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terça-feira, 22 de novembro de 2022

LIÇÃO 10 - A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL.

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.

 


                        TEXTO ÁUREO

"E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades." (RM 11.26).


                    VERDADE PRÁTICA

A chamada divina à restauração tem a ver com o restabelecimento espiritual e social de quem se arrepende.


LEITURA BÍBLICA: EZ. 37.1-14 ( explicação comentário bíblico Warren Wiersbe)


V. 01 -  Ele me levou pelo Espírito. A mão de Yahweh agiu para dar ao profeta a visão dos ossos secos. Ver no Dicionário o artigo chamado Mão, e em Sal. 81.14. Ver sobre mão direita, em Sal. 20.6, e sobre braço, em Sal. 77.15 e 98.1. A mão poderosa do Senhor levou Ezequiel para certo vale, em visão, naturalmente. Cf. o vale de Eze. 3.23, que talvez estivesse na mente do autor quando compôs este texto. Aquele vale tornou-se um lugar de revelação. O profeta enfrentou uma cena horripilante da morte. Desastres tinham tomado conta de Judá quando o exército babilónico a aniquilou. Uma nação inteira tornou-se uma massa de ossos secos sob os raios do sol implacável que os secava e branqueava. Os ossos estavam mortos, em todos os sentidos da palavra 

V. 02 -  E me fez andar ao redor deles. Ezequiel fez um circuito no vale. Os ossos secos não foram empilhados, mas espalhados sobre uma área considerável. Assim, o profeta levou algum tempo para atravessar aquela área. O que ele viu foi uma coisa só: morte e destruição, inumeráveis ossos dos mortos ressecados e branqueados pelo sol. O desespero reinava naquele lugar miserável. Não havia nenhum potencial de vida. Os ataques e cativeiros da Babilônia haviam conseguido a quase extinção de Judá, e o profeta, vendo o vale, teria dito que a extinção do povo fora absoluta. Somente a obra especial da graça de Deus poderia reverter aquela situação. Afinal, a salvação provém da graça, embora exija a cooperação do homem para aceitá-la. Conduza, Luz Gentil, dentre a negra escuridão Conduza-me à frente. A noite está escura e longe de casa estou, Conduza-me à frente. Mantenha os meus pés; não peço para ver A distante cena; Um passo apenas, o bastante para mim. (John H. Newman)

V. 03Acaso poderão reviver estes ossos? Todos nós, de vez em quando, nos encontramos em armadilhas, como aquele pequeno remanescente cativo na Babilônia. Judá estava absolutamente impotente. As circunstâncias eram desesperadoras. Às vezes, nós nos vemos em circunstâncias totalmente além do nosso potencial de modificação. Sim, às vezes, entramos no vale de ossos secos, um limbo de desolação, sem nenhum raio de luz. Então, Adonai-Yahweh (o Soberano Eterno Deus) entra em cena e opera um milagre que nos surpreende. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! Este titulo divino é usado 217 vezes neste livro, indicando que há um Soberano que age neste mundo, modificando as coisas que, supostamente, não podem ser mudadas. A Providência de Deus é capaz de tudo. O Criador não abandonou Sua criação, mas está presente para intervir. Realizar obras inesperadas é a Sua especialidade.

V. 04Profetiza a estes ossos. Yahweh mandou Ezequiel “profetizar sobre os ossos” (o hebraico literal), significando “o que vai acontecer com eles”. A profecia carregava com ela o poder do Senhor e, certamente, seria cumprida. Os ossos secos (Judá na Babilônia) ouviriam logo a palavra de poder que os entregaria à sua “morte viva”. A Vida que Vem da Morte. A seção de abertura deste capitulo figura entre as mais importantes da Bíblia. O pregador voltará a ela repetidamente, porque é rica em sugestões e porque a inspiração de Deus brilha nela. O que o profeta falou, aconteceu e pode ser comprovado historicamente, embora na época de seu pronunciamento esperar a realização da profecia fosse ato de uma imaginação ativa. Mas o fato é que o Poder de Deus entrou na história e mudou seu curso. “Por causa do poder inerente da Palavra Divina para cumprir seus propósitos, os profetas, pronunciando aquela palavra, eram capazes de efetuar maravilhas (Jer. 1.10)” (Fausset, n loc.)

V. 05 Assim diz o Senhor Deus:... Farei entrar o espírito em vós, e vivereis. AdonaiYahweh (o Soberano Eterno Deus) coloca Sua força todo-poderosa por trás de Suas palavras. Como Soberano, no dia da criação, soprou no barro e fez uma criatura viva, assim agora, soprando sobre os ossos secos, os fará viver. Um novo ato criativo animará os ossos mortos. O Criador intervém na Sua criação, um fator principal da doutrina do teísmo (ver a respeito no Dicionário). Em contraste, o deísmo ensina que o Criador (uma força pessoal ou impessoal) abandonou Sua criação ao governo das leis naturais. Cf. Gên. 2.7; 6.17 e 7.22. Ver Eze. 37.14, onde a palavra hebraica ruah (sopro, espírito) refere-se ao Espírito de Deus. Nova vida é o trabalho do Espírito. Ver também Sal. 104.30

Vv. 06 - 08 -  A Notável Lição Espiritual. Os mortos podem ser reanimados pela palavra de poder de Yahweh, e isto se aplica a nações e indivíduos. Estes versículos não falam diretamente sobre a imortalidade da alma, nem sobre o tema geral da ressurreição, mas o milagre no Vale de Ossos Secos apóia ambas as doutrinas. Há vida depois da morte biológica. Ver no Dicionário os artigos chamados Alma, Ressurreição e Imortalidade. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete intitulado Imortalidade. . Sabereis que eu sou o Senhor. Yahweh ficou conhecido pelo milagre da ressurreição. Este tema se repete 63 vezes no livro, normalmente associado à idéia de julgamento, mas, às vezes, como aqui, à restauração. Cf. Eze. 16.62; 28.25-26; 34.30; 36.11 e o vs. 13 do presente capítulo. Então profetizei segundo me fora ordenado. Ezequiel obedeceu às ordens de Yahweh e Ele deu o comando da vida, através de sua profecia. Imediatamente, o profeta ouviu o ruído dos ossos chocalhando e, quando olhou, todos se tinham ajuntado, formando esqueletos perfeitos. Ao mesmo tempo, a carne voltou aos esqueletos e logo houve, em toda parte, espécimes maravilhosos de seres humanos. Ainda não eram animados, mas a obra se completaria em breve. Foi um milagre magnificente, mas não mais do que aquilo tipificado: a restauração dos ossos secos (exílios) no cativeiro babilónico. Idéias sobre o Ruído. 1. O barulho de um terremoto; 2. os gritos dos judeus ao ouvir o decreto de Ciro que os liberou para voltar a Jerusalém; 3. Uma grande voz dos céus comandando a ressurreição; 4. a voz de anjos, agentes de vida; 5. a trombeta de Deus. Melhor, o 

barulho era, simplesmente, o som dos ossos se ajuntando para fazer esqueletos viáveis.

V. 09 Bem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes m ortos, para que vivam. Foi necessário outro milagre para completar o processo da revivificação. O ruah do Espírito entrou nos corpos e os animou. Alguns intérpretes preferem a tradução vento, e acham que os quatro ventos, à ordem de Yahweh, restauraram srael. Os exilados voltaram dos quatro cantos da terra e se reuniram em Jerusalém. Houve restauração total. Cf. Zac. 2.6, Mas a alusão principal é ao capítulo 1 de Gênesis, o ato criativo de Deus. Por Seu sopro, Yahweh deu vida ao barro, fazendo do inanimado animado. Cf. também Eze. 36.27 e os vss. 4 e 5 do presente capítulo. “Eles recebem o sopro e tornam-se criaturas vivas como em Gên. 1.20-21,24 e 2.7, onde se encontra a mesma expressão” (Ellicott, in loc.). Dos quatro ventos. O autor mistura as metáforas. O ruah agora se origina dos quatro ventos, não da boca de Yahweh, como em Gên. 1. Aqueles ventos falam da restauração dos israelitas de todos os lugares onde foram exilados ou vaguearam. Cf. Isa. 43.5-6 e Jer. 31.8. Foram espalhados para as quatro direções pelos ventos (Eze. 5.10; 12.14; 17.21; Apo. 7.14) e era justo que os mesmos ventos os trouxessem de volta para casa.

V. 10 -  Profetizei como ele me ordenara. Este versículo repete, essencialmente, as declarações do vs. 9: o que foi ordenado naquele versículo é efetuado neste. A profecia que dá vida se mostrou efetiva. Os esqueletos, juntamente com seus corpos perfeitos, de súbito se tomaram seres vivos, e os ossos secos foram assim revivificados. Os cativos se animaram e transformaram-se num vasto exército, pronto a marchar de volta para Jerusalém. O Novo Israel (histórico) recomeçou tudo e tomou-se um antegozo de maiores acontecimentos no dia escatológico. O poder revolucionário de Deus criou e contínua criando. A restauração nacional de Israel apóia as doutrinas de imortalidade e ressurreição. Cf. Isa. 25.8; 26.10; Dan. 12.2; Osé. 6.2 e 13.14.

V. 11 -  Estes ossos são toda a casa de Israel. A casa de Israel (ver Eze. 3.1,3,5; 4.3) era uma grande massa de ossos secos espalhados em toda a parte do vale, isto é, a Babilônia. Não houve mais vida; toda a esperança se perdeu; a nação inteira foi “cortada fora”, isto é, morreu violentamente. Os babilônios, mais uma vez, tinham cometido genocídio. Estamos de todo exterminados. “Os sobreviventes sabiam que suas esperanças nacionais tinham sido esmagadas. A nação inteira morreu nas chamas do ataque babilónico e não houve esperança de ressurreição” (Charles H. Dyer, in loc.). Cf. Sal. 141.7 e Isa. 49.14. A árvore cortada foi separada das suas raízes e, assim, caiu e morreu.

V. 12 -  Eis que abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair delas. Neste trecho, o autor utiliza uma nova figura. Os ossos do vale tornam-se esqueletos nos seus sepulcros. Adonai-Yahweh (o Soberano Eterno Deus) emprega Seu poder imenso para abrir os sepulcros e chamar para fora os esqueletos. No processo de sair, eles se animam e tomam-se criaturas vivas. Uma restauração nacional foi realizada pelo milagre da graça que somente o poder de Deus podia efetuar. Através da ressurreição, o povo que vagueava volta para ser o povo escolhido de Deus, florescendo na sua Terra, no seu Lar. Um novo ciclo da história se iniciou, antegozando acontecimentos que serão ainda mais espetaculares nos últimos dias, no Reino do Messias. Afinal, Israel tornar-se-á um povo realmente distinto entre as nações (ver este ideal em Deu. 4.4-8). A renovação é completa: fisica, moral e espiritual. O sopro do Espírito era (é) o agente desta revolução de vida. Cf. Eze. 36.24-28 e João 5.25,28-29. A fidelidade de Yahweh estava vinculada aos pactos por Ele firmados. Sem sua Terra, a nação de Israel não poderia continuar existindo. Ó povo meu. ... Estou com eles e eles são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor Deus” (Eze. 34.30). Cf. Eze. 11.20; 36.27 e Jer. 30.22.

V. 13 -  Sabereis que eu sou o Senhor. Pela restauração nacional, Israel-Judá conhecerá Yahweh melhor, de uma maneira nova e especial. Este tema se repete 63 vezes neste livro, normalmente associado ao julgamento, mas, às vezes, como aqui, à idéia de restauração. Ver Eze. 16.62; 28.25-26; 34.30; 36.11. Ver no Dicionário o artigo chamado Providência de Deus. Ó povo meu. Ver as notas sobre esta frase no vs. 12

V. 14 -  Poreis em vós o meu Espírito, e vivereis. O poder que dá vida, que efetuou a ressurreição nacional, é identificado como o Espírito de Deus. Assim devemos equiparar o ruah (vento) dos vss. 5 e 9 ao ruah (Espírito). Este versículo mostra que a renovação foi espiritual, não meramente física. O povo recebeu de volta a sua Terra, mas também foi transformado para ter um andar digno de sua chamada, obedecendo à lei de Moisés. Cf. Eze. 36.27. “A ressurreição moral do povo e a restauração à sua Terra foram intimamente associadas, Cf, esta idéia a uma associação semelhante (o espirito com o físico) em João 5.21-29” (Elíicott, in te.).


                            INTRODUÇÃO

Mas a chave para entender este capítulo corretamente é vê-lo pelo seu contexto. Ezequiel estava prometendo ao seu povo uma mudança para sua sorte, uma nova liderança, uma terra restaurada, cidades reedifica* das, e muitos dos aspectos da era messiânica. Não é de se admirar que foi tratado com ceticismo: a queda de Jerusalém significara o colapso da fé nacional, e não iria ser restaurada tão facilmente assim. Os israelitas olhavam para as sobras espatifadas do seu povo no exílio, e somente podiam dizer: “os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança. Acaso poderão reviver estes ossos?” A resposta parece ser, inconfundivelmente: “Não.” Ezequiel, no entanto, acreditava que assim poderia acontecer. Se o propósito de Deus era restaurar Israel, Ele o faria, não importa quão grande fosse o milagre necessário. Tanto a visão quanto o oráculo dos dois pedaços de pau transmitiam esta mensagem. No caso da visão (1-14), foi demonstrado à nação que o Espírito de Deus tinha o poder de transformar o que parecia ser uma hoste de esqueletos num exército eficaz de homens, um quadro de Israel restaurado de novo à vida e cheio do Espírito. No oráculo (15-28), Ezequiel demonstra que as antigas divisões entre Israel e Judá passarão e a nova nação unirá os remanescentes dos dois povos numa só terra sob um só rei, sem sua animosidade tradicional.


            I.  SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS

1.  Os ossos secos (vv. 1,2) -  Na visão, o profeta se encontra arrebatado e colocado num vale (habbiqqíâ), não identificado, mas presumivelmente bem conhecido por Ezequiel, se não pela audiência, também. A partir da perspectiva de Deus, esse não era, certamente, um vale qualquer, escolhido aleatoriamente. Mais importante que a sua localização é a visão que recepciona o profeta ali: uma imensa coleção de ossos brancos, resplandecendo ao sol. Como que para assegurar o total impacto da visão sobre o profeta, Yahweh o conduz para frente e para trás ao redor dos ossos. A cena é impressionante por três aspectos. Primeiro, a oração circunstancial no final do v. 1 e a frase wèhinneh rabbôt mè ’õd realçam a perplexidade de Ezequiel ante o número extremamente alto de ossos. A importância do número deles não se tomará aparente senão posteriormente (v. 10), mas a visão sugere os restos de uma grande catástrofe. Segundo, os ossos estão na superfície do vale, à semelhança de cadáveres aos quais foi negado um sepultamento adequado e que, por isso, foram deixados para desprezíveis abutres. Na qualidade de israelita e especialmente de sacerdote, Ezequiel sabia quão importante era o tratamento adequado dos cadáveres humanos, e a imagem alterada das sepulturas nos comentários interpretativos do v. 12 iria certamente ter sido melhor recebida pelo profeta. Terceiro, o profeta fica surpreso diante da extrema secura dos ossos, a qual indica que as pessoas cujos restos eles representam deveriam ter morrido há muito tempo. A figura concretiza a falta de esperança expressa no v. 11; nenhuma força vital permanece neles. A narrativa não deixa qualquer sugestão a respeito de a quem os ossos poderiam pertencer, mas a figura é de morte com todo o seu horror, intensidade e finalidade.

2.  O significado -  O comentário do povo é um lamento, emitido em forma rítmica tripartite, consistindo, cada declaração, de duas palavras e concluindo com rimas -ênül-ãnü. ( 1) yãbèSü ‘’asmôtênü, Nossos ossos estão secos, é uma declaração metafórica, associando dois elementos comuns nas expressões de lamento dos salmos. (2) wè'ãbèdâ tiqwãtênú, nossa esperança se desvaneceu, interpreta a metáfora. A mesma expressão de desesperança foi usada a respeito da leoa, em 19.5, na perda de seu filhote. (3) nigzarnü lãnü, nós estamos destruídos, reflete o pessimismo deles. O impacto emocional de serem exterminados é pungentemente expressado no SI 88.6-15 (v. port. 3-12). O desalento dos israelitas é óbvio na presente citação. Eles haviam contado com as imutáveis promessas de Yahweh para sua segurança, mas ele os havia abandonado. As sucessivas calamidades de 732, 722, 597 e 586 haviam destruído qualquer resquício de esperança. 12-14 Embora Ezequiel jamais tenha traído seus próprios sentimentos com relação ao desalento dos exilados, a visão dos vv. 1-10 representa a resposta de Yahweh. O v. 12 insinua, pela primeira vez, que essa mensagem de esperança é para os compatriotas de Ezequiel. Ele havia profetizado fielmente aos ossos e ao espírito; agora, ele é ordenado a entregar aos seus companheiros de exílio uma mensagem de esperança da parte de Yahweh. A reação de Yahweh ao lamento se divide em duas partes, correspondendo à refutação e à tese contrária de seus discursos de contestação. Conquanto haja alguma justaposição de ideias, o v. 14 adianta as noções levantadas nos vv. 12,13. Mas o foco permanece, por todo o trecho, em Yahweh, que é o único capaz de trazer esperança a um povo desesperado

3.  As promessas de Deus -  O oráculo dos dois pedaços de pau. Mais uma vez, o profeta fala com a ajuda de uma ação simbólica (cf. 4 :1; 5:1). O Senhor ordena-lhe tomar dois pedaços de pau e neles marcar: Para Judá e Para José. Estes representam os dois reinos dos dias anteriores, antes da Samaria ser tomada pelos assírios sob a liderança de Sargom II (722/1 a.C.) e Israel, o reino do norte, perder a sua identidade. Deve tomar um deles na sua mão direita escondendo uma extremidade no seu punho cerrado. Depois, deve tomar o outro pedaço e juntá-lo ao primeiro, extremidade contra extremidade. Com o punho cerrado, então, segurará a parte onde os do pedaços de pau se unem, e parecerá estar segurando uma longa vara pelo meio. Compreendida a ação, não será necessário pedir qualquer tipo de milagre para aquele ato simbólico. O significado da ação é que, no Israel restaurado, as antigas divisões do norte e do sul serão abolidas e as nações serão unidas na mão de Deus. A sua interpretação, no entanto, levanta certo número de questões controvertidas. Se os habitantes de Israel/Samaria foram espalhados por todo o Império Assírio, há qualquer perspectiva de seus descendentes serem literalmente trazidos de volta, com os exilados de Judá, para a terra prometida? Ou devemos entender que “Israel” consistia simplesmente de homens originários das tribos do norte que se associaram com Judá de tempos em tempos? Ou alegorizamos tudo e o vemos simplesmente como um quadro da igreja, o novo Israel, unido ao reino futuro de Deus? Os problemas se tomam especialmente agudos quando o leitor aborda a passagem com a seguinte pergunta ocupando o primeiro lugar na sua mente: “Esta profecia foi cumprida?” O cumprimento da profecia é uma questão secundária para ser conside: rada depois de solucionada a questão da exegese correta. O que, então, Ezequiel está dizendo?


                II.  SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES

1.  As diásporas de Israel e Judá  -  Alguns estudiosos fazem a distinção entre os cativeiros e a diáspora. No entanto, filhos de Israel que ficaram nas terras onde eles estiveram exilados por certo contam-se entre os partícipes da diáspora, e muitos autores não estabelecem essa delicada distinção. Seja como for, o termo diáspora refere-se originalmente aos judeus dispersos fora da Palestina, durante os períodos grego e romano. Pequenas comunidades judaicas têm existido fora da Palestina desde que Judá e Israel tornaram-se reinos separados, após a época de Salomão. Atualmente, alguns eruditos usam esse termo para aludir aos judeus dispersos a partir do século IV A.C., quando eles se estabeleceram em Alexandria, no Egito, ou em Antioquia da Síria. Por volta do século II A.C., a diáspora já se estendia por uma vasta área, incluindo a Ásia Menor, o norte da África e Roma. Cícero refere-se a judeus que haviam adotado a cidadania romana, em Roma. Havia comunidades judaicas na Europa, antes mesmo do começo do cristianismo, antes da destruição do segundo templo de Jerusalém. Prolongando-se até os tempos modernos, a dispersão tem envolvido a maioria das nações, entre as quais se destacam a Espanha, Portugal, a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Polônia, a Rússia, porções da índia e da China, e, posteriormente, muitos lugares do hemisfério ocidental, incluindo as Américas. Na América do Norte encontramos a maior colônia judaica do mundo, fora da Palestina. Na América do Sul as maiores colônias judaicas acham-se, respectivamente, na Argentina e no Brasil. Apesar de tão disperso, o povo de Israel de algum modo consegue permanecer um elemento distinto na cultura para onde ele emigra, mantendo a sua própria cultura e fé religiosa. O movimento sionista tem feito muitos judeus voltarem para Israel, estado criado em 1948, sob a égide das Nações Unidas. Todavia, há mais judeus vivendo fora da Palestina do que ali, o que significa que continua havendo uma grande diáspora, até os nossos próprios dias.

2.  Renasce Israel   Prossegue Ezequiel: “… um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso”. Aqui temos o movimento [ou reboliço] dos ossos, ou seja, a preparação e a viagem à Terra Santa dos primeiros colonos israelitas, que tiveram de enfrentar grandes dificuldades.    O ajuntamento dos “ossos” vem ocorrendo como segue. Em 1917, ano da Proclamação Balfuor, havia 25 mil judeus na Palestina. Esse número aumentou para 83 mil em 1922 e para trezentos mil em 1935, ano em que Hitler se fortalecia na Alemanha e não escondia o seu anti-semitismo.     Em 1937, a população israelita da Palestina já era de 430 mil. Dois anos depois a Inglaterra proibiu a entrada dos judeus na Terra Santa, deixando-os, dessa forma, à mercê dos nazistas. Em 1945, havia quinhentos mil, e três anos mais tarde, quando Israel proclamou sua independência, número chegava a oitocentos mil. Em 1956, já eram 1,9 milhão [quando ocorreu a segunda guerra árabe-israelense]; em 1967,2,8 milhões. Em 1973,3,3; em 1983, mais de quatro milhões, e no final de 1998, cerca de seis milhões.     “Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito” [v. 8, ARA], Os “tendões” [ou nervos] indicam alianças políticas, militares, o renascimento da língua hebraica e a recuperação econômica, principalmente através dos kibutzim. Kibutzvem da mesma raiz do verbo hebraico “congregar”, usado por jeremias no versículo 10 do capítulo 31 de seu livro.       As “carnes” indicam as estruturas políticas que deram forma à nação em 1948, da mesma maneira como o reboco dá forma à parede.      A “pele” indica proteção e acabamento. Em 1948, faltava a Israel um exército organizado. Hoje, as forças armadas israelenses estão entre as mais bem treinadas e equipadas do mundo. Basta dizer que na guerra-relâmpago de 1967 havia quarenta soldados árabes para cada soldado israelense, e Israel venceu! É evidente que as palavras divinas de Amós 9.15 se cumpriram:  “Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o Senhor, teu Deus” [ARA].     Embora todos esses ossos estejam unidos, com tendões, carnes e pele, falta-lhes ainda a vida espiritual, prometida no versículo 14: “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor”[ARA].      Note que a palavra “Espírito” aqui, com inicial maiúscula, refere-se ao Espírito Santo, conforme Joel 2.28,29 e Atos 2.17,18. O povo de Israel somente será cheio do Espírito Santo quando se converter a Jesus no final do “dia da vingança do nosso Deus” [Is 61.2], ou seja, da Grande Tribulação, do “tempo da angústia para Jacó” etc., que culminará com a batalha do Armagedom no final do reinado do anticristo. [Veja estas passagens: Jeremias 30.7; João 3.36; Apocalipse 3.10; 7.14; 11.18].

3.  Restauração nacional (vv. 6-8)  -  Como foi desenvolvido aqui, o processo pelo qual Yahweh irá cumprir sua promessa envolve quatro estágios discretos: ele vai religar os ossos com tendões, cobrir os ossos com carne, revestir a carne com pele, e infundir-lhes fôlego. A sequência, envolvendo ossos, tendões, carne e pele, reflete uma compreensão de anatomia disponível para qualquer um que tenha testemunhado a matança de um animal;' inverte, também, o processo de decomposição. A fórmula de reconhecimento conclusiva dá a este segmento a qualidade de uma declaração de comprovação, realçando que o alvo de Yahweh, ao reviver esses ossos, não é simplesmente uma reconstituição químico-biológica do corpo ou até mesmo a restauração da vida física. Ele deseja reavivamento espiritual: um novo reconhecimento dele e, ao mesmo tempo, um novo relacionamento com ele. 7,8 Estes versos descrevem a submissão do profeta para com a ordem divina e seus efeitos. A sintaxe de Enquanto eu estava profetizando, houve um barulho, um som de chocalho, é deselegante, mas enfatiza a conexão entre a palavra profética e o evento. A declaração, anunciada como a Palavra de Yahweh (v. 4), sinaliza-o para a ação. A construção cria, também, a impressão de que a reconstrução se procedeu rapidamente; osso batendo no osso até que cada um estava no seu devido lugar. O profeta fica perplexo à medida que observa a promessa de Yahweh se cumprindo diante de seus olhos. Num momento crítico, entretanto, o processo parece abortar. A oração circunstancial, no fim do v. 8, identifica o problema - não há fôlego ( rü a h ) nos ossos - e prepara o caminho para a segunda fase da atividade divina


                III.  SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX

1.  O testemunho de Deus para o mundo -  Porque eu estou contigo, diz o Senhor, para salvar-te. Yahweh está com Seu servo, Seu povo, Seu amado; e salvará a todos eles, individual e nacionalmente (Rom. 11.26). Isso será acompanhado pela temível destruição dos inimigos que os oprimiram. Grandes e revolucionários levantes serão experimentados entre as nações, o que significará a ruina total. Eles terminarão, mas o mesmo não acontecerá ao povo de Israel, embora tantos povos se tenham esforçado para isso. Será aplicada a correção a Israel; haverá intensos sofrimentos, como meio de restauração, e não de destruição. Haverá salvação por meio da dor, e não evitando a dor. Contudo, Yahweh não os exterminará (ver Jer. 4.27; 5.10,18). A punição terá por finalidade corrigir, e não exterminar. Ver Jer. 10.24. Mas o pecado será punido (ver Jer. 25.29; 49.12).      Aceitar que o julgamento divino consiste apenas em retribuição é condescender com uma teologia inferior. Os julgamentos divinos sempre são remediais, e tão severos quanto a necessidade, para que exerçam seu efeito restaurador. Muitas nações desapareceram definitivamente, mas isso não acontece às almas. O plano divino tem permitido que certas nações continuem atravessando séculos. E também há a imortalidade da alma, a provisão superior de Deus.

2.  O status de Jerusalém entre as nações   A Destruição de Jerusalém (21.20-24). Estes versículos se referem ao vindouro julgamento de Jerusalém, e não à Segunda Vinda de Jesus (cf. Lc 19.43,44). Aqui, Jesus enfatiza o perigo que os crentes experimentarão na calamidade. A narrativa de Lucas não inclui todos os detalhes providos em Mateus e Marcos. Nada é dito, por exemplo, sobre “a abominação da desolação” (Mt 24.15; Mc 13.14) e sobre esses dias de julgamento serem encurtados por causa do povo de Deus (Mt 24.22; Mc 3.20). No versículo 6, Jesus predisse a destruição do templo; esta seção enfoca o fim violento da cidade.    Como o crente saberá que a destruição de Jerusalém está próxima? Quando eles virem a cidade sendo cercada por exércitos hostis, eles perceberão que o tempo da devastação está perto. Os exércitos invasores serão o sinal para os fiéis que estiverem dentro e ao redor da cidade fugirem para as montanhas. Seus muros e torres não servirão de proteção contra as forças inimigas. Esse julgamento vindouro será “dias de vingança” (v. 22) pela incredulidade e pecados da cidade contra o evangelho, também cumprindo as advertências de Jeremias e Miquéias contra a deslealdade da nação (Jr 7.14-26; 16.1- 9; Mq 3-12).     A captura de Jerusalém trará sofrimento a todos, sobretudo às mulheres grávidas e novas mães. A destruição será terrível, e a ira (orge, “furor, punição, castigo”) de Deus virá sobre “este povo”, os judeus. Quando Jerusalém cair nas mãos dos gentios, alguns dos defensores da cidade morrerão na batalha, ao passo que outros serão levados como prisioneiros a países estrangeiros. A cidade permanecerá sob controle de estrangeiros “até que os tempos dos gentios se completem”. Deus ordenou quanto tempo os gentios governarão sobre Jerusalém. Quando esse tempo terminar, a cidade será devolvida à custódia dos judeus. Esta profecia de Jesus já foi cumprida parcialmente em nossos dias, pois os judeus repossuíram a cidade. Mas só Deus sabe quando “os tempos dos gentios” terminarão. Quando isto ocorrer, Cristo virá e estabelecerá seu Reino sobre a terra.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia de Estudo Macthur

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.2, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

Enciclopédia de bíblia e filosofia, Russell N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD

Livro Israel, Gogue e o Anticristo, Abraão Almeida - editora CPAD

sábado, 5 de novembro de 2022

LIÇÃO 9 - GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO

                            
Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II




                    TEXTO ÁUREO
"E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as ajuntar em batalha." (AP 20.8)


                    VERDADE PRÁTICA
A palavra profética anúncia que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, mas eles serão derrotados.

        
LEITURA BÍBLICA: EZ 38.1-6; 39.1-10 ( EXPLICAÇÃO COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY).

CAPÍTULO 38

V. 2. Gogue (nos caps. 38; 39; Ap. 20:7) não se baseia em Gogaia das Cartas de Amarna, nem Gyges, rei da Lídia (670-652), mas nas profecias transmitidas. Da terra de Magogue. A localização deste lugar é desconhecida. Talvez fique entre a Capadócia e a Média; ou talvez o termo se refira aos citas (Josefos Antq. 1. 6.1). Príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal (cons. 27:13). Leia-se o T.M, nesî'rô'sh em aposição, príncipe de, cabeça de Meseque e Tubal. A palavra rô'sh significa "cabeça" ou "chefe". O T.M, também pode ser traduzido para "príncipe de Rosh, Meseque e Tubal". Rôs não tem sido identificado. Possivelmente se refere a alguma tribo cita na região das montanhas Taurus.
 Sobre as últimas batalhas com Gogue e Magogue, veja Enoque 56, 57; Livros Sibilinos (Oráculos), III, 319, 320; II Esdras 13; Talmude Babilônico, Aboda Zara, 3b; Berakoth, 7, 8; G.F. Moore, Judaísmo, II, 344, 348. Cons. as batalhas sangrentas de Anate, ANET, 136, 137. 
V. 4. Far-te-ei que te volvas. A figura é a de se fazer uma besta fera voltar-se de suas inclinações sem significado para cumprir propósitos divinos.
V. 5. Persas e etíopes (Kûsh), e Pute (Lídia). Cons. 27:10; 30:5.
V. 6. Gômer (Gn. 10:2). Os gimirrai dos assírios; os cimérios dos gregos, que moravam ao sul do Mar Negro, provavelmente na Capadócia. Togarma (cons. 27:14) da banda do norte. (Das partes extremas do norte, RSV). Do mesmo modo Roma nos Sal. de Salomão, 8:16. 
V. 7. Serve-lhe de guarda ou líder para os exércitos invasores. 
V. 8. Depois de muitos dias . . . no fim dos anos. Uma expressão usada com referência ao futuro escatológico (cons. introd. observações sobre os caps. 38 e 39).  

CAPÍTULO 39

1. Profetiza . . . contra Gogue. Cons. 38:2, 3.
V. 2. Far-te-ei que te volvas. (Eu te impelirei, RSV). Cons. 38:4.
V. 4. Gogue cai nas montanhas. Cons. o versículo 17; 38:21.
V. 6. As terras do mar (ilhas, E.R.C) também sentirão o fogo que fere Magogue. 
V. 7. Farei conhecido. Isto expressa o propósito de Deus através da invasão (cons. 38:16, 17, 23): o reconhecimento de sua santidade por Israel e pelas nações. Veja também os versículos 13, 21, 25-28.
V.  9. As armas dos inimigos servirão de combustível para Israel durante sete anos. 
V. 11. Os cadáveres de Gogue serão sepultados no Vale dos Viajantes (ha'ôbe'rîm), ao oriente do mar. Este lugar tem sido identificado como Wady Fejjas, milha e meia ao extremo sul do Lago de Quinerete (Mar da Galiléia), ou Vale de Abarim (há'abarîm) em Moabe, a leste do Mar Morto (Dt. 32:48), chamado o Vale das Forças de Gogue. 
V. 12, 13. Todo o povo leigo (veja obs. sobre 44:25) se ocupará sete meses no sepultamento. O número sete (vs. 9, 14) significa a totalidade da limpeza da terra dos seus inimigos. 
V. 14-16. Serão separados homens que sem cessar percorrerão a terra (lit. homens de continuidade), que porão um sinal (sîyûn, indicação, monumento) junto a qualquer ossada não sepultada para ajudar os enterradores a limpar a terra. Ali está a cidade de Hamonah (forma fem., "multidão", RSV). De acordo com o Targum sham, "ali", em lugar de shem, "nome". É uma cidade de sepulturas (cons. Josefos Life 54).  



                        INTRODUÇÃO

Estes capítulos descrevem de maneira apocalíptica o livramento divino do Seu povo de uma invasão sem paralelos por um inimigo temível. Israel estará restaurada em sua terra (34:12, 13, 15, 23, 27) e convertida (36:24.28). Deus habita no meio deles (37:21-28), e a nação vive em prosperidade e segurança (38:8, 11, 12, 14). Seus inimigos vizinhos já não a molestam (25-32; 36:36). Então no futuro distante (38:8, 16), tem lugar uma invasão anteriormente predita (38:17; 39:8) por nações habitando nos limites do mundo (cons. Is. 66:19). Elas vêm como uma nuvem (38:9, 16) – Gogue da terra de Magogue, e seus afiados, Rosh (?), Meseque e Tubal (38:2, 3), das regiões do extremo norte (38:15; 29:2), junto com a Pérsia, Cush e Pute (38:25) e Gômer e Togarma, com suas hordas do norte (38:6). As nações comerciantes de Seba, Dedã e Társis e suas cidades (38:13) também estão interessadas nesta invasão. Gogue vem orientado pelo Senhor (38:4-7, 16; 39:2, 3), mas também por sua própria iniciativa, incitado por sua ganância (38:10- 14). De todos os profetas Ezequiel é o único que coloca "aquele dia" (38:10, 14, 18, 19; 39:11) depois de Israel desfrutar a restauração e a prosperidade em sua terra. Veja também Ap. 19:11; 20:7.



            I.   SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

1.   Os invasores  -  Gômer. Isto é, o assírio Gimerai, referindo-se aos cimérios da Ásia Menor central (cf. Gên. 10.2-3). Alguns intérpretes conseguem ver aqui a Alemanha, ou até a Alemanha Oriental, uma interpretação popular antes da reunificação da Alemanha. Togarma é o assírio Til-garimmu, a leste da extremidade sul do rio Hales, a sudeste de Gômer (Eze. 24.14). A Assíria ocupava territórios ao norte, como a Babilônia, mas esses países não estavam situados no extremo norte, como está a Rússia. Estão em vista o exército universal da Babilônia, historicamente, e os inimigos de Israel, do futuro, simbolizados por aquele exército antigo. Talvez o Armagedom seja o objeto das profecias, escatologicamente falando. 
Far-te-ei que te volvas. ‘Tendo trazido o exército outrora poderoso contra as montanhas de Israel (cf. Eze. 38.8), Deus o enfraquece (Eze. 39.3) e, depois, o golpeia nas montanhas. Aquele exército, antes tão poderoso e orgulhoso, torna-se comida para as aves de rapina e para os animais selvagens da floresta. A destruição é descrita, essencialmente, em termos da intervenção divina, num modus operandi que transcende o mero natural. A aniquilação poderosa deixará somente 1/6 do exército original vivo. As hordas vêm, essencialmente, do norte, mas não tão ao norte como a Rússia, uma interpretação popular dos dispensacionalistas. Nas seis interpretações dadas na introdução ao capítulo 38, apresento as principais idéias dos comentaristas. Cf. Eze. 38.15 e Jer. 1.14; 4.6; 10.22. Para a repulsão do exército, ver Eze. 38.4.

2.   Compreendendo a profecia -  Ora, a idéia de uma enorme batalha escatológica entre as forças do mal, ou o norte, e o povo fiel de Deus, não era nova. Ezequiel tinha consciência de que falava de um cumprimento de eventos que porta-vozes anteriores profetizaram. (38:17; 39:8), e suas palavras ecoavam a linguagem de outros, especialmente Jeremias (Jr 4:5-6:26; cf. J1 2:20). Estava, na realidade, representando os últimos dias em termos da linguagem figurada do “dia do Senhor” que dominava o futuro para profetas tais como Joel (J1 2:28-32), Amós (Am 5:18-20) e Sofonias (Sf 1:14-18), e que aparece de modo destacado em partes de Isaías (Is 29:5-8; 6 6 :15ss.), e de Zacarias (Zc 12:1-9; 14:1-15). Este é um quadro totalmente diferente do tema da “idade de ouro,” em cuja linguagem fora descrita a volta do exílio para a terra prometida. Até que ponto é possível reconciliar as duaS abordagens num esquema cronológico consistente, fica para o julgamento de outros, com base nos esforços daqueles que já fizeram a tentativa. O que importa notar é que Ezequiel, aparentemente, conseguiu usar as duas formas de lingugem figurada sem qualquer senso de contradição, embora não ofereça qualquer orientação clara quanto à maneira de equilibrá-las.

3.  Gogue (38.2a; 39.1a)  -  Gogue tem sido identificado, de variados modos, com Giges, rei da Lídia, que é chamado Gügu nos registros de Asssurbanípal, e com o nome geográfico, Gagaia, referido nas cartas de Tell el-Amama como país de bárbaros. Nos escritos'de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificação esta que também tem sido sugerida (Enuma elish, III: linha 2). Outros têm visto em Gogue uma personagem histórica tal como Alexandre Magno. A sugestão mais provável é a primeira, mas a origem do nome é menos relevante do que aquilo que simboliza, a saber: o cabeça personificado das forças do mal que intentam a destruição do povo de Deus. 


            II.   SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)

1.   Magogue (38.2b; 39.1b; 6a)  -   nome Magogue é desconhecido no Antigo Testamento à parte da única referência em Gênesis 10:2 (= 1 Cr 1:5), onde é um filho de Jafete e o fundador de uma nação. Em Apocalipse 2 0 :8, Magogue é uma pessoa associada a Gogue, mas em Ezequiel a palavra quase certamente visa representar o país onde morava Gogue (ARA, ARC). A descrição de Gogue como. príncipe-chefe de Meseque e Tubal é uma tentativa de dar sentido a um trecho hebraico difícil. Se pudesse ser confirmado um topónimo “Rosh” , a melhor tradução seria: “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal” (RV), mas na falta de qualquer identificação satisfatória, e tendo em vista a freqüente ligação entre os nomes Meseque e Tubal (Gn 10:2 = 1 Cr 1 :5 ;Ez 27: 13; 32:26), devemos supor que rò’s (= “cabeça,” “chefe”) está em aposição à palavra príncipe, ou mesmo é uma glosa sobre ela. As tribos mencionadas são as Moscoi e “Tibarenoi (ass. Tabal e Musku)-, ver sobre 27:13.

2.  Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c)  -  . A descrição de Gogue como. príncipe-chefe de Meseque e Tubal é uma tentativa de dar sentido a um trecho hebraico difícil. Os confederados de Gogue são identificados como Meseque e Tubal. Estes nomes apareceram anteriormente na lista comercial de Tiro (27.13, na ordem inversa) e entre os mortos no sheol (32.26). Tanto Meseque (Musku/Muãku) como Tubal (Tabal) são bem atestados nas fontes neoassírias. Registros antigos afirmam que os contatos do primeiro com a Assíria são tão antigos quanto os séculos 12-11 a.C. Durante o reinado de Sargon II, Meseque (Mushki) era governada pelo rei Midas, da Frigia. A presente associação de Meseque com Gogue é apoiada pelo SI 120.5-7, que descreve o primeiro como um inimigo selvagem. De acordo com Heródoto, o Meseque posterior fazia parte dos dezenove sátrapas de Dario.48 Tubal/Tabal era a designação territorial do reino interior da Anatólia, conhecido pelos assírios como Bit Buritash. Este reino, cercado de terras, limitava-se, ao oeste, com Meseque, ao sul com Hilakku, ao leste com Melidu e Til-garimmu (Bete-Togarma), e ao norte por Kasku. Embora não tenhamos evidências de que Lídia/ Frigia tenha, em algum tempo, predominado sobre Tubal, os anais de Sargon II relatam que ele acabou com uma revolta anatoliana na qual Mitâ, de Mushki (provavelmente Midas, da Frigia), estava aliado com Tabalu. A ordem da tríade de nomes de Ezequiel reflete um conhecimento da geografia e das recentes realidades políticas em Anatólia. Gogue (Lídia), situada no oeste longínquo, está no alto de uma federação com Meseque em sua fronteira oriental, e com Tubal, a leste de Meseque. A razão pela qual o olhar atento do profeta deveria focalizar essas nações em particular é obscura. Cidadãos esclarecidos de Judá estavam, provavelmente, cientes da existência desses povos no norte longinquo, mas seu conhecimento a respeito deles deve ter se baseado em relatos de segunda ou terceira mão. Talvez a fama de Gyges e Midas tenha se espalhado até a longínqua Jerusalém, depois, certamente, até a Babilônia, cujos tentáculos imperiais alcançaram a área central anatoliana. Entretanto, ao contrário dos egípcios, assírios e babilônios, com os quais Judá tinha frequente contato, os povos, no norte distante, estavam envoltos em mistério. Os relatos, a respeito desses povos misteriosos, que penetravam na parte de baixo do mundo conhecido, falavam de povos selvagens, brutais e bárbaros. Esta combinação de mistério e brutalidade fez de Gogue e de seus confederados símbolos perfeitos do inimigo arquétipo, levantando-se contra Deus e seu povo.

3.  A coalização de Gogue (38.5)  -  Mas Gogue não vem só. A frase q ãhãl rãb, “um grande ajuntamento”, no v. 4, prepara para a enumeração das forças que se associam a Meseque e Tubal, nos w . 5,6. O texto nomeia cinco aliados, mas graças à improbabilidade das nações africanas, ou seja, Cuxe (Etiópia) e Pute (Líbia) unirem forças com os anatolianos numa campanha Síria, e à referência precipitada a Paras (Pérsia), a tríade no v. 5 é geralmente omitida por ser considerada um comentário irreal, posterior. Mas Odell aconselha corretamente contra a remoção do verso muito prontamente. Primeiro, no tempo de Ezequiel os persas eram um povo ainda relativamente desconhecido nas orlas do conhecimento israelita, consequentemente qualificado para o presente contexto misterioso. Segundo, a associação de Paras, Cuxe e Pute em outros textos no livro76 sugere que esta tríade se origina de uma lista tradicional de aliados do Egito. Na qualidade de poder imperial, o Egito é conhecido como havendo se engajado no auxílio das forças anatolianas, em seus conflitos com a Assíria. Terceiro, a presença da Pérsia numa lista de subordinados de Gogue, aqui e em 27.10, teria sido irreal em qualquer situação pós-539. Quarto, em contraste com Jeremias (por ex., 51.11, 27,28), Ezequiel jamais mostra a mínima preocupação com os povos do norte e do leste da Babilônia. Seu interesse está na margem mediterrânea. Quinto, a identificação de Paras com a Pérsia é provavelmente errônea, sendo que a semelhança entre os nomes é puramente uma questão de coincidência. Dever-se-ia ver, aqui, uma referência a alguma potência militar ou comercial, com fortes ligações com Tiro e Egito, mas, até o momento, não atestada nos registros extrabíblicos, ou uma soletração alternativa, talvez egípcia, para Patros, “Terra do Sul”. Mas qualquer que seja a interpretação, aquilo que é comumente desprezado como um comentário irreal se toma evidência para um notável conhecimento dos tradicionais aliados do Egito.



                III.   SOBRE O CONTEXTO ESCATOLÓGICO

1.  Gogue e Magogue  -  Contra Gogue. Esse nome é encontrado em I Cr 5.4. A Septuaginta usou “Gogue” para traduzir nomes como Agague (Nm 24.7) e Ogue (Dt 3.1), possivelmente com a intenção de mostrar que, embora fosse um nome próprio, ele passou a ser usado como um nome genérico para designar um inimigo do povo de Deus. Gogue, muito provavelmente, porta a ideia de “alto” ou “aquele que é supremo”, baseado na comparação feita em Nm 24.7.   Ele se refere a uma pessoa, descrita como um “príncipe” da terra de Magogue, que é o último anticristo. Esses títulos são usados ali simbolicamente para a última insurreição do mundo contra Jerusalém, seu povo e contra o Rei Messias. Esse ataque virá não apenas do norte, mas dos quatro cantos da terra, quando um mundo de pecadores ao final do reinado de mil anos virá para lutar contra os santos na “cidade amada” de Jerusalém. Nessa ocasião, somente uma arma será utilizada: o fogo divino. Esse é o clímax da última batalha contra Satanás e seus exércitos, cujo destino eterno já está fixado.  A isso se seguirá o julgamento final de todos os ímpios na presença do Senhor (Ap 20.11-15) e a criação do estado eterno e sem pecado (Ap 21.1). Magogue. Alguns consideram esse povo como descendente de )at’é (Gn 10.2), posteriormente denominados de citas. Outros propõem que se trata de um povo a sudeste da Anatólia, posteriormente conhecidos como um povo de origem asiática como os mongóis c: os hunos. Outros veem Magogue como um termo genérico para os quaisquer povos bárbaros, ao norte da Palestina, do entorno dos mares Cáspio e Negro.


2.  Como a Rússia aparece nesse contexto? -  Alguns pensam que Gogue e Magogue se encontravam muito longe, sendo a Cítia, Tartária ou a Rússia. Outros dizem que estavam mais perto da terra de Israel, que estavam na Síria, na Ásia ou mais perto ainda. Ezequiel recebeu a incumbência de profetizar contra Gogue e dizer que Deus estava contra ele, w. 2,3.

Observe que Deus vê não só aqueles que são agora inimigos da sua igreja e se coloca contra eles, mas é capaz de antever aqueles que se tornarão inimigos e faz com que saibam, através da Sua palavra, que também está contra eles. No entanto, Ele se sente satisfeito por fazer uso deles para servirem aos Seus propósitos e para a glória do Seu precioso nome. Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor, e o restante da cólera, tu o restringirás, Salmo 76.10.




AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

LIÇÃO 8 - O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS...

                    

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.

 


                    TEXTO ÁUREO

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." (JO 10.11)


                    VERDADE PRÁTICA

As Escrituras revelam Deus como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. Deus dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.


LEITURA BÍBLICA: 34.1-12 .


                            INTRODUÇÃO


Ao identificar a estrutura do texto, deve-se coordenar os aspectos formulaicos com mudanças no tom e no conteúdo. Consequentemente, depois do preâmbulo (v. 1), o oráculo propriamente dito se divide em três partes aproximadamente iguais na extensão: (a) o anúncio de livramento (vv. 2-10); (b) a natureza do livramento (vv. 11 -22); (c) o objetivo do livramento (vv. 23-31). A maioria dos eruditos reconhece no primeiro painel um oráculo de lamento mais ou menos independente, dirigido contra os governadores de Israel. Este segmento se divide naturalmente em duas partes, as quais representam, no estilo e no tom, uma acusação formal (vv. 2-6) e um anúncio de julgamento (w . 7-10), respectivamente, elementos típicos de oráculos de lamento. Entretanto, sua posição força o leitor a interpretar este segmento dentro de sua presente estrutura literária. O segundo painel se concentra inteiramente sobre Yahweh e sua atividade salvadora em favor de seu rebanho. As declarações de livramento, empregando os verbos h is s ,l (v. 12) e /rôá’a ‘ (v. 22), formam um inclusio ao redor desta seção. Dentro dessa estrutura, duas dimensões de livramento são descritas: livramento dos inimigos externos (vv. 11-16) e livramento dos exploradores internos (vv. 17-22). O último painel (vv. 23-31) é estruturado por alusões ao concerto de Yahweh com seu povo (vv. 24, 30,31). Agora que ele os libertou de todas as formas de opressão, o foco muda para positivamente reconstruir a shalom que Yahweh pretendia desde o começo. Mas esse painel também se divide em três subseções. A primeira, consistindo somente dos vv. 23,24, concentra-se em Davi, reinstalado como um pastor auxiliar sobre o rebanho; a segunda (vv. 25-29), diferente da primeira em estilo e tom, desenvolve um novo tema, o concerto da paz que Yahweh estabelece com seu povo. Os vv. 30,31 dão à inteira subunidade (vv. 11-31) a característica de um oráculo de comprovação. Embora esse capítulo seja literariamente complexo, as ligações entre as partes são fortes. A sentença pronunciada sobre os maus governantes nos vv. 7-10 amarrada à acusação precedente com o duplo lãkên, “Portanto”, é a resposta divina às injustiças internas nos vv. 20-22. Ainda que a fórmula de citação no v. 11 introduza a segunda maior divisão do capítulo, as duas partes são ligadas pelo conectivo k \ “por”. O v. 16, conscientemente, ecoa os vv. 4-6, embora ao contrário (mas na ordem lógica). A última linha desse verso, com seu bèmiSpãt, supérfluo de outra maneira, funciona como um elo entre a precedente descrição do cuidado divino e a administração bem-sucedida da justiça divina. O verso conclusivo se liga com as afirmações do concerto nos vv. 24 e 30, e a expressão s õ n ’, “meu rebanho”, dirige a atenção para o mote da passagem inteira.



                    I.  SOBRE O REBANHO

1.  Ovelhas  -    Seis palavras hebraicas e uma palavra grega estio envolvidas na compreensão deste verbete, a saber:

Kebes, cordeiro. Palavra hebraica que figura por cento e quatro vezes. Por exemplo, Êxo. 29:38-41″ Lev. 4:32; 9:3; 12:6; Núm. 6:12,14; 7:15,17,88; 15:5; 28:3,4,7,9,11,13,14,19,21,27,29; II Cr 29:21; Esd. 8:35; Pro. 27:25; Isa. 1:11; ler. 11:19; Eze. 46:4-7,11,13,15; Osé. 4:16.

Keseb, cordeiro. Palavra hebraica que aparece por doze vezes. Para exemplificar: Gên. 30:32,33,35; Lev. 1:10; 7:23; Núm. 18:17; Deu. 14:4.

Tson, ovelha. Palavra hebraica usada por cento e dez vezes, com esse sentido. Por exemplo: Gên. 4:2; 12:16; 20:14; Exo. 9:3; 20:24; Lev. 22:21; Núm. 22:40; 27:17; 32:36; Deu. 7:13; 14:26; los. 7:24; I Sam. 8:17; 14:32; 27:9; 11 Sam. 7:8; I Reis 1:9,19,25; II Reis 5:26; I Cr, 5:21; II Cr. 5:6; 7:5; Nee. 3:1,32; Jó 1:3; Sal. 4:11,22; 49:14; 74:1; Isa. 7:21; 13:14; Jer. 12:3; Eze. 34:6,11,12; Joell:18; Miq. 2:12; Zac. 13:7.

Tsoneh, ovelha. Palavra hebraica usada por duas vezes: Núm. 32:24 e Sal. 8:7.

Rachei, ovelha. Palavra hebraica usada por quatro vezes: Cano 6:6; Isa. 53:7; Gên. 31:38, 32:14.

Seh, «ovelhinha», Palavra hebraica que ocorre por quarenta e quatro vezes, com diversas traduções correlatas. Por exemplo: Êxo, 22:1,4,9,10; Lev, 27:26; Deu. 17:1; 18:3; los. 6:21; I Sam. 14:34; Sal. 119:176; ler. 50:17.

Prôbaton, «ovelhas, «carneiro». Vocábulo grego empregado por trinta e nove vezes no Novo Testamento: Mat. 7:15; 9:36; 10:6; 10:16; 12:11,12; 15:24; 18:12; 25:32,33; 26:31 (citando Zac. 13:7); Mar. 6:34; 14:27; Luc. 15:4,6; João 2:14,15; 10:1-4; 10:7,8,11-13,15,16,26,27; 21:16,17; Atos 8:32 (citando Isa. 53:7); Rom. 8:36 (citando Sal. 44:23); Heb. 13:20; I Ped. 2:25 e Apo, 18:13.

 

Características da Ovelha Domesticada. A maior parte das espécies atualmente difere largamente de seus antepassados selvagens, e essas diferenças começaram a aparecer quase desde o princípio.

Quatro são as diferenças principais: a. A lã. Essa se faz presente nas espécies selvagens, embora tome-se mais patente durante o inverno, quando pode cobrir os pelos mais duros. As propriedades da li, como o acetinado e a capacidade de produzir fios, foram reconhecidas na antiguidade desde bem cedo, tendo sido criadas espécies que produziam boa li em grande quantidade. Porém, ovelhas dotadas de pelos duros até hoje podem ser encontradas, especialmente nos trópicos. b. A cauda. Algumas espécies domesticadas têm caudas com duas ou três vezes mais vértebras que as formas selvagens. Em outras espécies domesticadas, a cauda tomou-se um órgão onde é armazenada grande quantidade de gordura, o que tem sido encontrado entre múmias tão antigas quanto as da XII dinastia egípcia (cerca de 2000 A.C.). c. A cor. O homem ocidental está tio acostumado a ver ovelhas brancas que qualquer outra coloração lhe parece estranha.

As primeiras ovelhas, mui provavelmente, eram marrons; mas, no Egito havia ovelhas brancas, marrons e negras, antes de 2000 A.C. e talvez até muito antes disso. Tomou-se tradição pensar que as ovelhas referidas na Bíblia sempre fossem brancas; isso é correto quase em todos os casos, mas não é inteiramente o sentido do texto que diz: “…se tomarão como a lã. (lsa. 1:18). Na verdade, as palavras «lã de Zaar» (com base no texto hebraico que fala em tsachar, «brancura»; Eu. 27:18), encontram-se em um contexto que dá ideia de riquezas. Mas é óbvio, com base no trecho de Gênesis 30:32 ss, que tanto as ovelhas quanto os bodes eram de várias colorações, presumivelmente incluindo a cor «branca», embora a palavra ali traduzida como «malhados» indique manchas claras em animais escuros. Por igual modo, devido aos trechos de Núm. 28:3,9 e 29:17,26, onde se lê que as ovelhas oferecidas em sacrifício tinham de ser «sem defeito», que isso indicaria que esses animais teriam de ser imaculadamente brancos.

Porém, essa palavra aponta para imperfeições em geral, e não, necessariamente, à coloração. Dos animais. d. Habitat. Começando como um animal que vivia naturalmente em regiões montanhosas, as ovelhas se desenvolveram em espécies dispersas por toda a espécie de terreno, desde terras altas até pantanais, ou mesmo até às fimbrias dos desertos. A ovelha é mais seletiva do que o bode, em sua alimentação, requerendo uma melhor quantidade de forragem, geralmente uma melhor qualidade de relva, conforme podemos observar em I Crônícas 4:39,40: «Chegaram até à entrada de Gedor, ao oriente do vale, à procura de pasto para os seus rebanhos. Acharam pasto farto e bom». As erráticas chuvas de inverno que caem na Palestina faziam a relva crescer em tufos, e os pastores, sabendo onde encontrar pastagem, levavam as suas ovelhas até aqueles lugares. Davi, com base nesse tipo de experiência, escreveu: «Ele me faz repousar em pastos verdejantes….. (Sal. 23:2).

2.   Natureza  -  11 curiosidades sobre as ovelhas

1º) – Todos os animais foram criados com uma defesa especial. A cobra, o cachorro, o leão, todos têm defesas, mas a ovelha é o único animal terreno que não possui defesa alguma, ela é totalmente vulnerável, ela fica no fim da cadeia alimentar, não se defende, não tem habilidades de luta.

2º) – A ovelha produz lã o tempo todo. Desde que nasce, ela produz lã, quanto mais tosquiada mais ela produz.

3º) – A ovelha é um animal bastante ingênuo. Ela não sabe discernir a erva boa para comer da erva venenosa, por isso o pastor tem que ir na frente preparar a pastagem com cuidado, retirando aquelas que podem envenená-la.

A alimentação das ovelhas é fundamentalmente a erva, que encontram nos pastos por onde pastam. Não necessita de muitos suplementos alimentares e tem a característica de não estragar esse mesmo pasto. Quando ela vai se alimentar no aprisco, ela só come na sua manjedoura.

Se a manjedoura de outra ovelha estiver cheia, e a sua vazia, ela não irá à manjedoura alheia e comerá a comida de outra ovelha. Esta atitude poderá até levar a ovelha à morte, mas o princípio de obediência é respeitado. A ovelha espera até que o pastor coloque o alimento na sua manjedoura.

4º) – As ovelhas conhecem a voz do seu pastor. Pesquisando a respeito disso, li uma história bem interessante:

“Um certo homem esteve na África. E estando ali viu um grande lago onde muitos animais iam beber água. De repente, chegou um pastor com umas duzentas ovelhas e elas começaram a beber, depois chegou outro pastor com suas ovelhas. Então o homem se questionou “Como ele vai saber quais são as ovelhas dele se estão todas misturadas?” Depois chegou mais um pastor, com mais uma quantidade de ovelhas. Os pastores ficaram conversando enquanto as ovelhas bebiam. Daqui a pouco foi saindo um por um, e as ovelhas escutaram a voz de cada pastor chamando-as e cada rebanho seguiu ao seu pastor, sem se misturar.”

5º) – Só dorme no mesmo lugar. Aqui o paralelo é um pouco diferente. A ovelha sabe qual é o seu lugar no aprisco! De maneira nenhuma ela vai querer o lugar de outra ovelha.

6º) – No dia que vai morrer, a ovelha não come, fica quieta num canto. Ela não demonstra nenhuma reação. Mesmo que alguém queira interagir com ela, ela não foge, não dá coices. Ela espera pacientemente pela hora do seu sacrifício. Assim foi com o nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo sabendo a hora da morte, triunfantemente enfrento-a a fim de nos garantir a vida eterna.

7º) – A ovelha é um animal muito medroso. Basta que ela não sinta o cheiro do pastor para que fique tremula de medo. E no auge do medo pode sair correndo do aprisco e se torna presa fácil dos predadores.

8º) – A ovelha é muito sensível a perturbação das moscas que ficam rodeando a sua cabeça. Se isso acontece com frequência, ela acaba ficando desnorteada, vai balançar a cabeça de um lado para o outro tentando fugir do assédio dos insetos, acaba ficando sem comer, emagrecendo. Vendo que não consegue se livrar dos insetos, sai correndo sem direção. Quando uma ovelha corre a outra fica apavorada e vai atrás. É preciso que o pastor molhe a cabeça dela com óleo para afastar os mosquitos.

9º) – A ovelha come o dia inteiro e de noite esta com o estômago muito cheio. O maior órgão que a ovelha possui é o estômago, que toma conta da maior parte da caixa torácica.

10º) – Durante a noite elas gostam de brincar de dar cabeçadas umas nas outras e normalmente caem no chão com as patas para cima e depois não conseguem se levantar sozinhas pois a lã dificulta que ela se levante. Se a ovelha não for erguida dentro de uma hora, ela morrerá asfixiada, pois o estômago comprimirá e apertará o seu pulmão, por isso o pastor precisa durante a noite andar no meio das ovelhas levantando as ovelhas caídas.

11º) – Para corrigir e acudir a ovelha o pastor dispõe de dois instrumentos: Tanto a "vara" como o "cajado" eram instrumentos usados pelo pastor para proteção das ovelhas. O pastor tinha que ser hábil para manejar tanto um quanto o outro. Com sua arma de trabalho nas mãos, o pastor é o único protetor das ovelhas contra os inimigos naturais (lobos, leões, ursos, chacais, e principalmente, ladrões) do rebanho. O cajado e a vara são instrumentos de bênção para as ovelhas, mas de juízo para os predadores.

1.A vara é um pedaço de pau curto, era uma arma de defesa ou disciplina, que simboliza a força, o poder e autoridade de Deus.

2.O cajado é uma vara longa, tendo um gancho numa das extremidades que serve para trazer a ovelha para perto do pastor, para guiá-la no caminho certo, ou para removê-la de uma situação de perigo.

3.O cajado era o emblema significativo de um povo peregrino numa atitude de apoio em qualquer coisa que estava fora de si mesmos. Que característica preciosa! Prouvera a Deus que fossem vistos em cada membro da família dos Seus remidos, o patriarca apoiado em seu cajado.Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão [Hb11:21].


Texto Anônimo.

3.   O Rebanho  -  Há seis palavras hebraicas e duas palavras gregas envolvidas neste verbete, a saber:

Eder, «rebanho». Termo hebraico que é usado por trinta e oito vezes; segundo se vê, por exemplo, em Gên. 29:2,3,8; 30:4; Jui. 5:16; I Sam. 17:34; II Crô. 32:28; Jó 24:2; Sal. 78:52; Can. 1:7; 4:1,2; Isa. 17:2; 32:14; Jer. 6:3; 13:17,20; 31:10,24; 51:23; Eze. 34:12; Joel 1:8; Miq. 2:12; 4:8; 5:8; Sof. 2:14; Zac. 10:3; Mal. 1:14.

Tson, «ovelha», «rebanho». Essa palavra ocorre por mais de duzentas e sessenta vezes, principalmente com o sentido de «ovelha». Mas, com o sentido de «rebanho» aparece por cento e trinta e sete vezes, conforme se vê, para exemplificar, em Gên. 4:4; Êxo. 2:16,17; Lev. 1:2,10; Núm. 11:22; Deu. 8:13; I Sam. 3:20; II Sam. 12:2,4; I Crô. 4:39,41; II Crô. 17:11; Esd. 10:19; Nee. 10:36; Jó 21:11; Sal. 65:13; Can. 1:8; Isa. 60:7; Jer. 3:24; Eze. 24:5; Amós 6:4; Jon.3:7; Miq. 7:14; Hab. 3:17; Sof. 2:6; Zac. 9:16; 10:2; 11:4,7,11,17.

Miqneh, «gado», «aquisição». Palavra hebraica que ocorre por setenta e cinco vezes, conforme se vê, por exemplo, em Gên. 4:20; Êxo 9:3; Núm. 20:19; Deu. 3:19; Jos. 1:14; Jui. 6:5; I Sam. 23:5; II Reis 3:17; I CrÔ. 5:9,21; II Crô. 14:15; Isa. 30:23.

Marith, «gado no pasto». Palavra hebraica que aparece por apenas uma vez com esse sentido, em Jer. 10:21, embora apareça outras dez vezes com o sentido de «pasto».

Chasiph, «rebanho ao relento». Palavra hebraica utilizada por apenas uma vez: I Reis 20:27.

Ashtaroth, «multiplicações». Palavra hebraica empregada por quatro vezes, com o sentido de «rebanhos»: Deu. 7:13; 28:4, 18,51.

Poímne, «rebanho». Palavra grega usada por cinco vezes: Mat. 26:31 (citando Zac. 13:7); Luc. 2:8; João 10:16; I Cor. 9:7.

Poimnion, «pequeno rebanho». Termo grego usado também por cinco vezes: Luc. 12:32; Atos 20:28,29; I Ped. 5:2,3.

Esse vocábulo português, quando usado na Bíblia, indica um grupo de ovelhas, ou de cabras, ou de ambas essas espécies (Gên. 4:4; 29:2; Can. 4:1; Joel 1:18). Em Números 32:36, porém, está em pauta o gado vacum. Ver os artigos separados sobre Ovelhas, Cabras e Gado.

Usos Figurados:

Exércitos, nações e grandes grupos de pessoas são assim denominados (Jer. 49:20; 51:23). Isso acontece porque tais grupos estão unificados em torno de alguma causa comum, ou porque representam alguma herança cultural comum.

Os «donos dos rebanhos» (Jer. 25:34,35) são os líderes e governantes do povo, homens poderosos e ricos.

Israel aparece como o rebanho do Senhor (Jer. 13:17,20), alvo de seu amor e de seus cuidados. Eles formam um rebanho santo (Eze. 37:38), em distinção às multidões dos povos pagãos.

O trecho de Zacarias 11:4 fala nas «ovelhas destinadas para a matança», que são aquele grupo de pessoas que Deus determinou destruir mediante o seu juízo, dentre do povo de Israel. Nações pagãs serão usadas para produzir essa matança.

A Igreja é o rebanho do Senhor Jesus e ele é o seu Pastor (Isa. 40:11; Atos 20:28; João 10). Nessa conexão, examinar também Luc. 12:32 e I Ped. 5:2,3.


                II.    SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

1.  O pastor de ovelhas  -   Em Israel, a designação de governantes como pastores também tinha uma tradição antiga. De acordo com Nm 27.17, Moisés orou para que Yahweh nomeasse um homem para liderar a congregação, de maneira que eles não fossem como ovelhas sem um pastor. Esta afirmação se compara com a observação profética de Micaías, filho de Inlá: “Vi todo o Israel disperso pelas montanhas, como ovelhas sem um pastor” (lR s 22.17). Nosso texto não identifica, especificamente, as pessoas a quem Ezequiel se refere como “pastores”. À luz de sua dependência de Jr 23.1-6, em particular, e do uso jeremíaco da expressão em geral, tem-se a tendência de interpretar “pastores”, neste caso, como uma referência geral aos nobres que estavam ao redor de Zedequias, incluindo os anciãos em Jerusalém, os quais ele havia observado seguindo seus caminhos idólatras, na visão do capítulo 8, e os oficiais de 22.27, que dilaceram suas vítimas como lobos; e, ainda, talvez, os falsos profetas do capítulo 13, que anunciam “paz, paz!”, quando não há paz; e os líderes da comunidade exílica.

2.   O que os governantes faziam (vv. 2,3)  -  Comeis a gordura. Quando um animal era sacrificado, as “delicadezas” (segundo a mente hebraica), o sangue e a gordura, pertenciam a Yahweh, sendo queimados no Seu altar. Ver as leis sobre o sangue e a gordura em Lev. 3.17. Então, oito porções (os melhores cortes da carne) pertenciam aos sacerdotes. O restante era dividido entre os adoradores que haviam trazido os sacrifícios. Uma refeição comunal terminava o rito, cada um comendo sua porção apropriada. - Aqueles perversos e presunçosos falsos pastores tomavam para si mesmos o melhor, que pertencia exclusivamente a Yahweh! Na mente hebraica, tal ação configurava um ato de traição que anulava a lei mosaica e merecia execução legal. Os pewersos, então, se apossavam das outras partes dos animais, para comer e fazer roupas. Fartavam-se e engordavam, deixando o povo sem nenhuma provisão de comida ou de roupa. Aqueles homens eram tiranos gananciosos, explorando o povo. “Os pastores (isto é, reis, oficiais etc.) abusaram do povo (Jer. 23.13-17) e o espalharam (Jer. 10.21; 23.1-4). Este oráculo reforça a doutrina da responsabilidade pessoal (Eze. 18.5-22). Os líderes, supostamente, eram sujeitos às leis de Deus (II Sam. 12.1-15), mas, de fato, eram rebeldes e perversos” (Oxford Annotated Bible, introdução à seção). Em vez de alimentar as “ovelhas", usaram-nas para alimentar a si mesmos! Eles as abatiam, roubavam, praticavam crimes de sangue, pewertiam a lei de Moisés, promoviam injustiças sociais, utilizando as primícias para seu próprio benefício, impondo pesados impostos sobre os menos afortunados, enquanto o dinheiro se acumulava em suas tesourarias pessoais. O Targum diz, simplesmente, em um sumário sucinto: “Vós comeis o que é bom”, implicando que somente o ruim ficou para as ovelhas. 

“Foram como cachorros famintos que nunca se satisfazem, como Isa. 56.11 diz” (Fausset, In loc.).

 Tais cães são gulosos, nunca se fartam; são pastores que nada compreendem. (Isaías 56.11)

 “Egoísmo é a característica principal dos pastores infiéis. Cf. João 10.1-17” (Ellicott, in loc.

3.   O que os governantes não faziam (vv. 4,8)  -  A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes. Entre o povo comum, sempre existem os fracos e os doentes, os indefesos e os totalmente dependentes, que podem ser facilmente explorados. Tais pobres almas, aqueles violentos desprezaram e exploraram, lucrando com cada ato perverso. Governaram com força excessiva, castigando com impostos absurdamente altos, intimidando, extorquindo, perseguindo, fazendo leis injustas que só serviam às classes mais altas, à custa do povo. Não tinham coração nem consciência, agiam como lobos. Aqueles ímpios não eram passivos; agiam com vigor, sempre machucando os fracos, espiritual e fisicamente. Cf. Êxo. 23.4. O líder verdadeiro leva seriamente os deveres para ajudar seu povo: Nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.

 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. (I Pedro 5.3-4)

Os líderes não apenas exploravam as ovelhas como também abusavam delas ao negligenciar suas necessidades. Ovelhas precisam de cuidado constante, mas os líderes não administravam os assuntos nacionais visando o bem do povo e sim o benefício próprio. Na verdade, não davam qualquer atenção ao rebanho. Se os pecados de comissão dos líderes eram terríveis, seus pecados de omissão eram ainda piores. Não ministravam às ovelhas enfermas e feridas nem buscavam as perdidas e dispersas. G overnavam apenas pela força e pela crueldade. Ezequiel os acusou três vezes de permitir que as ovelhas se dispersassem, sendo que um rebanho espalhado e sem pastor torna-se vulnerável e pode ser facilmente atacado por animais selvagens (Jr 50:6). Por causa das decisões egoístas e imprudentes dos líderes, a nação se desintegrou e o rebanho foi disperso.

4.   As ovelhas dispersas (vv 5,6)  -  Assim se espalharam, por não haver pastor. Os lideres não foram pastores, mas tiranos. Não protegeram o rebanho, mas o exploraram. Seus atos violentos espalharam as ovelhas, deixando-as desprotegidas e sem nenhum verdadeiro pastor. Perdidas nos campos, elas se tornaram alimento para as feras que vigiavam aqueles lugares, sempre famintas, sempre matando, sempre esperando para devorar mais uma vítima. Os vss. 5-6 mencionam três vezes a dispersão das ovelhas, ressaltando que aquela ação figurava entre suas ofensas principais. O dever do pastor era o de não permitir justamente aquilo. Mas os falsos pastores tinham uma regra só: servir a si mesmos. “Eles não mereciam o nome pastor; era um ultraje aplicar esse título augusto a eles (I Reis 22.17; Mat. 9.36). Cf. Mat. 26.31, onde também vemos a dispersão das ovelhas, porque o verdadeiro Pastor fora morto” (Fausset, in loc.). O povo se envolveu em pecados pesados como idolatria, adultério, explorações dos fracos, atos anti-sociais, opressões, porque não tinha líderes para instruir e guiar em caminhos retos. O Targum explica que a maior dispersão era justamente o cativeiro babilónico, que o povo sofreu por causa da infinidade de suas transgressões. Provavelmente, o vs. 6 inclua esta idéia. 

As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes. O povo pecador tornou-se iníquo seguindo os maus exemplos dos líderes. Logo, os lobos atacarão para devorar líderes e liderados, que compartilharão o mesmo destino catastrófico. Os lobos internacionais eram os soldados babilónicos, sempre famintos, à procura de vítimas. Algumas poucas ovelhas que sobreviveram aos ataques dos lobos esconderam-se nas ravinas das colinas, em cavernas, em câmaras secretas. Algumas fugiram para países vizinhos e sofreram exílio permanente. A maioria dos sobreviventes foi levada cativa para a Babilônia, onde a miséria continuou. “Lá fora” não houve ninguém que cuidasse das ovelhas perdidas e doentes. Nenhum homem se preocupava com as suas almas. Chaucer falou de ovelhas perdidas “orientadas” por pastores perdidos:

 Ele mesmo sendo um vagabundo, deixando O caminho estreito, Não era nenhuma maravilha, e suas ovelhas tolas Também erraram o caminho. 

As minhas ovelhas. Note-se que Yahweh as chama de “minhas ovelhas”, a despeito de seus pecados. Ele era o Pastor, mas aqueles designados subpastores foram negligentes e abusaram de seus deveres, descumprindo sua missão. Nunca a missão de alguém deve servir a si mesmo. 

Foram espalhadas sobre toda a face da terra. Ninguém se preocupou em procurá-las. (NCV) 

Por contraste, o Verdadeiro Pastor veio para procurar e salvar o que foi perdido (Luc. 19.10).


                    III.   SOBRE O BOM PASTOR

1.  A reação divina contra os maus pastores (vv. 10-12)  Assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo procurarei as minhas ovelhas. AdonaiYahweh (o Soberano Eterno Deus), exercendo Seu poder divino e soberano, assumirá o ofício do Pastor e providenciará para suprir as necessidades do rebanho. Este título divino é usado 217 vezes neste livro, mas somente 103 no restante do Antigo Testamento. Exalta a soberania de Yahweh, cuja vontade deve ser realizada entre os homens. Ver no Dicionário os artigos chamados Soberania de Deus e Providência de Deus. As provisões de Yahweh reverterão os danos cometidos pelos pastores infiéis. O rebanho dispersado será recolhido; a diáspora (ver a respeito no Dicionário) terminará. O próprio Adonai-Yahweh procurará Suas ovelhas e as salvará dos lobos. 

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lucas 19.10) 

O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. (João 10.11)

 O vs. 11 é mais do que histórico (o reverso do cativeiro babilónico); é também escatológico, uma promessa de reversão da diáspora, para que o Reino dos Céus se realize neste mundo. A restauração de Judá, depois do cativeiro babilónico, seria uma pequena amostra da verdadeira, que ainda jaz no futuro:

 Todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. (Romanos 11.26)

 “O próprio Deus é o Bom Pastor (Isa. 40.11; Jer. 31.10) que recolherá o rebanho disperso e machucado. Esta passagem sugere a volta da teocracia (Osé: 8.4; i Sam. 8.7)” (Oxford Annotated Bible, comentando o vs. 11).

Buscarei as minhas ovelhas. Tanto o cativeiro babilónico quanto a diáspora serão revertidos. Yahweh, o Bom Pastor, salvará o rebanho dos lobos-nações e de todos os lugares de trevas, do dia do temor, do dia de nuvens e tempestades. Na hora de sua maior necessidade, Yahweh encontrará Seu povo e resolverá todos os problemas, aliviando suas angústias. 

Salvador, como um Pastor nos guia, Tanto precisamos de Seus cuidados, Nos Seus pastos agradáveis nos alimenta, Para o nosso uso Seu aprisco prepara. (William B. Bradbury)

 No dia de nuvens e de escuridão. Cf. Sal. 97.2; Joel 2.2 e Sof. 1.15."... em tempos de desespero e perseguição, o Pastor está especialmente vigilante” (Adam Clarke, in loc.). O texto fala de “uma gloriosa libertação do futuro” (Ellicott, in loc.).

2.   Jesus, o bom Pastor  -   O bom Pastor. Um rebanho de ovelhas deve ser cuidado por alguém, e aqui Deus Se apresenta como quem assume o papel de Pastor do Seu povo. Seu trabalho será encontrar as dispersas, livrar as perdidas, apascentar todo o rebanho e cuidar dele, dedicando atenções especiais aos membros fracos e doentes. O retrato do pastor buscando a desgarrada (12), é um prenúncio notável da parábola da ovelha perdida (Lc 15: 4ss.), que nosso Senhor, sem dúvida, baseou nesta passagem em Ezequiel. Ilustra, claramente, mais do que qualquer coisa, as qualidades ternas e amorosas do Deus do Antigo Testamento, e golpeia mortalmente aqueles que procuram forçar uma cunha entre Javé, Deus de Israel, e o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Além disto, esta não é a única passagem que fala do terno pastor (cf. SI 78: 52-53; 79:13; 80: 81; Is 40: 11; 49:9-10; Jr 31:10). A referência a um dia de nuvens e de escuridão (12) tem implicações escatológicas (cf. SI 97: 2; J1 2:2; Sf 1:15) e sugere que esta libertação será o dia do Senhor para Israel, ou seja, o dia em que o Senhor agir com salvação e com julgamento para introduzir uma nova era do Seu reino justo na terra.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

Enciclopédia de bíblia e filosofia, Russell N. Champlin - editora Hagnos

https://professordaebd.com.br/8-licao-4-tri-22-o-bom-pastor-e-os-pastores-infieis/

https://www.webartigos.com/artigos/a-tua-vara-e-o-teu-cajado-me-consolam/19107