Seja um Patrocinador desta Obra.

SEJA UM ALUNO ASSÍDUO NA EBD. Irmãos e amigos leitores, vc pode nos ajudar, através do PIX CHAVE (11)980483304 ou com doações de Comentários Bíblicos. Deste já agradeço! Tenham uma boa leitura ___ Deus vos Abençoe!!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Lição 09 – Orando e Jejuando como Jesus Ensinou.



Lição 09 – orando e jejuando como jesus ensinou

TEXTO ÁUREO

“[...] Disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” (AT 13.2,3).

VERDADE PRÁTICA

A oração e o jejum são disciplinas espirituais que potencializam sensivelmente a vida piedosa do crente.

 

Leitura bíblica em Classe: MT 6.5-18 (comentário bíblico)

V.06 - Não é errado orar em público na congregação (1 Tm 2:1 ss), ao agradecer o alimento (Jo 6:11) ou, ainda, ao buscar auxílio de Deus (Jo 11:41, 42, At 27:35). Mas é errado orar em público se não temos o hábito de orar em particular. Aqueles que estão nos observando podem pensar que praticamos a oração em nossa vida particular. Assim, a oração pública que não tem não passa de hipocrisia. A palavra quarto também pode ser traduzida por "câmara particular" e se referir à despensa da casa. O relato bíblico mostra Jesus (Mc 1:35), Eliseu (2 Rs 4:32ss) e Daniel (Dn 6:1Oss) orando em particular.

V.07 - O fato de repetir um pedido não o torna uma "vã repetição", pois tanto Jesus quanto Paulo repetiram suas petições (Mt 26:36-46; 2 Co 12:7, 8). Um pedido torna-se "vã repetição" quando as palavras não refletem um desejo sincero de buscar a vontade de Deus. A prática de recitar orações memorizadas pode se transformar em vã repetição. Os gentios usavam orações em suas cerimônias pagãs (ver 1 Rs 18:26). Meu amigo Dr. Robert A. Cook costumava dizer que: "Todos nós temos uma oração rotineira à qual sempre voltamos; só quando nos livramos dela é que podemos começar a orar de fato!" Vejo isso não apenas em minhas orações particulares, mas também ao realizar reuniões de oração. Para alguns, orar é como colocar um CD no aparelho de som e deixar tocando enquanto vão fazer outra coisa. Deus não responde a orações insinceras.

Vv.9-13 - Essa oração, mais conhecida como "Pai nosso", poderia ser chamada mais apropriadamente de "oração dos discípulos". Jesus não deu essa oração para ser memorizada e recitada determinado número de vezes. Pelo contrário, deu essa oração para evitar que usássemos de vãs repetições. Jesus não disse: "orem com estas palavras", mas sim: "orem desta forma", ou seja, "usem esta oração como um modelo, não como um substituto". O propósito da oração é glorificar o nome de Deus e pedir ajuda para realizar sua vontade na Terra. Essa oração não começa com nossos interesses pessoais, mas sim com os interesses de Deus: o nome de Deus, seu reino e sua vontade. Nas palavras de Robert Law: "A oração é um instrumento poderoso não para realizar a vontade do homem no céu, mas para realizar a vontade de Deus na Terra". Não temos o direito de pedir a Deus qualquer coisa que desonre o nome dele, que impeça o avanço de seu reino, ou que seja um empecilho a sua vontade na Terra. É interessante observar que todos os pronomes da oração estão no plural, não no singular ("Pai nosso"). Ao orar, é preciso lembrar que somos parte da família de Deus, constituída de cristãos de todo o mundo. Não temos o direito de pedir qualquer coisa que prejudique outro membro desta família. Se estivermos orando segundo a vontade de Deus, de uma forma ou de outra, a resposta abençoará todo o povo de Deus. Se colocarmos os interesses de Deus em primeiro lugar, poderemos apresentar nossas necessidades pessoais. Deus se preocupa com nossas necessidades e as conhece antes mesmo de nós as levarmos a ele (Mt 6:8). Se ele já sabe, então por que orar? Porque a oração é o caminho que Deus determinou para suprir essas necessidades (ver Tg 4:1-3). A oração nos prepara para usar corretamente a resposta. Quando conhecemos nossa necessidade e a expressamos a Deus, confiando que ele a proverá, faremos melhor uso da resposta do que se Deus a impusesse sobre nós sem que a tivéssemos pedido. E correto orar pelas necessidades diárias, por perdão e por orientação e proteção contra o mal. "E não nos deixes cair em tentação" não significa que Deus tenta seus filhos (Tg 1:13-17). Com essas palavras, estamos pedindo a Deus para nos guiar de modo a não nos desviarmos de sua vontade nem nos envolvermos em situações de tentação (1 Jo 5:18), ou mesmo em situações em que tentaremos a Deus, levando-o a nos resgatar miraculosamente (Mt 4:5-7).

Vv. 14-15 - Neste "apêndice" da oração, Jesus expande a última frase de Mateus 6:12: "assim como nós temos perdoado aos nossos devedores", uma lição que repete a seus discípulos posteriormente (Mc 11:19-26). Jesus não está ensinando que os cristãos só merecem o perdão de Deus se perdoarem os outros, pois isso seria contrário a sua graça e misericórdia. No entanto, se experimentamos, verdadeiramente, o perdão de Deus, teremos a disposição de perdoar aos outros (Ef 4:32; Cl 3:13). Jesus ilustra esse princípio na parábola do Servo Incompassivo (Mt 18:21-35). Vim os que a verdadeira oração é um assunto de família ("Pai nosso"). Se não há entendimento entre os membros da família, com o podem querer ter um bom relacionamento com o Pai? 1 João 4 enfatiza que mostramos nosso amor a Deus ao amar nossos irmãos. Quando perdoamos uns aos outros, não estamos adquirindo o direito de orar, pois o privilégio de orar faz parte da nossa filiação (Rm 8:15, 16). O perdão diz respeito à comunhão: se não estou em comunhão com Deus, não posso orar efetivamente. Mas minha comunhão com Deus é influenciada pela com unhão com meu irmão; consequentemente, o perdão é parte importante da oração. Uma vez que a oração envolve a glorificação do nome de Deus, apressando a vinda do reino de Deus (2 Pe 3:12), e ajuda a realizar a vontade de Deus na Terra, aquele que ora não pode ter pecado em seu coração. Se Deus respondesse à oração de um cristão com um espírito rancoroso, estaria desonrando seu nome. De que maneira Deus usaria tal pessoa para realizar sua vontade na Terra? Se atendesse aos pedidos dela, Deus estaria encorajando o pecado! O mais importante numa oração não é simplesmente obter uma resposta, mas ser o tipo de pessoa a quem Deus pode confiar uma resposta.

Vv. 16-18 - O único jejum que Deus exigia do povo judeu era aquele da celebração anual do Dia da Expiação (Lv 23:27). Os fariseus jejuavam todas as segundas e quintas-feiras (Lc 18:12) e o faziam de modo visível para todos. Sem dúvida, seu objetivo era receber o louvor dos homens, e, com isso, perderam as bênçãos de Deus. Não é errado jejuar, se o fizermos da forma correta e pelos motivos certos. Jesus jejuava (Mt 4:3), e também os membros da Igreja primitiva praticavam o jejum (At 13:2). (Lc 21:34) e a manter nossas prioridades espirituais em ordem. No entanto, essa prática não deve jamais se tornar uma oportunidade para a tentação (1 C o 7:7). A privação de um benefício natural (como o alimento e o sono) não constitui, em si mesma, um jejum. É necessário que nos consagremos a Deus em adoração. Se não houver devoção sincera (ver Z c 7), não haverá qualquer benefício espiritual duradouro. Assim com o as ofertas e a oração, o verdadeiro jejum deve ser feito em particular, apenas entre o cristão e Deus. Aquele que "[desfigura] o rosto" (apresenta uma expressão abatida, a fim de suscitar piedade e receber elogios) contraria o propósito do jejum. Aqui, Jesus apresenta um princípio fundamental da vida espiritual: tudo o que é verdadeiramente espiritual nunca viola aquilo que Deus nos deu na natureza. Deus não destrói uma coisa boa para construir outra. Se alguém precisa parecer miserável para ser considerado espiritual, há algo de errado com seu conceito de espiritualidade.

                            Introdução

W. Tozer diz que ao “orarmos, deveríamos avaliar quem está agindo: o desejo do nosso coração ou o Espírito Santo”. Sua conclusão caminha no sentido de que, se a “oração tem sua origem no Espírito, então a luta espiritual pode ser bela e maravilhosa; mas, se somos vítimas de desejos alimentados em nosso coração, a nossa oração pode tornar-se tão carnal quanto qualquer outro ato”.2 Isso significa que propósitos egoístas podem estar escondidos sob uma aparente piedade ritualística. Uma voz melancólica, chorosa e que parece mais teatral que espontânea, longe de evidenciar um perfil piedoso, revela a perspectiva enganosa de alguns em relação a Deus. Não são a mera aparência ou a posição física, a tonalidade ou o timbre da voz, as palavras ou as expressões faciais que levam a oração a ser aceitável diante do Senhor, mas a disposição do coração, as intenções e a motivação com que nos dirigimos a Ele. E é exatamente isso que o Senhor quer ensinar aos seus discípulos, a oração na perspectiva da justiça superior.

 

I.            A oração é um diálogo com o pai

1.   1. A natureza da oração - Antes de buscarmos nossos interesses ou mesmo pleitearmos nossas necessidades, devemos nos voltar para Deus a fim de admirá-lo, adorá-lo e exaltá-lo. Três são os pedidos aqui apresentados, como vemos a seguir. Em primeiro lugar, 0 nome de Deus (6.9). Devemos orar pela santificação do nome de Deus. Deus é santo em si mesmo, e não podemos agregar valor à sua plena santidade. Mas devemos orar para que o nome de Deus seja reverenciado, honrado, temido e obedecido. Em segundo lugar, 0 reino de Deus (6.10). Devemos orar para que o reino de Deus venha a nós. O reino de Deus é o governo de Deus sobre os corações. Na medida em que o evangelho é anunciado e os pecadores se arrependem e creem, o reino de Deus vai alargando suas fronteiras. Orar, portanto, pela vinda do reino e acovardar-se no testemunho do evangelho é uma contradição. R. C. Sproul, citando Calvino, diz: “É tarefa da igreja dar visibilidade ao reino invisível”.17 Nossa vida precisa ser o palco da manifestação do reino de Deus neste mundo. Em terceiro lugar, a vontade de Deus (6.10). Devemos orar para que a vontade de Deus seja feita na terra como é feita nos céus. Citando Robert Law, Warren Wiersbe escreve: “A oração é um instrumento poderoso não para realizar a vontade do homem no céu, mas para realizar a vontade de Deus na terra”.18 Deus, e não o homem, é o centro do universo. Sua vontade é boa, perfeita e agradável e deve prevalecer na terra. Michael Green está correto quando diz que oração não é informar a Deus o que ele ainda não sabe, nem procurar mudar a mente de Deus. Oração é a adoração submissa da criatura ao seu criador.

2.      Como os homens de Deus viam a oração? O seu retiro, para a sua adoração em particular (v. 35). Ele orava, orava sozinho, para nos dar um exemplo de oração privativa. Embora, como Deus, as pessoas orassem a Ele, como homem, Ele orava. Embora Ele estivesse glorificando a Deus e fazendo o bem, no seu ministério público, Ele ainda encontrava tempo para ficar sozinho com o seu Pai, e lhe convinha “cumprir toda a justiça”. Agora observe:

A hora em que Cristo orou. (1) Foi pela manhã, na manhã seguinte ao sábado judeu. Observe que quando termina um “sábado”, nós não devemos pensar que podemos interromper a nossa adoração até o “sábado” seguinte.

Não. Ainda que não compareçamos à sinagoga, nós devemos ir ao “trono da graça”, todos os dias da semana; e na manhã seguinte ao “sábado”, em especial, para que possamos preservar as boas impressões desse dia. Essa manhã era a manhã do primeiro dia da semana, que Ele santificou posteriormente, e tornou extraordinária, por ter, também pela manhã, ressuscitado bem cedo. (2) Era muito cedo, ainda estava escuro. Quando os outros estavam dormindo em suas camas, Ele estava orando, como um genuíno Filho de Davi, que procura a Deus bem cedo e lhe dirige suas orações pela manhã; e à meia-noite se levanta para dar graças. Já foi dito: A manhã é amiga das musas – Aurora Musis amica; e também não é menos amiga das graças. E nas ocasiões em que o nosso espírito está mais revigorado e vivaz que devemos dedicar tempo aos exercícios de devoção. Aquele que é o primeiro e o melhor, deverá receber de nós o primeiro lugar e o melhor que tivermos.

O lugar onde Ele orou. Ele “foi para um lugar deserto”, um lugar fora da cidade ou algum jardim afastado ou, ainda, alguma construção isolada. Embora Ele não estivesse correndo o risco de se distrair ou de ser tentado a glórias vãs, ainda assim Ele se retirou, para nos dar um exemplo da sua própria regra: “Quando orares, entra no teu aposento” (Mt 6.6). As orações privativas devem ser realizadas em privado. Aqueles que tiverem mais atividades em público, e do melhor tipo, algumas vezes devem ficar sozinhos com Deus; devem se retirar, devem ficar a sós para conversar com Deus, e manter a sua comunhão com Ele.

3.  3.  A maneira de orar - É significativo que Jesus não faz menção de onde a oração deve ter lugar. Como apontado no capítulo anterior, a instrução de Jesus para "ir para o seu quarto interior" (6: 6) foi enfatizar a obstinação de oração, a necessidade de bloquear qualquer outra preocupação senão Deus. O próprio Jesus não tinha espaço interior para chamar de Seu durante Seu ministério terreno, e nós vê-lo Orando em muitos lugares e em muitas situações, tanto públicas como privadas. O desejo de Paulo foi para os fiéis a orar "em todo lugar" (1 Tim. 2: 8). Jesus também não especifica um tempo para orar. Jesus, assim como santos, tanto do Antigo e Novo Testamentos, orou a cada hora do dia e da noite. Eles podem ser vistos orando em horários regulares e habituais, em ocasiões especiais, quando em perigo especial, quando especialmente abençoado, antes das refeições e após as refeições, ao chegar a um destino e ao sair, e em todas as outras circunstâncias imagináveis e para todos os outros concebível bom propósito. Nem são vestimentas ou postura especificado. Como Jesus já havia enfatizado (6: 5-8), é a atitude e o conteúdo da oração que são de suprema importância, e as duas coisas são fundamentais para o padrão Ele agora prescreve. Em qualquer postura, em qualquer roupa, em qualquer momento, em qualquer lugar e sob qualquer circunstância oração é apropriado. A oração é para ser um modo de vida, uma comunhão aberta e constante com Deus (Ef 6:18; 1 Tessalonicenses 5:17). Porque é para ser um modo de vida, precisamos entender como orar; e que é precisamente por isso que Jesus deu a seus seguidores este modelo de oração.

II.    A ORAÇÃO QUE JESUS ENSINOU

1.   1.  Jesus não condenou a oração em público - Destacamos a seguir algumas lições oportunas. Em primeiro lugar, um cristão é alguém que ora (6.5). Jesus não diz “se orardes...”, mas: quando orardes. Não há cristianismo verdadeiro sem oração. Quem nasce de novo, clama: “Aba, Pai”. Em segundo lugar, um cristão não ora para chamar a atenção para si (6.5). A oração ostentatória não é endereçada a Deus, mas é feita diante dos homens, para chamar a atenção dos homens, para receber recompensa apenas dos homens. Em terceiro lugar, um cristão não é um ator no palco, mas um pecador quebrantado longe dos holofotes (6.6). O quarto aqui mencionado era o lugar onde se guardavam as provisões da casa, um cômodo sem janelas, absolutamente fechado aos olhos dos expectadores. Nessa mesma toada, Robert Mounce diz que a palavra grega tameion pode referir-se a uma “despensa”, o único quarto da casa que não tem porta e, por isso mesmo, passível de privacidade. O Pai vê em secreto e recompensa em secreto. Oração não é um discurso de ostentação diante dos homens, mas um derramar do coração diante de Deus. Tasker tem razão ao dizer que o contraste aqui não é entre o caráter secreto da visão do Pai e o caráter público da sua recompensa, mas entre a maravilhosa recompensa que o Pai dá e a recompensa relativamente miserável da aprovação humana.

2.   2.  Jesus quer que sejamos discretos - O tameion (= câmara) é o quarto dos suprimentos, é o recinto escondido, secreto, a peça mais íntima da casa, porque os suprimentos precisam estar seguros de ladrões e animais selvagens. Essa câmara de suprimentos é a única peça na casa do agricultor palestino que pode ser trancada. Tampouco possui janelas. Portanto, é duplamente apropriada para ilustrar o sentido do “secreto”, porque ninguém pode entrar nem olhar para dentro. – Com que nitidez é caracterizada, assim, por Jesus, a diferença entre a natureza da oração em contraposição à prática da oração dos fariseus! Quantas vezes o próprio Jesus procurou a solidão da noite para orar. A pequena câmara de oração, da qual Jesus fala, também pode estar localizada no meio do alvoroço do mundo e no meio das pessoas. Mas estará lá somente quando primeiro temos o sagrado costume de nos retirarmos ao quarto secreto como Jesus aconselhou. É também excelente a maneira como a palavra do quartinho indica a posição de Deus diante de uma oração em segredo. Deus a recompensará, diz o texto bíblico. No grego o verbo “recompensar” significa “devolver o que se recebeu”, “saldar uma dívida”. Portanto, Deus considera a oração como nosso presente a ele, o qual ele nos devolve, como dívida que ele tem conosco e que ele salda a nós à maneira divina. Com a palavra da oração em local oculto, porém, Jesus jamais quis dizer que seus discípulos somente poderiam orar num quartinho. Jesus não interditou a oração comunitária na sinagoga. Ele próprio costumava ir à sinagoga. Além do perigo de “querer aparecer em público com a prática religiosa da oração”, Jesus chama atenção para outro, a saber, o mau costume de amontoar irrefletidamente palavras de oração.

3.     3Não useis de vãs repetições nas orações - Os exercícios de oração dos judeus naquele tempo estavam num nível tão exagerado, que a incessante repetição das palavras prescritas transformou-se em “tagarelice”: Exigia-se diariamente: • Recitar três vezes a oração das 18 petições, às 9 da manhã, às 3 da tarde e à noite (Essa oração era dez vezes mais extensa que o Pai Nosso: tinha 970 palavras). Veja algumas partes da oração das 18 petições, também chamada de tephilá:

 “Louvado sejas, Iavé, Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó, Deus Altíssimo, fundador do céu e da terra, nosso escudo e escudo de nossos pais. Louvado sejas, Iavé, escudo de Abraão. Tu és herói valoroso, o eternamente vivo, o vivo que nutre, o que vivifica os mortos. Louvado sejas, Iavé, que faz os mortos tornar à vida. Santo e terrível é o teu nome, e não há outro Deus além de ti. Louvado sejas, Iavé, Deus santo. Agrada-te, Iavé, nosso Deus, e mora em Sião, e teus servos em Jerusalém te servirão. Louvado sejas, Iavé, porque queremos servir-te com temor. Agradecemos-te, Iavé, nosso Deus, por todos os benefícios da bondade. Louvado sejas, Iavé, a quem convém agradecer. Derrama a tua paz sobre Israel, teu povo, e abençoa-nos a todos nós. Louvado sejas, Iavé, que és o construtor da paz” etc.

 Isso é apenas um extrato bem breve, para que possamos conhecer a natureza dessa grande oração de 18 petições.

• A confissão diária da fé, que devia ser recitada duas vezes.

Também é chamada de shemá. O shemá (confissão de fé), que devia ser proferido pela manhã em pé e à noite deitado, conforme Dt 6.7, era composto de 3 partes, tiradas de Dt 6.4-9, Dt 11.13-21 e Nm 14.37-41. Como revela o conteúdo das três passagens bíblicas citadas, o shemá não quer ser uma oração, e sim uma profissão de fé. É a confissão fundamental de Israel ao Deus único e seus mandamentos. – O shemá era emoldurado com elementos litúrgicos. O shemá matinal tinha duas introduções e duas finalizações. Uma destas introduções dizia, p. ex.: “Verdadeira e segura e firme e permanente e correta e confiável e amada e estimada e valiosa e fértil e gloriosa e justa e agradável e boa e bela é esta oração (o shemá)”, etc. – A recompensa de orar o shemá era que ele servia como um meio de proteção contra os maus espíritos, prolongava a vida da pessoa, garantia para a pessoa o mundo vindouro… Que diremos diante disso? Como neste caso a vida de oração tornou-se algo externo, igual a uma produção realizada! Quanto à preparação para a oração, é preciso esclarecer o seguinte: Quem ia orar costumava esperar uma hora, depois orar uma hora, e em seguida esperar mais uma hora.

 • A repetição das orações de mesa.

 • Em qualquer ocasião, a doxologia (exaltação de Deus).

 Com “tagarelar” ou orar de modo “irrefletido” ou “irreverente”, Jesus também se refere à idéia de que, com as muitas palavras, Deus seria constrangido a ceder aos desejos dos que oravam. A oração abundante em palavras seria, de certo modo, o método mágico para merecer o céu. É uma idéia pagã, diz o Senhor. O Senhor condena plena e cabalmente a oração vazia, irrefletida, verborrágica, supersticiosa. Por outro lado, não pensa de modo algum em interditar uma oração longa, fervorosa e confiante, a luta de oração que, em certas circunstâncias, pode durar até uma noite toda (cf. a oração de Jacó até o nascer do sol). O apóstolo Paulo diz: “Orai cem cessar”. Nisso ele está bem de acordo com o seu Mestre, para que essa oração persistente não seja desvirtuada em religiosidade mística, em fanatismo, mas permaneça sob a constante disciplina do Espírito e aconteça sempre na sobriedade bíblica.

   

     iii.  oração e jejum

1.  1.  Oração e jejum: uma combinação perfeita - John Charles Ryle diz que jejum é a abstinência ocasional de alimentos, a fim de levar o corpo em sujeição ao espírito.21 Patriarcas, profetas e reis jejuaram. Jesus, os apóstolos e os cristãos primitivos jejuaram. Jejuar é abster- -se do bom para alcançar o melhor. Quando comemos, alimentamo-nos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas, quando jejuamos, alimentamo-nos não do símbolo, mas do simbolizado, ou seja, do próprio Pão do céu! Destacamos a seguir algumas lições preciosas. Em primeiro lugar, um cristão é alguém que não despreza a disciplina do jejum (6.16). Mais uma vez, Jesus não diz “se jejuares”, mas quando jejuares. Jesus pressupõe que um cristão é alguém que jejua. O único jejum que Deus exigia do povo judeu era aquele da celebração anual do Dia da Expiação (Lv 23.27). Os fariseus, porém, jejuavam duas vezes por semana (Lc 18.12) e o faziam de modo visível para todos. E óbvio que não é errado jejuar, se fizermos isso da forma certa, com a motivação certa. Os homens e as mulheres nos tempos do Antigo Testamento jejuaram. Jesus jejuou (Mt 4.3). Os crentes da igreja primitiva jejuaram (At 13.2). Em segundo lugar, um cristão entende que 0 jejum não é autopropaganda, mas auto quebrantamento (6.16,17). Se o hipócrita toca trombeta ao dar esmola, o falso espiritual desfigura o rosto quando jejua. Em ambas as situações, o propósito é o mesmo: ser visto e reconhecido pelos homens como uma pessoa espiritual e virtuosa. Não jejuamos para fazer propaganda de nossa espiritualidade, mas para nos humilharmos diante de Deus. Em terceiro lugar, um cristão pratica 0 jejum não para receber recompensa dos homens, mas para agradar a Deus (6.18). O jejum não é para ser visto pelos homens, com o fim de receber deles o reconhecimento, mas deve ser praticado na presença de Deus, que vê em secreto e recompensa em secreto. Concordo com Warren Wiersbe quando ele diz que o hipócrita coloca reputação no lugar do caráter, as palavras vazias no lugar da oração, o dinheiro no lugar da devoção sincera e o louvor superficial dos homens no lugar da aprovação eterna de Deus.

2.2.    O aspecto bíblico sobre o jejum - No tempo de Jesus os judeus observavam dois dias de jejum para todo o povo: o dia da expiação (Lv 16) e o 9º dia do mês abib. Esse último era promovido como recordação das duas destruições do templo (a primeira destruição sob Nabucodonosor em 586 a.C. e a segunda por Tito no ano 70). Agregavam-se ainda jejuns decretados em situações de grandes calamidades, p. ex., na falta de chuvas, em epidemias, guerras, pragas de gafanhotos etc. Nesses casos se definia como dias de jejum a segunda e a quinta-feira. Aconteciam celebrações públicas na rua. Mais severo era o jejum no dia da expiação: “Quem, no dia da expiação, comer a quantia de uma tâmara, ou beber tanto quanto cabe no seu gole, esse é culpado”. Nesse dia sequer era permitido lavar-se. Também se devia deixar de ungir o corpo. Pelo contrário, as pessoas se aspergiam com cinzas, andavam descalças e adotavam uma expressão facial triste. Queriam parecer insignificantes, no intuito de significar tanto mais perante os outros (Esse é o trocadilho feito no texto original grego com “ocultar – brilhar”). Normalmente o jejum durava do nascer ao pôr do sol. Alguns devotos espontaneamente se encarregavam de outros jejuns particulares. Esse jejum espontâneo era tido em altíssima consideração. Acreditava-se que, com o jejum se conquistaria, junto de Deus um mérito especial, e pensava-se que, através de jejum, se poderia alcançar a suspensão de decisões condenatórias divinas. Por isso se jejuava também pelos pecados do povo, a fim de afastar do povo a ira de Deus! Muitas vezes essa atividade do jejum era feita para chamar a atenção, para concentrar sobre si os olhares das pessoas. Jesus afirma: Um jejum desses é hipocrisia, e por isso condenável! O jejum correto é um pensamento íntimo de arrependimento e um coração curvado diante de Deus. Isso precisa ser exercido com pureza discreta. Para fora não se nota nada. Mas o que jejua revela ao próximo um “ânimo alegre” (cf. Mc 2.18).

3.3.   O ensino de Jesus sobre o jejum - Jesus disse aos que queriam jejuar: “Mas você, quando jejuar, ponha óleo na cabeça e lave o rosto, para não ficar evidente aos outros que você está jejuando, mas somente a seu Pai, que está em secreto; e seu Pai, que vê o que é secreto, recompensará você” (6.17,18). Jesus está dizendo a seus seguidores que eles devem agir normalmente quando jejuarem, de modo que ninguém saiba disso a não ser Deus. Eles devem sacudir as cinzas, lavar o rosto, usar desodorante ou talco, ou óleo, ou qualquer outra coisa, e agir normalmente. Nenhum ato voluntário de disciplina espiritual deve ser usado para autopromoção. Do contrário, qualquer valor que o ato possa ter estará invalidado. O golpe de Mateus 6.1-18 é humilhante. A exigência de justiça de Mateus 5 agora é complementada pela insistência em que essa justiça nunca deve ser confundida com ostentação de piedade, com fingimento de santidade. A pergunta se apresenta nos termos mais práticos possíveis: Quem eu estou tentando agradar com minhas práticas religiosas? A reflexão sincera sobre essa questão pode produzir resultados muito inquietantes. Se isso acontecer, grande parte da solução é começar a praticar piedade na intimidade secreta da presença do Senhor. Se suas “obras de justiça” não são feitas sobretudo em segredo, diante dele, talvez secretamente elas estejam sendo praticadas para agradar outros. As negativas desses versículos são de fato um bom meio de chegar ao que é supremo e positivo, a saber, a justiça transparente. Santidade genuína, virtude não fingida, piedade sincera — tudo isso é extremamente puro e atraente. A verdadeira beleza da justiça não deve ser manchada pela fraude.

  ** Seja um patrocinador para esta obra... Chave do PIX :11980483304 Banco Mercantil. Deus abençoe!!!

AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 

                                   BIBLIOGRAFIA

Bíblia Almeida século 21

Bíblia de estudo King James Atualizada

Comentário bíblico Mateus, John Macarthur

O Sermão do Monte, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, Moody

Comentário bíblico Mateus, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, Esperança

O Sermão do Monte, César Moisés Carvalho

Comentário bíblico expositivo Mateus, Warren W. Wiersbe

Comentário bíblico expositivo Hagnos Mateus, Hernandes Dias Lopes

O Sermão do Monte, Sinclair Ferguson

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. 

 


segunda-feira, 16 de maio de 2022

LIÇÃO 8 - SENDO VERDADEROS

                                                                    


Lição 08 – sendo verdadeiros

 

                        TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano.” (SL 32.2)

 

                        VERDADE PRÁTICA

Jesus chamou de hipócritas as pessoas que praticam boas ações, não por compaixão ou outros bons motivos, mas para obter glória dos homens.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: MT 6.1-4 (comentário bíblico )

 

Vv.1-4 - 1-4. Primeiro exemplo: esmolas. Esmola. O versículo 1 tem a palavra justiça nos melhores textos, e ela introduz toda a discussão. Tem-se em vista aqui a justiça prática. Diante dos homens. Embora tenhamos recebido a ordem de deixar a nossa luz brilhar (5:16), atos de justiça não devem ser praticados para autoglorificação (com o fim de serdes vistos por eles). Esmola foi bem aplicado no versículo 2 e demonstra a oferta caridosa. Toques trombeta. Metáfora para "tornar público". Hipócritas. Da palavra grega que indica atores desempenhando um papel. Já receberam a recompensa. O uso comercial dessa palavra indica pagamento integral com recibo. A justiça exibicionista já recebeu o seu pagamento integral; Deus nada acrescentará. Aqueles que se contentam em dar a sua oferta em secreto serão recompensados, não pelo aplauso dos homens, mas pelo seu Pai celestial. Omite publicamente (ERC).

 

                                          Introdução

A versão King James (KJV) começa o capítulo 6 com as palavras: “Guardai-vos de dar vossas esmolas diante dos homens, para serdes vistos por eles...”. Em outras palavras, essa versão introduz a questão das esmolas no primeiro versículo, não no segundo. Mas a NIV conserva a redação dos melhores e mais antigos manuscritos. No versículo 1, Jesus estabelece o princípio geral: todas as “obras de justiça” devem ser praticadas sem ostentação exibicionista e sem o aviltamento da busca de aprovação social. Em seguida, nos versículos 2-18, ele se concentra nas três obras fundamentais da piedade judaica, isto é, dar esmolas (6.2-4), orar (6.5-15) e jejuar (6.16-18). Ele escolhe essas três para representar todas as outras “obras de justiça”, tratando cada uma da mesma maneira. Em primeiro lugar, ele descreve e condena especificamente cada obra de piedade exibicionista típica das mais degeneradas formas de farisaísmo, tanto as de antigamente quanto as de hoje. Em segundo lugar, ele faz uma afirmação irônica sobre os resultados limitados dessa falsa piedade: os atores recebem sua recompensa integral. Entende-se aqui que a recompensa é o aplauso da plateia volúvel. E isso é tudo o que os atores recebem. Em terceiro lugar, ele faz uma descrição comparativa da verdadeira piedade e seus resultados.

I.            O ATO DE DAR ESMOLAS E A HIPOCRISIA

1.    1. Definição de hipócrita - O tríplice uso da expressão “hipócritas” [hypokritês] (w .2,5,16), termo grego originalmente utilizado no teatro para os atores que representavam, denota a seriedade com que são encarados os que fazem o bem com motivações escusas. É impossível não se lembrar de Mateus 25.31-46, quando as ovelhas forem separadas dos bodes, justamente por causa das boas obras executadas. Obras que, vale ressaltar, eram praticadas sem nenhum outro interesse por parte de quem praticava a não ser o bem da pessoa necessitada. Aliás, os benfeitores estavam fazendo ao próprio Filho de Deus, mas eles sequer sabiam disso! Nada fora feito para representar, pois eles sequer sabiam que estavam sendo observados e suas obras anotadas e contabilizadas. Existem diversos tipos de hipocrisia. Em um específico, o hipócrita finge ser bom, mas na verdade é mau, como aqueles que tentavam “apanhar” Jesus nas palavras que ele dizia (Mt 22.15ss.). Esse tipo de hipócrita sabe que é enganador. Em outro, o hipócrita se envaidece de seu senso de importância e justiça própria. Incapaz de enxergar os próprios defeitos, ele pode mesmo não ter consciência de que é hipócrita — embora seja muito duro para com os outros e seus pecados. Jesus fala desse tipo de hipocrisia em Mateus 7.1-5, como veremos. Podemos pelo menos nos consolar pelo fato de os observadores identificarem prontamente essa forma de hipocrisia, ainda que o próprio hipócrita não se dê conta de seus dois pesos e duas medidas. O tipo, porém, de hipocrisia abordado em Mateus 6.2 é mais sutil que os dois anteriores. Nesse caso, o hipócrita se convenceu de que no fundo está agindo pelo bem dos necessitados. Desse modo, ele pode não ter consciência da própria hipocrisia. Além do mais, é muito pouco provável que os necessitados reclamem; eles demonstram gratidão comovente e, assim, contribuem para o autoengano do hipócrita.

2.   2.  A justiça pessoal - Precisamente porque só o Pai sabe, essa doação secreta é outro meio de assegurar que estamos realizando uma “obra de justiça” genuína, que agrada a Deus. Ele verá que nós demos motivados por compaixão sincera pela pessoa necessitada e pelo desejo transparente de agradar a ele. Assim, seremos como os coríntios, que primeiramente deram a si mesmos ao Senhor, e depois deram seu dinheiro para a obra do Senhor (2Co 8.5). Portanto, temos de ofertar “em segredo”, tanto para nos proteger da falsa piedade exibicionista quanto para garantir que estamos agindo com retidão diante do Senhor. “Assim”, diz Jesus, “o seu Pai, que vê o que se faz em segredo, recompensará você” (6.4). Mais uma vez fica bem claro que o seguidor de Jesus está interessado nas recompensas e bênçãos de Deus, não na aprovação passageira dos outros. Além disso, como se depreende do texto, o discípulo de Jesus não está ofertando em segredo a fim de receber recompensa celestial; em vez disso, ele doa em segredo para evitar o fascínio das honrarias humanas, para agradar seu Pai e para suprir necessidades reais. A consequência é a recompensa espiritual.

3.  3.  As três práticas da ética cristã - As três principais obrigações religiosas dos judeus piedosos eram dar esmolas, orar e jejuar. Mesmo as coisas mais sagradas, entretanto, podem ser corrompidas pelas motivações egoístas.

Examinamos o texto em apreço a seguir. Em primeiro lugar, a misericórdia é uma expressão legítima da espiritualidade cristã (6.2). A esmola era um dos quesitos mais importantes da espiritualidade judaica. Robert Mounce diz que dar dinheiro aos pobres era um dos mais sagrados deveres no judaísmo.5 O socorro aos necessitados é uma expressão da verdadeira fé. Quem ama a Deus, prova isso amando ao próximo. Quem foi alvo da misericórdia divina, é instrumento da misericórdia ao próximo. O homem não é salvo pelas obras de caridade, mas evidencia sua salvação por meio delas. A salvação não é pelas boas obras, mas para as boas obras. A graça é a causa da salvação, a fé é o instrumento, e as boas obras, o resultado. Em segundo lugar, a misericórdia é uma prática esperada do cristão (6.2). Jesus não diz “se deres esmola”, mas “quando deres esmola”. Com isso, afirma que se espera que o cristão dê esmola. Um coração regenerado prova sua transformação em atos de misericórdia. O cristão tem o coração aberto, o bolso aberto, as mãos abertas e a casa aberta. Em terceiro lugar, a misericórdia não pode ser ostentatória (6.2). A prática da misericórdia não pode ser ostentatória. Não é suficiente fazer a coisa certa: dar esmolas; é preciso também fazer com a motivação certa. Dar esmolas e depois tocar trombeta, chamando atenção para si, é uma espiritualidade farisaica, e não cristã. Em quarto lugar, a misericórdia ostentatória só tem recompensa dos homens, e não de Deus (6.2). O hipócrita é a pessoa que desempenha um papel no palco como se outra pessoa fosse. Concordo com Robert Mounce quando ele escreve: “É mais fácil alguém fazer de conta que é reto, do que ser reto de verdade”. A recompensa do hipócrita, que faz propaganda de seus próprios feitos, é receber o aplauso dos homens e nada mais. A palavra grega apecho era um termo técnico comercial usado com frequência no sentido de pagamento completo, com o valor total recebido. Robertson, nessa mesma linha de pensamento, aponta que a palavra traz a ideia de “recibo”. O que Jesus, portanto, está dizendo é que eles já receberam o recibo de quitação plena e rasa de toda a recompensa que tinham de receber. Em quinto lugar, a misericórdia precisa vir de mãos dadas com a discrição (6.3). O cristão não dá ao pobre para ser visto nem para ser exaltado pelos homens, mas dá para que o necessitado seja suprido e Deus seja glorificado. Em sexto lugar, a misericórdia exercida com a motivação certa recebe de Deus a recompensa (6.4). Aquilo que é feito ao próximo em secreto, longe dos holofotes, recebe de Deus, que vê em secreto, a verdadeira recompensa.

 

II.           AUXILIANDO O PRÓXIMO SEM ALARDE

1.    1. Qual é a motivação do teu coração? Os fariseus usavam as esmolas com a forma de obter o favor de Deus e a atenção dos homens - duas motivações erradas. Não há oferta, por mais generosa que seja, capaz de comprar Deus (Ef 2:8, 9). Além disso, é tolice viver em função do reconhecimento humano, pois a glória do homem não dura muito tempo (1 Pe 1:24). O que importa é a glória e o louvor de Deus! Nossa natureza pecaminosa é tão sutil que pode corromper até mesmo algo bom, como ajudar os pobres. Se nossa motivação é receber o reconhecimento humano, então, como os fariseus, chamaremos a atenção para o que estamos fazendo. Se nosso motivo é servir a Deus e lhe agradar em amor, realizaremos nossas contribuições sem chamar a atenção e, assim, cresceremos espiritualmente, Deus será glorificado e outros serão ajudados. Mas se ofertarmos por motivos errados, privamo-nos das bênçãos e das recompensas e roubamos a glória de Deus, mesmo que dinheiro ofertado ajude uma pessoa necessitada. Isso significa que é errado ofertar abertamente? Todas as ofertas devem ser anônimas? Não necessariamente, pois os cristãos da Igreja primitiva sabiam que Barnabé havia doado o valor recebido da venda de suas terras (At 4:34-37). Quando os membros da igreja colocavam seu dinheiro aos pés dos apóstolos, não o faziam em segredo. É evidente que a diferença está na motivação interior, não no modo com o a oferta era realizada. Vemos um contraste no caso de Ananias e Safira (At 5:1-11), que tentaram usar sua oferta para mostrar aos outros uma espiritualidade que, na verdade, nenhum dos dois possuía.

2.    2. O que buscamos quando auxiliamos o próximo? | 3. A maneira de ofertar segundo Jesus - Jesus descreve um homem que é a essência da caridade — ou é isso que ele gostaria que os outros pensassem. Ele se propõe a dar um presente. Então ele contrata um músico — um trompetista. Afinal de contas, se é para ofertar aos pobres, é necessário chamar a atenção deles para prover-lhes mantimento. Por qual outra razão alguém contrataria um trompetista e daria presentes publicamente? Por que mesmo?! Mas, Jesus diz, isso deixa de ser caridade aos olhos de Deus. Torna-se barganha! Esse homem não ajuda os pobres tanto quanto os está usando como muletas. Este homem já recebeu todo o seu galardão (6.2). A linguagem que Mateus usa aqui é a mesma linguagem que aparece em contratos da antiguidade. Quando os homens dão a fim de serem vistos por seus companheiros, então Deus escreve sobre de suas vidas: “Está pago”. Hoje, não carecemos de trompetes. Em vez disso, fazemos uma coletiva de imprensa. Por que doadores (tanto aqueles que doam grandes quanto os que doam pequenas quantias) parecem sentir a necessidade de que os outros saibam de suas doações? Com certeza, o valor doado permanece em segredo. Afinal, ninguém deveria dar aos necessitados publicamente! As pessoas podem pensar que fizemos isso para angariar reputação. Mesmo alguns de nós que não estão em posição de convocar uma coletiva ou emitir comunicados de imprensa ainda encontram maneiras de “deixar escapar” que doamos para “uma causa”. Às vezes, a maneira mais sutil de fazê-lo é deixar os outros saberem quantas bênçãos recebemos desde que começamos a doar certa percentagem de nossa renda (da renda bruta, obviamente!). Quão sutil é o nosso desejo por reputação. Dê! Jesus diz. Mas quando o fizer, esqueça-se de si mesmo. E se esqueça dos outros. Mantenha aquilo que deu entre você e o Senhor, e faça-o “como para o Senhor”.

 

III.          DEUS CONTEMPLA O BEM QUE REALIZAMOS

1.   1. O Deus que tudo vê - Em primeiro lugar, dar de coração está investindo com Deus. "Dai, e dar-se-á dado; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, eles vão deitar em seu colo por pelo seu padrão de medida que será usada para medir vocês em troca." (Lucas 6:38 ). Paulo ecoa as palavras de Jesus: "E agora digo isto, aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará com fartura" (2 Cor 9: 6.). Em segundo lugar, a doação genuína é ser sacrificial. Davi se recusou a dar ao Senhor o que lhe custou nada (2 Sam. 24:24). Generosidade não é medida pelo tamanho do presente em si, mas pelo seu tamanho em comparação com o que é possuído. A viúva que deu "duas pequenas moedas de cobre" para o tesouro do Templo deu mais do que as “muitas pessoas ricas [que] foram colocando em grandes somas", porque "todos eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía, tudo o que tinha para viver (Mc 12: 41-44). Em terceiro lugar, a responsabilidade para a doação não tem nenhuma relação com o quanto uma pessoa tem. Uma pessoa que não é generoso quando ele é pobre não vai ser generoso se ele se tornar rico. Ele pode, então, dar uma quantidade maior, mas ele não vai dar uma proporção maior. "Quem é fiel no pouco, coisa que também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é fiel no muito" (Lucas 16:10). É extremamente importante ensinar as crianças a dar generosamente ao Senhor com o que quer que pequenas quantidades de dinheiro que recebem, porque as atitudes e padrões que se desenvolvem como as crianças tendem a ser os que se seguem quando eles são cultivados. Dar não é uma questão de quanto dinheiro se tem, mas de quanto amor e cuidado está no coração. Em quarto lugar, a doação de material se correlaciona com as bênçãos espirituais. Para aqueles que não são fiéis com coisas mundanas, como dinheiro e outros bens, o Senhor não vai confiar coisas que são de muito maior valor. "Se, portanto, você não foi fiéis no uso das riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras riquezas para você? E se não fostes fiéis no uso do que é do outro, quem vos dará o que é vosso? " (Lucas 16: 11- 12). Muitos jovens abandonaram seminário porque não conseguia lidar com o dinheiro, e que o Senhor não queria eles em seu ministério. Outros começaram no ministério, mas depois desistiu, pelo mesmo motivo. Outros, ainda, permanecer no ministério, mas produzem poucos frutos porque Deus não vai cometer o cuidado das almas eternas para eles quando não pode mesmo controlar suas próprias finanças. Influências espirituais e eficácia tem muito a ver com a forma como as finanças são manipulados. Em quinto lugar, a doação deve ser determinada pessoalmente. "Que cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2 Cor. 9: 7). Justo doação é feito a partir de um coração justo e generoso, não a partir de percentuais legalistas ou quotas. Os cristãos macedônios deram abundantemente fora de sua pobreza financeira profunda, porque espiritualmente eles eram ricos em amor (2 Cor. 8: 1-2). Os crentes filipenses deram, da generosidade espontânea de seus corações, não porque sentiu-se compelido (Fp 4: 15-18.). Em sexto lugar, estamos a dar em resposta à necessidade. Os primeiros cristãos em Jerusalém compartilharam seus recursos sem reservas. Muitos de seus companheiros crentes tinham se tornado destituídos quando esperamos em Cristo e foram condenados ao ostracismo de suas famílias e perdeu o emprego por causa de sua fé. Anos mais tarde, Paulo havia recolhido dinheiro das igrejas da Galácia para ajudar a atender as grandes necessidades que continuaram a existir entre os santos em Jerusalém e que tinha sido intensificadas pela fome. Sempre houve charlatães que fabricam necessidades e jogar com a simpatia dos outros. E sempre houve mendigos profissionais, que são capazes de trabalhar, mas prefiro não. Um cristão não tem responsabilidade de apoiar essas pessoas e deve tomar cuidados razoáveis para determinar se e quando existe necessidade real antes de dar seu dinheiro. "Se alguém não vai trabalhar", diz Paulo, "não coma" (2 Ts. 3:10). Indolência encorajador enfraquece o caráter daquele que é indolente e também desperdiça o dinheiro do Senhor. Em sétimo lugar, a doação demonstra amor, não a lei. O Novo Testamento não contém comandos para montantes ou percentagens de dar especificados. O percentual que damos será determinado pelo amor de nossos próprios corações e as necessidades dos outros. Todos os princípios anteriores apontam para a obrigação de dar generosamente porque estamos investindo na obra de Deus, porque estamos dispostos a sacrificar para aquele que se sacrificou por nós, porque não tem nenhuma influência sobre o quanto temos, porque queremos riquezas espirituais mais do que riquezas financeiras, porque temos pessoalmente determinado a dar, porque queremos atender tanta necessidade quanto pudermos, e porque o nosso amor nos obriga a dar.

2.   2. O Deus que recompensa - Quando damos nossas esmolas ... em segredo, amorosamente, despretensiosamente, e sem qualquer pensamento para o reconhecimento ou agradecimento, nosso Pai, que vê em secreto, te recompensará nós. O princípio é o seguinte: se a lembrar que, Deus vai esquecer; mas se esquecermos, Deus vai se lembrar. Nosso objetivo deve ser o de satisfazer todas as necessidades, somos capazes de atender e deixar a contabilidade a Deus, percebendo que "nós fizemos apenas o que devíamos ter feito" (Lucas 17:10). Deus não vai perder dando uma única recompensa. "E não há criatura alguma encoberta diante dele, mas todas as coisas estão abertas e exposto aos olhos daquele com quem temos de prestar contas" (Hb. 4:13). O Senhor conhece os nossos corações, nossas atitudes e nossos motivos, e cada recompensa que nos é devido, será dada. É o plano perfeito de Deus e vontade de dar recompensas para aqueles que fielmente confiar e obedecer-Lhe. Nós podemos cumprir Suas exigências misericordiosas de recompensas, mas nunca pode realmente ganhar deles. A maior recompensa de um crente pode ter é o conhecimento que ele tem agradado o seu Senhor. Nossa motivação para olhar para a frente a suas recompensas deve ser a antecipação de lançá-los como uma oferenda aos seus pés, assim como os vinte e quatro anciãos um dia "vai lançar suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e nosso Deus, de receber glória, honra e poder "(Ap 4: 10-11).

 

AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 

                                   BIBLIOGRAFIA

Bíblia Almeida século 21

Bíblia de estudo King James Atualizada

Comentário bíblico Mateus, John Macarthur

O Sermão do Monte, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, Moody

O Sermão do Monte, César Moisés Carvalho

Comentário bíblico expositivo Mateus, Warren W. Wiersbe

Comentário bíblico expositivo Hagnos Mateus, Hernandes Dias Lopes

O Sermão do Monte, Sinclair Ferguson


segunda-feira, 9 de maio de 2022

 


LIÇÃO 7 – NÃO RETRIBUA PELOS PADRÕES HUMANOS

 

                        TEXTO ÁUREO

“Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu Sou o Senhor.” (LV 19.18)

                         VERDADE PRÁTICA

O cristão não deve guardar rancor e nem buscar a vingança. Antes, deve vencer o mal com o bem. Dessa forma, ele demonstra que verdadeiramente teve o seu caráter transformado por Cristo.

 

Leitura bíblica: mt 5. 38-48(Comentário da leitura bíblica).

Vv. 38-42 - vingança. Olho por olho (Êx. 21:24). Um princípio judicioso que fazia o castigo ajustar-se ao crime. Entretanto, não tinha a intenção de permitir aos homens que se vingassem com suas próprias mãos (Lv. 19:18). Não resistais ao mal. Provavelmente, "ao homem mau". Jesus mostra aos cidadãos do Reino como deveriam receber a injúria pessoal. (Ele não está discutindo a obrigação do governo de manter ordem.) Um filho de Deus deveria estar pronto a sofrer perda por assalto (v. 39), litígio (v. 40), regulamentos compulsórios (v. 41), mendicância (42a), empréstimos (v. 42b). Túnica. Roupa de baixo ou túnica. Capa. Vestimenta externa mais cara, às vezes usada como coberta de cama (veja Êx. 22:26, 27), e portanto não podia ser mantida durante a noite como garantia de pagamento de dívida (Dt. 24:12, 13). Te obrigar. Uma palavra de origem persa, descrevendo o costume dos correios que tinham autoridade de obrigar pessoas a prestarem serviços sempre quando fosse necessário (confira com Simão Cireneu, Mt. 27:32). Esse alto padrão de conduta deveria obrigar todos os crentes a se esforçarem até onde fosse possível em viver de acordo com a sua vocação e a ansiarem pelo dia quando o governo justo de Cristo tornará esse ideal inteiramente aplicável a todos os setores da vida.

Vv. 43-48 - amar os inimigos. Amarás o teu próximo (Lv. 19:18, 34) resume toda a segunda tábua da Lei (confira com Mt. 22:39). Odiarás o teu inimigo. Esta adição que não é das Escrituras desvia-se da lei do amor; mas deveria ser uma interpretação popular. O Manual de Disciplina de Qumran contém a seguinte regra: ". . . amar todos os que Ele escolheu e odiar a todos os que Ele rejeitou" (1 QS 1.4). Amai a vossos inimigos. O amor (agapao) prescrito é o amor inteligente que compreende a dificuldade e esforça-se em libertar o inimigo do seu ódio. Tal amor é parente da atitude amorosa de Deus para com os homens rebeldes (Jo. 3:16) e portanto é uma prova de que aqueles que agem assim são verdadeiros filhos do seu Pai. Publicanos. Os coletores judeus dos impostos romanos, odiados por seus patrícios por causa de suas flagrantes extorsões e sua associação com os conquistadores desprezados. A ordem Sede vós perfeitos deve se restringir à questão do amor neste contexto. Assim como o amor de Deus é completo, não omitindo nenhum grupo, assim o filho de Deus deve lutar pela maturidade nessa questão (confira com Ef. 5:1, 2). Isso não pode se referir à ausência de pecado, pois Mt. 5: 6, 7 mostra que os bemaventurados ainda têm fome de justiça e precisam de misericórdia.

                                   INTRODUÇÃO

Assim, pois, para o cristão, Jesus elimina a antiga lei da vingança limitada, e introduz o novo espírito do não-ressentimento nem vingança. Prossegue, então, dando três exemplos de como funciona o espírito cristão. Interpretar estes três exemplos de maneira cruamente literal e incompreensiva é perder totalmente de vista sua significação. Portanto, é muito necessário captar o significado do que Jesus está nos dizendo. (1) Diz que se alguém nos esbofetear na face direita devemos lhe oferecer, também, a outra face. As aparências desta passagem enganam, porque se trata de muito mais que simples bofetadas na face. Suponhamos que uma pessoa que habitualmente usa sua mão direita está em frente a outra, e pensemos qual será sua situação se quer dar no outro uma bofetada na face direita. Como o fará? A menos que se submeta às mais complicadas contorções, e portanto faça com que seu golpe perca totalmente a força que pode ter, há uma só maneira de dar o golpe, ou seja com o dorso da mão. Ora, segundo a lei rabínica, bater com o dorso da mão era duplamente insultante que fazê-lo com a palma. Há uma certa arrogância insultante que se soma ao fato de dar um reverso ou golpe com o dorso da mão. Assim, pois, o que Jesus diz é o seguinte: "Mesmo que alguém lhes dirija o insulto mais calculado e traidor, não devem responder com outro insulto do mesmo tipo, nem devem sentir-se ofendidos por sua ação." Não nos ocorrerá com muita freqüência encontrar-nos com alguém que nos dê bofetadas, mas uma e outra vez no curso de nossa vida receberemos insultos de maior ou menor proporção; Jesus nos está dizendo aqui que o cristão precisa ter aprendido a não experimentar ressentimento, seja qual for o insulto que receber, e a não procurar vingar-se de maneira alguma. Eles O acusavam de ser um glutão e um bêbado. Eles O censuravam-no por manter amizade com os publicanos e prostitutas, com o qual queria dizer que seu caráter era como o de quem costumava frequentar. Os primeiros cristãos foram acusados de canibalismo e de ser incendiários, e de praticar orgias durante a celebração de suas "festas de amor" (ágapes).

 

I.               A VBINGANÇA NÃO É NATUREZA DO REINO

1.     1. A lei de Talião - Na linguagem dos teólogos essas frases muitas vezes recebem o título: O ius talionis, i. é, o direito ou lei da retaliação. Pode-se falar de um tríplice direito de retaliação: a retribuição do eu, do direito, e do amor. Sobre a retaliação do eu: A pulsão mais profunda do ser humano é, por natureza, o seu impulso de preservação. Enquanto essa pulsão se move dentro de parâmetros saudáveis, ela é algo natural. Ela se torna demoníaca quando tenta se impor violentamente sem escrúpulos. Então, exterioriza-se na vontade de dominar, de ser importante, no egoísmo, na ganância, no espírito vingativo, na inveja, no ressentimento, no ódio etc. Retribui-se o mal com coisa pior. Ofensa é devolvida com ofensa mais grave. Uma pequena censura é respondida com um discurso irado. Azeite é jogado no fogo. Age-se a partir da emoção, da irritação momentânea. O mal cresce. O relacionamento pessoal fica envenenado. O convívio torna-se insuportável. Em suma, a retaliação do eu manifesta-se desenfreadamente. Quando se dá livre curso à retaliação do eu, o fim será dissolução, decadência, anarquia, caos, guerra de todos contra todos. Acerca da retaliação do direito: para que a retaliação do eu não possa soltar-se sem controle e destruir tudo, foi introduzida por Deus neste mundo caído a ordem jurídica, que construiu sua forma sólida no sistema de estado. Sobrepujar o mal com coisa pior é coibido pela legislação estatal. A lei exige retaliação justa. O pecado precisa ser expiado. À transgressão precisa seguir o castigo. O montante da reparação é medido pela grandeza da transgressão. Olho por olho, dente por dente. A morte culposa é reparada de maneira diferente que o assassinato doloso. A pena está na relação correta com a ação. Essa retaliação jurídica é um degrau superior da retaliação do eu. A retaliação feroz do eu foi controlada.

2.   2.  O cristão e a vingança - Quanto à retaliação do amor: É nela que os discípulos devem se exercitar. Esse é o mandamento de Jesus para eles. Falam dela os v. 39-42, assim como os versículos finais do cap. 5. Não resistais ao perverso, isso significa: Discípulos de Jesus nunca buscam para si próprios a vingança. Para eles vale que é melhor sofrer do que cometer injustiça. Ao mal respondem com o bem. Segue-se a palavra da bofetada. Todo judeu no tempo de Jesus sabia o que significava bater na face direita de alguém, a saber, era o injurioso golpe com o lado exterior da mão, desferido com a mão direita contra a face direita do outro. De acordo com o código civil judaico, punia-se a pessoa que feria desse modo a honra de outra, com 400 sus (cerca de 160 dólares). Quando Jesus fala em seu modo figurado: Vocês discípulos devem sempre aceitar pacientemente a bofetada e estar preparados para suportar a segunda, está querendo expressar duas coisas: • Como meus discípulos, vocês devem ver por detrás desse ultraje a mão de Deus que os está educando. Tudo serve a vocês para o melhor; • Como meus seguidores, vocês não devem tomar a vileza do outro como padrão da conduta de vocês. No seu modo de proceder, vocês não devem deixar-se governar pela maldade do outro. Não devem tornar-se escravos dos outros. Escravo de seus caprichos e atos maldosos, que retribuem com injustiça ainda maior, e ofensa ainda mais grave. Contudo, vocês, discípulos, devem ser interiormente livres em seu comportamento diante do próximo, bem independentes da atitude dele. Não é o falar e agir do outro que deve determinar vocês, mas unicamente a palavra de Deus. Vocês, discípulos, são grandes demais para que o agir dos outros pudesse afetá-los em alguma coisa. O discípulo de Jesus não precisa perguntar pela opinião caluniosa de um ateu, que não deixa de ser falso e de fôlego curto como o próprio descrente! O braço de Deus é mais longo. Ele sabe de cada palavra que causou zombaria e dor. É melhor sofrer injustiça do que pessoalmente cometer a menor injustiça em pensamentos, palavras e ações (fuja do pecado como de uma serpente!). Assim é que precisamos entender a palavra da bofetada. Todos os versículos seguintes até o final do capítulo sublinham o que dissemos sobre a retaliação do amor e confirmam o que já afirmamos sobre o amor ágape. Pois o amor ágape é o amor que ama aquele que não é digno nem merece o amor, que por sua conduta e ações perdeu o direito ao amor, que distribuiu uma bofetada após a outra ao seguidor de Cristo. Amar uma pessoas dessas, incessantemente, é isso que dizem as instruções do Salvador. Isto não levanta a pergunta: Será que esse procedimento não abre as portas para qualquer injustiça, sim, não se cria e fomenta a injustiça dessa maneira, para que se alastre mais e mais? Por isso, a palavra da bofetada não seria uma palavra irracional, uma afirmação que passa bem ao largo da realidade? É preciso refletir sobre essa questão. A resposta é dada pelo exemplo do próprio Jesus. Continuando na figura da bofetada, deve ficar claro que os golpes desonrosos não fazem triunfar a injustiça e a maldade, mas que existe alguém que julga corretamente, sim, que pode converter injustiça em bênção, que pode tornar bom aquilo que as pessoas queriam fazer por mal. É isso o que a sabedoria divina produz.

 

II.              O AMOR É A EXPRESSÃO NATURAL DO REINO

1.   1.  Virar a outra face - Na primeira, um homem fere outro na face — não só um tapa doloroso, mas também um grande insulto (cf. 2Co 11.20). Se uma pessoa destra acerta a face direita de alguém, presume-se que seja um tapa dado com as costas da mão, provavelmente considerado mais insultante que um tapa dado com a palma da mão (cf. M Baba K am m a 8.6). O verbo “ferir” (rhapizei) provavelmente refere-se a um tapa violento. Muitos comentaristas contrastam com o typtô (“ferir”, Lc 6.29) de Lucas, argumentando que o último refere-se ataques com uma vara— ou seja, Lucas não lida com insulto, mas com dor e dano. O contraste é falso; a sobreposição semântica entre os dois verbos é substancial, e typtô pode se referir a tapa (e.g., At 23.3). Mas em vez de buscar recompensa na lei sob a lex talionis, os discípulos de Jesus suportam alegremente o insulto mais uma vez. (Há nuanças de Isaías 50.6 aqui, aplicada em Mateus 26.67 para Jesus; cf. Gundry, Use ofO T \U so do AT\, p. 72-73.). 

Dignidade

mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. (5: 39b) Como seres humanos, temos o direito de ser tratado com dignidade básica, respeito e consideração. Porque cada pessoa é criada à Sua imagem, Deus exige que nós tratamos uns aos outros com respeito. Mas ele sabe que não vai ser sempre assim tratado. Muitas vezes, pela simples razão de que pertencemos a Deus e ir pelo nome de Seu Filho, vamos ser maltratado, ridicularizado e desprezado (ver Mateus 10: 16-23; João 15: 18-16: 3; 1 Pet 2: 20-21; 3:. 13-17; 4: 12-19; cf. 2 Tm 3:12). É a maneira como reagimos a maustratos e insultos que Jesus está falando aqui. Entre os judeus, um tapa ou outra marcante no rosto estava entre as mais humilhantes e desdenhoso dos atos (26 cf. Matt: 67-68; Marcos 14:65; João 18:22). Para atacar alguém em outra parte do corpo pode causar danos mais físico, mas um tapa na cara foi um ataque à sua honra e foi considerado um terrível indignidade. Foi a ser tratado com desdém, como sendo inferior a um ser humano. Mesmo um escravo preferia ter sido preso em toda a volta com um chicote de ser um tapa na cara com a mão de seu mestre. Para atacar alguém na face direita, então, seria uma reação irada vicioso, indicando um ato de insulto. No entanto, quando somos insultados, caluniados, e tratado com desprezoliteral ou figurativamente atingido no rosto por alguém, devemos voltar-se para lhe também a outra. Mas o ponto de Jesus pertence mais ao que não estamos a fazer do que o que estamos a fazer. Dar a outra face simboliza a nonavenging, nonretaliatory, humilde e espírito manso que é caracterizar cidadãos do Reino (cf. vv. 3, 5). Jesus resistiu fortemente o mal como quando Ele limpou o templo dos que contaminaram a casa de Seu Pai. Mas Ele não resistiu por vingança pessoal qualquer mal dirigida a si mesmo. Quando os líderes do Sinédrio, e mais tarde os soldados, abusou dele fisicamente e zombavam dele, Ele não quer retaliar em palavras ou em ações (Matt. 26: 67-68). Como Isaías havia predito Dele, Cristo deu a volta para aqueles que atingiu Ele e Suas bochechas para aqueles que arrancaram Sua barba (Is. 50: 6). Como Jesus pendurado na cruz, Ele orou: "Pai, perdoalhes, eles não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Pedro resume exemplo de nosso Senhor: "Mas, se quando você faz o que é certo e sofrer por isso você pacientemente suportá-lo, este encontra graça diante de Deus Para você ter sido convocada para este fim, uma vez que também Cristo padeceu por vós, deixando-lhe uma. exemplo para você seguir seus passos, que não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; e ao mesmo tempo sendo injuriado, não revidava; enquanto que sofrem, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente "(1 Ped. 2: 20-23). Quando alguém ataca o nosso direito à dignidade, nós também não estão a defender esse direito por retaliação. Estamos a deixar a proteção e defesa da nossa dignidade nas mãos de Deus, sabendo que um dia vamos viver e reinar com ele em seu reino, em grande glória.

2.  2.  Arrasta para o tribunal - Embora sob a lei mosaica a capa exterior fosse uma posse inalienável (Êx 22.26; Dt 24.13), os discípulos de Jesus, se processados por causa de sua túnica (vestimenta interna como nosso terno, mas usada próxima da pele), em vez de buscar satisfação, separam-se alegremente do que podem manter legalmente. Lucas 6.29 não diz nada sobre ação legal, mas menciona as vestimentas na ordem reversa. Isso levou alguns a achar que Lucas tinha em mente o roubo violento Mateus 5.43-47 194 porque, nesse caso, a vestimenta externa seria roubada primeiro. Mas talvez a ordem refira-se apenas ao fato de que a vestimenta seria normalmente tirada.

Segurança

E se alguém quiser processá-lo e tirar sua camisa, que ele tem o seu casaco também. (05:40) O camisa mencionado aqui era um tipo de túnica usada como uma roupa de baixo, e o casaco era um vestuário exterior, que também serviu como um cobertor à noite. A maioria das pessoas daquela época possuía apenas um casaco e, provavelmente, apenas uma ou duas camisas. Era a roupa exterior, o casaco, que a lei mosaica exigia ser devolvido ao seu proprietário "antes de o sol se põe, pois essa é a única cobertura, é a capa de seu corpo" (Ex 22: 26-27.). Jesus não está falando de um assalto, no qual uma pessoa tenta roubar suas roupas, mas do direito legítimo de qualquer um que quiser processá-lo. Quando uma pessoa não tinha dinheiro ou outros bens, o tribunal muitas vezes exige que a multa ou o julgamento ser pago pela roupa. A atitude de um cidadão do reino, aquele que é verdadeiramente justo, deve ser vontade de se render até mesmo a casaco, sua extremamente valiosa roupa exterior, em vez de causar ofensa ou ressentimentos com um adversário. O tribunal não poderia exigir o casaco, mas poderia ser dado voluntariamente para satisfazer a dívida necessária. E isso é precisamente o que Jesus diz que devemos estar dispostos a fazer Se um julgamento legal é bastante feitas contra nós por um determinado período, devemos estar dispostos a oferecer ainda mais, a fim de mostrar o nosso pesar por qualquer coisa errada que fizemos e para mostrar que não somos amargo ou ressentido contra aquele que tem demandado nos. Ao fazê-lo, vamos mostrar o amor de Cristo e que somos "filhos de [nosso] Pai que está nos céus" (v. 45). É melhor mesmo para ser defraudado do que estar ressentido e vingativo. (Mais tarde, Paulo instrui os cristãos a respeito de processos judiciais em 1 Cor. 6: 1-8, enfatizando um princípio semelhante de vontade de perder a própria devido ao invés de ser vingativo.)

3.   3.  Obrigar a fazer algo -  0 terceiro exemplo refere-se à prática romana de ordenar que civis carreguem a bagagem do militar por uma determinada distância, uma “milha” romana. (A respeito do verbo angareuô, “forçar”, cf W Hatch, Essays in B iblical Greek [. Ensaios em grego bíblico] [Oxford: Clarendon, 1889], p. 37-38). O recrutamento forçado, como o processo judicial, evoca ultraje; mas a atitude dos discípulos de Jesus sob essas circunstâncias não deve ser maliciosa nem vingativa, mas de ajuda — disposto a caminhar o segundo quilômetro (exemplares do texto ocidental diz “duas mais [milhas]”, perfazendo um total de três). Essa ilustração também é implicitamente contra os zelotes.

Liberdade

E quem deve forçá-lo a andar uma milha, vá com ele duas. (05:41) A terceira razão o Senhor indica cidadãos Unido devem estar dispostos a sacrificar é o da liberdade. A intenção original de Deus era para todos feitos à Sua imagem de viver em liberdade. Servidão humana e escravidão são conseqüências da Queda e não têm parte no plano original de Deus para a Sua criação. O melhor dos governos humanos sempre tentaram proteger a liberdade de seus cidadãos, e às vezes até de estrangeiros. À luz da vontade de Deus e da justiça humana adequada, os homens têm o direito a certas liberdades. Mas, como todos os outros direitos, a liberdade não é para ser valorizado e protegido em detrimento da justiça ou mesmo de testemunha fiel. O direito romano deu um soldado o direito de forçar um civil para levar sua mochila para um milion , um romano milha , que foi um pouco mais curto do que o nosso milha moderno. A lei, destinado a aliviar o soldado, não só causou grande transtorno para os civis, mas foi ainda mais desprezível pelo fato de que os oprimidos foram feitas para carregar o equipamento e as armas de seus opressores. Fora de combate do soldado romano foi, provavelmente, nunca mais odiado do que quando ele forçou alguém para carregar sua mochila. Mas mesmo assim desprezado um fardo deve ser realizada de boa vontade, Jesus diz não apenas de boa vontade, mas com magnanimidade. Quando somos forçados a ir uma milha , devemos ir voluntariamente dois . Quando somos roubados de alguma da nossa liberdade acarinhados, devemos render-se ainda mais do que em vez de retaliar. Ao fazê-lo somos obedientes ao nosso Senhor e testemunhar a Sua justiça, sabendo que nEle temos uma liberdade mais caro que o mundo não pode tirar de nós.

4.   4.  Fazer alguma coisa por alguém - A última ilustração exige não só empréstimo sem juros (Êx 22.25; Lv 25.37; Dt 23.19), mas também um espírito generoso (cf. Dt 25.7-11; SI 37.26; 112.5). A forma paralela desse versículo (Lc 6.30) não envolve dois pedidos, mas apenas um; a repetição reforça o ponto. Essas duas últimas ilustrações confirmam nossa interpretação dos versículos 38 e 39. A perícope inteira lida com a atitude de coração, a melhor justiça. Pois não há realmente nenhum recurso legal para a opressão na terceira ilustração, e na quarta não há ofensa que possa levar à retaliação. Embora essas quatro vinhetas tenham muito poder de causar choque de valores, a intenção na formulação delas não era para que fossem novas prescrições legais. O versículo 42 não compromete os discípulos de Jesus a dar infindável quantidade de dinheiro para todos que buscam um “toque gentil” (cf. Pv 11.15; 17.18; 22.26). O versículo 40 é claramente hiperbólico: nenhum judeu do século I iria para casa vestindo apenas uma tanga. Essa perícope também não lida com a validade de uma força policial estatal. Contudo, as ilustrações não devem ser abrandadas pelos infindáveis equívocos; o único limite para a resposta do cristão nessas situações é o que o amor e as Escrituras impõem. Paulo pôde “enfrentar ” (mesma palavra grega) Pedro face a face (G1 2) porque o amor exigia isso à luz do dano causado ao evangelho e aos irmãos cristãos. (A respeito do resultado prático dessa antítese, cf Neil, p. 160-63; Piper, p. 92-99; Stott, p. 104-14).

Propriedade

Dá a quem te pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir emprestado de você. (05:42) A quarta razão estamos a rendição é o da propriedade. Possessividade é outra característica da natureza humana caída. Nós não gostam de desistir, ainda que temporariamente, o que nos pertence. Mesmo como cristãos, muitas vezes esquecemos que nada realmente pertence a nós e que nós somos apenas mordomos do que pertence a Deus. Mas, tanto quanto as outras pessoas estão em causa, que não têm o direito de manter o que nós possuímos. Por certo que é nosso para utilizar ou alienar que acharmos conveniente. Mas esse direito, também, deve ser colocado sobre o altar de obediência a Cristo, se necessário. Quando alguém pede para emprestar algo de nós, devemos não se afastar dele. Em outras palavras, devemos dar-lhe o que ele quer. A implicação é que a pessoa que pede tem uma necessidade genuína. Nós não somos obrigados a responder a todos os pedidos tolo, egoísta feito de nós. Às vezes, para dar a uma pessoa o que ele quer, mas não precisa é um desserviço, lhe fazendo mais mal do que bem. Também está implícita no princípio de que devemos oferecer para dar o que é necessário, assim que sabemos da necessidade, ou não estamos pediu ajuda. Jesus não está falando de aquiescência relutante a um pedido de ajuda, mas disposto, generoso e desejo de ajudar os outros a amar. Ele está falando de generosidade que realmente quer para atender a necessidade da outra pessoa. Jesus não minar a justiça civil, que pertence no tribunal. Ele enfraquece o egoísmo pessoal (característica dos falsos religiosos escutá-lo na montanha), que pertence a lugar nenhum e, sobretudo, não nos corações de seu reino pessoas. Um biógrafo de William Gladstone, o grande primeiro-ministro britânico, escreveu sobre ele: "É como poucos que viveram há mais de 60 anos em plena luz de seus compatriotas e têm, como os líderes do partido, foi exposto a críticas com raiva e às vezes rancorosa, pode-se dizer que não está contra eles palavras malignas e nenhum ato vingativo. Isso se deveu talvez não inteiramente a doçura natural de Gladstone de disposição, mas sim para o autocontrole e uma certa largueza de alma, que não quis se rebaixar a nada dizer ou mesquinho ". Para lutar por seus direitos é provar que a auto ainda está no trono do coração. O crente que é fiel a Cristo vive para Ele e, se necessário, morre por Ele (Rom. 14: 8). É impossível viver para si mesmo e para Cristo, ao mesmo tempo. George Mueller escreveu: "Houve um dia em que eu morrer, totalmente morreu para George Mueller e suas opiniões, suas preferências e seus gostos e sua vontade. Eu morri para o mundo, para a sua aprovação e sua censura. Eu morri para a aprovação ou a culpa dos mesmo meus irmãos e amigos. E desde então tenho estudado apenas para mostrar-me a Deus aprovado. " Esse é o espírito Jesus ensina nesta passagem, um espírito que todos os homens não possuem além da graça salvadora. É o espírito de Abraão manifestou quando ele deu a melhor terra para seu sobrinho Ló. É o espírito de José quando ele abraçou e beijou os irmãos que tinham tão terrivelmente prejudicado ele. É o Espírito que não deixaria Davi aproveitar a oportunidade de tirar a vida de Saul, que foi, então, tentar tirar a vida de Davi. É o espírito que levou Eliseu para alimentar o exército assírio inimigo. É o espírito que levou Estevão a orar por aqueles que foram apedrejá-lo até a morte. É o espírito de cada crente que, pelo poder do Espírito Santo, busca ser perfeitos como o Pai celeste é perfeito (v. 48).

 

III.            BUSCANDO A PERFEIÇÃO DE CRISTO

1.     1. Uma justiça mais elevada - Para entendermos a palavra do amor ao inimigo, precisamos olhar para Lv 19. Com grande densidade se declara, nesse capítulo, a vigência dos deveres de amar o amigo, irmão e concidadão. Aos poucos os fariseus, que eram apenas uma parte restrita do povo, passaram a interpretar esse capítulo no sentido de que todos os deveres de amor arrolados tinham validade somente para o círculo deles. O fariseu chamava de irmão, companheiro, amigo e próximo apenas a outro fariseu. Os demais eram para ele somente povo comum. Por isso o fariseu desprezava “o outro” (Lc 18.9). Faziam parte dos “outros” os publicanos e pecadores, que não cumpriam os mandamentos de Deus. A consequência era a inimizade entre os fariseus e “os outros”, os publicanos e pecadores („am haarez = povo comum). Essa inimizade entre fariseus e pecadores não perdia em nada para a inimizade entre judeus e gentios, e às vezes até era mais forte (Tt 3.3). Na opinião dos fariseus tratava-se de uma inimizade por causa de Deus. Pensavam no Salmo 139.21s: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? […] Aborreço-os com ódio consumado; para mim são inimigos de fato”. Por isso os fariseus achavam que, por amor a Deus, precisavam odiar todos aqueles que não cumprem os mandamentos de Deus. Sim, diziam até que o povo, que não sabe nada da lei, é maldito (cf. Jo 7.49)! Jesus, agora, afirma: Amem os seus inimigos! Desse modo ele anula todo o ódio como tal. Inclusive o chamado ódio religioso! Não é essa a atitude que convém ao ser humano. Pois a missão de Jesus não era odiar os pecadores; ele veio para salvar os pecadores… Ao dizer, ainda, para aos discípulos: Orem pelos que perseguem vocês, ele está se referindo aos perseguidores como sendo os fariseus, pois eram eles que perseguiam Jesus e também seus discípulos. – Portanto, seguidores de Jesus devem reagir à inimizade com amor, à perseguição com oração. – Assim, brilha mais uma vez com toda clareza a lei da retaliação do amor ágape! O que Jesus está exigindo é imenso. É algo de que, por nós próprios, não somos capazes. Cabe ir ao encontro de toda pessoa com o amor ágape, mesmo daquela que não é digna e merecedora de amor. O discípulo de Jesus tem de fazer sempre o “totalmente diferente”, o contrário do que faria a pessoa do mundo. Se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Vocês seguidores de Cristo têm a realizar o “especial”. No uso oriental, a saudação era muito mais que apenas um cumprimento. Significava proferir um voto de bênção sobre o outro. A saudação era: “Paz seja com você!” Os fariseus saudavam somente seus iguais, não os publicanos e pecadores que, para eles, representavam a “escória da humanidade”, os “traidores da pátria”. O que, porém, Jesus diz aos seus discípulos é incrível, supera tudo o que foi dito até aqui. Essas palavras de Jesus revelam novamente com máxima clareza o que expusemos já no início, a saber, que o sermão do Monte de Jesus é a inversão de todos os valores! Ao caminho do ser humano, do eu, da retaliação do eu, da imposição do eu, Jesus contrapõe decisivamente o caminho de Deus, da retaliação do amor. Ao caminho do homem natural opõem-se diretamente as pegadas de Cristo! Jesus diz: Vocês, meus seguidores, devem saudar e abençoar também aqueles que não fazem parte do círculo de vocês, dos bons conhecidos, parentes e pessoas íntimas, daqueles que são amigáveis e simpáticos. Vocês também têm de amar, saudar, honrar e até antecipar-se com respeito e proferir palavras de bênção aos seus inimigos, aos adversários, aos que dificultam e azedam a vida de vocês, que injuriam e magoam, ferem e ofendem, que perseguem vocês! Se fizerem isso, realizam o “especial”, o que “diverge totalmente” daquilo que o mundo faz. Vocês são chamados para esse procedimento “especial” e “totalmente diferente”. Através desse agir vocês concretizam aquilo que o Pai celeste de vocês também está fazendo sem cessar, a saber, fazendo subir diariamente o sol sobre bons e maus e chover sempre de novo sobre justos e injustos. Do mesmo modo como age o seu Pai no céu (v. 48), também vocês devem agir. Em outras palavras: Em todas as circunstâncias, vocês, discípulos, devem ter a natureza que tem o seu Pai. Assim como o seu Pai é o totalmente diferente, também vocês devem ser totalmente diferentes, ou seja, devem responder ao ódio com o amor ágape, à perseguição com oração. Essa é a tarefa mais elevada e mais difícil. Sobrecarrega todos as nossas forças. É humanamente impossível! Do mesmo modo como um grande pianista não esgotou o aprendizado do piano no tempo de sua formação, mas continua se dedicando diariamente, com fidelidade incansável e trabalho miúdo em particular, a exercitar seus dedos, a fim de tornar-se um artista completo, também os seguidores de Jesus precisam exercitar-se incessantemente, no trabalho miúdo da oração em particular, a fim de preparar o caminho para a perfeição do reino de Deus.

2.   2.  O amor mais perfeito - Perversion por Omissão

Omitido na tradição era a frase "como a ti mesmo", que era uma parte fundamental do texto Levítico, mas não poderia caber em seu esquema de orgulho autojustiça. Ele simplesmente era inconcebível que possam cuidar de qualquer outra pessoa, tanto quanto eles se importavam por si. Junto com essa omissão significativa, tradição tinha diminuído o significado do vizinho para incluir apenas as pessoas preferiam e aprovado-que atingiu basicamente a sua própria espécie. Essas pessoas, obviamente, profanas como publicanos e pecadores comuns eram desprezados como párias e como não sendo digno mesmo de ser considerados judeus. Publicanos eram judeus renegados que se venderam a dos opressores romanos e feitos livings lucrativos por extorquir impostos excessivos de seus concidadãos. "pecadores" eram aqueles que, como os criminosos e prostitutas, que eram conhecidos publicamente por sua imoralidade. Eles eram os "roubadores, injustos e adúlteros", e de tal forma que o fariseu agradeceu a Deus por não ser como (Lucas 18:11). Uma das coisas sobre Jesus que revoltados líderes judeus mais foi Sua disposição aberta para associar, comer com, e até mesmo perdoar essas pessoas obviamente injustos (Mat. 9:11).

Perversion por Adição

 A tradição rabínica também pervertido o Antigo Testamento ensinar sobre o amor, adicionando algo ao que interessa: odeia seu inimigo. A sua adição foi ainda mais perversa do que a sua omissão, mas era a extensão lógica de seu tudo consome autointeresse. Escusado será dizer que os gentios não foram considerados vizinhos. Um ditado dos fariseus foi descoberto que diz: "Se um judeu vê um Gentil caído no mar, deixá-lo de nenhuma maneira levantá-lo para fora, pois está escrito: 'Tu não se levantam contra o sangue do teu próximo, "Mas este homem não é o teu próximo." Não é de admirar que os romanos cobrado judeus com ódio da raça humana. A tradição rabínica, sem dúvida, também tentou justificar o ódio dos inimigos na base dos salmos imprecatórios. Davi escreveu: "Que a sua mesa diante deles se tornar uma armadilha, e quando eles estão em paz, ele pode se tornar uma armadilha Que seus olhos escurecer para que eles não podem ver, e fazer os seus lombos tremam constantemente Derrama a tua indignação sobre eles. e que a Tua ira ardente alcançá-los "(Sl. 69: 22-24). Tais palavras não representam vendetta pessoal de Davi, mas sua preocupação com a santidade e justiça de Deus para ser executado sobre aqueles que desprezaram glorioso o nome do Senhor e perseguido o povo do Senhor. A base para imprecações de Davi é encontrado no versículo 9 do mesmo salmo: "Porque zelo por tua casa me consumiu, e as injúrias dos que reprovam Thee caíram sobre mim." Davi ficou irritado por causa do que foi feito contra Deus. Quando Jesus purificou o Templo de Jerusalém, "Seus discípulos lembraram-se" as palavras de Davi ", que foi escrito," O zelo por tua casa me consumirá "(João 2:17). Davi e Jesus compartilhou a mesma indignação justa. Estamos a partilhar próprio equilíbrio do amor e da justiça de Deus. Deus amou Adão, mas Ele o amaldiçoou. Deus amou Cain, mas Ele o castigou. Deus amou a Sodoma e Gomorra, mas Ele os destruiu. Deus amou a Israel, mas ele permitiu que ela a ser conquistado e exilado, e Ele a colocou de lado por um tempo. Os escribas e fariseus não tinha esse equilíbrio. Eles não tinham amor pela justiça, mas apenas por vingança. E não tinham amor por seus inimigos, mas só para si. Depois de Davi declarado de inimigos de Deus, "Odeio-os com a máxima ódio; eles se tornaram meus inimigos", ele também orou: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; provame e conhece os meus pensamentos; e ver se haver qualquer maneira prejudicial em mim, e guia-me pelo caminho eterno "(Sl 139: 22-24.). Os escribas e fariseus, por outro lado, não sabia de nada ou de justa indignação ou justo amor. Sua única indignação era a de ódio pessoal, e seu único amor era a de autoestima.

3.     3. Perfeitos como o Pai - Para amar nossos inimigos e orar pelos nossos perseguidores mostra que somos filhos de [nosso] Pai que está nos céus. O aoristo de genēsthe (pode ser) indica uma vez por todas fato estabelecido. O próprio Deus é amor, e a maior evidência da nossa filiação divina através de Jesus Cristo é o nosso amor. "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (João 13:35)."Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele" (1 João 4:16). Na verdade, "Se alguém diz:" Eu amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê » (v. 20). Amar como Deus ama não fazer -nos filhos de o Pai, mas dá indícios de que já somos Seus filhos. Quando a vida reflete a natureza de Deus, isso prova que a vida agora possui sua natureza pelo novo nascimento. Uma das críticas mais comuns e mais prejudiciais do cristianismo é a acusação de que os cristãos não vivem de acordo com sua fé. Mesmo que o mundo tem uma idéia limitada e muitas vezes distorcida do que é o evangelho, eles sabem o suficiente sobre os ensinamentos de Cristo e da vida de Cristo para perceber que a maioria das pessoas que passam pelo seu nome não fazer tudo o que Ele ordenou e não fazer viver como Ele viveu. Mas mesmo uma pessoa que nunca tenha ouvido falar de Cristo ou os ensinamentos do Novo Testamento seria suspeito que há poder divino por trás de uma vida que ama e cuida até mesmo ao ponto de amar os inimigos, simplesmente porque essa vida é tão absolutamente atípica da natureza humana. Uma vida de amor oblativo dá provas de filiação do Pai que está nos céus. Essa frase enfatiza o reino celestial em que o Senhor habita, o reino que é a fonte desse tipo de amor. Aqueles que são filhos de Deus deve mostrar o amor imparcial e cuidado semelhante ao que Deus mostra. Ele faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons, e faz chover sobre os justos e os injustos. Essas bênçãos são dadas sem respeito ao mérito ou merecimento. Se assim fosse, ninguém iria recebê-los. Em que os teólogos tradicionalmente têm chamado a graça comum, Deus é indiscriminada em Sua benevolência. Seu amor divino e providência em algumas formas beneficiar a todos, mesmo aqueles que se rebelam contra ele ou negar a sua existência. Um velho ditado diz rabínica do afogamento dos egípcios no Mar Vermelho. À medida que a história se passa, quando os egípcios foram destruídos os anjos começaram a regozijar-se; mas Deus levantou a mão e disse: "A obra de Minhas mãos estão afundados no mar e você cantar?" (William Barclay, O Evangelho de Mateus, 2 vols. [rev ed .; Filadélfia:. Westminster, 1975], 1: 176). "Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o alimento no devido tempo", o salmista testemunha. "Tu nos abrir a tua mão, e fazes satisfazer o desejo de toda coisa vivente" (Sl 145: 15-16.). Não há nenhuma boa coisa-físico, intelectual, emocional, moral, espiritual, ou de qualquer tipo-que outro alguém possui ou experiências que não vem da mão de Deus. Se Deus faz isso para todos, Seus filhos devem refletir essa mesma generosidade.

 

AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 Endereço do meu blog:

 http://egbertojunio.blogspot.com/

Endereço do meu Site de estudos bíblicos:

http://ebdonline-egbertojunio.comunidades.net/


                                   BIBLIOGRAFIA

Bíblia Almeida século 21

Bíblia de estudo King James Atualizada

Comentário bíblico Mateus, John Macarthur

Comentário bíblico Mateus, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, Moody

Comentário bíblico Mateus, Barclay

Comentário bíblico Mateus, Esperança.