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sábado, 18 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 9 - O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II.

 


                    TEXTO ÁUREO

"E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam." (AT 19. 5,6)


                VERDADE PRÁTICA

Deus derramou o grande avivamento pentecostal no Brasil. Ele pode avivar mais uma vez o seu povo.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: AT 19. 1-7


                                    INTRODUÇÃO

Em junho de 2001, tive o privilégio de participar, na acalorada e encantadora Belém do Pará, das comemorações dos noventa anos de fundação das Assembléias de Deus no Brasil. Em meio a tantos monumentos históricos e espaços de memória; em meio às recordações que os antigos diluíam entre os mais novos; em meio àquelas caravanas vindas do Sul, chegadas do Nordeste, procedentes do Centro-Oeste e do Sudeste; em meio àqueles homens, mulheres e crianças que marchavam pela cidade que, no início do Século XX, acolhera Daniel Berg e Gunnar Vingren, senti-me como se estivesse no Cenáculo quando da descida do Espírito Santo.

Durante aqueles dias de intensas celebrações, dei-me conta da grandeza, do alcance e da pujança do Avivamento Pentecostal. Aliás, que avivamento não é pentecostal? Noventa anos se haviam passado desde que Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém dispostos a implantar, em terras brasileiras, o Evangelho Pleno de Nosso Senhor, proclamando a todos que Jesus Cristo salva, batiza no Espírito Santo, cura os enfermos, opera maravilhas e, em breve, virá buscar a sua Igreja. Embora os historiadores seculares não o reconheçam, o Avivamento Pentecostal imprimiu novo ritmo ao Brasil. Desde aquele já distante junho de 1911, começamos a desvencilhar-nos das amarras do Catolicismo Romano, a fim de vivermos uma nova realidade espiritual. As raízes do Avivamento Pentecostal remontam ao cenáculo em Jerusalém. Ao contrário do que dizem os cessacionistas, o batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e as maravilhas do Senhor não se limitaram ao período apostólico; são tão atuais hoje quanto há dois mil anos. O pentecostes jamais deixou de existir; são recursos que sempre estiveram à disposição da Igreja.


                I.  O MOVIMENTO DE ATOS SE REPETE NO BRASIL

1.  Pentecostes entre os salvos  -   Não sabemos exatamente o que instiga Paulo a fazer a pergunta. Os sermões e conversações em Atos são resumos, e o propósito de Lucas é enfocar o poder do Espírito em vez de apresentar relatos exaustivos. Presumivelmente a pergunta de Paulo a estes discípulos foi precedida por uma conversa mais longa. Em todo caso, a resposta que dão à pergunta de Paulo é negativa. Eles não ouviram falar do derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes. Os discípulos efésios, sem dúvida, tinham ouvido falar do Espírito Santo, visto que Ele é discutido proeminentemente no Antigo Testamento e na pregação de João Batista. O que eles desconhecem é a unção específica do Espírito para o ministério subsequente à conversão. Influenciados pela tradição de João Batista, eles tinham ouvido falar de Jesus e creram nEle, mas não tinham sido cheios com o Espírito.   Paulo reconhece que os doze efésios carecem do dom carismático do Espírito. Como Paulo lhes explica, a pregação de João Batista foi um ministério salvador e estava de acordo com o plano de Deus. Ele chamava as pessoas ao arrependimento e à fé em Jesus, aquele que vem. O propósito desta pregação era que aqueles que a ouvissem cressem em Jesus, o mesmo foco e meta da pregação de Paulo. João administrou o batismo como símbolo da lavagem de pecados pelo Espírito Santo.

2.    A plenitude do Espírito Santo  Qual era a diferença entre o batismo de João e aquele que se realizava em nome de Jesus? Qualquer pessoa que leia os relatos da pregação de João (Mateus 3:7:12; Lucas 3:3-11) pode observar uma diferença radical entre ela e a pregação de Jesus. A pregação de João era uma ameaça; a de Jesus era as boas novas, era o evangelho. Ninguém podia considerar a pregação de João como boas novas por quanto ameaçava com morte e destruição. Mas se tratava de uma etapa no caminho. O mesmo sabia e tinha presente que estava anunciando àquele que havia de vir (Mateus 3:11; Lucas 3:16).  A pregação de João era um passo necessário, porque deve haver dois passos na vida religiosa. Primeiro, deve dar-se o momento em que despertamos à nossa insuficiência e ao nosso merecimento da condenação às mãos de Deus. Esta etapa está estreitamente relacionada com o momento em que tentamos nos comportar melhor e inevitavelmente fracassamos porque tentamos fazê-lo por nós mesmos. Segundo, há a etapa em que nos damos conta de que pela graça de Jesus Cristo deixamos de estar condenados. Bem ligado a este passo vem o momento em que encontramos que todos nossos esforços para melhorar ficam reforçados e fertilizados pela obra do Espírito Santo, através do qual podemos fazer o que não poderíamos nunca realizar por nós mesmos.  Aqueles cristãos incompletos conheciam a condenação; mas não a graça de Cristo nem a ajuda do Espírito Santo. Sua religião era inevitavelmente uma luta que não havia alcançado o momento da paz.  Todo este incidente nos mostra uma grande verdade: que sem o Espírito Santo não existe o cristianismo completo. Mesmo que vejamos o erro de nossos caminhos, e nos arrependamos e decidamos mudar, não poderemos obtê-lo nunca sem a ajuda que só o Espírito pode nos dar.

3.   Chamados por Deus   A chamada de Gunnar Vingren

Quando jovem, o sueco Adolph Gunnar Vingren teve o chamado de Deus para a sua obra e viajou para os Estados Unidos em 1903. Vingren trabalhou como foguista, porteiro e jardineiro. Lá nos Estados Unidos, fez curso num seminário teológico sueco da Igreja Batista, concluindo os seus estudos em 1909. O movimento pentecostal no Brasil é fruto do Avivamento da Rua Azusa em 1906, em Los Angeles. Chicago foi uma cidade onde o “fogo” do Pentecostes incendiou muitas vidas. Em 1909, Gunnar Vingren, ex-aluno do Seminário Teológico Batista Sueco, tornou-se pastor da Igreja Batista Sueca em Menominee, Michigan. A igreja decidiu que ele seria enviado como missionário para Assam, na Índia, mas ele não sentiu paz no coração.  Vingren comunicou que não poderia aceitar o chamado, porque não sentia ser da vontade de Deus. Por esse motivo, a sua noiva rompeu o noivado, e ele disse: “Seja feita a vontade do Senhor”. Indo a Chicago, foi a uma conferência da Primeira Igreja Batista Sueca, uma igreja histórica reformada. Ali, Vingren recebeu o batismo no Espírito Santo com evidência inicial de falar línguas estranhas. Em consequência, foi rejeitado pela igreja onde servia.

Em 1910, foi aceito pela Igreja Batista de South Bend, Indiana, que se transformou numa igreja pentecostal. Deus falou com Vingren que ele iria para um lugar de povo muito simples chamado Pará.  Fato interessante é que, nesse meio tempo, Deus também falou que ele iria casar-se com uma jovem chamada Strandberg. Anos depois, ele casou-se com Frida Strandberg. Isso é mais uma prova de que o Senhor dirige os passos de “um homem bom” (Sl 37.23).

A chamada de Daniel Berg

Gustaf Daniel Högberg, mais conhecido como Daniel Berg, era um jovem sueco cristão. Aos 18 anos, em 1902, emigrou da sua terra, a Suécia, para os Estados Unidos, por causa da crise econômica que assolou a Europa. A sua viagem fez com que passasse pela Inglaterra, onde tomou o navio em Liverpool em 11 de março de 1902. Foram 14 dias de viagem, chegando aos EUA em 25 de março. O seu primeiro emprego foi numa fazenda, onde cuidava de animais e carroças. Depois foi para a Pensilvânia, onde fez curso de fundidor e trabalhou numa fundição.   Durante oito anos, trabalhou como fundidor para a sua manutenção. As saudades do lar fizeram no voltar à Suécia por algum tempo. Ali encontrou um amigo crente, com quem ouviu sobre o batismo no Espírito Santo. Ambos conversaram sobre isso, oraram, mas Berg estava decidido a voltar aos Estados Unidos: “No ano de 1909, ao aproximar-se dos Estados Unidos, suas orações foram respondidas: recebeu o batismo com o Espírito Santo”. A sua vida mudou completamente. Cheio do Espírito Santo, passou a pregar com mais entusiasmo acerca da salvação em Cristo Jesus.

O encontro entre Vingren e Berg

Os dois jovens obreiros suecos encontraram-se na Igreja Batista de South Bend, onde se realizava uma conferência evangélica.   Compartilharam os seus anseios e projetos e entenderam que estavam sendo chamados por Deus para a sua obra; então, passaram a orar diariamente. Através do irmão Adolf Uldin, que já os conhecia, souberam que Deus iria enviá-los a um lugar chamado Pará, mas não sabiam onde se encontrava tal lugar. Foram a uma biblioteca pública e pesquisaram, constatando que o Pará era um Estado que ficava ao norte do Brasil, na América do Sul. Em oração, sentiram que essa era a vontade de Deus para as suas vidas. Ao comunicarem a sua decisão à igreja, não foram bem acolhidos.   A igreja comunicou que não tinha condições de enviá-los ao lugar indicado. Daniel Berg foi desestimulado pelo seu patrão a não ir para a missão, pois na cidade havia pessoas a ser evangelizadas. O que os dois tinham em dinheiro eram 90 dólares, que era o preço da passagem para o Pará. No entanto, de modo incompreensível, ouviram a voz de Deus que lhes ordenava que dessem os 90 dólares para um jornal pentecostal. Acharam estranho, mas obedeceram. E ficaram esperando o que o Senhor havia de fazer.

Para ir ao Brasil, precisavam deslocar-se até Nova Iorque. Na despedida, os irmãos deram-lhes oferta que permitia chegar ali.

A chegada ao Brasil

Ao chegarem a Belém em 19 de novembro de 1910, os dois missionários não conheciam ninguém e nem sabiam falar português.  Os dois com as suas respectivas malas caminharam e sentaram-se num banco na Praça da República, onde fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Ali souberam que a cidade estava cheia de doentes, leprosos, portadores de febre bubônica, malária; eles viram a pobreza do povo que contrastava com a riqueza que viram na América.  Enquanto aguardavam na Praça da República uma resposta de Deus, passava por ali uma família que viera no navio e falava inglês.  Perguntaram se eles já tinham encontrado hotel, e eles responderam que não. Então, os dois foram convidados para ir ao hotel onde a família estava. Naquele hotel, encontraram outra pessoa que falava inglês e perguntaram se conheciam algum protestante na cidade. Indicaram-lhes o endereço de um pastor metodista, americano, e foram ao seu encontro. Era o irmão Justus Nelson. Este os apresentou ao pastor da Igreja Batista Brasileira.   Esse pastor permitiu que os missionários morassem no porão da igreja. Era um ambiente úmido, sem janelas, infestado de mosquitos, no intenso calor tropical. Nesse ínterim, conheceram o irmão Adriano Nobre, membro da Igreja Presbiteriana no Pará e comandante do Navio Port of Pará, que navegava pelo rio Amazonas. Como falava inglês, Adriano começou a conversar com os missionários e soube que vieram dos Estados Unidos.


                    II.    O NASCIMENTO DE UM NOVO MOVIMENTO

1.   A pregação do avivamento pentecostal  -  Um dos visitados, Celina Albuquerque, vinha há vários anos dedicando-se à escola dominical. Ela se encontrava agora presa à cama. Conforme os médicos, sua doença era incurável. Os remédios, que se encontravam ao lado da cama, não faziam efeito.   Gunnar perguntou-lhe se acreditava que Jesus podia curá-la. Ela respondeu que sim, e todos os presentes oraram ao Senhor, o grande Médico. O Senhor interveio, e a curou completamente. Seu ardente desejo agora era que o Senhor a batizasse com o Espírito Santo. Decidiu-se, então, junto com sua amiga Maria Nazaré, a não sair de casa até que o Senhor viesse ao seu encontro conforme a sua promessa (At 2.39).    Depois de cinco dias em jejum e oração, numa quinta-feira, há uma hora da madrugada do dia 9 de junho de 1911, ela recebeu o dom do Espírito Santo, e foi a primeira no Brasil a confirmar a mensagem dos missionários.     Logo ao amanhecer, a irmã Nazaré se dirigiu depressa na avenida São Jerônimo, 224, onde morava o irmão José Batista de Carvalho a fim de lhe contar a boa nova. Lá estavam vários irmãos reunidos. Entre eles Manoel Rodrigues, diácono da igreja batista. Ele mesmo diz: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no batismo do Espírito Santo. Nessa mesma noite haveria culto, como de costume, na igreja batista.  Os presentes já sabiam do batismo de Celina Albuquerque no Espírito Santo. Disputaram entre si, e se dividiram em dois grupos. No calor da disputa houve membros que até ameaçavam os partidários das novas ideias. Depois do encontro, a maioria dos membros resolveram ir à casa da irmã Celina para verificar o que tinha acontecido. Entre aqueles que foram à rua Siqueira Mendes estavam José Plácido da Costa, Antônio Marcondes Garcia e esposa, Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre.

2.   Crescimento e perseguição   Esse título foi escrito pelo próprio Gunnar Vingren quando ele contou sobre a poderosa intervenção de Deus na vida de algumas pessoas, tanto para salvação como para juízo. Esse relato original, palavra por palavra, está sendo utilizado neste capítulo. É um testemunho poderoso de um grande e forte Deus e do que Ele pode fazer. Assim Vingren escreveu:   “Realizamos batismo certa vez num lugar chamado Rio de Ouro. Depois de concluído, um rapaz incrédulo queria zombar dos crentes e do batismo. Ele entrou na água, pôs as mãos sobre o seu peito e se lançou para trás, como se estivesse batizando a si mesmo, e desta maneira ele zombava desse ato santo e dos que o praticavam. O inesperado e horrível que aconteceu foi que após uma dessas imitações, o moço não apareceu mais na água. Depois de um certo tempo seu cadáver foi encontrado e levado para sua casa, para ser enterrado. Isto aconteceu no mês de junho de 1928”.   “Num outro lugar chamado São Pedro, um homem incrédulo quis também zombar dos crentes e do que eles faziam. Ele fingiu que estivesse dando a santa ceia para seus companheiros. Arrumou um prato com pão e começou a distribuí-lo entre os presentes. Porém, de repente sentiu-se terrivelmente mal, quase à morte. Quando melhorou um pouco, os seus amigos perguntaram outra vez se ele não queria dar-lhes a santa ceia como antes estava fazendo. Ele respondeu: ‘Nunca mais falarei contra este povo ou zombarei dele!   Um irmão que estava a caminho do culto, foi picado por uma cobra. Quando ele chegou ao local da reunião, a sua perna estava inchada e totalmente dormente. Ele sentia como se houvesse fogo no local da picada. Oramos por ele uma vez e a dor desapareceu. Oramos a segunda vez, e desapareceram todos os sintomas da picada da cobra. Aquele irmão está são até o dia de hoje”.   “O evangelista Archias de Oliveira tem sido usado por Deus de maneira maravilhosa em todos os lugares onde ele vai pregar o Evangelho. Deus tem realizado grandes milagres e manifestado o seu poder contra os inimigos do Evangelho através desse irmão.

Um jovem que estava à morte ouviu falar de Jesus pela sua própria mãe que lhe testificou. Quando a igreja orou por aquele moço e ele ficou completamente curado.

3.   Curas divinas  -  Mais ou menos seis meses após a nossa chegada, os diáconos da Igreja Batista me disseram: “Irmão Vingren, na próxima terça-feira o irmão dirigirá o culto de oração.” Isto foi em maio de 1911. Eu atendi o pedido. Li alguns versículos no Novo Testamento que falam sobre o batismo com o Espírito Santo, e disse algumas palavras. Durante todo o tempo os diáconos mantiveram suas Bíblias abertas para conferir se eu estava lendo e interpretando corretamente. Parece que ficaram satisfeitos com o que eu disse.        Durante aquela semana realizamos cultos de oração todas as noites na casa de uma irmã que tinha uma enfermidade incurável nos lábios. Ela não podia assistir aos cultos na igreja. A primeira coisa que fiz foi perguntar- lhe se cria que Jesus podia curá-la. Ela respondeu que sim. Dissemos-lhe então que deixasse de lado todos os remédios que estava tomando. Oramos por ela, e o Senhor Jesus a curou completamente!    Nos cultos de oração que se seguiram, aquela irmã começou a buscar o batismo com o Espírito Santo. O seu nome era Celina Albuquerque. Na quinta-feira, depois do culto, ela continuou orando em sua casa, juntamente com outra irmã. A uma hora da madrugada a irmã Celina começou a falar em novas línguas, e continuou falando durante duas horas. Foi, portanto, a primeira operação de batismo com o Espírito Santo feita pelo Senhor Jesus em terras brasileiras.      No dia seguinte, a outra irmã que presenciara tudo, foi e contou o que vira aos outros membros da igreja batista. O seu nome era Nazaré. Na sexta-feira, após o termino do culto na igreja, irmã Nazaré e outras irmãs vieram para o nosso culto de oração. Nessa mesma noite Jesus batizou-a com o Espírito Santo, e ela cantou um hino espiritual.


                    III.   A EXPANSÃO DO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

1.   Um modelo centrífugo  -  Geziel Gomes

Quando Daniel Berg dormiu no Senhor, no ano de 1963, a geração pioneira da Assembleia de Deus no Brasil sentiu profundamente a ausência do inesquecível líder e companheiro que, durante mais de meio século, foi usado por Deus como um ganhador de almas incomum, o verdadeiro evangelista, que aprendera com o Mestre a procurar uma comida superior: fazer a vontade daquele que o enviou.      Os que aprenderam com Daniel Berg beberam de uma fonte cristalina e insuspeita. Ele nunca se queixava das provações que experimentava, nunca discutia assuntos de ordem política, nunca perdia tempo ou oportunidades, jamais negligenciou seus deveres de pai e de pastor.   O surgimento da terceira geração de pentecostais em nossa pátria induz-nos a uma meditação mais séria e profunda sobre o significado do estilo de vida dos que vieram antes de nós. Eles foram homens simples, sem afetações, ambições ou sutilezas. Sua visão era a da constante e interminável expansão do Reino de Deus na terra. Tais foram os caminhos que nos legaram, e que merecem ser seguidos.      Ao mesmo tempo que não poucos, desavisados e desorientados, começavam a predizer o declínio do movimento pentecostal no Brasil, em virtude de haver ultrapassado o seu primeiro cinquentenário, o Espírito do Senhor iniciava um novo movimento de poder, entusiasmo, ação evangelística e maravilhas, para demonstrar à sociedade que esta época, em seu caráter eminentemente escatológico, já não comporta flutuações em torno do avivamento, pois estamos a caminhos dos dias últimos, e devemos aguardar a chuva serôdia que ele enviará sobre a terra, na véspera feliz do arrebatamento da Eleita.     O que urge ressaltar, todavia, é que a continuação do avivamento não se firma em novas táticas, ou novas doutrinas, ou novo estilo, senão na manutenção firme e convicta dos princípios que foram lançados pelos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren.   Eles foram homens de oração e de poder, homens que liam a Bíblia diuturnamente para colher os ensinamentos preciosos para entregar à igreja que hoje enche as cidades de nossa pátria e começa a conquistar as terras mais distantes.    Homens como Daniel Berg não podem jamais ser esquecidos. Os filhos devem ouvir-lhe o nome através dos pais, para que a futura geração saiba que nos primórdios desta obra houve homens robustos na fé e gigantes na ação, que nunca puseram em segundo plano o cumprimento dos seus deveres para com Deus e sua santa Igreja.     A história dos últimos dias de Daniel Berg é a um tempo comovente e inspirativa. Estava ele hospitalizado em sua terra natal, quando se aproximaram os dias finais de sua peregrinação. Todos temos o nosso dia de partir.   O sol de nossa existência tem que se pôr um dia. Bem aventurados os que encontram, no crepúsculo da vida terrena, a aurora da existência com Deus, Daniel Berg mal podia mover-se, mas saía de enfermaria enfermaria para distribuir folhetos, espalhar literatura e orar pelos que se decidissem.

2.   Um crescimento acentuado  -  Ao longo da história das Assembleias de Deus no Brasil, a obra começou pequena, mas foi crescendo a olhos vistos; não apenas em termos numéricos, mas, acima de tudo, “em demonstração do Espírito e de poder” (cf. 1 Co 2.4). Esse é o modelo de crescimento assembleiano. Não cresce buscando ou “pescando” almas noutras igrejas.     Cresce porque evangeliza, discipula e cuida das vidas alcançadas pelo evangelho de Cristo, como dito no item 1. Um pouco da história do avivamento pentecostal através das Assembleias de Deus no Brasil mostra como se desenvolveu a nova igreja. Os dados não foram atualizados, mas o padrão de crescimento tem sido constante, sempre com base no modelo bíblico, ordenado por Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15,16).      Segundo Burlton (pp. 232–234), em 1960, as Assembleias de Deus passaram a responder por 70% do evangelismo nacional, congregando 50% dos evangélicos brasileiros, principalmente no interior e entre as camadas mais humildes da população. A sua influência tem sido de tal monta que grande parte das igrejas históricas, tradicionais, voltou-se para a busca da fé pentecostal. Em 1970, as Assembleias de Deus contavam com 62,6% dos evangélicos brasileiros, que chegavam a 2,6 milhões (Kessler e outros, pp. 11,12). Em 1980, o censo do IBGE dava conta de que, no Brasil, havia 7.885.846 evangélicos. Os pentecostais participavam com cerca de 48%. Segundo os últimos dados do IBGE (dados ente 1991 e 2001), os evangélicos, em 2002, eram 26 milhões de adeptos, e as Assembleias de Deus constituíam-se, naquela época, na maior denominação evangélica do Brasil, passando de 2,4 para 4,5 milhões de fiéis; com 22 mil templos e 21 mil pastores. O jornal Mensageiro da Paz (Junho de 2002) informounos de que os assembleianos contavam com mais de 8 milhões (dados atualizados), somando 32% dos evangélicos ou 5% da população brasileira. Não devemos esquecer que tudo isso é fruto das raízes pentecostais, fincadas pelos pioneiros do Movimento Pentecostal no Brasil.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Livro Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento, Claudionor C. Andrade - Editora CPAD. 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento - Editora CPAD.

Comentário Bíblico. Atos, William Barclay

Livro O Diário do Pinheiro: Gunnar Vingre, Ivar Vingre - Editora CPAD. 

Livro Enviado Por Deus. Daniel Berg; David Berg - A história de Daniel Berg, um simples aldeão que ajudou a deflagrar o maior movimento pentecostal da história da Igreja, as Assembleias de Deus no Brasil. Editora CPAD. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 8 - O AVIVAMENTO ESPIRITUAL NO MUNDO.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

 


                        TEXTO ÁUREO

" E mediu mais mil e era um ribeiro, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar." ( EZ 47. 5)


                    VERDADE PRÁTICA

Somente por intermédio do movimento do Espírito Santo, o mundo pode experimentar o verdadeiro avivamento espiritual.


LEITURA BÍBLICA: EZ. 37. 7-10; 47. 1-5, 9


                    INTRODUÇÃO

A chamada à restauração no presente contexto é o renascimento de Israel na terra de seus antepassados, no Oriente Médio, envolvendo a restauração completa, nacional e espiritual. A visão que Ezequiel teve do vale de ossos secos descreve numa linguagem metafórica como Israel voltará a ser uma nação soberana reconhecida na comunidade internacional.  Essa profecia é continuação da promessa do retorno dos judeus para a terra dos seus antepassados, em Éretz Israel do capítulo 36.  É vista por muitos como a mais ou uma das mais importantes do livro de Ezequiel. Como disse Steven Tuell: “a visão do vale de ossos secos é, indiscutivelmente, a passagem mais famosa e influente neste livro”. Daniel Block afirma: “Com possível exceção da visão inicial, nenhuma profecia no livro de Ezequiel é tão bem conhecida como 37.1-14”. E John W. Wevers declara: “Esta dramática e bem conhecida passagem em Ezequiel é a descrição de uma experiência extática no mesmo cenário em que ocorre a visão inaugural”.  A patrística, principalmente os pais gregos, usava essa passagem como base para a doutrina da ressurreição dos mortos. Essa passagem se reveste de importância especial para os judeus. Foi encontrado esse extrato da profecia em Massada.  Quando os arqueólogos descobriram a fortaleza de Massada, em Israel, entre 1963 e 1965, acharam entre as ruínas os restos de um pergaminho “que estavam melhor conservados, e que se podiam ler com facilidade; continham extratos do capítulo 37: a visão dos ossos”. Massada foi o último bastião dos zelotes que resistiu aos romanos depois da destruição de Jerusalém no ano 70, sendo capturada dois anos depois.  Essa visão de 37.1-14 é parte de uma série de revelações que Ezequiel teve durante a noite anterior, quando recebeu o mensageiro com a notícia da destruição de Jerusalém (33.21, 22). Como disse Charles Lee Feinberg, “era para espalhar a tristeza do povo sobre a triste notícia. O principal objetivo da visão era reagir ao desespero e ao pessimismo que haviam tomado conta da nação desesperançada”.96 É o que mostra o versículo 11.


                    I.    O AVIVAMENTO NO TEMPO DE EZEQUIEL

1.   Calamidade e restauração de Israel  -  A maldição da aliança determinava que a deportação de Israel e a desolação de sua terra causariam consternação entre seus inimigos (Lv 26.32,33). Porém, o termo Sãmam em Levítico é vago e o modo de profanação não é especificado. Yahweh dá sua interpretação em Ezequiel, e, ao fazê-lo, revela que a questão principal não é nem demográfica nem geográfica – é teológica. No meio dos observadores estrangeiros, a remoção de Israel de sua terra havia levado a uma conclusão errada a respeito do caráter de Yahweh.   A reação dos observadores, radicalmente teocrática, é descrita por meio de duas citações diretas (v. 20b), ambas construídas como sentenças declarativas, mas, no contexto, exigindo uma interpretação interrogativa. De acordo com as percepções teológicas do antigo Oriente Próximo, a razão é lógica, envolvendo, em síntese, as percepções populares do relacionamento divindade-nação-terra. Como Deus de Israel, Yahweh era obrigado a defender sua terra e seu povo, e a prevenir a separação entre ambos.   Porém, a separação havia ocorrido, trazendo à questão tanto as reivindicações de Yahweh como as do povo. Os estrangeiros puderam concluir ou que Yahweh havia voluntariamente abandonado seu povo, ou que ele era incapaz de defendê-lo contra o poder superior de Marduque, 0 deus da Babilônia. A primeira opção desafia a integridade e a credibilidade de Yahweh; a segunda, sua soberania. Em qualquer caso, sua reputação havia sido profanada entre as nações. Assim, a corrupção da terra havia levado, em última instância, à corrupção do nome de Yahweh.   Nesse contexto, Sêm significa mais que uma marca de identificação; significa o caráter e a reputação de Yahweh. A expressão Sê m q”ds’ (lit., “nome de minha santidade”) deriva da lei cultual de Lv 20.2,3, que associa a profanação do santo nome de Yahweh com a profanação do santuário mediante abusos cultuais. Entretanto, Ezequiel tem a tendência de atribuir a profanação (hillêl) do santo nome de Yahweh a eventos históricos. Em sua anterior descrição revisionista da história de Israel (capítulo 20), em três momentos críticos o motivo de Yahweh para o gracioso tratamento de seu povo foi “para que meu nome não seja profanado à vista das nações” (vv. 9, 14, 22).   Em cada instância, a profanação teria sido resultado do fato de as nações terem tirado conclusões falsas e negativas a respeito de Yahweh, a partir do infortúnio de Israel. Semelhantemente, aqui, o exílio de Israel da terra foi como zombaria de seu caráter e reputação. Reiterando a questão central dessa primeira parte do oráculo, o v. 21 levanta a esperança de que a preocupação ou a piedade por seu nome sagrado motivará Yahweh a agir. A emoção que Yahw’eh havia anteriormente negado a seu povo é agora provocada para defender sua reputação.“   A presente preocupação pela reputação de Yahweh não é nova para Ezequiel. Por duas vezes Moisés havia feito Yahweh desviar sua ameaça de destruir Israel, argumentando que as nações iriam tirar conclusões erradas a respeito de sua motivação e de seu caráter se ele levasse seu plano a cabo (Ex 32.12; Nm 14.15,16). Como no presente texto, em ambos os casos a falha dos observadores externos em distinguir entre uma causa final humana e a imediata ação divina podia levar a uma falsa visão de Deus, portanto, da profanação de seu nome.

2.   Um vale de ossos secos  -  Essa parte do oráculo mostra o que Deus vai fazer e como isso será feito. É a restauração de Israel representada nessa ressurreição dos ossos secos. Javé revela isso a Ezequiel e manda que ele profetize aos ossos, como se fossem um auditório de ouvintes.   A pergunta de Javé ao Profeta: será que estes ossos podem reviver? serve para lembrar o Profeta do poder de Deus para trazer a vida até mesmo aos ossos, o que, aliás, já havia acontecido em Israel (2Rs 13.21). Ezequiel sabia a resposta, sem dúvida alguma, mas devolveu a questão a Javé: Senhor Deus, tu o sabes. Isso, segundo Moshe Greenberg, realça que “o profeta evita invadir a liberdade de Deus em sua resposta respeitosamente evasiva”.   Então, Deus ordena a Ezequiel: Profetize para estes ossos. E o conteúdo da profecia é: Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor, como se falasse a um auditório ou a uma multidão. Como afirma Zimmerli, “o profeta é de repente transformado de porta-voz humano impotente para porta-voz onipotente divino Note que, em seguida, o profeta introduz o discurso usando a fórmula de autoridade divina: Assim diz o Senhor Deus a estes ossos. Ele recebe a incumbência de proclamar sobre os ossos secos a palavra profética, para que eles prestem atenção no mensageiro autorizado que vai trazer a mensagem divina: Eis que farei entrar em vocês o espírito, e vocês viverão. Esse espírito é o elemento crucial para a vida. A expressão hebraica rûaḥ wîḥyîtem, “espírito e vocês viverão”, traduzida na Septuaginta pela expressão grega pneuma zōēs, “espírito de vida” dado por Deus, é a mesma usada em Apocalipse 11.11.  Segundo a agenda divina, que Javé antecipa ao Profeta e manda-o a profetizar, Porei tendões sobre vocês, farei crescer carne sobre vocês e os cobrirei de pele. Os tendões, ou “nervos” (ARC, TB), correspondem à palavra hebraica gîd, “tensão, nervo”, a mesma usada para descrever a contusão da coxa de Jacó (Gn 32.32). Tendão ou nervo é o tecido fibroso pelo qual um músculo se prende a um osso. Depois de religar os ossos com os tendões, virá a cobertura dos ossos com a carne e, em seguida, a carne será revestida com a pele. A vivificação dos ossos por meio da entrada do espírito é reiterada e a razão dessa restauração: Então vocês saberão que eu sou o Senhor, frase muito comum na profecia de Ezequiel, explicada.

3.     O rio das águas purificadoras  -  O ser celestial, tendo na mão um cordel de medir (v. 3), fez Ezequiel passar pelas águas, que ao caminhar rio abaixo, mediu quinhentos metros e me fez passar pela água, que me dava pelos tornozelos (v. 3b). Quinhentos metros mais adiante, as águas chegam aos joelhos e depois de mais quinhentos metros elas já estão nos lombos (v. 4). Quinhentos além, essas águas já haviam se tornado um ribeiro, e o profeta agora tinha que nadar (v. 5). Ele atravessou o ribeiro nadando, mas depois o ser celestial levou o profeta de volta para a margem do ribeiro (v. 6). Qual o propósito disso? Era necessário que Ezequiel visse a extensão e a profundidade do ribeiro para reconhecer a fonte de todos esses milagres; eles provêm de Deus como um filete de águas e se tornam um ribeiro capaz de fertilizar uma terra seca localizada numa região extremamente árida.  Essa experiência da imersão do profeta nas águas tem implicações teológicas profundas (Jo 7.37-39). Ao longo dos séculos, cristãos de todos os ramos do cristianismo reconhecem a estreita ligação teológica das águas com o Espírito Santo. Ezequiel imerso nessas águas pode perfeitamente ser comparado ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos símbolos do Espírito (1Jo 5.6), e nenhum livro do Antigo Testamento revela a identidade, os atributos e as obras do Espírito Santo como Ezequiel.  Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel inundado nas águ as sanadoras que brotam do templo de Deus (vv. 3-5).  Das 378 vezes que o termo rûaḥ, “vento, sopro, hálito, espírito, Espírito”, aparece no Antigo Testamento, 52 vezes estão no livro de Ezequiel, e 14 vezes em referência ao Espírito Santo.116 O termo revela sua deidade absoluta e identidade com o próprio Javé (8.1-3); ele atua na obra da restauração e regeneração (36.24-28; 37.14; 39.29). O profeta Ezequiel anunciou um derramamento do Espírito Santo para a purificação (Ez 36.25, 33) e a capacitação dos purificados (Ez 36.27).  As águas terapêuticas do rio da visão de Ezequiel saem de debaixo do umbral, e as águas cristalinas que saem do trono de Deus e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para Cristo e o Espírito Santo. É significativo a presença do rio no Éden, no princípio, e no relato da criação e do rio da vida, no mundo vindouro, sendo que o rio da visão de Ezequiel fica entre eles, ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos em tudo isso a restauração escatológica da terra e a efusão do Espírito sem medida.



                    II.   OS GRANDES AVIVAMENTOS NO MUNDO

1.  Na Europa  -  a) Na Inglaterra. John e Charles Wesley, entre 1703 e 1791, com grande fervor missionário, busca do poder de Deus e unção do Espírito Santo; no avivamento com George Whitefield, entre 1714 e 1770; “somente com o surgimento desses três grandes líderes”, o clima espiritual de muitas igrejas passou por uma mudança real em busca do avivamento.  Os irmãos Wesley foram notáveis exemplos de vida em comunhão com Deus. John Wesley não se conformou com o estilo de vida da Igreja Anglicana, formalista e sem poder, e pôs-se a pregar o retorno à vida esposada no Novo Testamento. Reuniu jovens na faculdade chamados de “O Clube Santo”. Dedicavam-se a uma vida de devoção e santificação. Não eram bem-vistos pelos demais crentes.  Wesley andava 90 quilômetros a cavalo para levar a mensagem de Cristo. Viajou à Irlanda 42 vezes, e 22 vezes à Escócia para pregar o evangelho. A sua pregação era bíblica e conservadora por excelência. Falava sobre santidade, boas relações familiares, aversão aos vícios e ao desregramento. Aos 37 anos, depois de ter estudado nos Estados Unidos, voltou à Inglaterra e tornou-se pregador fervoroso. Pregava às 5 horas da madrugada aos trabalhadores que iam para as fábricas; George Whitefield, amigo dos Wesleys, também foi pregador cheio do Espírito Santo. A História da Igreja não afirma que eles falavam em línguas, mas, sim, que eram grandemente avivados e contribuíram para uma busca maior do poder de Deus numa sociedade que se dizia cristã, mas que vivia de modo frio, letárgico e sem unção.   b) Na Alemanha. Por volta de 1720, o Conde Zinzendorf liderou os morávios num verdadeiro fervor missionário que se espalhou pelo continente e chegou à América. A sua ênfase na “religião do coração” levou os fiéis a desde atitudes infantis até a um grande despertamento na busca do poder de Deus, principalmente voltado para as missões transculturais.   c) No País de Gales. Em 1891, Evan Roberts, um adolescente de 13 anos, sentiu a necessidade de um avivamento na sua vida e na sua terra. Ele reuniu os seus colegas e falou-lhes da visão que Deus havia-lhe dado num domingo, dia 30 de outubro de 1904. Mostrou lhes que o Senhor queria enviar um avivamento, mas que todos precisavam abandonar tudo o que era pecado, confessando-os diante de todos. Foi tão grande o impacto daquela visão de Deus que começou a espalhar-se pela cidade, pelo país e alcançou muitos países do mundo.  Em todos esses movimentos, pode-se dizer que Deus estava preparando o ambiente das missões no mundo para o grande avivamento pentecostal que se concretizou no início do século XX e continua até hoje fazendo a diferença entre o formalismo religioso e denominacional e o movimento do Espírito Santo, que começou no Dia de Pentecostes em Jerusalém e nunca mais parou. De uma forma ou de outra, o Senhor sempre levantou homens e mulheres para cumprir os seus desígnios e propósitos.

2.    Nos Estados Unidos  Nascido no ano de 1792, na cidade norte-americana de Connecticute, na Nova Inglaterra, Charles Finney teve o privilégio de ser educado numa família tradicionalmente puritana. Quando ele tinha dois anos de idade, seus pais resolveram transferir-se para Nova Iorque. Aos vinte anos, retornou à Nova Inglaterra a fim de cursar a Escola Superior. Enquanto prosseguia nos estudos, pôs-se a lecionar em escolas públicas. Nessa época, já se havia especializado em latim, grego e hebraico.  Em 1918, começou a estudar Direito nos escritórios de Squire Wright, de Adams, em Nova Iorque.  Quanto à vida espiritual, seu progresso era quase nulo. Os sermões que ouvia, achava-os monótonos e sem nenhum atrativo. Sua mente lógica e agudíssima exigia algo mais consistente. Foi por essa época, que ele começou a estudar as Sagradas Escrituras. De início, mostrou-se cético. Mas com o passar dos tempos, não pôde mais resistir: a Bíblia é de fato a inspirada, infalível e inerrante Palavra de Deus. O que lhe faltava senão aceitar a Cristo? Deixemos que ele mesmo fale de sua experiência de salvação: “Num sábado à noite, no outono de 1821, tomei a firme resolução de resolver de vez a questão da salvação de minha alma e ter paz com Deus”.  Finney, porém, não se conformava. Queria mais de Cristo. Sua fome pelo Senhor era insaciável. Foi assim, buscando incessantemente a Deus, que veio ele a ser batizado no Espírito Santo. Que o próprio Finney narre como se deu sua experiência pentecostal: “Ao entrar e fechar a porta atrás de mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma, que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão quanto possível, entre soluços. Parecia-me que lavava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo, sem sentir ter tocado na sua pessoa.  Sem o esperar, sem mesmo saber que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia encher-me o corpo e a alma. Senti-o como uma onda elétrica que me traspassava repetidamente. De fato, parecia-me como ondas de amor liquefeito; porque não sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus. “Não existem palavras para descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei de tanto gozo e amor que senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando em alta voz, as inundações indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre mim, uma após outra, até eu clamar: ‘Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre mim!

Senhor, não suporto mais!’ Contudo, não receava a morte.

“Quando acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no quarto.

Faltam-me palavras para exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre mim.

Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder fazer coisa alguma senão derramar a alma perante Deus”.

O grande evangelista

Charles Finney foi um grande evangelista. Suas campanhas eram marcadas por fatos extraordinários. O missionário Orlando Boyer mostra o impacto que Finney causava como mensageiro de Cristo: “Perto da aldeia de New York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos movida pela força das águas do Rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite anterior, no prédio da escola pública.  “Não muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um rapaz alto e atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia sobre ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem de se esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas moças que trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um fio, foi tomada de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos depois, quase todos em redor tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o avivamento encheu todas as dependências da fábrica.  “O diretor, vendo que os operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor se cuidassem da salvação da alma, e mandou que parassem as máquinas. A comporta das águas foi fechada e os operários se ajuntaram em um salão do edifício. O Espírito Santo operou com grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram. “Diz-se acerca deste pregador, que se chamava Charles Finney, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney”.

3.   Raízes do avivamento pentecostal  -  Na noite de 9 de Abril de 1906, um derramamento do Santo Espírito teve lugar que iria acender um dos maiores movimentos missionários na história da igreja. O derramamento aconteceu num lugar inesperado e com um povo inesperado. O lugar foi uma casa pequena de quatro quartos que pertencia ao Richard e à Ruth Asberry, situada à Rua Boonie Brae, número 214, na secção “mista” de Los Angeles. O Richard era um homem africano nascido na América que trabalhava como continuo num prédio de escritórios. As pessoas em que o Espírito derramou o seu poder, nas palavras de um escritor, foram “mulheres africanas de lavagem, alguns dos seus maridos, e uma mão cheia de brancos pobres.

Os cultos eram dirigidos pelo William J. Seymour, um pregador espiritual africano que tinha acabado de chegar de Houston, Texas. Ele veio para Los Angeles com uma mensagem que queimava no seu coração. Era uma mensagem da Graça e do Poder de Deus. O Seymour acreditava que Deus daria, a quem pedisse, a mesma experiência que Ele deu aos seus discípulos no Dia de Pentecostes, uma experiência chamada o batismo no Espírito Santo. Ele também acreditou que os que recebessem este batismo Pentecostal teriam as mesmas “provas Bíblicas” que os discípulos originais, que iriam falar em línguas que o Espírito lhes daria.”

Noite após noite, por várias semanas, o grupo de Bonnie Brae juntava-se para buscar a Deus, Contudo, até aí, nenhum deles tinha recebido o Espírito Santo nem tinham falado em línguas. Até mesmo o próprio Seymour não tinha recebido.  Determinados a sucederem com a sua busca, no dia 6 de Abril o grupo comprometeu-se a um jejum de dez dias, confiando que Deus iria responder as suas orações.  Durante esta altura, o Seymour morava na casa de um homem americano irlandês que se chamava “Irish” Owen Lee. Na noite de 9 de Abril, quando Seymour estava saindo da casa de Lee para o culto na Rua Bonnie Brae, ele parou para orar por Lee, que estava fraco e doente devido ao jejum. O Lee então pediu para o Seymour orar com ele para que ele recebesse o Espírito Santo. Enquanto oravam o Espírito Santo desceu de uma maneira poderosa sobre Lee e ele começou a falar em línguas. Todo empolgado, o Seymour correu para a casa dos Asberry e contou o que tinha acontecido aos que estavam presentes. Os seus corações se encheram de esperança. Mais uma vez, como tinha feito várias vezes antes, o Seymour exortou os perseguidores de Actos 2:4. Depois levantou as suas mãos para o céu e o Espírito de Deus desceu sobre ele. Ele foi cheio do Espírito e começou a falar em línguas. Comovido pela presença de Deus, ele caiu para o chão, seguido pela Jennie Moore e outros. Todos começaram a falar em línguas.  A notícia espalhou-se rapidamente, e as pessoas da vizinhança juntaram-se para verem o que estava a acontecendo.  Vendo a multidão, e sentindo a oportunidade de pregar o evangelho, o Seymour e os outros ergueram um púlpito temporário na varanda da frente, O Seymour começou a exortar a multidão.  Nos dias que se seguiram, a multidão cresceu mais e mais. Uma testemunha reportou, “Gritaram por três dias e noites. Era a altura da Páscoa. As pessoas vieram de todo o lado. Na manhã seguinte não havia maneira de se aproximarem da casa. Quando as pessoas entravam e caíam debaixo do poder de Deus, e a cidade toda foi agitada.

Os cultos na Bonnie Brae continuaram todos os dias.

Centenas foram salvos, e muitos foram curados e batizados no Espírito Santo, falando em línguas como no Dia de Pentecostes.  Algumas pessoas testemunharam que o lugar tremeu com o poder de Deus. O Seymour e os outros sabiam que tinham que encontrar um prédio maior para os seus cultos e para poderem continuar com o reavivamento.  Cerca de duas milhas dali descobri um prédio velho de dois andares com armação de madeira, situado à Rua Azusa, uma rua curta sem saída no distrito industrial da cidade. O prédio era originalmente usado por uma igreja metodista, depois como armazém, e finalmente como estábulo para cavalos. Era um prédio com o telhado de asfalto, e tinha 12 metros de largura e 16 metros longo (40 x 60 pés). Tinha um telhado chato e paredes de lambrim em escama temporadas brancas. A janela gótica em forma de arco acima da entrada era a única característica que identificava o prédio como sendo uma igreja no passado.  O prédio necessitava de muita reparação. As portas e janelas estavam partidas, e havia restos por todo o lado. Apesar da condição pobre em que se encontrava, o prédio foi escolhido para ser a casa da missão nova. Os voluntários começaram logo a trabalhar para repararem e aprontarem o prédio para os cultos.  A parte interior do prédio estava limpa e os voluntários jogaram um pouco de serradura no chão. Construíram-se bancos de barris vazios, e caixões de pinho vermelho da Califórnia em cima. Fez-se um púlpito de duas caixas de madeira vazias e foi posto no centro do maior quarto de baixo com os bancos de madeira organizados em forma rectangular à volta do púlpito. O altar de oração foi outro caixão apoiado por duas cadeiras no centro do quarto. O segundo andar do prédio estava dividido em quartos. Tinha dois propósitos. O quarto maior era um “quarto superior” onde as pessoas podiam ficar orando por um tempo, para serem cheias do Espírito Santo. Os outros quartos serviam de quartos de habitação para o Seymour e o outro pessoal permanente. No exterior, a Rua Azusa era uma estrada de terra. Quando chovia, as pessoas tinham que andar pela lama para irem ao culto. A Missão da Rua Azusa era um lugar bem humilde para o grande reavivamento que passaria a ter um local.


                    III.    OS AVIVAMENTOS MUDAM A HISTÓRIA

1.   Impactos no mundo  -   O livro "Evangelismo Por Fogo" escrito por Reinhard Bonnke, ele escreve alguns relatos dos benefícios do evangelho em alguns países: Por toda a África, presidentes e líderes reconhecem os benefícios milagrosos do Evangelho sobre seu povo e sua nação e, pessoalmente, nos recebem de braços abertos. Na Nigéria esteve em um culto 600.000 pessoas reunidas; No Sudão cerca de 120.000 esteve presente no culto em Khartoum, Sudão. Como visto acima, os avivamentos eclodidos na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo provocaram mudanças nas igrejas e nos locais onde ocorreram. Uns se posicionaram a favor do movimento espiritual que surgira nas suas comunidades; outros se levantaram contra e perseguiram os crentes, mas as coisas nunca ficaram da mesma forma.

2.   A geração depois dos avivamentos  -  Uma observação torna-se oportuna a meu ver. Os avivamentos não se tornaram permanentes. Por quê? Por razões bem simples e compreensíveis. Os homens que foram usados por Deus para serem instrumentos do avivamento passaram. Os seus sucessores não tiveram o mesmo ímpeto e interesse em manter “o fogo aceso”.  A Bíblia diz que não há fogo sem lenha: “Sem lenha, o fogo se apagará […]” (Pv 26.20a). Na Bíblia, a lenha é símbolo das coisas humanas. O avivamento espiritual é de Deus, é divino, mas Ele não usa anjos. O Senhor sempre usou e quer usar homens e mulheres que se coloquem diante dEle como instrumentos do avivamento. A Europa foi pré-cristã; depois se tornou um continente cristão, onde houve avivamentos históricos nas suas nações; hoje, a Europa é pós-cristã. Catedrais enormes que reuniram milhares de pessoas em grandes avivamentos hoje são “ossos secos”, transformadas em bares, danceterias, museus e até mesmo em templos de outras religiões. Os sucessores dos avivalistas esfriaram-se, acomodaram se, e os lares cristãos desprezaram o culto doméstico, e os filhos desviaram-se de Deus. Essa história repete-se inclusive no Brasil, onde a maioria dos crentes não faz o culto doméstico e nem se interessa pela leitura diária da Bíblia.  Que Deus opere no seio das igrejas evangélicas no Brasil e no mundo, promovendo um poderoso avivamento ou reavivamento espiritual que sacuda as estruturas eclesiásticas dominadas pelo formalismo religioso ou denominacional; que deixem de lado as teologias contemporâneas, liberalistas, frias e sem vida e busquem o batismo no Espírito Santo com intenso fervor para que, como no Pentecostes, possamos ver sinais, milagres, prodígios e maravilhas pelo uso abundante dos dons espirituais, que são mais necessários hoje do que nos tempos da Igreja Primitiva. Oremos pelo Brasil e pelo mundo. O comunismo globalista é a nova face do comunismo marxista, pois não usa mais tanques mísseis, mas procura enganar os povos com uma mensagem de progressismo, feminismo, ambientalismo, tudo para implantar a chamada Nova Ordem Mundial, que nada mais é que a preparação para o governo do Anticristo na trindade satânica que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja. Maranata!




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro O Primeiro Pregador Pentecostal, Ciro S. Zibordi - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro: Pescador de homens, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Atos, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD













Comentário do Antigo Testamento Ezequiel Vol. 2, Daniel Block - Editora Cultura Cristã.

 A Justiça Divina, Esequias Soares e Daniele Soares - Editora CPAD. 

Teologia Sistemática, Charles Finney - Editora CPAD

Livro De Azusa para África para as Nações, Denzil R. Miller - editora Sociedade Bíblica Internacional.

https://professordaebd.com.br/8-licao1-tri-23-o-avivamento-espiritual-no-mundo/#comment-1342