Seja um Patrocinador desta Obra.

SEJA UM ALUNO ASSÍDUO NA EBD. Irmãos e amigos leitores, vc pode nos ajudar, através do PIX CHAVE (11)980483304 ou com doações de Comentários Bíblicos. Deste já agradeço! Tenham uma boa leitura ___ Deus vos Abençoe!!!!

sábado, 5 de novembro de 2022

LIÇÃO 9 - GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO

                            
Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II




                    TEXTO ÁUREO
"E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as ajuntar em batalha." (AP 20.8)


                    VERDADE PRÁTICA
A palavra profética anúncia que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, mas eles serão derrotados.

        
LEITURA BÍBLICA: EZ 38.1-6; 39.1-10 ( EXPLICAÇÃO COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY).

CAPÍTULO 38

V. 2. Gogue (nos caps. 38; 39; Ap. 20:7) não se baseia em Gogaia das Cartas de Amarna, nem Gyges, rei da Lídia (670-652), mas nas profecias transmitidas. Da terra de Magogue. A localização deste lugar é desconhecida. Talvez fique entre a Capadócia e a Média; ou talvez o termo se refira aos citas (Josefos Antq. 1. 6.1). Príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal (cons. 27:13). Leia-se o T.M, nesî'rô'sh em aposição, príncipe de, cabeça de Meseque e Tubal. A palavra rô'sh significa "cabeça" ou "chefe". O T.M, também pode ser traduzido para "príncipe de Rosh, Meseque e Tubal". Rôs não tem sido identificado. Possivelmente se refere a alguma tribo cita na região das montanhas Taurus.
 Sobre as últimas batalhas com Gogue e Magogue, veja Enoque 56, 57; Livros Sibilinos (Oráculos), III, 319, 320; II Esdras 13; Talmude Babilônico, Aboda Zara, 3b; Berakoth, 7, 8; G.F. Moore, Judaísmo, II, 344, 348. Cons. as batalhas sangrentas de Anate, ANET, 136, 137. 
V. 4. Far-te-ei que te volvas. A figura é a de se fazer uma besta fera voltar-se de suas inclinações sem significado para cumprir propósitos divinos.
V. 5. Persas e etíopes (Kûsh), e Pute (Lídia). Cons. 27:10; 30:5.
V. 6. Gômer (Gn. 10:2). Os gimirrai dos assírios; os cimérios dos gregos, que moravam ao sul do Mar Negro, provavelmente na Capadócia. Togarma (cons. 27:14) da banda do norte. (Das partes extremas do norte, RSV). Do mesmo modo Roma nos Sal. de Salomão, 8:16. 
V. 7. Serve-lhe de guarda ou líder para os exércitos invasores. 
V. 8. Depois de muitos dias . . . no fim dos anos. Uma expressão usada com referência ao futuro escatológico (cons. introd. observações sobre os caps. 38 e 39).  

CAPÍTULO 39

1. Profetiza . . . contra Gogue. Cons. 38:2, 3.
V. 2. Far-te-ei que te volvas. (Eu te impelirei, RSV). Cons. 38:4.
V. 4. Gogue cai nas montanhas. Cons. o versículo 17; 38:21.
V. 6. As terras do mar (ilhas, E.R.C) também sentirão o fogo que fere Magogue. 
V. 7. Farei conhecido. Isto expressa o propósito de Deus através da invasão (cons. 38:16, 17, 23): o reconhecimento de sua santidade por Israel e pelas nações. Veja também os versículos 13, 21, 25-28.
V.  9. As armas dos inimigos servirão de combustível para Israel durante sete anos. 
V. 11. Os cadáveres de Gogue serão sepultados no Vale dos Viajantes (ha'ôbe'rîm), ao oriente do mar. Este lugar tem sido identificado como Wady Fejjas, milha e meia ao extremo sul do Lago de Quinerete (Mar da Galiléia), ou Vale de Abarim (há'abarîm) em Moabe, a leste do Mar Morto (Dt. 32:48), chamado o Vale das Forças de Gogue. 
V. 12, 13. Todo o povo leigo (veja obs. sobre 44:25) se ocupará sete meses no sepultamento. O número sete (vs. 9, 14) significa a totalidade da limpeza da terra dos seus inimigos. 
V. 14-16. Serão separados homens que sem cessar percorrerão a terra (lit. homens de continuidade), que porão um sinal (sîyûn, indicação, monumento) junto a qualquer ossada não sepultada para ajudar os enterradores a limpar a terra. Ali está a cidade de Hamonah (forma fem., "multidão", RSV). De acordo com o Targum sham, "ali", em lugar de shem, "nome". É uma cidade de sepulturas (cons. Josefos Life 54).  



                        INTRODUÇÃO

Estes capítulos descrevem de maneira apocalíptica o livramento divino do Seu povo de uma invasão sem paralelos por um inimigo temível. Israel estará restaurada em sua terra (34:12, 13, 15, 23, 27) e convertida (36:24.28). Deus habita no meio deles (37:21-28), e a nação vive em prosperidade e segurança (38:8, 11, 12, 14). Seus inimigos vizinhos já não a molestam (25-32; 36:36). Então no futuro distante (38:8, 16), tem lugar uma invasão anteriormente predita (38:17; 39:8) por nações habitando nos limites do mundo (cons. Is. 66:19). Elas vêm como uma nuvem (38:9, 16) – Gogue da terra de Magogue, e seus afiados, Rosh (?), Meseque e Tubal (38:2, 3), das regiões do extremo norte (38:15; 29:2), junto com a Pérsia, Cush e Pute (38:25) e Gômer e Togarma, com suas hordas do norte (38:6). As nações comerciantes de Seba, Dedã e Társis e suas cidades (38:13) também estão interessadas nesta invasão. Gogue vem orientado pelo Senhor (38:4-7, 16; 39:2, 3), mas também por sua própria iniciativa, incitado por sua ganância (38:10- 14). De todos os profetas Ezequiel é o único que coloca "aquele dia" (38:10, 14, 18, 19; 39:11) depois de Israel desfrutar a restauração e a prosperidade em sua terra. Veja também Ap. 19:11; 20:7.



            I.   SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

1.   Os invasores  -  Gômer. Isto é, o assírio Gimerai, referindo-se aos cimérios da Ásia Menor central (cf. Gên. 10.2-3). Alguns intérpretes conseguem ver aqui a Alemanha, ou até a Alemanha Oriental, uma interpretação popular antes da reunificação da Alemanha. Togarma é o assírio Til-garimmu, a leste da extremidade sul do rio Hales, a sudeste de Gômer (Eze. 24.14). A Assíria ocupava territórios ao norte, como a Babilônia, mas esses países não estavam situados no extremo norte, como está a Rússia. Estão em vista o exército universal da Babilônia, historicamente, e os inimigos de Israel, do futuro, simbolizados por aquele exército antigo. Talvez o Armagedom seja o objeto das profecias, escatologicamente falando. 
Far-te-ei que te volvas. ‘Tendo trazido o exército outrora poderoso contra as montanhas de Israel (cf. Eze. 38.8), Deus o enfraquece (Eze. 39.3) e, depois, o golpeia nas montanhas. Aquele exército, antes tão poderoso e orgulhoso, torna-se comida para as aves de rapina e para os animais selvagens da floresta. A destruição é descrita, essencialmente, em termos da intervenção divina, num modus operandi que transcende o mero natural. A aniquilação poderosa deixará somente 1/6 do exército original vivo. As hordas vêm, essencialmente, do norte, mas não tão ao norte como a Rússia, uma interpretação popular dos dispensacionalistas. Nas seis interpretações dadas na introdução ao capítulo 38, apresento as principais idéias dos comentaristas. Cf. Eze. 38.15 e Jer. 1.14; 4.6; 10.22. Para a repulsão do exército, ver Eze. 38.4.

2.   Compreendendo a profecia -  Ora, a idéia de uma enorme batalha escatológica entre as forças do mal, ou o norte, e o povo fiel de Deus, não era nova. Ezequiel tinha consciência de que falava de um cumprimento de eventos que porta-vozes anteriores profetizaram. (38:17; 39:8), e suas palavras ecoavam a linguagem de outros, especialmente Jeremias (Jr 4:5-6:26; cf. J1 2:20). Estava, na realidade, representando os últimos dias em termos da linguagem figurada do “dia do Senhor” que dominava o futuro para profetas tais como Joel (J1 2:28-32), Amós (Am 5:18-20) e Sofonias (Sf 1:14-18), e que aparece de modo destacado em partes de Isaías (Is 29:5-8; 6 6 :15ss.), e de Zacarias (Zc 12:1-9; 14:1-15). Este é um quadro totalmente diferente do tema da “idade de ouro,” em cuja linguagem fora descrita a volta do exílio para a terra prometida. Até que ponto é possível reconciliar as duaS abordagens num esquema cronológico consistente, fica para o julgamento de outros, com base nos esforços daqueles que já fizeram a tentativa. O que importa notar é que Ezequiel, aparentemente, conseguiu usar as duas formas de lingugem figurada sem qualquer senso de contradição, embora não ofereça qualquer orientação clara quanto à maneira de equilibrá-las.

3.  Gogue (38.2a; 39.1a)  -  Gogue tem sido identificado, de variados modos, com Giges, rei da Lídia, que é chamado Gügu nos registros de Asssurbanípal, e com o nome geográfico, Gagaia, referido nas cartas de Tell el-Amama como país de bárbaros. Nos escritos'de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificação esta que também tem sido sugerida (Enuma elish, III: linha 2). Outros têm visto em Gogue uma personagem histórica tal como Alexandre Magno. A sugestão mais provável é a primeira, mas a origem do nome é menos relevante do que aquilo que simboliza, a saber: o cabeça personificado das forças do mal que intentam a destruição do povo de Deus. 


            II.   SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)

1.   Magogue (38.2b; 39.1b; 6a)  -   nome Magogue é desconhecido no Antigo Testamento à parte da única referência em Gênesis 10:2 (= 1 Cr 1:5), onde é um filho de Jafete e o fundador de uma nação. Em Apocalipse 2 0 :8, Magogue é uma pessoa associada a Gogue, mas em Ezequiel a palavra quase certamente visa representar o país onde morava Gogue (ARA, ARC). A descrição de Gogue como. príncipe-chefe de Meseque e Tubal é uma tentativa de dar sentido a um trecho hebraico difícil. Se pudesse ser confirmado um topónimo “Rosh” , a melhor tradução seria: “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal” (RV), mas na falta de qualquer identificação satisfatória, e tendo em vista a freqüente ligação entre os nomes Meseque e Tubal (Gn 10:2 = 1 Cr 1 :5 ;Ez 27: 13; 32:26), devemos supor que rò’s (= “cabeça,” “chefe”) está em aposição à palavra príncipe, ou mesmo é uma glosa sobre ela. As tribos mencionadas são as Moscoi e “Tibarenoi (ass. Tabal e Musku)-, ver sobre 27:13.

2.  Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c)  -  . A descrição de Gogue como. príncipe-chefe de Meseque e Tubal é uma tentativa de dar sentido a um trecho hebraico difícil. Os confederados de Gogue são identificados como Meseque e Tubal. Estes nomes apareceram anteriormente na lista comercial de Tiro (27.13, na ordem inversa) e entre os mortos no sheol (32.26). Tanto Meseque (Musku/Muãku) como Tubal (Tabal) são bem atestados nas fontes neoassírias. Registros antigos afirmam que os contatos do primeiro com a Assíria são tão antigos quanto os séculos 12-11 a.C. Durante o reinado de Sargon II, Meseque (Mushki) era governada pelo rei Midas, da Frigia. A presente associação de Meseque com Gogue é apoiada pelo SI 120.5-7, que descreve o primeiro como um inimigo selvagem. De acordo com Heródoto, o Meseque posterior fazia parte dos dezenove sátrapas de Dario.48 Tubal/Tabal era a designação territorial do reino interior da Anatólia, conhecido pelos assírios como Bit Buritash. Este reino, cercado de terras, limitava-se, ao oeste, com Meseque, ao sul com Hilakku, ao leste com Melidu e Til-garimmu (Bete-Togarma), e ao norte por Kasku. Embora não tenhamos evidências de que Lídia/ Frigia tenha, em algum tempo, predominado sobre Tubal, os anais de Sargon II relatam que ele acabou com uma revolta anatoliana na qual Mitâ, de Mushki (provavelmente Midas, da Frigia), estava aliado com Tabalu. A ordem da tríade de nomes de Ezequiel reflete um conhecimento da geografia e das recentes realidades políticas em Anatólia. Gogue (Lídia), situada no oeste longínquo, está no alto de uma federação com Meseque em sua fronteira oriental, e com Tubal, a leste de Meseque. A razão pela qual o olhar atento do profeta deveria focalizar essas nações em particular é obscura. Cidadãos esclarecidos de Judá estavam, provavelmente, cientes da existência desses povos no norte longinquo, mas seu conhecimento a respeito deles deve ter se baseado em relatos de segunda ou terceira mão. Talvez a fama de Gyges e Midas tenha se espalhado até a longínqua Jerusalém, depois, certamente, até a Babilônia, cujos tentáculos imperiais alcançaram a área central anatoliana. Entretanto, ao contrário dos egípcios, assírios e babilônios, com os quais Judá tinha frequente contato, os povos, no norte distante, estavam envoltos em mistério. Os relatos, a respeito desses povos misteriosos, que penetravam na parte de baixo do mundo conhecido, falavam de povos selvagens, brutais e bárbaros. Esta combinação de mistério e brutalidade fez de Gogue e de seus confederados símbolos perfeitos do inimigo arquétipo, levantando-se contra Deus e seu povo.

3.  A coalização de Gogue (38.5)  -  Mas Gogue não vem só. A frase q ãhãl rãb, “um grande ajuntamento”, no v. 4, prepara para a enumeração das forças que se associam a Meseque e Tubal, nos w . 5,6. O texto nomeia cinco aliados, mas graças à improbabilidade das nações africanas, ou seja, Cuxe (Etiópia) e Pute (Líbia) unirem forças com os anatolianos numa campanha Síria, e à referência precipitada a Paras (Pérsia), a tríade no v. 5 é geralmente omitida por ser considerada um comentário irreal, posterior. Mas Odell aconselha corretamente contra a remoção do verso muito prontamente. Primeiro, no tempo de Ezequiel os persas eram um povo ainda relativamente desconhecido nas orlas do conhecimento israelita, consequentemente qualificado para o presente contexto misterioso. Segundo, a associação de Paras, Cuxe e Pute em outros textos no livro76 sugere que esta tríade se origina de uma lista tradicional de aliados do Egito. Na qualidade de poder imperial, o Egito é conhecido como havendo se engajado no auxílio das forças anatolianas, em seus conflitos com a Assíria. Terceiro, a presença da Pérsia numa lista de subordinados de Gogue, aqui e em 27.10, teria sido irreal em qualquer situação pós-539. Quarto, em contraste com Jeremias (por ex., 51.11, 27,28), Ezequiel jamais mostra a mínima preocupação com os povos do norte e do leste da Babilônia. Seu interesse está na margem mediterrânea. Quinto, a identificação de Paras com a Pérsia é provavelmente errônea, sendo que a semelhança entre os nomes é puramente uma questão de coincidência. Dever-se-ia ver, aqui, uma referência a alguma potência militar ou comercial, com fortes ligações com Tiro e Egito, mas, até o momento, não atestada nos registros extrabíblicos, ou uma soletração alternativa, talvez egípcia, para Patros, “Terra do Sul”. Mas qualquer que seja a interpretação, aquilo que é comumente desprezado como um comentário irreal se toma evidência para um notável conhecimento dos tradicionais aliados do Egito.



                III.   SOBRE O CONTEXTO ESCATOLÓGICO

1.  Gogue e Magogue  -  Contra Gogue. Esse nome é encontrado em I Cr 5.4. A Septuaginta usou “Gogue” para traduzir nomes como Agague (Nm 24.7) e Ogue (Dt 3.1), possivelmente com a intenção de mostrar que, embora fosse um nome próprio, ele passou a ser usado como um nome genérico para designar um inimigo do povo de Deus. Gogue, muito provavelmente, porta a ideia de “alto” ou “aquele que é supremo”, baseado na comparação feita em Nm 24.7.   Ele se refere a uma pessoa, descrita como um “príncipe” da terra de Magogue, que é o último anticristo. Esses títulos são usados ali simbolicamente para a última insurreição do mundo contra Jerusalém, seu povo e contra o Rei Messias. Esse ataque virá não apenas do norte, mas dos quatro cantos da terra, quando um mundo de pecadores ao final do reinado de mil anos virá para lutar contra os santos na “cidade amada” de Jerusalém. Nessa ocasião, somente uma arma será utilizada: o fogo divino. Esse é o clímax da última batalha contra Satanás e seus exércitos, cujo destino eterno já está fixado.  A isso se seguirá o julgamento final de todos os ímpios na presença do Senhor (Ap 20.11-15) e a criação do estado eterno e sem pecado (Ap 21.1). Magogue. Alguns consideram esse povo como descendente de )at’é (Gn 10.2), posteriormente denominados de citas. Outros propõem que se trata de um povo a sudeste da Anatólia, posteriormente conhecidos como um povo de origem asiática como os mongóis c: os hunos. Outros veem Magogue como um termo genérico para os quaisquer povos bárbaros, ao norte da Palestina, do entorno dos mares Cáspio e Negro.


2.  Como a Rússia aparece nesse contexto? -  Alguns pensam que Gogue e Magogue se encontravam muito longe, sendo a Cítia, Tartária ou a Rússia. Outros dizem que estavam mais perto da terra de Israel, que estavam na Síria, na Ásia ou mais perto ainda. Ezequiel recebeu a incumbência de profetizar contra Gogue e dizer que Deus estava contra ele, w. 2,3.

Observe que Deus vê não só aqueles que são agora inimigos da sua igreja e se coloca contra eles, mas é capaz de antever aqueles que se tornarão inimigos e faz com que saibam, através da Sua palavra, que também está contra eles. No entanto, Ele se sente satisfeito por fazer uso deles para servirem aos Seus propósitos e para a glória do Seu precioso nome. Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor, e o restante da cólera, tu o restringirás, Salmo 76.10.




AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do PIX 11980483304 


EU AGRADEÇO OS IRMÃOS QUE TEM CONTRIBUIDO COM ESTA OBRA, DEUS RECOMPENSE À CADA UM DE VOCÊS!!!



                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia de Estudo Macthur

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.2, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

Enciclopédia de bíblia e filosofia, Russell N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Bíblico AT, Matthew Henry - editora CPAD.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

LIÇÃO 8 - O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS...

                    

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.

 


                    TEXTO ÁUREO

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." (JO 10.11)


                    VERDADE PRÁTICA

As Escrituras revelam Deus como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. Deus dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.


LEITURA BÍBLICA: 34.1-12 .


                            INTRODUÇÃO


Ao identificar a estrutura do texto, deve-se coordenar os aspectos formulaicos com mudanças no tom e no conteúdo. Consequentemente, depois do preâmbulo (v. 1), o oráculo propriamente dito se divide em três partes aproximadamente iguais na extensão: (a) o anúncio de livramento (vv. 2-10); (b) a natureza do livramento (vv. 11 -22); (c) o objetivo do livramento (vv. 23-31). A maioria dos eruditos reconhece no primeiro painel um oráculo de lamento mais ou menos independente, dirigido contra os governadores de Israel. Este segmento se divide naturalmente em duas partes, as quais representam, no estilo e no tom, uma acusação formal (vv. 2-6) e um anúncio de julgamento (w . 7-10), respectivamente, elementos típicos de oráculos de lamento. Entretanto, sua posição força o leitor a interpretar este segmento dentro de sua presente estrutura literária. O segundo painel se concentra inteiramente sobre Yahweh e sua atividade salvadora em favor de seu rebanho. As declarações de livramento, empregando os verbos h is s ,l (v. 12) e /rôá’a ‘ (v. 22), formam um inclusio ao redor desta seção. Dentro dessa estrutura, duas dimensões de livramento são descritas: livramento dos inimigos externos (vv. 11-16) e livramento dos exploradores internos (vv. 17-22). O último painel (vv. 23-31) é estruturado por alusões ao concerto de Yahweh com seu povo (vv. 24, 30,31). Agora que ele os libertou de todas as formas de opressão, o foco muda para positivamente reconstruir a shalom que Yahweh pretendia desde o começo. Mas esse painel também se divide em três subseções. A primeira, consistindo somente dos vv. 23,24, concentra-se em Davi, reinstalado como um pastor auxiliar sobre o rebanho; a segunda (vv. 25-29), diferente da primeira em estilo e tom, desenvolve um novo tema, o concerto da paz que Yahweh estabelece com seu povo. Os vv. 30,31 dão à inteira subunidade (vv. 11-31) a característica de um oráculo de comprovação. Embora esse capítulo seja literariamente complexo, as ligações entre as partes são fortes. A sentença pronunciada sobre os maus governantes nos vv. 7-10 amarrada à acusação precedente com o duplo lãkên, “Portanto”, é a resposta divina às injustiças internas nos vv. 20-22. Ainda que a fórmula de citação no v. 11 introduza a segunda maior divisão do capítulo, as duas partes são ligadas pelo conectivo k \ “por”. O v. 16, conscientemente, ecoa os vv. 4-6, embora ao contrário (mas na ordem lógica). A última linha desse verso, com seu bèmiSpãt, supérfluo de outra maneira, funciona como um elo entre a precedente descrição do cuidado divino e a administração bem-sucedida da justiça divina. O verso conclusivo se liga com as afirmações do concerto nos vv. 24 e 30, e a expressão s õ n ’, “meu rebanho”, dirige a atenção para o mote da passagem inteira.



                    I.  SOBRE O REBANHO

1.  Ovelhas  -    Seis palavras hebraicas e uma palavra grega estio envolvidas na compreensão deste verbete, a saber:

Kebes, cordeiro. Palavra hebraica que figura por cento e quatro vezes. Por exemplo, Êxo. 29:38-41″ Lev. 4:32; 9:3; 12:6; Núm. 6:12,14; 7:15,17,88; 15:5; 28:3,4,7,9,11,13,14,19,21,27,29; II Cr 29:21; Esd. 8:35; Pro. 27:25; Isa. 1:11; ler. 11:19; Eze. 46:4-7,11,13,15; Osé. 4:16.

Keseb, cordeiro. Palavra hebraica que aparece por doze vezes. Para exemplificar: Gên. 30:32,33,35; Lev. 1:10; 7:23; Núm. 18:17; Deu. 14:4.

Tson, ovelha. Palavra hebraica usada por cento e dez vezes, com esse sentido. Por exemplo: Gên. 4:2; 12:16; 20:14; Exo. 9:3; 20:24; Lev. 22:21; Núm. 22:40; 27:17; 32:36; Deu. 7:13; 14:26; los. 7:24; I Sam. 8:17; 14:32; 27:9; 11 Sam. 7:8; I Reis 1:9,19,25; II Reis 5:26; I Cr, 5:21; II Cr. 5:6; 7:5; Nee. 3:1,32; Jó 1:3; Sal. 4:11,22; 49:14; 74:1; Isa. 7:21; 13:14; Jer. 12:3; Eze. 34:6,11,12; Joell:18; Miq. 2:12; Zac. 13:7.

Tsoneh, ovelha. Palavra hebraica usada por duas vezes: Núm. 32:24 e Sal. 8:7.

Rachei, ovelha. Palavra hebraica usada por quatro vezes: Cano 6:6; Isa. 53:7; Gên. 31:38, 32:14.

Seh, «ovelhinha», Palavra hebraica que ocorre por quarenta e quatro vezes, com diversas traduções correlatas. Por exemplo: Êxo, 22:1,4,9,10; Lev, 27:26; Deu. 17:1; 18:3; los. 6:21; I Sam. 14:34; Sal. 119:176; ler. 50:17.

Prôbaton, «ovelhas, «carneiro». Vocábulo grego empregado por trinta e nove vezes no Novo Testamento: Mat. 7:15; 9:36; 10:6; 10:16; 12:11,12; 15:24; 18:12; 25:32,33; 26:31 (citando Zac. 13:7); Mar. 6:34; 14:27; Luc. 15:4,6; João 2:14,15; 10:1-4; 10:7,8,11-13,15,16,26,27; 21:16,17; Atos 8:32 (citando Isa. 53:7); Rom. 8:36 (citando Sal. 44:23); Heb. 13:20; I Ped. 2:25 e Apo, 18:13.

 

Características da Ovelha Domesticada. A maior parte das espécies atualmente difere largamente de seus antepassados selvagens, e essas diferenças começaram a aparecer quase desde o princípio.

Quatro são as diferenças principais: a. A lã. Essa se faz presente nas espécies selvagens, embora tome-se mais patente durante o inverno, quando pode cobrir os pelos mais duros. As propriedades da li, como o acetinado e a capacidade de produzir fios, foram reconhecidas na antiguidade desde bem cedo, tendo sido criadas espécies que produziam boa li em grande quantidade. Porém, ovelhas dotadas de pelos duros até hoje podem ser encontradas, especialmente nos trópicos. b. A cauda. Algumas espécies domesticadas têm caudas com duas ou três vezes mais vértebras que as formas selvagens. Em outras espécies domesticadas, a cauda tomou-se um órgão onde é armazenada grande quantidade de gordura, o que tem sido encontrado entre múmias tão antigas quanto as da XII dinastia egípcia (cerca de 2000 A.C.). c. A cor. O homem ocidental está tio acostumado a ver ovelhas brancas que qualquer outra coloração lhe parece estranha.

As primeiras ovelhas, mui provavelmente, eram marrons; mas, no Egito havia ovelhas brancas, marrons e negras, antes de 2000 A.C. e talvez até muito antes disso. Tomou-se tradição pensar que as ovelhas referidas na Bíblia sempre fossem brancas; isso é correto quase em todos os casos, mas não é inteiramente o sentido do texto que diz: “…se tomarão como a lã. (lsa. 1:18). Na verdade, as palavras «lã de Zaar» (com base no texto hebraico que fala em tsachar, «brancura»; Eu. 27:18), encontram-se em um contexto que dá ideia de riquezas. Mas é óbvio, com base no trecho de Gênesis 30:32 ss, que tanto as ovelhas quanto os bodes eram de várias colorações, presumivelmente incluindo a cor «branca», embora a palavra ali traduzida como «malhados» indique manchas claras em animais escuros. Por igual modo, devido aos trechos de Núm. 28:3,9 e 29:17,26, onde se lê que as ovelhas oferecidas em sacrifício tinham de ser «sem defeito», que isso indicaria que esses animais teriam de ser imaculadamente brancos.

Porém, essa palavra aponta para imperfeições em geral, e não, necessariamente, à coloração. Dos animais. d. Habitat. Começando como um animal que vivia naturalmente em regiões montanhosas, as ovelhas se desenvolveram em espécies dispersas por toda a espécie de terreno, desde terras altas até pantanais, ou mesmo até às fimbrias dos desertos. A ovelha é mais seletiva do que o bode, em sua alimentação, requerendo uma melhor quantidade de forragem, geralmente uma melhor qualidade de relva, conforme podemos observar em I Crônícas 4:39,40: «Chegaram até à entrada de Gedor, ao oriente do vale, à procura de pasto para os seus rebanhos. Acharam pasto farto e bom». As erráticas chuvas de inverno que caem na Palestina faziam a relva crescer em tufos, e os pastores, sabendo onde encontrar pastagem, levavam as suas ovelhas até aqueles lugares. Davi, com base nesse tipo de experiência, escreveu: «Ele me faz repousar em pastos verdejantes….. (Sal. 23:2).

2.   Natureza  -  11 curiosidades sobre as ovelhas

1º) – Todos os animais foram criados com uma defesa especial. A cobra, o cachorro, o leão, todos têm defesas, mas a ovelha é o único animal terreno que não possui defesa alguma, ela é totalmente vulnerável, ela fica no fim da cadeia alimentar, não se defende, não tem habilidades de luta.

2º) – A ovelha produz lã o tempo todo. Desde que nasce, ela produz lã, quanto mais tosquiada mais ela produz.

3º) – A ovelha é um animal bastante ingênuo. Ela não sabe discernir a erva boa para comer da erva venenosa, por isso o pastor tem que ir na frente preparar a pastagem com cuidado, retirando aquelas que podem envenená-la.

A alimentação das ovelhas é fundamentalmente a erva, que encontram nos pastos por onde pastam. Não necessita de muitos suplementos alimentares e tem a característica de não estragar esse mesmo pasto. Quando ela vai se alimentar no aprisco, ela só come na sua manjedoura.

Se a manjedoura de outra ovelha estiver cheia, e a sua vazia, ela não irá à manjedoura alheia e comerá a comida de outra ovelha. Esta atitude poderá até levar a ovelha à morte, mas o princípio de obediência é respeitado. A ovelha espera até que o pastor coloque o alimento na sua manjedoura.

4º) – As ovelhas conhecem a voz do seu pastor. Pesquisando a respeito disso, li uma história bem interessante:

“Um certo homem esteve na África. E estando ali viu um grande lago onde muitos animais iam beber água. De repente, chegou um pastor com umas duzentas ovelhas e elas começaram a beber, depois chegou outro pastor com suas ovelhas. Então o homem se questionou “Como ele vai saber quais são as ovelhas dele se estão todas misturadas?” Depois chegou mais um pastor, com mais uma quantidade de ovelhas. Os pastores ficaram conversando enquanto as ovelhas bebiam. Daqui a pouco foi saindo um por um, e as ovelhas escutaram a voz de cada pastor chamando-as e cada rebanho seguiu ao seu pastor, sem se misturar.”

5º) – Só dorme no mesmo lugar. Aqui o paralelo é um pouco diferente. A ovelha sabe qual é o seu lugar no aprisco! De maneira nenhuma ela vai querer o lugar de outra ovelha.

6º) – No dia que vai morrer, a ovelha não come, fica quieta num canto. Ela não demonstra nenhuma reação. Mesmo que alguém queira interagir com ela, ela não foge, não dá coices. Ela espera pacientemente pela hora do seu sacrifício. Assim foi com o nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo sabendo a hora da morte, triunfantemente enfrento-a a fim de nos garantir a vida eterna.

7º) – A ovelha é um animal muito medroso. Basta que ela não sinta o cheiro do pastor para que fique tremula de medo. E no auge do medo pode sair correndo do aprisco e se torna presa fácil dos predadores.

8º) – A ovelha é muito sensível a perturbação das moscas que ficam rodeando a sua cabeça. Se isso acontece com frequência, ela acaba ficando desnorteada, vai balançar a cabeça de um lado para o outro tentando fugir do assédio dos insetos, acaba ficando sem comer, emagrecendo. Vendo que não consegue se livrar dos insetos, sai correndo sem direção. Quando uma ovelha corre a outra fica apavorada e vai atrás. É preciso que o pastor molhe a cabeça dela com óleo para afastar os mosquitos.

9º) – A ovelha come o dia inteiro e de noite esta com o estômago muito cheio. O maior órgão que a ovelha possui é o estômago, que toma conta da maior parte da caixa torácica.

10º) – Durante a noite elas gostam de brincar de dar cabeçadas umas nas outras e normalmente caem no chão com as patas para cima e depois não conseguem se levantar sozinhas pois a lã dificulta que ela se levante. Se a ovelha não for erguida dentro de uma hora, ela morrerá asfixiada, pois o estômago comprimirá e apertará o seu pulmão, por isso o pastor precisa durante a noite andar no meio das ovelhas levantando as ovelhas caídas.

11º) – Para corrigir e acudir a ovelha o pastor dispõe de dois instrumentos: Tanto a "vara" como o "cajado" eram instrumentos usados pelo pastor para proteção das ovelhas. O pastor tinha que ser hábil para manejar tanto um quanto o outro. Com sua arma de trabalho nas mãos, o pastor é o único protetor das ovelhas contra os inimigos naturais (lobos, leões, ursos, chacais, e principalmente, ladrões) do rebanho. O cajado e a vara são instrumentos de bênção para as ovelhas, mas de juízo para os predadores.

1.A vara é um pedaço de pau curto, era uma arma de defesa ou disciplina, que simboliza a força, o poder e autoridade de Deus.

2.O cajado é uma vara longa, tendo um gancho numa das extremidades que serve para trazer a ovelha para perto do pastor, para guiá-la no caminho certo, ou para removê-la de uma situação de perigo.

3.O cajado era o emblema significativo de um povo peregrino numa atitude de apoio em qualquer coisa que estava fora de si mesmos. Que característica preciosa! Prouvera a Deus que fossem vistos em cada membro da família dos Seus remidos, o patriarca apoiado em seu cajado.Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão [Hb11:21].


Texto Anônimo.

3.   O Rebanho  -  Há seis palavras hebraicas e duas palavras gregas envolvidas neste verbete, a saber:

Eder, «rebanho». Termo hebraico que é usado por trinta e oito vezes; segundo se vê, por exemplo, em Gên. 29:2,3,8; 30:4; Jui. 5:16; I Sam. 17:34; II Crô. 32:28; Jó 24:2; Sal. 78:52; Can. 1:7; 4:1,2; Isa. 17:2; 32:14; Jer. 6:3; 13:17,20; 31:10,24; 51:23; Eze. 34:12; Joel 1:8; Miq. 2:12; 4:8; 5:8; Sof. 2:14; Zac. 10:3; Mal. 1:14.

Tson, «ovelha», «rebanho». Essa palavra ocorre por mais de duzentas e sessenta vezes, principalmente com o sentido de «ovelha». Mas, com o sentido de «rebanho» aparece por cento e trinta e sete vezes, conforme se vê, para exemplificar, em Gên. 4:4; Êxo. 2:16,17; Lev. 1:2,10; Núm. 11:22; Deu. 8:13; I Sam. 3:20; II Sam. 12:2,4; I Crô. 4:39,41; II Crô. 17:11; Esd. 10:19; Nee. 10:36; Jó 21:11; Sal. 65:13; Can. 1:8; Isa. 60:7; Jer. 3:24; Eze. 24:5; Amós 6:4; Jon.3:7; Miq. 7:14; Hab. 3:17; Sof. 2:6; Zac. 9:16; 10:2; 11:4,7,11,17.

Miqneh, «gado», «aquisição». Palavra hebraica que ocorre por setenta e cinco vezes, conforme se vê, por exemplo, em Gên. 4:20; Êxo 9:3; Núm. 20:19; Deu. 3:19; Jos. 1:14; Jui. 6:5; I Sam. 23:5; II Reis 3:17; I CrÔ. 5:9,21; II Crô. 14:15; Isa. 30:23.

Marith, «gado no pasto». Palavra hebraica que aparece por apenas uma vez com esse sentido, em Jer. 10:21, embora apareça outras dez vezes com o sentido de «pasto».

Chasiph, «rebanho ao relento». Palavra hebraica utilizada por apenas uma vez: I Reis 20:27.

Ashtaroth, «multiplicações». Palavra hebraica empregada por quatro vezes, com o sentido de «rebanhos»: Deu. 7:13; 28:4, 18,51.

Poímne, «rebanho». Palavra grega usada por cinco vezes: Mat. 26:31 (citando Zac. 13:7); Luc. 2:8; João 10:16; I Cor. 9:7.

Poimnion, «pequeno rebanho». Termo grego usado também por cinco vezes: Luc. 12:32; Atos 20:28,29; I Ped. 5:2,3.

Esse vocábulo português, quando usado na Bíblia, indica um grupo de ovelhas, ou de cabras, ou de ambas essas espécies (Gên. 4:4; 29:2; Can. 4:1; Joel 1:18). Em Números 32:36, porém, está em pauta o gado vacum. Ver os artigos separados sobre Ovelhas, Cabras e Gado.

Usos Figurados:

Exércitos, nações e grandes grupos de pessoas são assim denominados (Jer. 49:20; 51:23). Isso acontece porque tais grupos estão unificados em torno de alguma causa comum, ou porque representam alguma herança cultural comum.

Os «donos dos rebanhos» (Jer. 25:34,35) são os líderes e governantes do povo, homens poderosos e ricos.

Israel aparece como o rebanho do Senhor (Jer. 13:17,20), alvo de seu amor e de seus cuidados. Eles formam um rebanho santo (Eze. 37:38), em distinção às multidões dos povos pagãos.

O trecho de Zacarias 11:4 fala nas «ovelhas destinadas para a matança», que são aquele grupo de pessoas que Deus determinou destruir mediante o seu juízo, dentre do povo de Israel. Nações pagãs serão usadas para produzir essa matança.

A Igreja é o rebanho do Senhor Jesus e ele é o seu Pastor (Isa. 40:11; Atos 20:28; João 10). Nessa conexão, examinar também Luc. 12:32 e I Ped. 5:2,3.


                II.    SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

1.  O pastor de ovelhas  -   Em Israel, a designação de governantes como pastores também tinha uma tradição antiga. De acordo com Nm 27.17, Moisés orou para que Yahweh nomeasse um homem para liderar a congregação, de maneira que eles não fossem como ovelhas sem um pastor. Esta afirmação se compara com a observação profética de Micaías, filho de Inlá: “Vi todo o Israel disperso pelas montanhas, como ovelhas sem um pastor” (lR s 22.17). Nosso texto não identifica, especificamente, as pessoas a quem Ezequiel se refere como “pastores”. À luz de sua dependência de Jr 23.1-6, em particular, e do uso jeremíaco da expressão em geral, tem-se a tendência de interpretar “pastores”, neste caso, como uma referência geral aos nobres que estavam ao redor de Zedequias, incluindo os anciãos em Jerusalém, os quais ele havia observado seguindo seus caminhos idólatras, na visão do capítulo 8, e os oficiais de 22.27, que dilaceram suas vítimas como lobos; e, ainda, talvez, os falsos profetas do capítulo 13, que anunciam “paz, paz!”, quando não há paz; e os líderes da comunidade exílica.

2.   O que os governantes faziam (vv. 2,3)  -  Comeis a gordura. Quando um animal era sacrificado, as “delicadezas” (segundo a mente hebraica), o sangue e a gordura, pertenciam a Yahweh, sendo queimados no Seu altar. Ver as leis sobre o sangue e a gordura em Lev. 3.17. Então, oito porções (os melhores cortes da carne) pertenciam aos sacerdotes. O restante era dividido entre os adoradores que haviam trazido os sacrifícios. Uma refeição comunal terminava o rito, cada um comendo sua porção apropriada. - Aqueles perversos e presunçosos falsos pastores tomavam para si mesmos o melhor, que pertencia exclusivamente a Yahweh! Na mente hebraica, tal ação configurava um ato de traição que anulava a lei mosaica e merecia execução legal. Os pewersos, então, se apossavam das outras partes dos animais, para comer e fazer roupas. Fartavam-se e engordavam, deixando o povo sem nenhuma provisão de comida ou de roupa. Aqueles homens eram tiranos gananciosos, explorando o povo. “Os pastores (isto é, reis, oficiais etc.) abusaram do povo (Jer. 23.13-17) e o espalharam (Jer. 10.21; 23.1-4). Este oráculo reforça a doutrina da responsabilidade pessoal (Eze. 18.5-22). Os líderes, supostamente, eram sujeitos às leis de Deus (II Sam. 12.1-15), mas, de fato, eram rebeldes e perversos” (Oxford Annotated Bible, introdução à seção). Em vez de alimentar as “ovelhas", usaram-nas para alimentar a si mesmos! Eles as abatiam, roubavam, praticavam crimes de sangue, pewertiam a lei de Moisés, promoviam injustiças sociais, utilizando as primícias para seu próprio benefício, impondo pesados impostos sobre os menos afortunados, enquanto o dinheiro se acumulava em suas tesourarias pessoais. O Targum diz, simplesmente, em um sumário sucinto: “Vós comeis o que é bom”, implicando que somente o ruim ficou para as ovelhas. 

“Foram como cachorros famintos que nunca se satisfazem, como Isa. 56.11 diz” (Fausset, In loc.).

 Tais cães são gulosos, nunca se fartam; são pastores que nada compreendem. (Isaías 56.11)

 “Egoísmo é a característica principal dos pastores infiéis. Cf. João 10.1-17” (Ellicott, in loc.

3.   O que os governantes não faziam (vv. 4,8)  -  A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes. Entre o povo comum, sempre existem os fracos e os doentes, os indefesos e os totalmente dependentes, que podem ser facilmente explorados. Tais pobres almas, aqueles violentos desprezaram e exploraram, lucrando com cada ato perverso. Governaram com força excessiva, castigando com impostos absurdamente altos, intimidando, extorquindo, perseguindo, fazendo leis injustas que só serviam às classes mais altas, à custa do povo. Não tinham coração nem consciência, agiam como lobos. Aqueles ímpios não eram passivos; agiam com vigor, sempre machucando os fracos, espiritual e fisicamente. Cf. Êxo. 23.4. O líder verdadeiro leva seriamente os deveres para ajudar seu povo: Nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.

 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. (I Pedro 5.3-4)

Os líderes não apenas exploravam as ovelhas como também abusavam delas ao negligenciar suas necessidades. Ovelhas precisam de cuidado constante, mas os líderes não administravam os assuntos nacionais visando o bem do povo e sim o benefício próprio. Na verdade, não davam qualquer atenção ao rebanho. Se os pecados de comissão dos líderes eram terríveis, seus pecados de omissão eram ainda piores. Não ministravam às ovelhas enfermas e feridas nem buscavam as perdidas e dispersas. G overnavam apenas pela força e pela crueldade. Ezequiel os acusou três vezes de permitir que as ovelhas se dispersassem, sendo que um rebanho espalhado e sem pastor torna-se vulnerável e pode ser facilmente atacado por animais selvagens (Jr 50:6). Por causa das decisões egoístas e imprudentes dos líderes, a nação se desintegrou e o rebanho foi disperso.

4.   As ovelhas dispersas (vv 5,6)  -  Assim se espalharam, por não haver pastor. Os lideres não foram pastores, mas tiranos. Não protegeram o rebanho, mas o exploraram. Seus atos violentos espalharam as ovelhas, deixando-as desprotegidas e sem nenhum verdadeiro pastor. Perdidas nos campos, elas se tornaram alimento para as feras que vigiavam aqueles lugares, sempre famintas, sempre matando, sempre esperando para devorar mais uma vítima. Os vss. 5-6 mencionam três vezes a dispersão das ovelhas, ressaltando que aquela ação figurava entre suas ofensas principais. O dever do pastor era o de não permitir justamente aquilo. Mas os falsos pastores tinham uma regra só: servir a si mesmos. “Eles não mereciam o nome pastor; era um ultraje aplicar esse título augusto a eles (I Reis 22.17; Mat. 9.36). Cf. Mat. 26.31, onde também vemos a dispersão das ovelhas, porque o verdadeiro Pastor fora morto” (Fausset, in loc.). O povo se envolveu em pecados pesados como idolatria, adultério, explorações dos fracos, atos anti-sociais, opressões, porque não tinha líderes para instruir e guiar em caminhos retos. O Targum explica que a maior dispersão era justamente o cativeiro babilónico, que o povo sofreu por causa da infinidade de suas transgressões. Provavelmente, o vs. 6 inclua esta idéia. 

As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes. O povo pecador tornou-se iníquo seguindo os maus exemplos dos líderes. Logo, os lobos atacarão para devorar líderes e liderados, que compartilharão o mesmo destino catastrófico. Os lobos internacionais eram os soldados babilónicos, sempre famintos, à procura de vítimas. Algumas poucas ovelhas que sobreviveram aos ataques dos lobos esconderam-se nas ravinas das colinas, em cavernas, em câmaras secretas. Algumas fugiram para países vizinhos e sofreram exílio permanente. A maioria dos sobreviventes foi levada cativa para a Babilônia, onde a miséria continuou. “Lá fora” não houve ninguém que cuidasse das ovelhas perdidas e doentes. Nenhum homem se preocupava com as suas almas. Chaucer falou de ovelhas perdidas “orientadas” por pastores perdidos:

 Ele mesmo sendo um vagabundo, deixando O caminho estreito, Não era nenhuma maravilha, e suas ovelhas tolas Também erraram o caminho. 

As minhas ovelhas. Note-se que Yahweh as chama de “minhas ovelhas”, a despeito de seus pecados. Ele era o Pastor, mas aqueles designados subpastores foram negligentes e abusaram de seus deveres, descumprindo sua missão. Nunca a missão de alguém deve servir a si mesmo. 

Foram espalhadas sobre toda a face da terra. Ninguém se preocupou em procurá-las. (NCV) 

Por contraste, o Verdadeiro Pastor veio para procurar e salvar o que foi perdido (Luc. 19.10).


                    III.   SOBRE O BOM PASTOR

1.  A reação divina contra os maus pastores (vv. 10-12)  Assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo procurarei as minhas ovelhas. AdonaiYahweh (o Soberano Eterno Deus), exercendo Seu poder divino e soberano, assumirá o ofício do Pastor e providenciará para suprir as necessidades do rebanho. Este título divino é usado 217 vezes neste livro, mas somente 103 no restante do Antigo Testamento. Exalta a soberania de Yahweh, cuja vontade deve ser realizada entre os homens. Ver no Dicionário os artigos chamados Soberania de Deus e Providência de Deus. As provisões de Yahweh reverterão os danos cometidos pelos pastores infiéis. O rebanho dispersado será recolhido; a diáspora (ver a respeito no Dicionário) terminará. O próprio Adonai-Yahweh procurará Suas ovelhas e as salvará dos lobos. 

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lucas 19.10) 

O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. (João 10.11)

 O vs. 11 é mais do que histórico (o reverso do cativeiro babilónico); é também escatológico, uma promessa de reversão da diáspora, para que o Reino dos Céus se realize neste mundo. A restauração de Judá, depois do cativeiro babilónico, seria uma pequena amostra da verdadeira, que ainda jaz no futuro:

 Todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. (Romanos 11.26)

 “O próprio Deus é o Bom Pastor (Isa. 40.11; Jer. 31.10) que recolherá o rebanho disperso e machucado. Esta passagem sugere a volta da teocracia (Osé: 8.4; i Sam. 8.7)” (Oxford Annotated Bible, comentando o vs. 11).

Buscarei as minhas ovelhas. Tanto o cativeiro babilónico quanto a diáspora serão revertidos. Yahweh, o Bom Pastor, salvará o rebanho dos lobos-nações e de todos os lugares de trevas, do dia do temor, do dia de nuvens e tempestades. Na hora de sua maior necessidade, Yahweh encontrará Seu povo e resolverá todos os problemas, aliviando suas angústias. 

Salvador, como um Pastor nos guia, Tanto precisamos de Seus cuidados, Nos Seus pastos agradáveis nos alimenta, Para o nosso uso Seu aprisco prepara. (William B. Bradbury)

 No dia de nuvens e de escuridão. Cf. Sal. 97.2; Joel 2.2 e Sof. 1.15."... em tempos de desespero e perseguição, o Pastor está especialmente vigilante” (Adam Clarke, in loc.). O texto fala de “uma gloriosa libertação do futuro” (Ellicott, in loc.).

2.   Jesus, o bom Pastor  -   O bom Pastor. Um rebanho de ovelhas deve ser cuidado por alguém, e aqui Deus Se apresenta como quem assume o papel de Pastor do Seu povo. Seu trabalho será encontrar as dispersas, livrar as perdidas, apascentar todo o rebanho e cuidar dele, dedicando atenções especiais aos membros fracos e doentes. O retrato do pastor buscando a desgarrada (12), é um prenúncio notável da parábola da ovelha perdida (Lc 15: 4ss.), que nosso Senhor, sem dúvida, baseou nesta passagem em Ezequiel. Ilustra, claramente, mais do que qualquer coisa, as qualidades ternas e amorosas do Deus do Antigo Testamento, e golpeia mortalmente aqueles que procuram forçar uma cunha entre Javé, Deus de Israel, e o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Além disto, esta não é a única passagem que fala do terno pastor (cf. SI 78: 52-53; 79:13; 80: 81; Is 40: 11; 49:9-10; Jr 31:10). A referência a um dia de nuvens e de escuridão (12) tem implicações escatológicas (cf. SI 97: 2; J1 2:2; Sf 1:15) e sugere que esta libertação será o dia do Senhor para Israel, ou seja, o dia em que o Senhor agir com salvação e com julgamento para introduzir uma nova era do Seu reino justo na terra.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do PIX 11980483304 


EU AGRADEÇO OS IRMÃOS QUE TEM CONTRIBUIDO COM ESTA OBRA, DEUS RECOMPENSE À CADA UM DE VOCÊS!!!



                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

Enciclopédia de bíblia e filosofia, Russell N. Champlin - editora Hagnos

https://professordaebd.com.br/8-licao-4-tri-22-o-bom-pastor-e-os-pastores-infieis/

https://www.webartigos.com/artigos/a-tua-vara-e-o-teu-cajado-me-consolam/19107




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

LIÇÃO 7 - A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL.

Profº PB Junio - Congregação Boa Vista II.

 



                        TEXTO ÁUREO

" A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o ai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele." (EZ 18.20)


                    VERDADE PRÁTICA

 Para além da responsabilidade individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a idéia de que tudo está determinado por um rígido destino.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: EZ 18.20-28 ( explicação comentário bíblico Moody)


Perdão Divino para o Pecador Arrependido mas não para o Apóstata. 18:21-29. Assim como o homem não herda as conseqüências do que seus pais fizeram, assim o indivíduo, por meio do arrependimento, pode ser emancipado do seu próprio passado. O homem perverso que se afasta do mal e busca a justiça viverá (vs. 21-23). Contudo, o homem justo que abandona sua justiça para fazer o mal morrerá no seu mal (v. 24). Contra a objeção de que os caminhos do Senhor não são justos, vem a réplica de que os caminhos da casa de Israel não são justos (vs. 25-29). 

V.  21. O pecador é livre para se arrepender e abandonar o pecado e fazer a vontade de Deus. Compare com a idéia de Os. 5:4; Jr. 13:23.

V.  22. Pela justiça que praticou. Cons, versículo 24; 33:16. 

V. 23. Acaso tenho eu prazer na morte do perverso? Esta pergunta reflete a misericórdia divina e o seu desejo de salvar a todos. "A mais preciosa palavra em todo o Livro de Ezequiel" (Kraetzschmar). Cons. o versículo 32; 33:11; I Tm. 2:4; II Pe. 3:9.

V. 25. O caminho do SENHOR, o princípio sobre o qual Ele age não é direito (yittaken). Literalmente, de acordo com o padrão. Uma figura extraída das transações comerciais (cons. v. 29; 33:17; I Sm. 2:3). 26-29. Estes versículos repetem de forma mais resumida o pensamento apresentado nos versículos 21-25, para enfatizar este novo conceito. 



                                                          INTRODUÇÃO

Os exilados judeus na Babilônia culpavam seus antepassados pelos terríveis juízos que lhes sobrevieram, de modo que Ezequiel explicou que Deus julga as pessoas individualmente por seus próprios pecados e não pelos pecados de outrem (cap. 18). Em seguida, ressaltou que os líderes judeus eram responsáveis pelas decisões insensatas que haviam tomado (cap. 19), e a própria nação tinha um longo histórico de irresponsabilidade (cap. 20). Por fim, o profeta lembrou seus ouvintes de que o Senhor Jeová também tinha a responsabilidade de ser fiel a si mesmo e à sua aliança com os judeus, e era por isso que eles os havia disciplinado (cap. 21). Ao tratar da questão da responsabilidade pessoal e nacional, Ezequiel conseguiu responder às queixas freqüentes do povo de que o Senhor estava sendo injusto com eles. 

Ezequiel começa esta passagem com citações de Jeremias de um ditado popular (Jr. 31:29) que fazia sucesso entre os exilados em Tel Abibe: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram" (Ez. 18:2). Jeremias descreveu os exilados sendo levados com Joaquim em 597 A. C. como "figos bons", enquanto os que ficaram para trás junto com Zedequias eram os "maus figos" (Jr. 24). Os judeus do tempo de Zedequias provavelmente se consideravam justos em comparação com o povo da época de Manassés; e portanto o provérbio talvez transmitisse um pensamento de justiça própria. 


                I.  SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL

1.  Uma máxima equivocada  -  A disposição dos exilados para com seu próprio envolvimento na sorte de Judá é compactada em um provérbio que Ezequiel cita literalmente. Somente duas palavras no provérbio requerem comentário. bõser denota uma fruta verde da vinha.19 O verbo qãhâ que descreve o efeito de uvas verdes nos dentes é encontrado em outro ponto somente em Eclesiastes 10.10, em que é usado quanto ao ferro não afiado.20 A LXX é inconsistente ao traduzir o verbo, pois o traduz como aípcoôiôv, “colocar na extremidade”, em Jeremias 38.29 (em português, 31.29),21 e yop<|u<lÇ£iv, “ter uma dor de dente”, aqui. A expressão descreve a sensação de uma contração dos vasos sanguíneos na boca quando uma fruta verde é comida. Os eruditos têm geralmente entendido o provérbio como uma  zombaria cínica e sarcástica no sistema da “justiça” divina que puniria crianças pela culpa de seus pais.22 Esta doutrina da responsabilidade transgeracional foi amplamente espalhada pelo antigo Oriente Próximo. Diante de uma severa praga que varria sua terra, o rei hitita do século 14, Mursiliã II, reclamou ao deus Hattian, deus da tempestade: “Meu pai pecou e transgrediu contra a palavra de Hattian, deus da tempestade, meu senhor. Mas eu não pequei em nenhum aspecto. E somente verdade, no entanto, que o pecado do pai cai sobre o filho. Assim, o pecado do meu pai caiu sobre mim”.23 Mas a doutrina tem também uma longa história em Israel.24 É expressa abertamente no segundo artigo do Decálogo: “não se encurvarás diante deles [ídolos] nem os adorarás; pois eu sou Yahweh seu Deus, ’él q annã\ que pune os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”.25 Esta era a lente pela qual o historiador deuteronomista interpretou muito da história de Israel, particularmente os eventos mais recentes. A primeira conquista de Nabucodonosor em Jerusalém e a remoção de Jeoaquim, explicitamente, descritos como um ato divino, com a intenção de remover Judá de sua vista, “por causa dos pecados de Manassés”, particularmente sua política assassina, que Yahweh se recusou a perdoar (2Rs 24.3-4).

2.  Jeremias e Ezequiel trataram do assunto  -  A objeção com que Ezequiel lida neste capítulo é expressa nas pala­vras de um provérbio muito usado: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram” (2). Que este era um provérbio comum no Israel antigo daquele período é evidenciado pela referência que lhe faz Jeremias (Jr 31:29), embora o usasse num contexto levemente diferente de Ezequiel.72 O significado é comum às duas referências, porque o provérbio está dizendo que os sofrimentos de uma geração são devidos aos dos seus antepassados. Tanto Jeremias quanto Ezequiel consideravam perniciosa esta doutrina, porque inevitavelmente levava a um espírito de fatalismo e de irresponsabilidade. Se a culpa realmente pudesse ser atribuída a uma geração anterior, aqueles sobre os quais o julgamento estava caindo poderiam razoavelmente dar de ombros diante de qualquer senso de pecado, e acusar Deus de injustiça (“O caminho do SENHOR não é direito,” v. 25)

3.  O problema em nosso tempo  -  A responsabilidade e a prestação de contas são temas fundamentais em nossos dias. A irresponsabilidade está por toda a parte, e poucas pessoas estão dispostas a assumir a culpa quando as coisas dão errado e a admitir suas falhas. Em sua obra Devil's Dictionary, o cínico Ambrose Bierce definiu responsabilidade como "um fardo móvel transferido com facilidade para os ombros de Deus, do Destino, da Sorte ou do próximo". Depois que nossos primeiros antepassados pecaram, Adão culpou Eva, e Eva culpou a serpente; ainda assim, Deus responsabilizou Adão e Eva por sua desobediência e castigou-os de acordo. O s judeus do tempo de Ezequiel estavam certos de que o Senhor iria livrá-los e poupar Jerusalém, pois eram o povo escolhido de Deus, mas se esqueceram de que os privilégios sempre trazem consigo responsabilidades. Possuíam a lei mais importante já outorgada a uma nação, mas desobedeceram a seus preceitos. O Senhor deu-lhes uma terra maravilhosa para ser seu lar, mas eles a contaminaram com sua idolatria. Transgrediram as estipulações da aliança divina e depois ficaram estarrecidos quando o Senhor obedeceu à aliança e os disciplinou.


                    II.  SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS

1.  Há esperança para o pecador (vv. 21, 22, 23)  -  21-22 A urgência do profeta se toma mais evidente ao passo que seu discurso progride. Mantendo seu compromisso com o chamado de atalaia, Ezequiel desafia seus ouvintes a encontrar vida por intermédio de três cláusulas condicionais, que, quando tomadas conjuntamente, resumem para o leitor a doutrina bíblica para o arrependimento. O arrependimento envolve uma mudança fundamental de direção, afastando-se de todo o pecado, e se comprometendo com a vontade de Deus. Assim como o velho caminho do pecado fora mencionado em ações específicas, também deve ser o novo comprometimento. O justo observa (sãm ar) todos os decretos (kol-huqqõtay) de Yahweh, e pratica (cãsâ) a justiça e a retidão. Pode se sentir o entusiasmo de Ezequiel quando anuncia o veredicto para aqueles que vão ao encontro destas condições: e/e certamente viverá! Não morrerá! A rebelião passada, expressa em atos, será desprezada, e a atual retidão será o que importa. 23 Por meio de uma pergunta retórica, que antecipa uma resposta negativa inequívoca, Ezequiel expressa as bases da esperança para os exilados: o comprometimento fundamental com Yahweh é para a vida, não para a morte. Deus não se alegra com a morte de ninguém, nem mesmo da pessoa ímpia. Seu desejo é que todos se arrependam e encontrem vida nele. Isto é o que o auditório de Ezequiel precisa para eles serem libertos de toda a cadeia de depressão e desespero - uma nova visão de Deus, um Deus que está do lado da bênção e da vida, não do lado da maldição e da morte (cf. Dt 30.15-20). Que declaração impressionante da paciência e da misericórdia divina é esta! Em âmbito nacional, embora Israel estivesse em um estado de rebelião por gerações, a porta para um futuro permanecia amplamente aberta. O profeta prom ete àqueles em seu auditório que se arrependerem de seus pecados que encontrarão vida

2. Refutando um pensamento fatalista (v.20) -  Contudo, o povo escorregava para o desespero e o fatalismo. Se estavam sendo punidos pelos crimes de Manassés (II Reis 24:3, 4) e pelos pecados de seus pais, por que deveriam lutar? Que chance tem um indivíduo diante do destino herdado do passado? Por que alguém tentaria ser piedoso em um mundo tão injusto? (Cons. o hedonismo descrito em Is. 22:12, 13). Há alguma alternativa para o desespero desolador do homem? (Ez. 33:10). Ezequiel tinha anteriormente trovejado a condenação total do povo (cons. caps. 16; 20; 23). Contudo Deus permitiu que tições fossem arrancados da fogueira. Os justos foram excluídos dos ímpios por meio de um sinal (4:4). Diante do juízo iminente, salvariam as suas próprias vidas, mas não as de outros (14:14, 16, 18, 20), contudo, o arrependimento seria possível (14:6, 11). Os conceitos da solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram coisas antigas em Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18 implica na operação da seqüência natural da causa e efeito no meio das circunstâncias da vida humana. Deus não considera um homem responsável pelas circunstâncias nas quais nasceu, mas apenas pelo uso que fizer delas subseqüentemente. Portanto, um homem é livre para renunciar o seu passado, tanto para o bem como para o mal.

3.  Duas situações (vv. 2, 22, 24)  -  Desviando-se o justo da sua justiça... acaso viverá? Este único versículo contrasta com os vss. 20-23. Todos conhecemos casos de pessoas santas que se corromperam. Tais pessoas ficam sujeitas à condenação de Deus, seja no presente seja na vida além. Não sabemos se a teologia do profeta tinha avançado para considerações pós-túmulo. De qualquer maneira, o mesmo princípio se aplica à vida agora e à vida pós-túmulo. Mas não devemos esquecer o poder de Deus, que é dedicado à salvação. O homem que volta para o pecado sofrerá, mas a graça de Deus o restaurará, afinal, ainda nesta vida ou na vida pós-túmulo. Jesus pode alcançar homens onde quer que estejam, nesta vida ou além. O presente versículo é uma declaração arminiana, sem dúvida, mas nenhuma declaração deste tipo governa a eternidade. Haverá outros reversos. O homem que realmente começou na trilha espiritual pela atuação do Espírito terminará entre os salvos, a despeito de suas vagueações. O mesmo propósito redentor o seguirá; a vida é uma só. E, para o homem genuinamente bom, o propósito opera até efetuar o resultado desejado. Assim corre a minha fé. Entro em detalhes no artigo sobre a Segurança do Crente, no Dicionário. Haverá um dia final, quando a graça de Deus deixará de funcionar, terminando com a missão redentora do Logos? Acho que não. Assim correm meu sonho e minha doutrina, confiantes na graça de Deus para superar todas as negativas que os homens tanto" apreciam. A porta do inferno se fecha do lado de dentro, e pode ser aberta pela mudança da alma que recebe a graça de Deus. Sempre haverá a possibilidade de reversos. Ver as notas sobre Ef. 1.9-10, no Novo Testamento Interpretado, onde apresento evidências das Escrituras que favorecem as minhas idéias. Ver também, na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, o verbete intitulado Mistério da Vontade de Deus e, no Dicionário, o artigo chamado Restauração. De qualquer modo, o texto ensina o princípio de “libertação do passado”. Até a porta do inferno, o Espírito chama os homens; sim, até no próprio hades, o Espírito chama os homens. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete intitulado Descida de Cristo ao Hades. Até no Hades há uma porta que conduz os homens para os céus. Deste evangelho (boas novas), eu tenho orgulho. Do evangelho pequeno, que tão freqüentemente se prega nas igrejas, tenho vergonha.


                    III.  SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL

1.  Uma pergunta retórica (v.25)  -  É óbvio, por parte do segundo protesto feito pelos ouvintes, que rejeitaram não somente a oferta de Ezequiel, rejeitaram também a sua visão de Deus. A reação do apelo de Ezequiel que vem a seguir, para escolherem vida em vez da morte, demonstra que o problema do povo não era primariamente cosmológico, mas teológico. Enquanto afirmavam serem vítimas de uma lei universal imutável que estabelecia seus destinos em relação à conduta de seus pais, na verdade estavam diante da misericórdia de um Deus caprichoso, cujas ações são previsíveis e arbitrárias. A palavra-chave neste texto é tãkên (Niphal), “serjusto, escrupuloso”, que a raiz no Qal denota: “medir, determinar”.  

Pela terceira vez, Ezequiel citou as palavras dos exilados queixosos: "O caminho do Senhor não é direito" (v. 25; ver vv. 2, 19). Aqui, o termo "direito" significa "justo". Estavam dizendo que o Senhor não estava "seguindo as regras do jogo" com seu povo. Porém, Ezequiel mostrou que o povo é que não estava sendo justo com Deus! Quando obedeciam ao Senhor, queriam que cumprisse as estipulações da aliança que prometiam bênçãos, mas quando desobedeciam, não queriam que cumprisse as estipulações da aliança que prometiam disciplina. Desejavam que Deus agisse de maneira contrária a sua própria Palavra e natureza santa. 

3.  O arrependimento  -  A justiça de Deus é demonstrada e vindicada também quando o homem mau de ontem é o homem bom de hoje. O passado é anulado pelo presente; uma mudança de conduta reverte a avaliação divina. Este versículo repete, de modo mais abreviado, o que vemos nos vss. 21 -22, onde há notas expositivas completas Este versículo expande as idéias dadas nos vss. 21-22 e 27.0 pecador de ontem pode ser o santo de hoje. O homem abandona seu caminho ímpio e o temor do Senhor começa a guiá-lo (ver em Pro. 1.7). Este homem estuda a lei e termina vivendo segundo as suas exigências. Assim, ele ganha vida (Deu. 4.1; 5.33; 6.2; Eze. 20.1). A justiça de Deus se vindica quando o homem mau de ontem recebe vida hoje, através do arrependimento e da mudança de vida. Contraste-se o caso de Judá, que fora boa ontem, mas corrupta hoje.

A conclusão dessa mensagem foi um convite do Senhor para que o povo se arrependesse (mudasse de idéia), deixasse seus pecados, se despojasse de suas transgressões como se fossem vestes imundas e buscasse um novo coração e um novo espírito. Deus prometeu ao povo um novo coração, se buscasse ao Senhor pela fé (Ez 11:19; ver 36:26). Esse era um dos temas-chave da carta que Jeremias enviou aos cativos na Babilônia (Jr 29:10-14), mas ninguém levou essas palavras a sério. Deus deixou claro que não tinha prazer algum na morte dos perversos (Ez 18:23, 32), mas se os perversos se deleitavam com seus caminhos pecaminosos e não se arrependiam, o Senhor não podia fazer outra coisa senão obedecer à sua própria aliança e castigá-los. Ezequiel desenvolve esse tema com mais detalhes no capítulo 21.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do PIX 11980483304  ______


EU AGRADEÇO OS IRMÃOS QUE TEM CONTRIBUIDO COM ESTA OBRA, DEUS RECOMPENSE À CADA UM DE VOCÊS!!!



                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão