Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra." ( Et 8.16)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor é poderoso para transformar trevas em luz, tristeza em alegria, angústia em júbilo, humilhação em honra.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ester 8.4-8; 9.29-31; 10.1-3
INTRODUÇÃO
Uma vez a justiça tendo sido feita em relação aos planos malignos de Hamã, o rei Assuero toma as rédeas da situação: confisca os bens de Hamã e passa-os para a rainha Ester, designando Mardoqueu para ser o superintendente e o nomeia também primeiro-ministro. Ester alcança mais um favor do rei, que sugere um novo decreto, que agora os autoriza a se defender. Mardoqueu foi honrado, os judeus se alegraram e se regozijaram com o novo rumo dos acontecimentos, triunfando sobre os seus inimigos. Isso demonstra que o cuidado providencial de DEUS os acompanhava.
Ester tipifica a igreja em sua exaltação, Ela se casa com um homem cujo título era “rei dos reis”. Embora Assuero, em seu caráter pessoal, estivesse longe de tipificar a CRISTO, mesmo assim, por ser um “rei dos reis”, pode muito bem representar para nós o noivo real, o qual, de fato, é “o Rei dos reis e Senhor dos senhores. [-] Ester tipifica a igreja em sua intercessão. Ela compareceu diante do rei “no terceiro dia”, simbolizando a ressurreição e a intercessão no poder da ressurreição. Era contra a “lei” o fato de Ester se apresentar assim ao rei: daquele modo, a lei a excluía. No entanto, foi aceita com base na graça apenas, pois o rei a viu nos trajes reais que lhe dera (5.1). Nós também somos excluídos pela lei, mas somos plenamente aceitos com base em generosa graça, quando aparecemos nos trajes reais que CRISTO nos deu.
I. O PEDIDO DE DEFESA AOS JUDEUS E A CONCESSÃO DO REI
1. A humildade de Ester e sua súplica - Hamã, o inimigo dos judeus, estava morto, e Mardoqueu, altamente honrado (Et 8.1,2). Apesar de tudo isso, o drama dos judeus ainda não havia terminado. O decreto de Assuero continuava produzindo plenos efeitos. A questão não era individual. Não bastava a Ester ou a Mardoqueu estarem bem. Era preciso resolver o problema de todos os judeus. A missão que Ester havia recebido de Mardoqueu — e certamente assumido diante de Deus desde que propôs o clamor através do jejum — não estava concluída. Por isso, em profunda humildade e respeito, Ester aproveita a oportunidade de estar diante do rei e apresenta a sua petição em favor de todos os judeus (Et 8.3). Novamente demonstrando disposição em atender a sua rainha, Assuero estende-lhe o cetro de ouro. Ester levanta-se e roga ao rei que revogue as cartas que havia enviado para que o plano de Hamã não fosse executado. Mardoqueu ainda estava presente no palácio, pois o texto bíblico informa que o rei respondeu a Ester e a ele que já havia feito tudo o que estava ao seu alcance. Ele não poderia revogar o primeiro decreto, mas poderia emitir outro, permitindo aos judeus defender-se.
2. Segurança jurídica - A irrevogabilidade dos decretos dos reis medos e persas pode até parecer um excesso, mas tem o seu sentido positivo. Lennox (ibid., p. 227) diz:
Uma das mais antigas funções da lei é estabelecer limites para os poderes do governo. E pelo visto, a monarquia constitucional medo-persa é um avanço em relação à monarquia absoluta, embora ainda estivesse longe da democracia desenvolvida mais tarde na Grécia. Não havia separação de poderes. Em essência, eram as mesmas pessoas que legislavam, governavam e julgavam. Mas foi um passo na direção certa. Em teoria, pelo menos, oferecia proteção contra os excessos de um déspota.
Se na Antiguidade já se instituiu o respeito às leis pelos mais poderosos monarcas pagãos, não é razoável que, em tempos tidos como tão modernos, se admita que autoridade alguma se considere acima da lei. Nenhuma pessoa ou Poder está acima da Constituição. Ninguém pode agir de modo a violá-la. As alterações constitucionais que são possíveis só podem ser feitas pelo Parlamento, onde atuam os representantes eleitos pelo povo. Para isso, exige-se um quórum qualificado. Alguns preceitos da Constituição nem mesmo o Poder Legislativo pode alterar, a menos que em uma Assembleia Nacional Constituinte. Llewellyn-Jones (148,149) afirma: Dario e os reis Aquemênidas não estavam acima da lei. Pelo contrário, eram parte integrante dela. Decidiam casos legais sobretudo de acordo com as circunstâncias locais, caso a caso. A natureza astuta e diplomática de suas decisões, que muitas vezes apresentavam mais recompensas que punições, resultou em uma reputação de virtuosidade. Numa inscrição encontrada em seu túmulo, Dario enfatizou seu papel como juiz justo. Ter a reputação de imparcialidade era obviamente importante para ele […]. Para os povos do mundo antigo (com exceção da emperdernida Grécia), os reis persas eram considerados justos e sábios.
Seja qual for o tempo, é somente Deus que nos guarda da perversidade deste mundo. O Estado é uma importante instituição nas mãos de Deus para frear a escalada do mal e permitir-nos ter uma vida quieta e sossegada, desfrutando de liberdade para servi-lo e viver honestamente. Devemos sempre orar pelas autoridades de nosso país (1 Tm 2.1,2).
3. O direito de defesa - No império medo-persa, uma escritura real não podia ser altera da, mas uma segunda escritura poderia amenizar as consequências. Sendo assim, o rei instruiu Mardoqueu e Ester a escrever um segundo edito. Este teria o mesmo peso do anterior, mas poderia reverter os seus resultados. Embora fosse impossível o rei recuar de qualquer palavra que havia sido expedida em seu nome, uma compensação podia ser conseguida por um edito posterior, semelhantemente autenticado. Ele tinha suas formas e melos de fazer valer a sua vontade. Desta vez, o hebraico foi acrescentado nas cópias enviadas para os judeus em todas as províncias. O novo decreto foi baixado em sivã, o terceiro mês (ref. junho-julho), no ano de 474 1 a.C. pouco mais de dois meses após o primeiro decreto.
Naquele dia, foram mortas 75 mil pessoas em todo o reino persa (9.11-16). Somente na cidadela de Susã foram mortos 500 homens, incluindo os dez filhos de Hamã. No dia seguinte, foram mais 300 mortos na cidade de Susã (9.15). O que se entende é que os primeiros 500 moravam na cidade alta e foram mortos já no dia 13, enquanto os demais, que moravam em Susã — porém, fora da acrópole — foram mortos no dia seguinte. O número de baixas impressiona, pois eram vidas humanas, valorosas para Deus; contudo, é preciso considerar que, se não fosse a ordem de Assuero para que os judeus pudessem defender-se, a matança teria sido muitas vezes maior, já que a estimativa era de que havia em todo o reino mais de 1 milhão de judeus. Outro fator que pode ser levado em conta é que, em um reino tão vasto, certamente não era incomum revoltas internas, com disputas entre os povos, resultando em consideráveis baixas, sem que isso afetasse o império.
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II. A RAINHA ESTER ESCREVE BOAS NOTÍCIAS PARA O SEU POVO
1. A comemoração dos judeus - Muitos estudiosos sempre viram neste segundo decreto de Assuero (por anular o decreto anterior de morte), uma analogia da “segunda lei” de Cristo. Esta é a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus, que liberta aqueles que pela fé receberam a “lei do pecado e da morte” (Rm 8.2). Também ao enviar rapidamente os mensageiros, para proclamar em toda parte o novo decreto e levar uma oferta de vida aos judeus amaldiçoados, é feita uma analogia com o desafio que chega a todos os verdadeiros cristãos, a fim de se apressarem a enviar a mensagem do Evangelho. A ordem é ir a todas as partes do mundo. Devemos enviar as boas novas de que apesar da maldição do pecado, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Por uma analogia similar - muitos entre os povos da terra se fizeram judeus (17) (ou prosélitos da fé judaica) por temor - estes podem representar para nós o grande número de cristãos professos, que hoje estão alinhados com a Igreja por razões egoístas. Talvez esperem que devido a uma mera conexão nominal com o cristianismo, possam ser libertos do temor da morte e da punição eterna.
2. A carta e o decreto de Ester - Na Festa de Purim, os judeus, tanto de longe quanto de perto, deve riam reunir-se para festejar, regozijar-se, dar presentes uns aos outros e fazer doações aos pobres. Essa celebração deveria se repetir para sempre, como as leis dos persas e dos medos, que não podiam ser revogadas. Do que as pessoas deveriam se lembrar era da trama de Hamã e da intervenção do rei para livrá-las (Et 9.23-28).
Em nenhuma parte dessas instruções encontramos qualquer menção clara do povo de DEUS se reunindo para louvar a DEUS pelo seu livramento e lembrar aos seus filhos dessa demonstração da fidelidade de DEUS, algo que era central numa festa como a Páscoa. Parece que é como se para eles fosse possível obedecer ao edito de Mardoqueu e Ester sem pensar em DEUS pelo menos uma vez durante todo o dia. […] a essência do Purim, conforme está registrado na Bíblia estava precisamente correta. Tratava-se de um memorial do tempo em que os judeus tiveram descanso de todos os seus inimigos, quando a tristeza deles foi transformada em alegria e o lamento deles em celebração. […] Como seria possível alguém se lembrar da transformação das trevas em luz e da obtenção de descanso dos inimigos sem pensar em DEUS? Como alguém poderia celebrar o Purim sem ver o que DEUS havia feito?
Os desvalidos que são erguidos do pó e os necessita dos que são tirados do monturo para se assentar junto aos príncipes não deveriam precisar ser incitados a louvar o Senhor (SI 113.5-9). A Festa de Purim, quando corretamente compreendida, é mais do que apenas um lembrete para o povo de DEUS da habilidade passada Dele para intervir decisivamente, mesmo permanecendo escondido de todos, menos dos olhos da fé.
Detalhes da Festa do Purim (Et 9.32) “E o mandado de Ester estabeleceu estas particularidades de Purim; e se escreveu no livro.”
Como a Páscoa, a festa de Purim celebra o livramento divino. Salvos do governo do faraó e da escravidão no Egito e livres da destruição planejada por Hamã, os judeus comemoraram uma libertação que só DEUS poderia ter orquestrado. Toda a história do feriado do Purim está no livro de Ester.
O primeiro dia da festa. O livro inteiro de Ester é lido em voz alta, e a cada vez que o nome de Hama é mencionado, as crianças do grupo respondem ao nome de Hamã com chocalhos e guizos, os presentes batem com os pés no chão a fim de abafar o som do nome de Hamã e dizem: “Que o seu nome seja apagado”.
No segundo dia da festa, a alegria e a comemoração se manifestam. Comida, música, peças de teatro e brincadeiras, canções especiais e recitais acrescentam à disposição festiva. As pessoas se presenteiam e fazem questão de dar presentes e alimento aos pobres, por ter sido esse um desejo especial de Mardoqueu (Et 9.22).
3. A exaltação de Mardoqueu - “Pois o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, tendo procurado o bem-estar do seu povo e trabalhado pela prosperidade de todo o povo da sua raça” Mardoqueu foi promovido como sucessor de Hama na corte. Mardoqueu obteve o cargo de primeiro-ministro que fora de Hamã. A tentativa de matar Mardoqueu serviu apenas para exaltá-lo. Foi investido pelo rei de plena autoridade, o que fica patente por ter recebido o anel real. E essa de inversão tem por objetivo advertir os inimigos do povo de DEUS e encorajar aqueles a quem DEUS prometeu proteção. Foi a apresentação de Mardoqueu ao rei, como parente próximo de Ester e como quem salvou a vida do rei ao descobrir o plano secreto para matá-lo, que proporcionou a ocasião da sua investidura como primeiro-ministro do rei, no lugar do traidor Hamã.
O livro de Ester termina com grandes elogios a Mardoqueu, cujos feitos foram registrados nas crônicas oficiais do império persa. Mardoqueu foi o segundo na hierarquia. Ele não desfrutava somente do favor especial do rei, mas era respeitado também por seu povo e honrado por sua administração bem-sucedida. Obteve a aceitação dos grandes do império e era popular com as massas.
Sempre buscou o bem-estar de seu povo, bem como da população do império em geral. E, acima de tudo, falava de paz ao remanescente perseguido dos judeus, trazendo-lhes a luz de um novo dia. Mardoqueu entrou para a gale- ria de heróis da história israelita como mais um exemplo de vitória concedida por DEUS ao seu povo disperso entre as nações. Quanta falta faz nas autoridades de hoje os predicados e elogios dedicados a Mardoqueu neste último verso do livro de Ester: “Pois o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, tendo procurado o bem-estar do seu povo e trabalhado pela prosperidade de todo o povo da sua raça” (Et 10.3).
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III. A MULHER É CHAMADA POR DEUS PARA SER RELEVANTE NO MUNDO
1. Uma mulher notável - Ester é a história de uma simples moça judia que se transformou numa mulher notável no poderoso Império Persa. Deus usa quem Ele quer para cumprir os seus propósitos. Para isso, contudo, jamais viola as suas leis.
Se a beleza física de Ester a levou ao palácio do Rei Assuero, foram os valores de Ester que a colocaram no trono a serviço do seu povo. E ela foi mais que rainha, uma verdadeira estrategista política, a pessoa que Deus usou para realizar o seu plano.
Se hoje o povo judeu desfruta de posição de destaque em meio a tantas nações, a história daquela jovem excluída, que trouxe a libertação ao seu povo, é sem dúvida uma das grandes marcas de superação presentes em toda essa história.
Como Ester, você pode pensar que é a pessoa mais improvável para ocupar um lugar de importância nos planos de Deus. Mas a história dessa jovem corajosa nos mostra que Deus age com pessoas improváveis e concede dons e valores para cumprir um propósito maior, para abençoar muitas pessoas.
Se você se vê como improvável, leia a história de Ester e receba a mensagem que ela traz para você.
A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada.Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade. (Provérbios 31:30-31)
2. A banal "guerra dos sexos" - Dar-se a disputas sob a alegação de estar buscando espaço para servir a Deus é um tremendo engano; seja homem, seja mulher.
Vimos também que a criação dos seres humanos como masculino e feminino – esta realidade, sim!, binária – fornece a estrutura necessária na criação de Deus para a ordenança do casamento. Não se poderia ter casamento sem homem e mulher. E o significado do casamento não é conhecido em sua plenitude até que o vejamos como uma parábola do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Portanto, a criação dos seres humanos como homem e mulher aponta para o casamento e o casamento aponta para Cristo e a Igreja. Desse modo é que o cristianismo explica a razão última para homem e mulher criados por Deus, criados à imagem de Deus se unirem em casamento.
Mas tem outra coisa, como já dissemos: a feiúra histórica dos relacionamentos entre homens e mulheres. Isso pede pelo cristianismo. — Por quê? Como essa feiúra histórica dos relacionamentos entre homens e mulheres aponta aponta para o cristianismo? — Aponta para o cristianismo porque pede pela cura que o cristianismo traz para o relacionamento entre homens e mulheres. Trocando em miúdos: Se Deus nos criou à sua imagem como homens e mulheres, isso implica igualdade de personalidade, igualdade de dignidade, respeito mútuo, harmonia, complementaridade, destino unificado.
Essas diferentes responsabilidades vão direto ao coração do significado de masculinidade e feminilidade tal como Deus nos criou para ser: homem e mulher. O problema é que essas responsabilidades distintas estão sob um tremendo ATAQUE CULTURAL. Já faz um bom tempo que elas estão, e o resultado em nossa cultura é a confusão em massa, o caos absoluto que vai se agigantando.
Provavelmente já há duas gerações ou mais de homens e de mulheres que foram criadas no Ocidente sem uma visão positiva do que significa ser homem e o que significa ser mulher. Disseram-nos muitas coisas negativas – disseram-nos e ainda nos dizem coisas que não deveríamos ser, coisas das quais devemos nos libertar.
Por exemplo:
MASCULINIDADE NÃO É exploração sexual (realmente! mas o que é então?). A masculinidade não é divertido; ser homem é ser palhaço, desengonçado, mas não é divertido. A masculinidade não é racionalismo puro, cabeça pura, sem emoção. A masculinidade não é ser durão nem viver do impulso orientado para a tarefa de conquistar. Portanto, libertem-se, homens! Por outro lado:
A FEMINILIDADE NÃO É uma vida doméstica enfadonha, a mulher do lar. A feminilidade não é a maternidade em casa, cuidando de filhos. A feminilidade não é emocionalismo irracional. A feminilidade não é obediência sexual. Portanto, libertem-se, mulheres!
Realmente, há verdade em muita coisa contra as quais se apregoam, quando se dizem o que não é a masculinidade ou o que não é a feminilidade. Mas quando tudo é dito sobre o que não é ser masculino e o que não é ser feminino, o que sobra, o que se tem como padrão ou definição de homem e de mulher? Honestamente: O QUE É SER HOMEM? O QUE É SER MULHER? Percebeu?! Ninguém mais sabe.
RESTOU-NOS UM BURACO NEGRO DE CONFUSÃO sobre o que é ser homem e o que é ser mulher. Mergulhamos em uma confusão decepcionante, geradora de culpa e absolutamente destrutiva. Se não bastasse essa confusão, atingiu-nos um tsunami de homossexualidade e, mais recentemente e assustadoramente, transexualidade; fora a pandemia de divórcio, aborto e crimes violentos, incluindo a violência doméstica; sem falar ainda da escalada rampante de suicídios que parecem crescer a cada ano, e da explosão de consumo de medicações psicotrópicas. Algo está profundamente errado conosco. E nós não sabemos mais qual é o padrão.
3. O contexto cristão - Prestar um tributo às mulheres que fazem profissão de servir a Deus talvez seja uma forma adequada de concluir esta obra, já que esta foi a decisão de Ester: ela aceitou correr risco de morte para levantar a sua voz em defesa do povo judeu — tudo fazendo sob uma inteira entrega à direção e vontade de Deus, o que demonstrou através do propósito do jejum. Ester foi uma mulher piedosa, cheia de coragem, que soube ser humilde, obediente, respeitosa, submissa e de muita prudência. Além das mulheres da Bíblia, em toda a História da Igreja, muitas mulheres exerceram papéis importantes, como Catarina von Bora (1499–1552), esposa de Lutero; uma mulher cheia de ousadia e coragem que muito contribuiu para o movimento da Reforma sem deixar de cumprir o seu papel de esposa e mãe — teve seis filhos (Ulrich e Dalferth, 2017, p. 11, 31). Temos também Susanna Wesley (1669–1742), que foi mãe de John e Charles Wesley e outros 17 filhos. Susanna foi uma mulher disciplinada e metódica, uma dedicada educadora dos próprios filhos, ministrando-lhes principalmente a fé cristã. John Wesley foi o fundador do Movimento Metodista. Charles Wesley, além de pregador, é considerado o maior compositor de hinos sacros de toda a História: escreveu cerca de 9 mil hinos. A vida de Susanna Wesley tem inspirado ministérios de mulheres até nossos dias. Há, ainda, Sarah Kalley (1825–1907), missionária e musicista escocesa. Ela foi esposa de Robert Kalley e contribuiu intensamente para o ministério do marido, sendo considerada co-fundadora da Escola Dominical no Brasil em 19 de agosto de 1855 (Gilberto, 2002, p. 135). Corrie ten Boom (1892–1983) é outra mulher de Deus, cuja história é contada no livro O Refúgio Secreto. Corrie foi uma mulher cristã que, juntamente com a sua família, enfrentou os horrores da perseguição nazista, dedicando-se à proteção de judeus na Holanda. É igualmente importante citar o nome de Ruth Graham (1920–2007), poeta e escritora, esposa do evangelista Billy Graham (1918–2018). Ruth foi mãe de cinco filhos. O próprio marido costumava dar testemunho da sua profunda dedicação a Deus, da sua vida piedosa e do cuidado que Ruth tinha com o lar. Ela renunciou a sua própria carreira profissional por entender o propósito de Deus na sua vida. No contexto assembleiano, temos Celina Martins Albuquerque (1876–1966), que foi a primeira pessoa a receber o batismo no Espírito Santo entre os membros da Igreja Batista de Belém (Pará) ao crer na doutrina pentecostal pregada por Gunnar Vingren (1879–1933) e Daniel Berg (1884–1963). Integrou, portanto, o grupo de fundadores da Missão da Fé Apostólica (depois Assembleia de Deus) em 18 de junho de 1911 (Araujo, 2007, p. 7). O que mais impressiona na síntese biográfica da irmã Celina, disponível no excelente Dicionário do Movimento Pentecostal, é a sua perseverança espiritual. Em primeiro lugar, por dedicar-se aos cultos de oração na sua casa, devido a uma enfermidade nos lábios que a impedia de ir ao templo. Em segundo lugar, pela sua fé, que a levou a receber a cura de que precisava. Em terceiro lugar, pelo seu fervor espiritual e o desejo ardente de receber o batismo com o Espírito Santo. Certo dia, após o culto de oração no templo, foi para casa e continuou orando juntamente com outra irmã, quando começou a falar em novas línguas na primeira hora da madrugada. Em quarto lugar, porque por toda a vida a irmã Celina conservou a sua fé e devoção, sendo também intensamente dedicada à evangelização pessoal. Irmã Celina foi uma mulher simples, das muitas que, mesmo anônimas, fizeram e fazem história nas Assembleias de Deus no Brasil — assim como em muitas outras igrejas. Temos também Lina Nyström, esposa do missionário Samuel Nystron (1891–1960), pioneiro do ensino pentecostal no Brasil. Na biografia do marido (Nelson, 2008), é retratada como esposa exemplar, muito hospitaleira e dedicada ao serviço cristão. Foi a fiel companheira de Samuel Nystron nos 30 anos das suas intensas atividades no Brasil (Araujo, p. 510).
O Dicionário do Movimento Pentecostal apresenta ainda:
• Frida Vingren, esposa do pioneiro Gunnar Vingren, que contribuiu de maneira destacada para a implantação e progresso da obra pentecostal no Brasil, principalmente na produção de literaturas, além de ter sido autora e tradutora de diversos hinos da Harpa Cristã.6 Conforme Araujo (2011, p. 109), são 24 hinos com o seu nome (16 versões e 8 autorias), todos de grande valor espiritual. Quanto à vida no contexto familiar, o testemunho do filho Ivar dá conta de que Frida “foi muito amorosa, muito dedicada à família; esforçava-se muito por seus filhos, fazia tudo por eles, deixando na memória de todos uma recordação muito boa”.
• Zélia Brito, ativa participante da obra de evangelização nos subúrbios do Rio de Janeiro, ao lado de vários crentes, como Paulo Leivas Macalão, que, mais tarde, viria a ser o seu esposo.
• Signe Carlson, missionária com atuação na área social.
• Elisabeth Nordlund, missionária dedicada à área da música.
• Florência Silva Pereira, obreira ativa nos primórdios da obra pentecostal no Nordeste.
• Albertina Bezerra Barreto, fundadora do Círculo de Oração na AD em Recife-PE, em 1942.
• Ruth Doris Lemos, missionária com atuação na área da música e do ensino teológico, tendo fundado, junto com o marido João Kolenda, o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, o IBAD, em Pindamonhangaba-SP. E mais recentemente, Wanda Freire Costa (1934–2019), professora, assistente social, fundadora da União de Esposas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, esposa do pastor José Wellington Bezerra da Costa; fiel e constante companheira do marido nas suas atividades seculares e ministeriais. Mãe de seis filhos (José Wellington Costa Júnior, Paulo Roberto Freire, Marta, Samuel Freire, Joel Freire e Rute), dedicou-se intensamente à família e ao serviço da casa de Deus. (Certa ocasião, na Assembleia de Deus do Belenzinho, em São Paulo, fui tomado de surpresa quando a irmã Wanda convidou-me para acompanhá-la até uma pequena sala, nos fundos da livraria do templo, lugar que ela também reservava para momentos de oração. De forma carinhosa, com toda humildade e um gesto de reverência e temor, pediu que eu orasse por ela. Oramos juntos. Depois, a irmã Wanda presenteou-me com alguns DVDs, que guardo como recordação.)
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.
Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova
Livro: Examinai as Escrituras: Juízes a Ester. (Bader, J. Sidlow São Paulo: Edições Vida Nova
Livro: Estudos Bíblicos expositivos em Ester e Rute. (Duguid, lain M. São Paulo: Editora Cultura Cristã
https://rpv.org.br/recursos/devocionais/ester-uma-mulher-de-forca-e-dignidade/
https://www.sibgoiania.org/sermao/guerra-dos-sexos/
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