Lição 09 – orando e jejuando como jesus ensinou
TEXTO
ÁUREO
“[...]
Disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os
tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os
despediram.” (AT 13.2,3).
VERDADE
PRÁTICA
A
oração e o jejum são disciplinas espirituais que potencializam sensivelmente a
vida piedosa do crente.
Leitura
bíblica em Classe: MT 6.5-18
(comentário bíblico)
V.06 - Não é errado orar em público na
congregação (1 Tm 2:1 ss), ao agradecer o alimento (Jo 6:11) ou, ainda, ao
buscar auxílio de Deus (Jo 11:41, 42, At 27:35). Mas é errado orar em público
se não temos o hábito de orar em particular. Aqueles que estão nos observando
podem pensar que praticamos a oração em nossa vida particular. Assim, a oração
pública que não tem não passa de hipocrisia. A palavra quarto também pode ser
traduzida por "câmara particular" e se referir à despensa da casa. O
relato bíblico mostra Jesus (Mc 1:35), Eliseu (2 Rs 4:32ss) e Daniel (Dn
6:1Oss) orando em particular.
V.07 - O
fato de repetir um pedido não o torna uma "vã repetição", pois tanto
Jesus quanto Paulo repetiram suas petições (Mt 26:36-46; 2 Co 12:7, 8). Um
pedido torna-se "vã repetição" quando as palavras não refletem um
desejo sincero de buscar a vontade de Deus. A prática de recitar orações
memorizadas pode se transformar em vã repetição. Os gentios usavam orações em
suas cerimônias pagãs (ver 1 Rs 18:26). Meu amigo Dr. Robert A. Cook costumava
dizer que: "Todos nós temos uma oração rotineira à qual sempre voltamos;
só quando nos livramos dela é que podemos começar a orar de fato!" Vejo
isso não apenas em minhas orações particulares, mas também ao realizar reuniões
de oração. Para alguns, orar é como colocar um CD no aparelho de som e deixar
tocando enquanto vão fazer outra coisa. Deus não responde a orações insinceras.
Vv.9-13 - Essa
oração, mais conhecida como "Pai nosso", poderia ser chamada mais
apropriadamente de "oração dos discípulos". Jesus não deu essa oração
para ser memorizada e recitada determinado número de vezes. Pelo contrário, deu
essa oração para evitar que usássemos de vãs repetições. Jesus não disse:
"orem com estas palavras", mas sim: "orem desta forma", ou
seja, "usem esta oração como um modelo, não como um substituto". O
propósito da oração é glorificar o nome de Deus e pedir ajuda para realizar sua
vontade na Terra. Essa oração não começa com nossos interesses pessoais, mas
sim com os interesses de Deus: o nome de Deus, seu reino e sua vontade. Nas
palavras de Robert Law: "A oração é um instrumento poderoso não para
realizar a vontade do homem no céu, mas para realizar a vontade de Deus na
Terra". Não temos o direito de pedir a Deus qualquer coisa que desonre o
nome dele, que impeça o avanço de seu reino, ou que seja um empecilho a sua
vontade na Terra. É interessante observar que todos os pronomes da oração estão
no plural, não no singular ("Pai nosso"). Ao orar, é preciso lembrar
que somos parte da família de Deus, constituída de cristãos de todo o mundo.
Não temos o direito de pedir qualquer coisa que prejudique outro membro desta
família. Se estivermos orando segundo a vontade de Deus, de uma forma ou de
outra, a resposta abençoará todo o povo de Deus. Se colocarmos os interesses de
Deus em primeiro lugar, poderemos apresentar nossas necessidades pessoais. Deus
se preocupa com nossas necessidades e as conhece antes mesmo de nós as levarmos
a ele (Mt 6:8). Se ele já sabe, então por que orar? Porque a oração é o caminho
que Deus determinou para suprir essas necessidades (ver Tg 4:1-3). A oração nos
prepara para usar corretamente a resposta. Quando conhecemos nossa necessidade
e a expressamos a Deus, confiando que ele a proverá, faremos melhor uso da
resposta do que se Deus a impusesse sobre nós sem que a tivéssemos pedido. E
correto orar pelas necessidades diárias, por perdão e por orientação e proteção
contra o mal. "E não nos deixes cair em tentação" não significa que
Deus tenta seus filhos (Tg 1:13-17). Com essas palavras, estamos pedindo a Deus
para nos guiar de modo a não nos desviarmos de sua vontade nem nos envolvermos
em situações de tentação (1 Jo 5:18), ou mesmo em situações em que tentaremos a
Deus, levando-o a nos resgatar miraculosamente (Mt 4:5-7).
Vv. 14-15 - Neste
"apêndice" da oração, Jesus expande a última frase de Mateus 6:12:
"assim como nós temos perdoado aos nossos devedores", uma lição que
repete a seus discípulos posteriormente (Mc 11:19-26). Jesus não está ensinando
que os cristãos só merecem o perdão de Deus se perdoarem os outros, pois isso
seria contrário a sua graça e misericórdia. No entanto, se experimentamos,
verdadeiramente, o perdão de Deus, teremos a disposição de perdoar aos outros
(Ef 4:32; Cl 3:13). Jesus ilustra esse princípio na parábola do Servo
Incompassivo (Mt 18:21-35). Vim os que a verdadeira oração é um assunto de
família ("Pai nosso"). Se não há entendimento entre os membros da
família, com o podem querer ter um bom relacionamento com o Pai? 1 João 4
enfatiza que mostramos nosso amor a Deus ao amar nossos irmãos. Quando perdoamos
uns aos outros, não estamos adquirindo o direito de orar, pois o privilégio de
orar faz parte da nossa filiação (Rm 8:15, 16). O perdão diz respeito à
comunhão: se não estou em comunhão com Deus, não posso orar efetivamente. Mas
minha comunhão com Deus é influenciada pela com unhão com meu irmão;
consequentemente, o perdão é parte importante da oração. Uma vez que a oração
envolve a glorificação do nome de Deus, apressando a vinda do reino de Deus (2
Pe 3:12), e ajuda a realizar a vontade de Deus na Terra, aquele que ora não
pode ter pecado em seu coração. Se Deus respondesse à oração de um cristão com
um espírito rancoroso, estaria desonrando seu nome. De que maneira Deus usaria
tal pessoa para realizar sua vontade na Terra? Se atendesse aos pedidos dela,
Deus estaria encorajando o pecado! O mais importante numa oração não é
simplesmente obter uma resposta, mas ser o tipo de pessoa a quem Deus pode
confiar uma resposta.
Vv. 16-18 - O
único jejum que Deus exigia do povo judeu era aquele da celebração anual do Dia
da Expiação (Lv 23:27). Os fariseus jejuavam todas as segundas e quintas-feiras
(Lc 18:12) e o faziam de modo visível para todos. Sem dúvida, seu objetivo era
receber o louvor dos homens, e, com isso, perderam as bênçãos de Deus. Não é
errado jejuar, se o fizermos da forma correta e pelos motivos certos. Jesus
jejuava (Mt 4:3), e também os membros da Igreja primitiva praticavam o jejum
(At 13:2). (Lc 21:34) e a manter nossas prioridades espirituais em ordem. No
entanto, essa prática não deve jamais se tornar uma oportunidade para a
tentação (1 C o 7:7). A privação de um benefício natural (como o alimento e o
sono) não constitui, em si mesma, um jejum. É necessário que nos consagremos a
Deus em adoração. Se não houver devoção sincera (ver Z c 7), não haverá qualquer
benefício espiritual duradouro. Assim com o as ofertas e a oração, o verdadeiro
jejum deve ser feito em particular, apenas entre o cristão e Deus. Aquele que
"[desfigura] o rosto" (apresenta uma expressão abatida, a fim de
suscitar piedade e receber elogios) contraria o propósito do jejum. Aqui, Jesus
apresenta um princípio fundamental da vida espiritual: tudo o que é
verdadeiramente espiritual nunca viola aquilo que Deus nos deu na natureza.
Deus não destrói uma coisa boa para construir outra. Se alguém precisa parecer
miserável para ser considerado espiritual, há algo de errado com seu conceito
de espiritualidade.
Introdução
W. Tozer diz que ao “orarmos,
deveríamos avaliar quem está agindo: o desejo do nosso coração ou o Espírito
Santo”. Sua conclusão caminha no sentido de que, se a “oração tem sua origem no
Espírito, então a luta espiritual pode ser bela e maravilhosa; mas, se somos
vítimas de desejos alimentados em nosso coração, a nossa oração pode tornar-se
tão carnal quanto qualquer outro ato”.2 Isso significa que propósitos egoístas
podem estar escondidos sob uma aparente piedade ritualística. Uma voz
melancólica, chorosa e que parece mais teatral que espontânea, longe de
evidenciar um perfil piedoso, revela a perspectiva enganosa de alguns em relação
a Deus. Não são a mera aparência ou a posição física, a tonalidade ou o timbre
da voz, as palavras ou as expressões faciais que levam a oração a ser aceitável
diante do Senhor, mas a disposição do coração, as intenções e a motivação com
que nos dirigimos a Ele. E é exatamente isso que o Senhor quer ensinar aos seus
discípulos, a oração na perspectiva da justiça superior.
I.
A
oração é um diálogo com o pai
1. 1. A natureza da oração - Antes
de buscarmos nossos interesses ou mesmo pleitearmos nossas necessidades,
devemos nos voltar para Deus a fim de admirá-lo, adorá-lo e exaltá-lo. Três são
os pedidos aqui apresentados, como vemos a seguir. Em primeiro lugar, 0 nome de Deus (6.9). Devemos
orar pela santificação do nome de Deus. Deus é santo em si mesmo, e não podemos
agregar valor à sua plena santidade. Mas devemos orar para que o nome de Deus
seja reverenciado, honrado, temido e obedecido.
Em segundo lugar, 0 reino de Deus (6.10). Devemos orar para que o
reino de Deus venha a nós. O reino de Deus é o governo de Deus sobre os
corações. Na medida em que o evangelho é anunciado e os pecadores se arrependem
e creem, o reino de Deus vai alargando suas fronteiras. Orar, portanto, pela
vinda do reino e acovardar-se no testemunho do evangelho é uma contradição. R.
C. Sproul, citando Calvino, diz: “É tarefa da igreja dar visibilidade ao reino
invisível”.17 Nossa vida precisa ser o palco da manifestação do reino de Deus
neste mundo. Em terceiro lugar,
a vontade de Deus (6.10). Devemos orar para que a vontade de Deus seja feita na
terra como é feita nos céus. Citando Robert Law, Warren Wiersbe escreve: “A
oração é um instrumento poderoso não para realizar a vontade do homem no céu,
mas para realizar a vontade de Deus na terra”.18 Deus, e não o homem, é o
centro do universo. Sua vontade é boa, perfeita e agradável e deve prevalecer
na terra. Michael Green está correto quando diz que oração não é informar a
Deus o que ele ainda não sabe, nem procurar mudar a mente de Deus. Oração é a
adoração submissa da criatura ao seu criador.
2.
Como os homens de Deus viam a oração? O seu retiro, para a sua
adoração em particular (v. 35). Ele orava, orava sozinho, para nos dar um
exemplo de oração privativa. Embora, como Deus, as pessoas orassem a Ele, como
homem, Ele orava. Embora Ele estivesse glorificando a Deus e fazendo o bem, no
seu ministério público, Ele ainda encontrava tempo para ficar sozinho com o seu
Pai, e lhe convinha “cumprir toda a justiça”. Agora observe:
A
hora em que Cristo orou. (1) Foi pela manhã, na manhã seguinte ao sábado judeu.
Observe que quando termina um “sábado”, nós não devemos pensar que podemos
interromper a nossa adoração até o “sábado” seguinte.
Não. Ainda que não compareçamos à sinagoga, nós
devemos ir ao “trono da graça”, todos os dias da semana; e na manhã seguinte ao
“sábado”, em especial, para que possamos preservar as boas impressões desse
dia. Essa manhã era a manhã do primeiro dia da semana, que Ele santificou
posteriormente, e tornou extraordinária, por ter, também pela manhã,
ressuscitado bem cedo. (2) Era muito cedo, ainda estava escuro. Quando os
outros estavam dormindo em suas camas, Ele estava orando, como um genuíno Filho
de Davi, que procura a Deus bem cedo e lhe dirige suas orações pela manhã; e à
meia-noite se levanta para dar graças. Já foi dito: A manhã é amiga das musas –
Aurora Musis amica; e também não é menos amiga das graças. E nas ocasiões em
que o nosso espírito está mais revigorado e vivaz que devemos dedicar tempo aos
exercícios de devoção. Aquele que é o primeiro e o melhor, deverá receber de
nós o primeiro lugar e o melhor que tivermos.
O
lugar onde Ele orou. Ele “foi para um lugar deserto”, um lugar fora da cidade
ou algum jardim afastado ou, ainda, alguma construção isolada. Embora Ele não
estivesse correndo o risco de se distrair ou de ser tentado a glórias vãs,
ainda assim Ele se retirou, para nos dar um exemplo da sua própria regra:
“Quando orares, entra no teu aposento” (Mt 6.6). As orações privativas devem
ser realizadas em privado. Aqueles que tiverem mais atividades em público, e do
melhor tipo, algumas vezes devem ficar sozinhos com Deus; devem se retirar,
devem ficar a sós para conversar com Deus, e manter a sua comunhão com Ele.
3. 3. A maneira de orar - É
significativo que Jesus não faz menção de onde a oração deve ter lugar. Como
apontado no capítulo anterior, a instrução de Jesus para "ir para o seu
quarto interior" (6: 6) foi enfatizar a obstinação de oração, a necessidade
de bloquear qualquer outra preocupação senão Deus. O próprio Jesus não tinha
espaço interior para chamar de Seu durante Seu ministério terreno, e nós vê-lo
Orando em muitos lugares e em muitas situações, tanto públicas como privadas. O
desejo de Paulo foi para os fiéis a orar "em todo lugar" (1 Tim. 2:
8). Jesus também não especifica um tempo para orar. Jesus, assim como santos,
tanto do Antigo e Novo Testamentos, orou a cada hora do dia e da noite. Eles
podem ser vistos orando em horários regulares e habituais, em ocasiões
especiais, quando em perigo especial, quando especialmente abençoado, antes das
refeições e após as refeições, ao chegar a um destino e ao sair, e em todas as
outras circunstâncias imagináveis e para todos os outros concebível bom
propósito. Nem são vestimentas ou postura especificado. Como Jesus já havia
enfatizado (6: 5-8), é a atitude e o conteúdo da oração que são de suprema
importância, e as duas coisas são fundamentais para o padrão Ele agora
prescreve. Em qualquer postura, em qualquer roupa, em qualquer momento, em
qualquer lugar e sob qualquer circunstância oração é apropriado. A oração é
para ser um modo de vida, uma comunhão aberta e constante com Deus (Ef 6:18; 1
Tessalonicenses 5:17). Porque é para ser um modo de vida, precisamos entender
como orar; e que é precisamente por isso que Jesus deu a seus seguidores este
modelo de oração.
II. A ORAÇÃO QUE JESUS ENSINOU
1. 1. Jesus
não condenou a oração em público - Destacamos a seguir algumas
lições oportunas. Em primeiro
lugar, um cristão é alguém que ora (6.5). Jesus não diz “se
orardes...”, mas: quando orardes. Não há cristianismo verdadeiro sem oração.
Quem nasce de novo, clama: “Aba, Pai”. Em
segundo lugar, um cristão não ora para chamar a atenção para si
(6.5). A oração ostentatória não é endereçada a Deus, mas é feita diante dos
homens, para chamar a atenção dos homens, para receber recompensa apenas dos
homens. Em terceiro lugar,
um cristão não é um ator no palco, mas um pecador quebrantado longe dos
holofotes (6.6). O quarto aqui mencionado era o lugar onde se guardavam as
provisões da casa, um cômodo sem janelas, absolutamente fechado aos olhos dos
expectadores. Nessa mesma toada, Robert Mounce diz que a palavra grega tameion
pode referir-se a uma “despensa”, o único quarto da casa que não tem porta e,
por isso mesmo, passível de privacidade. O Pai vê em secreto e recompensa em
secreto. Oração não é um discurso de ostentação diante dos homens, mas um
derramar do coração diante de Deus. Tasker tem razão ao dizer que o contraste
aqui não é entre o caráter secreto da visão do Pai e o caráter público da sua
recompensa, mas entre a maravilhosa recompensa que o Pai dá e a recompensa
relativamente miserável da aprovação humana.
2. 2. Jesus
quer que sejamos discretos - O
tameion (= câmara) é o quarto dos suprimentos, é o recinto escondido, secreto,
a peça mais íntima da casa, porque os suprimentos precisam estar seguros de
ladrões e animais selvagens. Essa câmara de suprimentos é a única peça na casa
do agricultor palestino que pode ser trancada. Tampouco possui janelas.
Portanto, é duplamente apropriada para ilustrar o sentido do “secreto”, porque
ninguém pode entrar nem olhar para dentro. – Com que nitidez é caracterizada, assim,
por Jesus, a diferença entre a natureza da oração em contraposição à prática da
oração dos fariseus! Quantas vezes o próprio Jesus procurou a solidão da noite
para orar. A pequena câmara de oração, da qual Jesus fala, também pode estar
localizada no meio do alvoroço do mundo e no meio das pessoas. Mas estará lá
somente quando primeiro temos o sagrado costume de nos retirarmos ao quarto
secreto como Jesus aconselhou. É também excelente a maneira como a palavra do
quartinho indica a posição de Deus diante de uma oração em segredo. Deus a
recompensará, diz o texto bíblico. No grego o verbo “recompensar” significa
“devolver o que se recebeu”, “saldar uma dívida”. Portanto, Deus considera a
oração como nosso presente a ele, o qual ele nos devolve, como dívida que ele
tem conosco e que ele salda a nós à maneira divina. Com a palavra da oração em
local oculto, porém, Jesus jamais quis dizer que seus discípulos somente
poderiam orar num quartinho. Jesus não interditou a oração comunitária na
sinagoga. Ele próprio costumava ir à sinagoga. Além do perigo de “querer
aparecer em público com a prática religiosa da oração”, Jesus chama atenção
para outro, a saber, o mau costume de amontoar irrefletidamente palavras de
oração.
3. 3. Não useis de vãs repetições nas
orações - Os
exercícios de oração dos judeus naquele tempo estavam num nível tão exagerado,
que a incessante repetição das palavras prescritas transformou-se em
“tagarelice”: Exigia-se diariamente: • Recitar três vezes a oração das 18
petições, às 9 da manhã, às 3 da tarde e à noite (Essa oração era dez vezes
mais extensa que o Pai Nosso: tinha 970 palavras). Veja algumas partes da oração das 18
petições, também chamada de tephilá:
“Louvado sejas, Iavé, Deus de Abraão, Deus de
Isaque e Deus de Jacó, Deus Altíssimo, fundador do céu e da terra, nosso escudo
e escudo de nossos pais. Louvado sejas, Iavé, escudo de Abraão. Tu és herói
valoroso, o eternamente vivo, o vivo que nutre, o que vivifica os mortos.
Louvado sejas, Iavé, que faz os mortos tornar à vida. Santo e terrível é o teu
nome, e não há outro Deus além de ti. Louvado sejas, Iavé, Deus santo.
Agrada-te, Iavé, nosso Deus, e mora em Sião, e teus servos em Jerusalém te
servirão. Louvado sejas, Iavé, porque queremos servir-te com temor.
Agradecemos-te, Iavé, nosso Deus, por todos os benefícios da bondade. Louvado
sejas, Iavé, a quem convém agradecer. Derrama a tua paz sobre Israel, teu povo,
e abençoa-nos a todos nós. Louvado sejas, Iavé, que és o construtor da paz”
etc.
Isso
é apenas um extrato bem breve, para que possamos conhecer a natureza dessa
grande oração de 18 petições.
• A confissão diária da fé, que devia ser
recitada duas vezes.
Também é chamada de shemá. O shemá
(confissão de fé), que devia ser proferido pela manhã em pé e à noite deitado,
conforme Dt 6.7, era composto de 3 partes, tiradas de Dt 6.4-9, Dt 11.13-21 e
Nm 14.37-41. Como revela o conteúdo das três passagens bíblicas citadas, o
shemá não quer ser uma oração, e sim uma profissão de fé. É a confissão
fundamental de Israel ao Deus único e seus mandamentos. – O shemá era
emoldurado com elementos litúrgicos. O shemá matinal tinha duas introduções e
duas finalizações. Uma destas introduções dizia, p. ex.: “Verdadeira e segura e
firme e permanente e correta e confiável e amada e estimada e valiosa e fértil
e gloriosa e justa e agradável e boa e bela é esta oração (o shemá)”, etc. – A
recompensa de orar o shemá era que ele servia como um meio de proteção contra
os maus espíritos, prolongava a vida da pessoa, garantia para a pessoa o mundo
vindouro… Que diremos diante disso? Como neste caso a vida de oração tornou-se
algo externo, igual a uma produção realizada! Quanto à preparação para a
oração, é preciso esclarecer o seguinte: Quem ia orar costumava esperar uma
hora, depois orar uma hora, e em seguida esperar mais uma hora.
• A
repetição das orações de mesa.
• Em
qualquer ocasião, a doxologia (exaltação de Deus).
Com
“tagarelar” ou orar de modo “irrefletido” ou “irreverente”, Jesus também se
refere à idéia de que, com as muitas palavras, Deus seria constrangido a ceder
aos desejos dos que oravam. A oração abundante em palavras seria, de certo
modo, o método mágico para merecer o céu. É uma idéia pagã, diz o Senhor. O
Senhor condena plena e cabalmente a oração vazia, irrefletida, verborrágica,
supersticiosa. Por outro lado, não pensa de modo algum em interditar uma oração
longa, fervorosa e confiante, a luta de oração que, em certas circunstâncias,
pode durar até uma noite toda (cf. a oração de Jacó até o nascer do sol). O
apóstolo Paulo diz: “Orai cem cessar”. Nisso ele está bem de acordo com o seu
Mestre, para que essa oração persistente não seja desvirtuada em religiosidade
mística, em fanatismo, mas permaneça sob a constante disciplina do Espírito e
aconteça sempre na sobriedade bíblica.
iii.
oração e jejum
1. 1. Oração e jejum: uma combinação
perfeita - John Charles Ryle diz que jejum é a abstinência ocasional de
alimentos, a fim de levar o corpo em sujeição ao espírito.21 Patriarcas,
profetas e reis jejuaram. Jesus, os apóstolos e os cristãos primitivos
jejuaram. Jejuar é abster- -se do bom para alcançar o melhor. Quando comemos,
alimentamo-nos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas, quando jejuamos,
alimentamo-nos não do símbolo, mas do simbolizado, ou seja, do próprio Pão do céu!
Destacamos a seguir algumas lições preciosas. Em primeiro lugar, um cristão é
alguém que não despreza a disciplina do jejum (6.16). Mais uma vez, Jesus não
diz “se jejuares”, mas quando jejuares. Jesus pressupõe que um cristão é alguém
que jejua. O único jejum que Deus exigia do povo judeu era aquele da celebração
anual do Dia da Expiação (Lv 23.27). Os fariseus, porém, jejuavam duas vezes
por semana (Lc 18.12) e o faziam de modo visível para todos. E óbvio que não é
errado jejuar, se fizermos isso da forma certa, com a motivação certa. Os
homens e as mulheres nos tempos do Antigo Testamento jejuaram. Jesus jejuou (Mt
4.3). Os crentes da igreja primitiva jejuaram (At 13.2). Em segundo lugar, um
cristão entende que 0 jejum não é autopropaganda, mas auto quebrantamento
(6.16,17). Se o hipócrita toca trombeta ao dar esmola, o falso espiritual
desfigura o rosto quando jejua. Em ambas as situações, o propósito é o mesmo:
ser visto e reconhecido pelos homens como uma pessoa espiritual e virtuosa. Não
jejuamos para fazer propaganda de nossa espiritualidade, mas para nos
humilharmos diante de Deus. Em terceiro lugar, um cristão pratica 0 jejum não
para receber recompensa dos homens, mas para agradar a Deus (6.18). O jejum não
é para ser visto pelos homens, com o fim de receber deles o reconhecimento, mas
deve ser praticado na presença de Deus, que vê em secreto e recompensa em
secreto. Concordo com Warren Wiersbe quando ele diz que o hipócrita coloca
reputação no lugar do caráter, as palavras vazias no lugar da oração, o
dinheiro no lugar da devoção sincera e o louvor superficial dos homens no lugar
da aprovação eterna de Deus.
2.2. O aspecto bíblico sobre o jejum - No
tempo de Jesus os judeus observavam dois dias de jejum para todo o povo: o dia
da expiação (Lv 16) e o 9º dia do mês abib. Esse último era promovido como
recordação das duas destruições do templo (a primeira destruição sob
Nabucodonosor em 586 a.C. e a segunda por Tito no ano 70). Agregavam-se ainda
jejuns decretados em situações de grandes calamidades, p. ex., na falta de
chuvas, em epidemias, guerras, pragas de gafanhotos etc. Nesses casos se
definia como dias de jejum a segunda e a quinta-feira. Aconteciam celebrações
públicas na rua. Mais severo era o jejum no dia da expiação: “Quem, no dia da
expiação, comer a quantia de uma tâmara, ou beber tanto quanto cabe no seu
gole, esse é culpado”. Nesse dia sequer era permitido lavar-se. Também se devia
deixar de ungir o corpo. Pelo contrário, as pessoas se aspergiam com cinzas,
andavam descalças e adotavam uma expressão facial triste. Queriam parecer
insignificantes, no intuito de significar tanto mais perante os outros (Esse é
o trocadilho feito no texto original grego com “ocultar – brilhar”).
Normalmente o jejum durava do nascer ao pôr do sol. Alguns devotos espontaneamente
se encarregavam de outros jejuns particulares. Esse jejum espontâneo era tido
em altíssima consideração. Acreditava-se que, com o jejum se conquistaria,
junto de Deus um mérito especial, e pensava-se que, através de jejum, se
poderia alcançar a suspensão de decisões condenatórias divinas. Por isso se
jejuava também pelos pecados do povo, a fim de afastar do povo a ira de Deus!
Muitas vezes essa atividade do jejum era feita para chamar a atenção, para
concentrar sobre si os olhares das pessoas. Jesus afirma: Um jejum desses é
hipocrisia, e por isso condenável! O jejum correto é um pensamento íntimo de
arrependimento e um coração curvado diante de Deus. Isso precisa ser exercido
com pureza discreta. Para fora não se nota nada. Mas o que jejua revela ao
próximo um “ânimo alegre” (cf. Mc 2.18).
3.3. O ensino de Jesus sobre o jejum - Jesus disse aos que queriam
jejuar: “Mas você, quando jejuar, ponha óleo na cabeça e lave o rosto, para não
ficar evidente aos outros que você está jejuando, mas somente a seu Pai, que
está em secreto; e seu Pai, que vê o que é secreto, recompensará você”
(6.17,18). Jesus está dizendo a seus seguidores que eles devem agir normalmente
quando jejuarem, de modo que ninguém saiba disso a não ser Deus. Eles devem
sacudir as cinzas, lavar o rosto, usar desodorante ou talco, ou óleo, ou
qualquer outra coisa, e agir normalmente. Nenhum ato voluntário de disciplina
espiritual deve ser usado para autopromoção. Do contrário, qualquer valor que o
ato possa ter estará invalidado. O golpe de Mateus 6.1-18 é humilhante. A
exigência de justiça de Mateus 5 agora é complementada pela insistência em que
essa justiça nunca deve ser confundida com ostentação de piedade, com
fingimento de santidade. A pergunta se apresenta nos termos mais práticos possíveis:
Quem eu estou tentando agradar com minhas práticas religiosas? A reflexão
sincera sobre essa questão pode produzir resultados muito inquietantes. Se isso
acontecer, grande parte da solução é começar a praticar piedade na intimidade
secreta da presença do Senhor. Se suas “obras de justiça” não são feitas
sobretudo em segredo, diante dele, talvez secretamente elas estejam sendo
praticadas para agradar outros. As negativas desses versículos são de fato um
bom meio de chegar ao que é supremo e positivo, a saber, a justiça
transparente. Santidade genuína, virtude não fingida, piedade sincera — tudo
isso é extremamente puro e atraente. A verdadeira beleza da justiça não deve
ser manchada pela fraude.
AUTOR: PB. José Egberto S. Junio,
formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª
Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja
Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço
da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia
Almeida século 21
Bíblia
de estudo King James Atualizada
Comentário
bíblico Mateus, John Macarthur
O
Sermão do Monte, D. A. Carson
Comentário
bíblico Mateus, Moody
Comentário
bíblico Mateus, D. A. Carson
Comentário
bíblico Mateus, Esperança
O
Sermão do Monte, César Moisés Carvalho
Comentário
bíblico expositivo Mateus, Warren W. Wiersbe
Comentário bíblico expositivo Hagnos Mateus, Hernandes Dias
Lopes
O Sermão do Monte, Sinclair Ferguson
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD.
Paz do Senhor!
ResponderExcluirMeus irmãos e amigos, tenham uma ótima semana...
Muito obrigado pelo apoio.
Que o Senhor nos conceda uma aula abençoada...
ResponderExcluirSe possível compartilhem com seus amigos.
Deus vos abençoe!
Bênção de Deus
ResponderExcluir#pregação #cpad #adoraçao
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