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sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

LIÇÃO 04 - A IGREJA E O REINO DE DEUS.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                        TEXTO ÁUREO 

"[...] O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho." (Mc 1.15)


                    VERDADE PRÁTICA

Pregar a mensagem do Reino de Deus é uma importante missão da Igreja.


        LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: MC 1. 14-17



                        INTRODUÇÃO  

O que é o Reino de Deus? O reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus é eterno (Dn 2:37-44). É também o domínio de Deus no coração dos homens que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, recebendo-o como Senhor e Rei. A consumação do reino ocorrerá com a vinda de Jesus Cristo em data que só Deus conhece quando o mal será completamente vencido e surgirão o novo céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos com Deus (Mt 25:31-46), Ap 11:15).     O que é Igreja? Igreja é uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé. É nesse sentido que a palavra igreja é empregada no maior número de vezes nos livros do novo Testamento como, por exemplo, em Mateus 18:17 e I Coríntios 4:17. Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas com a finalidade de prestar culto a Deus, observar as ordenanças de Jesus, meditar nos ensinamentos da Bíblia para edificação mútua e para a propagação do evangelho (At 2:41-42). As igrejas neo testamentárias são autônomas, têm governo democrático, praticam a disciplina e se regem em todas as questões espirituais e doutrinárias exclusivamente pelas palavras de Deus, sob a orientação do Espírito Santo (Mt 18:15-17). Há, em Atos 2:42-47, quatro marcas da igreja: 1)uma igreja que aprende – a fidelidade ao ensino dos apóstolos é a primeira marca de uma igreja autêntica e viva; 2)uma igreja que cuida – a generosidade sempre foi uma característica do povo de Deus; somos filhos do Deus generoso (At 2:44,45); 3)uma igreja que adora – a adoração da igreja era tanto alegre como reverente (At 2:46); 4)uma igreja que evangeliza – que proclama o evangelho utilizando as Escrituras como ferramenta e sendo um exemplo de vida (At 2:47).



             I.    A NATUREZA DO REINO DE DEUS

1.   O Reino de Deus é universal   -  De outra forma, podemos dizer que um reino é um território onde um rei governa. É o lugar onde a autoridade de um rei é reconhecida. O Reino de Deus é onde Deus reina. O Reino de Deus está na vida de um discípulo. Proclamar o Reino de Deus é anunciar que existe um centro do Universo. E, nesse centro, está o trono de Deus. Proclamar o Senhorio de Cristo e o Reino de Deus é anunciar que existe um centro do Universo. E, nesse centro, está o trono de Deus. Ele reina. Sempre reinou. Seu reino é o de todos os séculos. Ele reina sobre tudo o que existe. Sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder. Ele é a autoridade suprema do Universo. Reina sobre os anjos, sobre os principados e potestades. Reina sobre as nações, sobre os reis, sobre todos os homens e sobre a natureza.

2.   A soberania divina e os acontecimentos do mundo   -  "Providência é o governante poder de Deus que supervisiona a sua criação e realiza os seus planos para isso.

Deus não apenas criou o universo, mas o mantém e o direciona para o cumprimento de seus propósitos. A criação e a providência pertencem juntas como dois lados da mesma moeda. Sem a criação não poderia haver providência, mas a criação dificilmente poderia se sustentar sozinha. O Deus que fez o universo também ordena e governa de acordo com sua vontade.

A Bíblia não revela explicitamente por que Deus criou o mundo, mas sabemos que nada acontece nele além de seu amor e preocupação. Isso não significa que o controle de Deus se opõe à agência da criatura. A teologia cristã geralmente reconhece que Deus criou agentes responsáveis que são livres para agir dentro de suas esferas designadas, uma liberdade que permitiu o mal, na forma de desobediência à vontade de Deus, para fazer a sua aparição na ordem criada.

Os seres humanos muitas vezes questionam a boa providência de Deus diante de desastres naturais - enchentes, terremotos, erupções vulcânicas, e assim por diante. Os cristãos reconheceram que tais eventos são de fato trágicos, mas também fazem parte do bom plano abrangente de Deus para o que ele fez.

A providência também afeta a teologia e a prática cristã, porque a nós são prometidas duas coisas em relação a ela. A primeira é que o mundo não será finalmente destruído, seja por um desastre natural ou por um desastre provocado pelo homem, mas será recriado em glória (Gên 9; Apo 22). A segunda é que tudo o que acontece opera para o bem daqueles que amam a Deus, quer possamos atualmente perceber isso como bom ou não (Rom 8:28). Não temos o privilégio de conhecer os conselhos secretos da vontade de Deus, mas podemos ter certeza de que tudo o que ele fizer redundará no final para o nosso bem, quer entendamos isso agora ou não.

Nestas formas, a doutrina da providência fortalece a garantia cristã de salvação e nos dá a fé e a esperança que precisamos para confiar nele ao longo das nossas vidas. É porque acreditamos nesta providência que podemos encontrar a força para confiar em Deus, mesmo quando as coisas vão mal para nós neste mundo. A vida cristã é uma luta espiritual, mas em Cristo sabemos que temos a vitória sobre isso e que ele nos manterá seguros até o fim”.

3.   O Reino de Deus, a nação de Israel e a Igreja   -  É impossível ler a Bíblia e deixar de ver a centralidade de Israel no plano de redenção que Deus vem desenvolvendo desde o início da história do homem na Terra. No Velho Testamento, não havia confusão: Deus só tinha um povo, um instrumento para chegar aos seus primeiros objetivos: a produção de um livro com a sua Palavra escrita, o estabelecimento de um modelo visível de seu Reino e de sua casa e a formação de uma nação que pudesse trazer ao mundo o Messias, o Salvador de toda a humanidade. Qualquer pessoa de outra raça ou origem que quisesse servir ao único Deus verdadeiro teria que fazê-lo através do seu povo escolhido, Israel (como nos casos de Raabe e Rute).   A partir da Nova Aliança e, especificamente, do grande mensageiro de Deus aos gentios, o apóstolo Paulo, a situação mudou radicalmente. Pedro usou as chaves do Reino para abrir as portas oficialmente aos gentios, na casa de Cornélio (At 10,11), mas Paulo foi o apóstolo aos gentios (ver Gl 2.7,8) que abriu o mistério, escondido há séculos, do grande plano de redenção em que judeus e gentios, membros de um mesmo corpo, seriam co-participantes das promessas de Deus e instrumentos para a sua glória na Terra (Rm 11.25; 16.25,26; Ef 3.1-11; Cl 1.26,27; 1 Tm 3.16).   Em síntese, aconteceu justamente o que Paulo havia alertado aos gentios na igreja primitiva que não fizessem.  Na discussão mais clara a respeito de judeus e gentios em todo o Novo Testamento (Rm 11), Paulo definiu a seqüência da seguinte forma: (1) Deus iniciou seu plano com as raízes dos patriarcas e os galhos naturais da nação de Israel; (2) os galhos naturais foram cortados (depois da vinda de Jesus) por causa da incredulidade do povo judeu, dando oportunidade para que galhos “bravos” (os gentios) pudessem ser enxertados em seu lugar; (3) os gentios precisam ser humildes e incitar os judeus a ciúmes para estes quererem voltar a ser incluídos; (4) no fim, os galhos naturais serão novamente enxertados. Durante o período em que os judeus estivessem fora, Paulo advertiu: “Não te ensoberbeças, mas teme. Porque se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará” (Rm 11.20.21).

                                                                                                                                                                       


   Do ponto de vista humano, pode haver um parêntese ou hiato escatológico, mas não da perspectiva divina. Não há nenhum problema em enxergarmos um parêntese escatológico em relação ao surgimento da Igreja, como sugere o livro de Daniel, desde que isso leve em conta a onisciência e presciência divina em relação à origem da Igreja e não a diminua em importância. Não podemos minimizar o grande valor que a Igreja tem e muito menos reduzi-la a um remendo escatológico criado de última hora. Em segundo lugar, quando não se faz distinção entre Israel e Igreja, essa nação deixa de ter relevância no plano escatológico. Quando isso acontece, Israel toma-se um casulo que se esvaziou. Evidentemente, esse tipo de entendimento não tem base bíblica. De acordo com a Bíblia, o "endurecimento" de Israel é temporário e durará até que se cumpra a plenitude dos gentios (Rm 8.25). Israel tem, sim, um papel dentro do plano escatológico do Reino de Deus. A meu ver, a ideia de continuidade e descontinuidade, conforme destaca Gregg Allison,13 é muito importante para fazer-nos compreender a relação existente entre Igreja e Israel. Allison tem razão quando destaca que há teólogos dispensacionalistas que enxergam a Igreja como um elemento essencial do plano de Deus de estender a salvação a todos: tanto judeus quanto gentios [...]. Igreja e Israel fazem parte de um só povo de Deus, como retrata de modo vivido a metáfora da oliveira apresentada por Paulo (Rm 11.13-24). As dessemelhanças, porém, são relevantes o suficiente para manter a distinção entre a Igreja e Israel [...] também sustentam um futuro cumprimento das profecias do Antigo Testamento votadas para o Israel nacional, entre elas a salvação de muitos judeus e a restauração da terra a Israel. O teólogo sistemático Eurico Bergstén expôs a relação entre Israel e Igreja à luz da escatologia dispensacionalista e pré-milenista da seguinte forma: Com a rejeição de Israel começou o tempo dos gentios. Enquanto Paulo falava da rejeição dos judeus, como sendo os ramos naturais  da oliveira que foram quebrados, ele também falava dos ramos de zambujeiro que foram enxertados na oliveira, Rm. 11:17,19,22,24. Esta linguagem figurada é muito instrutiva e profunda. Primeiro, nos faz saber que Jesus, pela Sua morte redentora, derribou a parede de separação que separava judeus e gentios, Ef. 2:15-18: os gentios que antes estavam longe, agora pelo sangue de Cristo podem se aproximar do santuário, Ef. 2:13.0 caminho que leva ao Santo dos Santos foi aberto, Hb. 10:19-22. Cumpriu-se assim a profecia de Amós, que Tiago citou durante a assembléia de Jerusalém, como prova de que Deus chamou os gentios para deles tomar um povo para louvor do Seu Nome, Am. 9:11,12; At. 15:13-17; Rm. 1:5. Hoje é a Igreja que é o povo especial de Deus, Tt. 2:14: é a Igreja que se constitui em sacerdócio real, I Pd. 2:9-10, acerca da qual Pedro escrevia aos judeus dispersos, 1 Pd. 1:1. A Igreja tomou o lugar do povo rejeitado, e é o representante de Deus na terra enquanto durar a presente dispensação, II Co. 5:18-20. Ef. 3:10. Esta visão acerca dos tempos dos gentios é representada na visão de Daniel como o período intermediário entre a 69a e a 70a semanas, quando o Messias seria tirado, e quando Israel estará em aliança com o Anticristo. Dn. 9:24-27. Já está no fim o tempo dos gentios, pois a vinda de Jesus para arrebatar a Sua Igreja está bem próxima!

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                    II.    A IGREJA E AS DIMENSÕES DO REINO DE DEUS

1.   O Reino de Deus como realidade presente   -  Quando tratamos do Reino de Deus, os seus aspectos presente e futuro precisam ser contemplados. O Reino de Deus é retratado nas Escrituras como uma realidade presente e futura. Jesus deu início ao seu ministério dizendo que o Reino de Deus havia chegado (Mt 3.2). Sendo assim, Jesus cumpria a predição dos profetas que haviam apontado para o Messias como aquEle que inauguraria a realidade do Reino. No seu aspecto presente, o Reino de Deus significa: Deus intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo [...]. O reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23; 20.22). Ele entra no mundo com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1 Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material ou político, e sim espiritual. O reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). Deus não pretende atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36, nota). O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de Deus e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; 4.4). O governo de Deus mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim desta era [...]. O fato de Deus irromper no mundo com poder abrange: (a) seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31; 16.11) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18) e do pecado (Rm 6); (b) poder para operar milagres e curar os enfermos (4.23; 9.35; At 4.30; 8.7); (c) a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo 16.8-11; At 4.33); (d) a salvação, a santificação daqueles que se arrependem e creem no evangelho (ver Jo 3.3; 17.17; At 2.38-40; 2 Co 6.14-18); e (e) o batismo no Espírito Santo, com poder, para testemunhar de Cristo (ver At 1.8 notas; 2.4 notas)."6 Podemos dizer, portanto, que o Reino de Deus no seu aspecto presente já pode ser sentido.

2.  Onde está o Reino de Deus   -   No evangelho de hoje, de Lucas 17,20-25, nós vemos que alguns homens piedosos do seu tempo, perguntaram a Jesus “sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: ‘O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós’”.

Prestemos atenção. Jesus diz que o Reino de Deus está entre nós. No evangelho de São Tomé, que é apócrifo, essa expressão é mais ou menos a seguinte: em vez de dizer que “o Reino de Deus está entre vós”, Tomé diz que “o Reino de Deus está em nós”.
Logicamente, essa presença entre nós e em nós ainda não está completa. Está entre nós porque Jesus já veio à terra e nos deixou sua presença. Porém, mesmo assim, falta alguma coisa. É necessário que o Reino chegue ao coração de cada homem. Somente então poderemos dizer que o Reino de Deus chegou com toda a sua plenitude e está em nós.
O Reino do qual Jesus fala não é um reino de exércitos, de reis ou presidentes, de palácios e de estruturas políticas, como encontramos pelo mundo. O Reino de Deus é algo muito mais sutil, menos perceptível. É um governo sobre os corações, cuja lei é a caridade e Jesus é o soberano.
Deixar que Jesus reine em minha alma, em minha vida, significa abrir-lhe as portas para que Ele faça o que quiser comigo. E Ele somente entra e fica em mim se encontrar uma alma limpa, isto é, sem pecado. Uma alma em pecado é um lugar inabitável para Deus. Por isso, é preciso viver em contínua luta com meu pior inimigo, que é o pecado, porque somente ele pode me afastar de Deus, a meta de minha vida.

3.    O Reino  de Deus como realidade futura   -    Da perspectiva do Novo Testamento, o cristão da Primeira Igreja vivia uma tensão na esfera escatológica do Reino entre o "já" e o "ainda não". Isso significa dizer que o Reino de Deus;Vz era uma realidade presente para eles, já havia chegado, mas ainda não em toda a sua plenitude. Dessa perspectiva, a escatologia é vista como uma realidade de suma importância porque vê o Reino de Deus nas suas dimensões presente e futura. No entendimento de Geerhardus Vos (1862-1949), o crente neotestamentário vive simultaneamente tanto nesta era ou mundo como na era do mundo por vir. Nesse aspecto, a era por vir já chegou, isto é, aquilo que fora predito no Antigo Testamento sobre Cristo e o seu Reino, mas haverá uma consumação futura, onde todas as potencialidades serão consumadas. Roger Olson (2000, p. 480,481) destacou que, ao longo da história, três posições escatológicas são objeto de consenso dentro do cristianismo ortodoxo. A primeira delas é que Jesus Cristo retomará à terra. Nesse aspecto, os cristãos de todas as tradições esperam a segunda vinda de Cristo. A segunda é que, quando Cristo retornar, Ele há de estabelecer ou manifestar completamente a ordem e a soberania de Deus — o Reino de Deus —, que já está operando na história. A terceira é que, no fim, Deus criará um novo céu e uma nova terra que durarão para sempre. Os cristãos que mantêm uma expectativa escatológica encontram sentido para a história. Esses cristãos oram: "Venha o teu Reino.

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                III.   A IGREJA NO CONTEXTO DO REINO DE DEUS

1.   A distinção entre Igreja e Reino de Deus   -   Para que a nossa mente fique ainda mais esclarecida e entendamos bem a diferença entre o reino e a igreja, consideremos alguns aspectos:

A) A igreja é a assembléia daqueles que pertencem a Jesus Cristo, que aceitaram o evangelho do reino mediante a fé.
B) Podemos afirmar que o reino toma a sua forma na igreja, isto é, a igreja toma a forma do reino!
C) A igreja é o órgão do reino… É ela que vive e anuncia a chegada do reino de Deus a terra!
D) Precisamos entender que a igreja não é o reino de Deus, mas tem toda a constituição do reino, sua revelação, o seu progresso e sabe quando será a vinda total do reino a terra. Isto é, ela possui de antemão todos os direitos jurídicos que estabelecerão o reino de Deus na terra.
E) Precisamos entender que a igreja existe dentro do reino, porém, o reino não é restrito às fronteiras da igreja! O reino transcende a própria história. Podemos dizer, portanto, que o reino invade a história e afasta a tirania dos povos pela ação da igreja. Onde ela entra, o reino começa a penetrar em sua forma mais visível! Por exemplo, antes de Israel existir como nação, o reino se expressava na terra de outras formas, na vida de Noé, dos patriarcas, de Melquisedeque, etc.
F) Não somos herdeiros da “igreja”, mas herdeiros do reino. Isto é o que a Escritura fala, pois jamais encontramos a expressão “herdeiros da igreja”, mas repetidas vezes vemos a expressão “herdeiros do reino”.
G) A Escritura fala em “receber o reino”, mas não em receber a igreja. O reino se recebe, a igreja não!
H) Lemos sobre os “presbíteros da igreja”, mas jamais sobre “presbíteros do reino”. E estas diferenças devem levar-nos a refletir sobre a função de ambos.
I) Temos que destacar que a palavra “basileia” traduzida como reino ocorre 162 vezes; e no plural ela aparece somente em Mateus 4.8, Lucas 4.5, Hebreus 11.33 e Apocalipse 11.15. Por outro lado a palavra “ekklesia” ocorre 115 vezes, sendo 36 no plural e 79 no singular. Todas traduzidas como “igreja” exceto em Atos 19.32, 39-40 onde aparece como “assembléia”. Só o fato de termos menções diferentes em contextos diferentes devem levar-nos a pensar na função diferente de reino e igreja.
J) Lemos na Escritura sobre os “filhos do reino”, mas, nada sobre “filhos da igreja”.
K) Temos que entender que as características da ambos são diferentes. A igreja possui características diferentes do reino e vice-versa.
LOs nomes e as citações de “a igreja”, nunca são usados para o reino. Isto pode ser visto nos seguintes textos onde a igreja tem várias definições, como corpo, lavoura, mas nunca reino (Ef 1.23; 2.21; 4.4,16; 5.30; Cl 1.24; 1 Tm 3.15).
M) A igreja tem o privilégio de reinar com Cristo, no reino futuro. Temos que entender que o reino, em todos os seus aspectos tanto atuais como futuros, se concentra em Jesus. O fato dos escritores falarem de “reino dos céus” e “reino de Deus” não altera o conteúdo do assunto. Isto é o que vemos nas parábolas que Mateus apresenta como “reino dos céus” enquanto outros evangelistas as apresentam como “reino de Deus.

2.   A Igreja expressa o Reino de Deus   -  Em nossa visão humana, Israel falhou em sua missão como povo separado por Deus para ser santo e dar testemunho às outras nações. Porém, como afirmam as Escrituras, os planos de Deus não podem ser frustrados (Jó 42.1). Portanto, Israel cumpriu a missão divina, ainda que a perda progressiva da santidade pelo abandono da lei de Deus lhe tenha acarretado opressão e destruição, conforme as promessas de Deus. Mas, como os profetas também anunciaram, e os planos de Deus não podem ser frustrados, Deus sempre deixou um remanescente fiel, para que, através desse remanescente, o Messias prometido viesse ao mundo.    Segundo a profecia, na plenitude do tempo, Deus enviou o Filho na pessoa de Jesus, nascido da virgem Maria. Na cruz do Calvário, o Senhor Jesus consumou a sua obra salvífica, depois de preparar os seus discípulos, comissioná-los como apóstolos, e enviá-los no poder do Espírito Santo para a edificação da sua Igreja. Uma vez formada pelos apóstolos, a Igreja é a continuação da missão de Jesus para reunir todos os eleitos do Pai, até a consumação dos séculos, quando ele voltará para buscar a sua Igreja completa.    Pois bem, como podemos ver a partir do livro de Atos dos Apóstolos, eles fizeram o que o Senhor Jesus lhes ordenou (Mt 28.19-20; At 1.8). No poder do Espírito Santo, mesmo sofrendo forte oposição, eles pregaram o evangelho em todo o mundo conhecido, deixando igrejas organizadas em diversas localidades. A partir dessas igrejas, o evangelho continuou a ser difundido pelo testemunho dos convertidos (1Ts 1.8), agora liderados por discípulos dos apóstolos, que continuaram enfrentando forte oposição. Os discípulos dos apóstolos, por sua vez, prepararam outros líderes à medida que o evangelho se espalhava, e igrejas eram organizadas de cidade em cidade pelo mundo afora (2Tm 2.2; Tt 1.5).

3.   A Igreja e a mensagem do Reino de Deus   -   Atos 19:8 nos lembra que pregar o Reino de Deus é a missão primordial da Igreja. Essa missão não é uma opção, mas um imperativo divino que ecoa através das Escrituras. Paulo, ao falar aos presbíteros de Éfeso em Atos 20:25, recorda com ênfase que sua pregação estava centrada no Reino de Deus. Mesmo em circunstâncias adversas, como quando estava prisioneiro em Roma, Paulo persistia em pregar incansavelmente o Reino de Deus (Atos 28:31).

A consciência da realidade do Reino de Deus era transmitida aos novos convertidos, conforme vemos em Atos 14:22.

Isso destaca a importância de educar os crentes sobre a natureza e significado do Reino desde o início de sua jornada na fé. A compreensão do Reino não é apenas teórica, mas uma âncora que sustenta a esperança daqueles que amam o Senhor (Tiago 2:5).

A missão da Igreja, no entanto, não é cumprida automaticamente. Requer uma visão clara e inabalável do Reino de Deus. Sem essa visão, há o perigo de desviar-se da missão divinamente ordenada. Jesus, em João 18:36, deixa claro que o Reino que Ele proclama não é deste mundo. Portanto, a Igreja, ao pregar o Reino de Deus, deve manter uma visão celestial, alinhada com os princípios e valores divinos.

A visão de Reino não é apenas uma compreensão intelectual, mas uma convicção que molda a identidade e a missão da igreja local. Quando essa visão está ausente ou obscurecida, a igreja pode inadvertidamente se desviar de sua rota, envolvendo-se em atividades que não contribuem para a missão central de proclamar o Reino de Deus.

Portanto, a clareza na visão de Reino é um fator determinante para o sucesso da missão da Igreja. Isso implica não apenas compreender teologicamente o Reino, mas também viver de acordo com seus princípios, refletindo a realidade do Reino na prática diária da comunidade de fé.








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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo das Profecias

Livro de Apoio, O Corpo de Cristo - Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. Editora CPAD.

https://www.fazendodiscipulos.com.br/single-post/2016/11/23/o-que-significa-o-reino-de-deus#:~:text=O%20termo%20%E2%80%9CReino%E2%80%9D%20significa%20%E2%80%9C,sobre%20a%20vida%20do%20homem.

https://site.ucdb.br/noticias/ucdb/6/evangelho-do-dia-o-reino-de-deus-esta-entre-vos/42201/#:~:text=Jesus%20diz%20que%20o%20Reino,de%20Deus%20est%C3%A1%20em%20n%C3%B3s%E2%80%9D.

Bray, G. (2018). Providência. In B. Ellis, M. Ward, & J. Parks (Orgs.), Sumário de Teologia Lexham. Bellingham, WA: Lexham Press.

https://www.levandoapalavra.com/123/?p=2013

https://ip13demaio.org/2016/01/09/a-igreja-em-sua-missao-divina-1tm-3-14-15/



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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

LIÇÃO 03 - A NATUREZA DA IGREJA.

 

Pb. Junio Congregação Boa Vista II



                            TEXTO ÁUREO 

"Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também." (1Co 12.12)


                            VERDADE PRÁTICA 

Conhecendo a Igreja em sua natureza nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1CO 12. 12-27


                                                                                 

                            INTRODUÇÃO

Neste capítulo, estudaremos sobre a natureza da igreja a partir da sua dimensão confessional: local, universal e comunitária. A igreja, como um organismo vivo cuja cabeça é Cristo, possui os seus próprios fundamentos. Nesse aspecto, a igreja possui crenças e práticas que lhes são próprias e que revelam o que ela é na essência. Assim, dizemos que uma igreja genuinamente cristã é confessional porque possui como fundamento a Palavra de Deus. Essa Palavra pode ser descrita como o próprio Cristo, a Palavra Encarnada, e a Bíblia, a Palavra Inspirada. Dizemos que outro aspecto que reflete a natureza da igreja pode ser visto nas suas dimensões local e universal, visível e invisível. Nesse aspecto, a igreja possui um aspecto temporal e atemporal. Ela é formada tanto pelos santos vivos como os que já estão na glória. Por último, podemos nos referir à dimensão comunitária da igreja como expressão da sua natureza. A igreja não existe fora da sua dimensão comunitária. Ela é um corpo e, como corpo, existe pela união de seus membros. 



                    I.   A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL

1.  Fundamentada na Palavra   -   A igreja é logocêntrica. Isso significa dizer que ela é centrada na Palavra de Deus. Aqui nos referimos tanto à Palavra Viva, Cristo, como à palavra escrita, a Bíblia. No capítulo 12 de Coríntios, temos uma das mais belas analogias sobre a igreja quando Paulo compara-a com o corpo humano. Ali o apóstolo vai tratar sobre a unidade da igreja no contexto dos carismas do Espírito. Esse capítulo, contudo, não está isolado, sendo escrito num contexto em que Cristo deve ser visto como o centro. Anteriormente, o apóstolo escreveu: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Co 3.11). Isso significa que Jesus, a Palavra Viva, é, de fato, o centro da igreja. Nesse aspecto, toda a eclesiologia bíblica só existe em função da cristologia. Cristo, a Palavra Encarnada, é o centro da Igreja. Se Cristo, como o eixo sobre o qual a igreja está centrada, for retirado ou deslocado, então a igreja perde não só a sua identidade, como também a sua essência. Todo ataque contra a igreja acontece primeiramente na esfera cristológica. Se Cristo for tirado do centro da Igreja, esta perde a sua essência e, portanto, a sua confessionalidade. Há outro aspecto da logocentricidade da igreja, a Palavra Inspirada. Faz parte da natureza da igreja verdadeiramente cristã ser centralizada na Bíblia, a inspirada Palavra de Deus. Se por um lado a igreja é atacada na sua cristologia, da mesma forma as Escrituras, como Palavra Inspirada.  Acho precisa essa descrição que Gregg Alisson faz sobre as Escrituras. A Bíblia é o parâmetro sob o qual devemos medir todas as nossas crenças e práticas. Qualquer afastamento do solo bíblico é escorregadio e perigoso. Infelizmente, há um evangelho sensorial que tem produzido uma fé doentia nos cristãos, porque o seu fundamento não está nas Escrituras.

2.   Habitada pelo Espírito   -    Outro aspecto confessional da natureza da igreja é que ela é pneumodinâmica. Já vimos que o Espírito mergulha o cristão na igreja. Isso significa que, na regeneração, o crente torna-se membro do Corpo de Cristo ao ser selado com o Espírito Santo. Esse é um batismo no corpo, a igreja. Esse batismo de iniciação na fé cristã, que tem o Espírito como o seu agente (1 Co 12.13), é diferente do batismo no Espírito Santo, que é de capacitação e que tem Cristo como o seu agente (At 2.33). Isso nos mostra a dinâmica do Espírito na igreja. Mais uma vez, citando Gregg Alisson: A igreja é pneumodinâmica, ou criada, reunida, dotada e capacitada pelo Espírito Santo. Não se trata de uma negação da obra muito importante do Espírito de estabelecer, libertar, santificar e conduzir o povo de Israel debaixo da antiga aliança; ao mesmo tempo, a obra do Espírito Santo na nova aliança é pronunciadamente mais extensiva e intensiva (como tratamos no cap. 2). Na igreja, essa obra do Espírito Santo consiste em diversos ministérios, e pode se dizer que eles abarcam a totalidade da experiência de salvação dos seguidores de Cristo. Na realidade, mesmo antes de as pessoas aceitarem Jesus Cristo para a salvação, o Espírito Santo já está trabalhando poderosamente para convencê-las do pecado, da justiça própria e do falso juízo (Jo 16.8-11). À medida que esse convencimento se consolida, o Espírito Santo produz regeneração, ou a concessão de uma nova vida espiritual em lugar da morte espiritual (Tt 3.5,6).

3.   Quem faz parte da Igreja anda no Espírito   -   Da mesma forma como o cristão pode perder o rumo espiritual quando sai da esfera da Palavra de Deus, assim também o cristão incorre em erro quando se deixa levar por "carismatismos". Esse é um termo usado pelos teólogos para referir-se às supostas manifestações atribuídas ao Espírito Santo.4 Muito do que se tem passado como obra do Espírito no contexto do movimento evangélico brasileiro não passa de carismatismos. Não é o fogo do Pentecostes, mas uma fumaça cinzenta proveniente da carne. Os resultados estão aí: falsas profecias, falsos milagres e profissionais do púlpito enriquecendo-se à custa da fé dos incautos. Nesse aspecto, temos pregadores demais e santos de menos. Não posso atribuir ao Espírito Santo uma obra contaminada pela carne.   

DUAS ORIENTAÇÕES 

 

Há, pois, duas formas de orientar a vida: uma em que o homem se guia segundo as exigências, as apetências e as possibilidades do seu corpo e da sua mente; e outra em que o homem entrega a orientação da sua vida ao Espírito. No mesmo texto de Romanos 8:1 o apóstolo usa a expressão “estar em Cristo”. São esses que não andam segundo a carne, mas “segundo o Espírito”. “Estar em Cristo” é, em termos práticos, estar convertido a Cristo e ao seu Evangelho, ter comunhão com Ele no Espírito, e estar integrado no Corpo de Cristo, que é a Igreja. Sem nos determos ainda no sentido de “viver segundo o Espírito”, avançamos já que, obviamente, não se entra na “vida segundo o Espírito” de forma automática pelo facto de a pessoa ser baptizada e subscrever o Credo. Ser cristão é ter nascido de novo, em Cristo, mas é um facto que no cristão continua presente o “homem velho”. Na verdade, mesmo os melhores cristãos andam repetidamente segundo a carne. Como lembrou Lutero, o cristão é simultaneamente justo (anda segundo o Espírito) e pecador (anda segundo a carne). Paulo diz de si mesmo que é carnal Romanos 7:14, embora seja, acima de tudo, alguém que vive em Cristo. 2ª Coríntios 5:14/19. Mas o apóstolo lembrou: embora andando na carne, não militamos segundo a carne 2ª Coríntios 10:3


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                    II.  A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL 

1.  Local e visível   - Nesse sentido, a igreja local pode ser conhecida na sua dimensão geográfica: "A igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso" (1 Co 1.2); "A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7). Como expôs Guy P. Duffield: A igreja local é composta de cristãos identificados com um corpo constituído, adorando em uma localidade (Rm 16:1; Cl 4:16; G1 1:2,22; At 14:23). Os membros de uma igreja local formam a igreja mesmo quando não estão reunidos, fato que pode ser verificado em Atos 14:27: "Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas cousas fizera Deus com eles..." Todos os crentes autênticos são membros do corpo universal de Cristo; todavia, todos os crentes fiéis devem estar identificados com uma igreja local onde se reúnam para adoração, confraternização e serviço com alguma regularidade (Hb 10:24,25). Os cristãos não podem ser propriamente crentes no isolamento, pois não são apenas crentes; são também discípulos, irmãos e membros de um corpo.   

2.   As particularidades das Igrejas locais   -  Mas, notemos como essa igreja começou (Atos 17:1-9): com muita confusão, oposição e perseguição! Entretanto, no suporte de inúmeras e tremendas dificuldades e incompreensões dos religiosos da época, o Espírito Santo forjou essa igreja, que se apegou com firmeza à Palavra da Verdade que lhe foi anunciada, e assim se tornou nesse belo modelo de igreja, que Paulo destaca, com cores fortes, nessa instrutiva carta!

Por isso, diz: “Damos, sempre, graças a Deus, por todos vós, em nossas orações e sem cessar recordando-nos, diante de nosso Deus e Pai da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (vs. 2, 3).  Qual era o problema da igreja de Tessalônica? Os santos de Tessalônica não entendiam alguns aspectos da Segunda Vinda de Jesus Cristo. Eles temiam que os membros da Igreja em Tessalônica que haviam morrido não pudessem participar das bênçãos da Segunda Vinda. 

 Qual era o problema da igreja de Filipos?

O perigo do mundanismo na igreja (Fp 3.17-19). A unidade da igreja de Filipos estava sendo ameaçada por homens mundanos, libertinos e imorais. Essas pessoas fizeram Paulo sofrer de tal modo, que o levaram às lágrimas (Fp 3.18). Paulo os chama de inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18).




Unidade não significa uniformidade. A estrutura de uma determinada igreja não necessariamente é de outra. Há uma série de coisas a serem consideradas nessa questão. Isso pode ser visto, por exemplo, dentro até mesmo de um mesmo corpo denominacional. No contexto das Assembléias de Deus no Brasil, por exemplo, embora se possua a mesma base governamental e doutrinária comum, é possível, contudo, perceber-se liturgias e costumes diferentes. Isso se deve, muitas vezes aos regionalismos característicos de cada lugar. Se princípios bíblicos não estão sendo quebrados, então é possível manter-se a unidade dentro dessa diversidade. 


3.   Universal e invisível   -    A igreja, portanto, é universal e invisível. Nesse último sentido, dizemos que a igreja invisível é "aquela como Deus a vê". De acordo com Wayne Grudem: A igreja é invisível, ainda que visível. Em sua realidade verdadeiramente espiritual como a comunidade de todos os cristãos genuínos, a igreja é invisível. Isso se dá porque não podemos ver a condição espiritual do coração de ninguém. Podemos ver os que frequentam a igreja e perceber sinais externos de uma mudança espiritual interior, mas não podemos de fato ver o coração das pessoas nem enxergar o estado espiritual em que se encontram — algo que só Deus pode fazer. Foi por isso que Paulo afirmou: "O Senhor conhece os que lhe pertencem" (2Tm 2.19). Mesmo em nossas igrejas e em nossa vizinhança só Deus sabe, com toda a certeza e sem errar, quem são os verdadeiros cristãos. Falando da igreja como invisível, o autor de Hebreus fala da "assembléia (literalmente, 'igreja') dos primogênitos arrolados no céu" (Hb 12.23) e diz que os cristãos do presente unem-se àquela assembléia em adoração. 

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                    III.   A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMNITÁRIA  

1.  A Igreja é una   -  Assim como o corpo é unido, havendo harmonia entre os seus membros e órgãos, assim também é a igreja. Contudo, unidade não significa uniformidade. R. L. Omanson observou: Em 1 Co 1.10-30, Paulo adverte contra divisões na igreja e conclama os membros a serem unidos em Cristo. Nesta mesma epístola (cap. 12), declara que, embora haja muitos dons, há um só corpo (cf. Rm 12.3-8). O Evangelho Segundo João fala de um só Pastor e um só rebanho (10.16), e Jesus ora para que Seus seguidores sejam um, assim como o Pai e o Filho são um (17.20-26). Em G13.27-28, Paulo declara que em Cristo todos são um, sem distinção de raça, condição social ou sexo. At 2.42 e 4.32 também dão testemunho da unidade da igreja. Talvez a passagem mais emocionante sobre esta questão seja Ef 4.1-6: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (vv. 4-6). A união, no entanto, não exige uniformidade.

2.   Unidade na Igreja   -  Quando falamos da unidade da Igreja ou do Corpo de Cristo, há pelo menos dois textos bíblicos fundamentais que precisam ser lembrados. No capítulo 4 da Epístola de Paulo aos Efésios, os versículos 3 a 6 ensinam que a unidade é um presente de Deus, mas é um presente que deve ser conservado, pois pode ser destruído. O texto bíblico diz: “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos”. A unidade é um dom, um presente dado pelo Espírito Santo aos cristãos. A unidade não é um objetivo a ser alcançado, pois há um só Deus e Pai de todos, uma só fé e um só batismo. Mas a unidade pode ser conservada. Isso significa que ela pode ser perdida.

O texto pode ser considerado até chocante, quando pensamos no quadro do cristianismo dos nossos dias. A divisão das igrejas, a competição entre muitas denominações, o desentendimento entre líderes, tudo isso parece indicar que a unidade da Igreja não existe e que ela deve ser buscada. Mas quando olhamos com cuidado para o texto bíblico, vemos que ele nos lembra: é preciso fazer “tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união (unidade) que Cristo dá”. Embora a unidade seja um dom, um presente que Deus dá, ela pode ser perdida. Por isso mesmo, precisa ser conservada. Há uma tensão presente no texto, uma verdade paradoxal, com a qual temos de lidar no nosso dia a dia.

O outro texto bíblico muito conhecido que fala sobre a unidade é a oração sacerdotal de Jesus. Ela está registrada no capítulo 17 do Evangelho de João. Nos versículos 21 a 23, o texto bíblico diz: “E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste. A natureza divina que tu me deste eu reparti com eles a fim de que possam ser um, assim como tu e eu somos um. Eu estou unido com eles, e tu estás unido comigo, para que eles sejam completamente unidos, a fim de que o mundo saiba que me enviaste e que amas os meus seguidores como também me amas”. Jesus fala da unidade que há dentro da Trindade e diz que essa unidade deve estar também com os discípulos. Mas a unidade tem uma consequência prática, que é repetida duas vezes nesses versículos: “Para que o mundo creia…”, ou: “A fim de que o mundo saiba…”. A falta de unidade do povo de Deus dificulta que as pessoas cheguem à fé. Ela é um escândalo que provoca a descrença.

3.  Diversidade na unidade   -   O partidarismo era um dos piores problemas da igreja local em Corinto. Em defesa da unidade, Paulo não poupa os partidos existentes dentro daquela comunidade. Ele deixa bem claro o fato de que Cristo é tudo em todos e deve ser o único a ser honrado de forma unânime.  Os coríntios eram um povo grego. E os gregos adoravam debates. Pode até ser que, a princípio, os partidos dentro da igreja (pró-Paulo, pró-Apolo, pró-Pedro e pró-Cristo) tenham surgido de forma inocente, baseada apenas no contraste dos estilos retóricos dos pregadores. O problema é que a avaliação deles era segundo os critérios do mundo. Toda avaliação dos obreiros da igreja segundo os critérios “mundanos” conduz á contendas e divisões. Assim como Paulo, temos que rejeitar que a igreja se baseie em nossa própria popularidade, dons e talentos.   A febre não é um mal do organismo enfermo, é apenas o sintoma de um problema maior: a infecção. Que uma vez tratada, a febre desaparece. Da mesma forma a falta de unidade na igreja, as divisões em nosso meio são apenas sintomas de uma questão mais profunda: a imaturidade espiritual.

É a nossa imaturidade que nos torna carnais, pois, passamos a viver em função do “ego”, não em função do Reino de Deus. O texto de 1 Coríntios 3.1-9, comunica três princípios:

  1. A obra é de Deus, não nossa. No Reino de Deus não há menor nem maior. Somos todos cooperadores de um único Deus que não faz acepção de pessoas.
  2. Somos cooperadores uns dos outros, não concorrentes. No Reino de Deus, cada um é recompensado segundo as suas próprias obras realizadas em função do todo, o Corpo de Cristo.
  3. A obra de Deus não depende tão-somente do que sou e tenho, depende essencialmente de Deus. Um semeia, outro colhe, mas a glória de tudo pertence a Deus.

O maior interessado na unidade da Igreja é o próprio Senhor Jesus. Mas todos nós temos a obrigação de nos esforçarmos para superarmos toda e qualquer questão que venha comprometer a unidade da Igreja. O Espírito Santo pode nos ajudar neste propósito, desde que não impeçamos a Sua ação entre nós.

Nossa responsabilidade, como cooperadores na edificação da Igreja, é defender a unidade do Corpo. Somos responsáveis pela maneira como construímos a Igreja de Deus. O apóstolo Paulo chega a comparar a qualidade de nosso trabalho com certos materiais de construção (1 Co 3.12).

Todos desempenhamos funções igualmente valiosas em benefício do Reino. Não importa o resultado da colheita. Todos estamos em pé de igualdade. Então, o que temos que fazer? Construir sobre o fundamento capaz de sustentar o edifício utilizando bons materiais! Se o material utilizado for de qualidade (ouro, prata e pedras preciosas) será aprovado e recompensado; se for de categoria inferior (madeira, feno e palha), haverá juízo e não receberá recompensa do Senhor.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo das Profecias

Livro de Apoio, O Corpo de Cristo - Origem, Natureza e Vocação da Igreja no Mundo. Editora CPAD.

https://www.estudos-biblicos.net/andaremespirito.html

https://ipbvit.org.br/2015/08/11/os-perigos-que-ameacam-a-unidade-da-igreja/#:~:text=O%20perigo%20do%20mundanismo%20na,de%20Cristo%20(Fp%203.18).

https://www.sbb.org.br/artigos/o-dificil-caminho-da-unidade-da-igreja

https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/series/serie-unidade/construindo-a-unidade-na-diversidade/



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