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sábado, 3 de agosto de 2024

LIÇÃO 06 - O LIVRO DE ESTER

 

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                TEXTO ÁUREO 

"Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe para tal tempo como este chegaste a este reino?" ( Et 4.15)


                VERDADE PRÁTICA 

A perfeita vontade de Deus é nos guiar por caminhos que levem ao cumprimento de seus eternos propósitos.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Et 1.1-9



                INTRODUÇÃO

Passar do estudo de Rute para Ester importa numa radical mudança de cenário. É sair de Belém, na Judeia (atual Cisjordânia, em Israel) e transportar-se para Susã, na Pérsia (atual Irã); é saltar dos dias dos juízes para o período pós-exílico, registrado em cinco dos 12 livros históricos do Antigo Testamento: 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. 

Depois da derrota do império babilônico e sua conquista pelos persas em 539 a.C., a sede do governo dos exilados judeus passou à Pérsia. A capital, Susã, é o palco da história de Ester, durante o reinado do rei Assuero (seu nome hebraico) — também chamado Xerxes I (seu nome grego) ou Khshayarshan (seu nome persa) — que reinou em 486 — 465 a.C. O livro de Ester abarca os anos 483 — 473 a.C. do reinado de Assuero (1.3; 3.7), sabendo-se que a maioria dos eventos ocorreu em 473 a.C. Ester tornou-se rainha da Pérsia em 478 a.C. (2.16).

 Embora o livro de Ester venha depois de Neemias em nosso AT, seus eventos realmente ocorreram trinta anos antes da volta de Neemias a Jerusalém (444 a.C.) para reconstruir seus muros (ver a introdução a Neemias). Enquanto os livros pós-exílicos de Esdras e Neemias tratam de fatos do remanescente judaico que retornara a Jerusalém, Ester registra um acontecimento de vital importância ocorrido entre os judeus que se encontravam na Pérsia.

            I.   A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO

1.  A categorização de Ester    -     Cinco características assinalam o livro de Ester. (1) É um dos dois livros na Bíblia que levam o nome de uma mulher, sendo Rute o outro. (2) O livro começa e termina com uma festa, e menciona um total de dez festas ou banquetes no decurso das quais se desenrola boa parte do drama do livro. (3) O livro de Ester é o último dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia hebraica, chamados Hagiographa (“Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos é lido publicamente em uma das grandes festas judaicas. Este aqui é lido na festa de Purim, em 14-15 de Adar, que comemora o grande livramento do povo judeu na Pérsia, durante o reinado de Ester. (4) Embora o livro mencione um jejum de três dias de duração, não há qualquer referência explícita a DEUS, à adoração, ou à oração (aspecto este que tem levado alguns críticos a, insensatamente questionarem o valor espiritual do livro). (5) Embora o nome de DEUS não apareça através do livro de Ester, sua providência é patente em toda parte do mesmo (e.g., Et 2.7,17,224.144.16—5.26.1,3-109.1). Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de DEUS ao preservar o povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos.


2.    Características literárias    -   A respeito da historicidade, Joyce G. Baldwin (1986, p. 20) faz uma considerável análise das evidências, e conclui: Um exame das principais alusões históricas no livro de Ester tem confirmado a exatidão de muitos detalhes. Os acontecimentos desse livro podem ser harmonizados com o que se conhece de outras fontes a respeito do reinado de Assuero e, sobretudo, o seu caráter é reconhecidamente o mesmo. A extensão do seu império, a sua capital, e as minúcias dos costumes observados na corte — tais como o uso de correios em cavalos de posta (3:13; 8:10), a proibição de lamentações (4:2) e do enforcamento como pena de morte (5:14) — são exemplos do mundo genuinamente persa em que a ação tem lugar. A descoberta da palavra puru em um dado confirmou a dependência do mundo antigo da ideia de destino, e transformou o que anteriormente parecia “historicamente improvável” como explicação da origem de Purim, em um incidente que precisa ser levado a sério.

Ester registra fatos ocorridos ao longo de 10 anos (483–473 a.C.), durante o reinado de Assuero (Xerxes), filho de Dario, que governou a Pérsia por 21 anos (de 486 a 465 a.C.). A história de Ester está situada cronologicamente entre os capítulos 6 e 7 de Esdras. O livro foi escrito primariamente para encorajar os remanescentes judeus no exílio, mostrandolhes a fidelidade e o cuidado de Deus com o seu povo, mesmo com os que não obedeceram à ordem de voltar para Jerusalém. O local da sua escrita é indeterminado. Para determiná-lo, seria preciso seguir uma das linhas que estabelecem a data da sua produção, podendo ser a própria Pérsia, onde Ester viveu, ou Jerusalém, no caso de uma data posterior aos tempos veterotestamentários. 


3.   Autoria e data   -   Data

Todas as evidências apontam para a metade do século V a.C. A passagem em Ester 10.2 indica que ele foi escrito após a compilação dos anais de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C.). O autor tinha uma íntima familiaridade com o palácio de Susã; este palácio foi queimado em uma ocasião durante um período de 30 anos após a morte de Assuero (q.v.). Assim, uma data entre 465 e o final do reinado de seu sucessor, Artaxerxes I (464-424 a.C.), parece provável.

 

Autor

A descrição de Mardoqueu em 10.3 o impede de ser o autor. O escritor foi provavelmente um judeu desconhecido, com conhecimento pessoal de Susã, dos locais e edificações do palácio, e dos costumes persas (veja C. H, Gordon, The World of the Old Testament, Garden City. Doubleday, 1958, pp. 283ss., para a prática iraniana de kitman ou dissimulação em Et 2.108.17). Ele tinha acesso aos escritos de Mardoqueu, anais de governo e decretos reais. Esdras ou Neemias têm sido sugeridos como os possíveis autores, e o estilo hebraico é bastante comparável ao de Esdras, Neemias e Crônicas.

 

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                    II.   O CONTEXTO HISTÓRICO

1.   O povo hebreu no exílio   -   Eugene H. Merrill (2001, p. 497, 498) enfatiza o terrível significado espiritual do exílio: Os longos anos em que a elite política, militar e religiosa de Judá esteve longe de sua terra são popularmente conhecidos como o exílio na literatura moderna, um termo singularmente apropriado, uma vez que não apenas sugere a remoção forçada da população de judeus da Babilônia, como também comunica a ausência de Yahweh durante o processo. A tragédia do exílio não pode ser interpretada como apenas a deportação de um povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu santuário central. Na verdade, Deus havia se retirado do meio de seu povo, uma ausência simbolizada por uma das visões de Ezequiel, na qual a Shekinah movia-se do templo para o monte das Oliveiras (Ez 11.23).


2.   O fim do exílio    -    Na profecia feita por Isaías Deus o chamou de “o meu pastor”. Por que Deus o chamou de o “meu pastor”? A Ciro cabia realizar uma grande obra, libertar o povo de Israel, que estava cativo em Babilônia e permitir que o local de adoração do verdadeiro Deus em Jerusalém fosse restaurado.   Ciro estava conquistando o mundo tendo junto dele os exércitos da Média e da Pérsia. A história nos relata o seguinte: “No ano 539 a.C. Ciro II, capturou Babilônia. Ele entrou na cidade quando a população inteira, dependendo das muralhas inexpugnáveis que a cercavam, entregava-se à festividade e ao deboche, durante um período de festejos. Heródoto informa-nos que Ciro havia anteriormente feito secar o Palacopas, um canal que atravessava a cidade de Babilônia, levando as águas supérfluas do Eufrates para o lago de Nitocris, a fim de desviar o rio para ali. Assim o rio baixou de nível, e os soldados puderam penetrar na cidade através do leito quase seco” (Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia vol.1 pg.424).

Numa noite Belsazar, o líder dos caldeus, estava dando uma festa e depois de beber muito vinho, ordenou que os vasos sagrados que seu avô havia trazido de Jerusalém para Babilônia fossem levados a sua presença, porque ele queria beber vinho nestes vasos. Enquanto praticava este ato profano, uma mão começou a escrever algo misterioso na parede do palácio. O riso acabou, todos pararam de beber. A mão continuava a escrever. Daniel foi chamado e a sentença foi dada. Acabara-se o reino babilônico.   

Foi bem aí que os soldados invadiram o palácio e Belsazar foi morto. Ciro começou a reinar em Babilônia. Daniel foi convidado a permanecer no palácio. Eu creio que num momento qualquer Daniel levou os escritos sagrados de Isaías e leu para o novo rei. Ali estava profetizada a sua ascendência ao poder, 150 anos atrás.

Daniel deve ter destacado que além de na profecia mencionar o nome do rei, também indicava o que deveria fazer em favor do povo de Deus que estava preso em Babilônia e pela cidade de Jerusalém.
Ciro iria proporcionar o retorno dos Judeus a Jerusalém e que criaria meios para que a cidade e o Templo fossem reconstruídos. Os judeus receberam, então, uma primeira autorização para retornarem a Palestina, mas infelizmente nessa ocasião poucos desejaram retornar.


3.    O pós-exílio    -   Os livros de Esdras e Neemias são importantes para compreendermos essa situação. Em primeiro lugar, eles constituem fontes de informações preciosas sobre parte do processo de restauração da comunidade judaica depois do Exílio. Essas duas obras, embora não perfeitamente confiáveis em seus detalhes sobre a história, podem nos transmitir informações sobre o tempo que se seguiu ao retorno dos exilados. Em segundo lugar, o leitor moderno não deve perder de vista que os dois livros retratam os esforços e as limitações da comunidade que lutava para reconstruir a vida numa nação devastada.

 É preciso reconhecer ainda que nenhuma reconstrução se faz da noite para o dia. Devemos estar atentos para perceber a presença de uma comunidade viva, decidida a retomar um projeto complexo de reconstrução nacional. Nenhum projeto verdadeiro está isento de riscos de retrocesso. A restauração é lenta e feita em etapas. Os resultados serão alcançados com dificuldades. Os desafios são muitos, exigem-se medidas corajosas sustentadas na fidelidade ao projeto Deus.

 O que fica claro no projeto de reconstrução de Esdras-Neemias é que sua proposta não se restringia à preocupação meramente política ou nacional. O sucesso de seus trabalhos se deve também aos compromissos religiosos assumidos, simbolizados na restauração do culto no Templo, e no estudo da Escritura. Essa última assumiria uma função singular entre os judeus. Em Ne 8,1-11 somos informados sobre essa tarefa, a cargo do escriba Esdras: Esdras leu o livro da Lei de Deus, traduzindo (em aramaico) e explicando o seu sentido: assim podia-se compreender a leitura. Nascia então a atividade principal e mais antiga ligado ao estudo da Escritura: "explicar", "interpretar" e "atualizar". Esdras era um escriba, ou doutor da Lei, dedicado ao estudo e ao ensino da Palavra de Deus ao seu povo: "Tinha aplicado seu coração a perscrutar a Lei do Senhor, a praticar e a ensinar, em Israel, os estatutos e as normas" (Esd 7,10).

 Esses dois homens influenciaram o comportamento dos judeus no campo religioso. Mas também estavam empenhados na tarefa de reorganizar as estruturas sociais e políticas para que o retorno se concretizasse. Era o sonho que se transformava em realidade!

 Uma das marcas mais impressionantes de Esdras e Neemias foi a visão realista que tiveram sobre a situação vivida pelo povo. Dependiam, é claro, da ajuda divina, mas sabiam que sem seus esforços o sonho do retorno jamais seria concretizado.

 Diferente de outros livros bíblicos mais populares, o leitor percebe nesses dois livros que as intervenções miraculosas e espetaculares de Deus são inexpressivas. Deus não deixou de ser misericordioso, muda-se apenas a forma humana de compreendê-la. Sua presença agora traz um novo modelo de viver a religião! A piedade nesse tempo, por exemplo, dá amostras da necessidade de novas exigências. A dedicação e o esforço humanos tornam-se condições imprescindíveis para firmar a relação com Deus.

 Ficamos impressionados com o grau de realismo com que Esdras e Neemias tratam as situações de seu tempo. Promoveram reformas sem colocar em risco sua fidelidade à herança e cultura de seu povo. As situações exigiam novos modelos de lideranças. Era preciso ter um apurado senso de criatividade e imaginação, mostrar-se comprometido com a causa do povo, zelando pelo patrimônio religioso e social de Israel.

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                    III.    PROPÓSITO E MENSAGEM 

1.   A providência divina    -   Assim, como DEUS salvou o Seu povo do poder de Fa­raó, Ele salvou Israel da mão do malvado Hamã. No pri­meiro caso o salvamento foi efetuado por uma manifes­tação de Seu poder e uma revelação de Si mesmo; mas no último caso, DEUS permaneceu invisível ao Seu povo e a Seus inimigos, efetuando a salvação por intermédio de instrumentos humanos e meios naturais. “É esta au­sência do nome de DEUS que constitui sua beleza prin­cipal e não deve considerar-se como uma mancha sobre o mesmo”. Matthew Henry disse : “Se o nome de DEUS não está aqui, está o Seu dedo”. Este livro é, como o cha­ma o Dr. Pierson, “O Romance da Providência”.

Por providência queremos dizer que em todos os as­suntos e acontecimentos da vida humana, individuais e nacionais, DEUS tem uma parte e uma porção. Mas essa influência é secreta e oculta. Assim, nesta admirável história, que ensina a realidade da divina providência, o nome de DEUS não aparece e só o olho de fé vê o fator Divino na história humana. Para o observador atento toda a história é uma sarça ardente, casa pela presença divina. A tradição judaica cita Deuteronômio 31:18 co­mo outra razão por que não se menciona o nome de DEUS. “Por causa de seu pecado, DEUS tinha escondido Seu ros­to a Israel. No entanto, embora tenha escondido Seu rosto, não se esquecia de Seu povo nem deixava de inte­ressar-Se por ele apesar de que o fazia sob um véu” — Lee. A mensagem do livro pode resumir-se da maneira seguinte: A Realidade da Providência Divina.


3.   A Festa de Purim     -    “Chamaram a estes dias Purim, nome derivado de “Pur” (9:26). Pur na língua persa significa sorte; e a festa de Purim, ou sortes, tem referência ao tempo que tinha marcado Hamã pela decisão da sorte (3:7). Como consequência da célebre libertação nacional obtida pela providência divina contra as maquinações infames de Hamã, Mardoqueu ordenou aos judeus que comemoras­sem o acontecimento com um aniversário festivo que duraria dois dias, de acordo com os dois dias de guerra de defesa que tiveram que sustentar. Havia uma peque­na diferença no tempo deste festival; os judeus nas pro­víncias, tendo-se defendido no dia 13, dedicaram o dia quatorze ao festival, ao passo que seus irmãos em Susã tendo prolongado a obra por dois dias, observaram a sua festa da ação de graças apenas no dia quinze. Mas isto foi corrigido pela autoridade que marcou o dia décimo- quarto e o décimo-quinto do mês de Adar. Chegou a ser um tempo de lembranças alegres para os judeus; e pe­las cartas de Mardoqueu, distribuídas por todas as par­tes do império persa, foi estabelecida essa data como uma festa anual, cuja celebração até hoje se guarda. Nestes dois dias de festa, os judeus modernos lêem o livro de Ester em suas sinagogas.  


Os dados citados abaixo são extraídos do comentá­rio de Jamiesson, Fausset e Brown.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro A Vida de Rute, Suzane S. J. Moreira - Ed. CPAD

Livro A História de Rute, Robert B. Chisholm Jr - Ed. Cultura Cristã

 Dicionário Bíblico Wycliffe

https://www.wgospel.com/a-profecia-do-retorno/

Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman


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sexta-feira, 26 de julho de 2024

LIÇÃO 05 - O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ: A REMIÇÃO DA FAMÍLIA.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                    TEXTO ÁUREO 

"Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa." (Rt 3.11)


                    VERDADE PRÁTICA 

Uma mulher virtuosa tem um valor incalculável, por seu caráter e sua disposição de servir a Deus e à família.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: RUTE 3.8-10; 4.11




                        INTRODUÇÃO 

Muito antes de o rei Lemuel escrever acerca da mulher virtuosa em Provérbios 31.10-31, Rute recebeu de Boaz esse honroso reconhecimento — que, aliás, não era individual, mas coletivo: toda a cidade de Belém testificava o caráter elevado e a fibra moral de Rute, certamente corroborados pelo testemunho da sua sogra, Noemi, a quem coube relatar os fatos ocorridos em Moabe, descrevendo a conduta da jovem moabita. É essa mulher que Boaz logo tomará em casamento, fazendo com que uma história que começou com fome e mortes termine com duas grandes celebrações: o casamento dele e Rute e o nascimento do filho do casal, Obede, o avô de Davi. Uma verdade bíblica fundamental aprendemos com o exemplo de Noemi, Rute e Boaz: Deus tem bênçãos para todos, mas só alcançarão essas bênçãos os que confiam nEle e seguem a sua direção, e não a lógica humana, mesmo não sabendo o que lhes reserva o amanhã. Essa é a verdadeira fé (Hb 11.1). 

A jornada de Rute ao encontro de seu remidor se assemelha e muito à nossa jornada ao encontro do nosso Senhor! Na verdade, acho que você já descobriu que essa história simboliza o nosso encontro com o nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo! Inicialmente, Rute estava em outra nação, mas tomou a decisão de seguir adiante. Renunciou aos deuses de seu povo, suas próprias feridas, para se unir à Noemi, ao seu povo e ao seu Deus. Independentemente do momento que você esteja vivendo, saiba que existe um lugar seguro onde você pode se abrigar. Esse lugar é debaixo das asas protetoras do nosso Senhor Jesus Cristo. Quando chegou a Belém, Rute sentiu a necessidade de ir à eira respigar. Vimos que, pela direção do Espírito Santo, ela chegou ao local das terras de seu senhor e estava mais perto daquele que ela nem imaginava que um dia o chamaria de esposo! Ela o viu se movimentando na seara; assentou-se em sua mesa farta; tornou-se sua serva. Mas para Noemi, que era uma mulher experiente e cheia do Espírito Santo, o fato de Rute vê-lo todos os dias ainda não era o suficiente. Foi então que orientou sua nora a buscá-lo à noite na eira, no momento em que ele estaria sozinho. Fazendo uma analogia entre o encontro de Rute com Boaz e o encontro do cristão com Jesus, observamos que algumas pessoas vão chegar até a eira, junto com as servas, e ficarão por ali mesmo. De igual modo, será possível desenvolverem um relacionamento com o Senhor da eira, mas se quiserem tê-lo mais perto, não bastará vê-lo nos cultos, no meio dos seus servos ceifeiros; ou ainda se assentarem em sua mesa e saciarem a fome e a sede com a sua Palavra. A nossa alma tem necessidades muito maiores, e uma delas é a de estar a sós com Ele, o Senhor Jesus! Ser serva de Cristo a coloca em um nível de relacionamento muito importante, mas é no tempo gasto aos seus pés que o grau de relacionamento e comprometimento se elevará. 

Noemi partiu de Belém com muita provisão, mas na volta, com a alma amargurada, declarou às mulheres que estava vazia. Já Rute chegou vazia em Belém e, pela misericórdia do Senhor, se encheu de tudo aquilo que Deus havia preparado para ela que, sabiamente, escolheu se render ao Deus de sua sogra, o Deus de Israel.



                I.   O COMPROMISSO DE BOAZ COM RUTE 

1.   No lugar da bênção   -   Ela começa deixando claro que tem os melhores interesses de Rute em mente. Mais especificamente, ela sentia que deveria buscar segurança ( , “descanso”) para Rute. é a forma masculina da palavra que Noemi usou em sua oração anterior de bênção a Orfa e Rute (cf. 1.9).  Ela havia pedido ao Senhor que provesse , “segurança”, para cada uma delas no lar de um novo marido. Em sua condição deprimida, Noemi considerou que Deus poderia prover essa segurança apenas em Moabe, mas agora ela percebe que a providência divina esteve trabalhando e que sua oração poderia ser atendida de maneira inesperada. Anteriormente, ela havia pedido a Deus que abençoasse as moças e então lhes disse que era incapaz de ser o instrumento de Deus para tornar aquela oração uma realidade (1.11-13). Mas ela percebe que poderia desempenhar uma parte na realização da providência de Deus. Ela falou sobre buscar (observe ) a segurança de Rute, enquanto anteriormente ela havia falado simplesmente sobre as moças encontrarem ( segurança (cf. 1.9). Noemi indicou que tinha Boaz em mente como marido em potencial para Rute (v. 2). Ela o identificou como um parente ( ), talvez deduzindo que isso fazia dele um provável candidato para o casamento. Anteriormente, Noemi referiu-se a Boaz como um , “benfeitor” (2.20). Esse é o termo que Rute usa mais tarde, quando confronta Boaz junto à eira (3.9). Aparentemente, na visão do Israel antigo sobre a solidariedade em família, ser um parente fazia da pessoa um benfeitor em potencial dos membros carentes da família.


2.   A iniciativa de Noemi    -   Ralph Gower (2021, p. 96) diz que o joeiramento costumava ser feito com o uso de um garfo de cinco pontas, chamado de peneiro, e uma pá, chamada de pá de joeirar. O garfo era usado primeiro, colocando-o no monte e atirando a mistura de grãos e palha para o ar. O grão mais pesado caía, enquanto a palha era soprada pelo vento. Gower acrescenta que, quando o que restava era pequeno demais para ser apanhado pelo garfo, a pá era usada com o mesmo propósito. Quanto às características da eira, escreve Gower (ibid., p. 94): A eira podia ser qualquer superfície dura, compactada. Podia ser de pedra amaciada (como era provavelmente a eira de Ornã, o jebuseu, 1 Cr 21.18-26), ou de terra compactada. As eiras de terra eram muitas vezes cobertas de grama e acabavam sendo um lugar ideal para armar uma barraca. Estas eram chamadas de “eiras de verão”. No caso, a eira de Boaz parece ser mais rústica, pois ele deitou-se aos pés de um monte de cereais, e não numa barraca (Rt 3.7), o que parece estar mais consentâneo com a descrição feita por Yamauchi e Wilson (ibid., p. 566), que se referem simplesmente a um local elevado, aberto ao vento, próximo dos portões da cidade, já que, naturalmente: “As fazendas israelitas ficavam do lado de fora das muralhas da cidade ou aldeia, onde, infelizmente, eram vulneráveis a saqueadores durante a época da colheita” (ibid., p. 102).


3.    Respeitando o processo   -   Uma vez que pessoas em período de luto às vezes usavam roupas de luto e não se banhavam nem usavam cosméticos (Gn 38.14, 19; 2Sm 12.20; 14.2), as roupas e a aparência de Rute comunicariam que seu período de luto havia acabado e que ela estava disponível para se casar novamente (Bush, 1996a, p. 152). Depois de fazer essas preparações, Rute deveria descer até a eira. Contudo, não deveria confrontar Boaz imediatamente. Em vez disso, ela precisaria esperar até que ele terminasse sua refeição e se preparasse para a noite. Somente então é que Rute deveria se aproximar de Boaz, descobrir as pernas dele e deitar-se ao seu lado (v. 4). Então Boaz diria a Rute o que fazer em seguida. Rute garantiu a Noemi que seguiria suas instruções (v. 5).

 Contudo, aqui no capítulo 3, onde Noemi a envia a Boaz para propor-lhe casamento, Rute usa um termo mais elevado para descrever-se porque agora está ciente da posição de Boaz como parente próximo do seu marido falecido. O termo vê uma serva como trabalhadora, enquanto concentra-se no gênero. Consequentemente, pode ser usado para enfatizar subserviência, enquanto pode ser usado para chamar a atenção para a vulnerabilidade de um servo e a necessidade de proteção. Uma vez que concentra-se no gênero, também é o termo preferido quando se quer destacar que uma serva está apta para se casar ou é casada. O uso que Rute faz do termo é apropriado, pois ela está prestes a propor casamento a Boaz. A declaração seguinte de Rute a Boaz parece um pouco enigmática: “Estende a tua capa sobre a tua serva” (v. 9). No relato metafórico presente em Ezequiel 16.8, Deus estende seu manto (literalmente, “asa”) sobre a Jerusalém nua como um ato de proteção e como precursor do casamento. Assim, as palavras de Rute podem ser tomadas como uma proposta de casamento idiomática. O uso que Rute faz do termo , “asa”, pode fornecer uma ligação intertextual com a oração de Boaz em 2.12. Naquela ocasião, ele pediu ao Senhor que recompensasse Rute pela dedicação dela a Noemi, observando que Rute havia buscado refúgio debaixo das “asas” do Deus de Israel. Ao referir-se aqui à “asa” de Boaz, Rute estava sugerindo que Boaz tinha a oportunidade de ser instrumento de Deus para que sua oração anterior pedindo bênção se realizasse ao prover segurança a ela.

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                    II.    O CASAMENTO ENTRE BOAZ E RUTE 

1.   Concluindo o negócio   -    Boaz demonstrou ser um homem de atitude, como se espera de todo homem, principalmente daquele que aspira ao casamento e à constituição de família. O natural é que toda mulher espere casar-se com um homem que seja líder, que expresse virilidade, uma das características da masculinidade, que, como afirma o pastor Douglas Baptista (2023, p. 73), não se restringe apenas à capacidade de realizar o ato sexual, mas também é sinônimo de vigor físico e força moral. Tudo isso, como aponta Baptista, é visto na expressão bíblica “Esforça-te, pois, e sê homem” (1 Rs 2.2). A força moral de Boaz foi demonstrada no seu autocontrole, não tocando em Rute na noite anterior, e agora se mostraria presente também na forma como conduziu todo o processo de definição do resgate da moabita. Todo homem deve ser preparado para tomar iniciativas na vida, principalmente quando o assunto é casamento e vida conjugal.

Boaz assegurou a Rute que no outro dia iria procurar seu parente mais chegado e exigir dele um posicionamento. Esse parente já sabia que Noemi havia retornado de Moabe, sabia também que pela lei ele deveria redimir (pagar a dívida de seu falecido irmão e suscitar sua memória), mas ele se fez de desentendido. Boaz então prometeu que iria procurá-lo. Pela lei, Rute tinha o direito de procurar aquele homem e exigir dele um posicionamento, mas ela não o fez, antes foi aos pés de Boaz e ele se encarregou de esclarecer imediatamente a questão. Assim fará o nosso Deus; Ele se responsabilizará pelas conversas que precisamos ter com certo alguém, conversas difíceis e delicadas. Existem pessoas que têm recursos, que têm até mesmo o dever moral de se posicionar, de firmar um compromisso, têm o dever de fazer o bem para o próximo e não o fazem. Deixemos nossa causa aos pés do Senhor sabendo que o nosso trabalho é descansar nEle! Com Ele nossa causa é ganha, pois se esperamos por alguém que haja com justiça em nosso favor, e se isso não acontecer, o Senhor nos redimirá, visto que em suas mãos está todo poder!


2.   Resgate e lei do levirato   -   Estamos presumindo que, uma vez que um parente concordasse em comprar a terra, ele estaria então obrigado legalmente a comprar Rute e o restante da propriedade de Elimeleque também (v. 5, 9-10). A fraseologia do versículo 5 favorece essa visão, pois Boaz parece indicar que comprar o direito da terra acarreta comprar Rute. De fato, ele usa uma forma verbal qatal ( , Qere), com um sentido de futuro perfeito (“você terá comprado”) ou performativo (“por meio disso você compra”). Se esse for de fato o caso, por que Boaz inicialmente mencionou apenas a terra? Talvez porque, ao fazer com que a transação parecesse ser um simples acordo sobre a terra, Boaz desse ao parente mais próximo uma oportunidade de abrir mão de sua opção de modo a se preservar. Contudo, se esse for o caso, como podemos explicar a disposição inicial do parente mais próximo de comprar a terra? Ele não sabia sobre Rute ou sobre os costumes relacionados ao resgate? É de se pensar que ele soubesse (veja 3.11) (Bush, 1996a, p. 229). Bush argumenta que adquirir Rute era uma obrigação moral, mas um ato voluntário. De acordo com ele, “o resgatador mais próximo poderia sem dúvida planejar discretamente ignorar a responsabilidade familiar voluntária de se casar com Rute” (Bush, 1996a, p. 244). Contudo, ao conduzir a transação num fórum público e confrontar o parente em relação à sua obrigação moral e sua necessidade de se preservar, Boaz o forçou a rejeitar a oferta totalmente ou a incluir Rute no acordo. De um modo ou de outro, Rute seria cuidada e a herança de Elimeleque, mantida intacta.


3.   O registro público   -    A não ser pelo fato de que finalizou a transação, o significado do ritual da sandália não é claro. Em algum ponto a prática cessou, pois o autor (ou um editor) sentiu a necessidade de explicar a importância do ritual (v. 7) antes de relatá-lo (v. 8). Embora esse ritual tenha alguma semelhança com o que é descrito em Deuteronômio 25.9, uma comparação mais detalhada revela que as diferenças marcantes entre os dois superam quaisquer semelhanças superficiais que possa haver. Como observado, Deuteronômio 25.5-10 refere-se a um irmão sobrevivente que produz descendência para seu irmão falecido por meio da coabitação com sua cunhada, um cenário que não está em vista em Rute 4. Se o irmão se recusasse a se casar com sua cunhada, ela deveria tirar a sandália do irmão e cuspir no rosto dele. Nada semelhante a isso acontece em Rute 4, em que um parente tira sua própria sandália e a entrega a outro, simbolizando a transferência do direito de resgate.

Sl.60:8 – “Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom, lançarei o meu sapato; alegra-te, ó Palestina, por minha causa.”

Este salmo nos fala da excelência das promessas de Deus e das vitórias que obtemos quando estamos alicerçados em sua Palavra.
Lançar o sapato, no versículo acima, significa retomar a posse dos bens perdidos. Edom andou errante, mas Deus aqui se compromete em resgatá-lo.
Era costume em Israel que, quando alguém cedia seu direito de terras ou possessão a um parente, tirava o sapato e o entregava ao parente como testemunho do acordo.

Deut.25:9,10 – “Então sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão; e o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado.”

Naquela época, as dívidas da viúva eram seladas em um rolo de livro e o parente mais próximo, remidor, não poderia abri-lo até que provasse estar habilitado para resgatar e pagar pelas dívidas. Só depois disso ele saberia o quanto lhe custaria. O parente mais próximo, percebendo que, em vez de uma viúva, duas teriam que ser resgatadas, eximiu-se da sua responsabilidade alegando a sua incapacidade de recursos, mas Boaz assumiu e cumpriu com o papel de resgatador! 

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                    III.   A REMISSÃO DA LINHAGEM DE DAVI ATRAVÉS DE RUTE E BOAZ 

1.   O nascimento de Obede    -    As mulheres da cidade louvaram ao Senhor e pronunciaram uma bênção sobre a criança. Em termos literários, as palavras delas se colocam em contraste com a fala de Noemi quando ela retornou para Belém (cf. 1.20-21) (veja Van Wolde, 1997b, p. 109-111). Em resposta à pergunta das mulheres (1.19), Noemi exigira ser chamada por um novo nome, Mara (“Amarga”), explicando que o Senhor havia ativamente se oposto a ela e a deixara de mãos vazias ao tirar-lhe o marido e os filhos. Aqui, no final da história, as mulheres refutaram sua declaração, destacando que o Senhor demonstrara ser seu benfeitor, não seu inimigo, ao prover alguém para cuidar dela na sua velhice. Além do mais, Noemi não retornou para Belém de mãos vazias, pois a sempre leal Rute, que era superior a sete filhos, a acompanhou.

As mulheres caracterizaram a criança, em sua capacidade de protetora, como alguém que sustentaria a vida de Noemi na sua idade avançada. A expressão , literalmente “restaurar vida”, normalmente se refere, em outros locais, a livramento (Jó 33.30; Sl 35.17), preservação (Lm 1.11, 16, 19) ou salvaguarda (Sl 19.7 [port. v. 8]) da vida física de alguém, embora possa também descrever encorajamento emocional (Pv 25.13). Talvez as duas nuances se apliquem aqui. Quando Noemi ficasse velha, vulnerável e fraca demais para cuidar de suas próprias necessidades básicas, a criança lhe proveria abrigo e alimento, assim como lhe traria alegria e satisfação. 

Quando as vizinhas de Noemi a viram segurando a criança, elas a chamaram de Obede, que significa “aquele que serve”.

Noemi está calada nessa cena final; podemos apenas imaginar o que ela estaria pensando. A observação de Sakenfeld é perpicaz quanto a isso: “Pelo fato de Noemi não falar nas cenas finais do livro, não sabemos o que ela pensou ao tomar a criança em seus braços. Não devemos imaginar que Boaz, Rute e Obede pudessem simplesmente substituir Elimeleque, Quiliom e Malom.


2.   Boaz, um tipo de Cristo  -   Bom, sabendo que o amor de Boaz por Rute simboliza o amor de Jesus por você, um amor sem acepção, um amor que não julga o seu passado, mas que já perdoou e pagou todas as suas dívidas, um amor redentor que muda a história, eu gostaria de lhe perguntar: Você já decidiu abandonar Moabe (o mundo) e seguir em frente a Belém (casa do Pai)? Saiba que o Senhor está esperando por você? Ele quer lhe dar alegria verdadeira, capaz de fazê-la esquecer as tristezas que o mundo e a vida lhe causaram. Não importa o que aconteceu. Com Jesus é possível ser feliz de novo! Volte hoje para a casa do Pai, volte a ter comunhão e intimidade novamente. Jesus a ama incondicionalmente! Volte a exercer o seu chamado! Faça uma oração ao seu Pai, que está de braços abertos para recebê-la! Procure ajuda de alguém que anda com Jesus e que possa ajudá-la nessa volta à casa do Senhor. Para você que ainda não convidou Jesus para ser o Salvador e o Senhor da sua vida, esse é o momento oportuno. Através desse projeto, pudemos conhecer a trajetória de duas mulheres que muito nos ensinaram sobre comunhão e intimidade com Deus; sobre como Ele cuidou dessas mulheres em situações de amargura, solidão e tristeza. E o mais incrível é Jesus sendo revelado a nós como resgatador em analogia com Boaz, que foi o resgatador de Rute. Em João 1.12, encontramos algo precioso: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome”; ou seja, ao receber Jesus, você se torna filho de Deus! Também no livro em Romanos 10.9,10, vemos que você é o agente em confessar ou não Jesus como seu Salvador; é algo pessoal: “A saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro A Vida de Rute, Suzane S. J. Moreira - Ed. CPAD

Livro A História de Rute, Robert B. Chisholm Jr - Ed. Cultura Cristã

https://manaain.blogspot.com/2008/11/o-pacto-do-sapato.html









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sexta-feira, 19 de julho de 2024

LIÇÃO 04 - O ENCONTRO DE RUTE E BOAZ.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II




                    TEXTO ÁUREO 

"O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste  abrigar." (Rt 2.12)


                   VERDADE PRÁTICA 

O verdadeiro e puro modelo de bondade é servir uns aos outros de coração, confiando na fidelidade e justiça de Deus.


    LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: RUTE 2.1-4; 



                INTRODUÇÃO 

 Noemi chega a Belém, depois de dez anos longe da sua herança, no princípio da colheita da cevada. Podemos imaginar sua chegada ao vilarejo, acompanhada por sua nora Rute, ambas famintas e exaustas pela viagem. Noemi teve que contemplar como estavam lindos os campos, as árvores cheias de frutos, pessoas trabalhando na colheita, pessoas essas que, diferente da família de Noemi, decidiram ficar e acreditaram na herança que Deus tinha dado. Enquanto a família de Noemi partiu, outras ficaram orando e confessando seus pecados. O arrependimento foi a semente que resultou numa colheita inevitável! Quem desiste de sua herança nunca colherá nenhum fruto; pode até plantar, mas por não conseguir esperar, outro colherá em seu lugar. Quem desiste, infelizmente, vai ter que ver os campos de quem não desistiu floridos e suas árvores cheias de frutos, porque se, de fato, a herança é de Deus, saiba que Ele vela para que se cumpra sua palavra. Não desista!

“Os rabinos entendiam que Boaz era sobrinho de Elimeleque” (Every Clayton, p. 46). Matthew Henry (p. 200), acrescenta: “[Boaz] era neto de Naassom, príncipe da tribo de Judá no deserto, filho de Salomão [Salmom], que provavelmente era um dos filhos mais moços de Raabe, prostituta de Jericó”.


                    I.   BOAZ, O REMIDOR 

1.    Um homem próspero   -   Boaz é caracterizado como um . Com frequência, essa expressão se refere a um guerreiro (“poderoso homem de força”), mas esse não parece ser o caso aqui. No caso de Boaz, a expressão carrega a nuance de “proeminente homem de bens” (cf. 1Sm 9.1) (Sasson, 1979, p. 39-40). Além de referir-se à força física, o substantivo pode referir-se à riqueza e propriedade (HALOT, p. 311; BDB, p. 298-299). As duas viúvas precisavam de alimento para sobreviver, de modo que Rute, a mais nova e mais capaz das duas, pediu permissão para ir ao campo com a esperança de que pudesse receber autorização para colher ali. O narrador refere-se a ela como “a moabita” (cf. 1.22), talvez para enfatizar sua vulnerabilidade e intensificar o drama (Hubbard, 1988b, p. 137; Nielsen, 1997, p. 54).[ 159 ] A Lei de Moisés legislava que o pobre, as viúvas e os estrangeiros residentes tinham permissão para colher nas bordas dos campos e recolher o que os segadores haviam deixado de pegar (Lv 19.9-10; 23.22; Dt 24.19).  


2.   "Goel" e "Levir"      -    Quando usada em referência a relacionamentos humanos, , “parente próximo”, cobre ampla gama de relacionamentos, incluindo aqueles que são originários da mesma tribo (2Sm 19.42 [hebr. v. 43]), membros da família estendida de alguém (Lv 25.25; Nm 27.11) e membros da família imediata (Lv 21.2-3). Em qualquer um dos casos, o contexto imediato deve determinar a natureza precisa do relacionamento. Conforme descrito na literatura legal, um , tradicionalmente “parente resgatador”, era, de modo geral, um guardião dos interesses da família estendida. Ele poderia recuperar propriedade que a família havia vendido (Lv 25.25-34), incluindo membros da família que tivessem sido vendidos como escravos para pagamento de uma dívida (Lv 25.48-49). Um guardião da família também poderia vingar um membro da família assassinado (Nm 35.19). À parte do livro de Rute, não há referência no Antigo Testamento a um que produza descendência para um membro da família falecido ao coabitar com a viúva.

 Talvez a comunidade israelita tenha expandido o papel do de modo a incluir outras responsabilidades além daquelas esboçadas na literatura legal, como produzir descendência para um parente falecido. Outra opção é que o verbo , tradicionalmente “redimir”, seja usado em Rute num sentido mais geral, em vez de no sentido legal. Bush, que propõe essa interpretação, define o termo, quando usado nesse sentido mais geral, como se segue: “Libertar um membro do grupo de proximidade de alguém (família, clã, tribo ou povo) de qualquer tipo de mal” (1996a, p. 137). De acordo com Bush, esse sentido mais geral aplica-se quando Deus é o sujeito do verbo e em Rute 4.14, em que é dito que o filho de Rute é o de Noemi, no sentido de que ele cuidaria dela quando ela fosse velha e vulnerável (v. 15). Seguindo a orientação de Bush, traduzimos a declaração de Noemi em 2.20 como “ele é um dos nossos benfeitores”.


3.    Temor e respeito   -   Boaz não chegou perguntando como estava o serviço ou cobrando resultados. Ele também não foi seletivo ou altivo, dirigindo-se somente ao chefe dos trabalhadores. Falou com todos eles: “E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores […]” (2.4). Somente depois Boaz dirige uma pergunta específica ao chefe dos trabalhadores, relacionada a Rute: “De quem é esta moça?” (2.5). Essa sequência de fatos revela que Boaz considerava as pessoas mais importantes que o trabalho que prestavam. Embora seja razoável que todo o patrão espere um trabalho produtivo dos seus empregados, o correto é considerar que as pessoas têm mais valor que o trabalho que fazem. Assim, buscar falar ao coração de cada uma delas é mais importante que lhes impor obrigações em nome de uma mera troca de dinheiro versus tempo e produção.

Quando chegou ao campo, Boaz percebeu Rute e perguntou sobre a identidade dela. O capataz explicou que ela era a jovem moabita que acompanhara Noemi de volta de Moabe. Ele também informou Boaz sobre o pedido de Rute para colher atrás dos segadores. Nossa tradução (veja anteriormente) presume que o capataz dera permissão a Rute para colher e que ela estava fazendo uma breve pausa do seu trabalho no momento em que Boaz chegou. 

Aparentemente, o procedimento de colher grãos era o seguinte: (1) os segadores ( ) cortavam os talos de grão com uma foice e os deixavam caídos no chão. (2) Outro grupo de trabalhadores juntava os talos que eram então amarrados em feixes (Borowski, 1987, p. 59-61). Ao que parece, entre os empregados de Boaz, as servas ( ) faziam esse ajuntamento e atavam os feixes, pelo menos em parte. Ao permitir que Rute ficasse perto delas, Boaz estava dando a ela uma oportunidade de colher mais grãos do que o coletor típico que vinha ao campo. Boaz também informou a Rute que ordenaria aos servos ( ) que não a incomodassem. Nesse contexto, o verbo , “tocar”, provavelmente tem a conotação de “retirar” (do campo). Talvez os servos costumassem ser rudes com qualquer pessoa que tentasse se misturar aos que preparavam os feixes sem que lhes fosse dada permissão para fazer isso. Aparentemente, os servos de Boaz serviam como uma força de segurança, garantindo que apenas pessoal autorizado estivesse no campo (cf. também v. 15-16), e como equipe de apoio, garantindo que a água estivesse disponível aos segadores. 

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                II.   O CARINHO DE BOAZ PARA COM RUTE 

1.   A pureza não exclui a ternura    -   Quando observo esse encarregado tecendo comentários positivos acerca de Rute, me impressiono! Boaz tinha feito apenas uma pergunta: “Quem é ela?”. E prontamente escuta da boca de seu empregado sua história e seu esforço no trabalho. Minha opinião é que disfarçadamente o rapaz estava “dando um toque” ao seu patrão. Ah, se ele pudesse ler seu pensamento: Olha, seu Boaz, a moça é bonita, viúva e muito esforçada” Parece-me que o encarregado estava sugerindo algo mais em seu pensamento: Essa é a mulher certa para o senhor, vale a pena investir nesse relacionamento! Rute pôde contar com o testemunho de alguém muito próximo a Boaz e que desfrutava de sua inteira confiança. Como é bom encontrar pessoas assim em nosso caminho que nos recomendem. A Bíblia nos tranquiliza. A respeito disso, ela nos diz que temos alguém que tem livre acesso ao Pai e que intercede por nós, sua intercessão a nosso favor é tão intensa que Ele até geme! E o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar segundo a vontade de Deus, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser expressos em palavras. (Rm 8.26, NVT)

• Ela está trabalhando desde cedo Se ela chegou bem cedo na plantação de Boaz e antes disso já havia respigado um pouco em outras lavouras, é certo que levantou de sua cama antes do dia raiar. Essa atitude não soa muito confortável, mas normalmente quem acorda cedo tem vantagem sobre quem ainda está dormindo. Rute não permitiu que o Sol despertasse e a surpreendesse ainda na cama. Sabia que precisava trazer provisão para sua casa. Ela tinha consciência de que precisava arregaçar as mangas! 

No final do dia, Rute conseguiu recolher 25kg de cevada. Fazendo uma conta rápida, 25kg por cinco dias resulta em 125kg por semana e 500kg por mês! Se a colheita demorasse uns dois meses, ela poderia ter recolhido aproximadamente 1.000kg de cevada. Boaz é para nós um grande exemplo de que é possível “ser próspero e generoso”.

As pequenas sementes da vida e as pequenas conquistas nunca se tratam de sorte, mas da generosidade do nosso Senhor! Sim, a Bíblia diz que Ele dá ordens aos seus anjos a nosso respeito (Sl 91.11). Usou de palavras encorajadoras, elogiando a sua atitude bondosa ao decidir abandonar seu povo para cuidar da sua sogra. 


2.    Deus estava agindo   -   À luz da bondade de Boaz, a resposta de Rute não é nenhuma surpresa. Ela se inclina diante dele e pergunta por que ele está sendo tão bondoso para com ela (v. 10). Afinal, sendo estrangeira, ela não esperava ser tratada dessa maneira. “Encontrar favor aos olhos de” (cf. ) significa “ser beneficiária ou objeto da bondade de alguém”. A bondade demonstrada é oferecida gratuitamente e sem obrigação (Rt 2.2; cf. Gn 19.19; 47.25), mas pode ser induzida pelo caráter ou pelas ações do beneficiado (Gn 6.8 [cf. v. 9]; 39.4 [cf. v. 3]; 1Sm 16.22 [cf. v. 21]). Isso era certamente verdadeiro no caso de Rute, como Boaz explicou. Ele recebera um relatório completo da dedicação de Rute a Noemi. Ela deixara a segurança de sua terra natal e assumira um risco significativo ao mudar-se para uma nova terra. Quando cruzou a fronteira e entrou em Israel, ela colocou-se sob o cuidado protetor do Deus de Israel (cf. Rt 1.17), a quem Boaz comparou a uma ave que cuida de seus filhotes (cf. Sl 91.4). Boaz pronunciou uma bênção sobre ela, pedindo ao Senhor que lhe retribuísse por sua bondade para com Noemi.


3.   Sensível e espiritual   -    Os atos de Boaz não eram como uma ficção ou fruto de uma manipulação psicológica, como não são quaisquer dos atos humanos, dado o livre-arbítrio assegurado por Deus. Como enfatiza Silas Daniel (2017, p. 402), as escolhas humanas são reais, genuínas. Boaz estava agindo dentro de um cenário real. O Deus da providência estava abençoando Rute em recompensa pelo seu devotado amor a Noemi e por toda a reputação que ela havia construído com o seu cuidadoso comportamento. O próprio Boaz sabia dessa verdade, ao proferir a declaração que se tornou um dos versículos-chave do livro (cf. Rt 2.11). Boaz tinha uma profunda compreensão espiritual. Ele reconhecia que o Deus dos hebreus não estava limitado a fronteiras territoriais ou barreiras étnicas. Como servo de Yahweh, estava sendo usado para abençoar uma piedosa moabita, uma “mulher convertida” (Gilberto, 2021, p. 397).

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                    III.   A COLHEITA DE RUTE E A SUA SOBREVIVÊNCIA 

1.   A lei da semeadura    -   A colocação do verbo , “abandonar”, com o verbo , “retornar”, foi um poderoso movimento retórico da parte de Rute. Sua inclusão reflete a perspectiva de Rute. No que se referia a ela, retornar para Moabe significava abandonar Noemi e deixá-la ainda mais vulnerável do que já estava. Rute declarou de maneira inequívoca que pretendia ficar com Noemi. Ela anunciou que seguiria Noemi e viveria com ela.

Rute coroa sua promessa com uma autoimprecação (v. 17) na qual ela usou o nome de Yahweh, para mostrar que ela estava firme em sua disposição de se identificar com o Deus de Noemi (Prinsloo, 1977-1978, p. 115; Bush, 1996a, p. 87, e Ziegler, 2007, p. 78-80). O juramento de Rute transformou sua fala exortativo-preditiva numa declaração performativa. Isso silenciou Noemi, pois ela entendia as implicações de uma promessa tão radical.[ 97 ] No capítulo 1, há uma ação recíproca interessante entre fala e ação. A bênção de Noemi (v. 8-9) aparentemente libertou Rute e a assegurou da bênção de Deus, mas a maldição autoimposta de Rute (v. 17) contrabalançou e sobrepujou a bênção. Ironicamente, o juramento de Rute validou a bênção de Noemi, pois forneceu a prova de seu amor leal e o mérito do favor divino.     A estrutura do juramento de Rute requer um exame mais apurado para que se aprecie seu significado. A primeira parte do juramento consiste em duas orações, cada uma delas introduzida por , “assim”, e descreve a punição pela quebra da promessa. A segunda parte do juramento, introduzida por , “de fato, certamente”, apresenta a condição do juramento.


2.    Os "acasos" de Deus    -   Ela reconhece que Boaz agiu dentro do contexto da família mais ampla e forneceu alimento “além do comum” (p. 48). Ela observa: “Não há dúvida de que sua ação até esse ponto é limitada, mas ele já havia feito mais do que era esperado dele” (p. 48). Ela então ressalta que Boaz é o instrumento por meio do qual Deus estendeu sua bondade a Noemi e a Rute, e conclui: “A lealdade divina toma forma na comunidade e nas vidas individuais por meio das ações humanas” (p. 48). Contestamos o ponto de vista segundo o qual a sintaxe do versículo 20 é ambígua e defendemos a visão de que Boaz é o único referente gramatical. No nível sintático do texto, Noemi se refere especificamente à lealdade de Boaz, não à de Deus. Contudo, o argumento de Sakenfeld sobre a lealdade de Boaz ser uma expressão da lealdade de Deus é válido quando as ações de Boaz são colocadas no contexto literário mais amplo. A bondade de Boaz para com Rute pode ser vista como um trabalho adicional e como cumprimento inicial das orações feitas anteriormente tanto por Noemi (1.8) quanto pelo próprio Boaz (2.12). Por meio da bondade de Boaz a Rute, a resposta positiva de Deus àquelas orações pedindo por bênçãos estava começando a se materializar.


3.    O resultado da colheita   -   Rute de fato permaneceu perto das servas de Boaz. Quando terminou a colheita de cevada — que ocorria do final de março até o final de abril —, Rute ainda continuou trabalhando durante a colheita de trigo, que acontecia do final de abril até o final de maio (Borowski, 1987, p. 88, 91). O significado da declaração final no versículo 23 é incerto. O texto hebraico diz literalmente “e ela morou com sua sogra”. Isso pode significar que ela morou com sua sogra enquanto trabalhou durante a colheita. Em outras palavras, ela trabalhava durante o dia e, então, voltava para a casa de Noemi todas as noites, tal como o capítulo 2 descreve no seu primeiro dia de colheita. Outros entendem que a declaração significa que, assim que a colheita terminou, ela permaneceu em casa todos os dias com Noemi e não saiu mais à procura de trabalho (veja, p. ex., Bush, 1996a, p. 140). Seja como for, está claro que Rute permaneceu dedicada a Noemi.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.


Livro A Vida de Rute, Suzane S. J. Moreira - Ed. CPAD

Livro A História de Rute, Robert B. Chisholm Jr - Ed. Cultura Cristã



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