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sexta-feira, 14 de abril de 2023

LIÇÃO 4 - ÍDOLOS NA FAMÍLIA.

Profº Pb. Junio - Congregação Boa Vista II.

 


                TEXTO ÁUREO

" Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém! ( 1Jo 5. 21)


                VERDADE PRÁTICA

A adoração a ídolos implica priorizar tudo aquilo que se coloca no lugar de Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: GN 31. 17-19, 33-35; JZ 17. 1, 3-5



                            INTRODUÇÃO

Jacó havia chegado a vários limites. Em primeiro lugar, ele tinha ficado antipático aos olhos de Labão, mediante sua prosperidade desonesta, embora Labão tivesse concordado com o método sugerido por Jacó para dividir os animais (Gên. 30.31 ss.). Em segundo lugar, ele era possuidor de tantos bens que não havia mais necessidade de ficar confinado ao território de Labão. Agora ele queria voltar a sua própria terra e região, Berseba.   Tinham-se passado cerca de vinte anos. Provavelmente, depois desse tempo todo, Esaú não continuaria afagando suas intenções homicidas, a causa pela qual Jacó tivera de ir para 0 exílio (Gên. 27.42 ss.).    Jacó desejava muito uma mudança de área geográfica. A isso Sêneca chamava de “mudança de céu”. Mas insistia em que aquilo de que precisamos é de uma mudança no coração, e não de uma mudança de ares (como nós dizemos). Por outra parte, algumas vezes somos conduzidos a uma diferente área geográfica, visto que nossa missão na vida leva-nos a nossas possibilidades e empreendimentos.     Declarou Paulo a certa altura de sua vida: “Mas agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões…” (Rom. 15.23). E assim, ele mudou-se para uma nova área geográfica, a fim de que a sua missão pudesse prosperar em uma nova arrancada.    Se Jacó não foi exatamente um exemplo de “como devemos tratar o próximo”, Labão também não o foi (vs.7). Jacó contava com a ajuda divina para prosperar (vs. 9), bem como de orientação espiritual (vss.11 ss.). Por igual modo, dispunha do apoio de suas esposas em sua intenção de mudar-se de localidade (vs.14-16). De acordo com todas as indicações, era chegado o tempo de ele mudar-se. É grandioso quando Deus nos dá uma orientação clara, e é precisamente isso que devemos pedir Dele, sobretudo quando temos de tomar grandes decisões.


            I.  OS ÍDOLOS ENCONTRADOS NA TENDA DE RAQUEL

1.  A fuga de Jacó e sua família para a Terra Prometida   -    Por direção divina e sob a proteção de uma promessa: E disse o Senhor a Jacó: Torna à terra dos teus pais e à tua parentela, e eu serei contigo, v. 3. Embora Jacó tenha enfrentado um costume muito difícil aqui, ele não abandonaria o seu lugar até que Deus lhe ordenasse. Ele chegou ali por ordens vindas do céu, a ali ele permaneceria até que recebesse ordem para voltar.   Observe que é o nosso devei’ nos colocarmos de prontidão, e será o nosso consolo vermos a nós mesmos sob a direção de Deus, tanto na nossa saída como na nossa entrada. A instrução que Jacó teve do céu é mais plenamente narrada no relato que ele apresenta, a esse respeito, às suas mulheres (v. 10-13), onde lhes conta sobre um sonho que havia tido sobre um gado, e do extraordinário aumento dele em função de sua cor.  E como o anjo de Deus, neste sonho (pois acredito que o sonho mencionado no versículo 10 seja o mesmo do versículo 11), notou as operações de sua imaginação em seu sono, e o instruiu, de forma que não foi por acaso, ou por sua própria esperteza, que ele obteve aquela grande vantagem. Mas:  Pela providência de Deus, que havia notado as dificuldades que Labão colocava para Jacó, e usou esta maneira para recompensá-lo: “Porque tenho visto tudo o que Labão te fez, e aqui a isso observo”.   Observe que há mais igualdade nas distribuições da providência divina do que estamos cientes, e por elas os ofendidos são realmente recompensados, embora não se perceba isso. Também não foi apenas pela justiça da providência que Jacó enriqueceu, mas:  o cumprimento da promessa sugerida nas palavras do versículo 13: Eu sou o Deus de Betel. Este foi o lugar onde a aliança foi renovada com ele. Observe que a prosperidade e o sucesso terrenos são duplamente doces e confortáveis quando as vemos fluindo, não da providência comum, mas da aliança de amor, para trazer a misericórdia prometida – quando a temos da parte de Deus, como o Deus de Betei, das promessas da vida que agora pertencem à piedade.    Mesmo tendo esta perspectiva esperançosa de se tornar rico com Labão, Jacó tinha que pensar em voltar. Quando o mundo começa a sorrir para nós devemos nos lembrar de que este não é o nosso lar.

2.  Labão descobre o furto de seus ídolos domésticos   -    O Furto dos Terafins. Por que nós deveríamos admirar de que a família de Labão ainda estivesse envolvida em alguma forma de idolatria? Muitos cristãos de hoje praticam a idolatria, e têm muito mais luzes que a família de Terá. O trecho de Jos. 24.2 mostra-nos que Terá era idólatra. O próprio Abraão quase se envolveu em um sacrifício humano (Gên. 22).   Estamos tratando aqui com antigas formas religiosas que dificilmente podem satisfazer os padrões cristãos modernos. Antigos intérpretes judeus tentaram limpar o texto dizendo que Raquel furtou as imagens a fim de livrar da idolatria a casa de seu pai, mas isso não faz sentido. Ela pode ter crido que a adivinhação, mediante consulta aos ídolos, poderia ajudar Labão a seguir os fugitivos. Mas, sem dúvida, mais do que isso esteve envolvido.  Os ídolos do lar. Eram imagens de escultura, feitas em honra a diversas divindades, deuses da lareira, tal como hoje as pessoas põem ídolos em nichos, em suas casas. No vs. 30 são chamados deuses (no hebraico, eiohai). I Samuel 15.23 condena essa prática. Mas se a família de Labão ainda se apegava a essas práticas idólatras, também tinha consciência da adoração a Deus, conforme se vê em Gên. 24.50.   Uma parte dessa tradição em torno dos ídolos do lar ou terafins era que a sua posse garantia a transmissão da herança paterna ao possuidor. Logo, as imagens passavam de pai para filho, na linhagem da herança. Se assim realmente sucedia, é difícil ver como Raquel poderia ter esperado garantir a herança para Jacó, visto que Labão tinha tantos filhos. Ademais, no vs. 14 deste capítulo lemos que Raquel e Lia não esperavam receber nenhuma herança, sendo elas mulheres.   Parece mais provável que Raquel cresse na eficácia de orações e ritos realizados diante dessas imagens, e quisesse a proteção e os benefícios que (alegadamente) esses terafins poderiam conferir. Tais ídolos eram postos nos lares a fim de protegê-los e trazer-lhes prosperidade. Algumas dessas imagens eram figurinhas representando deidades; outras tinham formato humano; algumas talvez fossem os signos do zodíaco; talvez algumas fossem usadas para efeito de adivinhação. O fato é que muitas pessoas as adoravam.   Os tabletes de Nuzi (século XV A. C.), associam esses ídolos do lar aos direitos de herança, mas não é provável que Raquel pensasse que eles pudessem garantir a herança para Jacó.

3.  Raquel usa a mentira para esconder o ídolo    Jacó não sabia que Raquel havia furtado os ídolos e levado consigo de modo secreto. Antes que Labão entrasse na tenda de Raquel, ela astutamente tomou os pequenos ídolos e os escondeu na “sela de um camelo” (Gn 31.34, NVI).   Na verdade, Raquel acreditava que aqueles pequenos ídolos eram uma garantia de que um dia ela e sua irmã receberiam a herança que o seu pai havia se apossado. Imaginemos uma casa cujo líder serve a Deus, mas a esposa ainda tem o coração preso aos deuses inertes, que nada podem fazer. Paulo disse à igreja de Corinto que “ídolo” é coisa vã e inútil. Quando se coloca qualquer coisa no lugar de Deus, significa que abrimos a porta para que demônios tenham acesso à vida da família para enganar as pessoas (1Co 10.19,20).   Quantos cristãos idolatram o dinheiro e colocam-no acima das coisas do Reino de Deus. Jesus ensinou que “ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Existem crentes que escondem o seu ídolo particular e cometem pecados ocultos, imaginando que ninguém vê, mas ninguém engana a Deus (Sl 19.12; Mc 4.22). Raquel fingia servir ao Deus de seu marido, mas tinha um lugar para seus ídolos familiares.    Labão chama Jacó de ladrão (31.30-35). Ele acusa o genro de ter furtado seus deuses (31.30). Quão tolo é um homem cujos deuses podem ser roubados! À primeira acusação, Jacó responde que fugiu por medo: […] tive medo; pois calculei: não suceda que me tome à força as suas filhas (31.31). Jacó sabia do que Labão é capaz, por isso não subestimou o poder de seu sogro de fazer o mal. Fica claro, portanto, que ele está agindo ainda de acordo com seus métodos, pois foge justamente porque teme e porque não crê que Deus é poderoso para cumprir Sua vontade, engendrando, assim, seus próprios planos.   À segunda acusação, Jacó responde com o conforto de uma boa consciência (31.32-35). Derek Kidner diz que a venturosa ignorância de Jacó torna insuportavelmente tensa a procura e o seu contra-ataque, devastador.    Ele é acusado inocentemente, embora Raquel, sua mulher amada, seja culpada, visto que roubou e escondeu os deuses de seu pai, os ídolos do lar, na sela de um camelo. Labão vasculhou a tenda de Jacó, de Lia, das servas e, por fim, a tenda de Raquel, porém esta, assentada na sela onde estavam escondidos os ídolos do lar, cobre-os com sua saia e, dizendo-se menstruada, pede ao pai permissão para não se levantar (Lv 19.32).    Nenhum homem podia chegar perto de uma mulher no seu período de impureza; além disso, o que ela usava para sentar ou deitar também era impuro (Lv 15.19-23); sendo assim, Labão não podia fazer a busca na sela de Raquel, e também não haveria mais motivo para ele fazer isso, pois seria impossível que seus terafins estivessem impuros ou profanados. Waltke, analisando esse episódio, diz que o contraste entre o Deus de Jacó e os ídolos de Labão é risível (Is 46.1,2). Esse relato contém um veredito severo sobre a nulidade desses deuses que nada podem fazer por si mesmos nem em favor de seus adoradores, tendo em vista que uma mulher em sua impureza sentou-se sobre os deuses de Labão!


                II.   UM SANTUÁRIO DE DEUSES NA CASA DE MICA

1. A idolatria e o caráter antiético de Mica (Jz 17. 1-4)   -   Confusão no lar (Jz 17:1-6)

Deus estabeleceu três instituições na sociedade: o lar, o governo humano e a comunidade de adoração – Israel, sob a antiga aliança, e a igreja, sob a nova aliança. A primeira delas, tanto em ordem de criação quanto em relevância, é o lar, pois constitui a base da sociedade. Quando Deus uniu Adão a Eva no jardim, lançou os alicerces para as instituições sociais que a humanidade viria a construir. Quando esses alicerces desmoronam, a sociedade começa a desintegrar.   “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl 11:3).   O nome Mica quer dizer “quem é como Jeová?”, mas por certo o homem não viveu de modo a honrar o Senhor. Era um homem de família (Jz 17:5), apesar de o texto não dizer coisa alguma sobre sua esposa e de termos a impressão de que sua mãe vivia com ele e era rica. Em Israel, era comum a “parentela” viver junta.  Alguém roubou 1.100 ciclos de prata da mãe de Mica, e ela proferiu uma maldição sobre o ladrão sem saber que estava amaldiçoando o próprio filho. Foi o medo da maldição, não o temor do Senhor, que levou o filho a confessar o crime e devolver o dinheiro.  Satisfeita, a mãe neutralizou a maldição ao abençoar o filho. Num gesto de gratidão pela devolução do dinheiro, ela consagrou parte da prata ao Senhor e mandou confeccionar um ídolo. Seu filho acrescentou a imagem à “coleção de ídolos” em sua casa, um “santuário” sob os cuidados de um dos filhos de Mica, o qual ele havia consagrado como sacerdote.  Você já viu família mais espiritual e moralmente confusa do que essa? Conseguiram quebrar quase todos os dez mandamentos (Êx 20:1-1 7) sem, no entanto, sentir qualquer culpa perante o Senhor! Na verdade, acreditavam que, com todas essas coisas estranhas que faziam, estavam servindo ao Senhor!

“A religião plenamente madura de Israel proibia o uso de imagens fundidas e de escultura (ver Êxo. 20.4,23; 34.17), mas parece claro que houve círculos nos quais essas imagens chegaram a ser usadas. Essas leis eram desconhecidas de algumas pessoas” (Oxford Annotaled Bible, comentando sobre o primeiro versículo deste capítulo). Talvez seja generosidade demasiada supor que a lei mosaica não foi divulgada por todo o território de Israel, e que houve espaço para a adoração a Yahweh ser efetuada por meio de ídolos. Seja como for, isso aconteceu. A maior parte dos intérpretes lança a culpa à “decadência universal”, e não à ignorância, da religião de Israel, como explicação de incidentes assim.  “A tentação em relação à idolatria é muito forte no coração humano, especialmente entre povos simples e primitivos. Deus parece extremamente vago para eles, a menos que haja algum símbolo, como um quadro ou uma imagem! Todavia, esse anelo não é inteiramente destituído de valor. Pois leva os homens a edificar santuários e catedrais, que incorporam os mais nobres sonhos e os mais notáveis talentos do gênero humano… (contudo, por causa disso, os homens sucumbem diante da idolatria). O ídolo de Mica revela-nos o que deve ter sido uma prática comum e aceita em muitos lares israelitas” (Phillips P. Elliott, in loc.).

2.   A abominação de Mica ( Jz 17. 5)   -   Consagrou. Literalmente, o hebraico diz “encheu as mãos”. O sentido dessa expressão liga-se ao fato de que um sacerdote recebia, pela primeira vez, em suas mãos, uma oferenda para apresentar ao Senhor. Ver Êxo. 28.41; 29.24; Lev. 7.37. Um dos filhos de Mica recebeu, pela primeira vez, os emblemas que o consagraram sacerdote. Alguns estudiosos supõem que a própria casa de Mica tenha sido transformada em sede de seu santuário aberrante. Talvez ele tenha feito acréscimos à sua casa, a fim de acomodar o culto.

A mãe de Mica quebrou os dois primeiros mandamentos ao confeccionar um ídolo e incentivar o filho a manter em casa um santuário particular. De acordo com Deuteronômio 12:1-14, deveria haver somente um lugar de adoração em Israel, e o povo não tinha permissão de possuir os próprios santuários particulares. Além disso, na verdade, a mãe de Mica não tratou dos pecados do filho e, por certo, o caráter dele não mudou para melhor depois que ela lidou com a situação. Mas o que poderia se esperar, uma vez que ela mesma também era uma pessoa corrupta?

3.   Mica tinha uma casa de deuses ( Jz 17. 5,6)   -   Veio a ter uma casa de deuses. É provável que na casa de Mica houvesse seu ídolo particular, além de outros, formando uma “casa de deuses”. Tudo começou como uma religião doméstica, mas agora Mica já se estava tornando o sumo sacerdote de um culto novo.    Ele contava com uma “estola”, provavelmente em imitação ao culto efetuado nos tabernáculos, e também tinha ídolos (terafins). Ver no Dicionário os verbetes denominados Estola e Terafins, quanto a detalhes completos sobre esses itens. É perfeitamente possível que parte dos novecentos siclos de prata restantes tenha sido investida no desenvolvimento desse culto.   A mãe de Mica “sustentava” financeiramente a religião sincretista de Mica. Apesar de todas as proibições da lei mosaica, o uso de terafins continuou durante a maior parte da história de Israel. A chamada “religião popular” nunca desaparece, a despeito das restrições eclesiásticas. Ver II Reis 23.34; Êxo. 21.26; Osé. 3.4 e Zac. 10.2.

Não lemos nada a respeito de altar, sacrifício ou incenso em honra a esses deuses de prata, mas, havendo um sacerdote, é provável que tudo isso fazia parte, a não ser que, no início, seus deuses tinham a função somente de servirem como conselheiros, não para serem adorados, como os terafins de Labão. Mas, o início da idolatria, como de outros pecados, é como o soltar as águas: romper a represa e trazer uma inundação. Aqui começou a idolatria, e ela se espalhou como uma lepra contagiosa.



                    III.     A IDOLATRIA DENTRO DOS LARES

1.   Os ídolos domésticos dos tempos atuais   -   …guardai-vos dos ídolos…· Essa declaração serve para mostrar, por uma última vez, que o evangelho tem seu imperativo moral, o. que era ignorado pelos gnósticos. Por conseguinte, o presente versículo é uma espécie de sumário da doutrina desta epístola. Pois qualquer coisa a que um homem dê atenção, às expensas das realidades espirituais, serve de ídolo para ele.  Apesar de que a idolatria literal era algo generalizado na Ásia Menor, região para onde esta primeira epístola de João foi enviada, não é muito provável que o autor sagrado se tivesse referido a isso—antes, falava sobre a idolatria espiritual, do que quase todos os homens são culpados.

[…] os ídolos são a essência do engano (5.21). “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. ” O fato de sermos guardados por Jesus não nos isenta da responsabilidade de nos guardarmos. A palavra grega usada aqui (5.21) pelo apóstolo João, terein, “guardar”, significa “vigiar”. Ela é diferente da palavra grega phulassein, “guardar”, usada em 5.18.     A Bíblia Viva traduz assim este versículo: “Meus queridos filhos, afastem-se de qualquer coisa que possa tomar o lugar de Deus no coração de vocês”. Já Wescott o disse assim: “Guardai-vos de todos os objetos de falsa devoção”.    Na verdade, o que João está dizendo é: não abandone o real pelo ilusório. Todos os substitutos de Deus são ídolos e deles o crente deve guardar-se, vigilante.  João está escrevendo esta carta aos crentes que viviam na Ásia Menor. Efeso era a capital da Ásia Menor e uma cidade de muitos deuses. Ali ficava o templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Efeso era o centro deste culto pagão.   Lloyd John Ogilvie diz que em Efeso se vendiam amuletos que supostamente davam poderes mágicos ao destino das pessoas. ícones do templo haviam produzido um negócio lucrativo aos ourives. As pessoas compravam os ícones crendo que o poder de Diana residiria onde quer que os ícones fossem levados.    Efeso era também a cidade de magia e feitiçaria. Toda forma de seitas e ocultismos grassava ali. A astrologia florescia. Encantamentos, exorcismos e religião mística estavam disponíveis em qualquer esquina. Acrescentado a tudo isso, ainda havia o culto a César.    Domiciano exigiu o culto a César em Éfeso até a sua morte em 96 d.C., mandando que as pessoas lhe mostrassem a sua lealdade queimando incenso perante o busto de César. Não era coisa fácil ser cristão em Éfeso. Não é de admirar, portanto, que João tenha terminado sua carta com esta solene advertência.   Os deuses diminutos da falsa religião, da sensualidade, da magia negra, da segurança política e da segurança econômica eram ídolos tentadores. Os mesmos ídolos ainda nos tentam. Dinheiro, segurança, prazer, pessoas, carreiras e posses são ídolos que exigem que cultuemos a eles em vez de prestar culto a Deus. Nossos ídolos podem ser qualquer coisa ou pessoa que ameace ocupar o trono do nosso coração. Substitutos de Deus podem exigir muito de nosso tempo, dinheiro e energia.  O culto dos ídolos era um culto falso que prometia uma vida falsa. F. F. Bruce diz que os ídolos são os falsos conceitos a respeito de Deus. João exorta os crentes que estão no verdadeiro e que têm a verdadeira vida eterna para se guardarem dos ídolos.

2.   Identificando os ídolos modernos dentro dos lares   -   A concupiscência da carne (2.16). A carne fala daquelas tentações que nos atacam de dentro para fora. São desejos sórdidos. E o apelo para se viver o prazer imediato. E endeusar os prazeres puramente físicos e carnais. E viver sob o império dos sentidos.   Segundo Lloyd John Ogilvie, a concupiscência da carne simboliza a vida dominada pelos desejos, com pouco respeito por nós mesmos e por outras pessoas, a ponto de usá-las como coisas.   A carne é a nossa natureza caída. São os impulsos e os desejos que gritam para ser satisfeitos. Estes desejos estão dentro do nosso coração. Segundo Augustus Nicodemus, “a carne” se refere aos desejos impuros, que incluem todos os pensamentos, palavras e ações não castos: fornicação, adultério, estupro, incesto, sodomia e demais desejos não naturais, quer à intemperança no comer e no beber, motins, arruaças e farras, bem como todos os prazeres sensuais da vida, que gratificam a mente carnal e pelos quais a alma é destruída e o corpo, desonrado.    A tese de João prova que o homem não é apenas o produto do meio, como pensava John Locke. Também o homem não é bom, como ensinava Jean Jacques Rousseau. Jesus diz que é do coração do homem que os maus desígnios procedem.     As pessoas que tentaram fugir do pecado, trancando-se em mosteiros, na Idade Média, não conseguiram resolver o problema da concupiscência da carne. O pecado não está apenas do lado de fora, mas está, sobretudo, do lado de dentro, em nosso coração. O sistema do mundo é a vitrina que busca satisfazer os desejos da carne.     Concordo com Werner de Boor quando diz que a “carne” é a condição natural egoísta, que nasce em cada nova criança. Essa nossa natureza egocêntrica é, desde a infância, um feixe de “desejos”: eu quero… eu gostaria… eu exijo.    Uma coisa boa em si mesma pode ser pervertida quando ela nos controla: comer não é um mal, mas a glutonaria sim. Beber não é um mal, mas a bebedice sim. O sexo não é um mal, mas a imoralidade sim. O sono não é um mal, mas a preguiça sim.    A concupiscência dos olhos (2.16). A concupiscência dos olhos são as tentações que nos atacam de fora para dentro. A concupiscência dos olhos é a tendência a deixar-se cativar pela exibição externa das coisas, sem investigar os seus valores reais. A concupiscência dos olhos inclui o amor pela beleza separado do amor pela bondade.    William Barclay diz que a concupiscência dos olhos é o espírito que não pode ver nada sem desejá-lo. E o espírito que crê que a felicidade se encontra nas coisas que pode comprar com dinheiro e desfrutar com os olhos.    Lloyd John Ogilvie diz que a concupiscência dos olhos é a ostentação do espetáculo externo em nossa feira da vaidade. E a incapacidade de alguém ver algo sem desejá-lo para si mesmo como um símbolo de segurança. Mais, mais, mais! O ponto é que tentamos encher com coisas, pessoas e atividades o vazio que somente Deus pode preencher.   Os olhos são a lâmpada do corpo e as janelas da alma. Por eles entram os desejos. Eva caiu porque viu o fruto proibido. Ló viu as campinas do Jordão e foi armando suas tendas para as bandas de Sodoma. Siquém viu Diná e a seduziu. A mulher de Potifar viu José e tentou deitar-se com ele. Acá viu a capa babilónica e arruinou-se. Davi viu Bate-Seba e adulterou com ela e a espada não se apartou da sua casa. Cuidado com os seus olhos. Se eles o fazem tropeçar, arranque-os, porque é melhor você entrar no céu caolho do que todo o seu corpo ser lançado no inferno.       A soberba da vida (2.16). A palavra grega que descreve soberba é alazoneia. Essa palavra só aparece novamente em Tiago 4.16. O soberbo é o alazon. O alazon é um fanfarrão. Na antiguidade, essa palavra era usada para descrever os charlatães que faziam propaganda de produtos falsos.    Aristóteles usou alazon para definir o homem que atribui a si mesmo qualidades dignas de louvor que realmente não tem. Teofrasto usou o termo alazon para descrever o indivíduo que frequenta os mercados e fala com os forasteiros acerca da frota de barcos que não tem, e de grandes negócios, quando seu saldo no banco é precisamente irrisório. Gaba-se de cartas que diz que os grandes governantes lhe escrevem solicitando ajuda e conselho. Alardeia a grande mansão em que vive, quando na verdade vive numa pousada. Trata-se daquela atitude de querer impressionar todos com a sua inexistente importância.   Lloyd John diz que a soberba é como um narcótico. E um falso moderador de humor, que estimula nossa autoimagem e um sedativo que anestesia uma aceitação honesta de nosso verdadeiro eu. A soberba produz uma alucinação ilusória em nós mesmos.   A alazoneia, jactância ou soberba é a vanglória com coisas externas como riqueza, posição social, inteligência, poder, beleza, joias, carros, vestuário. E ostentação pretensiosa.   É gostar dos holofotes. É o desejo de brilhar ou de ofuscar os outros com uma vida luxuriosa.    Há muitas pessoas que sacrificam a própria integridade para ostentar poder, posses e honras. Eu visito todas as semanas as livrarias. Gosto de ver as novas publicações. Chama-me a atenção o número colossal de revistas que discorrem sobre essas frivolidades mundanas.  Enfim, o alazon é a pessoa que se jacta do que tem, quando nada possui. E aquele que faz propaganda enganosa de si mesmo, de suas obras e de suas posses. William Barclay diz que alazon é um interminável jactar-se acerca de coisas que não se possui, e que a vida desse tipo de pessoa é um esforço para impressionar a todos os que encontra com a própria fictícia importância.

3.    Precisamos reagir contra os inimigos da família   -   Ser sal é uma vocação importante. Entretanto, quem quiser cumpri-la precisa saber do sacrifício que está ligado a ela. Pois, quando o sal quer cumprir sua tarefa, precisa dissolver-se. O serviço do sal sempre acontece pela entrega de si próprio.    O sal que não se entrega, o sal que permanece no saleiro, perde o seu poder de salgar e por nada será revigorado como sal. No tempo de Jesus, o sal (obtido às margens do mar Morto ou de pequenos lagos na beira do deserto da Síria) facilmente adquiria um gosto insosso e mofado por causa da mistura maior de gesso ou restos de plantas.   Por isso não podia ficar muito tempo armazenado. Precisava sair do saleiro, entrar nas comidas. – Assim os cristãos vivos precisam inserir-se no meio do mundo. Ademais, quando se diz que os discípulos devem ser sal da terra, o seu serviço de sal não tem limites. Eles são colocados em relação com a humanidade toda e com todas as suas esferas, também as esferas cultural, econômica e política.   A palavra do sal vale não apenas horizontalmente até os confins da terra, mas também verticalmente, em todos os âmbitos da vida do ser humano de baixo para cima. – Assim, a primeira palavra do evangelho também é a última, a qual mostra aos seguidores de Cristo sua tarefa como sal da terra.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Relacionamentos em Família, Elienai Cabral - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Gênesis, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário Bíblico N. T Interpretado versículo por versículo Russell N. Champlin- Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I, Warren W. Wiersbe  - Editora Central Gospel.

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Russell N. Champlin - Editora Hagnos.

Comentário do Novo Testamento Tito, William Hendroksen - Editora Cultura Cristã.

Comentário bíblico GALATAS, Hernades D. Lopes - Editora Hagnos

Comentário do Novo Testamento I Coríntios, Simon J. Kistemaker - Editora Cultura Cristã.

Comentário Bíblico Matthehw Henry, Deuteronômio -  Editora CPAD.

Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II, Warren W. Wiersbe - Editora Central Gospel. 

Comentário Bíblico 1, 2, 3 JOÃO, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos. 

Comentário Esperança Evangelho de Mateus, Fritz Rienecker - Editora Evangélica Esperança. 

https://professordaebd.com.br/4-licao-2-tri-23-idolos-na-familia/?doing_wp_cron=1681477065.1862978935241699218750

sexta-feira, 7 de abril de 2023

LIÇÃO 03 - CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA.

PROFº PB. JUNIO - CONGREGAÇÃO BOA VISTA II

 


                    TEXTO ÁUREO

" Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa." (Tg 3. 16)


                    VERDADE PRÁTICA

O ciúme é uma obra da carne e só o fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins dessa emoção.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: GN 37. 1-4, 11, 18, 23, 24, 28.



                        INTRODUÇÃO

A história de José pode ser lida pelo menos de três formas diferentes. Se a lermos como literatura, descobriremos uma história fascinante de um pai extremamente amoroso, um filho mimado, alguns irmãos enciumados, uma esposa dissimulada e um a escassez de alimentos de abrangência internacional.   Não é de se admirar que, ao longo dos anos, artistas criativos voltaram-se para essa história em busca de inspiração. Em 1742, Henry Fielding usou o José da Bíblia como modelo para criar seu personagem Joseph Andrews. No ano seguinte, Handel compôs o oratório José. Num período de dezesseis anos, o escritor alemão Thomas Mann escreveu quatro romances baseados na vida de José. No entanto, Gênesis 37 – 50 é muito mais do que um texto de literatura dramática, pois ao investigarmos seu conteúdo em mais detalhes, descobrimos uma história repleta de profundas implicações teológicas.   A mão de Deus fica evidente em cada uma das cenas controlando e prevalecendo sobre as decisões das pessoas e, no final, Deus constrói um herói, salva uma família e cria uma nação que será bênção para o mundo todo. Por trás dessa história, está o cerne do Deus da aliança que sempre cumpre suas promessas. Para o cristão, existe ainda uma terceira forma de ler essa história, pois José é uma das ilustrações mais ricas de Jesus Cristo no Antigo Testamento. José é semelhante a Jesus por ser amado por seu pai e obediente à sua vontade, rejeitado por seus próprios irmãos e vendido como escravo, acusado falsamente e castigado injustamente e, por fim.   elevado de um lugar de sofrimento para um trono de poder, salvando, desse modo, seu povo da morte. A maior diferença, porém, é que o relato diz apenas que José morreu, enquanto Jesus Cristo, de fato, deu sua vida na cruz, porém foi ressurreto da morte a fim de nos salvar.   Gênesis 37 mostra em detalhes a dinâmica de uma família cujos membros conheciam o verdadeiro Deus vivo e, ainda assim, pecaram contra ele e uns contra os outros por meio de palavras e ações. A presença de José naquela casa não criou os problemas, mas sim tornou-os aparentes.     Considere as forças destrutivas operando nessa família, forças sobre as quais Deus, em sua graça, prevaleceu para o próprio bem daquelas pessoas. Onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 5:20).


                I.    A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS

1.   A preferência de Jacó   -   Israel amava mais a José. O mesmo tipo de favoritismo que Rebeca e Isaque tinham demonstrado no tocante a Jacó e Esaú (Gên. 25.28). O favoritismo dos pais sempre cria males. Quando José foi levado para 0 Egito, então o favoritismo de Jacó foi transferido para Benjamim (Gên. 44.20). José e Benjamim eram natural- mente favorecidos, pois eram os filhos únicos da mui amada esposa Raquel, já falecida.   Filho da sua velhice. Era filho de sua esposa favorita, Raquel, gerado quando ele já estava com noventa e um anos de idade. Jacó tinha esperado, por vinte e sete anos, um filho da parte de sua amada Raquel. Assim, quando José nasceu, isso constituiu um acontecimento especial.  O favoritismo materno tinha separado Jacó de sua mãe, Rebeca, e os dois nunca mais se viram (Gên. 27.1-28.5). Esse favoritismo era parte da razão pela qual seus meios-irmãos mostravam-se tão invejosos, e por que ele terminou no Egito, após ter sido vendido como escravo.   Num dos cânticos dos degraus de Salomão em Salmos 127.3, o sábio diz: “Os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão”. Na verdade, o que o texto quer dizer é que os filhos são um presente de Deus ao casal, que deve amá-los de igual modo, pois cada um deles forjará seu futuro com os princípios vividos dentro do lar. Se os filhos são herança do Senhor, os pais, marido e esposa, devem não apenas gerá-los, mas criá-los com amor e disciplina para que honrem a Deus e ao pai e mãe em tempo posterior.

2.   O ciúme em meio à preferência   -   José, odiado pelos seus irmãos (37.4). Era notório que essa distinção dada a José despertava no coração de seus irmãos uma inveja perigosa, um ódio velado e uma hostilidade que desembocou numa clamorosa injustiça. A primeira manifestação desse ódio estava no fato de que já não podiam lhe falar pacificamente. Essa postura de Jacó custou-lhe muito sofrimento, pois ficou privado de seu filho amado durante vinte e dois anos. A crueldade dos irmãos de José foi uma tempestade na alma deles, pois não conseguiram viver em paz, uma vez que a consciência deles bradava sem intermitência, acusando-os de violência ao irmão e mentira ao pai.   As virtudes de José denunciavam os pecados de seus irmãos; a sua luz apontava as trevas em que viviam; sua prontidão em obedecer de todo o coração ao pai apontava para a maldade deles. O sucesso de José era o fracasso deles, que não viam José como um irmão e amigo, mas como um concorrente, e olhavam para ele não com benevolência, mas como um rival que deviam afastar do caminho.   Sendo Menos Amados, Eles Odiavam. O amor é o poder maior, na terra ou no céu. Ser alguém menos amado pode levá-lo ao ódio e a atos de destruição. Jacó via Raquel em José. Ademais, desde a infância, sem dúvida, José era dotado de um cará- ter espiritual e moral superior. E isso fez Jacó ver nele 0 que ele mesmo gostaria de ser, mas que não era. E assim, fixou-se em José; e seus meios-irmãos tinham plena consciência do fato. E assim, todo sinal de favoritismo paterno só servia para aumentar mais ainda o ódio deles.   Eles nunca falavam com José em termos pacíficos. A hostilidade era contínua. Nem ao menos tentavam disfarçar seu ânimo adverso. Isso transparecia na maneira de falar deles. Nem se mostravam corteses para com ele, nem 0 saudavam com o usual shalom (paz). Viviam esperando uma oportunidade para prejudicá-lo. E essa oportunidade não demorou muito.

3.   A inveja não permite compreender os desígnios de Deus   -   O Propósito Profético Atuava em José. A experiência psíquica mais comum é o sonho precognitivo. As pesquisas modernas têm mostrado que todas as pessoas são capazes de prever, essencialmente, o seu futuro, nos sonhos, mas que a maioria das pessoas não se lembra de seus sonhos nem sabe interpretá-los corretamente. Como é claro, um sonho também pode ser um veículo espiritual, a exemplo da profecia (Joel 2.28; Atos 2.17). Assim, se todas as pessoas têm sonhos precognitivos, algumas pessoas têm sonhos precognitivos especiais que equivalem à profecia.  Esses sonhos quase sempre envolvem outras pessoas, e não apenas o próprio indivíduo que sonha. O autor do livro de Gênesis mostrou ter grande respeito pelos sonhos espirituais. Ver Gên. 20.3,6; 28.12; 31.10; 37.5,6,9,10; 40.5,8,9,16; 41.1,7,11, 12,15,17,22,25, 26,32 e 42.9. O sonho-visão de Jacó, acerca da escada que ia da terra ao céu, teve uma função similar ao das visões (Gên. 28.12). Os símbolos usados nas visões e nos sonhos são idênticos. Em consequência, quem interpreta sonhos pode interpretar visões, e vice-versa.   José Sonhava e Seus Irmãos Odiavam. José e seus irmãos eram as tribos de Israel em potencial. Seus sonhos previam, em termos amplos, como José teria a ascendência, e como isso seria um fator determinante para que a nação de Israel tivesse início (no Egito). A superioridade de José daria a Israel uma oportunidade de multiplicar-se em paz. Sua presença no Egito atrairia o resto da família ao Egito. Em um desses sonhos, seus irmãos prostravam-se diante dele. Antes disso, porém, ele teria de passar por muitos testes severos, alguns deles provocados por seus próprios meios-irmãos. Seus sonhos proféticos, pois, penetravam por muitos anos futuro adentro. Os estudos sobre os sonhos demonstram que até sonhos precognitivos comuns podem perscrutar longe no futuro.  Os Sonhos e a Sua Interpretação. Temos entre vinte e trinta sonhos por noite. Quando ocorre um sonho há um movimento característico dos olhos, chamado pelos especialistas de REM (rapid eye movement, movimento rápido dos olhos). Há cinco ou seis ciclos de sonhos a cada noite. Em experimentos em laboratório, muitos sonhos podem ser captados a cada noite, despertando-se a pessoa quando começa 0REM. Sonhamos por um total de cerca de duas horas e meia a cada noite. Interessar-nos pelos sonhos, registrando-os e interpretando-os conduz a uma memória melhor de nossos sonhos.   Este versículo mostra um interesse especial pelos sonhos e sua interpretação, o que mostra que os antigos reconheciam a importância dos sonhos. Conforme alguém já disse: “Nenhum sonho é por causa de nada”. A maioria dos sonhos está ligada ao chamado cumprimento de desejos. Mas até mesmo esses sonhos preveem como os desejos serão satisfeitos. Outros sonhos estão ligados à solução de problemas. Todas as pessoas, a cada noite (ou a quase cada noite) têm sonhos psíquicos, e os sonhos sempre envolvem algo como ensino espiritual, encorajamento ou orientação. Sonhar pode ser uma herança divina, se pudermos aprender a lembrar e interpretar os nossos sonhos.  Um Sonho de José. Os feixes de José adquiriam vida e agiam como se estivessem em uma breve peça teatral. O seu feixe ficava no centro do palco, enquanto os feixes de seus irmãos se inclinavam diante do dele. Esse sonho tomava coisas comuns da vida e os transformava em símbolos, algo constante nos sonhos. Há símbolos universais, compartilhados por pessoas de todas as raças. Um filho, por exemplo, aponta para o trabalho, para algum projeto ou para o ideal de realização do sonhador. A idade desse filho pode simbolizar o estágio do desenvolvimento em que se acha o projeto ou ideal. Um veículo pode significar uma maneira de realizar algo, ou, então, o próprio corpo do sonhador, o veículo de seu espírito. Uma casa, com frequência, aponta para o corpo ou para a vida da pessoa. Mas certos símbolos são especiais para o indivíduo que sonha com eles, e esses vão surgindo com base nas circunstâncias de sua vida,  Incidentalmente, esse sonho de José indica que a família de Jacó não se ocupava somente na criação de animais, mas também na agricultura. Ver também Gên. 26.12 (quanto a Isaque) e 30.14. O sonho tirou proveito desse aspecto da vida de José.   Um Símbolo de Futuro Distante. O sonho de José contemplou o futuro distante e viu José a cuidar de questões agrícolas, no Egito, e como essa circunstância traria seus irmãos àquele país (porquanto haveria fome em Canaã). Naquela conjuntura, eles se submeteriam a ele. Os estudos modernos têm mostrado que um sonho pode capturar e realmente capta coisas que só acontecerão muitos anos mais tarde.   Contudo, quando são precognitivos, sondam somente o futuro imediato. O discernimento humano profético comum (excetuando-se aqui a profecia espiritual) limita-se a um período de três anos, futuro adentro. Mas há exceções, mesmo incluindo pessoas comuns. Os estudos mostram que todas as pessoas tomam consciência de sua própria morte pelo menos com um ano de antecedência, ainda que estejam em plena saúde e venham a morrer por acidente. Os sonhos projetam essas previsões. Portanto, no último ano da vida de uma pessoa, muitos de seus sonhos simbolizam a aproximação da morte, embora a maioria das pessoas não tome consciência do fato.  o meu feixe. Antigos escritores judeus pensavam que esse item simbolizava o Messias. No Egito, José foi uma espécie de messiah ou ungido, além de ser tipo do Messias de Israel (ver as notas sobre o terceiro versículo, quanto a esse tipo). (Raya Mehimna em Zohar, em Gên. foi. 87.2) Ver Gên. 42.1-3 e 50.12 quanto à cena que ainda ocorreria no Egito.    Reinarás… sobre nós? É interessante que os irmãos de José receberam uma interpretação instantânea e correta do sonho de José, o que indica que eles tinham certa prática quanto a essa atividade. O próprio fato de que o Gênesis menciona tantos sonhos (ver referências a respeito nas notas sobre o vs. 5) mostra a importância dos sonhos na mente dos antigos hebreus. Outro fato significativo revelado neste versículo é que a verdade pode fazer outras pessoas odiar e perseguir àqueles que a possuem. Muitas pessoas têm mente exígua, preferindo os seus erros a ter de enfrentar a verdade. A verdade requer mudanças, e nem todos os homens se dispõem a passar por essas mudanças. As pessoas temem as inovações. É mais cômodo ficar onde já se está, mesmo que isso sacrifique a verdade.   Outro Sonho de José. Podemos estar certos de que a José foi dada toda uma série de sonhos, e não apenas dois. Em breve (embora estivesse então com apenas dezessete anos) haveria de perder seu lar e ser levado para uma terra estranha, e ali passaria a viver como mero escravo. Todavia, um grande futuro jazia à sua frente, e chegaria a ser o Primeiro-Ministro do Egito. Mas quem teria pensado em tal coisa? Antes disso, contudo, deveria sofrer às mãos de homens maus e desarrazoados. Seus sonhos se acumularam e se mostraram urgentes, pois uma grande mudança haveria em breve de ter lugar em sua vida.   O sol, a lua e onze estrelas. Esses são símbolos universais. Os antigos pagãos criam que os corpos celestes são deuses ou habitações dos deuses. Os mitos astrológicos incorporaram essas crenças em seu sistema. E mesmo quando os homens vieram a crer que isso não é verdade, os corpos celestes continuaram a ser concebidos como dotados de poder sobre a vida dos homens.    Há doze signos no zodíaco, e temos aqui José, um dos irmãos, e mais onze irmãos, formando o zodíaco hebreu, por assim dizer. “As constelações do zodíaco foram distinguidas entre as nações orientais desde tempos imemoriais” (Adam Clarke, in loc). Não precisamos supor que José estivesse envolvido em astrologia. Os hebreus eram fracos quanto às ciências (incluindo a matemática), e assim dificilmente se interessariam pela astrologia. Os matemáticos desenvolveram a astrologia, na Babilônia e no Egito. Contudo, a mente de José poderia ter usado símbolos comuns a esses estudos. As estrelas eram símbolos universais de governantes. O sol é 0 deus-pai, e a lua é a deusa-mãe, de acordo com as religiões antigas. Assim, nesse sonho, pai, mãe e onze filhos sub- meter-se-iam a um outro filho. No primeiro sonho, a mente de José empregou itens comuns a seu trabalho como símbolos. Mas, neste segundo sonho, sua mente tirou proveito da mente universal, extraindo dali símbolos universais. Ambos os atos são comuns nos sonhos.    Neste momento, tenho à minha frente o livro How to Interpret Your Own Dreams (Tom Chetwynd). Ele apresenta esses símbolos (embora não estivesse pensando nos sonhos de José), mas apenas baseado em estudos científicos:   Lua e Sol      A lua representa o aspecto feminino, maternal — o oposto do sol (o qual representa, pelo menos algumas vezes, o aspecto masculino, o pai). O meio-dia representa a masculinidade. O sol personifica o deus-sol, uma figura autoritária, a força da vida. (Naturalmente, há muitos outros símbolos do sol e da lua. Exponho aqui apenas os que se aplicam ao sonho de José.) As estrelas ou planetas (os antigos não sabiam qual a diferença entre eles) circulariam em redor do sol, a figura central, como os filhos fazem com seu pai.


                    II.    O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITOS

1.   A túnica: o símbolo do desprezo   -   Fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Em lugar de “de mangas compridas”, algumas traduções dizem “de muitas cores”. Jerônimo ajunta que essa túnica chegava aos tornozelos. Mas alguns escritores judeus dizem até as palmas das mãos, dando a entender “mangas compridas”. Adam Clarke (in toe) supõe que se tratava de uma túnica branca com fímbrias púrpura, como a toga paetexta dos jovens romanos. O texto hebraico é obscuro, como é óbvio.  A arqueologia tem mostrado que longas túnicas coloridas eram uma marca dos cativos jebuseus. Parece que eram feitas com retalhos de várias cores. Outros pensam que essa túnica era mais do que uma peça especial do vestuário de José; pois, conforme explicam, Jacó tê-la-ia dado a José como emblema do oficio sacerdotal que José estaria destinado a exercer na família.   Talvez ele tenha assumido tal papel porque Rúben, o primogênito de Jacó, se havia desqualificado como primogênito por ter mantido relações sexuais com Bila, uma das concubinas de Jacó (Gên. 35.22; cf. Gên. 49.3 ss.). Mas essa interpretação é duvidosa, pois quem recebeu o direito de primogenitura foi Judá (0 que fica implícito em Gên. 49.8,9). Seja como for, a túnica era uma possessão preciosa, algo que os irmãos de José invejavam nele, por ser um sinal do favoritismo de Jacó (vs, 4).

2.   Ciúme: o agente do conflito familiar    O ciúme de seus irmãos (37.11)

Seus irmãos tinham ciúmes dele; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo (37.11). A virtude desperta mais inveja do que gratidão, e é mais fácil sentir inveja de quem anda corretamente do que seguir seus passos. Os irmãos de José, em vez de imitar seu exemplo, passaram a odiá-lo; e em vez de pedir a Deus discernimento acerca do que estava acontecendo, alimentaram sua alma com o absinto do ciúme. Vale destacar que esse ciúme doentio atingiu a todos os seus irmãos, de modo que ele passou a ser uma espécie de persona non grata entre eles.   O ciúme é um sentimento destrutivo. Concordo com Charles Swindoll quando diz que nenhuma reação é mais cruel do que o ciúme. Tal sentimento é duro como a sepultura (Ct 8.6), revela três sintomas: uma pessoa ciumenta vê o que não existe, aumenta o que existe e procura o que não quer achar. Em vez de olharem para José como o instrumento que Deus estava levantando para salvar sua família, viram-no como uma ameaça, e em vez de cuidarem dele, nutriam desejo de destruí-lo.   No meio dessa tempestade de ódio e ciúmes dentro de sua casa, Jacó ponderava essas coisas em seu coração, considerando o caso consigo mesmo. Mesmo não tendo discernimento acerca da natureza dos sonhos de José, Jacó entregava-se à reflexão sobre o que poderia ser isso. Com isso, o patriarca nos ensina que há momentos em que devemos nos calar e meditar, pois o silêncio é melhor do que a loquacidade frívola e a meditação, melhor do que palavrórios insensatos. Portanto, não tenha ciúmes de quem Deus está levantando e usando para cumprir Seus propósitos!

3.   A extensão do ciúme   -   Uma de suas manifestações mais destruidoras da alma é a inveja, um mal que, como está implícito na etimologia da palavra grega, faz com que a pessoa seja consumida. Não se falou da inveja como o mal cujo encarniçamento nada pode apaziguar, “primogênita do inferno”? Não se alimenta dos vivos, sem cessar até que estão mortos? Não é caruncho dos ossos? (Pv 14:30). Cf. o que Paulo diz a respeito em outros lugares (1 Ti. 6:4; logo, Rm 1:29; Gl 5:21; Fp 1:15) e cf. Mt 27:18; Mc 15:10; Tg 4:5; e 1Pe 2:1.  Nossa palavra inveja vem do latim invideo, que significa “olhar contra”, isto é, olhar com má disposição a outra pessoa devido ao que é ou ao que tem. (O ciúme, bem se disse, tem medo de perder o que tem; a inveja sente ódio ao ver que outra pessoa tem algo. Assim, o Sr. Fulano tem ciúme de sua própria honra, e está invejoso da superior habilidade do Sr. Sicrano).   A inveja foi o que provocou o assassinato de Abel, lançou a José dentro da cisterna, fez com que Coré, Datã e Abirão se rebelassem contra Moisés e Arão, fez com que Saul perseguisse Davi, deu lugar às amargas palavras que o “irmão mais velho” (na parábola do filho pródigo) dirigiu a seu pai, e foi o que crucificou a Cristo. O amor não tem inveja (1Co 13:4).

CIUMES

Ê estranho que o ciúme geralmente venha acompanhar um intenso amor entre as pessoas. Alguém já disse que o ciúme é o mau cheiro do amor. Seria assim mesmo? No hebraico temos a palavra qinah, «ciúme», «zelo», que figura por quarenta e uma vezes. Por exemplo: Núm. 5:14,15,18,25,29,30; Deu. 29:20; Eze. 8:3,5; 36:5,6; Zac. 1:14; 8:2. No Novo Testamento temos a palavra grega parazelóo, «ter muito ciúme», que ocorre por quatro vezes: Rom. 10:19 (citando Deu. 32:21); 11:11,14; I Cor. 10:22. Em Rom. 11:14, «emulação»; em I Cor. 10:22, «zelos».    A palavra hebraica envolvida salienta o rubor do rosto, uma espécie de ira reprimida, indicando ardor ou zelo, de forma positiva ou negativa. Tal palavra pode ser traduzida como «ardor», «zelo» ou «ciúme».    Ciúmes Positivo. O ciúme é um tipo de apreensão mental, quando a pessoa que o sente, sente estar sendo preterida por aquele que a ama, em favor de outrem. Seria o temor de ser substituído por um rival qualquer. Também envolve a atitude de ânsia e vigilância acerca daquilo que é considerado propriedade de quem tem ciúmes, como se essa pessoa ou objeto pudesse ser perdido ou prejudicado de alguma maneira.   No caso de Deus, o ciúme sempre é positivo, porquanto o rival é o reino do mal, que só pode prejudicar os amados do Senhor. Nesse caso, não temos a manifestação de um egoísmo insensato. Por isso as Escrituras afirmam que Deus é um Deus «zeloso» (Êxo. 20:5), razão pela qual ele quer que todos os seus mandamentos sejam cumpridos. O cumprimento dos mandamentos do Senhor é benéfico para aqueles que são amados por Deus.   O amor é a base do zelo ou ciúme de Deus. Em outras palavras, trata-se de uma forma de amor. Essa emoção do ciúme também pode ser experimentada pelos homens, e pode ser genuína, embora seja muito difícil distinguir onde o amor termina e o egoísmo começa. O apóstolo Paulo manifestou esse tipo de ciúme pelos, seus convertidos. Ver I Cor. 11:2.  Ciúmes Negativo. Esse tipo de ciúmes mistura o amor com o egoísmo. O critério de distinção deve ser o seguinte: sinto ciúmes porque temo que algo venha a prejudicar alguém a quem estimo, ou sinto ciúmes simplesmente porque não quero perder aquela pessoa ou coisa, com base em minha possessividade e egoísmo? Uma resposta bem pensada usualmente revela a existência desses dois elementos, que as emoções não conseguem separar adequadamente. Há casos em que o ciúme consiste em puro egoísmo. Um ciúme negativo foi que levou os irmãos de José a vendê-lo como escravo.  Não houve qualquer motivo altruísta por detrás do ato deles. José era o suposto rival deles, que roubava todo o afeto e atenção do pai deles. Simplesmente, queriam livrar-se dele. Anos mais tarde, quando se reuniram todos no Egito, eles não choraram? Ê possível que, desde o início, houvesse o sentimento de amor, mas este foi afogado pela emoção mais imperiosa do ciúme. Seja como for, é impressionante como o ciúme pode transformar-se, rapidamente, em puro ódio.   A razão para isso é simples: é mais fácil odiar do que continuar suportando mentalmente a forte emoção do ciúme. Acontece, portanto, que as pessoas que foram alvo do ciúme de outrem, acabam sendo o alvo do ódio dessa pessoa. O ciúme pode ser um sinônimo de «inveja». Porém, conforme já vimos, há um aspecto que pode ser positivo no ciúme, ao passo que a inveja sempre se manifesta como um sentimento negativo.    Uma Obra da Carne. Faz-nos pensar com sobriedade quando descobrimos que os ciúmes fazem parte da lista de vícios ou obras da carne, em Gálatas 5:19 e onde aparece a palavra grega zelos. Nesse caso, ciúmes é apenas um outro nome para egoísmo. Certamente envolve tanto o ódio quanto o ressentimento, levando a pessoa ciumenta a muitos atos desordenados. Mas tudo é feito na busca pelo conforto mental do indivíduo ciumento, e não visando ao bem da outra pessoa.  O irmão do filho pródigo teve ciúmes dele e isso foi o começo de suas dificuldades (Luc. 15:25-30). As atitudes mentais impróprias são pecados (Mat. 5:21-31), além de serem a inspiração que impulsiona atos pecaminosos. O ciúme e a inveja manifestam-se tão comumente entre os homens porque o ser humano é, essencialmente, um ser egocêntrico. Amar consiste em deixar de lado o egocentrismo. O amor não arde em ciúmes (I Cor. 13:5); não ultrapassa seus legítimos direitos. O amor tem origem divina (I João 4:8), pelo que o crescimento na espiritualidade é o antídoto para todas as modalidades de vicio humano.


                III.    OS MALES DO CIÚME

1.   O ciúme pode causar tragédias familiares   -   O problema do ciúme na vida conjugal

Vários são os problemas que criam os conflitos dentro de um lar.

O desentendimento conjugal pode ser provocado por razões várias, como: temperamentos distintos, formação familiar diferente, dívidas sem controle, tratamento grosseiro das partes e desconfiança entre os cônjuges. Neste último item, percebe-se que uma das principais causas de conflito conjugal é quando o casal vive sob a desconfiança um do outro. Por exemplo, o ciúme, por ser um sentimento de caráter emocional pode acarretar muitos males para a vida cotidiana do casal. O medo de perder o afeto do outro faz com pensamentos doentios sejam capazes de confundir realidades com suposições. O autor de Provérbios 27.4 declara que: “Cruel é o furor e a impetuosa ira, mas quem parará perante o ciúme?” (BKJ).   Como pastor de famílias, tenho visto muitos casamentos desmoronarem por causa do ciúme. Nos lares, até mesmos cristãos, quando o ciúme surge da parte de um dos cônjuges, pode terminar em violência, separação e ofensas mútuas.

2.   O ciúme entre os santos de Deus   -   “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (5.26). O orgulho e a inveja são obras da carne e não fruto do Espírito. Esses pecados são, portanto, incompatíveis na vida do salvo.   Dos muitos males existentes em nossa sociedade e, particularmente, na igreja, a ambição é a mãe de todos eles.    Por isso, Paulo exorta a nos precavermos desse erro, pois a kenodoxia, “vanglória”, nada mais é do que a ambição ou o anelo por honras, por meio dos quais cada pessoa deseja exceder as demais. A palavra refere-se a uma pessoa que sabe como tentar conseguir um respeito ao qual não faz jus, e demonstra, por suas ações, conversa fiada, vanglória e ambição.530 Entre os crentes, aquele que deseja glória humana se aparta da verdadeira glória. Não é lícito nos gloriarmos, exceto em Deus. Qualquer tipo de glória é pura vaidade. Provocar uns aos outros e ter inveja uns dos outros são atitudes filhas da ambição.

3.    Vencendo o ciúme   O amor é paciente e é benigno, o amor não é ciumento, o amor não é jactancioso, não é arrogante.    Alguns tradutores usam uma pontuação distinta pela qual dividem a primeira oração e fazem com que o substantivo amor seja sujeito da segunda oração: «A caridade é paciente, a caridade é benigna, não tem inveja» (CI). Contudo, a pontuação não afeta o significado do versículo 4.   «O amor é paciente». O verbo grego que traduzimos «é paciente» realmente quer dizer ser clemente com as ofensas e injúrias que outros nos fazem. Significa que alguém é lento para a vingança o lento para zangar-se. Demonstra a determinação a ser longânimo com os aspectos desagradáveis do caráter de uma pessoa e a exibir paciência que suporta. Assim como Deus é paciente conosco, nós também devemos ser tolerantes com o próximo (cf. Mt 18:26, 29).   «[O amor] é benigno». O verbo ser benigno só ocorre aqui no Novo Testamento.20 Clemente de Roma escreveu uma epístola à igreja de Corinto, na qual cita um dito de Jesus que contém o mesmo verbo: «como usardes de benignidade, assim a usarão convosco».21 O substantivo benignidade aparece repetidamente nas epístolas de Paulo. Por exemplo, depois de colocar o amor como o primeiro fruto do Espírito, Paulo menciona a paciência e a benignidade (Gl. 5:22).   «O amor não é ciumento». O ciúme é um vício ao qual ainda atribuímos uma cor: o verde. Sabemos que quando alguém fica verde pelo ciúme, aproxima-se um problema. A Bíblia está cheia de exemplos que mostram os efeitos desastrosos que o ciúme tem nas relações pessoais. Mencionemos alguns: Caim teve inveja de Abel, e o matou (Gn 4:3-8); os filhos de Jacó tiveram ciúme de José, e o venderam como escravo (Gn 37:11, 28); o sumo sacerdote e seu séquito se encheram de ciúme, e encarceraram os apóstolos (At 5:17, 18); e os judeus ficaram ciumentos de Paulo e Barnabé, e os expulsaram de Antioquia da Pisídia (At 13:45-50).   Pode-se derivar um sentido positivo da palavra «ciúme», se se conceber como o desejo de proteger a honra pessoal. Por exemplo, Deus é um Deus zeloso, que ordena Seu povo a adorar somente a Ele (Êx 20:5; Dt 5:9). Porém no presente versículo, o ciúme é um vício que é o oposto ao amor. Pelo contrário, o amor está livre de inveja.   «O amor não é jactancioso». Paulo usa um verbo que descreve uma pessoa que é jactanciosa ou fanfarrona.22 Este tipo de gente faz estardalhaço de sua retórica para conseguir reconhecimento. Sua conduta está marcada pelo egoísmo, uma atitude servil para com seus superiores e condescendente para com seus subordinados. Um fanfarrão mostra que está orgulhoso de si mesmo e de suas realizações. Mas tal alarde carece de amor a Deus e ao próximo, sendo um pecado grosseiro. Além disso, a jactância e a arrogância andam juntas.   «[O amor] não é arrogante». Num contexto anterior, Paulo aconselhou aos coríntios: «que … aprendam a não ir além do que está escrito, para que assim ninguém se torne arrogante, preferindo mais a um que a outro» (1Co 4:6). Instruiu-lhes a que obedecessem o ensino da Escritura, porque então poderão evitar a arrogância. Por certo, alguns dos coríntios eram arrogantes e, pensando que Paulo não retornaria a Corinto, minavam sua autoridade (1Co 4:18, 19; 5:2). Muitos estavam orgulhosos de seus conhecimentos. Mas Paulo os corrige, dizendo: «o conhecimento infla, mas o amor edifica» (1Co 8:1). Além do amor, o conhecimento degenera em arrogância detestável. Com o amor, é uma possessão valiosa. A arrogância é egoísmo inchado, enquanto o amor é humildade genuína. A arrogância está desprovida de amor e o amor não tem arrogância. De fato, excluem-se mutuamente.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21

Bíblia de estudo Pentecostal

Livro de Apoio, Relacionamentos em Família, Elienai Cabral - Editora CPAD.

Comentário Bíblico Gênesis, Hernandes D. Lopes - Editora Hagnos.

Comentário Bíblico N. T Interpretado versículo por versículo Russell N. Champlin- Editora Hagnos.

Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I, Warren W. Wiersbe  - Editora Central Gospel.

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Russell N. Champlin - Editora Hagnos.

Comentário do Novo Testamento Tito, William Hendroksen - Editora Cultura Cristã.

Comentário bíblico GALATAS, Hernades D. Lopes - Editora Hagnos

Comentário do Novo Testamento I Coríntios, Simon J. Kistemaker - Editora Cultura Cristã.

https://professordaebd.com.br/3-licao-2-tri-23-ciume-o-mal-que-prejudica-a-familia/