Seja um Patrocinador desta Obra.

SEJA UM ALUNO ASSÍDUO NA EBD. Irmãos e amigos leitores, vc pode nos ajudar, através do PIX CHAVE (11)980483304 ou com doações de Comentários Bíblicos. Deste já agradeço! Tenham uma boa leitura ___ Deus vos Abençoe!!!!

sexta-feira, 10 de março de 2023

LIÇÃO 12 - VIVENDO NO ESPÍRITO.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

  


                    TEXTO ÁUREO

"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." (GL 5. 22)


                VERDADE PRÁTICA

O avivamento espiritual traz uma realidade de vida no Espírito.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: GL 5. 19-25


                        INTRODUÇÃO


Em relação à vida espiritual, só existem dois tipos de crentes: o crente espiritual e o crente carnal. E existe uma grande diferença entre o cristão que é espiritual e o carnal. O espiritual anda “em espírito” (Gl 5.16a) e procura viver de acordo com o fruto do Espírito (Gl 5.22-25); o crente carnal, às vezes, tem aparência de santidade, mas a sua vida demonstra que ele é conduzido pelas “obras da carne” (Gl 5.19-21). A igreja de Corinto foi fundada por Paulo na sua segunda viagem missionária. Como bom missionário, ele procurou proclamar o evangelho de Cristo àquele povo, que vivia numa cidade cosmopolita e comercial do seu tempo. Talvez pelas riquezas obtidas com o seu comércio, os coríntios tornaram-se uma sociedade que cultivava a libertinagem e o desregramento moral, típico das grandes metrópoles antigas, que não conheciam a mensagem do evangelho, mas Paulo, chamado por Deus para ser, um grande evangelista e pastor, pregou o evangelho na unção e poder do Senhor.     Foi tão grande o impacto da obra missionária desenvolvida por Paulo que a igreja de Corinto tornou-se exemplo de comunidade cristã cheia do Espírito Santo. É a única no Novo Testamento em que os crentes tinham no seu meio todos os nove tipos de dons espirituais. Na sua mensagem, no primeiro capítulo da sua carta aos coríntios, Paulo diz que sempre dava graças a Deus por eles:    “Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento (como foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós). De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1.5-7).   Na sua formação inicial, os coríntios abraçaram a fé em Cristo com grande fervor. Eles nasceram sob um avivamento espiritual que não fora visto em outras igrejas fundadas por Paulo tanto na palavra, quanto no conhecimento e na busca pelos dons espirituais.      Não demorou muito, e o clima espiritual da igreja arrefeceu, e um clima de carnalidade jamais imaginado para uma igreja tão rica da graça e do conhecimento de Cristo desenvolveu-se entre eles (2Pe 3.18). Paulo tomou conhecimento de que havia desunião, intriga e dissensões entre os coríntios. Havia quem dissesse: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (1Co 1.12b-13).      Provavelmente, na ausência de Paulo, durante algum tempo —pois ele era um evangelista e pastor que precisava dar atenção a outras igrejas —, os crentes de Corinto não tiveram um bom ensinamento bíblico sobre o comportamento do verdadeiro cristão.     Prova disso é que, no capítulo 3 da sua primeira epístola à igreja de Corinto, Paulo, sem dúvida, com sentimento de frustração, escreveu-lhes: E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais? Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. (1Co 3.1-7).    No exemplo da igreja em Corinto, podemos ver a diferença entre crentes espirituais e crentes carnais. No início da sua história cristã, os coríntios eram espirituais, tinham paz, conhecimento da Palavra, tinham todos os dons espirituais manifestados no meio deles e, como cristãos avivados que eram, esperavam a vinda de Jesus, “a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1.7). Crentes espirituais são beneficiados com grandes bênçãos da parte de Deus. Eles andam em Espírito e não andam conforme as concupiscências da carne (Gl 5.16); eles possuem, além dos dons espirituais, o fruto do Espírito: “[…] amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22).


                I.    A VIDA NO ESPÍRITO

1.    Andando em Espírito   -   O apóstolo Paulo identificou dois grandes perigos que atacavam as igrejas da Galácia. O primeiro é passar da liberdade para a escravidão (5.1), e o segundo implica transformar a liberdade em licenciosidade. Nos versículos 13 a 15, Paulo enfatizou que a verdadeira liberdade cristã se expressa no autocontrole, no serviço de amor ao próximo e na obediência à lei de Deus. A questão agora é: Como essas coisas são possíveis? E a resposta é: Pelo Espírito Santo. Só ele pode manter-nos verdadeiramente livres.     Encontramos em Gálatas cerca de quatorze referências ao Espírito Santo. Quando cremos em Cristo, o Espírito passa a habitar dentro de nós (3.2). Somos “nascidos segundo o Espírito”, como Isaque (4.29). E o Espírito no coração que nos dá a certeza da salvação (4.6); e é o Espírito que nos capacita a viver para Cristo e a glorificá-lo (5.16,18,25).    A vida cristã é um campo de batalha. Trava-se nesse campo uma guerra sem trégua entre a carne e o Espírito. O Espírito e a carne têm desejos diferentes, e é isso o que gera os conflitos.    Destacamos aqui três pontos importantes.     Em primeiro lugar, como vencera batalha interior. “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (5.16). A “carne” representa o que somos por nascimento natural, e o “Espírito”, o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. A carne tem desejos ardentes que nos arrastam para longe de Deus, pois os impulsos da carne são inimizade contra Deus. Os desejos da carne levam à morte. A palavra grega epithumia, traduzida por “concupiscência”, é geralmente usada no sentido de ansiar por coisas proibidas. A única maneira de triunfar sobre esses apetites é andar no Espírito. Se alimentarmos a carne, fazendo provisão para ela, fracassaremos irremediavelmente. Porém, se andarmos no Espírito, jamais satisfaremos esses apetites desenfreados da carne.    Adolf Pohl diz que todos os povos conhecem bem a ideia de que a vida é como um caminho que precisa ser trilhado.    O movimento básico da vida humana, portanto, é o passo da caminhada. Trata-se de mais do que um mecânico “esquerda-direita, esquerda-direita”. Todo caminho inclui um “de onde” e um “para onde”. Podemos desviar-nos do caminho. Assim o “andar” constitui um movimento com sentido, direção e, por conseguinte, qualidade. Da parte da carne surgem pressões transversais. Contra elas Paulo faz valer agora forças pneumáticas. Andem no Espírito.   A carne tem uma inclusão para aquilo que é sujo.     Somente pelo Espírito de Deus podemos caminhar em santidade. Warren Wiersbe ilustra isso da seguinte maneira: A ovelha é um animal limpo, que evita a sujeira, enquanto o porco é um animal imundo, que gosta de se revolver na lama (2Pe 2.19-22). Depois que a chuva cessou e que a arca se encontrava em terra firme, Noé soltou um corvo, mas a ave não voltou (Gn 8.6,7). O corvo é uma ave carniceira, portanto deve ter encontrado alimento de sobra. Mas, quando Noé soltou uma pomba (uma ave limpa), ela voltou (Gn 8.8-12). Quando soltou a pomba pela última vez e ela não voltou, Noé soube, ao certo, que ela havia encontrado um lugar limpo para pousar e que, portanto, as águas haviam baixado. A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre procurando algo imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e a pomba, ansiando por aquilo que é limpo e santo.

2.    Por que andar em Espírito?   -  Justificados por Deus por intermédio de Cristo, estamos livres da condenação. A justificação é um ato legal e forense de Deus a nosso respeito. Porque estamos livres do casamento com a lei (7.1-4), já que morremos e ressuscitamos com Cristo, a penalidade da lei foi cumprida, a justiça foi satisfeita e agora não pesa mais sobre nós nenhuma culpa.    A condenação do pecado que deveria ter caído sobre nós caiu sobre Cristo, que morreu em nosso lugar e em nosso favor. Agora, pois, estamos quites com a lei e com a justiça divina diante do seu justo tribunal. Ninguém nos pode acusar porque é Deus quem nos justifica (8.33). Ninguém nos pode condenar, pois Cristo morreu, ressuscitou, está à destra de Deus e intercede por nós (8.34). O resultado disso é nenhuma condenação.    William Greathouse diz que “condenação” aqui é mais que uma absolvição judicial. John Murray aponta que “nenhuma condenação” se refere à libertação não apenas da culpa, mas também do poder escravizante do pecado.    De acordo com F. F. Bruce, a palavra grega katakrima, “condenação”, não significa provavelmente condenação, mas a punição que se segue à sentença. Assim, não há razão para nós, que estamos em Cristo, continuarmos fazendo trabalhos forçados penais, como se nunca tivéssemos sido perdoados e libertados da prisão do pecado.    Digno de nota é o fato de que somos justificados não pelas obras da lei, mas pela obra de Deus em Cristo. Não são as nossas obras que nos salvam, mas a obra de Cristo na cruz por nós. Desde que a lei foi cumprida e a justiça satisfeita, Deus nos declara inocentes, inculpáveis e salvos.      Embora a santificação esteja presente em todo o capítulo 8 de Romanos, seu ponto nevrálgico é a garantia da salvação.     Paulo começa com “nenhuma condenação” (8.1) e termina com “nenhuma separação” (8.39), em ambos os casos referindo-se àqueles que “estão em Cristo Jesus”.    Em segundo lugar, a explicação perfeita (8.2). Na antiga ordem estávamos sujeitos à lei do pecado e da morte, e nesse tempo o fruto que colhíamos era a escravidão; mas agora estamos debaixo da lei do Espírito da vida e o resultado é a libertação. Se a ênfase do versículo 1 era nenhuma condenação, a ênfase do versículo 2 é nenhuma escravidão.    Conforme F. F. Bruce, a velha escravidão da lei foi abolida; o Espírito introduz os crentes numa nova relação como filhos de Deus, nascidos livres.   A vida no Espírito não é uma obediência exterior a um código produtor de morte, mas também não é um misticismo disforme sem relação com a vontade revelada de Deus. De que fomos libertados? Da lei do pecado e da morte. Como fomos libertados? Pela lei do Espírito de vida. O Espírito é o doador da vida física e espiritual.    E ele quem nos vivifica, nos regenera e nos dá o novo nascimento. E ele quem nos comunica a vida de Deus e esculpe em nós o caráter de Cristo. John Murray diz que a “lei do Espírito de vida” é o poder do Espírito Santo agindo em nós para nos tornar livres do poder do pecado, que conduz à morte.

3.    Como andar em Espírito?    -    […] o Espírito Santo nos orienta como filhos de Deus (8.14). Paulo nos ensina duas grandes verdades aqui.

A primeira é que a paternidade de Deus não é universal.    Nem todos os seres humanos são filhos de Deus, uma vez que só aqueles guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. A segunda verdade é que a paternidade de Deus é real e experimental, uma vez que podemos ter garantia de que, se somos guiados pelo Espírito de Deus, verdadeiramente somos filhos de Deus.     O Espírito Santo não apenas habita em nós e nos capacita a triunfar sobre o pecado, mas também nos toma pela mão e nos guia, dirige, impele pelo caminho da obediência.     O Espírito Santo nos constrange e nos compele a viver como filhos de Deus. Assim, não apenas nos tornamos membros da família de Deus, mas também agimos como tal. Não apenas somos adotados como filhos de Deus, somos também orientados a viver como seus filhos. Isso não significa que o Espírito Santo coage, intimida ou violenta, tirando de nós, nossa liberdade de escolha. O que ele faz é nos iluminar e nos persuadir, com sua doçura e poder.     O Espírito não nos aponta o caminho que devemos seguir como um vendedor de mapas; ele nos toma pela mão e nos guia como um beduíno no deserto que caminha com os viajantes pelos montes alcantilados e pelos vales profundos, conduzindo-os ao destino desejado.


                II.    O CONFRONTO ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

1.   Carne x Espírito    -    O Espírito Santo em nós assegura a nossa total redenção e modificação futura. Embora tenhamos uma vida nova em Cristo, nós ainda temos uma mente e um corpo inclinados à rebelião e seduzidos por desejos pecaminosos.    Devemos resistir a estes desejos.     Frequentemente, nós sentimos resistência quando seguimos a orientação do Espírito.    Satanás tem servido como um persistente professor de rebelião, e a humanidade tem tido séculos de prática. Qualquer que seja o caminho que escolhermos, ouviremos os sussurros da oposição – as nossas escolhas nunca estão livres deste conflito. Sempre que decidirmos fazer o que o Espírito Santo nos instrui, podemos esperar que a nossa natureza pecadora se inflame em oposição. Quando decidimos transmitir o Evangelho, a nossa natureza humana pecadora nos faz sentir tolos.     Quando decidimos nos comprometer com algum serviço, os maus desejos nos atrapalham, tentando retardar a orientação do Espírito.      E, ao contrário, sempre que seguimos a nossa natureza humana pecadora, nós recebemos (pela nossa consciência, pela Palavra de Deus, ou mesmo por outros crentes) lembretes para não seguir estes desejos pecaminosos. Os verdadeiros crentes percebem o poder mortal do pecado.     Já não sendo mais seu senhor, o pecado agora ataca como um inimigo poderoso. Estas duas forças se opõem uma à outra constantemente.       Os desejos pecaminosos ainda explodem, como forças de guerrilha, atacando-nos quando menos esperamos.

2.    As obras da carne   -    Paulo comparou as obras da carne com as obras da vida cheia do Espírito, em 5.19-21 e 5.22,23. Os pecados da lista de Paulo classificam-se em quatro categorias. Estes pecados em particular eram especialmente habituais no mundo pagão, e os gálatas os teriam compreendido prontamente.    Com poucas exceções, nós podemos também reconhecer estes pecados como presentes na nossa época atual.      Na primeira categoria, são mencionados três pecados sexuais;

  • Prostituição – qualquer forma de relação sexual ilícita. A palavra serve para destacar o comportamento sexual proibido entre as pessoas ou a participação indireta como um espectador.
  • Impureza – a impureza moral. Talvez nenhum ato sexual tenha ocorrido, mas a pessoa exibe uma grosseria e uma insensibilidade em questões sexuais que ofende aos demais. Um exemplo hoje seria o uso excessivo de humor sexual (ou o que se supõe que seja humor), em que as pessoas fazem declaração com um duplo sentido sexual.
  • Lascívia — uma indulgência franca e excessiva quanto a pecados sexuais. A pessoa não tem sentimento de vergonha nem moderação. Este é o resultado da imoralidade e da impureza sexual.       Os dois pecados a seguir são pecados religiosos característicos da cultura pagã.      Idolatria – adoração de ídolos pagãos.   A pessoa cria substitutos para Deus e então os trata como se fossem Deus.    Esta pessoa está se entregando a desejos humanos pecaminosos.     Feitiçarias (ou participação em atividades demoníacas) — envolvimento com os poderes malignos, usando, às vezes, poções e venenos. Na idolatria, o indivíduo age submissamente com relação ao mal; na atividade demoníaca, o indivíduo é um agente ativo que serve aos poderes malignos.    Os oito pecados seguintes dizem respeito ao comportamento com relação às pessoas (relações interpessoais) que é motivado por desejos pecaminosos. E triste notar, mas muitos destes pecados são frequentemente vistos nas nossas igrejas hoje.    Inimizades – uma situação de inimizade constante entre grupos.    Isto pode ser um conflito real e não solucionado, cuja causa já foi esquecida, mas que resultou em muita amargura.     Porfias – competição, rivalidade, conflitos amargos — as sementes e o fruto natural do ódio.   Emulações (ou ciúmes) — o sentimento de ressentimento de que alguém tenha o que outro acha que merece.        Iras – raiva egoísta. A forma plural transmite o significado de um comportamento contínuo e descontrolado.      Pelejas (ou ambição egoísta) – a abordagem à vida e ao trabalho que tenta progredir à custa dos demais.      Não somente pode se referir ao que chamamos de “vício de trabalho”, como também pode implicar em uma atitude mercenária, agressiva em relação aos demais, na busca dos próprios objetivos.     Dissensões – fortes desentendimentos ou discussões. A situação que pode se instalar rapidamente entre as pessoas quando prevalece uma atitude desagradável.   Heresias (ou o sentimento de que todos estão errados, exceto os do seu pequeno grupo) – a dissensão criada entre as pessoas por causa de divisões.   Isto descreve a tendência de procurar aliados no meio do conflito. A geração quase espontânea de facções demonstra esta característica dos desejos humanos pecaminosos.   Invejas — o desejo de possuir alguma coisa dada a outro ou conseguida por ele; ou até mesmo a lógica corrompida que grita: “Injusto!”, com respeito às circunstâncias de outra pessoa, e expressa o seguinte desejo; “Se eu não posso ter isto, eles não deveriam poder também!”      Finalmente, Paulo relaciona dois pecados, comuns às culturas pagãs, que estão frequentemente conectados com os rituais de adoração de ídolos;    Bebedices – o uso excessivo de vinho e bebidas fortes.   Glutonarias (ou “farras”) – “festas” com muita bebida, frequentemente cheias de promiscuidade sexual, eram associadas com as festividades para alguns deuses pagãos. Os banquetes em honra a Baco eram particularmente infames pela sua imoralidade.      E coisas semelhantes a estas – Paulo acrescentou um “etc.”, para mostrar que a lista não estava, de maneira nenhuma, completa.    Os que cometem tais coisas” refere-se ao modo de vida das pessoas que habitualmente exibem estas características. Isto não quer dizer que os crentes que cometerem algum destes pecados irão perder a sua salvação e a sua herança.  Mas as pessoas que habitualmente exibem estas características se revelam escravizadas à natureza humana pecaminosa. Elas não são filhos de Deus; consequentemente, não podem participar da herança do reino de Deus. As pessoas que aceitaram Cristo e que têm o Espírito Santo dentro de si mesmas manifestarão esta nova vida, rompendo claramente com os pecados que foram listados acima, bem como com outros que sejam semelhantes.


                III.     O AVIVAMENTO PELO FRUTO DO ESPÍRITO

1.   O Fruto do Espírito   -   […] o Espírito produz em nós o seu próprio fruto. “… o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (5.22,23). Segundo Juarez Marcondes Filho, o fruto do Espírito não pode ser criado artificialmente nem pode ser simulado.   Ninguém frutificará alheio à operação do Espírito Santo. Vale ressaltar que Paulo não fala de frutos, mas do fruto. Essas nove virtudes são como que gomos de um mesmo fruto. Não podemos ter um fruto e ser desprovidos de outros. As nove virtudes produzidas em nós pelo Espírito podem ser classificadas em três áreas: 1) a atitude do cristão para com Deus; 2) a atitude do cristão para com outras pessoas; e 3) a atitude do cristão para com ele mesmo.

2.    Os nove aspectos do Fruto do Espírito (GL 5.22)    -   Caridade – Amor Ágape

O Dicionário Aurélio, traduzindo a palavra caridade, diz que: “No vocabulário cristão, o amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus; ágape, amor-caridade. Benevolência, complacência, compaixão.

Beneficência, benefício; esmola. Rel. Uma das virtudes teologais”. A palavra caridade (gr. agape) tem sofrido um desgaste em relação ao seu sentido inicial. Em termos modernos, tem sido empregada como sinônimo da prática de filantropia, dar esmolas, ajudar os carentes.   É um sentido pobre para o seu verdadeiro significado. Ao ser utilizada nas traduções bíblicas mais antigas, a palavra tinha o sentido do verdadeiro amor, como sinônimo do amor ágape, que é o amor de Deus no coração do homem. É nesse sentido que tomamos o termo caridade em Gálatas 5.22.    Um cristão sincero demonstra na sua vida que possui essa caridade, ou o amor de Deus, infundido pelo Espírito Santo no interior do ser e cultivado no seu testemunho cotidiano. Podemos dizer que caridade é o amor em ação. Diz Paulo: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef 5.1-2). O apóstolo pede aos efésios que a sua “caridade aumente mais e mais […]” (Fp 1.9). Os obreiros têm a árdua missão de liderar todo tipo de ovelhas, desde as mais fortes às mais fracas; desde as obedientes às mais complicadas. É preciso ter amor.     O apóstolo João bem exprime o sentido do fruto do Espírito, caridade. Diz ele: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é caridade” (1 Jo 4.7,8). “Deus é caridade”. Eis a razão por que não podemos confundir a caridade, como fruto do Espírito, de maneira simplista, com o dar esmolas ou praticar outros atos de generosidade ou filantropia. Estes são necessários, mas o fruto da caridade é muito mais amplo, visto que “Deus é caridade”: “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é caridade e quem está em caridade está em Deus, e Deus, nele” (1 Jo 4.16).    Sem caridade (amor), até os dons espirituais perdem o seu sentido e o seu valor. Ter dom de variedade de línguas, dom de profecia, dom da ciência e outros sem ter caridade não significa nada para Deus (ver 1 Co 13.2,3). Ministério sem caridade nada é diante de Deus. (Rm 5.5; 1 Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).

Gozo (Alegria)

O gozo, ou a alegria (gr. chara), como fruto do Espírito, é de natureza divina, concedida pelo Espírito Santo e demonstrada na vida do cristão fiel. A raiz de uma planta nem sempre é vista, mas o seu fruto aparece sempre no tempo apropriado. Ter a alegria como fruto do Espírito é fundamental para uma vida cristã produtiva e feliz.     Há pessoas em igrejas evangélicas que não demonstram ser alegres. Certamente, tais pessoas não tiverem, ou não têm, a graça para desenvolver uma vida cristã plena da alegria do Senhor.     Quando o crente cultiva esse fruto, este se manifesta na sua face e nas suas atitudes e ações. Um crente alegre irradia contentamento perante os outros.    Em certo lugar, havia um vizinho de uma igreja evangélica que passava todos os dias pela frente do templo, inclusive nas horas de culto. Os que evangelizavam sempre visitavam aquele senhor, mas ele nunca quis fazer a decisão para Cristo. Um dia, porém, inesperadamente, num domingo à noite, ele entrou no templo e ouviu a pregação. No fim do culto, aceitou a Cristo como o seu Salvador. O pastor, muito feliz, foi cumprimentá-lo, dizendo sentir-se alegre por ele ter aceitado a Jesus após ouvir a mensagem da noite.    O visitante, recém-convertido, respondeu: “Pastor, não aceitei por causa da mensagem. Aceitei por causa do sorriso do seu porteiro.    Chamou-me a atenção o fato de ele estar sempre alegre, ali, na porta da igreja. Eu concluí que sendo ele uma pessoa pobre, mas sempre alegre, deveria ser por causa da sua fé. E resolvi aceitar a Jesus”.    A alegria do Espírito é a mesma alegria do Senhor. Diz a Bíblia:    “[…] portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). É essa alegria que dá força ao crente fiel. Se o crente não tem a alegria do Espírito Santo, ele torna-se fraco.     Normalmente, um crente alegre não se desvia e nem se afasta da congregação, muito menos deixa de servir a Deus; mas, quando fica abatido e deprimido por qualquer motivo, a tendência é ficar enfraquecido e desanimar na fé. Assim, é indispensável o crente ter o gozo ou a alegria do Espírito Santo. Onde encontrar essa alegria?     A Bíblia responde: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Quando se trata do obreiro que não demonstra ter essa alegria, tende a cansar-se mais cedo a render menos no ministério, bem como a sofrer sérios problemas emocionais e físicos (Sl 119.16; 2 Co 6.10; 12.9; 1 Pe 1.8).

Paz

A paz, como fruto do Espírito, é aquela paz (gr. eirene) a que se refere Paulo: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7). A paz proveniente do Espírito Santo equivale à paz desejada e difundida no meio do povo de Israel, a Shalom de Deus, ou seja, a paz que não é apenas a expressão de falta de guerra, de pelejas ou de harmonia. A paz de Deus, Shalom, é serenidade, tranquilidade, saúde, harmonia, bem-estar, segurança, provisão e muito mais. Ela difere da “Pax romana”, que propugnava o lema: Si vis pacem parabellum, ou seja, “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. A paz de Deus conduz à paz entre os homens. Quando os anjos anunciaram o nascimento de Jesus, disseram: “[…] paz na terra, boa vontade para com os homens!”.     Não deve haver de maneira alguma quaisquer tipos de disputas ou dissensões no meio do povo de Deus. É lastimável quando se ouve ou se vê que existem obreiros que se envolvem numa disputa pelo poder humano, por cargos e posições em igrejas ou convenções de modo tão agressivo que causa escândalo aos mais simples. Diz a Palavra:     Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. (1Co 1.10).   A paz como fruto do Espírito é indispensável para que o crente seja exemplo para o mundo. Imaginemos o que tem ocorrido em convenções de ministros por esse Brasil. Às vezes, por falta de amor e por falta de paz, há tantas pelejas e tantas dissensões que obreiros mais novos sentem-se escandalizados, imaginando estarem em reunião de disputas de partidos ou de sindicatos. Que Deus nos ajude a ser exemplos dos fiéis em tudo (1 Tm 4.12).

Longanimidade

Como fruto do Espírito, longanimidade (gr. makrothumia) é a paciência para suportar as ofensas e os defeitos dos outros. Pode também ser perseverança e disposição para evitar a ira e o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1). Com a longanimidade, o crente demonstra compreensão com os que erram, mesmo não concordando com as suas faltas. Deus é longânimo. Criticando a impenitência dos judeus, Paulo disse: “Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Rm 2.4; 9.22).     Pedro ressalta a longanimidade de Deus: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).     A longanimidade é uma qualidade necessária a todos os salvos, mas principalmente àqueles que são líderes na igreja do Senhor.   Paulo exorta os obreiros a serem exemplo na longanimidade (2Co 6.6). Sem essa virtude, muitos homens de Deus sofrem terríveis desgastes nos seus ministérios, por não terem paciência com os fracos, com os trabalhosos, com os errados, com os que não têm condições espirituais para atenderem às expectativas da liderança.    Nos dias presentes, há obreiros que não têm condições de suportar os desafios impostos por comportamentos muitas vezes estranhos, que contrariam normas ou regras estabelecidas no passado. Não nos referimos a ter longanimidade com o pecado, mas, sim, a termos compreensão com os que erram. Deus tem longanimidade para conosco, e isso é resultado do seu amor. Nós, obreiros, também precisamos ser pacientes com todos. Diz a Bíblia:    Rogamos-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes para com todos” (1 Ts 5.14).

Benignidade

É a qualidade daquele que é benigno, bondoso, complacente, indulgente e perdoador. É qualidade indispensável para lidar com a natureza humana, que é sempre imprevisível e sujeita à maldade.    Um servo de Deus, sobretudo um obreiro, jamais deve esquecer-se de ser benigno. A benignidade (gr. chrestotes) constitui-se um dever cristão, além de ser fruto da sua espiritualidade. Exortando os efésios, Paulo alinhou diversos comportamentos que deveriam ser excluídos da vida cristã, tais como a mentira, a ira, o roubo, a amargura, a cólera, a gritaria, a blasfêmia, e concluiu: “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (ver Ef 4.25-32).    Temos um exemplo extraordinário de benignidade no Novo Testamento. Jesus contou a parábola do bom samaritano (Lc 10.25-35). O sacerdote e o levita passaram de largo, vendo o homem caído, ferido, quase à morte, à beira do caminho, mas o samaritano, que era estrangeiro, parou, interessou-se pelo ferido, desceu da sua cavalgadura, cuidou dos ferimentos do homem, transportou-o com cuidado a uma estalagem e despendeu recursos com a sua recuperação. Ele foi benigno. Deus quer que os seus servos sejam benignos, principalmente os que lideram a sua obra.

Bondade

É a qualidade daquele que é bom. Bondade (gr. agathosune) é um aspecto do fruto do Espírito necessário a todos os cristãos. Aos crentes em geral, torna-se qualidade que deve permear todas as suas atitudes. Paulo, falando aos efésios sobre o “fruto do Espírito”, disse: “porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade” (Ef 5.9 – grifo acrescentado). Um obreiro, assim como todo o que é de Deus, tem o dever de ser bom para ser aprovado por Deus. Diz o salmista: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho” (Sl 37.23).      O homem bom é bom com a sua família, no seu casamento, com os seus filhos, com os membros e congregados, com as crianças, com os jovens e adolescentes, com todos na igreja, tanto fora dela como em toda parte. É um homem de bem. É “um santo homem de Deus” (2Rs 4.9): “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro […]” (Mt 12.34b,35a). Essas “boas coisas” podem ser boas palavras, boas mensagens, bons conselhos, boas orientações.

Fé    

Fé, no léxico, é sinônimo de confiança, de crença, em alguém ou em alguma coisa. Como fruto do Espírito, é muito mais do que isso. É confiança absoluta em Deus. É a fé de que fala o escritor aos hebreus quando diz: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Essa fé (gr. pistis) não é a fé natural. Ela é potencializada pelo Espírito Santo no coração daqueles que creem em Deus conforme as escrituras (Jo 7.38). Sem a fé, ninguém agrada a Deus (Hb 11.6), pois a fé confirma a salvação dos crentes (At 16.5); a fé santifica (At 26.18); a fé justifica (Rm 3.28); vive-se pela fé (Rm 1.17); a fé protege o crente (Ef 6.16).      Outras características da fé poderiam ser indicadas. Quando cultivada como fruto do Espírito, todas as características da fé são incrementadas; todos os seus aspectos são destacados; todas as suas potencialidades são aumentadas. O Espírito Santo faz a fé nascer, crescer e ser usada como poderoso instrumento a serviço do Reino. A fé, ativada pelo Espírito Santo, é um elemento poderoso para dar vitória contra o mundo (1 Jo 5.4). Um obreiro sem fé é um obreiro derrotado. Quando o obreiro tem fé, é um vencedor.

Mansidão

É sinônimo de “brandura de gênio ou índole”. Mansidão (gr. prautes) é qualidade daquele que é manso. Dependendo do temperamento, há pessoas que têm dificuldade em ser mansas. Os chamados “sanguíneos” e os “coléricos” têm uma tendência a serem ríspidos, grosseiros, agressivos no relacionamento com os outros. Um cristão não pode deixar-se levar por essa faceta do temperamento. Mansidão, como fruto do Espírito, pode ser conseguida ao longo dos anos no relacionamento com Cristo. Ele é Mestre por excelência em mansidão. Pedro, que era “sanguíneo”, quando viu a turba cercando Jesus, sacou a espada e fez a orelha de Malco cair no chão num golpe certeiro. Ele não era nada manso.       Porém, para espanto de Pedro e de todos os que ali estavam, Jesus calmamente tomou a orelha do homem e imediatamente a repôs no seu lugar. E, numa lição magistral de mansidão, amor, humildade e de poder, também disse: “[…] Mete a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11). Foi na cruz que Jesus demonstrou a sua mansidão sem medida quando esteve ante aos olhares perplexos da multidão e dos seus discípulos. Ele poderia ter pedido fogo do céu sobre os seus algozes, mas exclamou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).     Não é fácil termos condições emocionais para suportarmos uma agressão; todavia, quando o crente tem o fruto do Espírito da mansidão, é capaz até mesmo de dar a outra face ao inimigo (Lc 6.29). Só sendo grandemente forte na graça de Deus é que se é capaz de cumprir esse ensino do Mestre. Poucos obreiros podem fazer isso. É comum usarmos a autoridade ministerial para revidarmos qualquer desfeita. Peçamos a Deus que nos ensine a desenvolver o fruto da mansidão em nossas vidas e em nossos ministérios.

Temperança   

Quer dizer autocontrole, domínio próprio. Temperança (gr. egkrateia) é qualidade elevadíssima no relacionamento com os outros, com situações e fatos diversos na vida de um crente em Jesus. É qualidade de quem é moderado, sobretudo de quem modera apetites ou paixões. A temperança fecha a lista de aspectos ou virtudes do fruto do Espírito. Tanto o homem quanto a mulher de Deus devem demonstrar esse precioso fruto no seu dia a dia. Ele fala de equilíbrio no espírito, na alma e nas emoções. O crente guiado pelo Espírito Santo tem equilíbrio nas atitudes. A Bíblia exorta a que o bispo, ou o pastor, seja temperante (Tt 1.8). A fé do crente deve ter a virtude da temperança (2 Pe 1.6). Os obreiros do Senhor precisam ter temperança em tudo: nos hábitos, nos usos, nos costumes, na oração, na santidade e em tudo na vida.     Parece tão simples, mas há muitos crentes obesos, doentes e estressados, porque não têm a temperança na alimentação; outros se tornam radicais por agirem sem temperança no trato com os problemas da igreja sob a sua responsabilidade. A Bíblia orienta que o fruto da temperança é desejável e indispensável para que o obreiro não se desvie “nem para a direita nem para a esquerda”, conduza-se com prudência, no equilíbrio e no bom senso, obedecendo à Palavra de Deus (Js 1.7). Que o Senhor nos ajude e nos ensine pelo seu Espírito Santo a nos conduzir com temperança.     Os dons não são dados a todos os crentes, mas o fruto do Espírito é produzido e cultivado no coração de todos os que são cheios do Espírito Santo. A conclusão de Paulo sobre o fruto do Espírito é impressionante. Ele afirma incisiva e categoricamente: “Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.23-25).

3.   Contra o Fruto do Espírito, não há lei   -  …Contra estas cousas não há lei… » As leis são baixadas a fim de entravarem e eliminarem o mal; mas as virtudes dignas, como aquelas aqui alistadas, não são proibidas nem pela lei de Deus e nem pelas leis dos homens. Pelo contrário, as autoridades e as leis louvam o indivíduo agraciado por essas virtudes. A lei de Deus exige tais virtudes, longe de mostrar-se contra elas. No entanto, elas nos são oferecidas e implantadas, dentro do sistema da graça divina, através da fé, vitalizada pelo amor.    A lei de Deus, pois, mostra-se em favor do virtuoso, e não contra ele; mas a lei de Deus não tem o poder de produzir essas virtudes no indivíduo. O «conhecimento» dessas virtudes não está fora do alcance da lei; mas o «perfazê-las» na experiência real, transcende ao poder do princípio legal. O apóstolo dos gentios já havia demonstrado que isso é uma verdade; e parece que isso faz parte do significado dessa expressão, ou, pelo menos, parece que isso fica subentendido. O que é produzido pelo Espírito de Deus, dentro do sistema da graça divina, jamais poderia ser condenado pela lei dê Deus.   Pelo contrário, tal fruto será sempre elogiado pela lei, ordenado por ela. Os elementos tendentes para o legalismo, pois, que realmente se interessem pela santidade, deveriam submeter-se àquilo que é elogiado pela lei.



Ajude esta obra...
Código do PIX
Banco Mercantil do Brasil




AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

CANAL YOUTUBE:  PB. JUNIO|PROFºEBD >> Se inscreva em nosso canal... Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do PIX 11980483304 

Chave do PIX
Banco Mercantil do Brasil





               





         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Romanos, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2.

Comentário Bíblico GALATAS, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos. 

Comentário Bíblico N. T Interpretado versículo por versículo Russell N. Champlin- Editora Hagnos.

https://professordaebd.com.br/12-licao-1-tri-23-vivendo-no-espirito/

sexta-feira, 3 de março de 2023

LIÇÃO 11 - O AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

 



                        TEXTO ÁUREO

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." (MC 16. 15, 16)


                    VERDADE PRÁTICA

Neste tempo marcado pela falta de fé, a Igreja só pode cumprir a sua missão se estiver imersa no avivamento espiritual.


          LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: MC. 16. 14-20



                            INTRODUÇÃO

Já vimos no capítulo 5 que a Igreja era conhecida nos seus primórdios pelo seu dinamismo, evangelização e discipulado no cuidado com os necessitados. Tudo isso foi resultado do grande avivamento produzido pelo movimento do Pentecostes a partir do cenáculo, quando aqueles 120 irmãos receberam o batismo no Espírito Santo. Depois que foram revestidos de poder, os discípulos nunca mais foram os mesmos em obediência a Cristo. Se antes já tinham o desejo de evangelizar, depois do Pentecostes foram cheios de um poder sobrenatural. Avivados espiritualmente, os apóstolos abalaram o Império Romano e perturbaram os judeus, que não perceberam que um novo tempo havia chegado para Israel e para o mundo.       O impacto do avivamento espiritual foi tão grande que causou inveja aos inimigos do evangelho. Depois da cura de um coxo de nascença na porta chamada Formosa (At 3), houve um tremendo alvoroço em Jerusalém. A multidão viu o homem, que era um pedinte conhecido, levantar-se e sair pulando no Templo, glorificando a Deus. A cidade ficou alvoroçada ao tomar conhecimento daquele grande milagre operado por Deus por intermédio de Pedro e João “em nome de Jesus Cristo, o Nazareno” (At 3.6).      Logo depois do Pentecostes, quando Pedro levantou-se cheio do Espírito Santo e explicou o significado daquele movimento espiritual, quase 3 mil almas aceitaram a Cristo como o seu Salvador (At 2.41).    Com sinais, prodígios e maravilhas, os apóstolos pregavam com grande poder, como prova da aprovação de Deus ao seu ministério.    A obra da evangelização da Igreja depois do Pentecostes começou de maneira dinâmica e eficaz: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (Mc 16.20). Foi a proclamação da mensagem de Cristo, com demonstrações de sinais e prodígios feitos por Deus.      Isso não pode ser diferente nos dias de hoje. A igreja precisa do mesmo poder do Espírito Santo para cumprir a sua missão tanto em termos locais quanto regionais e transculturais. A situação do mundo hoje está muito pior em termos de incredulidade do que no tempo dos apóstolos. A incredulidade aumentou assustadoramente.     Cumpre-se o que Jesus disse no seu sermão: […] Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? (Lc 18.8b). Além da falta de fé por parte da maioria da humanidade, ainda existe a fé deturpada, cheia de enganos e mistificações, nas pregações de falsos apóstolos, falsos profetas e falsos pastores, que inventam diversas doutrinas para enganar as pessoas que não conhecem a Palavra de Deus. Há uma confusão terrível causada pelas mensagens distorcidas de certas igrejas que, em lugar de pregarem o verdadeiro evangelho de Cristo, anunciam “outro evangelho” (2Co 11.4; Gl 1.6,8).      Diante dessa realidade espiritual confusa, de incredulidade e falsas doutrinas, a igreja precisa mais do que nunca ser cheia do Espírito Santo. Os crentes precisam buscar o batismo no Espírito Santo para que, individualmente e com as suas famílias, possam participar de igrejas cheias do poder de Deus. Sem esse poder, a missão da Igreja fica comprometida e fragilizada; mas com a unção do Espírito Santo, pode experimentar o que Jesus prometeu: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).      Por incrível que possa parecer, grande parte do mundo ainda não ouviu o evangelho de Cristo. Mesmo com a Internet, as redes sociais, além dos meios de comunicação de massa, há países em que o povo não ouve falar de Deus ou de Jesus. Nos países comunistas, como a China e a Coreia do Norte, os governantes são verdadeiros agentes a serviço do Diabo, pois proíbem até mesmo as pessoas de conectar à Internet, além de monitorarem os telefones para ver se há algum tipo de aplicativo que se refere a Deus, a Cristo ou à Bíblia. Eles ficam apavorados! Têm medo de que o cristianismo seja aceito e progrida nos seus países. A igreja na China, mesmo as igrejas nos lares, tiveram um crescimento extraordinário. O comunismo tremeu. O tirano ateu e comunista mandou passar o trator por cima de mais de 400 templos em poucos anos para eliminar qualquer vestígio da cruz de Cristo, mas os seus dias estão contados. O Juízo Final já está preparado.    Enquanto isso, o “Ide” de Jesus continua altissonante para os seus seguidores na sua Igreja: (Mc 16.14-16).   A ordem de Jesus para a evangelização dos povos “por todo o mundo” já sofreu revezes e retrocessos lamentáveis. Nações que nasceram sob a bênção de Deus, como os Estados Unidos, há anos assistem a decadência das igrejas evangélicas. Muitas fecharam os seus templos, outrora cheios de crentes, e foram vendidos para comércio, restaurantes, etc. Na Europa, a situação é pior. Grandes catedrais, que abrigaram milhares de cristãos, foram vendidas e tornaram-se bares, discotecas, restaurantes, casas de danças e até mesquitas muçulmanas!    Por isso, é indispensável, urgente e imperioso que os crentes em Jesus, que ainda amam a Deus, a Cristo e à sua Palavra, busquem o avivamento espiritual diuturnamente, como clamou Habacuque: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2). Sem um poderoso avivamento, a missão da Igreja será frustrada. Não poderá fazer missões no âmbito local, regional e muito menos transcultural. Existe, contudo, uma solução: (2Cr 7.14)


                I.    O AVIVAMENTO APÓS A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1.   O desânimo dos discípulos   -   Nesse trecho, temos um breve relato de duas das aparições de Cristo, e da pouca credibilidade que a notícia delas obteve junto aos discípulos.     Ele apareceu a Maria Madalena, a ela, primeiro, no jardim, do que temos uma narrativa especial em João 20.14. Foi dela que o Senhor expulsou sete demônios; muito lhe foi perdoado, e muito lhe foi dado e feito por ela, e ela muito o amou. Jesus lhe concedeu esta grande honra: ela foi a primeira que o viu depois da sua ressurreição.    Quanto mais nos apegarmos a Cristo, e quanto mais próximos dele quisermos ser, mais cedo poderemos esperar vê-lo, inclusive aprendendo mais a seu respeito.   Ela traz aos discípulos a notícia do que tinha visto; não somente aos onze, mas aos demais que o seguiam, os quais estavam tristes e chorando (v. 10).      Esse era o momento do qual Jesus lhes tinha falado, em que eles chorariam e se lamentariam (Jo 16.20). Esta era, sem dúvida, uma evidência do grande amor que eles tinham por Jesus Cristo, e do profundo sentimento de tristeza que tomou conta deles devido à morte do Senhor.    Mas quando os seus lamentos tinham durado uma ou duas noites, o consolo retornou, como Jesus tinha prometido; outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará (Jo 16.22). Melhor notícia não poderia ser trazida aos discípulos que estavam em lágrimas, do que a da ressurreição de Jesus Cristo. E nós devemos nos empenhar em consolar os discípulos que se lamentam, transmitindo-lhes as nossas experiências, e aquilo que nós já vimos em Cristo.   Eles não conseguiram acreditar nas notícias que ela lhes trazia. Eles ouviram que Jesus vivia e que tinha sido visto por ela. A história era suficientemente plausível, e ainda assim eles não acreditaram. Eles não diziam que ela tinha inventado essa história, ou planejado enganá-los; mas temiam que ela estivesse impressionada, e que o fato de ela ter visto o Senhor não passasse de uma fantasia, se eles tivessem acreditado nas frequentes predições da ressurreição do Senhor, que Ele mesmo lhes fez, não estariam então tão descrentes acerca dessa notícia.     Ele apareceu a dois dos discípulos, que iam para o X campo (w. 12). Isto se refere, sem dúvida, àquilo que está narrado com mais detalhes em Lucas 24.13ss., sobre o diálogo que houve entre Jesus e os dois discípulos que iam a Emaús. Aqui está escrito que Ele se manifestou a eles em outra forma, com roupas diferentes das que usava normalmente, vestido como um viajante.    Observe que no jardim, com outras roupas, Maria Madalena o confundiu com o jardineiro; mas o fato de que Ele tinha realmente a sua própria aparência, fica evidente pela informação de que os olhos deles estavam como que fechados, para que não o reconhecessem. E quando os seus olhos foram abertos, eles o reconheceram imediatamente (Lc 24.16-31). Então:      Essas duas testemunhas deram o seu testemunho como prova da ressurreição de Cristo: “indo estes, anunciaram-no aos outros” (v. 13). Estando satisfeitos, eles estavam desejosos de dar aos seus irmãos a mesma satisfação que tinham tido, para que pudessem ser consolados como eles tinham sido.        O testemunho deles não obteve a credibilidade de todos: “Nem ainda estes creram”. Eles suspeitaram que os olhos dos dois discípulos também os tinham enganado.      Havia uma sábia providência nisso. As provas da ressurreição de Jesus Cristo foram apresentadas gradualmente, e, desta forma, aceitas cuidadosamente, para que a certeza com a qual os apóstolos deviam pregar esta doutrina posteriormente, quando arriscassem tudo para fazer a obra do Senhor, pudesse ser plenamente satisfatória.    Nós temos mais razões para crer naqueles que vieram a crer tão lentamente: se eles tivessem aceitado o fato imediatamente, poderiam ser vistos como crédulos ou até mesmo precipitados, e o seu testemunho não poderia ser considerado de uma forma tão enfática.   Mas a sua descrença inicial mostra que eles só vieram a crer posteriormente, depois de terem mais provas, quando então passaram a ter uma forte convicção.

2.     A aparição de Jesus aos discípulos   - Enquanto os seguidores de Jesus comentavam as suas recentes manifestações, repentinamente o mesmo Jesus se apresentou no meio deles. Ele apareceu no meio dos discípulos estando eles atrás de portas cerradas (Jo 20.19). Jesus podia fazer isto porque a sua ressurreição e glorificação alteraram a sua forma corpórea. Neste novo corpo, Ele era capaz de transcender todas as barreiras físicas.      As primeiras palavras de Jesus ao grupo de seguidores e discípulos descrentes e confusos, que o tinham abandonado na sua hora de maior necessidade, foram: “Paz seja convosco”. Esta era uma saudação hebraica padrão, mas aqui estava cheia de um significado maior. Jesus trouxe uma saudação de paz, e a sua presença trouxe paz.      Estas pessoas, na sala cerrada, ainda estavam discutindo o feto de que o corpo de Jesus tinha desaparecido, e então ouviram surpreendentes histórias sobre as suas manifestações a diversas pessoas do seu grupo.         Jesus apareceu no meio deles de repente, e eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. Mas o corpo de Jesus não era uma invenção da imaginação; eles não estavam vendo nenhum fantasma. Jesus os incentivou a olhar e tocar. Ele tinha carne e ossos e até podia comer (24.43). Por outro lado, o seu corpo não era um corpo humano restaurado, como o de Lázaro (João 11) – Ele conseguia aparecer e desaparecer. O corpo ressuscitado de Jesus era glorificado e imortal.       Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés como que para revelar os ferimentos infligidos pelos pregos que o tinham mantido na cruz (veja João 20.25). O seu corpo ressuscitado ainda trazia estes ferimentos como um testemunho para os seus seguidores de que este era o mesmo homem que eles tinham amado, seguido e visto morrer.       Isto era bom demais para ser verdade – e eles sentiram as emoções conflitantes da descrença, da dúvida, da alegria e do espanto que qualquer pessoa sentiria quando um desejo muito intenso, mas aparentemente completamente impossível, se realiza. Jesus estava ali, no meio deles, vivo, até mesmo comendo parte de um peixe assado para mostrar que não era um fantasma. Ele era real; Ele voltou à vida exatamente como lhes tinha dito que faria.

3.    O avivamento após a ressurreição   -  Esta é a Grande Comissão. Os discípulos haviam sido bem treinados e tinham visto o Senhor ressuscitado. Deus havia dado a Jesus autoridade sobre o céu e a terra. Com base nessa autoridade.      Jesus disse a seus discípulos que formassem mais discípulos enquanto pregavam, batizavam e ensinavam. Com essa mesma autoridade Jesus ainda nos ordena que preguemos o Evangelho a todos, em todos os lugares.      Os discípulos receberam a ordem de batizar as pessoas, porque o batismo une cada crente a Jesus Cristo na morte dele ou dela para o pecado, e na ressurreição para uma nova vida. Não é a água do batismo que salva, mas a graça de Deus aceita através da fé em Cristo.    Por causa da resposta de Jesus ao criminoso que morreu ao seu lado na cruz, sabemos que é possível sermos salvos sem sermos batizados (Lc 23.43). Jesus não disse que aqueles que não fossem batizados seriam condenados, mas que quem não crer será condenado. O batismo simboliza a submissão a Cristo, uma disposição para seguir o caminho de Deus e a identificação com o povo que tem uma aliança com Deus.     Quando os discípulos realizavam sua missão e sem dúvida quando outros criam e continuavam a difundir o Evangelho, sinais miraculosos os acompanhavam. Como acontecia com os milagres de Jesus, esses sinais autenticavam a fonte do seu poder, e atraiam o povo à fé. Às vezes, Deus intervinha miraculosamente em favor de seus seguidores.     Enquanto algumas pessoas interpretaram erroneamente a noção de “pegar em serpentes” como a fé de alguém ser demonstrada pela manipulação de cascavéis, o autor parece ter em mente episódios como o que foi descrito em Atos 28.1-6, onde Paulo foi picado por uma serpente venenosa sem sofrer qualquer dano. O mesmo podia acontecer a alguém que acidentalmente bebesse veneno mortal. Isto não significa, entretanto, que devamos testar Deus nos colocando em situações perigosas.


                    II.      O AVIVAMENTO NA MISSÃO DA IGREJA LOCAL

1.   O avivamento nas missões locais    -    Como já visto, em capítulo anterior, o modelo cristão de evangelização e missões é centrífugo, partindo de um centro para a periferia. Jesus definiu que o ponto inicial, a partir do qual a evangelização deveria ser levada a efeito, era Jerusalém:   E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. (Lc 24.46-47).      O avivamento espiritual, resultante do Pentecostes, produziu uma chama no coração dos seguidores de Jesus. Mesmo com perseguições, os apóstolos pregaram com ousadia o evangelho de Jesus Cristo. Por inveja, lançaram os apóstolos na prisão para silenciar-lhes a voz, proibindo-os de cumprir a ordenança de Jesus de pregar por todo o mundo e a toda criatura, mas o Senhor Deus interveio e livrou-os milagrosamente da prisão. Foram chamados ante as autoridades judaicas e declararam-lhes a sua missão:    E, trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. (At 5.27-29 – grifo acrescido)       Os apóstolos, inflamados com o poder do Espírito Santo, passaram a pregar com tanto entusiasmo e intensidade que o sacerdote, na sua reprovação aos servos de Deus, disse: “E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina […]”.      Eles não descansavam, proclamando Jesus aos pecadores, mesmo num ambiente hostil e agressivo contra eles. No mesmo texto, a Bíblia diz como eles trabalhavam para cumprir a ordem do Senhor de evangelizar, começando por Jerusalém: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (5.42). Este é o modelo de evangelização dinâmica:    não só pregar dentro das quatro paredes dos templos, mas também realizar a evangelização pessoal nas casas e em todas as cidades. Hoje, em muitos lugares do Brasil, há igrejas que não evangelizam, não pregam fora dos templos. Isso é incrível! Temos plena liberdade de expressar nossa mensagem, que nos confiada por Cristo, e muitos não sabem aproveitar para levar o evangelho “a toda criatura”.

2.    O avivamento nas missões regionais  -   O martírio de Estêvão foi o ímpeto para um aumento imediato da perseguição contra aqueles que seguiam a Cristo. A perseguição forçou os cristãos a saírem de Jerusalém e se dirigirem para a Judéia e Samaria – cumprindo assim a segunda parte do mandamento de Jesus (veja 1.8).      Evidentemente, eles estiveram relativamente confortáveis nas proximidades de Jerusalém. Tudo isto foi instantaneamente transformado com a morte de Estêvão, e a perseguição resultante.       Nem todos os cristãos deixaram Jerusalém, pois uma igreja continuou ali para o equilíbrio da era do Novo Testamento. O motivo pelo qual os apóstolos permaneceram em Jerusalém, ao invés de se espalharem com os outros, é um tema de especulação. A liderança do movimento cristão continuou a partir da igreja de Jerusalém durante muito tempo (veja o capítulo 15). No final, o principal centro missionário transferiu-se para Antioquia (capítulo 13 e seguintes).      Paulo voltaria regularmente a Jerusalém para trazer notícias e apoio financeiro das igrejas da Ásia e Europa aos santos que ali sofriam (16.4; 21.15-20).    A perseguição fez com que aqueles que andavam dispersos fora de Jerusalém fossem por toda parte, espalhando-se em outras nações. No caminho, seguiam anunciando a palavra, as Boas Novas a respeito de Jesus. A mensagem do Evangelho estava se espalhando como fogo! Satanás tinha tentado derrotar a jovem igreja, mas tudo o que ele conseguiu foi incentivar a transmissão do Evangelho.      Pedro e João foram enviados a Samaria como representantes apostólicos para descobrir se os samaritanos estavam verdadeiramente se tornando crentes. Os cristãos judeus, até mesmo os apóstolos, ainda estavam incertos se os gentios (não judeus) e samaritanos (meio judeus) podiam receber o Espírito Santo.

3.    Missões regionais atualmente    MISSÕES DOMÉSTICAS

Essa expressão já serviu de virtual sinônimo de evangelismo rural ou nas edificações das igrejas. Atualmente, porém, grandes cidades, com muita criminalidade, são objetos do labor missionário, pelo que se têm tornado parte integrante dos programas de missões domésticas.  Em alguns países, como o Brasil, onde ainda existem tribos indígenas primitivas, as missões domésticas incluem todas as características do trabalho missionário no estrangeiro, incluindo a necessidade do aprendizado de alguma língua estrangeira. O trabalho das missões domésticas tem-se devotado tradicionalmente aos grupos minoritários, como as áreas rurais, que não têm acesso aos templos, ou grupos de imigrantes, trabalhadores imigrantes, ministérios a grupos subprivilegiados e qualquer outro grupo humano que não disponha dos benefícios de templos para frequentarem, nas cidades.      As missões domésticas trazem pessoas para trabalharem na Igreja em todos os aspectos de suas atividades, incluindo o evangelismo, o ensino e as instituições humanitárias. As missões domésticas são contrastadas com as missões no estrangeiro somente devido ao fato de que os missionários envolvidos naquelas primeiras não deixam seu país de origem para realizarem o seu papel. 

MISSÕES URBANAS        As cidades são campos missionários com grandes necessidades. Além da necessidade do evangelismo e da construção de templos, sempre haverá a carência dos pobres e de outros a ser atendida. Há a necessidade de educar as pessoas, o que inclui a instrução religiosa, a necessidade de ajudar as pessoas a adquirirem artes e ofícios, mediante os quais possam ganhar a sua vida, e há a necessidade de instalações recreativas, sobretudo no caso das crianças atendidas. De algumas décadas para cá, o problema dos tóxicos tem-se agravado muito, sobretudo nas grandes cidades, já havendo trabalho missionário especializado para atuar entre os viciados.


                    III.     O AVIVAMENTO E AS MISSÕES TRANSCULTURAIS  

1.   Primeira igreja missionária    -    Chipre é uma ilha da costa mediterrânea de Antioquia, e Cirene era uma cidade no norte da África. Felizmente, estes varões tiveram a coragem de transmitir o Evangelho do Senhor Jesus fora dos limites do judaísmo. Quando estes crentes falavam, a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. Evidentemente, este início modesto transformou Antioquia em um lugar onde os crentes pregavam com entusiasmo aos gentios. Filipe tinha pregado em Samaria (8.5), mas os samaritanos eram parcialmente judeus. Pedro tinha pregado a Cornélio, mas ele já adorava a Deus (10.2). Os crentes que se dispersaram depois do início da perseguição em Jerusalém transmitiam o Evangelho a outros judeus nas terras para onde haviam fugido (11.19). Finalmente, os crentes começaram a transmitir ativamente as Boas Novas aos gentios, com grandes resultados.    A igreja em Antioquia da Síria tornou-se o centro de partida da missão de penetração no mundo (a última parte da comissão de Jesus em 1.8). O primeiro versículo nos dá uma ideia da sua constituição verdadeiramente internacional e do amplo espectro de pessoas que estavam sendo atingidas pelo Evangelho.   Até este ponto, parece que Barnabé e Paulo tinham sido os principais professores na igreja de Antioquia (11.26). Esta lista mostra pelo menos outros três, considerados como profetas e doutores. Barnabé aparece em primeiro lugar na lista por ser provavelmente o líder do grupo.  Simeáo (chamado Níger), devido à sua pele negra, provocou algumas especulações de que era o mesmo Simão de Cirene que carregou a cruz de Cristo (Mc 15.21), mas não se pode garantir esta informação. O próximo nome da lista é um homem cireneu (de Cirene) chamado Lúcio. Cirene ficava no norte da África. Lúcio provavelmente era um dos homens de Chipre e Cirene que pregaram pela primeira vez o Evangelho aos gentios de Antioquia (veja 11.20,21). O quarto indivíduo era Manaém, que fora criado com Herodes Antipas. Saulo era um rabino judeu, altamente instruído, e cidadão romano. O seu nome conclui a lista deste grupo tão variado. As diferenças sociais, geográficas e raciais destes indivíduos mostram que o Espírito de Deus tinha estado trabalhando rapidamente e sobre uma ampla região geográfica. O Evangelho não tinha apenas chegado a estas regiões, mas também o Espírito de Deus usava a Antioquia cosmopolita para reunir uma equipe diversificada para a próxima “fase” da expansão do reino.      Estes crentes estavam servindo ao Senhor e jejuando quando Deus lhes enviou uma mensagem especial. Da mesma forma como Pedro e Cornélio tinham recebido mensagens enquanto oravam (capítulo 10), Deus também falou a estes crentes enquanto eles o procuravam.     “Jejuar” significa abster-se de alimentos durante um período específico, com a finalidade de se concentrar no Senhor. As pessoas que jejuam podem aproveitar o tempo de preparação da comida e o da refeição para adorar e orar. Além disto, a dor da fome os lembrará da sua completa dependência de Deus (veja também 2 Cr 20.3; Ed 8.23; Et 4.16; Mt 6.16-18). O Espírito falou – possivelmente por intermédio de algum dos membros deste grupo (havia profetas entre eles – 13.1). O Espírito lhes disse que apartassem Barnabé e Saulo para a obra especial que Deus tinha para eles. A imposição de mãos era um ato simbólico que indicava o reconhecimento público do chamado e da capacidade, além da associação de uma congregação particular com um ministério. As raízes deste costume estão no Antigo Testamento, onde isto era feito para designar alguém para um cargo (Nm 27.23), abençoar alguém (Gn 48.14) ou consagrar alguma coisa a Deus (Lv 1.4).  A igreja de Antioquia estava se identificando com estes dois homens e a sua missão. Feito isto, eles os despediram.

2.   Evangelização e decadência espiritual da Europa    O Propósito da História (78.1-8)

O salmo abre com uma seção mostrando seu propósito didático ou instrucional. A História é a “história dEle” (em inglês: “Hisstory”), a exposição das obras maravilhosas realizadas para imprimir nas mentes dos mais novos a convicção inescapável de que a desobediência sempre leva ao desastre. As pessoas são chamadas a inclinar os ouvidos (atenção obediente) […] a minha lei (1), literalmente “minha torá”, ensino, orientação, instrução. O salmista fala como representante de Deus. Parábola (2, mashal) é literalmente “uma comparação”, quer por semelhança, quer por contraste. Enigmas vêm de um termo que significa um dizer penetrante ou sagaz ou um mistério, cujo significado no primeiro momento não pode estar claro. Este versículo é citado em Mateus 13.34-35 referindo-se ao uso de parábolas por Cristo, em que enigmas da antiguidade (parábolas) são descritos como “coisas ocultas desde a criação do mundo”, seguindo a LXX. O salmista tem em mente a lição moral da história. O que deve ser recitado e ensinado para as gerações seguintes tem sido recebido dos nossos pais (3). A instrução a ser passada às gerações seguintes preocupasse com os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez (4).       Deus estabeleceu um testemunho […] e pôs uma lei (5) para o seu povo. As tábuas de pedra sobre as quais foram escritos os Dez Mandamentos são chamadas “o testemunho” (Ex 25.16,21). Essa lei devia ser fielmente transmitida aos filhos (6) — nossa “carta magna” para a educação cristã (cf. Dt 4.9-10; 6.6-7; 11.18-19 etc.). O propósito de tal instrução tinha um aspecto prático: para que pusessem em Deus a sua esperança e […] guardassem os seus mandamentos (7). Com esse tipo de obediência eles diferiam dos seus pais, que eram uma geração contumaz e rebelde […] que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus (8).

3.    Clamor pelo avivamento espiritual    -   A Oração de Habacuque

Depois que Deus revela a Habacuque os seus desígnios, ele orou ao Senhor. O capítulo 3 do livro de Habacuque e uma oração em forma de cântico. É um salmo profético!      Ao ouvir a palavra de Deus, Habacuque teme, ou seja, ele deposita confiança em Deus. O temor ao Senhor é proveniente dos seus ensinos.      Após ter ouvido, ele creu em Deus, ou seja, ele segue o que disse Miquéias “A voz do Senhor clama à cidade, temer-lhe o nome é sabedoria.      Escutai a vara, e quem a ordenou” (Mq 6:9).     Embora a obra do Senhor que Habacuque faz referência era o suscitar dos caldeus contra Israel e Judá (Hb 1:6), ele não teme e pede a Deus que implemente (avive) a sua obra. Deus haveria de levantar os caldeus contra o povo de Israel, porém, Habacuque confia na misericórdia do Senhor.    Habacuque sabia que os caldeus eram um povo feroz e impetuoso, e que, segundo o oráculo que viu, Judá e Israel seriam levados cativos, porém, à vista deste quadro de sofrimento e ignomínia, ele confia na misericórdia de Deus “Fez com que deles tivessem compaixão os que os levaram cativos” (Sl 106:46).       Em nossos dias este versículo tem um valor totalmente diverso da ideia que Habacuque procurou evidenciar. Perceba que Habacuque não pede um avivamento ‘espiritual’, o que é comum interpretarem em nossos dias. Ele ora a Deus que realize a sua obra, ou seja, a mesma obra anunciada na primeira visão “Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos, porque realizo em vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. Suscito os caldeus…” (Hc 1:5 -6).        Perceba que a oração de Habacuque é segundo a vontade de Deus, ou seja, ele não pede que Deus livre a Israel do castigo, antes que os caldeus venham segundo a palavra anunciada. Mesmo sabendo que os caldeus viriam, a confiança de Habacuque não é abalada! Ele confia que o povo de Israel seria preservado “Nós não morreremos”, pois os caldeus somente foram estabelecidos para castigar o povo de Israel (Hb 1:12).    Habacuque pede a Deus que implemente (aviva) a sua obra. Ora, a obra maravilhosa e admirável é o suscitar dentre as nações os caldeus, e que, ao longo dos anos os homens haveriam de conhecê-la. Embora fosse anunciado pelos profetas que Deus haveria de levantar os caldeus para castigar, quando os profetas contavam maravilhosa obra, o povo de Israel não cria. Eles não se arrependeram e veio o cativeiro conforme a visão dos profetas “…vós não crereis, quando vos for contada” (Hc 1:5).





Ajude esta obra...
Código do PIX
Banco Mercantil do Brasil




AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

CANAL YOUTUBE:  PB. JUNIO|PROFºEBD >> Se inscreva em nosso canal... Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do PIX 11980483304 

Chave do PIX
Banco Mercantil do Brasil





               





         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Aviva a tua Obra, Elinaldo Renovato - Editora CPAD.

Comentário bíblico Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, Russell N. Champlin - Editora Hagnos. 

Comentário bíblico Novo Testamento MATEUS A JOÃO, Matthew Henry - Editora CPAD. 

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Russell N. Champlin - Editora Hagnos.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD.

T. Purkiser, M. A.. Comentário Bíblico Beacon Salmos - Editora CPAD. 

Comentário Bíblico de HABACUQUE, Crispim.

https://professordaebd.com.br/11-licao-1-tri-23-o-avivamento-e-a-missao-da-igreja/