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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 8 - O AVIVAMENTO ESPIRITUAL NO MUNDO.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

 


                        TEXTO ÁUREO

" E mediu mais mil e era um ribeiro, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar." ( EZ 47. 5)


                    VERDADE PRÁTICA

Somente por intermédio do movimento do Espírito Santo, o mundo pode experimentar o verdadeiro avivamento espiritual.


LEITURA BÍBLICA: EZ. 37. 7-10; 47. 1-5, 9


                    INTRODUÇÃO

A chamada à restauração no presente contexto é o renascimento de Israel na terra de seus antepassados, no Oriente Médio, envolvendo a restauração completa, nacional e espiritual. A visão que Ezequiel teve do vale de ossos secos descreve numa linguagem metafórica como Israel voltará a ser uma nação soberana reconhecida na comunidade internacional.  Essa profecia é continuação da promessa do retorno dos judeus para a terra dos seus antepassados, em Éretz Israel do capítulo 36.  É vista por muitos como a mais ou uma das mais importantes do livro de Ezequiel. Como disse Steven Tuell: “a visão do vale de ossos secos é, indiscutivelmente, a passagem mais famosa e influente neste livro”. Daniel Block afirma: “Com possível exceção da visão inicial, nenhuma profecia no livro de Ezequiel é tão bem conhecida como 37.1-14”. E John W. Wevers declara: “Esta dramática e bem conhecida passagem em Ezequiel é a descrição de uma experiência extática no mesmo cenário em que ocorre a visão inaugural”.  A patrística, principalmente os pais gregos, usava essa passagem como base para a doutrina da ressurreição dos mortos. Essa passagem se reveste de importância especial para os judeus. Foi encontrado esse extrato da profecia em Massada.  Quando os arqueólogos descobriram a fortaleza de Massada, em Israel, entre 1963 e 1965, acharam entre as ruínas os restos de um pergaminho “que estavam melhor conservados, e que se podiam ler com facilidade; continham extratos do capítulo 37: a visão dos ossos”. Massada foi o último bastião dos zelotes que resistiu aos romanos depois da destruição de Jerusalém no ano 70, sendo capturada dois anos depois.  Essa visão de 37.1-14 é parte de uma série de revelações que Ezequiel teve durante a noite anterior, quando recebeu o mensageiro com a notícia da destruição de Jerusalém (33.21, 22). Como disse Charles Lee Feinberg, “era para espalhar a tristeza do povo sobre a triste notícia. O principal objetivo da visão era reagir ao desespero e ao pessimismo que haviam tomado conta da nação desesperançada”.96 É o que mostra o versículo 11.


                    I.    O AVIVAMENTO NO TEMPO DE EZEQUIEL

1.   Calamidade e restauração de Israel  -  A maldição da aliança determinava que a deportação de Israel e a desolação de sua terra causariam consternação entre seus inimigos (Lv 26.32,33). Porém, o termo Sãmam em Levítico é vago e o modo de profanação não é especificado. Yahweh dá sua interpretação em Ezequiel, e, ao fazê-lo, revela que a questão principal não é nem demográfica nem geográfica – é teológica. No meio dos observadores estrangeiros, a remoção de Israel de sua terra havia levado a uma conclusão errada a respeito do caráter de Yahweh.   A reação dos observadores, radicalmente teocrática, é descrita por meio de duas citações diretas (v. 20b), ambas construídas como sentenças declarativas, mas, no contexto, exigindo uma interpretação interrogativa. De acordo com as percepções teológicas do antigo Oriente Próximo, a razão é lógica, envolvendo, em síntese, as percepções populares do relacionamento divindade-nação-terra. Como Deus de Israel, Yahweh era obrigado a defender sua terra e seu povo, e a prevenir a separação entre ambos.   Porém, a separação havia ocorrido, trazendo à questão tanto as reivindicações de Yahweh como as do povo. Os estrangeiros puderam concluir ou que Yahweh havia voluntariamente abandonado seu povo, ou que ele era incapaz de defendê-lo contra o poder superior de Marduque, 0 deus da Babilônia. A primeira opção desafia a integridade e a credibilidade de Yahweh; a segunda, sua soberania. Em qualquer caso, sua reputação havia sido profanada entre as nações. Assim, a corrupção da terra havia levado, em última instância, à corrupção do nome de Yahweh.   Nesse contexto, Sêm significa mais que uma marca de identificação; significa o caráter e a reputação de Yahweh. A expressão Sê m q”ds’ (lit., “nome de minha santidade”) deriva da lei cultual de Lv 20.2,3, que associa a profanação do santo nome de Yahweh com a profanação do santuário mediante abusos cultuais. Entretanto, Ezequiel tem a tendência de atribuir a profanação (hillêl) do santo nome de Yahweh a eventos históricos. Em sua anterior descrição revisionista da história de Israel (capítulo 20), em três momentos críticos o motivo de Yahweh para o gracioso tratamento de seu povo foi “para que meu nome não seja profanado à vista das nações” (vv. 9, 14, 22).   Em cada instância, a profanação teria sido resultado do fato de as nações terem tirado conclusões falsas e negativas a respeito de Yahweh, a partir do infortúnio de Israel. Semelhantemente, aqui, o exílio de Israel da terra foi como zombaria de seu caráter e reputação. Reiterando a questão central dessa primeira parte do oráculo, o v. 21 levanta a esperança de que a preocupação ou a piedade por seu nome sagrado motivará Yahweh a agir. A emoção que Yahw’eh havia anteriormente negado a seu povo é agora provocada para defender sua reputação.“   A presente preocupação pela reputação de Yahweh não é nova para Ezequiel. Por duas vezes Moisés havia feito Yahweh desviar sua ameaça de destruir Israel, argumentando que as nações iriam tirar conclusões erradas a respeito de sua motivação e de seu caráter se ele levasse seu plano a cabo (Ex 32.12; Nm 14.15,16). Como no presente texto, em ambos os casos a falha dos observadores externos em distinguir entre uma causa final humana e a imediata ação divina podia levar a uma falsa visão de Deus, portanto, da profanação de seu nome.

2.   Um vale de ossos secos  -  Essa parte do oráculo mostra o que Deus vai fazer e como isso será feito. É a restauração de Israel representada nessa ressurreição dos ossos secos. Javé revela isso a Ezequiel e manda que ele profetize aos ossos, como se fossem um auditório de ouvintes.   A pergunta de Javé ao Profeta: será que estes ossos podem reviver? serve para lembrar o Profeta do poder de Deus para trazer a vida até mesmo aos ossos, o que, aliás, já havia acontecido em Israel (2Rs 13.21). Ezequiel sabia a resposta, sem dúvida alguma, mas devolveu a questão a Javé: Senhor Deus, tu o sabes. Isso, segundo Moshe Greenberg, realça que “o profeta evita invadir a liberdade de Deus em sua resposta respeitosamente evasiva”.   Então, Deus ordena a Ezequiel: Profetize para estes ossos. E o conteúdo da profecia é: Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor, como se falasse a um auditório ou a uma multidão. Como afirma Zimmerli, “o profeta é de repente transformado de porta-voz humano impotente para porta-voz onipotente divino Note que, em seguida, o profeta introduz o discurso usando a fórmula de autoridade divina: Assim diz o Senhor Deus a estes ossos. Ele recebe a incumbência de proclamar sobre os ossos secos a palavra profética, para que eles prestem atenção no mensageiro autorizado que vai trazer a mensagem divina: Eis que farei entrar em vocês o espírito, e vocês viverão. Esse espírito é o elemento crucial para a vida. A expressão hebraica rûaḥ wîḥyîtem, “espírito e vocês viverão”, traduzida na Septuaginta pela expressão grega pneuma zōēs, “espírito de vida” dado por Deus, é a mesma usada em Apocalipse 11.11.  Segundo a agenda divina, que Javé antecipa ao Profeta e manda-o a profetizar, Porei tendões sobre vocês, farei crescer carne sobre vocês e os cobrirei de pele. Os tendões, ou “nervos” (ARC, TB), correspondem à palavra hebraica gîd, “tensão, nervo”, a mesma usada para descrever a contusão da coxa de Jacó (Gn 32.32). Tendão ou nervo é o tecido fibroso pelo qual um músculo se prende a um osso. Depois de religar os ossos com os tendões, virá a cobertura dos ossos com a carne e, em seguida, a carne será revestida com a pele. A vivificação dos ossos por meio da entrada do espírito é reiterada e a razão dessa restauração: Então vocês saberão que eu sou o Senhor, frase muito comum na profecia de Ezequiel, explicada.

3.     O rio das águas purificadoras  -  O ser celestial, tendo na mão um cordel de medir (v. 3), fez Ezequiel passar pelas águas, que ao caminhar rio abaixo, mediu quinhentos metros e me fez passar pela água, que me dava pelos tornozelos (v. 3b). Quinhentos metros mais adiante, as águas chegam aos joelhos e depois de mais quinhentos metros elas já estão nos lombos (v. 4). Quinhentos além, essas águas já haviam se tornado um ribeiro, e o profeta agora tinha que nadar (v. 5). Ele atravessou o ribeiro nadando, mas depois o ser celestial levou o profeta de volta para a margem do ribeiro (v. 6). Qual o propósito disso? Era necessário que Ezequiel visse a extensão e a profundidade do ribeiro para reconhecer a fonte de todos esses milagres; eles provêm de Deus como um filete de águas e se tornam um ribeiro capaz de fertilizar uma terra seca localizada numa região extremamente árida.  Essa experiência da imersão do profeta nas águas tem implicações teológicas profundas (Jo 7.37-39). Ao longo dos séculos, cristãos de todos os ramos do cristianismo reconhecem a estreita ligação teológica das águas com o Espírito Santo. Ezequiel imerso nessas águas pode perfeitamente ser comparado ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos símbolos do Espírito (1Jo 5.6), e nenhum livro do Antigo Testamento revela a identidade, os atributos e as obras do Espírito Santo como Ezequiel.  Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel inundado nas águ as sanadoras que brotam do templo de Deus (vv. 3-5).  Das 378 vezes que o termo rûaḥ, “vento, sopro, hálito, espírito, Espírito”, aparece no Antigo Testamento, 52 vezes estão no livro de Ezequiel, e 14 vezes em referência ao Espírito Santo.116 O termo revela sua deidade absoluta e identidade com o próprio Javé (8.1-3); ele atua na obra da restauração e regeneração (36.24-28; 37.14; 39.29). O profeta Ezequiel anunciou um derramamento do Espírito Santo para a purificação (Ez 36.25, 33) e a capacitação dos purificados (Ez 36.27).  As águas terapêuticas do rio da visão de Ezequiel saem de debaixo do umbral, e as águas cristalinas que saem do trono de Deus e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para Cristo e o Espírito Santo. É significativo a presença do rio no Éden, no princípio, e no relato da criação e do rio da vida, no mundo vindouro, sendo que o rio da visão de Ezequiel fica entre eles, ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos em tudo isso a restauração escatológica da terra e a efusão do Espírito sem medida.



                    II.   OS GRANDES AVIVAMENTOS NO MUNDO

1.  Na Europa  -  a) Na Inglaterra. John e Charles Wesley, entre 1703 e 1791, com grande fervor missionário, busca do poder de Deus e unção do Espírito Santo; no avivamento com George Whitefield, entre 1714 e 1770; “somente com o surgimento desses três grandes líderes”, o clima espiritual de muitas igrejas passou por uma mudança real em busca do avivamento.  Os irmãos Wesley foram notáveis exemplos de vida em comunhão com Deus. John Wesley não se conformou com o estilo de vida da Igreja Anglicana, formalista e sem poder, e pôs-se a pregar o retorno à vida esposada no Novo Testamento. Reuniu jovens na faculdade chamados de “O Clube Santo”. Dedicavam-se a uma vida de devoção e santificação. Não eram bem-vistos pelos demais crentes.  Wesley andava 90 quilômetros a cavalo para levar a mensagem de Cristo. Viajou à Irlanda 42 vezes, e 22 vezes à Escócia para pregar o evangelho. A sua pregação era bíblica e conservadora por excelência. Falava sobre santidade, boas relações familiares, aversão aos vícios e ao desregramento. Aos 37 anos, depois de ter estudado nos Estados Unidos, voltou à Inglaterra e tornou-se pregador fervoroso. Pregava às 5 horas da madrugada aos trabalhadores que iam para as fábricas; George Whitefield, amigo dos Wesleys, também foi pregador cheio do Espírito Santo. A História da Igreja não afirma que eles falavam em línguas, mas, sim, que eram grandemente avivados e contribuíram para uma busca maior do poder de Deus numa sociedade que se dizia cristã, mas que vivia de modo frio, letárgico e sem unção.   b) Na Alemanha. Por volta de 1720, o Conde Zinzendorf liderou os morávios num verdadeiro fervor missionário que se espalhou pelo continente e chegou à América. A sua ênfase na “religião do coração” levou os fiéis a desde atitudes infantis até a um grande despertamento na busca do poder de Deus, principalmente voltado para as missões transculturais.   c) No País de Gales. Em 1891, Evan Roberts, um adolescente de 13 anos, sentiu a necessidade de um avivamento na sua vida e na sua terra. Ele reuniu os seus colegas e falou-lhes da visão que Deus havia-lhe dado num domingo, dia 30 de outubro de 1904. Mostrou lhes que o Senhor queria enviar um avivamento, mas que todos precisavam abandonar tudo o que era pecado, confessando-os diante de todos. Foi tão grande o impacto daquela visão de Deus que começou a espalhar-se pela cidade, pelo país e alcançou muitos países do mundo.  Em todos esses movimentos, pode-se dizer que Deus estava preparando o ambiente das missões no mundo para o grande avivamento pentecostal que se concretizou no início do século XX e continua até hoje fazendo a diferença entre o formalismo religioso e denominacional e o movimento do Espírito Santo, que começou no Dia de Pentecostes em Jerusalém e nunca mais parou. De uma forma ou de outra, o Senhor sempre levantou homens e mulheres para cumprir os seus desígnios e propósitos.

2.    Nos Estados Unidos  Nascido no ano de 1792, na cidade norte-americana de Connecticute, na Nova Inglaterra, Charles Finney teve o privilégio de ser educado numa família tradicionalmente puritana. Quando ele tinha dois anos de idade, seus pais resolveram transferir-se para Nova Iorque. Aos vinte anos, retornou à Nova Inglaterra a fim de cursar a Escola Superior. Enquanto prosseguia nos estudos, pôs-se a lecionar em escolas públicas. Nessa época, já se havia especializado em latim, grego e hebraico.  Em 1918, começou a estudar Direito nos escritórios de Squire Wright, de Adams, em Nova Iorque.  Quanto à vida espiritual, seu progresso era quase nulo. Os sermões que ouvia, achava-os monótonos e sem nenhum atrativo. Sua mente lógica e agudíssima exigia algo mais consistente. Foi por essa época, que ele começou a estudar as Sagradas Escrituras. De início, mostrou-se cético. Mas com o passar dos tempos, não pôde mais resistir: a Bíblia é de fato a inspirada, infalível e inerrante Palavra de Deus. O que lhe faltava senão aceitar a Cristo? Deixemos que ele mesmo fale de sua experiência de salvação: “Num sábado à noite, no outono de 1821, tomei a firme resolução de resolver de vez a questão da salvação de minha alma e ter paz com Deus”.  Finney, porém, não se conformava. Queria mais de Cristo. Sua fome pelo Senhor era insaciável. Foi assim, buscando incessantemente a Deus, que veio ele a ser batizado no Espírito Santo. Que o próprio Finney narre como se deu sua experiência pentecostal: “Ao entrar e fechar a porta atrás de mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma, que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão quanto possível, entre soluços. Parecia-me que lavava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo, sem sentir ter tocado na sua pessoa.  Sem o esperar, sem mesmo saber que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia encher-me o corpo e a alma. Senti-o como uma onda elétrica que me traspassava repetidamente. De fato, parecia-me como ondas de amor liquefeito; porque não sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus. “Não existem palavras para descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei de tanto gozo e amor que senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando em alta voz, as inundações indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre mim, uma após outra, até eu clamar: ‘Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre mim!

Senhor, não suporto mais!’ Contudo, não receava a morte.

“Quando acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no quarto.

Faltam-me palavras para exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre mim.

Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder fazer coisa alguma senão derramar a alma perante Deus”.

O grande evangelista

Charles Finney foi um grande evangelista. Suas campanhas eram marcadas por fatos extraordinários. O missionário Orlando Boyer mostra o impacto que Finney causava como mensageiro de Cristo: “Perto da aldeia de New York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos movida pela força das águas do Rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite anterior, no prédio da escola pública.  “Não muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um rapaz alto e atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia sobre ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem de se esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas moças que trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um fio, foi tomada de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos depois, quase todos em redor tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o avivamento encheu todas as dependências da fábrica.  “O diretor, vendo que os operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor se cuidassem da salvação da alma, e mandou que parassem as máquinas. A comporta das águas foi fechada e os operários se ajuntaram em um salão do edifício. O Espírito Santo operou com grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram. “Diz-se acerca deste pregador, que se chamava Charles Finney, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney”.

3.   Raízes do avivamento pentecostal  -  Na noite de 9 de Abril de 1906, um derramamento do Santo Espírito teve lugar que iria acender um dos maiores movimentos missionários na história da igreja. O derramamento aconteceu num lugar inesperado e com um povo inesperado. O lugar foi uma casa pequena de quatro quartos que pertencia ao Richard e à Ruth Asberry, situada à Rua Boonie Brae, número 214, na secção “mista” de Los Angeles. O Richard era um homem africano nascido na América que trabalhava como continuo num prédio de escritórios. As pessoas em que o Espírito derramou o seu poder, nas palavras de um escritor, foram “mulheres africanas de lavagem, alguns dos seus maridos, e uma mão cheia de brancos pobres.

Os cultos eram dirigidos pelo William J. Seymour, um pregador espiritual africano que tinha acabado de chegar de Houston, Texas. Ele veio para Los Angeles com uma mensagem que queimava no seu coração. Era uma mensagem da Graça e do Poder de Deus. O Seymour acreditava que Deus daria, a quem pedisse, a mesma experiência que Ele deu aos seus discípulos no Dia de Pentecostes, uma experiência chamada o batismo no Espírito Santo. Ele também acreditou que os que recebessem este batismo Pentecostal teriam as mesmas “provas Bíblicas” que os discípulos originais, que iriam falar em línguas que o Espírito lhes daria.”

Noite após noite, por várias semanas, o grupo de Bonnie Brae juntava-se para buscar a Deus, Contudo, até aí, nenhum deles tinha recebido o Espírito Santo nem tinham falado em línguas. Até mesmo o próprio Seymour não tinha recebido.  Determinados a sucederem com a sua busca, no dia 6 de Abril o grupo comprometeu-se a um jejum de dez dias, confiando que Deus iria responder as suas orações.  Durante esta altura, o Seymour morava na casa de um homem americano irlandês que se chamava “Irish” Owen Lee. Na noite de 9 de Abril, quando Seymour estava saindo da casa de Lee para o culto na Rua Bonnie Brae, ele parou para orar por Lee, que estava fraco e doente devido ao jejum. O Lee então pediu para o Seymour orar com ele para que ele recebesse o Espírito Santo. Enquanto oravam o Espírito Santo desceu de uma maneira poderosa sobre Lee e ele começou a falar em línguas. Todo empolgado, o Seymour correu para a casa dos Asberry e contou o que tinha acontecido aos que estavam presentes. Os seus corações se encheram de esperança. Mais uma vez, como tinha feito várias vezes antes, o Seymour exortou os perseguidores de Actos 2:4. Depois levantou as suas mãos para o céu e o Espírito de Deus desceu sobre ele. Ele foi cheio do Espírito e começou a falar em línguas. Comovido pela presença de Deus, ele caiu para o chão, seguido pela Jennie Moore e outros. Todos começaram a falar em línguas.  A notícia espalhou-se rapidamente, e as pessoas da vizinhança juntaram-se para verem o que estava a acontecendo.  Vendo a multidão, e sentindo a oportunidade de pregar o evangelho, o Seymour e os outros ergueram um púlpito temporário na varanda da frente, O Seymour começou a exortar a multidão.  Nos dias que se seguiram, a multidão cresceu mais e mais. Uma testemunha reportou, “Gritaram por três dias e noites. Era a altura da Páscoa. As pessoas vieram de todo o lado. Na manhã seguinte não havia maneira de se aproximarem da casa. Quando as pessoas entravam e caíam debaixo do poder de Deus, e a cidade toda foi agitada.

Os cultos na Bonnie Brae continuaram todos os dias.

Centenas foram salvos, e muitos foram curados e batizados no Espírito Santo, falando em línguas como no Dia de Pentecostes.  Algumas pessoas testemunharam que o lugar tremeu com o poder de Deus. O Seymour e os outros sabiam que tinham que encontrar um prédio maior para os seus cultos e para poderem continuar com o reavivamento.  Cerca de duas milhas dali descobri um prédio velho de dois andares com armação de madeira, situado à Rua Azusa, uma rua curta sem saída no distrito industrial da cidade. O prédio era originalmente usado por uma igreja metodista, depois como armazém, e finalmente como estábulo para cavalos. Era um prédio com o telhado de asfalto, e tinha 12 metros de largura e 16 metros longo (40 x 60 pés). Tinha um telhado chato e paredes de lambrim em escama temporadas brancas. A janela gótica em forma de arco acima da entrada era a única característica que identificava o prédio como sendo uma igreja no passado.  O prédio necessitava de muita reparação. As portas e janelas estavam partidas, e havia restos por todo o lado. Apesar da condição pobre em que se encontrava, o prédio foi escolhido para ser a casa da missão nova. Os voluntários começaram logo a trabalhar para repararem e aprontarem o prédio para os cultos.  A parte interior do prédio estava limpa e os voluntários jogaram um pouco de serradura no chão. Construíram-se bancos de barris vazios, e caixões de pinho vermelho da Califórnia em cima. Fez-se um púlpito de duas caixas de madeira vazias e foi posto no centro do maior quarto de baixo com os bancos de madeira organizados em forma rectangular à volta do púlpito. O altar de oração foi outro caixão apoiado por duas cadeiras no centro do quarto. O segundo andar do prédio estava dividido em quartos. Tinha dois propósitos. O quarto maior era um “quarto superior” onde as pessoas podiam ficar orando por um tempo, para serem cheias do Espírito Santo. Os outros quartos serviam de quartos de habitação para o Seymour e o outro pessoal permanente. No exterior, a Rua Azusa era uma estrada de terra. Quando chovia, as pessoas tinham que andar pela lama para irem ao culto. A Missão da Rua Azusa era um lugar bem humilde para o grande reavivamento que passaria a ter um local.


                    III.    OS AVIVAMENTOS MUDAM A HISTÓRIA

1.   Impactos no mundo  -   O livro "Evangelismo Por Fogo" escrito por Reinhard Bonnke, ele escreve alguns relatos dos benefícios do evangelho em alguns países: Por toda a África, presidentes e líderes reconhecem os benefícios milagrosos do Evangelho sobre seu povo e sua nação e, pessoalmente, nos recebem de braços abertos. Na Nigéria esteve em um culto 600.000 pessoas reunidas; No Sudão cerca de 120.000 esteve presente no culto em Khartoum, Sudão. Como visto acima, os avivamentos eclodidos na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo provocaram mudanças nas igrejas e nos locais onde ocorreram. Uns se posicionaram a favor do movimento espiritual que surgira nas suas comunidades; outros se levantaram contra e perseguiram os crentes, mas as coisas nunca ficaram da mesma forma.

2.   A geração depois dos avivamentos  -  Uma observação torna-se oportuna a meu ver. Os avivamentos não se tornaram permanentes. Por quê? Por razões bem simples e compreensíveis. Os homens que foram usados por Deus para serem instrumentos do avivamento passaram. Os seus sucessores não tiveram o mesmo ímpeto e interesse em manter “o fogo aceso”.  A Bíblia diz que não há fogo sem lenha: “Sem lenha, o fogo se apagará […]” (Pv 26.20a). Na Bíblia, a lenha é símbolo das coisas humanas. O avivamento espiritual é de Deus, é divino, mas Ele não usa anjos. O Senhor sempre usou e quer usar homens e mulheres que se coloquem diante dEle como instrumentos do avivamento. A Europa foi pré-cristã; depois se tornou um continente cristão, onde houve avivamentos históricos nas suas nações; hoje, a Europa é pós-cristã. Catedrais enormes que reuniram milhares de pessoas em grandes avivamentos hoje são “ossos secos”, transformadas em bares, danceterias, museus e até mesmo em templos de outras religiões. Os sucessores dos avivalistas esfriaram-se, acomodaram se, e os lares cristãos desprezaram o culto doméstico, e os filhos desviaram-se de Deus. Essa história repete-se inclusive no Brasil, onde a maioria dos crentes não faz o culto doméstico e nem se interessa pela leitura diária da Bíblia.  Que Deus opere no seio das igrejas evangélicas no Brasil e no mundo, promovendo um poderoso avivamento ou reavivamento espiritual que sacuda as estruturas eclesiásticas dominadas pelo formalismo religioso ou denominacional; que deixem de lado as teologias contemporâneas, liberalistas, frias e sem vida e busquem o batismo no Espírito Santo com intenso fervor para que, como no Pentecostes, possamos ver sinais, milagres, prodígios e maravilhas pelo uso abundante dos dons espirituais, que são mais necessários hoje do que nos tempos da Igreja Primitiva. Oremos pelo Brasil e pelo mundo. O comunismo globalista é a nova face do comunismo marxista, pois não usa mais tanques mísseis, mas procura enganar os povos com uma mensagem de progressismo, feminismo, ambientalismo, tudo para implantar a chamada Nova Ordem Mundial, que nada mais é que a preparação para o governo do Anticristo na trindade satânica que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja. Maranata!




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro O Primeiro Pregador Pentecostal, Ciro S. Zibordi - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro: Pescador de homens, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Atos, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD













Comentário do Antigo Testamento Ezequiel Vol. 2, Daniel Block - Editora Cultura Cristã.

 A Justiça Divina, Esequias Soares e Daniele Soares - Editora CPAD. 

Teologia Sistemática, Charles Finney - Editora CPAD

Livro De Azusa para África para as Nações, Denzil R. Miller - editora Sociedade Bíblica Internacional.

https://professordaebd.com.br/8-licao1-tri-23-o-avivamento-espiritual-no-mundo/#comment-1342

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 07 - ESTÊVÃO - UM MÁRTIR AVIVADO.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

 


                    TEXTO ÁUREO

"Mas ele, estando cheio do Espírito Santo [...] disse-lhe: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus." (AT 7. 55,56)


                VERDADE PRÁTICA

Por intermédio da graça de Deus, o cristão pode ser fiel a Cristo até a morte e contemplar a sua glória.


LEITURA BÍBLICA: AT 6. 8-10; 7. 54-60


                        INTRODUÇÃO

Antes de Deus levantar Estêvão como pregador e apologista do evangelho, a Igreja estava confinada a Jerusalém, apesar de a ordem de Jesus para os apóstolos ter sido: “recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Contudo, após o aparecimento e — especialmente — o desaparecimento de Estêvão, o evangelho passou a ser propagado por toda parte (8.1-4).         Estêvão, aliás, foi o primeiro não apóstolo a realizar milagres publicamente, visto que, até então, somente os apóstolos haviam sido usados por Deus para fazer maravilhas e sinais (cf. At 2.43; 3.4-8; 5.12). É bem possível que ele já tivesse realizado prodígios no meio do povo e que isso tenha sido uma das razões pelas quais ele foi eleito.             No pensamento dos apóstolos, com a eleição dos servidores da mesa, o ministério da Palavra ficaria reservado exclusivamente a eles. Deus, no entanto, quis que o diácono Estêvão proclamasse a Palavra de modo mais destacado que eles, a ponto de dar testemunho com a sua própria vida! “Na verdade, Estêvão, que não deveria estar pregando de maneira alguma, fez o mais longo sermão de todo o livro de Atos!” (GONZÁLEZ, 2011, p. 120).            Os maiores sermões em Atos, diga-se de passagem, foram o de Estêvão perante o Sinédrio (At 7.2-60) e o de Paulo numa sinagoga em sua primeira viagem missionária (13.16-41). Ao lermos o quinto livro do Novo Testamento, a impressão que fica é que esse diácono-apologista foi o precursor de Paulo. “Parece que Estêvão foi o primeiro membro da igreja a ter a visão do evangelho para o mundo inteiro, e esse ideal levou-o ao martírio” (HURLBUT, p. 28). Todavia, foi o apóstolo Paulo, outrora perseguidor dos cristãos, quem realizou essa importante obra.


                    I.    O TESTEMUNHO DE ESTÊVÃO

1.   Estêvão usado por Deus  -   Se existe uma palavra que caracteriza a vida de Estêvão é cheio. Ele era um homem cheio de Deus. Sua vida não era apenas irrepreensível, mas também plena. Destacamos aqui alguns aspectos dessa plenitude. Estêvão era cheio do Espírito Santo (6.3,5). Todo homem está cheio de alguma coisa. Está cheio do Espírito ou de si mesmo. Está cheio de Deus ou de pecado. Estêvão era cheio de fé (6.5). Estêvão fora salvo pela fé, vivia pela fé, vencia o mundo pela fé e era cheio de fé. Estêvão era cheio de sabedoria (6.3). Sabedoria é mais do que conhecimento; é o uso correto do conhecimento. E olhar para a vida com os olhos de Deus. Estêvão era cheio de graça (6.8). Havia em Estêvão abundante graça. Sua vida era uma fonte de bênção. Seu coração era generoso, suas mãos eram dadivosas, e sua vida, um vaso transbordante de graça. Estêvão era um homem cheio de doçura. Estêvão era cheio de poder (6.8). Estêvão era um homem revestido com o poder de Deus para fazer milagres e muitos sinais entre o povo. Ele falava e fazia; pregava e demonstrava. Suas palavras eram irresistíveis, e suas obras, irrefutáveis. Até o momento, Lucas creditara prodígios e sinais apenas a Jesus (2.22) e aos apóstolos (2.43; 5.12); agora, pela primeira vez, diz que outros os realizam (6.8; 8.6).196 Adolf Pohl declara que graça e poder formam uma unidade. De nada adianta graça impotente, e poder sem graça é terrível. Porém, por ser cheio de graça e de poder, Estêvão fez grandes prodígios e sinais entre o povo.

2.  Uma covarde oposição  -  Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se, porém, alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilicia e Asia, e discutiam com Estêvão. Para David Stern, aqueles que possuem histórico cultural e social semelhante, em geral, preferem adorar juntos. Os escravos libertos provavelmente eram judeus de Cirene e de Alexandria, da Cilicia e da província da Ásia, que haviam sido capturados e escravizados pelos romanos. O general Pompeu, que capturou Jerusalém em 63 a.C., fez prisioneiros diversos judeus e os libertou mais tarde em Roma. Entretanto, talvez alguns fossem gentios que se converteram ao judaísmo. E nesse contexto de oposição que Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Estêvão não tinha apenas uma vida irrepreensível, mas também obras irrefutáveis. Suas obras referendavam sua vida. Falava e fazia. Pregava aos ouvidos e aos olhos. Ninguém podia contestar sua vida nem negar os milagres que Deus operava por seu intermédio. No entanto, apesar de todas as qualidades extraordinárias de Estêvão, o seu ministério provocou um antagonismo feroz. Três foram os estágios desse antagonismo: discussão (6.9b, 10); difamação (6.11,12a); e condenação (6.12b— 7.60)[…]  suas palavras eram irresistíveis (6.10-14). Um homem cheio do Espírito, de fé, sabedoria, graça e poder é amado pelo céu e odiado pelo inferno; faz maravilhas entre os homens e ganha a oposição dos inimigos da cruz. Não foi diferente com Estêvão. Os adversários de Estêvão não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito pelo qual ele falava. Suas palavras eram irresistíveis. Havia virtude de Deus em seus lábios. Então, não podendo suplantá-lo na argumentação, tramaram contra ele, como fizeram com Jesus, e subornaram homens covardes, que o acusaram de blasfêmia. A acusação contra Estêvão foi leviana, mas acabou sendo acolhida pelos membros do Sinédrio. Mário Neves diz que os antagonistas de Estêvão, não podendo vencê-lo pela razão, recorreram à mentira, à calúnia e ao suborno, conseguindo assim amotinar o povo, os anciãos e os escribas. A acusação contra Estêvão era dupla. Acusavam-no de blasfêmia contra Moisés e contra Deus; contra o templo e contra a lei (6.11). Perante o magno pretório judaico, as testemunhas subornadas pelos líderes religiosos assacaram contra Estêvão pesadas acusações: …Este homem não cessa de falar contra o lugar sagrado e contra a lei (6.13). William Barclay realça duas coisas especialmente preciosas para os judeus: o templo e a lei. Eles entendiam que só no templo podiam oferecer sacrifícios e só ali podiam adorar verdadeiramente a Deus. A lei jamais poderia ser mudada, mas eles acusavam Estêvão de dizer que o templo desapareceria e a lei nada mais era do que um passo para o evangelho. Essas acusações eram gravíssimas, uma vez que o templo era o lugar santo, símbolo da presença de Deus entre o povo, e a lei era a revelação da vontade de Deus. Falar contra a casa de Deus e contra a Palavra de Deus era blasfêmia, um pecado sentenciado com a morte. Marshall destaca que foi a mesma preocupação zelosa com o templo, da parte dos judeus da Dispersão, que justificou prisão posterior de Paulo (21.28). […] Estêvão não blasfemava contra o templo nem contra a lei. Ao contrário, estava alinhado com a mesma interpretação de Jesus (Jo 2.19; Mc 14.58; 15.29). Porém, a luz da verdade cegou os olhos dos membros do Sinédrio em vez de lhes clarear a mente. A oposição desceu da teologia para a violência. Essa mesma ordem de acontecimentos repetiu-se muitas vezes. No início, há um sério debate teológico. Quando isso fracassa, as pessoas iniciam uma campanha pessoal de mentiras. Finalmente, recorrem a ações legais ou quase legais numa tentativa de se livrarem do adversário pela força. Em vez de acolher a mensagem da verdade com humildade, o Sinédrio preferiu sentenciar à morte o mensageiro.

3.   A fúria dos acusadores  -  Depois de dissertar com muita sabedoria sobre a história de Israel e a sua apostasia, Estêvão mudou o foco do discurso. Ele confrontou a dureza de coração dos líderes de Israel ao dizer: Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes. E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. (7.51-54) Em poucos minutos, Estêvão demonstrou o estado espiritual de Israel durante a sua história. Nunca, em nenhum lugar e em tempo algum, um povo foi tão abençoado por Deus. Nascido de Abraão, o patriarca hebreu, constituída como nação escolhida para representar os interesses do Reino de Deus na terra, Israel ouviu da parte de Deus promessas jamais feitas a qualquer povo. Deus tirou aquele povo do Egito e fez sinais e maravilhas jamais vistas por qualquer povo do mundo, começando com a sua retirada da escravidão egípcia com poderosa mão divina, depois com as pragas derramadas sobre aquele povo idólatra, em seguida o livramento na passagem do mar Vermelho, a água tirada da rocha e o manjar dos céus enviado, além de ter dado vitória sobre povos mais fortes e mais poderosos que eles em termos humanos. Se não tivesse dado palavra tão dura contra os que o acusaram no Sinédrio, Estêvão poderia ter escapado da pena capital, mas ele preferiu ser fiel à sua missão, expondo o que o Espírito de Deus pusera-lhe no coração. Cumpriu-se o que Jesus dissera aos seus discípulos: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens, porque eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. (Mt 10.16-20)


                    II.   A PRECIOSA MORTE DE ESTÊVÃO

1.  Cheio do Espírito Santo  -  O Estêvão cheio do Espírito se comporta como profeta. Pelo Espírito Santo, ele vê a glória radiante de Deus e o Jesus exaltado à mão direita de Deus (w. 55,56; Lc 22.69). Durante a visão, aparece o padrão trinitário. Estêvão, cheio do Espírito Santo, olha para o céu e vê o Senhor Jesus em pé, à mão direita de Deus Pai. Essa visão não deixa dúvida sobre o lugar de Jesus na deidade.   Só aqui no Novo Testamento Jesus é retratado a estar em pé em vez de estar sentado à mão direita de Deus. A explicação mais satisfatória é que Ele está agindo no papel de intercessor, advogado e testemunha. Sua posição sugere que Ele está confessando Estêvão diante do Pai divino, como Ele prometera: “Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32). Jesus é o Senhor exaltado, e seu povo tem acesso a Deus por Ele (cf. Rm8.34). Como o Justo (v. 52), o Filho do Homem está qualificado para representar o povo de Deus e testemunhar a seu favor.    Agora Estêvão confessa pela primeira vez o Senhor ressurreto diante do Sinédrio, declarando que Ele vê Jesus Cristo compartilhando a glória de Deus como o exaltado Filho do Homem. Estas palavras são blasfemas aos líderes religiosos. Eles cobrem os ouvidos, indicando que já não ouvirão o blasfemador. A recusa em ouvir reflete um problema muito mais profundo: empenho para que os ouvidos não sejam abertos pelo Espírito Santo (v. 52; Theological Dictionary of the New Testament, eds. G. Kittel e G. Friedrich, GrandRapids, 1964- 1976, vol. 5, p. 556). Eles abafam a voz de Estêvão “grita[ndo] com grande voz” (v. 57) e avançando ameaçadoramente para o agarrar.

2.    A violência dos acusadores  -  Se os seus acusadores já estavam enfurecidos por terem sido confrontados corajosamente por Estêvão, de serem duros de coração e de resistirem ao Espírito Santo, eles não suportaram ouvir que Estêvão estava vendo a glória de Deus e a Jesus nos céus: “Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo” (7.57,58). Estêvão foi levado à periferia da cidade, provavelmente para lugares menos movimentados, e ali foi cercado pela multidão enfurecida com sede de sangue. A sua fúria alcançou o auge quando ouviram a declaração de que ele estava contemplando os céus abertos e Jesus à direita de Deus (7.55). Eles ficaram tão enfurecidos que viram Estêvão como um perigoso criminoso. Eles perderam todo o controle emocional. Já estavam cheios de ódio no coração, desejando ver o fim do homem de Deus. Passaram a gritar com altos brados palavras de condenação, de ira e furor; era tão terrível para eles ouvir o que Estêvão dissera de estar vendo a glória de Deus, que eles taparam os ouvidos com as mãos, totalmente desequilibrados e descontrolados. No acesso da fúria demoníaca, “arremeteram unânimes contra ele”. Conscientes do que estavam fazendo, agrediram-no não só verbal, como também fisicamente, com socos, murros, pontapés e pancadas no rosto e na cabeça, querendo destruí-lo. Levaram-no com violência para fora da cidade e ali o apedrejaram sem dó. Para dar uma impressão de que realizavam um julgamento legal, levaram testemunhas contra Estêvão, as quais, com mentiras e calúnias, “depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo”. Àquela altura, Saulo de Tarso era o principal perseguidor dos cristãos. 

3.   O perdão no martírio  -  Charles Ferguson Ball (1998) descreveu o ocorrido da seguinte forma:

“Cercado pelos guardas do Templo, Estêvão foi arrastado pelas ruas da cidade até um lugar perto dos muros. De repente, o grito: ‘Morte ao blasfemo! Morte ao nazareno!’ A Lei de Moisés ordenava que a primeira pedra fosse atirada pelas testemunhas que, despindo-lhe de seus mantos, empilharam-nos aos pés de Saulo. A incumbência deste era cuidar para que as roupas não fossem roubadas” (BALL, p. 57). Estêvão foi apedrejado fora da cidade como se fosse um blasfemador que merecesse a pena capital (cf. Lv 24.14-16; Lc 4.29). As mãos das falsas testemunhas foram possivelmente as primeiras “contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo” (Dt 17.7), visto que elas deixaram “as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo” (At 7.58). Pelo que Lucas relatou, as testemunhas “tiraram as vestes externas de maneira a se sentirem mais livres para atirar as pedras e depuseram as vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo. Por esse registro verificamos que Saulo foi testemunha ocular da morte de Estêvão e, provavelmente, de sua pregação” (HORTON, 1983, p. 86). De acordo com o catolicismo romano, o “lugar do martírio de Estêvão em Jerusalém encontra-se, tradicionalmente, não muito longe da Porta de Damasco, ao norte, onde agora está precisamente a igreja de Santo Estêvão, junto da conhecida Escola Bíblica dos dominicanos” (RATZINGER, p. 138). Alguns estudiosos acreditam que Estêvão e seu Mestre, o Senhor Jesus, morreram no mesmo lugar (cf. POLLOCK, 1990), no Gólgota (Calvário), “conhecido como Monte da Caveira. Ao meio-dia, especialmente, as sombras fazem os dois ‘buracos dos olhos’, […] pode ter sido aqui que São Estêvão foi apedrejado até a morte, poucos anos depois [da crucificação de Jesus], tornando-se o primeiro mártir cristão” (WALKER, p. 185–186). Jesus Cristo foi escarnecido, cuspido e agredido fisicamente até chegar ao Calvário (Mt 27.27-33). Estêvão possivelmente chegou ao mesmo lugar debaixo de uma chuva de pedras e impropérios. Ali, no Lugar da Caveira, no entanto, ambos — acusados de profanar o Templo — fizeram as mais belas intercessões por seus inimigos. O primeiro, dependurado entre o céu e a terra, disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). E o segundo, ajoelhado, clamou em alta voz: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At 7.60). Que resposta desconcertante àqueles que, “clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele” (v. 57, ARA)!

Últimas Palavras de Estêvão

Há uma íntima semelhança do martírio de Estêvão com a morte de Jesus Cristo. “Ambos foram julgados na presença da assembleia nacional (Lc 22.66; At 6.12); ambos foram acusados por falsas testemunhas (Mc 14.56-58; At 6.13,14); ambos foram acusados de blasfêmia (Mc 14.63,64; At 7.56,57); e ambos foram vítimas da violência da multidão (Lc 23.18-23; At 7.57-59). A morte de Jesus, contudo, foi consumada indiretamente através de pressão popular sobre o governador romano; Estêvão foi apedrejado pelo povo” (TENNEY, p. 218). Antes de morrer, as palavras do Senhor Jesus — depois de ter rogado ao Pai que perdoasse seus algozes e de ter salvado efetivamente o infrator arrependido que lhe pediu perdão (Lc 23.33-43) — foram estas: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (v. 46). Estêvão, de modo semelhante, porém inverso, primeiro disse: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59). E, em seguida: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (v. 60). Fico maravilhado com a autoridade e a segurança desse servo do Senhor momentos antes de morrer! “Com a confiança tranquila de um profeta, ele segue o exemplo de Jesus e permanece fiel ao seu ensino: ‘Bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam’ (Lc 6.28)” (ARRINGTON, p. 666). Essa semelhança entre Estêvão e seu Mestre deixam-nos sem palavras. Qual de nós teria a autoridade e a ousadia de verberar contra os pecados do Sinédrio e, em seguida, em meio a um linchamento, pedir a Deus, sem desespero ou medo de morrer, que perdoasse seus algozes? Autoridade é uma capacitação divina. Ela está relacionada com integridade moral (1 Tm 3.5-7), postura adequada (4.12), idoneidade para ensinar (Tt 2.15), capacidade para dirigir (Sl 78.72) e ousadia no falar conforme orientação do Espírito Santo (1 Rs 17.1; 2 Rs 2.10; At 13.6-11; 8.19-24). Tudo isso Estêvão tinha. Todavia, sua autoridade fora, sobretudo, outorgada por Deus, principalmente se considerarmos a possibilidade de ele ter sido um dos 70 discípulos enviados por Jesus Cristo (cf. Lc 10.17-19, ARA). Esse primeiro grande apologista do evangelho era um homem manso e pacificador. Ele não quis afrontar o Sinédrio. Pelo contrário! A maneira elegante como ele iniciou a pregação e a sua oração perdoadora ante seus inimigos figadais evidenciam que seu amor a Jesus Cristo estava acima de tudo.  Estêvão não temia a morte; ele tinha a certeza de que o Senhor Jesus receberia o seu espírito, haja vista as suas declarações finais. Reflitamos sobre isso. Quais serão as nossas últimas palavras antes de nossa morte caso o Arrebatamento da Igreja não a anteceder? Se houver tempo de dirigirmos uma oração a Deus, teremos a convicção para dizer-lhe: “recebe o meu espírito”, ou tentaremos pedir-lhe perdão por todos os nossos pecados em tempo recorde? A convicção de Estêvão decorria do fato de ele ser cheio do Espírito Santo. O selo e o penhor do Parácleto, o qual testemunhava em seu interior que ele era filho de Deus, davam-lhe a certeza de que o seu nome está inscrito no Livro da Vida! O cristão que ainda não tem essa convicção clama desesperadamente por misericórdia, assim como fez o infrator crucificado momentos antes de morrer. Mas, e se este não tivesse tempo de falar com Jesus Cristo? E se tivesse morrido antes de repente? Podemos vir a falecer repentinamente enquanto dormimos, ou em um inesperado acidente aéreo ou rodoviário, ou em decorrência de um ato violento permitido pelo Senhor. As palavras de Estêvão evidenciam que ele estava seguro em Cristo. Ele tinha, de fato, a certeza da vida eterna porque sua comunhão com o Paráclito jamais fora interrompida, mantendo-se, assim, cheio do Espírito Santo até seu último suspiro na terra (At 7.55-59).



                III.   O AVIVAMENTO NO SOFRIMENTO

1.  Sofrimento e morte dos apóstolos  -  Martírio do apóstolo Tiago

Naquele tempo – evidentemente o de Cláudio -o rei Herodes pôs-se a maltratar alguns da Igreja. E matou Tiago, o irmão de João, com a espada. Acerca deste Tiago, Clemente, no livro VII de suas Hypotyposeis, acrescenta um relato digno de menção, afirmando tê-lo tomado de uma tradição anterior a ele. Diz que aquele que o introduziu ante o tribunal, comovido ao vê-lo dar testemunho, confessou que também ele era cristão. “Ambos pois, diz Clemente, foram levados juntos dali, e no caminho pediu que Tiago o perdoasse, e este, depois de olhá-lo um instante, disse: A paz esteja contigo, e beijou-o. E assim é que ambos foram decapitados ao mesmo tempo.” Então, como diz a divina Escritura, vendo Herodes que sua façanha de assassinar Tiago tinha agradado aos judeus, tentou-o também contra Pedro, encarcerou-o e pouco faltou para que o executassem também se um anjo, por aparição divina, não houvesse aparecido a ele durante a noite e não o tivesse retirado milagrosamente da prisão, deixando-o livre para o ministério da pregação. Esta foi a providência disposição no que diz respeito a Pedro.

 Da perseguição nos tempos de Nero, na qual Paulo e Pedro foram adornados com o martírio pela religião em Roma Firmado Nero no poder, deu-se a práticas ímpias e tomou as armas contra a própria religião do Deus do universo. Descrever de que maldades foi capaz este homem não é tarefa para a presente obra. Já que, sendo muitos os que transmitiram em relatos precisos suas maldades, quem queira poderá aprender destes sobre a grosseira demência deste homem estranho que, levado por ela e sem a menor reflexão, produziu a morte de inúmeras pessoas e a tal ponto levou seu afã homicida que não se deteve nem mesmo ante os mais chegados e queridos, mas que até a sua mãe, seus irmãos, sua esposa e com eles muitos familiares, fez perecer com variadas formas de morte, como se fossem adversários e inimigos. Mas deve-se saber que a tudo o que foi dito sobre ele faltava acrescentar que foi o primeiro imperador que se mostrou inimigo da piedade para com Deus. Disto faz menção também o latino Tertuliano quando diz: “Leiam vossas memórias. Nelas encontrareis que Nero foi o primeiro a perseguir esta doutrina, principalmente quando, depois de submeter todo o Oriente, em Roma era cruel para com todos. Nós nos ufanamos de ter um assim como autor de nosso castigo, porque quem o conhecer compreenderá que Nero não podia condenar nada que não fosse um grande bem.” Assim pois, este, proclamado primeiro inimigo de Deus entre todos os que o foram, levou sua exaltação ao ponto de fazer degolar os apóstolos. De fato, diz-se que sob seu império Paulo foi decapitado na própria Roma, e que Pedro foi crucificado. E disto da fé o título de Pedro e Paulo que predominou para os cemitérios daquele lugar até o presente. Também o confirma um varão eclesiástico chamado Caio, que viveu quando Zeferino era bispo de Roma. Disputando por escrito com Proclo, líder da seita catafriga, diz sobre os lugares onde estão depositados os sagrados despojos dos mencionados apóstolos o seguinte: “Eu, por outro lado, posso mostrar-te os troféus dos apóstolos, porque se queres ir ao Vaticano ou ao caminho de Ostia, encontrarás os troféus dos que fundaram está igreja.” Que ambos sofreram martírio na mesma ocasião é afirmado por Dionísio, bispo de Corinto, em sua correspondência escrita com os romanos, nos seguintes termos: “Nisto também vós, por meio de semelhante admoestação, fundistes as searas de Pedro e de Paulo, a dos romanos e a dos Coríntios, porque depois de ambos plantarem em nossa Corinto, ambos nos instruíram, e depois de ensinarem também na Itália no mesmo lugar, os dois sofreram martírio na mesma ocasião.” Sirva também isto para maior confirmação dos fatos narrados.

 Da morte de João e de Felipe  Já explicamos anteriormente o tempo e o modo da morte de Paulo e de Pedro, assim como também o lugar onde foram depositados seus corpos depois que partiram desta vida. Sobre João, quanto ao tempo, também já foi dito; mas quanto ao lugar de seu corpo, indica-se na carta de Polícrates, bispo da igreja de Éfeso, que foi escrita para o bispo de Roma, Victor. Junto com João menciona o apóstolo Felipe e as filhas deste nos seguintes termos: “Porque também na Ásia repousam grandes luminares que ressuscitarão no último dia da vinda do Senhor, quando virá dos céus com glória em busca de todos os santos: Felipe, um dos doze apóstolos, que repousa em Hierápolis com duas filhas suas que chegaram virgens à velhice, e a outra filha, que depois de viver no Espírito Santo, descansa em Éfeso; e também há João, o que se recostou sobre o peito do Senhor e que foi sacerdote portador do pétalon , mártir e mestre; este repousa em Éfeso.” Isto há sobre a morte destes luminares. Mas também no Diálogo de Caio -de quem já falamos pouco acima -, Proclo – contra quem é dirigida a disputa -, coincidindo com o exposto, diz sobre a morte de Felipe e de suas filhas o seguinte: “Depois deste houve em Hierápolis, a da Ásia, quatro profetisas, as filhas de Felipe. Ali estão seus sepulcros e o de seu pai.” Assim diz Proclo. E Lucas, nos Atos dos Apóstolos, menciona as filhas de Felipe, que então viviam em Cesaréia da Judéia junto com seu pai, e que haviam sido agraciadas com o dom da profecia; diz textualmente o que segue: Viemos a Cesaréia e entramos na casa de Felipe o evangelista – pois era um dos sete – e permanecemos em sua casa. Tinha ele quatro filhas virgens, que eram profetisas. Depois de haver descrito sobre o que chegou ao nosso conhecimento acerca dos apóstolos e dos tempos apostólicos, assim como dos escritos sagrados que nos deixaram, e inclusive dos que são controversos, mas que na maioria das igrejas muitos leem em público, e dos que são inteiramente espúrios e alheios à ortodoxia apostólica, continuemos avançando em nossa narrativa.

2.   O avivamento e sofrimento  -  Neste estudo, podemos constatar que Estêvão teve forças espirituais diante do sofrimento a que foi submetido, tanto em termos físicos quanto emocionais. É possível que muitos crentes ao longo da História da Igreja tenham sucumbido diante das pressões descomunais contra si, muitas vezes incluindo a sua família, por não terem a força e o poder do Espírito Santo para resistir até à morte. Estêvão foi um exemplo marcante e referencial de que somente sendo cheio do Espírito Santo, o fiel pode suportar as terríveis pressões de um julgamento injusto, ilegal e tendencioso e, assim, ser vitorioso diante de torturas psicológicas e físicas por causa da sua fé. O avivamento espiritual, motivado pela presença gloriosa do Espírito Santo, dá forças aos servos e servas de Deus para enfrentarem situações difíceis de torturas e castigos severos por professarem a sua fé em Jesus. Podemos ver na Bíblia a razão dessa força extra-humana que Estêvão teve diante do sofrimento, nas mãos dos seus executores. Além de ser cheio do Espírito Santo, o cristão precisa ter a alegria do Espírito Santo, ou a alegria do Senhor. Esse é um fator importantíssimo para ser vencedor diante das lutas que possam surgir na vida cristã. No livro de Neemias, encontramos uma referência que nos mostra como podemos vencer as adversidades que se apresentam em nossa vida. Quando o povo chorava muito depois de ouvir a leitura da Lei por Esdras — pois sentiam as suas faltas e pecados diante de Deus —, Neemias, que liderou a reconstrução dos muros de Jerusalém, convidou o povo para a leitura do livro da Lei — que havia sido desprezado — numa assembleia solene, desde a manhã até ao meio-dia. Com a leitura, feita com calma e explicação do seu sentido, o povo começou a chorar, mas Neemias levantou-se e exortou a todos para não se entristecerem: Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. (Ne 8.10) Quando “a alegria do Senhor” resulta do enchimento do Espírito Santo, torna-se fonte de energia espiritual que dá força e poder aos que a possuem. A Bíblia mostra-nos diversas referências sobre essa alegria que vem de cima: “Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, vós, os justos; e cantai alegremente todos vós que sois retos de coração” (Sl 32.11). Alegrar-se no Senhor e cantar alegremente é fator excelente para dar força ao crente. Devemos anotar que tal bênção é para os que são “retos de coração”, ou seja, pessoas íntegras tanto espiritual quanto moralmente. Outro Salmo diz: “Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e dai louvores em memória da sua santidade” (Sl 97.12). Joel, o profeta do Pentecostes, também ressaltou a importância da alegria do Senhor ou do avivamento espiritual. “E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor, vosso Deus, porque ele vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês” (Jl 2.23). Paulo, escrevendo aos coríntios, disse como eles deveriam comportar-se na vida cristã: “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (2 Co 13.11). Veja quantos conselhos oportunos e necessários a uma igreja que precisa alegrar-se no Senhor. Ele diz que os irmãos devem regozijar-se no Senhor, mas prossegue doutrinando sobre essa alegria espiritual profunda e fortalecedora do ânimo do crente. Muitos caem, afastam-se, desviam-se, porque não conseguem ter uma vida cristã sadia e cheia de poder de Deus. Para tanto, Paulo diz que, além de regozijarem-se, os irmãos devem saber que Deus requer que sejamos, perfeitos, consolados, de “um mesmo parecer” — ou seja, que vivamos em acordo, em harmonia —, e acrescenta que os servos de Cristo devem viver em paz. Em consequência, diz Paulo: “e o Deus de amor e de paz será convosco” (13.11). Paulo não só ensinava, como também já havia experimentado grandes sofrimentos, assim como os demais apóstolos, mas resistiu com a graça e o poder de Deus na sua vida: Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, ilustres, e nós, vis. Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos; somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de todos. (1 Co 4.9-13) Diante de toda essa realidade adversa, Paulo não reclamou, não murmurou e nem se queixou da sua situação: Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. (Fp 1.19-21) Ele foi um grande exemplo e incentivador da alegria do Senhor: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4). Aos tessalonicenses, ele escreveu: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16).




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro O Primeiro Pregador Pentecostal, Ciro S. Zibordi - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Pedro: Pescador de homens, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Atos, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD

Livro Eusébio De Cesaréia. História Eclesiástica, Wolfgang Fischer - Editora Novo Século.