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segunda-feira, 6 de junho de 2022

Lição 11 – Sendo Cautelosos Nas Opiniões.

Escola Dominical Boa Vista II - Prof. Pb. Junio


Lição 11 – sendo cautelosos nas opiniões

TEXTO ÁUREO

“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso pai é misericordioso.” (LC 6.36)

VERDADE PRÁTICA

Quando julgamos as pessoas, nos colocamos em uma posição que não compete a nós, seres imperfeitos e falhos.

 

Leitura bíblica: MT 7.1-6 ( comentário da leitura bíblica)

V. 01 - O verbo krinô (“julgar”) possui uma vasta gama semântica: “julgar” (judicialmente), “condenar”, “discernir”. Aqui, ele não pode se referir à corte legal, ainda mais que 5.33-37 proíbe juramento judicial. E, ainda menos, esse versículo proíbe que seja feito qualquer tipo de julgamento, pois as distinções morais esboçadas no sermão do monte exigem que julgamentos decisivos sejam feitos. Jesus mesmo fala de algumas pessoas comparando-as com cães e porcos (v. 6) e adverte contra falsos profetas (w. 15-20). Em outras passagens, ele exige que as pessoas “façam julgamentos justos” (Jo 7.24; cf. ICo 5.5; G1 1.8,9; Fp 3.2; ljo 4.1). Tudo isso pressupõe que algum tipo de julgamento não só é legítimo, mas também obrigatório. A exigência de Jesus aqui é que seus discípulos não sejam inclinados a julgar e a censurar. O verbo krinô tem a mesma força em Romanos 14.10-13 (cf. Tg 4.11,12). A firmeza do compromisso dos discípulos com o reino de Deus e a justiça exigida deles não os autoriza a adotar uma atitude julgadora. Os que “julg[am]” assim serão “julgados” não pelos homens (o que traria pouca consequência), mas por Deus (o que se adéqua ao tom solene do discurso). O discípulo que toma sobre si a tarefa de julgar o que o outro faz usurpa o lugar de Deus (Rm 14.10) e, por isso, tem de responder a ele. Assim, o hina m ê (“para que [...] não”; NVI, “ou”) deve receber toda força télica: “Não assuma o lugar de Deus decidindo que você tem o direito de julgar a todos — não faça isso, digo-lhe, a fim de que não seja chamado para prestar contas a Deus, cujo lugar usurpa” (cf. b Shabbath 127b; M Sotah 1.7; b Baba M etzia 59b).

V. 02 – O intenso jogo de palavras no grego sugere que esse é um dito proverbial. Formalmente, é muito próximo de M Sotah 1.7; mas o uso feito dele em cada caso é, antes, distintivo (cf. Dalman, p. 223s.). Na verdade, precisamente por ser um provérbio, Jesus mesmo, em outra passagem, faz outro uso dele (cf. Mc 4.24). O ponto é semelhante ao já estabelecido (5.7; 6.12,14,15): a pessoa que julga, por não ser perdoadora e amorosa, testifica a própria arrogância e impenitência, pelo que exclui a si mesma do perdão de Deus (cf. Manson, Sayings \Ditos\, p. 56). _ « . „ . . , . De acordo com alguns rabis, Deus tem duas “medida[s]” — misericórdia e justiça (Lev R 29.3). Provavelmente, Jesus usou essa linguagem, adaptando-a para seu próprio objetivo. Aquele que posa de juiz não pode alegar desconhecimento da lei (Rm 2.1; cf. Tg 3.1); aquele que insiste na justiça genuína para os outros raramente está aberto para a misericórdia (Tg 2.13; 4.12). O problema retoma na passagem 18.23-35; aqui, “a ordem para não ju lga r não é uma exigência para ser cego, mas, antes, um pedido para ser generoso. Jesus não nos pede que deixemos de ser homens (suspendendo nosso poder de crítica que ajuda a nos distinguir dos animais), mas que renunciemos à presunçosa ambição de ser Deus (arvorando-nos em juiz)” (Stott, p. 177).

Vv. 03 – 05 -  O karphos (“cisco”) pode ser qualquer pedacinho de matéria estranha (v. 3). E óbvio que a dokos (“viga” ou “cepo”) é uma vívida hipérbole. Jesus não diz que é errado ajudar seu irmão (para “irmão” veja comentário sobre 5.22; Jesus está aparentemente referindo-se à comunidade de seus discípulos) a tirar um cisco do olho, mas que é errado a pessoa com uma “viga” no olho oferecer ajuda. Essa é uma hipocrisia absoluta do segundo tipo (veja comentário sobre 6.2). Segundo Samuel 12.1-12 é um exemplo impactante do Antigo Testamento (cf. também Lc 18.9). Isso não quer dizer que nessa perícope as palavras de Jesus têm o “sentido de excluir toda condenação dos outros” (Hill, M atthew [Mateus]), pois fazer isso exigiria nao levar a sério o versículo 5 e excluir o que diz o versículo 6. Na irmandade dos discípulos de Jesus, a censura crítica não tem serventia. Mas quando um irmão, com espírito manso e de autojulgamento (cf. ICo 11.31; G1 6.1), tira a viga de seu olho, ele ainda tem a responsabilidade de ajudar seu irmão a tirar o cisco de seu olho (cf. 18-15-20).

V. 06 -  6 Esse dito, embora tenha sido usado depois para excluir pessoas não batizadas da eucaristia (D idaquê3.5), não é esse o objetivo dele. Ele também não está conectado com os versículos precedentes ao lidar, agora, com pessoas que, embora devidamente confrontadas a respeito do “cisco” em seu olho, recusam-se a lidar com o assunto, como em 18.12-20 (como em Schlatter). O versículo, antes, adverte contra a conversa perigosa. Os discípulos, exortados a amar seus inimigos (5.43-47) e a não julgar (v. 1), podem falhar em considerar as sutilezas do argumento e se tornar pessoas simplórias e sem discernimento. Esse versículo adverte contra essa possibilidade. Os “porcos” não só são animais impuros, mas também são selvagens e maldosos, capazes de atos selvagens contra a pessoa. Não se deve pensar nos “cães” como animais caseiros, nas Escrituras, eles, em geral, são selvagens e associados com o que é impuro e desprezado (e.g., lSm 17.43; 24.14; lRs 14.11; 21.19; 2Rs 8.13; Jó 30.1; Pv 26.11; Ec 9.4; Is 66.3; M t 15.27; Fp 3.2; Ap 22.15). Os dois animais juntos servem como um retrato do que é malévolo, impuro e abominável (cf. 2Pe 2.22). As quatro linhas do versículo 6 formam um quiasma do padrão A-B-B-A (Turner, Syntax [Sintaxe], p. 346-47). Os porcos pisam as pérolas (talvez por desapontamento com o fato de não serem bocados de alimento), e os cães ficam tão desgostosos com “o que é sagrado” que se voltam contra quem lhes deu isso. O problema está no to hagion (“o que é sagrado”). Como isso faz paralelo com “pérolas” e qual realidade é almejada para fazer a história “funcionar”?

1. Alguns sugerem que to hagion se refere a “alimento santo” oferecido em conexão com os cultos do templo (cf. Êx 22.31; Lv 22.14; Jr 11.15; Ag 2.12). Mas essa é uma forma estranha de se referir a alimento sagrado e não fica óbvio por que os cães o rejeitariam.

 2. Outra sugestão é que to hagion é uma tradução errônea da palavra aramaica qedasa (heb. Nezem, “anel”), referindo-se a Provérbios 11.22 (cf. Black, Aramaic Approach [Abordagem aramaica], p. 200ss.). Contudo, apelar para erro de tradução nao deve ser a abordagem de primeira linha; e aqui o paralelismo de pérolas e porcos, obviamente pérolas sendo confundida com alimento, é destruído.

 3. P. G. Maxwell-Stuart (‘“Do no give what is holy to the dogs’ [Mt 76]” [“‘Não deem o que é sagrado aos cães’ (Mt 7-6)”], ExpT 90 [1978-79], p. 341) oferece uma retificação textual.

4. Contudo, parece mais sábio reconhecer que, como em 6.22,23, a interpretação da metáfora já está sugerida na própria metáfora. Em Mateus, “o que é sagrado” é o evangelho do reino; portanto, o aforismo proíbe proclamar o evangelho para determinadas pessoas designadas como cães e porcos. Em vez de pisar o evangelho, tudo deve ser “vendido” na busca por ele (13.45,46). O versículo 6 não é uma ordem contra evangelizar os gentios, em especial em um evangelho cheio de várias sustentações para isso, e não menos importante 28.18-20 (10.5, entendido de forma apropriada não é exceção). “Cães” e “porcos” não podem se referir a todos os gentios, mas, como Calvino percebeu corretamente, apenas as pessoas de qualquer raça que dão clara evidência de rejeitar o evangelho com maldoso escárnio e duro desprezo. Depois, os discípulos recebem uma lição similar (10.14; 15.14), e os cristãos posteriores ao evento da ressurreição também aprenderam bem essa lição (cf. At 13.44-51; 18.5,6; 28.17-28; Tt 3-10,11). Assim, quando os versículos 1-5 e o 6 são tomados juntos transformam o evangelho em algo análogo ao provérbio; “Não repreenda o zombador, caso contrário ele o odiará; repreenda o sábio, e ele o amará” (Pv 9.8).

 

                            INTRODUÇÃO

Juntamente com os muitos outros pecados gerados por sua justiça própria, os escribas e que não fazia parte do seu sistema de elite. Eles estavam sem misericórdia, implacável, cruel, de censura, e total falta de compaixão e graça. A sua avaliação de outros, como todos os outros aspectos do seu sistema hipócrita, foi baseada em aparências, no exterior e superficial (João 7:24; 8:15). Eles viviam de justificar-se aos olhos de outros homens; mas Jesus disse-lhes que o seu julgamento era totalmente contrário à vontade de Deus e era detestável diante dele (Lucas 16:15). O retrato clássico de julgamento hipócrita é dado na parábola do fariseu e do publicano que foi ao templo para orar. "O fariseu, de pé e estava orando, assim, para si mesmo:" Ó Deus, graças te dou porque não sou como as outras pessoas; roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano Jejuo duas vezes por semana;. Eu pago o dízimo de tudo que eu tenho. " Mas o publicano, estando em pé de distância, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! "" Avaliação das duas orações de Jesus é clara: "Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, em vez do que o outro, pois quem se exalta será humilhado, mas quem se humilha será exaltado" (Lucas 18: 11-14). Um corolário indissociável de justificar a si mesmo é condenar os outros. Quando alguém se eleva, todo mundo está reduzido em conformidade. Os fariseus estavam fazendo todo o possível para levantar-se em seus próprios olhos, inclusive atuando como juízes espirituais ao condenar os outros. Note-se que esta passagem erroneamente tem sido usado para sugerir que os crentes nunca devem avaliar ou criticar ninguém por nada. Nosso dia odeia absolutos, especialmente absolutos teologais e morais, e tal interpretação simplista fornece uma fuga conveniente do confronto. Os membros da sociedade moderna, incluindo muitos cristãos professos, tendem a resistir dogmatismo e convicções fortes sobre o certo eo errado. Muitas pessoas preferem falar de amor com tudo incluído, o compromisso, o ecumenismo, e unidade. Para a pessoa religiosa moderna esses são os únicos "doutrinas" vale a pena defender, e eles são as doutrinas de que todas as doutrinas conflitantes devem ser sacrificados.

 

I.            NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO

1.   1.  Aprendendo a se relacionar com os outros - Nunca conhecemos todos os fatos nem a totalidade da pessoa que julgamos. Faz muito, o famoso rabino Hillel disse: "Não julguem a ninguém até não ter conhecido a sua situação e circunstâncias." Ninguém conhece a força das tentações que outros devem suportar. O homem de temperamento plácido não conhece a tentação daqueles a quem ferve o sangue e se inflamam de paixão ante o menor motivo. O homem que foi bem educado, em um lar decente, não conhece as tentações de quem se criou em um tugúrio, ou em um lugar onde o mal caminha pela rua cotidianamente. Quem tem a bênção de pais cristãos não conhece as tentações de quem leva sobre si a tara de uma herança pecaminosa. O fato é que se fôssemos capazes de conhecer todas as circunstâncias, ficaríamos surpresos de que tantas pessoas tenham podido ser tão boas, apesar do que tiveram que suportar. Tampouco conhecemos a totalidade da pessoa. Em determinada situação, alguém pode ser terrivelmente insuportável, mas em outras ocasiões poderá constituir-se em uma torre de poder espiritual e beleza. Há um tipo de cristal que se chama "pedra do Lavrador". À primeira vista é uma pedra opaca, feia, que não chamaria a atenção de ninguém, mas se lhe damos volta, repentinamente, em certa posição, vista de certo modo, estala um brilho muito bonito. Há muitas pessoas que são como esta pedra. Pareceriam ser difíceis de amar, mas é porque não as conhecemos na totalidade de suas facetas. Todos têm algo bom. Nossa responsabilidade não é julgar e condenar a outros, atendo-nos ao conhecimento superficial que temos deles, mas sim a procurar a beleza oculta que nos fará amá-los. Isso é o que esperaríamos de outros com respeito a nós e é o modo em que devemos agir com respeito a outros.

2.  2.  Ninguém deve ser julgado? Vejamos como Jesus esclarece essa questão. Ele escolhe o olho como ilustração, pois é uma das partes mais sensíveis do corpo humano. A cena de um homem com uma trave no olho tentando remover um cisco do olho de outro homem é, de fato, ridícula! Quem não encara os próprios pecados com honestidade e não os confessa, torna-se cego e não pode ver claramente para ajudar seus semelhantes. Os fariseus viam os pecados dos outros, mas não conseguiam enxergar as próprias transgressões. Em Mateus 6:22, 23, Jesus usou o olho como ilustração para nos ensinar a ter uma perspectiva espiritual da vida. Não devemos julgar as motivações dos outros. Podemos examinar suas ações e atitudes, mas não julgar suas motivações, pois somente Deus conhece o coração de cada um. É possível fazer uma boa ação por motivos errados. Também é possível falhar numa tarefa e ainda assim ter motivações sinceras. Quando estivermos perante o tribunal de Cristo, ele examinará os segredos de nosso coração e nos recompensará de acordo (Rm 2:16; Cl 3:22-25). A ilustração do olho ensina ainda outra verdade: deve-se usar de grande amor e cuidado ao procurar ajudar os outros (Ef 4:15). Certa vez, tive de fazer um exame oftalmológico e uma cirurgia para remover uma partícula de metal da vista e apreciei muito o cuidado dos médicos que me trataram. Como os oftalmologistas, deveríamos ministrar com amor às pessoas a quem desejamos ajudar. Abordar os outros com impaciência e insensibilidade pode causar mais estrago do que um grão de areia no olho.

3. 3.  O julgamento defendido por Jesus - Krino (para julgar ) significa, basicamente, para separar, escolher, selecionar, ou determinar, e tem uma dúzia ou mais nuances de significado que deve ser decidido a partir do contexto. Em nossa presente passagem Jesus está se referindo ao julgamento dos motivos, que um mero ser humano pode saber de outro, e ao julgamento das formas externas. Paulo diz: "Portanto não nos julguemos mais uns aos outros, mas sim determinar isso-não colocar um obstáculo ou uma pedra de tropeço no caminho de um irmão" (Rom. 14:13). A Bíblia consistentemente proíbe justiça individual ou vigilante que assume para si as prerrogativas de um tribunal devidamente comprovada de direito. Também proíbe consistentemente julgamentos precipitados que não têm pleno conhecimento do coração ou dos fatos. "Aquele que dá uma resposta antes de ouvir, é estultícia e vergonha" (Prov. 18:13). Às vezes o que parece ser errado é nada do tipo. É significativo que, se Deus é onisciente, Ele nos dá muitos exemplos do que nós mesmos cuidados devem tomar antes de fazer julgamentos, especialmente aqueles que envolvem consequências graves. Antes de julgar aqueles que estavam a construir a torre de Babel, "O Senhor desceu para ver a cidade ea torre que os filhos dos homens edificavam" (Gn 11: 5). Antes que Ele destruiu Sodoma e Gomorra Ele disse: "Eu descerei agora, e ver se eles têm feito inteiramente de acordo com o seu clamor, que é vindo até mim; e se não, eu vou saber" (Gen. 18:21). O que Jesus aqui proíbe é o julgamento hipócrita, oficioso, apressada, sem misericórdia, prejudicado, e a condenação indevida com base em padrões e do conhecimento humano. Ele dá três razões pelas quais tal julgamento é pecaminoso: revela uma visão errônea de Deus, uma visão errônea dos outros, e uma visão errônea de nós mesmos.

 

II.           DEVEMOS PRIMEIRAMENTE OLHAR PARA NÓS MESMOS

1.   1.  Cuidado com o juízo exagerado sobre os outros -  A maioria das pessoas se sentem livres para julgar os outros como este, porque eles erroneamente pensam que são de alguma forma superior aos outros. Os fariseus pensaram que eram isentos de julgamento, porque eles acreditavam que eles perfeitamente medido até os padrões divinos. O problema era que esses eram meros padrões humanos que eles, e outros como eles, tinham estabelecido muito aquém da lei santa e perfeita vontade de Deus Jesus diz que Deus nos julgará com o mesmo tipo de julgamento com o qual julgamos os outros. Quando assumimos o papel de último juiz, onisciente, que implica que estamos qualificados para julgar-que sabemos e entender todos os fatos, todas as circunstâncias, e todos os motivos envolvidos. Portanto, quando afirmamos o nosso direito de juiz , que será julgado pelo padrão de conhecimento e sabedoria nós reivindicamos é nosso. Se nos colocamos como juiz sobre os outros, não podemos alegar ignorância da lei em referência a nós mesmos quando Deus nos julga. Tiago tem o mesmo princípio em mente quando ele adverte: "Não muitos de vocês se tornarem professores, meus irmãos, sabendo que, como tal, será punido com julgamento mais severo" (Tiago 3: 1). A pessoa que está qualificado para ensinar é julgado de forma mais estrita do que os outros, porque como professor, ele tem uma maior compreensão e influência. "De todos os que muito foi dado muito que ele deve exigido" (Lucas 12:48). Estamos especialmente culpado se não praticar o que nos ensinar e pregar. "Portanto, és inescusável, cada um de vocês que passa o julgamento, no que julgas a outro, você se condena;. Para você que julgam praticar as mesmas coisas E nós sabemos que o juízo de Deus contra os que praticam tais coisas "(Rom. 2: 1-2). Deus não tem padrões duplos. Ao criticar injustamente ou condenar sem piedade, jogamos a Deus e dar a impressão de que nós mesmos somos acima de qualquer crítica e julgamento. Mas Deus coloca nenhum de nós como juiz final acima dos outros, e não nos atrevemos a nos definir como juiz acima dos outros. Outras pessoas não estão sob nós, e para pensar assim é ter a visão errada deles. Para ele fofoqueiro, fofoca, crítica e julgamento é viver sob a falsa ilusão de que aqueles a quem nós assim juiz são de alguma forma inferior a nós. Na antiga Pérsia um certo juiz corrupto que aceitou um suborno para prestar um falso veredicto foi condenada executado pelo rei Cambises. A pele do juiz foi então usada para cobrir o tribunal. Juízes subsequentes foram obrigados a tornar seus julgamentos ao sentar-se na cadeira, como um lembrete das conseqüências de perverter a justiça.

2.  2.  A inconsistência dos que possuem espírito de crítica -  uma justificativa clara (7.1b).... para que não sejais julgados. Quem julga, será julgado. Quem se assenta na cadeira do juiz, assentar-se-á no banco dos réus. A seta que você lança contra o outro volta-se contra você. Robertson acredita que Jesus esteja aqui citando um provérbio semelhante a “quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado dos outros”. Quando o homem exerce o juízo temerário, está não apenas usurpando um julgamento que só pertence a Deus, mas também estabelecendo o critério para seu próprio julgamento. A mesma régua que a pessoa usa para medir o outro, a fim de julgá-lo, será usada para seu próprio julgamento. Warren Wiersbe diz que os fariseus faziam o papel de Deus ao condenar os outros, mas não levavam em consideração que, um dia, eles próprios seriam julgados.

3.  3.  O que fazer para não julgarmos precipitadamente os outros? Alguns rabinos diziam que Deus tem duas medidas com que avalia as pessoas, a medida da justiça e a medida da misericórdia. É possível que em 7.2 Jesus esteja usando essa crença para esclarecer sua afirmação — dessas duas medidas, a que usarmos também será aplicada a nós. Suponhamos, por exemplo, que encontremos um mentiroso desprezível. O que pensamos dele? Se o medirmos apenas pela justiça, seremos muito críticos e condenadores. Mas esse critério será usado conosco: até que ponto somos verdadeiros? Com que frequência inventamos dados e histórias para nos beneficiar ou ganhar uma discussão? Quem sabe apliquemos o padrão de justiça ao adúltero ou à prostituta. Como nos sairemos quando o mesmo padrão for aplicado a nós, sobretudo diante de Mateus 5.27-30? Ou, ainda, talvez apliquemos o padrão de justiça de Deus aos ricos que exploram os pobres com práticas injustas e pela ganância. Mas quantas vezes temos sido gananciosos? Quantas vezes diminuímos o valor de outras pessoas por dinheiro (até no trabalho, por exemplo)? Queremos mesmo que o padrão da justiça de Deus seja aplicado a nós da mesma forma que o aplicamos aos outros?

 

III.      E SE FÕSSEMOS JULGADOS PELA SEVERIDADE DE DEUS

1.    Deus é severo? «…severidade…» porque pode haver a perda dessas bênçãos, bem como pode haver um julgamento, parcialmente evidenciado agora no endurecimento judicial imposto por Deus (ver os versículos sétimo a décimo deste mesmo capítulo), mas o qual julgamento se concretizará plenamente quando do juízo eterno, com a perda da vida eterna. Ora, tais coisas só podem ser aplicadas verdadeiramente a «indivíduos», e não a grupos, comunidades e nações, porquanto tais advertências se dirigem especificamente a indivíduos. Qual é a verdade mais insistentemente pregada nas igrejas atuais do que aquela que afirma que a salvação e a fé são questões eminentemente pessoais? Como, pois, poderíamos interpretar desonestamente estes versículos, aplicando-os somente como características de nações e povos, mas não de indivíduos? Falar de «bondade» aqui, sem a ideia da bondade de Deus, que proporciona a salvação por meio de Cristo, é negar o conteúdo inteiro desta secção. Por igual modo, falar da «severidade» de Deus, sem incluir a cegueira judicial e os seus resultados naturais, no juízo vindouro, é distorcer a mensagem de todo o contexto, e, de fato, a mensagem da secção inteira dos capítulos nono a décimo primeiro dessa epístola aos Romanos.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. 

2.   Como Deus nos julga? Deus derrama as bênçãos de Sua aliança, Sua fidelidade e Seu amor, sobre aquele que são obedientes. Suas bênçãos se estendem a tudo que pertence a tais pessoas, de modo que Israel se multiplicará como povo, enquanto que suas colheitas e rebanhos produzirão abundantemente.

Doenças como as que afligiam os egípcios seriam removidas do meio dos israelitas e transferidas para seus inimigos.

Nesta passagem, como em muitas outras no Velho Testamento, retrata-se um relacionamento muito íntimo entre o povo e a terra. Um povo obediente desfruta as bênçãos de Deus em sua terra, ao passo que os desobedientes descobrem que as maldições alcançam sua terra, suas colheitas e seus rebanhos. Uma comparação desta breve lista de maldições e bênçãos com as encontradas em 27:11 — 28:68 e Levítico 26 é instrutiva. As maldições e bênçãos mencionadas nessas passagens fazem lembrar listas semelhantes encontradas em antigos tratados de suserania do Oriente Próximo, no período entre 2500 e 650 AC.

3. O exemplo da justiça de Deus na vida de Davi - Natã apresenta um vínculo de juízos sobre a sua família por causa desse pecado (v. 10): “não se apartará a. espada jamais da- tua casa, nem durante a tua vida nem depois, mas, na maior parte do tempo, tu e tua posteridade estareis engajados em guerra”. Ou essa palavra aponta para a matança que ocorrerá entre os seus filhos, Amnom, Absalão e Adonias, todos caindo pela espada. Deus tinha prometido que sua benignidade não se apartaria dele e de sua casa (cap. 7.15); no entanto, aqui, Ele ameaça que a espada não se apartaria dele. Podem a benignidade e a espada concordar uma com a outra? Sim, elas podem estar debaixo de grandes e prolongadas aflições, sem serem excluídas da graça e da aliança. O motivo apresentado é: porquanto me desprezaste. Observe: Esses que desprezam a palavra e a lei de Deus desprezam o próprio Deus e serão levados em pouca estima. E particularmente intimidador:

[1] Que seus filhos serão a sua tristeza: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti. O pecado traz dificuldade para a família, e um pecado se torna, com freqüência, o castigo de outro. [2] Que suas mulheres seriam sua vergonha, que por meio de ações perversas sem paralelos elas seriam publicamente profanadas diante de todo Israel (w. 11,12). Não lemos se isso seria feito pelo seu próprio filho, com receio de que o cumprimento fosse impedido pelo fato de a predição ser tão clara; mas foi feito por Absalão, de acordo com o conselho de Aitofel (cap. 16.21,22). Aquele que profanar a esposa do próximo, terá sua própria profanada, porque essa era a forma de o pecado ser castigado, como aparece na imprecação de Jó: então, moa minha mulher para outro (Jó 31.10), bem como a ameaça (Os

4.14). O pecado foi secreto, e diligentemente ocultado, mas o castigo seria aberto, e diligentemente proclamado, para a vergonha de Davi, cujo pecado em relação a Urias, embora cometido muitos anos antes, seria então lembrado e comentado naquela ocasião. Como um rosto é refletido em um espelho, assim o castigo, com freqüência, se reflete no pecado; aqui é sangue por sangue e imundícia, por imundícia. E, assim, Deus mostraria o quanto odeia o pecado, mesmo que ele ocorra em seu próprio povo, e que, sempre que o encontrar, não o deixará impune.

 

AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                   BIBLIOGRAFIA

Bíblia Almeida século 21

Bíblia de estudo King James Atualizada

Comentário bíblico Mateus, John Macarthur

O Sermão do Monte, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, William Barclay

Comentário bíblico Mateus, D. A. Carson

Comentário bíblico expositivo Mateus, Warren W. Wiersbe

Comentário bíblico expositivo Hagnos Mateus, Hernandes Dias Lopes

A. Thompson. Comentário Bíblico Deuteronômio. Editora Vida Nova.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

LIÇÃO 10 - NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS.

Lição 10 – nossa segurança vem de deus

TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”

VERDADE PRÁTICA

Não podemos colocar a nossa esperança nas riquezas deste mundo, mas sim em Deus.

 

Leitura bíblica em Classe: MT 6.19-27 (comentário leitura bíblica).

V. 19 -   O amor pela riqueza é o grande mal (lTm 6.10) que pede advertência constante. Para os herdeiros do reino, acumular riquezas nos últimos dias (Tg 5.2,3) é particularmente falta de visão. Todavia, como acontece com muitas das proibições de Jesus nesse sermão, seria temerário também absolutizar essa afirmação de que a riqueza em si mesma se torna um mal (cf. Lc 14.12; Jo 4.21; IPe 3.3,4; pois outras declarações não podem ser absolutizadas de forma apropriada). Outras passagens das Escrituras exigem que o homem provenha para seus parentes (lTm 5.8), recomendam trabalho e provisão para o futuro (Pv 6.6-8) e encorajam-nos a usufruir das coisas boas que o Criador nos concedeu (lTm 4.3,4; 6.17). Jesus está preocupado com o egoísmo observado nos valores errôneos. Seus discípulos não devem acumular tesouros para si mesmos, eles devem se perguntar honestamente onde está seu coração (w. 20,21). Esse versículo não proíbe “ser previdente (fazer provisão sensata para o futuro), mas ser ganancioso (como avarentos que acumulam bens, e materialistas que sempre querem mais)” (Stott, p. 155). Mas é insensato pôr alguém na primeira categoria enquanto age e pensa como os membros da segunda (cf. France, “God and Mammon” [Deus e o Mamom”]). Os “tesouros na terra” podem ser roupas que podem ser atacadas por traças. A moda mudava pouco, e os trajes podiam ser passados adiante. Eles também podiam deteriorar. “Ferrugem” (brôsis) não se refere apenas à corrosão dos metais, mas à destruição causada por ratazanas, fungos e coisas semelhantes. Comentaristas mais antigos, com frequência, pintavam uma fazenda sendo destruída por ratos e outros animais e insetos daninhos. Os tesouros menos Corruptíveis podiam ser roubados: ladrões podiam entrar (dioryssousin, “arrombar”, referindo-se às paredes de barro da maioria das casas palestinas do século I) e roubar.

Vv. 20-21 - Por contraste, os tesouros do céu estão para sempre isentos da deterioração e dos roubos (v. 20; cf. Lc 12.33). As palavras “tesouros nos céus” remontam à literatura judaica (M Peah 1.1; T Levi 13.5; SI Sal 9.9). Aqui, o termo “tesouros” refere-se a tudo que é bom e de relevância eterna que vem do que é feito na terra. Fazer obras justas, sofrer por causa de Cristo, perdoar uns aos outros — tudo isso tem promessa de “recompensa” (veja comentário sobre 5.12; cf. 5.30,46; 6.6,15; 2Co 4.17). Outras obras de bondade também acumulam tesouros nos céus (Mt 10.42; 25.40), incluindo disposição para compartilhar (lTm 6.13-19). Nos melhores MSS, o aforismo final (v. 21) reverte para a segunda pessoa do singular (cf. w . 2,6,17; veja comentário sobre 5-23). O ponto é que as coisas mais altamente entesouradas ocupam o “coração”, o centro da personalidade, abraçando mente, emoções e vontade (cf. DNTT 2:180-84); e, assim, o tesouro mais acalentado de forma sutil, mas infalível, controla toda a direção e valores da pessoa. “Se a honra é considerada o mais alto bem, então a ambição assume o controle total do homem; se for o dinheiro, então, logo em seguida, a cobiça toma o comando do reino; se for o prazer, então os homens, com certeza, degeneram em alegre satisfação dos desejos” (Calvino). De modo oposto, os que estabelecem sua mente nas coisas do alto (Cl 3.1,2), determinando levar a vida sob as normas do reino, descobrem, por fim, que suas obras os seguem (Ap 14.13).

Vv.22-23 -  “Os olhos são a candeia do corpo” (v. 22) no sentido de que através dos olhos, o corpo encontra seu caminho. O olho deixa entrar a luz, e, assim, o corpo todo é iluminado. Mas olhos maus não deixam entrar a luz, e o corpo fica nas trevas (v. 23). A “luz que está dentro de você” parece ironia; os que têm olhos maus e que caminham nas trevas pensam que têm luz, mas, na verdade, essa luz é trevas. As trevas são ainda mais terríveis, pois não se reconhecem pelo que sao (cf. Jo 9.41). Essa descrição totalmente honesta tem implicações metafóricas. O “olho” pode equivaler ao “coração”. O coração voltado para Deus para guardar seus mandamentos (SI 119.10) equivale ao olho fixo na lei de Deus (SI 119.18,149; cf. 119.36,37). De forma semelhante, Jesus move do “coração” (v. 21) para os “olhos” (w. 22,23). Além disso, o texto move-se entre a descrição física e a metáfora por meio das palavras escolhidas para “bons” e “maus”. Haplous (“bom”; v. 22) e seus cognatos podem ter o sentido de “único” {vs. diplous, “duplo”; lTm 5.17) no sentido de “lealdade única, indivisa” (cf. lC r 29.17) ou nas formas cognatas “generoso”, “liberal” (cf. Rm 12.8; Tg 1.5). Da mesma forma, ponêros (“mau”, v. 23) pode ter o sentido de “maligno” (e.g., Rm 12.9) ou na expressão idiomática judaica “o olho mau” pode ter sentido de avareza e egoísmo (cf. Pv 28.22). Portanto, Jesus está dizendo: (1) ou que o homem que “divide seu interesse e tenta focar tanto Deus como as posses [...] não tem visão clara e viverá sem orientação nem direção claras” (Filson) — interpretação satisfatoriamente compatível com o versículo 24; (2) ou que o homem que é mesquinho e egoísta não pode realmente ver para onde está indo; ele é moral e espiritualmente cego — interpretação compatível com os versículos 19-21. Dos dois jeitos, a primeira interseção da metáfora pode explicar a linguagem difícil do versículo 22. Na esfera física, “todo o seu corpo” é exatamente isso, um corpo do qual o olho é a parte que provê “luz” (cf. R. Gundry, Soma [Cambridge: University Press, 1976], p. 24-25). Na esfera metafórica, o corpo representa a pessoa inteira que está mergulhada na treva moral. Assim, “a luz que está dentro de você” é a visão que o olho com lealdades divididas fornece ou a atitude caracterizada pelo egoísmo; nos dois casos, na verdade, são realmente trevas. Essa abordagem que depende do Antigo Testamento e do uso judaico é muito preferida à que vai à literatura helenista e interpreta “a luz que está dentro de você” no sentido neoplatônico (e.g., H. D. Betz, “Matthew vi.22f and ancient Greek theories of vision” [“Mateus 6.22s. e antigas teorias gregas sobre visão”], em Best e Wisdow, p. 43-56).

V.24 - “Agora, Jesus explica que por trás da escolha entre dois tesouros (que acumulamos) e duas visões (em que fixamos nossos olhos) está a ainda mais básica escolha entre dois mestres (a quem serviremos)” (Stott, p. 158). “Dinheiro” é a tradução da palavra grega m am õna (“Mamom”), ela mesma uma transliteração da palavra aramaica m ã m ôn ã’ (em declaração enfática; “riqueza”, “propriedade”). A raiz (mn), tanto no hebraico quanto no aramaico, indica aquilo em que a pessoa confia; e a conexão com dinheiro e riqueza, bem atestada na literatura judaica (e.g., Peah 1.1; b Berakoth 61b; IsAAboth 2.7; nem sempre em um sentido negativo) é dolorosamente óbvia. Aqui, ela está personificada. Deus e Dinheiro não são retratados como empregadores, mas como senhores de escravos. O homem pode trabalhar para dois empregadores, mas uma vez que “a posse única e o trabalho em tempo integral são a essência da escravidão” (Tasker), ele não pode servir a dois senhores de escravos. Ou Deus é servido com devoção total ou não é servido de maneira alguma. As tentativas de dividir a lealdade denunciam profundo compromisso com a idolatria, e não compromisso parcial com o discipulado.

V.25 -  “Portanto”, à luz das alternativas demonstradas (w. 19-24) e assumindo que seus discípulos farão as escolhas certas, Jesus continua preocupado em proibir. A expressão “Não Jesus mesmo exige que pensemos até mesmo sobre aves e flores (w. 26-30). “Não se preocupem” pode ser falsamente absolutizado, negligenciando as limitações impostas pelo contexto e as maldições lançadas sobre o descuido, a apatia, a indiferença, a preguiça e a autoindulgência expressas em outras passagens (cf. Carson, Sermon on the M ount [Sermão do monte], p. 82-86; Stott, p. 165-68). O ponto aqui é não se preocupar com as necessidades físicas, muito menos com os luxos implícitos nos versículos precedentes porque essa preocupação sugere que toda nossa existência foca essas coisas e está limitada a elas. O argumento é a fortio ri (“quanto mais”), mas não (contra Hill, M atthew [Mateus]) a m inori a d maius (“do menor para o maior”) e, sim, o reverso: se Deus concedeu-nos a vida e o corpo, ambos reconhecidamente mais importantes que alimento e vestimenta, ele também não nos daria esses dois últimos? Por isso, preocupar-se com essas coisas trai a perda de fé e a perversão de compromissos mais valiosos (cf. Lc 10.41, 42; Hb 13.5,6).

V.26 - O ponto não é que os discípulos não precisam trabalhar — as aves não esperam apenas que Deus jogue alimento em seu bico — mas que eles não precisam se preocupar. Os discípulos podem fortalecer ainda mais sua fé quando lembram que Deus, em um sentido especial, é Pai deles (não o Pai das aves) e que eles valem muito mais que as aves (o termo “vocês” é enfático). Aqui, o argumento é do menor para o maior. Esse argumento pressupõe uma cosmologia bíblica sem a qual a fé não faz sentido. Deus tem tanta soberania sobre o universo que até mesmo a alimentação de um rouxinol está no âmbito de sua preocupação. Como ele normalmente faz coisas de forma regular, há “leis científicas” a serem descobertas, mas o cristão com olhos para ver descobre simultaneamente coisas sobre Deus e sua atividade (cf. Carson, Sermon on the M ount [Sermão do m onte], p. 87-90).

V.27 - A palavra hêlikia (“vida”) também pode ser traduzida por “estatura” (cf. Lc 19.3); e pêchys (“hora”) tem o sentido de “cúbito” (cerca de cinquenta centímetros) ou “idade” (Hb 11.11). Nenhuma combinação se encaixa com facilidade; ninguém poderia ficar tentado a achar que a preocupação acrescentaria cinquenta centímetros a sua estatura (KJV) nem que uma medida linear (cinquenta centímetros) se encaixa facilmente com “vida”. Essa disparidade explica a diversidade de traduções. O mais provável é que a medida linear esteja sendo usada no sentido metafórico (cf. “pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” [ARA]), semelhante a “atravessar um marco” no aniversário. E mais provável que a preocupação abrevie a vida do que a prolongue, e, em última instância, esses assuntos estão nas mãos de Deus (cf. Lc 12.13-21). Basta confiar nele.

 

                            INTRODUÇÃO

Os seres humanos são naturalmente orientada a coisa. Estamos fortemente inclinado a ser embrulhado em buscar, adquirindo, desfrutando, e proteger os bens materiais. Em culturas prósperas, como aqueles em que a maioria dos ocidentais viver, a propensão para construir nossas vidas em torno de coisas é especialmente grande. Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam preocupados com as coisas. Eles eram materialistas, ganancioso, avarento, cobiçoso, agarrando, e manipuladora. Que "os fariseus ... eram amantes do dinheiro" (Lucas 16:14) não foi incidental para os outros pecados para os quais Jesus os repreendeu. Porque eles não têm uma visão correta de si mesmos (ver Mat. 5: 3-12), de sua relação com o mundo (5: 13-16), da Palavra de Deus 17-20), da moralidade (5: 21-48), e dos deveres religiosos (6: 1-18), era inevitável que eles não têm uma visão correta das coisas materiais. Jesus primeiro mostra como a sua visão das coisas materiais não essenciais foi pervertido (vv. 4-24) e, em seguida, como a sua visão das coisas materiais essenciais também foi pervertido (vv. 25-34). Seus pontos de vista tanto de luxos e necessidades foram deformado. A falsa doutrina leva a falsos padrões, comportamento falso, e falsos valores e religião hipócrita parece sempre ser acompanhado pela cobiça e imoralidade (cf. 2 Ped. 2: 1-3, 14-15). Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli, o sumo sacerdote, não teve em conta para as coisas de Deus, mas eles ansiosamente aproveitou escritório exaltado de seu pai, bem como as suas próprias posições sacerdotais. Eles "eram homens inúteis, pois eles não conhecem o Senhor" (1 Sam 2:12.). Eles levaram mais do que sua parte prescrito da carne de sacrifício para si mesmos, e eles cometeram adultério "com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação" (13-17 vv., 22). Os problemas econômicos como inflação, as recessões e depressões envolvem muitos fatores-monetárias complexas, políticos, militares, sociais, climáticas, e assim por diante. Mas, com exceção do climática, sobre os quais os homens têm pouco controle, a causa por trás da maioria dificuldade econômica é a ganância. Os problemas são causados, em primeiro lugar por causa da ganância, e muitas vezes são aparentemente impossível de resolver, pelo mesmo motivo. Como João Stott observa, "ambição mundana tem um fascínio forte para nós. O feitiço do materialismo é muito difícil de quebrar" ( Cristão Counter-Culture [Downers Grove, Ill .: InterVarsity de 1978], p. 154).

 

I.               RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA

1.    Uma conciliação impossível -  palavra kosmos foi empregada em um sentido ético, para indicar uma sociedade corrupta, ou o princípio do mal que opera sobre os homens. O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios e filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. Se o mundo valoriza a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses valores do mundo.

Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: primeiro, sendo amigo do mundo (4.4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1.27). Terceiro, amando o mundo (IJo 2.15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12.2). O resultado é ser condenado com o mundo (iCo 11.32). Assim, seremos salvos como que por meio do fogo (iCo 3.11-15). Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado com Cristo (Rm 7.4) e deve ser fiel a Ele (Is 54.5; Jr 3.1-5; Ez 23; Os 1-2; ICo 11.2). O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de Deus.

Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo. Temos que tomar cuidado com as pequenas coisas.

O mundo envolve as pessoas pouco a pouco. Ninguém se torna um viciado em álcool do dia para a noite. Ninguém se lança de cabeça nas aventuras loucas das drogas no primeiro trago ou na primeira picada. Ninguém começa uma vida licenciosa num primeiro flerte. A sedução do mundo é como uma fenda numa barragem, começa pequena, mas pode conduzir a um grande desastre. Luis Palau comenta:

Quando a imensa represa Teton Dam, no sudeste de Idalio, desmoronou, em 05 de junho de 1976, todos ficaram aturdidos. Sem aviso prévio, sob céu claro, a imensa estrutura subitamente desmoronou, lançando milhões de litros de água para dentro da bacia do rio Snake. Uma catástrofe súbita? Um desastre instantâneo?

Certamente parecia ser, pelo menos superficialmente. Mas, abaixo da linha da água, numa profundidade em que os engenheiros não podiam ver, ocorria a propagação de uma rachadura oculta que, de forma lenta, porém gradual, enfraquecia toda a estrutura da represa.

Aquilo começou de forma bastante insignificante. Apenas um pequeno ponto frágil, uma pequena ponta de erosão. Ninguém vira e ninguém cuidara do problema. Quando a fenda foi detectada, já era muito tarde. Os empregados da represa tiveram apenas de correr para salvar suas vidas e de escapar de serem levados pelas águas. Ninguém vira a pequena rachadura, mas todos viram o grande desmoronamento.

2.   Tesouros da terra e tesouros do céu - Em primeiro lugar, uma ordem negativa (6.19). Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam. E claro que Jesus não está aqui condenando a riqueza, pois, quando esta vem como fruto do trabalho e da bênção de Deus, ela não traz desgosto. Também Jesus não está aqui proibindo a previdência, pois a Escritura nos exorta a considerar a ação das formigas que trabalham no verão para ficarem abastecídas no inverno. Jesus tampouco está condenando você por usufruir dos benefícios do seu trabalho. O que ele condena no texto é o acúmulo para si, a ganância desmedida e a avareza mesquinha. Os tesouros nos são dados para serem repartidos, e não para serem egoisticamente acumulados. Nada trouxemos e nada levaremos deste mundo. Entramos no mundo nus e sairemos dele nus. Não há gaveta em caixão. Aqui nossos tesouros são carcomidos por ferrugem, destruídos por traças e subtraídos por ladrões. O problema não é possuirmos dinheiro, mas o dinheiro nos possuir. O problema não é guardar dinheiro no bolso, mas entronizá-lo no coração. O problema não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. Em segundo lugar, uma ordem positiva (6.20). Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Ajuntar tesouros no céu não é criar uma linha de crédito celestial. Isso não é acumular méritos pessoais diante de Deus nem manter um saldo robusto no banco do céu em virtude das boas obras praticadas nesta vida. Quando usamos, porém, nossos tesouros para promover a causa do evangelho e socorrer os necessitados, isso é investir para a eternidade. Nesse sentido, ganhamos o que damos e perdemos o que retemos. Em terceiro lugar, uma explicação necessária (6.21). Porque, onde está 0 teu tesouro, a í estará também 0 teu coração. O nosso tesouro arrasta nosso coração. Nosso coração estará na terra ou no céu, depende de onde o colocamos, se na terra ou no céu.

3.   O que o cristão precisa saber sobre os bens materiais? - Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam preocupados com as coisas. Eles eram materialistas, ganancioso, avarento, cobiçoso, agarrando, e manipuladora. Que "os fariseus ... eram amantes do dinheiro" (Lucas 16:14) não foi incidental para os outros pecados para os quais Jesus os repreendeu. Porque eles não têm uma visão correta de si mesmos (ver Mat. 5: 3-12), de sua relação com o mundo (5: 13-16), da Palavra de Deus 17-20), da moralidade (5: 21-48), e dos deveres religiosos (6: 1-18), era inevitável que eles não têm uma visão correta das coisas materiais. Em momento algum Jesus exagera a pobreza ou critica o enriquecimento legítimo. Deus fez todas as coisas, inclusive a comda, roupas e metais preciosos, e declarou que todas as coisas que fez são boas (Gn 1:31). Deus sabe que precisamos de certas coisas para viver (Mt 6:32). De fato, é Deus quem "tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento" (1 Tm 6:17). Não é errado possuir coisas, mas é errado permitir que as coisas nos possuam. O pecado da idolatria é tão perigoso quanto o da hipocrisia! Encontramos várias advertências contra a cobiça ao longo Bíblia (Êx 20:1 7; Sl 119:36; Mc 7:22; Lc 12:15ss; Ef 5:5; Cl 3:5). Jesus adverte sobre o pecado de viver em função dos bens materiais e chama a atenção para as tristes conseqüências da cobiça e da idolatria. Não creio que Jesus esteja condenando todo tipo de riqueza, assim como não está condenando todo tipo de roupa. Ele não está proibindo coisas, mas, sim, o amor às coisas. Não o dinheiro, mas o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Jesus nos proíbe de fazer de simples bens materiais nosso tesouro, de acumular coisas como se tivessem importância suprema.

II.           A IDOLATRIA AO DINHEIRO

1.   O coração no lugar certo - Portanto, nem as propriedades, nem a provisão para o futuro, nem o desfrutar dos dons de um Criador bondoso estão incluídos na proibição dos tesouros acumulados na terra. O que está, então? O que Jesus proíbe a seus discípulos é a acumulação egoísta de bens (“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra”); uma vida extravagante e luxuosa, a dureza de coração que não deixa perceber as necessidades colossais das pessoas menos privilegiadas neste mundo; a fantasia tola de que a vida de uma pessoa consiste na abundância de suas propriedades; e o materialismo que acorrenta nossos corações à terra. O Sermão do Monte repetidas vezes refere-se ao “coração” e, aqui, Jesus declara que o nosso coração sempre segue o nosso tesouro, quer para baixo para a terra, quer parao alto para o céu (v. 21). Resumindo, “acumular tesouros sobre a terra” não significa ser previdente (fazer ajuizadas provisões para o futuro), mas ganancioso (como o sovina que acumula e os materialistas que sempre querem mais).

Esta é a armadilha contra a qual Jesus nos adverte aqui. “Sempre que o Evangelho é ensinado”, escreveu Lutero, “e as pessoas procuram viver de acordo com ele, surgem duas terríveis pragas: os falsos pregadores, que corrompem o ensino, e, então, a Sra. Ganância, que impede um viver justo.” O “tesouro na terra”, por nós cobiçado, Jesus nos lembra: “A traça e a ferrugem destroem, e … os ladrões o arrombam e roubam” (BLH). A palavra grega para “ferrugem” (brasis) significa “comer”; pode referir-se à corrosão causada pela ferrugem, mas também a qualquer peste ou parasita devoradora. Naquele tempo, as traças entravam facilmente nas roupas das pessoas, os ratos comiam os cereais armazenados, pestes atacavam o que estivesse debaixo da terra, e os ladrões entravam nos lares e levavam o que fosse possível. Não havia a menor segurança no mundo antigo. E para nós, gente moderna, que procuramos proteger os nossos tesouros com inseticidas, venenos contra ratos, ratoeiras, tintas à prova de ferrugem e arames contra ladrões, mesmo assim eles se desintegram na inflação ou na desvalorização ou nos colapsos econômicos.

Mesmo que uma parte permaneça através desta vida, nada podemos levar conosco para a outra. Jó estava certo: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei.” Mas o “tesouro no céu” é incorruptível. Que tesouro é esse? Jesus não explica. Mas podemos dizer com toda certeza que “ajuntar tesouros no céu” é fazer na terra alguma coisa cujos efeitos durem pela eternidade. Jesus não estava, certamente, ensinando uma doutrina de méritos ou um “tesouro de méritos” (como a Igreja Católica medieval ensinava), como se pudéssemos acumular no céu, através de boas obras praticadas na terra, uma espécie de crédito bancário do qual nós e outros pudéssemos sacar, pois tal noção grotesca contradiz o Evangelho da graça que Jesus e seus apóstolos ensinaram coerentemente. E, de qualquer modo, Jesus estava falando a discípulos que já tinham recebido a salvação de Deus. Parece, antes, referir-se a coisas tais como: o desenvolvimento de um caráter semelhante ao de Cristo (uma vez que todos nós podemos levá-lo conosco para o céu); o aumento da fé, da esperança e da caridade, pois todas elas, segundo Paulo, “permanecem”; o crescimento no conhecimento de Cristo, o qual um dia veremos face a face; a tarefa ativa, por meio da oração e do testemunho, de apresentar outros a Cristo, para que também possam herdar a vida eterna; e o uso de nosso dinheiro nas causas cristãs, que é o único investimento financeiro cujos dividendos são eternos. Todas estas atividades são temporais com consequências eternas.

Este seria, então, “o tesouro no céu”. Nenhum ladrão pode roubá-lo, e nenhuma praga pode destruí-lo, pois não há traças, nem ratos, nem assaltantes no céu. Portanto, o tesouro no céu é seguro. Medidas de precaução para protegê-lo são desnecessárias. Não precisa de apólices de seguro. É indestrutível. Portanto, parece que Jesus está nos dizendo: “É um investimento seguro para vocês; nada poderia ser mais seguro do que isto. E a única apólice de seguro que jamais perde o seu valor.”

2. Idolatrando a Mamom - Jesus explica, agora, que além da escolha entre dois tesouros (onde vamos ajuntá-los) e entre duas visões (onde vamos fixar os nossos olhos) jaz uma escolha ainda mais básica: entre dois senhores (a quem vamos servir). É uma escolha entre Deus e Mamom: “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (ERC); isto é, entre o próprio Criador vivo e qualquer objeto de nossa própria criação que chamamos de “dinheiro” (“Mamom” é uma transliteração da palavra aramaica para riqueza). Não podemos servir aos dois.

Algumas pessoas discordam destas palavras de Jesus. Recusam-se a ser confrontadas com uma escolha tão rígida e direta, e não veem a necessidade dela. Asseguram-nos que é perfeitamente possível servir a dois senhores simultaneamente, por conseguirem fazer isso muito bem. Diversos arranjos e ajustes possíveis parecem-lhes atraentes. Ou eles servem a Deus aos domingos e a Mamom nos dias úteis, ou a Deus com os lábios e a Mamom com o coração, ou a Deus na aparência e a Mamom na realidade, ou a Deus com metade de suas vidas e a Mamom com a outra.

Pois é esta solução popular de comprometimento que Jesus declara ser impossível: Ninguém pode servir a dois senhores… Não podeis servir a Deus e às riquezas (observe o “pode” e o “não podeis”). Os pretensos conciliadores interpretam mal este ensinamento, pois se esquecem da figura de escravo e dono de escravo que se encontra por trás destas palavras. Como McNeile disse: “Pode-se trabalhar para dois empregadores, mas nenhum escravo pode ser propriedade de dois senhores”, pois “ter um só dono e prestar serviço de tempo integral são da essência da escravidão”. Portanto, qualquer pessoa que divide sua devoção entre Deus e Mamom já a concedeu a Mamom, uma vez que Deus só pode ser servido com devoção total e exclusiva.

Isto simplesmente porque ele é Deus: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem.” Tentar dividir a nossa lealdade é optar pela idolatria. E quando percebemos a profundidade da escolha entre o Criador e a criatura, entre o Deus pessoal glorioso e essa coisinha miserável chamada dinheiro, entre a adoração e a idolatria, parece inconcebível que alguém faça a escolha errada, pois agora ê uma questão não apenas de durabilidade e benefício comparativos, mas sim de valor comparativo: o valor intrínseco de um e a intrínseca falta de valor do outro.

3.   A riqueza condenada por Cristo - O homem que se considerava tão prudente e protegido em armazenar toda a sua colheita para o seu desfrute por longos anos é confrontado com uma voz que ecoa desde o céu, a própria voz de Deus: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lc 12.20). Jesus mostra a tragédia irremediável da avareza, e isso por quatro razões.

Em primeiro lugar, o homem que põe sua confiança nas coisas materiais pensando que nelas terá segurança é louco. O dinheiro pode nos dar conforto por um tempo, mas não paz permanente. Pode nos dar alimento farto para o corpo, mas não descanso para a alma. Pode nos dar alguma proteção terrena, mas não escape da morte. Pode nos dar prazeres na terra, mas não a bem-aventurança eterna.

Em segundo lugar, o homem que pensa que é o capitão da sua alma é louco. O homem, por mais rico que seja, não determina os dias de sua vida nem tem controle

 Em terceiro lugar sobre a hora de sua morte. O homem, por mais abastado que seja, não tem nas mãos o destino de sua alma. Na hora da morte, sua alma é requerida. O espírito volta para Deus e nesse momento o homem terá de prestar contas ao reto juiz.

, o homem que pensa que é o dono dos bens que acumula é louco. O homem plantou, colheu, derrubou, construiu, armazenou e falou à sua alma para desfrutar de tudo por longos anos. Mas, de tudo o que ajuntou, não desfrutou nada e não levou nada. Tudo foi passado para outras mãos.

Em quarto lugar, o homem que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus é louco (Lc 12.21). O que significa ser rico para com Deus?

Significa reconhecer com gratidão que tudo o que temos vem de Deus e nos esforçar para usar o que ele nos dá para o bem de outros e para a sua glória.

Ser rico para com Deus é deixar de confiar na provisão para confiar no provedor.

E depositar sua fé em Deus, e não nas bênçãos de Deus. A prosperidade tem seus perigos (Pv 30.7-9). A riqueza é capaz de sufocar a palavra de Deus (Mt 13.22), de criar armadilhas e tentações (1Tm 6.6-10) e de dar uma falsa sensação de segurança (1Tm 6.17). Portanto, os que se contentam com as coisas que o dinheiro pode comprar correm o risco de perder aquilo que o dinheiro não pode comprar.

Concluo com as palavras de John Charles Ryle:

Quando podemos afirmar que um homem é rico para com Deus? Nunca, até que ele seja rico em graça, fé e boas obras, até que se dirija ao Senhor Jesus suplicando que lhe dê o ouro refinado pelo fogo (Ap 3.18). Nunca, enquanto não tiver uma casa feita não por mãos humanas, eterna, nos céus. Nunca, até que seu nome esteja escrito no livro da vida e que ele seja herdeiro de Deus e coerdeiro juntamente com Cristo. Este é o homem verdadeiramente rico! Seu tesouro é incorruptível. Seu banco nunca há de falir.

Sua herança não fenece. Os homens não podem impedir que ele a desfrute. A morte não pode arrebatá-la de suas mãos. Todas essas coisas já pertencem àquele que é rico para com Deus – as coisas do presente e as do porvir. E o melhor de tudo, o que ele possui agora não significa nada em comparação ao que possuirá no futuro.



III.         VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL EM DEUS

 

1.    Os males advindos das preocupações - Os tipos de preocupação mais traiçoeiros talvez sejam os que combinam inquietação legítima com preocupação egocêntrica. Por exemplo, o pregador pode estar legitimamente inquieto por causa de um sermão que terá de pregar, pois quer que ele seja verdadeiro, útil, ungido pelo Espírito de Deus e transmitido com amor. No entanto, ele também pode estar preocupado com sua reputação. Nós, seres humanos, temos uma capacidade muito grande de criar motivos e preocupações conflitantes. Que Deus nos ajude a reforçar o que é bom e a abominar o que é mau. A que tipo de preocupação nosso Senhor se refere em Mateus 6.25-34? É claro que ele não está defendendo a irresponsabilidade despreocupada. Ele está ensinando que mesmo as necessidades materiais não são causa legítima de preocupação para os herdeiros do reino. Portanto, nossas necessidades físicas, por mais procedentes que sejam, jamais devem suplantar nosso compromisso com o reino de Deus e a sua justiça. Além disso, ele ensina que essas mesmas necessidades se tornam oportunidades de viver de um jeito diferente do modo de viver dos pagãos à nossa volta, que não aprenderam a confiar em Deus nem para o suprimento de suas necessidades básicas. O princípio geral (6.25) “Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?” A tradução da NIV, “Não se preocupem”, é melhor que a da KJV, “Não pensem”, já que a ordem não tem o objetivo de defender o descuido, a falta de reflexão, mas, sim, a ausência de preocupação. A passagem tem implícito um argumento a fortiori. O argumento a fortiori tem a seguinte formulação: “Se isto acontece, então aquilo não acontecerá com muito mais razão?”. O Novo Testamento tem alguns exemplos bem conhecidos desse tipo de raciocínio. Talvez o mais notável seja a passagem de Romanos 8.32: “Aquele que não poupou o próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, de graça, todas as coisas?”. Deus já nos deu sua melhor dádiva; com muito mais razão, então, ele nos dará coisas menores! Outro excelente exemplo de argumento a fortiori encontra-se no capítulo que estamos estudando: “Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?” (Mt 6.30). E, novamente, em Mateus 7.11, encontramos: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está no céu, dará boas coisas aos que lhe pedirem!”. Em Mateus 6.25, o argumento a fortiori só está implícito porque a formulação não está presente. Contudo, o raciocínio parece ser mais ou menos este: ele, que nos provê de vida, de um corpo (que, do nosso ponto de vista, é o mais importante), quanto mais também nos proverá de coisas menos importantes, como alimentação e vestuário! Portanto, o seguidor de Jesus não deve se preocupar com essas necessidades, por mais essenciais que elas sejam. Dois exemplos permitem entender essa questão.

2.   Vivendo sem inquietação - Jesus não quer dar ênfase ao fato de que as aves não trabalham; tem-se dito que provavelmente o pardal seja um dos seres viventes que mais trabalha para comer; no que insiste é em que estão desprovidos de afã. Não se poderia encontrar nos animais esse afã do homem por vigiar um futuro que não pode ver; nem tampouco é característico deles acumular bens a fim de desfrutar de uma certa segurança para o futuro.

 (1) No versículo 27 Jesus prossegue demonstrando que, de todos os modos, a preocupação é inútil. Este versículo pode interpretar-se de duas maneiras distintas. Pode significar que ninguém, por mais que se preocupe, pode aumentar de estatura. Mas a medida que Jesus usa como exemplo equivale a uns quarenta centímetros, e nenhum homem, por mais baixo que seja, quereria acrescentar quarenta centímetros à sua estatura. Também pode significar, por outro lado, que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida, e este significado é mais provável. De todos os modos, o que Jesus quer dizer é que a preocupação é inútil.

(2) Jesus prossegue referindo-se às flores (vs. 28-30). Fala delas do modo como o faria alguém capaz das amar. Os lírios do campo a que faz referência são provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só dia, nas serranias da Palestina. E entretanto, durante tão breve vida estavam vestidas de uma beleza que ultrapassava a dos mantos reais. Quando morriam, não serviam para outra coisa que para ser queimadas. O forno que se usava nos lares palestinenses era feito de barro. Era uma espécie de cubo de barro que se colocava sobre o fogo. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de modo rápido, adicionavam-se ao fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e uma vez acesos eram postos dentro do forno. As flores do campo viviam um só dia, e depois somente serviam para ser queimadas e ajudar à mulher que queria assar algo e tinha pressa. E entretanto, Jesus as vestia de uma beleza que o homem, em seus melhores intentos, nem sequer pode imitar. Se Deus outorgar tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.

 (3) Jesus segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a Deus tal qual Ele é (v. 32). A ansiedade é essencialmente desconfiança com respeito a Deus. Tal desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque aprendeu a acreditar no amor de Deus.

3. Vivendo sossegados em Deus - Vejamos, agora, se podemos sistematizar os argumentos de Jesus contra a ansiedade. (1) A ansiedade é desnecessária, inútil e até nociva. Não pode afetar o passado, porque ninguém pode modificar o que ficou para trás. Omar Khayám tinha razão quando escreveu: "O dedo que se move escreve e, tendo escrito, continua escrevendo; nem toda a sua piedade e imaginação seriam incapazes de convencê-lo a apagar sequer uma linha. Nem todas as suas lágrimas serão capazes de apagar sequer uma palavra." O passado passou. Isto não quer dizer que alguém deva desentender-se de seu passado, mas sim que deveria usá-lo como incentivo e guia para agir melhor no futuro, e não como objeto de uma ansiedade em que se atrasa até ficar totalmente imóvel e incapaz de agir. Do mesmo modo, é inútil trabalhar em excesso pelo futuro. Alistair MacLean, em um de seus sermões, conta uma história que tinha lido. O herói era um médico londrino. "Tinha ficado paralítico, e não podia levantar-se da cama, mas todo o tempo o via alegre, e sua alegria era quase ofensiva. Seu sorriso era tão valente e radiante que todos esqueciam de compadecer-se dele. Seus filhos o adoravam, e quando um deles estava por abandonar o ninho e lançar-se à aventura da vida, o doutor Greatheart ("coração grande") deu-lhe a seguinte recomendação: "Johnny", disse-lhe, "o que deve fazer é manter-se a si mesmo firme em suas obrigações e objetivos, e fazê-lo como um cavalheiro. E lembre, por favor, que a maioria dos problemas que terá que enfrentar são os que jamais se apresentam." Trabalhar em excesso pelo futuro é um esforço inútil, e o futuro real nunca é tão desastroso como o futuro de nossos temores. Mas a ansiedade é pior que inútil; muito freqüentemente é direta e ativamente daninha. As duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago e a trombose coronária, e em muitos casos ambas procedem da excessiva preocupação. É um fato comprovado pela medicina que aqueles que riem mais, vivem mais. A ansiedade, que desgasta a mente, também desgasta o corpo, junto com ela. Afeta a capacidade de julgamento do homem, diminui seu poder de decisão e o torna progressivamente cada dia mais incapaz de enfrentar a vida. Que cada qual enfrente o melhor que possa cada situação – não pode fazer mais que isso – e deixe o resto a Deus. (2) A ansiedade é cega. Nega-se a aprender a lição que lhe oferece a natureza. Jesus nos pede que olhemos às aves, toda a maravilhosa abundância e riqueza que respalda a natureza, e que confiemos no amor que nos fala através dessa riqueza. A ansiedade se nega a aprender a lição que a História lhe oferece. Um salmista se alegrava recordando os acontecimentos da história de seu povo. "Deus meu", exclama, “Sinto abatida dentro de mim a minha alma”, e prossegue dizendo: “Lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.” (Salmo 42:5, 6, cf. com Deuteronômio 3:9). Quando tudo se fazia insuportável ele recebia conforto com a memória do que Deus tinha feito. O homem que alimenta seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo futuro. A ansiedade se nega a aprender a lição que a vida lhe ensina. Seguimos vivendo, e ainda não temos a soga ao pescoço; e entretanto, se alguém nos dissesse alguma vez que teríamos que passar os maus momentos que passamos, e superado, nós lhe diríamos que seria impossível. A lição da vida é que, de algum jeito, fomos capacitados para suportar o insuportável, e para ir mais à frente do ponto de fratura, sem nos fraturar. A lição da vida é que a ansiedade é desnecessária. Alistair MacLean cita uma história de Tolero, o místico alemão. Um dia Tolero se encontrou com um mendigo. "Deus lhe dê um bom dia, amigo", disse-lhe. "Dou graças a Deus porque todos os meus dias foram bons", respondeu-lhe o mendigo; "nunca fui infeliz." Surpreso, Tolero lhe perguntou: "O que você quer dizer?" "Quando faz bom tempo", disse o pobre homem, "dou graças a Deus; quando chove, dou graças a Deus; quando tenho abundância, dou graças a Deus. E dou graças a Deus quando passo fome. E desde que a vontade de Deus é minha vontade, e tudo o que agrada a Deus, agrada a mim também, por que teria que dizer que sou infeliz, quando em realidade não o sou?" Surpreso, Tolero voltou a lhe perguntar: "Quem é você?" E o mendigo lhe respondeu: "Sou um rei." "Onde está seu reino?", perguntou Tolero. E o mendigo lhe respondeu, muito tranqüilo: "Em meu coração." Isaías já o havia dito, muito tempo antes: "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26:3). Como sustentava aquela mulher nórdica da história: "Sempre sou feliz, e meu segredo é navegar sempre pelos mares, mas deixar sempre meu coração no porto."

 

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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Superintendente e Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                   BIBLIOGRAFIA

Bíblia Almeida século 21

Bíblia de estudo King James Atualizada

Comentário bíblico Mateus, John Macarthur

O Sermão do Monte, D. A. Carson

Comentário bíblico Mateus, William Barclay

Comentário bíblico Mateus, D. A. Carson

O Sermão do Monte, D. A. Carson

Comentário bíblico expositivo Mateus, Warren W. Wiersbe

Comentário bíblico expositivo Hagnos Mateus, Hernandes Dias Lopes

LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. 

STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. 

STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte.

LOPES. Hernandes Dias. Lucas Jesus o Homem Perfeito.