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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

LIÇÃO 3 - AS ABOMINAÇÕES DO TEMPLO


Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II. 



                        TEXTO ÁUREO

"E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações." (EZ 8.6)


                    VERDADE PRÁTICA

O lugar mais sagrado da Terra Santa se tornou o centro das abominações e isso serve como prenúncio da apostasia generalizada do fim dos tempos.


LEITURA BÍBLICA: EZ 8. 5, 6, 9-12, 14, 16 ( EXPLICAÇÃO comentário MOODY)


V. 5. Eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem dos ciúmes. A porta do norte era a mais freqüentemente usada, pois os edifícios do palácio ficavam ao sul e a leste. 

V. 6. Abominações . . . de Israel estavam causando o afastamento de Jeová do santuário (cons. 11:1, 22, 23). Verás ainda maiores abominações. Veja versículos 13, 15. b) A Idolatria Secreta dos Anciãos. 8:7-13. 

 V. 7. À porta do átrio é ao que parece a entrada externa da porta que dava para o pátio interno (cons. v. 3).

 Vv. 8, 9. Ele viu um buraco na parede, foi ordenado a que cavasse através da parede e ali viu uma porta, através da qual recebeu ordem de passar. 

V. 10. Pintados (lit. , esculpidos; 23:14) na parede em todo o redor (enfático, em todo o redor, em todo o redor) havia "toda forma" de répteis. Albright (op. cit., pág. 166) vê aqui um culto sincretista de origem egípcia, enquanto que outros acham que é de influência babilônica, ou um primitivo culto cananita. Ídolos. Os ídolos de 6:4. 

 V. 11. Setenta homens. Provavelmente um número redondo dos cidadãos proeminentes do Exílio (cons. Êx. 24:1; Nm. 11:16, 24, 25). Jazanias. Aparentemente um homem muito conhecido. Se este homem era o filho de Safã, que ajudou na reforma de Josias (II Reis 22:3-10; Jr. 26:24; 29:3; 36:10-12; 39:14), ele corrompeu grandemente a fé de sua família. O aroma. A palavra hebraica athar é um hapax legomenon e seu significado é suposto do contexto e das versões. 

V. 12. Nas trevas; isto é, em segredo. Cada um nas suas câmaras pintadas. Câmara tem o apoio da LXX, a Siríaca, o Targum e a Vulgata. Em sua câmara secreta é a tradução da LXX, da Siríaca e da Vulgata. Na câmara de sua habitação, isto é, "no Templo", parece ser a tradução do Targum. Talvez tudo isto signifique "em sua imaginação". Duas razões são dadas para suas práticas: O SENHOR não nos vê; o SENHOR abandonou a terra. Cons. 9:9; Sl. 94:7. c) Mulheres Chorando por Tamuz. 8:14, 15. 

 V. 14. Tamuz. Este deus tem sua origem no Dumuzi sumeriano, o deus do oceano subterrâneo e uma divindade pastoral, cuja irmã consorte, Inana-Ishtar, desceu ao mundo dos mortos para tomar a trazêlo à vida. Em sua adoração encontrarmos semelhanças com o Osíris egípcio, o Baal cananeu e o Adônis sírio. Gebal ou Biblos, 36,6 quilômetros ao norte de Beirute, era o grande centro da adoração a Adônis. A morte noturna do deus, a morte do deus antes da descida do inverno, ou a morte prematura do deus com o verão escaldante são variações do tema da morte e da ressurreição. A lamentação pelo deus era seguida por uma celebração da ressurreição. Sacrifício humano, castração, virgindade e relações sexuais faziam parte dos rituais em uma e outra ocasião (veja S. Langdon, Mythology of All Races: Semitic, págs. 336-351, e passim). Aqui, as mulheres judias se vêem ocupadas em rituais fúnebres do nuto vegetativo que envolvia a adoração de Tamuz. Talvez haja alusões a Tamuz em Dn. 11:37 e Zc. 12:11. d) Adoradores do Sol no Pátio Interno. 8:16-18. 

 V. 16. No átrio de dentro da casa do SENHOR, perto da entrada do templo ... entre o pórtico, no extremo leste do Templo (I Reis 6:3) e o altar dos holocaustos (I Reis 8:64), havia cerca de vinte e cinco homens. Isto dá a idéia de que eram sacerdotes (cons. Joel 2:17), os vinte e quatro líderes dos turnos dos sacerdotes (I Cr. 24:5 e segs.) e o sumo sacerdote (Keil). Esses homens são chamados "anciãos" em Ez. 9:6, mas Jeremias também refere aos "anciãos dos sacerdotes" (Jr. 19:1) ou "sacerdote superiores" (RSV). Ao adorarem o sol virados para o oriente, naturalmente ficavam de costas para o Templo. Quanto à referências à adoração do Sol, veja Dt. 4:19; II Cr. 14:5; II Reis 23:5; Jr. 44:17 (?); Jó 31:26.


                                        INTRODUÇÃO

Exatamente quatorze meses depois da sua primeira visão, Ezequiel teve outra experiência semelhante. Naquelas semanas intervenientes ficara claramente reconhecido e respeitado como profeta, e os anciãos dos exilados de Judá vinham para ele na sua casa a fim de consultá-lo. Na ocasião específica descrita em 8:1, é mais do que provável que os anciãos, tendo vindo para lhe fazer perguntas acerca de um assunto, até mesmo talvez acerca da situação em Jerusalém, estavam assentados diante dele esperando sua resposta dadeiro tal como Ezequiel nunca daria uma resposta sob o impulso do momento, conforme alguns profetas menos dignos tendiam a fazer, mas, sim, esperaria uma palavra da parte de Deus através de uma experiência visionária ou depois de um período de meditação espiritual prolongada. Quando, finalmente, vinha a mensagem ou era dada a visão (e, naturalmente, não havia garantia de que isto aconteceria), nunca havia dúvida na mente do porta-voz ou dos ouvintes de que viera da parte de Deus. Se houvesse a mínima dúvida em qualquer ocasião, a prova final da autenticidade do profeta achava-se no cumprimento das suas palavras (cf. Dt 18:21-22).



            I. SOBRE A VISÃO

1. A segunda visão -  O versículo 1 também identifica a ocasião desta visão: enquanto eu estava sentado em minha casa, com o ancião de Judá (ziqnê yéhüdâ) sentado à minha frente.28 A existência e o status deste grupo foram baseados nas estruturas sociais judaicas pré-exílicas.29 Embora o rei Joaquim e seus oficiais estivessem também na Babilônia, parecia que não tinham qualquer autoridade formal sobre os exilados, deixando um vácuo na liderança preenchido pelos cabeças de clãs, mais tarde referidos como rã’sê h ã ’ãbôt, “cabeças dos pais”. A razão pela presença deles na casa de Ezequiel não é dada, embora 14.1-3 e 20.1 sugiram que vinham repetidas vezes para procurar uma palavra de Yahweh. Sem dúvida teriam esperado por uma palavra positiva com respeito ao destino deles, talvez confirmando as predições de Ananias e outros falsos profetas de Jerusalém que estavam anunciando um fim iminente do exílio. Como as palavras dessas profecias e das profecias de Jeremias chegavam até a Babilônia, os exilados com certeza queriam saber de que lado do debate os profetas se colocavam (cf. Jr 28-29). 

2. As visões das abominações do Templo -  Finalmente, esta experiência é apresentada como uma jornada espiritual,34 há centenas de quilôm etros, desde a Babilônia até Jerusalém. Nesta experiência, Ezequiel é o único entre os profetas clássicos de Israel. Os profetas que se aproximam de sua experiência são Elias, que foi carregado pelo Espírito (1 Rs 18.12; 2Rs 2.1-12, 16­ 18), e Eliseu, que possuía impressionantes poderes extrassensoriais (2Rs 5.26; 6.17, 32-33). No entanto, nem a transportação física de Elias, nem a atividade psíquica de Eliseu se comparam com a experiência de Ezequiel. Um contraste com a visão inaugural, em que o profeta havia permanecido como um espectador passivo até o final, aqui se torna um participante ativo, seu envolvimento sendo descrito por três ângulos. (1) a forma (tabnit) de mão emerge da figura de fogo, toca nele, e agarra um tufo de seu cabelo;35 (2) um ruah o agarra. O tenno é ambíguo. Se o rúah de fato transportou Ezequiel, então a palavra poderia ser traduzida como “vento”, como no 3.14. No entanto, desde que rúah parece ter feito que meramente levitasse entre o céu e a terra, deve ser interpretado como o Espírito divino. Se os visitantes do profeta de fato testemunharam a levitação, só podemos especular; (3) por meio de visões sobrenaturais é transportado pelo deserto da Arábia até Jerusalém, onde é colocado dentro do templo. ______   Quando Ezequiel chega, duas visões tomam sua atenção. A prim eira é uma semel, “estátua”, localizada na entrada do portão. Seu significado pode ser determinado ao referir-se às únicas duas referências da palavra no Antigo Testamento. Em Deuteronômio 4.16 a frase pesei têmünat kol-sãmel, “a forma esculpida de qualquer semel”, refere-se às imagens físicas de uma deidade que desvalorizam a devoção exclusiva requerida dos israelitas a Yahweh. Em 2Crônicas 33.7, 15, uma imagem abominável de Manassés, que em 2Reis 21.7 se refere a pesei ha’ãsêrâ, “uma forma esculpida de Asherah”, é identificada como pesei hassemel, “a forma esculpida da estátua”. Na religião cananita Asherah era consorte de El, o maior dos deuses,37 e a mãe de 70 deuses menores, inclusive Baal, bn ’trt, “filhos de Asherah” . No Antigo Testamento esta divindade é geralmente identificada com Astarte e adorada como a deusa da fertilidade com Baal, o deus da tempestade (2Rs 23.4). A recente descoberta das inscrições do século 8°. a.C., nas quais Yahweh e Asherah aparecem na mesma introdução, tem levado alguns a interpretar esta imagem como uma representação de um consorte de Yahweh. No entanto, esta interpretação é improvável, pois a figura Asherah de Manassés é relatada como tendo sido destruída 30 anos antes durante a reforma de Josias (2Rs 23.6). Figuras semelhantes poderiam ter sido reintroduzidas enquanto isto, mas falta evidência de um protótipo como o de Asherah para essa estátua que Ezequiel vê. A luz do versículo 10 parece mais provável que o uso que Ezequiel faz de semel é baseado em Deuteronômio 4.16. E provável que este objeto de culto seja designado pelo que provavelmente seja um termo estrangeiro.

3.  Como entender as visões de Deus ?  -   Neste grande visão Ezequiel é transportado em transe ao templo de Jerusalém. Lá, ele mostra o estado deplorável da religião israelita. As mesmas terras do templo são usados para práticas pagãs. Siga a tribulação e depois Ezequiel vê o majestoso trono e as incríveis criaturas que ele tinha visto em sua visão inicial, a glória de Deus. Haverá compensação para incubação injustiça social na cidade. No entanto, a profecia termina com a promessa de que os exilados voltar para sua terra. O sincretismo, misturando elementos de várias religiões, é um dos caminhos mais fáceis de seguir. Pressupostos crentes podem contrabalançar suas apostas e manter todos os deuses felizes. Mas o Deus de Israel é um Deus ciumento. Não pode haver nenhum outro concorrente para a adoração e devoção de uma pessoa. Em nossa sociedade pluralista de muitas religiões é necessário colocar a ênfase, e é muitas vezes incompreendido. No entanto, a nossa acomodação é não menos abominável a Deus que as práticas pagãs descrito aqui.


                    II.  SOBRE AS ABOMINAÇÕES ( PARTE 1)

1.  A imagem de ciúmes (v.5) --  Essa imagem é descrita com mais detalhes como uma imagem dos ciúmes (haqqin’â hammaqneh, lit. “o zelo que provoca ciúmes”), uma referência enfática à paixão que o objeto provocava no coração de Yahweh. A frase foi deliberadamente escolhida referindo-se ao acordo pactuai de Yahweh e Israel e o absoluto interesse que tem na devoção deles. De acordo com Deuteronômio 4.15-24, que proíbe todas as formas de idolatria (inclusive imagens semel), esta afirmação é baseada entre outras considerações no caráter de Yahweh como ’êl qannã’, “Deus zeloso”. Posicionado do lado interior do pátio depois do portão, uma estátua indecente guarda a entrada para o santuário interior. O hapax môsab, que significa “assento”, sugere tanto uma imagem esculpida sentada em um trono, quanto simplesmente uma figura sentada. No entanto, pela emoção que a escultura evoca em Yahweh, é claro que essa imagem simplesmente não é um ornamento ou um guarda simbólico do templo. É claramente idólatra e propõe um desafio direto a Yahweh, que está entronizado acima dos querubins dentro do templo.

2.  O culto aos animais e aos répteis (v.10)  --  A localidade exata disto não pode ser identificada, nem parece necessária tal identificação. Essencialmente é algo praticado em segredo, e o profeta é informado como obter acesso a esta câmara de horrores e surpreender os anciãos em flagrante. Gravados nas paredes (pintados, 10, é inadequado para uma palavra que significa “entalhado” ou “esculpido em relevo”) havia toda forma de répteis e de animais abomináveis, e ídolos. Répteis (heb. remes)são especificamente mencionados como parte da boa criação de Deus (Gn 1:24); não são todos impuros por definição, conforme sugere ARC em Levítico 11:41, porque a palavra traduzida “réptil” naquele contexto é o hebraico seres. A palavra inclui, no entanto, muitos répteis e pequenas criaturas verminosas que deslizam sobre a terra, desde cobras até escorpiões, e estes certamente eram imundos. As divindades -serpentes conhecidas nas religiões egípcias, cananitas e babilónicas dão motivo para supor que este incidente reflete a influência generalizada das seitas estrangeiras sobre o culto israelita, cultivadas, sem dúvida, por motivos mais políticos do que puramente religiosos

3.  Os setenta anciãos (v.11)  --    Mas os olhos do profeta param por alguns minutos numa pessoa, que deveria ser uma figura importante em Jerusalém. Ele não é somente um homem qualquer em pé no meio dos setenta anciãos, provavelmente supervisionando as atividades cúlticas deles; como a observação parentética no versículo 11 indica, Ezequiel o reconhece imediatamente como Jaasanias, sugerindo que Ezequiel já o conhecia antes de sua deportação no ano 597 a.C. O nome Jaasanias, “Yahweh ouve”, não aparece no Antigo Testamento antes do fim do século 7e a.C.40 Sua emergência e popularidade impressionantes durante os últimos anos críticos de Jerusalém provavelmente refletem um desejo geral ardente em Judá pelo ouvido divino. De fato, a declaração final de Yahweh nesta jornada ao templo (v. 18) envolve uma brincadeira intencional em relação ao nome, e pode dizer respeito à inserção desta observação intrusiva estilística no versículo 11. Jaasanias é mais tarde identificado pelo patronímico: filho de Safan. Durante o reino de Josias, Safan, filho de Azalias, era o secretário de Estado (hassêper, “escriba”). Este homem nobre parece ter sido o pai de ao menos três homens, todos os quais são identificados como “filhos de Safan”: Aicão, um assistente de Jeremias (Jr 26.24); Elasa, pela mão de quem a carta de Jeremias foi enviada aos exilados na Babilônia (Jr 29.3); e Gemarias, que tentou prevenir Jeoaquim quanto a queimar o rolo profético de Jeremias. Ao identificar Jaasanias como o filho de Safan, Ezequiel distingue este homem de Jaasanias ben Azur do capítulo 11, versículo 1, e além do mais o reconhece como um dos membros das famílias líderes de Jerusalém, que por alguma razão havia sido deixado para trás na deportação de 597. Seu envolvimento nestas atividades cúlticas abomináveis o distingue espiritualmente de seus irmãos, que eram simpáticos para com Jeremias, o reconhecido profeta de Yahweh. Se esta interpretação estiver correta, a revelação de seu nome com o patronímico oferece evidência concreta da extensão da podridão espiritual em Jerusalém: havia alcançado os escalões superiores do governo civil. ___________    Setenta homens dos anciãos... de Israel (11): não se tratava de uma assembléia oficial, tal como o Sinédrio posterior, mas, sim, um número redondo dos líderes de Israel. O tamanho do grupo, no entanto, subentende que era a maioria que reverenciava as divindades estrangeiras. Enquanto os anciãos praticavam seus mistérios secretos, queimando incenso aos seus deuses emprestados, o acompanhante divino de Ezequiel indica que esta visão é típica daquilo que todos eles estão fazendo individualmente, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens (12). A frase difícil sugere que cada ancião tinha um quarto em casa onde subrepticiosamente se entregava às suas inclinações idólatras, confiante de que não haveria nenhum Javé presente, nem para ver, nem para Se importar (12).


                   III.  SOBRE AS ABOMINAÇÕES (PARTE 2)

1.  O ritual de Tamuz (v.14)  -- Para que Ezequiel pudesse observar claramente a descrição do número três, o guia o leva ao portão norte do lado de dentro, oferecendo-lhe uma visão com pleta da parte da frente do pátio do tem plo. A descrição desta cena é muito breve, sem interpretação ou comentário: as mulheres estão sentadas em frente ao pátio do templo lamentando Tamuz. Embora a maioria das traduções traga chorando “por” Tamuz, a construção especial de m êbakkôt ’et-hattam müz, com o sinal de objeto direto e o artigo sobre Tamuz sugere que “Tamuz” denota um gênero especial de lamento, em vez de uma deidade. Esta é a única referência de Tamuz no Antigo Testamento. De acordo com List, rei sumeriano, Tamuz (Dumu-zi) era um rei-pastor antediluviano, que reinou em Bad-tibira por 36 mil anos. O nome reaparece na lista, identificando um rei pós-diluviano de Uruk (predecessor de Gilgamesh), do qual se diz ter reinado por um século. O determinativo divino diante dessas ocorrências do nome indica que, quando este documento foi produzido, no final do terceiro milênio a.C. Dumu-zi-Tamuz havia sido elevado à posição de deidade. Na época sumeriana, um complexo mitológico foi desenvolvido ao redor deste deus. A literatura se preocupa principalmente com a morte de Tamuz e o fato de ter saído em direção ao inferno. Como resultado, perde seu reinado terreno, seu papel como pastor, e sua virilidade. Se um ciclo anual comemorativo da morte e ressurreição deste deus corresponde aos ciclos da agricultura, que era celebrado em rituais, é algo discutível. Correspondentes ocidentais a Tamuz são geralmente reconhecidos no deus cananita da tempestade, Baal-Hadad e o deus grego Adonis. Porque esta cena se segue imediatamente após a afirmação que os anciãos de Yahweh abandonaram a terra, parece que essas mulheres estavam comparando Yahweh com Tamuz, ou estavam expressando seu sofrimento pela partida de suas próprias deidades ao adaptar um ritual Tamuz (assim “à moda Tamuz”). ___________    O fato de ser feito no templo concorda com a última evidência para o lamento de Adonis, assim como a participação de mulheres. A única discrepância entre esta cena e o que é conhecido do ritual de lamento por Tamuz é o tempo. Na Mesopotâmia, os lamentos de Tamuz aconteciam no mês que levava o nome do deus, no meio do verão (junho/julho). No entanto, a visão de Ezequiel tem “o Tamuz” sendo lamentado no sexto mês. Isto quer dizer que ou o povo no templo entendeu mal a natureza e o significado do festival mesopotâmico, ou a convicção de que Yahweh os abandonara era um entendimento recente, que pedia uma adaptação rápida de um costume estranho ao que estavam passando no momento. No entanto, porque tudo isto é uma visão, a mudança no tempo representa uma caricatura intencional do sincretismo religioso judaico. De qualquer modo, Ezequiel observa o povo em Jerusalém substituindo a adoração vital do Deus vivo por lamentos pelos mortos.  

2.  Os adoradores do sol (v.16)  --  A abominação suprema estava para ser praticada na própria entrada do templo do SENHOR (16). Ali, no lugar em que deveriam estar chorando e clamando a Deus para que Ele poupasse Seu povo (J1 2:17), os sacerdotes estavam deliberadamente virando as costas a Ele. Por causa da sua direção, do leste para o oeste, o Templo podia ser usado para o culto ao sol, e o fato de que Josias, na sua reforma, teve de tirar “os cavalos que os reis de Judá tinham dedicado ao sol” e queimar “os carros do sol” (2 Rs 23:11) indica que alguns reis de Judá tinham explorado as possibilidades.30 A cifra citada, cerca de vinte e cinco homens, sugere que não foi grande o número dos sacerdotes que sucumbiram a esta forma específica de adoração. Mesmo assim, eram homens de posição (9:7 os chama de “ancião”) e estava publicamente abusando do Templo para uma prática que era uma negação total do propósito santo para o qual foi dedicado. E, como se isto não bastasse, ainda enchem de violência a terra e tomam a irritar-me (17). Quando a liderança da igreja se toma corrupta, não há limite ao caos que é semeado na vida da nação.

3.  Os anciãos na casa do profeta  --  O versículo 1 também identifica a ocasião desta visão: enquanto eu estava sentado em minha casa, com o ancião de Judá (ziqnê yéhüdâ) sentado à minha frente. A existência e o status deste grupo foram baseados nas estruturas sociais judaicas pré-exílicas. Embora o rei Joaquim e seus oficiais estivessem também na Babilônia, parecia que não tinham qualquer autoridade formal sobre os exilados, deixando um vácuo na liderança preenchido pelos cabeças de clãs, mais tarde referidos como rã’sê h ã ’ãbôt, “cabeças dos pais”. ___________    Na ocasião específica descrita em 8:1, é mais do que provável que os anciãos, tendo vindo para lhe fazer perguntas acerca de um assunto, até mesmo talvez acerca da situação em Jerusalém, estavam assentados diante dele esperando sua resposta. Esta poderia demorar muito, porque um profeta verdadeiro tal como Ezequiel nunca daria uma resposta sob o impulso do momento, conforme alguns profetas menos dignos tendiam a fazer, mas, sim, esperaria uma palavra da parte de Deus através de uma experiência visionária ou depois de um período de meditação espiritual prolongada.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin

Comentário Bíblico Ezequiel - IETEP

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão







 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

LIÇÃO 02 - VEM O FIM.

Profº PB. Junio - Congregração Boa Vista II.

 


                TEXTO ÁUREO

"E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor Jeová acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra."


            VERDADE PRÁTICA

O atalaia de Deus soa o alarme do iminente perigo, anuncia que o inevitável juízo divino se aproxima.


                LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: EZ 7.1-10 (explicação da leitura bíblica - Comentário Moody)


V. 2O fim vem sobre os quatro cantos da terra. Esta profecia se restringe a Israel (vs. 1, 3, 7. Cons. Amós 8:2; Jr. 19:22). 

 V. 3 -  Enviarei . . . a minha ira. Cons. Jó 20:23; SI. 78:49. E te julgarei. Literalmente, e darei (ou porei) sobre ti todas as tuas abominações (cons. vs. 4, 8, 9; 23:49). Levar a culpa era parte do castigo. 

 V. 4 -  Os meus olhos não te pouparão. Cons. 5:11; 7:9; 8:18; 9:10. Embora a linguagem dos versículos 5-9 se aplique à queda de Judas, tem semelhanças com passagens escatológicas, como, por exemplo, 30:3; Joel 1:15; MI. 4:1; Dn. 12:1. 

V.  5 -  Mal após mal. Esta tradução, encontrada em trinta manuscritos hebraicos e no Targum, deriva-se da tradução de 'ahar, "depois" em lugar de 'ahat, "um", do T.M. (lit. um mal, chegou um mal). Cons. v. 26. 

V.  6 -  O fim, despertou-se. Um exemplo de paronomásia, ou jogo de palavras, haqqes heqqiîs. Paronomásia semelhante aparece em Amós 8:2 sobre "fruto de verão" e "fim", qayis e qes (cai o fruto . . . Israel cairá) e Jr. 1:11 sobre "amêndoa" e "vigiando", shaqed e shoked (uma árvore despertada . . , estou desperto). 

V.  7 -  Tua sentença (AV, manhã). Esta tradução de sepîrâ admite uma raiz igual à cognata acadiana sapâru "destruir", que o significado "diadem" de Is. 28:5, ou manhã da AV baseada no aramaico saphrâ, "madrugada". É chegado o dia. Cons. o versículo 10. No pensamento popular, "o dia" significava a vitória de Israel sobre seus inimigos (cons. Is. 9:3; Os. 2:2; Ez. 30:9), mas os profetas destacaram seus aspectos relacionados com o juízo de Israel (Amós 5:18; Is. 2:12 e segs.; 13:9; Jr. 30:7; Ez. 7:19; 13:5; 36:33; MI. 4:1). Um desenvolvimento posterior atribuído ao "dia de Jeová", a derrota do paganismo (Jr. 46:10; Ez. 30:2 e segs.; 38:10, 14; 39:8, 11, 13; Zc. 14:3) e a introdução da nova ordem, o governo de Deus (Ez. 39:22; MI. 4:2). Da turbação, e não da alegria, sobre os montes. Ruído de batalha e não (alegres) gritos das montanhas (lit. ). O T.M. é obscuro

Vv . 8,9 -  Estes versículos são virtualmente uma repetição de 3, 4. 

 V. 10Eis o dia. Cons. o versículo 7. Já floresceu a mora. O Texto Massorético diz matteh, "vara". Substituindo outros pontos vocálicos obtém-se mutteh, "justiça pervertida" (cons. 9:9). Isto faz paralelo com reverdeceu a soberba. São provavelmente referências ao poder governante de Jerusalém



                            INTRODUÇÃO

A imagem apresentada por Ezequiel quanto ao dia de Yahweh demonstra que fora herdeiro não somente de Amós, mas de outros que haviam seguido em sua esteira. As consequências desastrosas do encontro com Yahweh preocuparam Isaías em vários textos. O capítulo 2.12-22 fala do dia de Yahweh como um momento no qual a orgulhosa e idólatra nação de Israel seria derrubada pelo terror de Yahweh. No entanto, nenhum dos oráculos de Isaías apresenta tantas ligações com Ezequiel 7 quanto Isaías 13.1-16.16 Os paralelos estilísticos e conceituais entre Ezequiel 7 e a profecia posterior pré-exílica de Sofonias, em Sofonias 1.7-18, são também muito impressionantes. Com referência à violência (hãmãs), à futilidade das riquezas (prata e ouro) como segurança e ao terror abrupto do dia, claramente ecoa de Sofonias. Da mesma maneira acontece com o tom e o estilo literário de Ezequiel 7, que mostram uma clara influência de Sofonias. As sentenças curtas, os anúncios breves e os gritos animados de destruição são comuns a ambos os textos.


            I. SOBRE A PROFECIA

1. Introdução -   Veio ainda a palavra do Senhor. Note-se como o capítulo 7 inicia com as mesmas palavras que introduzem o capítulo 6 (ver as notas em Eze. 6.1). O oráculo é um decreto e, ao mesmo tempo, uma profecia que podia ser quebrada ou modificada; era iminente e cheia de terrores para Judá. 7.2 Filho do homem. Título comum de Ezequiel, utilizado por Yahweh (ver as notas em Eze. 2.1). Adonai-Yahweh (o Soberano Etemo) fala de novo. Este título divino é usado 217 vezes neste livro, mas somente 103 vezes no restante do Antigo Testamento (ver as notas em Eze. 2.4). “O fim” havia chegado para Judá. Este termo é usado 5 vezes no início deste oráculo (Eze. 7.2, duas vezes; vs. 3; vs. 6, duas vezes). Cf. uma expressão semelhante que Amós usou quando descreveu a destruição iminente do reino do norte, pelos assírios (Amós 8.2). O reino do sul cairia da mesma maneira miserável, pelo fato de praticar as mesmas iniqüidades.

2.  Extensão (v,2b) -  O alarme abre com uma nota pontiaguda: Um fim ! Ofim chegou! A forma anártrica do primeiro qês e a ausência do verbo anterior (cf. v. 6) refletem a urgência do anúncio e contribui com sua força retórica. Dentro da tradição profética, o anúncio “O fim chegou” representa uma fórmula profética padronizada que deveria ter lançado terror sobre qualquer um que a tivesse ouvido (ver Gn 6.13; Jr 51.13; Lm 4.18; Am 8.1-2). Seu significado é refletido na interpretação de Amós quanto à fruta de verão: “Chegou o fim para o meu povo de Israel!

3.  Quando? (vv.3a, 8a) -   O agora de abertura (ca ttâ ) enfatiza a iminência da vinda da destruição. A construção da frase seguinte, haqqès cãlayik, “o fim está sobre vós”, depois do padrão hinêni cãlayik em 5.8, faz que “o fim” seja quase concreto, como que se alguns inimigos estivessem prestes a atacar. Similarmente, o uso do verbo sillah, “liberar”, com ’ap, “ira”, trata a ira divina como se fosse uma flecha a ser lançada (cf. 5.16), ou um embaixador a ser comissionado.


            II.  SOBRE O FIM

1.  Sentido (vv. 2b, 3a, 6) | 2. Expressões repetidas sobre o fim -   Ezequiel explica a resposta divina com uma declaração tripla do princípio pelo qual Yahweh usará para lidar com a terra de Israel. Primeiramente, punirá a terra por manter aquela conduta (dèrãkim, lit. “maneiras”). Julgar. Emborasãpatgeralmentesignifique “enviar uma decisão judicial”, o contexto sugere que aqui, assim como em 36.19, a execução da sentença está também em jogo. Vem o fim. O terrível castigo de Yahweh poria fim a uma nação inteira, como uma execução. Judá era como um gigante adormecido; de súbito, ele acorda, mas é tarde demais; flechas já haviam penetrado em seu corpo. O golpe fatal já fora administrado. As palavras para “acorde” e “fim” têm sons semelhantes no hebraico, assim temos um trocadilho. Cf. Amós 8.2, onde há algumas semelhanças. 

3. A  repetição da setença - a expressão "é chegado o dia" é uma tradução do termo hebraico que significa "trançar", como quem trança uma guirlanda de flores para a cabeça, e é traduzido por "diadema" em Isaías 28:5. De que modo os tradutores derivam "é chegado o dia" dessa palavra? Provavelmente, trata-se de uma referência a um círculo. Cada manhã dá início a um novo ciclo, que se completa e começa de novo, como a figura do diadema, e esse ciclo havia trazido o dia dos judeus. "Trançaram" seu próprio diadema vergonhoso de pecado, quando poderiam ter usado a coroa de glória do Senhor.  O vs. 9 é praticamente uma duplicata do vs. 4 .0 olho de Yahweh reconhece todas as infrações e punirá cada uma sem misericórdia. Os caminhos perversos de Judá haviam terminado. A espada de Yahweh corta a nação em pedaços. Seu martelo a esmaga. Yahweh torna-se o Deus da ira implacável. Cf. Eze. 6.7,10,14; 7.4,27. Aqueles que receberem os golpes reconhecerão a justiça deles. O Senhor ganha o título de Yahweh-makkeh, “o Senhor que golpeia”. O Targum diz: “Eu sou o Senhor que te golpeia”. O povo reconhecerá por que foi golpeado tão severamente. Mas, que maravilha, O golpe divino cura os pecadores!


            III. SOBRE O INIMIGO

1.  "Já  floresceu a vara" (v.10) -  Eis o dia. O temível dia de Yahweh chegou. A ira do Todo-poderoso ameaça e traz o fim para a nação desobediente (vs. 6). A madrugada do receio está raiando (vs. 7), que destino amargo! Vara. A palavra hebraica assim traduzida é hamatteh. Por emenda, alguns substituem por hammutteh, injustiça. Cf. Eze. 9.9. Talvez o versículo sugira que a vara de Yahweh, batendo nos ímpios, efetue justiça. A palavra vara torna possível uma metáfora fina: a vara floresce e, florescendo, produz golpes temíveis. A vara do Senhor cumpre Seu propósito de julgamento. Mas, se devemos entender injustiça como a palavra correta, então compreendemos que os muitos pecados de Judá enchem a terra como ervas daninhas que tomam conta de tudo. As plantas das iniqüidades florescem na agricultura do diabo. A NCV traz “a violência tem crescido”. O orgulho, um dos principais pecados do povo, também cresce, e a vingança divina corta todo o crescimento pernicioso pelas raízes. A metáfora da vara provavelmente foi sugerida pela experiência de Arão, quando sua vara floresceu (Núm. 17). Ou, talvez, estivesse em vista a amendoeira de Jeremias (Jer. 1.11-12). De qualquer maneira, a vara que floresceu mostra que a ira de Deus estava crescendo e em breve floresceria. Os frutos produzidos seriam terrivelmente amargos e venenosos. Reverdeceu a soberba. A vara obviamente representava o exército babilónico, pragas, seca, fome e outras calamidades de poder destrutivo. A arrogância do povo tinha apressado o florescimento da vara, ou a arrogância deste versículo é a do exército destruidor. Cf. Jer. 50.31-32. Mas provavelmente está em vista “a oposição ousada do povo de Judá contra Deus”.

2. 'Reverdeceu a soberba" (v.10b) -  A segunda explicação que “o galho floresceu” pode ser construída como um emblemático das noções expressas nos dois períodos seguintes, em que o galho se refere à vara dos governantes opressores.65 O verbo sis, “florescer”, expressa numa única palavra as noções contidas em pãrah, “brotar”, e qüm lê, “crescer”. Ezequiel, assim, mudou o que originalmente era um símbolo positivo da eleição e da legitimação da autoridade em um bastão emblemático de opressão e maldade. A terceira explicação é que Ezequiel pode já estar visualizando o agente da ira de Yahweh, Nabucodonosor. A vara que floresceu é sua; ele é o insolente, ou o violento, ou o maligno que criou o tumulto refletido nas linhas seguintes ao versículo. 

3.  O rei Nabucodonosor O significado do nome Nabucodonosor gera algumas dúvidas entre os estudiosos. As melhores sugestões dizem que Nabucodonosor significa “Nebo, proteja as fronteiras” ou “Nebo, proteja a minha coroa”.

O nome original é o babilônico Nabukudurri-usur. Esse nome foi transliterado no texto bíblico para o hebraico, aramaico e, por último, para o grego, na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento).

O reinado do rei Nabucodonosor

Aqui vale dizer que a cidade da Babilônia alcançou grande prestígio e poder em aproximadamente 1850 a.C., e depois entrou em declínio. Foi só então com Nabucodonosor, mais de mil anos depois, que a cidade recuperou toda sua glória. Por esse motivo o império liderado por Nabucodonosor é conhecido como Império Neobabilônico.

Ainda em 605 a.C., após derrotar os egípcios em Carquemis, o rei Nabucodonosor avançou contra Jeoaquim, rei de Judá (2 Reis 24:1,2; 2 Crônicas 36:5-7). Essa foi a primeira de três invasões babilônicas contra Judá. Também foi nessa ocasião que Daniel, Hananias, Mizael e Azarias foram levados cativos por Nabucodonosor.

Jeoaquim se submeteu ao rei Nabucodonosor e foi temporariamente leal a ele. No entanto, depois de três anos o rei Jeoaquim se rebelou contra Nabucodonosor e transferiu sua lealdade aos egípcios; apesar das constantes advertências do profeta Jeremias (Jeremias 27:9-11).

Foi então que em 597 a.C. Nabucodonosor marchou contra a Palestina e cercou a cidade de Jerusalém, na segunda invasão babilônica contra Judá. Na ocasião, Nabucodonosor capturou o rei Joaquim, o qual estava no poder havia apenas três meses após a morte de seu pai, o rebelde Jeoaquim.

Para o lugar de Joaquim, o rei Nabucodonosor nomeou Matanias, que passou a ser chamado de Zedequias (2 Reis 24:17; 2 Crônicas 36:10). Nabucodonosor também deportou para a Babilônia o rei deposto Joaquim, juntamente com todos os judeus que poderiam tentar promover uma rebelião (2 Reis 24:12-16; 2 Crônicas 36:10; Jeremias 22:24-30; 52:28).

O rei Nabucodonosor saqueou o Templo de Salomão e capturou um enorme despojo de guerra. Zedequias permaneceu leal a Nabucodonosor durante um tempo, mas depois também se rebelou ao ceder às pressões do povo.

Vale dizer que por muitas vezes Jeremias aconselhou o povo a se manter longe da rebelião. Curiosamente nesse período um falso profeta chamado Ananias profetizou que dentro de dois anos todos os cativos voltariam do cativeiro babilônico.

Jeremias denunciou essa falsa profecia e advertiu o povo que o Senhor lhe havia revelado que o exílio na Babilônia seria bastante prolongado (Jeremias 29:1-23). Mesmo depois de muitos conselhos do profeta do Senhor, finalmente Zedequias se rebelou contra o rei Nabucodonosor (2 Reis 24:20; 2 Crônicas 36:13-16; Jeremias 52:3).

Então, em aproximadamente 587 a.C., o rei Nabucodonosor começou sitiar Jerusalém (2 Reis 25:1; Jeremias 39:1; 52:4; Ezequiel 24:1,2). A cidade de Judá suportou o cerco babilônico durante um tempo, até que caiu completamente sob o domínio do rei Nabucodonosor.

Naquela ocasião houve mais uma grande deportação de cativos para a Babilônia. Ficaram para trás somente os judeus mais pobres (2 Reis 25:8-17; 2 Crônicas 36:17-20; Jeremias 39:9,10; 52:12-23).

Jerusalém foi arrasada e o Templo destruído. O rebelde rei Zedequias foi capturado por Nabucodonosor e forçado a assistir a execução de seus próprios filhos. Depois disso, ele teve os olhos cegados e foi levado acorrentado para a Babilônia onde acabou morrendo (2 Reis 25:5-7; Jeremias 39:4-8; 52:8-11).

Após ter destruído Jerusalém, Nabucodonosor nomeou outro governador judeu, Gedalias. Porém, mais tarde Gedalias acabou assassinado devido a mais uma conspiração contra o domínio babilônico sobre Judá.

O rei Nabucodonosor também liderou várias ofensivas contra outras nações, como por exemplo, contra Tiro entre 585 e 572 a.C., e contra o Egito em aproximadamente 568 a.C. (Ezequiel 26-28; 29:18).

4. A Babilônia -  Babilônia significa "Porta de Deus", os judeus, no entanto, dizem que é um termo de origem hebraica, que significa "grande confusão", e inclusive aparece na BíbliaBabilônia foi um império, que fez história, principalmente com a figura do Rei Nabucodonosor, e teve um papel fundamental na história da Mesopotâmia. A construção característica desse povo é a zigurate, depois copiada pelos povos que se sucederam na região. Era uma torre em forma de pirâmide, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo. Os Sumérios eram politeístas e faziam do culto aos deuses uma das principais atividades a desempenhar na vida.



 AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin

Comentário Bíblico Ezequiel - IETEP

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

https://www.sohistoria.com.br/ef2/mesopotamia/p2.php

https://estiloadoracao.com/quem-foi-o-rei-nabucodonosor/

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

LIÇÃO 01 - EZEQUIEL, O ATALAIA DE DEUS

                                    

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II


                

                        TEXTO ÁUREO

" Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!" (1CO 9.16)


                    VERDADE PRÁTICA

Além de guardar e cuidar, a missão do atalaia é anunciar tanto o julgamento divino como as Boas-novas.


        LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: EZ 3. 16-21, 27 ( EXPLICAÇÃO DO COMENTÁRIO AT RUSSEL N. CHAMPLIN - EDITORA HAGNOS)


V.16  -  Outra Etapa da Missão. O profeta teve sete dias de descanso e meditação. Então, o poder de Yahweh o pegou novamente. Agora chegara o tempo de agir, pois a mensagem tinha de ser entregue aos exilados. A comissão do profeta foi renovada e ele sentiu grande responsabilidade de agir como um herói. O Targum nos informa aqui que “a palavra de profecia” foi dada a Ezequiel, nesta experiência; assim, ele ficou qualificado para agir como profeta de Yahweh.

 V.17  -  Filho do hom em . Yahweh freqüentemente utilizou este título para referirse ao profeta. Ver as notas expositivas em Eze. 2.1. Aquele fraco filho de homem seria feito o poderoso atalaia de Israel. Cf. lsa. 56.10; Jer. 6.17 e Osé. 9.8, onde o mesmo título é empregado. Os atalaias se posicionavam sobre os muros da cidade, sobre topos de colinas, às vezes sobre torres de água ou instalações militares, pois precisavam de visão panorâmica. O trabalho deles consistia em avisar o povo sobre a aproximação de qualquer perigo. Eles serviam como protetores do povo e trabalhavam em favor do seu bem-estar. Ezequiel tornou-se o atalaia espiritual do pequeno remanescente de judeus no cativeiro babilónico. Um Novo Israel estava sendo preparado por seus sforços. Seu trabalho era “pequeno”, mas tinha grandes implicações. O atalaia avisou o povo da chegada do julgamento, por causa de sua idolatriaadultério-apostasia. Ele deu instruções morais e espirituais. A figura do atalaia será repetida em Eze. 33.2-6. Ver também I Sam. 14.16; II Sam. 18.24- 27; II Reis 9.17-20 e lsa. 21.6. 

V.18  -  As advertências espirituais dos vss. 18-21 não se referem à alma e à condenação eterna em uma vida além do sepulcro, embora, comumente, intérpretes utilizem este trecho oom tal aplicação. Podemos fazer essa aplicação, porque as palavras são aptas a esse fim, mas o que está em pauta é a destruição pelas mãos dos babilônios. As palavras podem incluir a idéia de desastres, pragas e revoltas da natureza, que massacram a vida humana. A vida prometida aos obedientes e convertidos seria tranqüila e longa na Terra Prometida, onde os habitantes teriam o privilégio de promover o culto a Yahweh, fonte de todas as bênçãos. Em outras palavras, o texto se refere à salvação temporal, não espiritual. Casos Específicos: 1. O primeiro caso estipulado é o do homem pecaminoso, rebelde, apóstata (coletivamente, Judá-Jerusalém); este ímpio recebe a advertência de Yahweh. Os babilônios trariam a morte, que chegaria na forma de um imenso massacre. Presumivelmente, o próprio profeta pereceria com o povo. Além dos ataques dos babilônios, haveria doenças, desastres naturais e uma variedade espantosa de calamidades. Mas nada, no trecho presente, fala sobre a alma e o julgamento do outro mundo. É óbvio que este texto não menciona nada sobre o problema da segurança do crente, embora alguns intérpretes o utilizem desta maneira. “A referência aqui é obviamente à morte física” (Charles H. Dyer, in toe).

V.20  -  3. O terceiro caso é o do homem justo (segundo os padrões do Antigo Testamento, o homem que obedece à lei mosaica e participa do culto a Yahweh). Este homem cumpre seus deveres, mas finalmente abandona sua fé (como Judá fez quando correu atrás da idolatria de seus vizinhos). Este homem, ontem justo, agora é um ímpio como o resto da Judá apóstata; contra ele Yahweh agirá; sua bondade anterior não o ajudará nem um pouco. Com a iniqüidade, ele anula sua condição anterior, cai e morre. Todavia, o ministro que o advertiu fica livre de sua culpa. O texto não se refere a um homem que ontem estava salvo, mas hoje está perdido, e, se morrer nesta condição, sofrerá julgamento eterno; esta é a interpretação de alguns ansiosos que querem um texto de prova para sua doutrina arminiana. O texto fala especificamente do golpe de morte do exército babilónico, que executou uma nação inteira e obviamente dos indivíduos daquela nação. A segunda morte não está em pauta. Tropeço. Cf. lsa. 8.14; I Cor. 1.23; Rom. 8.32-33; I Ped. 2.8. A bondade que o homem praticou no passado não pode agir como um tipo de crédito, para evitar conseqüências desastrosas de uma vida pecaminosa presente. Ele não pode tirar algum dinheiro de seu banco espiritual e pagar os débitos de uma vida atual de apostasia. A Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário) garantirá que esse homem pague o que deve: ele morrerá.

 V.21  -  4. O quarto caso é o do homem bom que se tornou melhor ainda. Os ensinamentos do profeta fiel o ajudaram; ele obedeceu aos mandamentos e agiu com justiça. Esse homem será poupado das calamidades que trazidas pelos babilônios. Ele também escapará aos castigos da natureza, não ficará doente, terá uma vida longa, saudável e próspera. É bom negócio ser bom, Cf. o sentimento do Novo Testamento: 

Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo


V.27  -  Quando eu falar contigo, darei que fale a tua boca. Ezequiei não seria para sempre um profeta silencioso. Com o tempo, sua boca foi aberta para falar. O Espírito estava controlando a situação e operando segundo Sua vontade. Todos os elementos se harmonizavam perfeitamente. Não houve lapsos na execução do plano divino. Assim diz o Senhor Deus. Adonai-Yahweh, isto é, Soberano Eterno, o título divino comum deste livro, aparecendo 217 vezes. Aparece somente 103 vezes no restante do Antigo Testamento. A missão do profeta seria realizada de acordo com a Soberania de Deus (ver a respeito no Dicionário). Quando o profeta ficava em silêncio, era porque Yahweh não tinha falado; quando abria a boca, era inspirado por Yahweh. O ministério do profeta mesclaria períodos de silêncio com períodos de pregação. Como o atalaia de Israel (Eze. 3.16 ss.), ele se harmonizou perfeitamente com a mente divina. Sua mudez seria intermitente. Sua palavra encontraria receptividades radicalmente diversas. Alguns o escutariam; amém! Outros não o fariam; assim seja! A grande maioria dos rebeldes não se converteria, e sofreria o devido castigo. Yahweh não esperava “sucesso de números” da parte do profeta. Cf. as palavras de Jesus em Mat. 11.15; ver também Mat. 13.9; Mar. 4.9,23; Luc. 8.8. 

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Lucas 14.35) 

A pregação era seu próprio sucesso. O dever do atalaia seria realizado a despeito da rebeldia dos ouvintes

 

                            INTRODUÇÃO

A mensagem do livro tem uma consistência interna que se encaixa com o equilíbrio estrutural. O ponto central é a queda de Jerusalém e a destruição do Templo. Esta é anunciada em 24:21ss. e é relatada em 33:21. Desde o capítulo 1 até 24, a mensagem de Ezequiel é de destruição e denúncia: é um atalaia colocado para advertir o povo de que esta é a conseqüência inevitável dos pecados da nação. Mas desde o capítulo 33 até 48, embora ainda se considere um atalaia com uma mensagem de retribuição e responsabilidade individuais, seu tom é de encorajamento e de restauração. Antes de 587 a.C., seu tema era que a deportação de 597 a.C., da qual ele mesmo foi uma das vítimas, certamente não era o fim do castigo de Deus aplicado ao Seu povo: coisa pior estava para vir, e os exilados deviam estar prontos para enfrentá-la. Depois de vir esta coisa, e o pior ter acontecido, Deus agiria para reedificar e restaurar Seu povo Israel, uma vez disciplinado.

Ezequiel registra treze datas, ano, mês e dia, de quando lhe foram entregues os oráculos divinos, e essas informações são importantes, pois ajudam na compreensão do livro.

1. “No trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, os céus se abriram e eu tive visões de Deus. No quinto dia do referido mês, no quinto ano de cativeiro do rei Joaquim, a palavra do Senhor veio expressamente a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar. Ali a mão do Senhor esteve sobre ele” (1.1, 2). – 5 de Tamuz: 31de julho de 593 a.C. 

 2. “No sexto ano, no sexto mês, aos cinco dias do mês, quando eu estava sentado em minha casa e os anciãos de Judá estavam sentados diante de mim, aconteceu que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre mim” (8.1). – 5 de Elul: 18 de setembro de 591 a.C.

3. “No sétimo ano, no quinto mês, aos dez dias do mês, alguns dos anciãos de Israel vieram consultar o Senhor e se assentaram diante de mim” (20.1). – 10 de Ave: 14 de agosto de 591 a.C. 

4. “A palavra do Senhor veio a mim, no nono ano, no décimo mês, aos dez dias do mês” (24.1). – 10 de Tevete: 5 de janeiro de 587 a.C. [589/588 a.C.]. 

5. “No décimo primeiro ano, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (26.1). – 10 de Tevete: 8 de janeiro de 586 a.C. [586 a.C]. 

6. “No décimo ano, no décimo mês, aos doze dias do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (29.1). – 12 de Tevete: 7 de janeiro de 587 a.C. [588/587 a.C.]. 

7. “No vigésimo sétimo ano, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (29.17). – 1 de Nisã: 26 de abril de 587 a.C., ano novo judaico [571/570 a.C.] 

8. “No décimo primeiro ano, no primeiro mês, aos sete dias do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (30.20). – 7 de Nisã: 29 de abril de [587/586 a.C].

 9. “No décimo primeiro ano, no terceiro mês, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (31.1). – 1 de Sivã: 21 de junho de 587 a.C., dois meses depois de 30.20. 

10. “No décimo segundo ano, no décimo segundo mês, no primeiro dia do mês, a palavra do Senhor veio a mim” (32.1). – 1 de Adar: 3 de março de 585 a.C.

 11. “No décimo segundo ano, aos quinze dias do primeiro mês, a palavra do Senhor veio a mim” (32.17). – 15 de Adar: 18 de março de 584 a.C. [585]. 

12. “No décimo segundo ano do nosso exílio, aos cinco dias do décimo mês, veio a mim um sobrevivente de Jerusalém” (33.21). 5 de Sivã: 8 de janeiro de 585 a.C.

13. “No vigésimo quinto ano do nosso exílio, no princípio do ano, no décimo dia do mês, catorze anos após a queda da cidade de Jerusalém, nesse mesmo dia, veio sobre mim a mão do Senhor, e ele me levou para lá” (40.1). 10 de Nisã: 28 de abril de 573 a.C. [573/572 a.C.].


                I. SOBRE O LIVRO DE EZEQUIEL

1.  Primeira parte -   Os primeiros 24 capítulos são os oráculos entregues ao profeta antes da destruição da cidade de Jerusalém e do templo. Nessa primeira parte, está a visão inaugural do ministério profético de Ezequiel (1.1-3), quando ele recebeu a visão da glória de Deus (1.26-28). Os discursos são predominantemente de ameaças e juízos de forma simbólica, como, por exemplo, a representação do cerco de Jerusalém com modelos de argila e uma panela de ferro (4.1-3) e os quarenta dias (4.4-6). As visões dos capítulos 8–11 revelam as práticas abomináveis, o livramento dos justos e a morte dos profanos. A mensagem traz também uma série de advertências aos falsos profetas, aos reis de Judá e aos sacerdotes (13.2-4). Além disso, o Profeta relata a história de Israel no capítulo 20 e, de forma metafórica bem elaborada com elementos alegóricos, nos capítulos 16 e 23. Os oráculos dessa seção se encerram com o anúncio do cerco de Jerusalém já iniciado, pois foram entregues ao Profeta no “no nono ano, no décimo mês, aos dez dias do mês” (24.1). Foi no nono ano do reinado de Zedequias que os caldeus iniciaram o cerco de Jerusalém (1Rs 25.10). O Profeta ficará mudo até o dia em que recebe a notícia da queda da cidade (24.25-27). Desta primeira parte, então, os estudos do livro analisam a função de Ezequiel como atalaia (3.16-27); os oráculos sobre o juízo (7.1-13) e contra os falsos profetas (13.1-23); a saída da glória de Deus do templo (8.1–11.25); a justiça divina (14.12-23) e a responsabilidade individual (18.1-4, 19-32).

2.  Segunda parte  -  Embora muitos detalhes adicionais sejam oferecidos, Ezequiel pinta um quadro de Israel no qual todos os erros do passado são reparados e a nação finalmente vive à altura do potencial prometido no pacto original de Yahweh. Como anteriormente observado, no processo os mesmos pilares nos quais o povo havia falsamente baseado sua segurança anterior (mas que Ezequiel havia sistematicamente demolido nos oráculos de julgamento) são agora restaurados. As promessas de Yahweh são eternas: (1) Israel é o povo de sua aliança para sempre; (2) a terra de Canaã foi dada a Israel como sua terra natal para sempre', (3) Yahweh habitará no meio de seu povo para sempre', (4) o compromisso de Yahweh ao seu servo Davi permanece para sempre. Yahweh não retomará atrás em sua palavra. Afinal, como ele mesmo declara, “Eu sou Yahweh; eu disse; assim farei”. As características principais da atividade futura de Yahweh a favor de Israel são claramente reconhecidas: (1) Em um novo êxodo, Yahweh reunirá o povo espalhado pelos países afora (11.16-17a; 20.41; 34.11-13a, 16; 36.24a; 37.21a); (2) Yahweh o trará de volta à sua terra de herança, que tem sido purificada de suas manchas (11.17 b - l8; 20.42; 34.13 b - l5; 36.24b; 37.21b); (3) Yahweh revitalizará seu povo espiritualmente, renovando seu pacto com ele, dando-lhe um novo coração, e derramando-lhe o seu Espírito, para que ande em seus caminhos (11.19-20; 16.62; 34.30-31; 36.25-28; 37.23-24; (4) Yahweh restaurará a dinastia de seu servo Davi como um agente de bem-estar e um símbolo de unidade para a nação (34.23-24; 37.22-25); (5) Yahweh abençoará Israel com uma prosperidade sem precedentes e garantirá a segurança da nação em sua própria terra (34.25-29; 36.29-30; 37.26; 38.1-39.29); (6) Yahweh estabelecerá sua residência permanente no meio do povo e reorganizará a adoração da nação (37.26b-28; 40.1^18.35).

3.  Terceira parte  -  A visão que eu considero neste comentário é que, enquanto o Novo Testamento reconhece os significados atuais em sua leitura de textos do Antigo Testamento (a igreja é herdeira das promessas espirituais de Deus a Israel), o entendimento do próprio Ezequiel de seus oráculos deve ser determinante em nossa interpretação.24 Se pudéssemos perguntar a Ezequiel se ele esperava um reagrupamento literal de seu povo, o seu retomo à terra de Israel, seu rejuvenescimento espiritual e a restauração de um trono davídico, poderíamos esperar uma resposta sem dúvida afirmativa. Afinal, Yahweh deu sua palavra; ele não negará suas promessas eternas a Abraão, Moisés e Davi. No entanto, embora os oráculos de restauração de Ezequiel profetizassem eventos literais, nem todas as suas descrições apresentam os eventos literalmente.25 De fato, desde o capítulo 34 até o capítulo 48 as suas profecias de esperança tomam-se muito abstratas e conceituais. Não é difícil visualizar o reagrupamento, a revitalização da nação como é descrita no capítulo 34 e 36.16-38, e os elementos deveriam ser tomados seriamente (assim como 37.15-28). No entanto, 37.1-14 é lançado como uma visão, com os ossos secos funcionando simbolicamente para Israel; o oráculo de Magogue e Gogue (caps. 38-39) é lido como revista em quadrinhos, com muitas características bizarras e irreais; a visão final do templo é completamente ideológica, com muitos elementos idealísticos e fantásticos que são difíceis de reconciliar com as realidades geográficas e culturais. Enquanto Ezequiel sem dúvida alguma vê um retomo real de Israel à terra da promessa, a terra da Palestina, a indicação de um Messias davídico, e um período prolongado de paz e prosperidade para a nação, sua visão permanece estritamente nacionalista. Com exceção da garantia de proteção de Yahweh, mesmo de conspirações universais contra Israel (caps. 38-39), Ezequiel tem pouco a dizer sobre as implicações cósmicas da nova ordem. 

Parece que uma das chaves para interpretar o significado de nãsi’ nos caps. 40-48 é reconhecer a mudança em gênero entre os oráculos de restauração anteriores32 e a visão idealista final. Enquanto a visão anterior é ligada à História, antecipando uma reversão total dos eventos que circundam a queda de Jerusalém em 586 a.C., a última visão é planejada, conceituai, simbólica, e muitas de suas características são inimagináveis.33 Contrário à opinião popular comum, a  descrição do templo não é apresentada como uma planta para um prédio ser construído no futuro com mãos humanas. Essa visão pega o tema da presença divina, anunciado em 37.26-27, e descreve a realidade espiritual em termos concretos, empregando expressões idiomáticas culturais familiares do templo, do altar, dos sacrifícios, nãsi’, e da terra. Ao apresentar essa constituição teológica para o novo Israel, Yahweh anuncia o acerto de todos os antigos erros e o estabelecimento do saudável relacionamento entre deidade-nação-terra. A visão final de Ezequiel apresenta um ideal supremo: onde Deus está, lá está Sião. Onde Deus está, há também ordem e o cumprimento de todas as suas promessas. Além do mais, a preocupação principal nesta visão não é política, mas cúltica. A questão central não é o retomo de Davi, mas a presença de Yahweh. Por conseguinte, o papel do nãsi’ é facilitador, não soberanamente simbólico. Diferente dos antigos reis, que perverteram a adoração de Yahweh por razões egoístas e apoiaram a adoração de outros deuses, esse dever de nãsi’ é para promover a adoração de Yahweh em espírito e em verdade. Nessa visão (e somente aqui), com sua imagem radicalmente teocêntrica do futuro de Israel, o nãsi’ emerge como um funcionário religioso, servindo à santa comunhão da fé, que em si mesma é focalizada na adoração de Deus que vive no meio deles. O nãsi’ não é responsável pela administração do culto. Ele não somente deixa de participar ativamente no ritual: ele não constrói o templo, não planeja a adoração, ou indica os sacerdotes; estas prerrogativas pertencem a Yahweh. Isto concorda com a imagem de nãsi’ em 34.23-24, aquele que é instalado como pastor por Yahweh somente após ter resgatado Israel pessoalmente.34 Nessa apresentação ideológica, o nãsi’ funciona como um benfeitor leigo indicado por Yahweh e patrocinador do culto, cuja atividade assegura a continuidade de shalom entre a deidade e os sujeitos. O Deus de Israel tem cumprido as promessas de sua aliança, reunindo o povo e os restaurando à sua terra. Mais importante ainda, ele tem chamado o povo novamente a si mesmo e estabelecido sua residência no meio deles. Agora que celebrem, e que nãsi’ mostre o caminho!


                II. SOBRE O PROFETA

1.  Identidade  - O  nome hebraico Yehezke'l significa "Deus Fortalece" ou "Fortalecido por Deus". Ezequiel foi realmente fortalecido por Deus para o ministério profético para o qual foi chamado (3.8-9).  Se temos razão para pensar que o “trigésimo ano” referido em 1:1 era o seu trigésimo ano de idade, segue-se que Ezequiel era um homem jovem, com vinte e tantos anos, quando começou o exílio, e isto deixaria espaço para o período considerável de tempo durante o qual se estendeu seu ministério.  O Sacerdote e profeta Ezequiel ministrou durante os mais terríveis dias da história de Judá: os setenta anos de cativeiro na babilônia, foi levado para a babilõnia antes do ataque final a Jerusalém.

2. Procedência  -  Ezequiel era o filho de Buzi; era um sacerdote, e provavelmente filho de um sacerdote.35 Foi levado para o cativeiro em 597 a.C., quando os exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, tomaram Jerusalém depois de um breve cerco. Com o jovem rei Joaquim e “todos os príncipes, todos os homens valentes, todos os artífices e ferreiros” (2 Rs 24:14), foi removido do Templo, que haveria de ser sua vida, e estabelecido nas planícies poeirentas da Babilônia. No quinto ano do seu exílio, i.é, 593 a.C., veio a ele a chamada de Deus para exercer um ministério profético dirigido à casa de Israel. A data mais avançada que é atribuída a um dos seus oráculos é o vigésimo-sétimo ano do exílio (29:17), e isto o levaria até à idade de 52 anos. Nada se sabe da sua vida à parte daquilo que é contido no livro que leva seu nome, nem existe tradição alguma que nos diga onde ou como morreu. Sabemos que era casado, e que sua esposa morreu na ocasião da queda de Jerusalém (24: 18). Era um homem de influência, sendo consultado pelos anciãos entre os exilados (8:1; 20:1); e embora isto talvez se deva ao seu ministério profético e à reputação que rapidamente adquiriu, é igualmente provável que seja atribuível à sua posição social herdada do seu pai, Buzi.


                III. SOBRE O ATALAIA

1. Atalaia -  Atalaia significa “sentinela”, “guarda” ou “vigia”. A Bíblia fala sobre atalaias tanto no sentido literal quanto simbólico. Isso indica que esse termo é aplicado não só para se referir aos guardas da época. Alguns textos bíblicos usam a figura de um atalaia para se referir no sentido espiritual à atividade de alguns homens levantados por Deus.

A palavra atalaia traduz na Bíblia principalmente o termo hebraico tsaphah, que significa “tomar cuidado”, “espiar”, “olhar ao redor”, “vigiar”, “guardar” ou “prestar atenção”. Nos tempos bíblicos, os atalaias tinham a função de guardar uma cidade, uma aldeia, um acampamento ou mesmo um povo itinerante. Eles andavam pelas ruas da cidade como policiais, ou ficavam sobre os muros e torres das cidades fortificadas (2 Samuel 18:24; 2 Reis 9:17-20; Isaías 62:6; Cantares 3:3; 5:7). Nos acampamentos móveis, os sentinelas eram os responsáveis por vigiar e guardar o assentamento especialmente durante a noite.

Os sentinelas também podiam ficar em torres de vigia espalhadas pelo deserto, ou tomar posto sobre um monte elevado. A ideia principal era que o atalaia ficasse num lugar de boa visibilidade para que pudesse avisar sobre qualquer perigo iminente com certa antecedência. Numa época em que havia muitas batalhas entre povos distintos que disputavam territórios, bons atalaias cumpriam um importante papel na estratégia militar de suas cidades.

Se um atalaia se distraísse ou dormisse em seu posto, um grande prejuízo poderia ser causado. A Bíblia destaca alguns casos de sentinelas que dormiram. Um dos casos mais conhecidos é o de Abner e seus homens. Eles estavam protegendo o rei Saul, mas acabaram dormindo. Davi então aproveitou a oportunidade e tomou a lança e a bilha de água que estavam na cabeceira de Saul. Naquela ocasião Davi teve oportunidade até de matar Saul, mas não o fez por temor ao Senhor (1 Samuel 26:7-16).

2.  "Fim dos sete dias" -  O Lugar Certo. É uma grande bênção estar no lugar certo da missão concedida por Deus. O profeta começou bem e já estava instruindo os exilados na região de Quebar. Esdras nos informa que alguns exilados moravam em Tel-Melá e TelHarsa (Esd. 1.59). A palavra babilónica til abubi significa montículo. Embaixo desses montículos, cidades inteiras foram enterradas, e os judeus passaram a construir suas habitações sobre diversos daqueles montículos. A palavra babilónica abubu significa dilúvio, e pode ser que essas cidades perdidas pré-dataram o dilúvio de Noé.

 Por sete dias, assentei-m e ali, atônito. Cf. Dan. 4.19 e Esd. 9.3-4. O silêncio dos lamentadores tem paralelo em Lam. 3.28. A posição usada para a lamentação era a sentada (lsa. 3.26; Lam. 1.1). Sete dias era o tempo típico para lamentações profundas (Jó 2.13). Cf. os 40 anos da experiência de Moisés (Atos 7.23), e os 40 dias de Elias (I Reis 19.3-8). Ver também Gál. 1.17. Devemos lembrar, ainda, a história da tentação de Jesus (40 dias), narrada em Mateus capítulo 4. Períodos específicos de tempo eram dedicados às situações consideradas importantes e decisivas.  

 Outra Etapa da Missão. O profeta teve sete dias de descanso e meditação. Então, o poder de Yahweh o pegou novamente. Agora chegara o tempo de agir, pois a mensagem tinha de ser entregue aos exilados. A comissão do profeta foi renovada e ele sentiu grande responsabilidade de agir como um herói. O Targum nos informa aqui que “a palavra de profecia” foi dada a Ezequiel, nesta experiência; assim, ele ficou qualificado para agir como profeta de Yahweh.

3.  A expressão "Filho do homem" -  Yahweh freqüentemente utilizou este título para referirse ao profeta. Ver as notas expositivas em Eze. 2.1. Aquele fraco filho de homem seria feito o poderoso atalaia de Israel. Cf. lsa. 56.10; Jer. 6.17 e Osé. 9.8, onde o mesmo título é empregado. Os atalaias se posicionavam sobre os muros da cidade, sobre topos de colinas, às vezes sobre torres de água ou instalações militares, pois precisavam de visão panorâmica. O trabalho deles consistia em avisar o povo sobre a aproximação de qualquer perigo. Eles serviam como protetores do povo e trabalhavam em favor do seu bem-estar. Ezequiel tornou-se o atalaia espiritual do pequeno remanescente de judeus no cativeiro babilónico. Um Novo Israel estava sendo preparado por seus esforços. Seu trabalho era “pequeno”, mas tinha grandes implicações. O atalaia avisou o povo da chegada do julgamento, por causa de sua idolatriaadultério-apostasia. Ele deu instruções morais e espirituais. A figura do atalaia será repetida em Eze. 33.2-6. Ver também I Sam. 14.16; II Sam. 18.24- 27; II Reis 9.17-20 e lsa. 21.6.

4.  O "Atalaia sobre a casa de Israel"  -  O s atalaias nos muros eram importantes para a segurança da cidade, e essa figura aparece com freqüência nas Escrituras (Is 21:11, 12; 56:10; 62:6; Jr 6:1 7; Sl 127:1; 130:6; Hb 13:1 7). A ênfase aqui é sobre o juízo, enquanto em Ezequiel 33 é sobre a esperança, mas a mensagem é a mesma: o profeta deve ser fiel em advertir o povo sobre o juízo, e o povo deve dar ouvidos às advertências e deixar seu pecado. Em termos espirituais, o "muro" que protegia Israel era seu relacionamento de aliança com o Senhor. Se eles obedecessem às estipulações da aliança declaradas por Moisés, Deus cuidaria de seu povo, os protegeria e os abençoaria, mas se desobedecessem , Deus os disciplinaria. Contudo, quer estivesse disciplinando quer abençoando, Deus sempre seria fiel a sua aliança. (Ver Lv 26 e Dt 28.) Ezequiel é o profeta da responsabilidade humana. Alguns dos cativos estavam culpando a Deus por sua triste sina, enquanto outros culpavam seus antepassados. Ezequiel deixou claro que, diante de Deus, todo indivíduo é responsável e deve prestar contas (ver Ez 18). Ele apresentou quatro situações. A primeira é a do povo morrendo porque o atalaia foi infiel e não os alertou (Ez 3:18). Suas mãos estariam manchadas de sangue e ele seria responsabilizado (ver v. 20; 1 8:1 3; 33:4-8). A figura de sangue nas mãos (ou sobre a cabeça) remonta a Gênesis 9:5 e aparece na lei de Moisés (Lv 20; ver também Js 2:19; 2 Sm 1:16 e 3:29; e Is 1:15 e 59:3). Jesus usou essa figura em Mateus 23:35 e Lucas 11:50-51 (ver também At 5:28; 18:6 e 20:26). A segunda situação é óbvia. A segunda situação retrata o atalaia sendo fiel em advertir os perversos, mas estes se recusam a ouvi-lo (Ez 3:19). Esse foi o problema que Ezequiel enfrentou ao pregar para os judeus cativos e de coração endurecido na Babilônia. Jesus chorou por Jerusalém, pois o povo não se achegou a ele (Mt 23:37-39). A terceira situação descreve os justos morrendo porque deixaram de obedecer à aliança e não foram advertidos pelo atalaia (Ez 3:20). O profeta-atalaia não deveria apenas advertir os pecadores a deixar seu pecado, mas também advertir os que estavam obedecendo à aliança (os "justos") a que não deixassem de fazê-lo e desobedecessem a Deus. Toda sua obediência anterior de nada valeria, se eles se rebelassem deliberadamente contra Deus. Porém, seu sangue estaria nas mãos do atalaia, se ele não os advertisse. Ao colocar uma barreira no caminho, o Senhor procura evitar que o justo peque; contudo, isso não serve de desculpa para o atalaia deixar de vigiar e de advertir. A última situação é aquela em que os justos ouvem as advertências do atalaia e não são julgados (v. 21). Era algo muito sério o povo judeu tratar com descaso a aliança selada no Sinai (Êx 19 - 20). Se o profeta atalaia visse fiéis prestes a quebrar a aliança, deveria alertá-los de que seriam julgados. Algumas vezes, pessoas piedosas pensam que sua obediência lhes dá o direito de fazer o que bem entendem, mas essa idéia não passa de uma grande mentira. Deus dá muitos privilégios a seu povo, mas jamais lhes concede o privilégio de pecar.


                IV.  SOBRE A RESPONSABILIDADE

1.  A responsabilidade do cristão (V. 18)  -   O primeiro caso envolve uma situação em que Yahweh manda o profeta entregar ao ímpio a sentença legal de morte que já pronunciara: Certamente morrerás! A forma da sentença é típica dos veredictos declarados por uma autoridade judicial em relação a um criminoso culpado de um crime capital.37 Embora a oportunidade de arrependimento do acusado seja colocada em outro ponto no livro (14.6; 18.21,30-32; 33.11), este primeiro caso não oferece qualquer indicação desta possibilidade. Isto é apropriado aqui, desde que a sentença não seja primariamente o destino do ímpio, mas a resposta do profeta ao comando divino. E você deixar de avisá-lo. Deixar de passar a mensagem trará sobre Ezequiel a responsabilidade pela morte, isto é, a culpa de assassino,38 que de acordo com Gênesis 9.5,6 pede a pena de morte.

2.  A responsabilidade do ímpio (Vv 19, 27)  -   0 segundo caso é idêntico ao primeiro, exceto que o profeta entregou responsavelmente a sentença de morte, e seu aviso foi rejeitado. Enquanto o ímpio morre por sua maldade, a sentinela é absolvida da responsabilidade de sua morte. Pode, portanto, manter a sua vida. As duas palavras hebraicas: hassõmèa yism a\ lit. “que o ouvinte ouça,” ou “o que ouve ouvirá” (27), são o protótipo para a fórmula predileta do nosso Senhor: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” A mensagem falada visa confirmar os homens na sua atitude para com o Deus que a inspirou: ou a escutarão e obedecerão, ou a desconsiderarão e serão condenados. A resposta do ouvinte é ditada pelo íntimo do seu ser.

3.   A extensão da nossa responsabilidade -  Isto só pode significar que as "tentações dos justos estão sob o controle providencial de Deus" (Dummelow's Commentary). Os hebreus atribuíam as tentações a Deus reconhecendo que o próprio Satanás está sujeito à vontade divina (cons. Gn. 22:1; Êx. 4:21; Jr. 6:21 ; compare II Sm. 24:1 com I Cr. 21:1). 

 O terceiro caso envolve uma pessoa que costumava ser reta (.saddíq) e que começou a praticar o mai {cãsâ cãwet). Esse indivíduo parece ter sido um membro bona fid e da comunidade, mas suas ações demonstram que repudiou o pacto. Em resposta, Yahweh o leva à morte ao colocar um obstáculo, uma pedra de tropeço (m iksôl), em seu caminho. A palavra denota qualquer objeto que pode fazer uma pessoa tropeçar.39 Oito das catorze ocorrências de m iksôl (de kãsal, “tropeçar”) no Antigo Testamento são encontradas em Ezequiel. Destas, seis envolvem a frase m iksôl cãwõn, “tropeço de iniquidade”. Em tais formulações miksôl significa o que seja que constitua uma ocasião para atualizar a culpa potencial por intermédio de um comportamento pecaminoso, como dinheiro (7.19), idolatria ( 14.3-4,7), ou a influência de pessoas que praticam o mal (44.12).

Mas o que é esse tropeço? Obviamente, não pode ser uma ocasião que faz do pecado algo inevitável, tomando Deus diretamente responsável pelo pecado humano. Os tradutores da LXX evitaram essa sugestão ao traduzir m iksôl não como CTKáySaXov, mas como póKKXvov, “tormento, tortura”, isto é, “sofrimento no sentido de punição”.41 Assim o tropeço é um equivalente concreto da sentença de morte.



                 AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                        BIBLIOGRAFIA

Bíblia de estudo das Profecias

Bíblia Almeida século 21

Comentário expositivo Antigo Testamento Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Antigo Testamento Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora Cultura Cristã

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

https://estiloadoracao.com/atalaia-significado/