tinha morrido (Gênesis 37:34). Define-se como essa classe de dor que se apodera de um homem ao ponto em que este não pode escondê-lo ou contê-lo. Não se trata somente da dor que nos faz doer o coração, é a dor que faz subir até nossos olhos lágrimas incontidas.Há três maneiras de entender esta bem-aventurança: (1) Pode interpretar-lhe literalmente: Feliz é o homem que suportou a mais amarga tristeza que a vida pode trazer! Os árabes têm um provérbio que diz: "Se o sol sempre brilhar, teremos um deserto." A terra onde o sol sempre brilha depois de pouco tempo se converte em uma zona árida onde não cresce nenhum fruto. (2) Algumas pessoas interpretaram esta bem-aventurança com este significado: Bem-aventurados os que se sentem desesperadamente entristecidos por toda a dor e sofrimento que há no mundo. Quando estudávamos a primeira bem-aventurança vimos que sempre convém conceder pouca importância às coisas, mas nunca é bom conceder pouca importância aos seres humanos. Este mundo seria um lugar muito menos habitável se não houvesse tantos que estiveram profundamente preocupados com as tristezas e os sofrimentos de outros. (3) Sem lugar a dúvida as duas interpretações anteriores formam parte desta bem-aventurança, mas a principal idéia, a idéia central de seu conteúdo é indubitavelmente a seguinte: Bem-aventurado o homem que está desesperadamente triste por seu próprio pecado e indignidade. Como vimos, a primeira palavra da mensagem de Jesus era "Arrependei-vos". Ninguém pode arrepender-se a menos que esteja triste por seus pecados. A experiência que verdadeiramente transforma o homem é aquele momento em sua vida quando se encontra face a face com seu próprio pecado e se dá conta do que o pecado pode fazer nele. Um jovem ou uma jovem podem viver a vida sem preocupar-se com os efeitos ou conseqüências do que estão fazendo; mas chega o dia quando algo muito grave acontece e percebem pela primeira vez o gesto de dor no rosto de seu pai ou de sua mãe; e então, repentinamente, dão-se conta da magnitude de seu pecado. Isso é o que a cruz faz por nós. O verdadeiro significado da segunda bem-aventurança é: Quão feliz é o homem cujo coração sofre pelo sofrimento do mundo e por seu próprio pecado, porque é a partir deste sofrimento que encontrará a alegria de Deus! V.05- Mas em grego a palavra praus (equivalente a "manso") era um dos termos mais elevados do vocabulário ético. Aristóteles fala extensamente sobre a virtude da mansidão (praotés). Uma das características metodológicas de Aristóteles, em sua ética, era definir cada virtude como o meio termo entre dois extremos. Por um lado estava o extremo por defeito e pelo outro o extremo por excesso. Em metade de caminho entre ambos se localizava a virtude, justamente o meio. Para dar um exemplo, em um extremo está o esbanjador, no outro o avarento, no meio está o homem generoso. Aristóteles define a mansidão como o justo meio entre a ira excessiva e a falta absoluta de ira, ou passividade. A mansidão é o meio termo entre o excesso de ira e a muito pouca ira. Portanto, a primeira tradução possível desta bem-aventurança é: Bem-aventurado o homem que sabe zangar-se na hora certa, e que nunca se zanga quando não é o caso. Mas a palavra praus tinha outro significado corrente em grego. Era o termo que se usava, como em português, para designar o animal domesticado, que tinha sido educado para que obedecesse a voz de seu dono, que respondeu às indicações das rédeas. É a palavra que corresponde ao animal que aprendeu a aceitar o controle do homem. Portanto a segunda tradução possível desta bem-aventurança é: Bem-aventurado o homem cujos instintos, paixões e impulsos estão sob controle; bem-aventurado o homem que aprendeu a dominar-se.Mas ainda há uma terceira via de acesso a esta bem-aventurança. Os gregos sempre contrastavam a mansidão com o orgulho. A mansidão é uma autêntica humildade que descarta por completo o orgulho. Sem humildade não pode aprender-se nada, porque o primeiro passo para a aprendizagem é a humildade em reconhecer nossa ignorância. Quintiliano, o grande mestre de oratória romano, disse a respeito de alguns eruditos, que "sem lugar a dúvida seriam excelentes meus alunos, se não estivessem tão convencidos de tudo o que sabem."Ninguém pode ensinar ao que pensa que sabe tudo. Sem humildade não pode haver amor, porque o princípio do verdadeiro amor é o sentimento de indignidade.Esta humildade, ou mansidão, diz Jesus, herdará a Terra. É um fato demonstrado pela história que os que podem exercer o controle de si mesmos, os que aprenderam a disciplinar seus instintos, paixões e impulsos, são aqueles que possuíam verdadeira grandeza. O livro de Números diz a respeito do Moisés, maior o líder e legislador que a história já viu: "e aquele varão Moisés era muito manso, mais que todos os homens que havia sobre a terra" (Números 12:3). Moisés não possuía um caráter submisso, não era servil, podia chegar a manifestar de maneira tremenda sua ira, mas exercia controle sobre esta paixão, e a manifestava só quando era o momento apropriado. O autor de Provérbios diz: "Melhor é o que demora para irar-se que o forte; e o que se domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Prov. 16:32). V.06- A verdade é que muito poucos, entre nós, dadas as condições modernas de vida, sabem o que significa ter fome ou sede. No mundo antigo era muito diferente. O salário de um operário, naquela época, era o equivalente a 8 centavos de dólar, e ainda considerando o maior valor aquisitivo do dinheiro naquela época, não havia muito que se pudesse fazer com essa soma. Na Palestina se comia carne somente uma vez por semana, e o operário estava permanentemente por um fio bordo da inanição ou seja da verdadeira fome, que pode chegar a ocasionar a morte. Muito mais grave era o problema da bebida. Na antiguidade a maioria das pessoas não dispunha de água corrente em suas casas. Quem saía de viagem podia a qualquer momento ser surpreendido por uma tormenta de ar quente. Não havia nada que pudesse fazer, exceto envolver a cabeça em seu turbante, dar as costas ao vento e esperar que passasse a tormenta, enquanto a areia entrava pelo nariz e a boca ao ponto em que só podia respirar e crescia nele uma imperiosa sede que não podia satisfazer. Nas condições da vida moderna, no mundo ocidental, não há paralelos que possam servir como comparação de situações como estas. Portanto a tradução correta desta parte da bem-aventurança seria: Bem-aventurados os que têm fome e sede de toda a justiça, da justiça total, da justiça absoluta. Isto é algo que em geral muito poucos experimentam. Contentam-se em ter alcançado um pouco de justiça. Alguém pode ser um homem bom no sentido que por mais que alguém o proponha e procure nele, não pode atribuir-lhe mal algum. Sua honestidade, sua moralidade, sua respeitabilidade estão além de qualquer questionamento; mas, ao mesmo tempo, ninguém pode ir a esse homem com tristeza e chorar sobre seu peito, porque imediatamente se retrairia. Pode haver justiça acompanhada de dureza, de um espírito de censura, de falta de simpatia. Esta justiça não é autêntica bondade moral, é uma justiça parcial. Por outro lado, possivelmente haja outro homem, suscetível a muitas formas de pecado; possivelmente beba, diga más palavras, jogue por dinheiro e perca as estribeiras co muita freqüência; e entretanto quando alguém junto a ele passa por um momento difícil, é capaz de lhe dar até o último centavo que tem em seu bolso, e de tirar o casaco para abrigá-lo. Mas esta também é uma justiça parcial. O que esta bem-aventurança afirma é que não basta satisfazer-se com uma justiça parcial. É bem-aventurado aquele que tem fome e sede de uma justiça total. Não basta a conduta moral impecável sem compaixão, nem a mais apaixonada solidariedade humana sem uma vida reta. De maneira que a tradução da quarta bem-aventurança, seria como segue: Quão feliz é o homem que deseja a justiça total do mesmo modo como o que tem fome deseja o alimento, ou o que morre de sede deseja a bebida, porque este receberá a satisfação de seu desejo! V.08- Estamos perante a bem-aventurança que exige de todo o que a lê parar, pensar e auto-examinar-se. A palavra do idioma grego que significa puro é kázaros, e possuía vários significados e usos diversos, cada um dos quais adiciona um matiz à concepção da bem-aventurança que envolve a pureza na vida cristã. (1) Em seu sentido original, significava simplesmente limpo, e podia usar-se, por exemplo, em relação à roupa suja depois de ter sido lavada. (2) Era usada normalmente para designar o trigo que foi separado da palha. Com o mesmo significado, prega-se de um exército do qual se eliminaram todos os soldados descontentes, covardes, mal dispostos e pouco eficazes em sua missão, e que portanto constitui uma força militar integrada somente por combatentes de primeira qualidade. (3) Aparecia freqüentemente em companhia de outro adjetivo grego – akératos. Esta palavra pode ser empregada, por exemplo, para designar o vinho ou o leite que não foram adulterados mediante a adição de água, ou o metal puro, sem mescla de liga alguma. O significado de kázaros, portanto, é sem mescla, não adulterado, sem liga. É por isso que a bem-aventurança envolve uma exigência tão formidável. Poderia traduzir-se da seguinte maneira: Bem-aventurado é o homem cujas motivações são sempre integras e sem mescla de mal algum, porque este é o homem que verá a Deus. É muito raro que realizemos até nossas melhores ações a partir de uma motivação absolutamente pura. Se ofertarmos com generosidade e desinteresse a favor de alguma boa causa, é possível que no fundo de nosso coração estejamos sentido o prazer de nos sentir bem sob a luz de nossa própria aprovação, ao mesmo tempo que desfrutamos do prestígio e a gratidão a que nos conduz nossa "generosidade". Se fizermos algo belo, que exige algum sacrifício de nossa parte, é possível que não estejamos totalmente livres do sentimento de querer que outros homens vejam em nós algo de heróico ou que nos considerem como mártires. Até o ministro do Deus mais sincero não está totalmente livre do perigo de sentir-se satisfeito consigo mesmo ao ter pregado um bom sermão. Não foi João Bunyan quem ao dele se aproximar alguém um dia para lhe dizer que tinha pregado um bom sermão replicou: "O diabo já me disse isso, enquanto descia do púlpito"? Esta bem-aventurança nos exige a mais meticulosa vigilância e auto-exame. Que atitude guia nossas ações: a vontade de servir a outros, ou o desejo de receber uma retribuição? Oferecemos nossos serviços desinteressadamente, ou porque procuramos a melhor maneira de nos exibir? Trabalhamos na Igreja por amor a Cristo ou para manter nosso prestígio? Nossa fidelidade na assistência ao culto dominical, parte do desejo de ir ao encontro de Deus, ou é simplesmente o cumprimento de um costume ou a forma de obter a mais convencional das respeitabilidades? Até nossas orações e nossas leituras da Bíblia, são o resultado de um desejo sincero de andar em companhia de Deus, ou no fundo o que nos move é o prazer de nos sentir melhores que outros, que não manifestem tais demonstrações de piedade? É nossa religião algo no qual somos conscientes nada menos que da necessidade de ter a Deus em nosso coração, ou algo que nos permite pensar placidamente em nossa própria piedade? Levemos duas pessoas a um museu cheio de quadros antigos. Quem não tiver a formação necessária não será capaz de distinguir a obra autêntica da imitação fraudulenta, enquanto que o crítico de arte poderá distinguir entre muitas telas de menor importância artística aquela que, sendo obra de algum grande mestre, vale uma soma enorme. Há pessoas de mente suja que em qualquer situação vêem a oportunidade para debulhar uma anedota picante ou uma brincadeira suja. Em qualquer esfera da vida vemos somente aquilo que somos capazes de ver. É neste sentido que Jesus afirma que somente os limpos de coração verão a deus. É muito importante recordar, como advertência, que se mediante a graça de Deus conservamos limpos os nossos corações, ou mediante o pecado os enchemos de sujeira, estamos determinando nossa futura capacidade ou incapacidade para ver a Deus. Esta sexta bem-aventurança, portanto, poderia ler-se: Quão feliz é o homem cujas motivações são absolutamente puras, porque este homem algum dia será capaz de ver a Deus! V.09- Tem-se buscado o significado desta bem-aventurança segundo três possíveis linhas de interpretação. (1) Alguns sugeriram que, sendo "paz" tudo aquilo que contribui ao bem-estar humano, "pacificador" é o homem que busca, de todas as maneiras possíveis, fazer com que o mundo seja um lugar onde todos os homens possam ser felizes. Abraão Lincoln disse em certa oportunidade: "Quando eu morrer gostaria que os homens dissessem de mim que ali onde vi uma erva má, arranquei-a, e plantei em seu lugar uma flor, se crer que uma flor poderia crescer nesse lugar." Esta, em tal caso, seria a bem-aventurança de todos os que têm feito algo, por pequeno que seja, a favor da condição humana. (2) A maioria dos primeiros eruditos da Igreja interpretavam esta bem-aventurança em um sentido puramente espiritual, e sustentavam que seu significado era: Bem-aventurado o homem que faz a paz em seu próprio coração e em sua alma. Em todos nós há um conflito interior entre o bem e o mal; sempre nos sentimos arrastados em duas direções opostas; cada ser humano é, pelo menos em certa medida, uma guerra civil ambulante. Verdadeiramente feliz é o homem que conquistou a paz interior, no qual terminou a luta interior e entregou todo o seu coração a Deus. (3) Mas há outro significado da palavra paz, ao qual os rabinos judeus davam ênfase e que, quase com certeza, é o que Jesus tinha em mente ao pronunciar a bem-aventurança, Os rabinos do judaísmo sustentavam que a tarefa mais elevada que qualquer homem podia realizar era o estabelecimento de relações justas entre seus semelhantes. Isto é o que Jesus quis dizer. Há pessoas que sempre são o centro de conflitos, tormentas e lutas. Em qualquer lugar que apareçam, serão vistos implicados em disputas, ou sendo a causa de lutas com outros. São briguentos. Há pessoas, deste tipo quase em toda sociedade e em toda igreja, e pode afirmar-se sem vacilação que servem ao diabo. Por outro lado, graças a Deus, há pessoas em cuja presença a inimizade não pode prosperar, que salvam os abismos, fecham as brechas e adoçam a amargura. Estes fazem a vontade de Deus, pois o plano divino consiste em estabelecer a paz entre o homem e Deus e entre o homem e seu semelhante. O homem que divide os homens é um agente do diabo; o homem que os une está fazendo a obra de Deus.De modo que esta bem-aventurança poderia ler-se: Quão feliz é aquele que cria relações justas e sadias entre os homens, porque sua ação é obra de Deus!
INTRODUÇÃO As bem -aventuranças são promessas feitas aos discípulos fiéis do reino dos céus. Apeaar de Jesu s ter proferido essas palavras originalmente a Israel, não há que duvidar que ele queria que se aplicassem plenam ente ao Novo Israel, a igreja. O evangelho de Mateus foi escrito quando a era cristã jé tinha cinqüenta anos, e não tem sentido supor que não tencionava ser um documento inteiramente cristão » . Os discipulos de Cristo devem aprender a apegar-se a ele, aconfiar nele e em suas palavras explicitamente. Não pode haver reservas na dedicação a ele e às suas palavras. As bem -aventuranças—m ostram como seremos abençoados se fizermos disso a regra de nossas vidas. Os crentes seriam oprimidos pelo m undo (talvez um reflexo da perseguição deDomiciano, que a ig T e ja — sofria quando este evangelho foi escrito; ver a secção II da introdução, sobre a Data do livro). Mas os oprimidos haverá o de obter eventualmen te avitória. emboranunca sem uma clara lealdade ao seu Senhor. «.. .as bem-aventuranças mostram que para Jesus, a retidão é mais do que a súmula de seus mandamentos; é uma total atitude de mente, uma forma particular de caráter. Aqueles que são louvados no evangelho são homens e mulheres humildes, amorosos, confiantes, fiéis e corajosos Ainda não são perfeios, m as são convertidos. Seus interesses e desejos se voltam na direção do reino de Deus. Mateus aparentementeenumera nove bem -aventuranças. embora a oitava e a nona possam constituir uma só; e se for removido o vs. 5. teremos apenas sete. Lucas 6:20-23 contém quatro bem -aventuranças. todas as quais têm paralelos aqui. ( comentario bíblico Champlin NT, pág. 303).
I. A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE

1. Porque Sermão do Monte?

Subiu ao monte*. Provavelmente o autor tinha em mente alguma região particular, alguma localidade montanhosa ou algum monte em particular, algum lugar que Jesus freqüentava e onde ensinava ao povo, provavelmente tendo-a feito por muitas vezes. Há muitas idéias quanto a identificação desse monte. e é verdade que o grego diz aqui -o monte- (traduzido em RASVIBAA; ver explicação das traduções usadas como propótito de confronto, no comentário, nove em inglês e cinco em português, na introdução na lista de abreviações e assim , é bem possível que o autor visasse algum lugar realmente existente. Porém, hoje é impossível identificar tal . Talvez fosse alguma colina ou área montanhosa próxima de Cafarnaum, talvez perto da atual Saphel, posto que essa área caberia facilmente dentro dessa descrição. Alguns intérpretes crêem que nada de m ais específico está em vista anulo ser alguma zona de colinas, em contraste com as planicias que caracterizavam a região. Não obstante, esse é o Sinal do Novo Testamento, e esse -monte- figura com proeminencia entre outras importantes experiências em -montes», nas Escrituras, tais como o monte Sinai, no AT . , onde foi entregue a tábua da le i ( Ê x . 19). ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT PÁG. 302) 2. A EESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE
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Os primeiros 16 versículos de Mateus 5 descrevem o cristão verdadeiro e tratam do caráter. O resto do Sermão do Monte fala da conduta que brota do caráter. O caráter sempre antecede a conduta, porque o que somos determina como agimos. Em Mateus 5.1-16, Jesus mostra que a justiça verdadeira é interior e, em 5.17-48, menciona que o pecado também é interior. Por isso, ele expõe a falsa justiça dos Fariseus que ensina que a santidade consiste em atos de devoção, e que o pecado é o ato de devoção, e que o pecado é o ato exterior. Muitas pessoas cometem esse erro hoje! Para decidir o destino da vida, Deus considera o coração dos homens. ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT) 3. A QUEM SE DESTINA O SERMÃO DO MONTE?

Com o Mestre exemplar que foi, Jesus não com eça este sermão tão importante com uma crítica negativa aos escribas e fariseus. Antes, inicia seu discurso com uma ênfase positiva sobre o caráter idôneo e as bênçãos que dele decorrem para o cristão. O s fariseus ensinavam que a justiça era algo exterior, uma questão de obedecer a determinadas regras e preceitos. Poderia ser medida por orações, ofertas, jejuns etc. Jesus, nas bem-aventuranças e nas descrições do indivíduo temente a Deus, apresenta um caráter cristão que flui do ser interior. Podemos imaginar com o a atenção da multidão se aguçou quando jesus proferiu as primeiras palavras: "bem-aventurados" (em latim, beatus, de onde vem o termo beatítude). Essa palavra tinha significado muito forte para os que ouviam Jesus naquele dia, pois expressava a idéia de "alegria divina e perfeita". Não era um termo usado para os seres humanos, pois descrevia o tipo de alegria experimentado apenas por deuses ou por mortos. Essa "bem-aventu rança" sugeria satisfação e suficiência interiores que não dependiam das circunstâncias externas para ter alegria. É isso que o Senhor oferece aos que confiam nele! ( COMENTÁRIO BÍBLICO CHAMPLIN, NT PÁG. 305). II. AS BEMAVENTURANÇAS E O CARÁTER DOS FILHOS DE DEUS
1. O que são as bem-aventuranças?
As bem-aventuranças não são simples afirmações, são exclamações enfáticas: "Que feliz é o pobre de espírito...!" Isto é muito importante, porque significa que as bem-aventuranças não são piedosas exclamações de esperança no que poderia chegar a ser; não são profecias brilhantes com um halo de glória futura em algum céu distante; são exclamações de alegria por algo que já é, que já existe. São felicitações. A bem-aventurança que recebe o cristão não é uma bem-aventurança posposta para um estado futuro de glória celestial, a não ser algo que já existe aqui e agora. Não é algo que o cristão receberá, mas algo que já recebeu. Certamente obterá a plenitude de cada dom quando puder gozá-lo na presença plena de Deus, mas enquanto isso cada dom é algo que já, aqui e agora, pode-se desfrutar. As bem-aventuranças, com efeito, dizem: "Que felicidade é ser cristão! Que alegria seguir a Cristo! Que alegria conhecer a Jesus como Mestre, Salvador e Senhor!" A forma mesma das bem-aventuranças nos indicam que são exclamações de gozosa surpresa e radiante felicidade pela realidade da vida cristã. Em face das bem-aventuranças se faz impossível toda interpretação do cristianismo como uma religião triste e carente de entusiasmo contente. A palavra "bem-aventurados", que se usa em cada uma das bem-aventuranças, merece uma atenção muito especial. Em grego é a palavra makários, que em geral se usa para descrever aos deuses. Na fé cristã há um prazer e alegria que são divinos. O significado de makários poderá entender-se melhor a partir de um de seus usos comuns na literatura daquela época. Os gregos sempre chamaram a ilha de Chipre "jemakária" (a ilha feliz) porque acreditavam que era uma terra tão bela, tão rica, tão fértil que ninguém precisava transpor suas linhas costeiras para viver uma vida feliz, posto que nela havia todo o necessário para uma existência perfeita. Tinha tal clima, tais flores, frutos e árvores, tais minerais, tais recursos naturais, que continha em si tudo o que era necessário para uma felicidade perfeita. Makários então descreve uma alegria auto-suficiente, que possui em si mesmo o segredo de sua própria irradiação, essa alegria sereno, intocável e autônomo que não é afetado pelas diferentes circunstâncias da vida. A felicidade humana depende das ocasiões e circunstâncias cambiantes da existência, algo que a vida pode dar ou pode tirar. A bem-aventurança cristã está livre de qualquer risco ou ardil. Nada pode tocá-la ou atacá-la. "Ninguém vos tirará vossa alegria", disse Jesus (João 16:22). As bem-aventuranças nos falam dessa alegria que sai a nosso encontro até no meio da dor, aquela alegria que não podem manchar nem o sofrimento, nem a tristeza, nem o desamparo, nem a perda de algo ou alguém que queremos muito. É a alegria que brilha através das lágrimas e que nada, nem na vida nem na morte, pode arrebatar. ( COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, WILLIAM BARCLAY, PÁG. 96-97).

AUTOR: >Presbítero e Professor José Egberto S. Junio, casado com minha querida esposa Laura, onde temos um lindo casal de filhos ( Wesley e Rafaella), sou formado em Teologia pelo IBAD, congrego na Ass. de Deus. Min. Belém setor 13.

Pastor Setorial - Pr. Davi Fonseca
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia de estudo Viva
Bíblia Almeida século 21
Comentário bíblico Penrecostal NT
Comentário bíblico William Barclay
Comentário expositivo Hagnos, Mateus
Comentário de Champlin NT, Vol.1