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Pb. Junio - Congegação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Ora, este Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." (2Co 3.17 - NAA)
VERDADE PRÁTICA
É necessário primeiro conhecer a verdadeira identidade do Espírito Santo, à luz da Bíblia, para então poder defendê-la.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: João 14. 16, 17, 26; 16. 7-14
INTRODUÇÃO
A formulação da teologia do Espírito Santo aconteceu depois da formulação cristológica em Niceia, oficializada em 381 no Concilio de Constantinopla. A cristologia, ocupou praticamente, todos os debates dos séculos 3 e 4 e quase não sobrou espaço para a pneumatologia. Não houve discussão a respeito do Espírito Santo em Niceia. O que aconteceu, nessa época, no campo pneumatológico foi muito pouco.
Em Niceia, ficou esclarecido que o Filho é homooúsios, do grego “da mesma essência, substância”, consubstanciai com 0 Pai: “E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância [homooúsios] com 0 Pai”.
A controvérsia prosseguiu por três razões principais: a inclusão do termo homooúsios no texto, a indefinição sobre a identidade do Espírito Santo, pois a formulação de Niceia declara simplesmente: “E também no Espírito Santo”, e nada mais, e a volta do arianismo. Assim, houve um intervalo de mais de cinquenta anos entre esses dois concílios, foi um período de controvérsias sobre a identidade do Consolador. O que todos os cristãos precisam saber sobre o Espírito Santo? A resposta simples e direta é esta:
A sua deidade e a sua personalidade, seus atributos e suas obras. As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como terceira pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e divindade, ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece literalmente desde o Gênesis, na criação, (Gn 1.2) à Apocalipse, na redenção (Ap 22.17).
O que foi dito acerca do Filho 0 mesmo se diz do Espírito Santo, que a Bíblia afirma, de maneira direta, que 0 Espírito Santo é Deus, além disso, revela também nele os atributos exclusivos da divindade bem como as obras de Deus. Mas, essas passagens bíblicas são abundantes em referência ao Filho e menos frequente em relação ao Espírito Santo.
I. O CONSOLADOR
1. O outro Consolador ( 14.16) - JESUS prometeu dar aos seus discípulos “outro Consolador” (Jo 14.16). A palavra “outro” aqui corresponde ao original grego “allos”, que significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. As Pessoas da deidade eternamente são coexistentes em uma união perfeita de uma só natureza, substância e essência.
Temos um caso em questão no verbete Outro - O uso de allos e heteros no Novo Testamento deve ser examinado com cuidado, pois outro numericamente não deve ser confundido com outro genericamente. Vine mostra esta diferença em Jo 14.16. Quando CRISTO disse: “E eu rogarei ao PAI, e ele vos dará outro Consolador [allon Parakleton]”, Ele fez tremenda afirmação sobre Si mesmo e sobre o ESPÍRITO, pois aqui allos implica a personalidade do ESPÍRITO SANTO e a igualdade de JESUS e o ESPÍRITO com o PAI.CONSOLADOR
João 14.16 O CONSOLADOR. JESUS chama o ESPÍRITO SANTO de "Consolador". Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que significa literalmente "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar". É um termo rico de sentido, significando Consolador, Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo. O termo grego para "outro" é, aqui, allon, significando "outro da mesma espécie", e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente. Noutras palavras, o ESPÍRITO SANTO dá prosseguimento ao que CRISTO fez quando na terra. (1) JESUS promete enviar outro Consolador. O ESPÍRITO SANTO, pois, faria pelos discípulos, tudo quanto CRISTO tinha feito por eles, enquanto estava com eles. O ESPÍRITO estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt 14. 30,31), prover a direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos momentos difíceis (v. 18), interceder por eles em oração (Rm 8.26,27; cf. 8.34) e permanecer com eles para sempre. (2) A palavra parakletos é aplicada ao Senhor JESUS em 1 Jo 2.1. JESUS, portanto, é nosso Ajudador e Intercessor no céu (cf. Hb 7.25) enquanto que o ESPÍRITO SANTO é nosso Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na terra (Rm 8.9,26; 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).
2. O Paracleto (16.7) - Dicionário Strong em Português - παρακλητος parakletos
1) chamado, convocado a estar do lado de alguém, esp. convocado a ajudar alguém1a) alguém que pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de defesa, assistente legal, advogado
1b) pessoa que pleiteia a causa de outro com alguém, intercessor
1b1) de CRISTO em sua exaltação à mão direita de DEUS, súplica a DEUS, o Pai, pelo perdão de nossos pecados
1c) no sentido mais amplo, ajudador, amparador, assistente, alguém que presta socorro
1c1) do SANTO ESPÍRITO, destinado a tomar o lugar de CRISTO com os apóstolos (depois de sua ascensão ao Pai), a conduzi-los a um conhecimento mais profundo da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino
AJUDADOR é a melhor interpretação, sendo que Ele é nosso intercessor na terra (...ESPÍRITO intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26), enquanto que JESUS o é no céu (o qual está à direita de DEUS, e também intercede por nós. Romanos 8:34), Ele é nosso advogado na Terra (como haveis de responder; Lucas 21:14), enquanto que JESUS o é no céu (Advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o justo. 1 João 2:1):
O ESPÍRITO SANTO NOS AJUDA:
- Nos ajuda a orar - Romanos 8:26
- Nos ajuda a entender a Bíblia, nos ensina - João 14.26
- Nos ajuda a lembrar - João 14.26
- Nos ajuda a falar quando não sabemos o que dizer - Lucas 12.12
- Nos ajuda a ganhar almas - João 16.8
- Nos ajuda a saber o futuro - João 16.13
- Nos ajuda nos Guiando - João 16.13
3. Seu uso no Novo Testamento - Este vocábulo que é usado no Novo Testamento 5 vezes, aparece apenas nos escritos joaninos (4 vezes no evangelho – João 14:16 e 26; 15:26; 16:7; e uma vez na primeira epístola – 1João 2:1). A forma verbal paraclein e o substantivo paráclesis são frequentes nos escritos neotestamentários, porém, não são usados por João.
Paracleto não aparece na Septuaginta. A palavra é formada da preposição pará = ao lado de, junto a; e do verbo kaleo = chamar; significando, portanto, chamado para o lado de, alguém chamado para ajudar ao lado de outrem.
Os gnósticos usavam esta palavra com o sentido de assistente ou ajudante. No grego clássico, paracleto é usada com o sentido de advogado, alguém que pleiteia a causa de outrem – sentido este que passou ao grego helenista, nos escritos de Josefo, Filo e também para os papiros dos tempos apostólicos. No início a palavra apenas designava um advogado, mas o seu sentido se ampliou, indicando ideias de consolo e conselho. O verbo paracleo, tão comum na Septuaginta, ocorre com frequência para indicar o auxílio que Deus concede aos Seus filhos, a fim de ajudá-los em todas as suas necessidades.
Paracleto é usado no Novo Testamento tanto para o Espírito Santo quanto para Cristo. O Espírito Santo não Se limita ao papel de um advogado, pois Cristo declara que Ele nos guiará a toda a verdade, convencerá o mundo do pecado, havendo de operar a nossa transformação para que nos qualifiquemos para o Céu.
Para Arthur John Gossip, a obra do Espírito Santo é a seguinte: “O Espírito que Ele ‘Deus’ nos envia é um Espírito poderoso, que insta conosco de forma intensa. Ele impele, Ele reaviva, Ele revigora, Ele infunde novo ânimo e nova coragem aos descoroçoados, e, repondo na ordem as fileiras dispersas, permite-nos tirar a vitória da própria derrota”.
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O que é personalidade? É o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste em intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são também chamados de inteligência, afetividade e autodeterminação.
No ESPÍRITO SANTO vemos essa triplicidade de atributos da personalidade, a saber: intelecto: “ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o ESPÍRITO de DEUS” (I Co 2.11); sensibilidade: “E não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS” (Ef 4.30); e vontade: “[O ESPÍRITO] repartindo particularmente a cada um como quer” (I Co 12.11) e “a intenção do ESPÍRITO” (Rm 8.27). Como membro da unidade trina de DEUS, o ESPÍRITO SANTO é, pois, uma Pessoa.
II. SUA DEIDADE, ATRIBUTOS E OBRAS
1. Sua deidade - O ESPÍRITO SANTO é o Criador do Universo e dos seres humanos junto com o PAI e o Filho JESUS (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30).
O ESPÍRITO SANTO gerou JESUS como homem (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11).O ESPÍRITO SANTO também é Senhor da Igreja, instituindo bispos (At 20.28); participante do novo nascimento (Jo 3.5,6); também é doador da vida (Ez 37.14), Ele regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais como quer (1 Co 12.7-11).
Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano declara para confirmar a bíblia: "E no ESPÍRITO SANTO, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas".
Sua divindade em toda Bíblia
Êxodo 17.7 comparado com Hebreus 3.7-9. “Porque tentaram o Senhor, dizendo: — Está 0 Senhor no meio de nós ou não?” (Grifo nosso) => “Por isso, como diz o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam 0 coração como foi na rebelião, no dia da tentação no deserto, onde os pais de vocês me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras durante quarenta anos” (grifo nosso). O Antigo Testamento ensina que os filhos de Israel tentaram a Javé, entretanto, 0 Novo Testamento afirma que Ele é identificado como o Espírito Santo
Juizes 15.14 comparado com Juizes 16.20. “Mas 0 Espírito do Senhor de tal maneira se apossou de Sansão, que as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho queimados, e as amarras que ele tinha nas mãos se soltaram” (grifo nosso). => “Então ela gritou: — Sansão, os filisteus vêm vindo aí! Ele despertou do sono e disse consigo mesmo: — Vou sair como nas outras vezes e me livrarei. Mas ele não sabia ainda que o Senhor já se havia retirado dele” (grifo nosso). Na primeira citação é o Espírito Santo quem se apodera de Sansão, na segunda, afirma que Sansão não sabia que o Deus Javé havia se retirado dele. O Espírito de Javé e o próprio Javé são identificados, nessas passagens como o mesmo Deus.
Isaías 6.1-8 comparado com Atos 28.25-27. O mesmo Javé de Isaías 6.3 é chamado de Adonai no v. 8: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: — A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (grifo nosso) que é identificado com o Espírito Santo no Novo Testamento, em atos (28.25-27). Essa passagem é uma citação de Isaías 6.8-10, mas 0 comentário sobre essas passagens bíblicas está no capítulo 4, sobre a Trindade. Voltamos a reiterar, que no versículo 8, 0 profeta afirma que Adonai falou com ele, entretanto, 0 apóstolo Paulo afirma ser o Senhor o próprio Espírito Santo.
2. Seus atributos - Atributos de personalidade: a) inteligência (capacidade de conhecimento) — 1 Co 2.10 comparado com Is 11.2; b) vontade própria (capacidade de escolha) — 1 Co 12.11; c) sensibilidade (capacidade de emoção) — Ef 4.30; Rm 15.30.
• Atividades pessoais exercidas pelo ESPÍRITO SANTO: a) ensina — Jo 14.26; b) testifica — Jo 15.26; c) guia — Rm 8.14; d) convence — Jo 16.7,8; e) contende — Gn 6.3; f) ordena e dirige — At 8.29; 13.1,3; g) intercede — Rm 8.26, 34; h) realiza milagres — At 8.39.• ESPÍRITO SANTO contradiz as regras de gramática — Palavra grega pneuma (espírito) é do gênero neutro. Uso de 3 espécies de pronomes, todos do gênero masculino: a) pronome demonstrativo masculino — Jo 16.13,14 (este, esse, aquele); b) pronomes relativos masculinos — Jo 15.26 e Ef 1.14 (que, o qual); c) pronome pessoal masculino — Jo 16.6,8 (vo-lo enviarei).
Alguns atributos incomunicáveis.
São eles, os principais:
Atributo que pertence exclusivamente à divindade (Rm 1.23; Hb 1.11).
a) Onipresença. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo (Sm 139.7-10; I Co 2.10).. Não podemos fugir à sua presença (Sl 139.7). Como ê bom saber que podemos contar com a sua companhia em todo o tempo.
Atentemos para duas ênfases contidas nesses textos que evidenciam a onipresença do ESPÍRITO: “Para onde me irei do teu ESPÍRITO, ou para onde fugirei da tua face?” e “O ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS”.
b) Onisciência. O ESPÍRITO SANTO tudo sabe e tudo conhece. Ele nos sonda e nos prova quanto às intenções de nosso coração (1 Co 2.10). Ninguém pode mentir àquEle que sabe toda a verdade. Lembra-se de Ananias e Safira? Nada escapa ao conhecimento do ESPÍRITO SANTO. Sua compreensão é infinita. Ele tudo sabe e nada ignora (Sl 139.2.11,13).
Esta é mais uma evidência da deidade do ESPÍRITO SANTO, o qual sabe e conhece todas as coisas (I Co 2.10,11). Isso é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira parte dessa declaração de JESUS indica a permanência do ESPÍRITO SANTO em nós (“habita convosco”); e a segunda, a sua presença constante dentro de nós (“e estará em vós”).
Alguns atributos comunicáveis.
a) O ESPÍRITO SANTO é santo. "SANTO" não como que tendo recebido esta santidade externamente, mas como consequência direta de sua natureza santa. ELE mesmo é santo. Ele nos santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
b) O Fruto do ESPÍRITO e suas 9 qualidades é um atributo do ESPÍRITO SANTO que nos comunica suas virtudes. Mas o fruto do ESPÍRITO é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22.
c) Os dons do ESPÌRITO SANTO são também seus atributos que nos capacita a fazer a obra a de DEUS, reúne multidões para ouvir o evangelho e confirma nossa pregação como advinda de DEUS. Aí há muitas conversões com o ESPÍRITO SANTO os convencendo do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8).
3. Suas obras - A Bíblia apresenta o ESPÍRITO SANTO como um Ser dotado de personalidade, isto é, que possui ou contém em si mesmo os elementos de existência pessoal, em contraste com a existência impessoal
Pode-se dizer que a personalidade existe quando se encontram em uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda autoconsciência e autodeterminação. Deste modo, ao usarmos o termo "pessoa", aplicando-o aos membros da Trindade, deve ser entendido em sentido qualitativo ou limitado, e não em organismos separados, confundindo-o com corporalidade, conforme usamos o termo em relação ao homem.A Bíblia mostra a personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que:
Ele cria e dá vida (Jó 33.4).
Ele nomeia e comissiona ministros (Is 48.16; At 13.2; 20.28).
Ele dirige onde os ministros devem pregar (At 16.6,7).
Ele instrui o que os ministros devem pregar (1 Co 2.14).
Ele falou através dos profetas (At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21).
Ele contende com os pecadores (Gn 6.3).
Ele reprova (Jo 16.8).
Ele consola (At 9.31).
Ele nos ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26).
Ele ensina (Jo 14.26; 1 Co 12.3).
Ele guia (Jo 16.13).
Ele santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
Ele testifica de CRISTO (JO 15.26).
Ele glorifica a CRISTO (Jo 16.14).
Ele tem poder próprio (Rm 15.13).
Ele sonda tudo (Rm 11.33,34; 1 Co 10,11).
Ele age segundo a sua vontade (1 Co 12.11).
Ele habita com os Santos (Jo 14.17).
Ele pode ser entristecido (Ef 4.30).
Ele pode ser envergonhado (Is 63.10).
Ele pode sofrer resistência (At 7.51).
Ele pode ser tentado (At 5.9).
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III. HERESIAS ANTIGAS E NOVAS
1. As primeiras heresias - Antes de Niceia, a discussão era centrada em Jesus, sobre a sua identidade e a doutrina sobre o Espírito Santo raramente entrava nos debates. Depois desse Concilio, surgiram as manifestações mais agudas contra o Espírito Santo, a começar com os arianistas, que negavam a divindade de Cristo, mas também a do Espírito Santo. Os movimentos tropiciano117 e pneumatomaciano118 chamaram atenção de Atanásio e dos pais capadócios. Os tropicianos ensinavam ser o Espírito Santo um anjo, mas Atanásio (295-373) bispo de Alexandria refutou essa heresia com muita propriedade. E, Basílio de Cesareia (329-379) que, a princípio, tinha sido pneumatomaciano, depois de pesquisas profundas nas Escrituras, reconheceu a divindade do Espírito Santo e procurou convencer o seu amigo, Eustáquio de Sebaste, líder dos pneumatomacianos, mas não conseguiu trazer 0 seu amigo para a ortodoxia cristã.
Gregório de Nazianzo (329-389) afirma na quinta Oração Teológica XXXVI o seguinte:
O Antigo Testamento manifestou claramente 0 Pai e obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho e obscuramente indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, 0 Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer. Porque teria sido inseguro proclamar abertamente 0 Filho antes de ser conhecida a divindade do Pai; ou antes de ser reconhecida a divindade do Filho, impor-se, por assim dizer, a do Espírito Santo... Era muito melhor que, por adições parciais e, como diz Davi, por ascensões de glória em glória, brilhasse progressivamente 0 esplendor da Trindade... Vede como a luz foi chegando aos poucos, e a ordem, pela qual Deus se fez revelar a nós.
m Gregório de Nazianzo encontra-se sua extraordinária contribuição para a vitória final da fe nicena. Ele organizou os dados da revelação divina, registrados nas Escrituras, e afirmou categoricamente que o Espírito Santo é Deus. O Concilio de Constantinopla, 381, descreveu o Espírito como Deus e como “o Senhor e provedor da vida, que procede do Pai e é adorado e glorificado com o Pai e com o Filho”. Gregório de Nazianzo considerava o termo “santo”, aplicado ao Espírito, como consequência direta de sua natureza e não um resultado de fonte externa.
0 Espírito Santo e as testemunhas de Jeová
O movimento das testemunhas de Jeová nega a divindade e a personalidade do Espírito Santo. Seus líderes alegam que o fato de o Espírito Santo falar, ensinar, dar testemunhos, ouvir, etc. não prova que Ele tenha personalidade, mas que se trata apenas de figura de linguagem. Justifica esse raciocínio, com meias verdades citando 1 João 5.7,8: “Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água e 0 sangue”. Então, seus teólogos argumentam: A água e 0 sangue dão testemunhos, e nem por isso a água e o sangue têm personalidade. Trata-se, pois de uma aplicação infeliz. O texto sagrado em tela é uma reiteração do versículo 6: “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo. Ele não veio somente com a água, mas com a água e com 0 sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque 0 Espírito é a verdade”. A água é o batismo e a unção de Jesus Cristo. O sangue é o sangue expiador que Ele derramou na cruz. Estes dois elementos são provas da obra que Jesus realizou, sendo também o Espírito Santo uma testemunha viva dessas coisas, tanto naquele tempo quanto agora. Querer igualar o Espírito Santo com a água e o sangue, e fazendo disso um meio para “provar”, na Bíblia, que 0 Espírito Santo é impessoal, é muito inconsistente. Em nenhum lugar das Escrituras encontramos serem a água e 0 sangue pessoas e, não obstante, encontramos em toda a Bíblia as provas da personalidade do Espírito Santo, pelos seus atributos pessoais.
João batizava com água, Jesus batiza no Espírito Santo, água não é pessoa, logo, 0 Espírito Santo também não pode ser pessoa. Esse é o primeiro argumento. O segundo, 0 Espírito Santo foi derramado, como pode uma pessoa ser derramada? Terceiro argumento, como pode uma pessoa ser cheia de outra?
Essa comparação entre batismo no Espírito Santo e batismo nas aguas é muito pobre. É argumento inconsistente, uma vez que o batismo nas águas representa imersão nelas, significando nova vida com Cristo (Rm 6.4,s), e 0 batismo no Espírito Santo significa ser alguém revestido dele. Em 1 Coríntios 10.2, lemos que 0 povo de Israel foi batizado em Moisés, nem por isso Moisés perdeu a sua personalidade.
PNEUMATOMACIANOS - O macedonianismo foi um movimento herético que surgiu em meados do século IV, que deve seu nome ao Patriarca de Constantinopla Macedônio I e que negava a divindade do Espírito Santo[1]
Os seguidores dessa nova abordagem radical também foram chamados pneumatómacos, "adversários do Espírito"[2]
O líder dos heréticos acusados de distorcerem o ensinamento apostólico sobre o Espírito Santo era Macedônio I, que ocupava a cátedra de Constantinopla como arcebispo no século IV e encontrou seguidores entre antigos arianos e semi-arianos. Ele chamava o Espírito Santo de criatura do filho e servente do Pai e do Filho. Os que acusaram esta heresia eram os padres da igreja como Basílio, o Grande, Gregório Teólogo, Atanásio, o Grande, Gregório de Níssa, Ambrósio de Milão, Anfilóquio, Diodoro de Tarso e outros que escreveram obras contra os heréticos. Os ensinamentos de Macedônio fora refutados primeiro numa série de concílios locais e, finalmente, no Primeiro Concílio Ecumênico, em Constantinopla, no ano de 381, se completou o credo de Niceia com estas palavras[4]:
“ | "Creio no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas." | ” |
— Adição ao Credo de Niceia provocada pela heresia macedoniana. |
Macedônio pregava ainda que o Filho era de uma "substância similar" (homoiousia) à do Pai [5][1] mas não da "mesma essência" (Homoousia). Como resultado do Segundo Concílio Ecumênico, a homoousion se tornou a definição aceita na ortodoxia cristã.
2. O Espírito Santo em outras religiões - 0 Espírito Santo e o islamismo127 O pensamento islâmico sobre o Espírito Santo é confuso. Uns acreditam que ele seja o anjo Gabriel ao interpretar a expressão “Espírito Sagrado” no Alcorão 2.253, visto que Gabriel trouxe a mensagem de Deus para Maria e segundo a tradição islâmica, teria revelado o Alcorão a Maomé. Mas, segundo a Bíblia, o Espírito Santo é o próprio Deus (At s.3,4; 2 Co 3.17,18). O termo “espírito” aparece vinte vezes no Alcorão, segundo David Goldmann, em sua obra Islam and the Bible, “e cada vez a palavra é entendida para se referir a um ser criado que possui um corpo sutil que penetra em outro corpo”.128 Isso significa para os muçulmanos que “espírito” diz respeito a um ser criado (Alcorão 15.29) que possui um corpo sutil e é capaz de penetrar num corpo rústico. Eles consideram os anjos e os gênios nessa categoria. Desse modo, afirmar que “Deus é Espírito” (Jo 4.24) para eles é uma blasfêmia. 0 problema está no contexto religioso e cultural deles, pois essas palavras de Jesus significam que a natureza de Deus é imaterial, que ele é invisível e simples, ou seja, não se compõe de matéria ou figura corpórea (Rm 1.20; Cl 1.15; 1 Tm 1.17).
Os intelectuais muçulmanos se apegam às palavras do Alcorão atribuídas a Jesus: “sou para vós o Mensageiro de Allah, para confirmar a Tora, que havia antes de mim, e anunciar um Mensageiro, que virá depois de mim, cujo nome é Ahmad” (Alcorão, 61.6). Eles interpretam essa passagem corânica como cumprimento da promessa que Jesus fez sobre a vinda do Consolador, do Paracleto. Desse modo, Ahmad ou Mohammad, seria o Consolador. A palavra grega periclytós significa “renomado ao redor, ilustre”, que eles interpretam ter 0 mesmo significado de “Ahmad”. Assim, concluem que Maomé é o Consolador prometido por Jesus.
Segue a explicação sobre isso. A palavra grega usada para Consolador é outra, paraklêtos, e não periklytós. Periklytós não é uma palavra bíblica, não aparece em lugar algum da Bíblia Sagrada. Além disso, não é possível aplicar as características do Consolador descritas em João 14 a 16 a qualquer ser humano. Jesus disse que o Consolador é 0 próprio Espírito Santo (Jo 14.26). A promessa do Senhor Jesus é de que 0 “a fim de que esteja com vocês para sempre” (Jo 14.16). Trata-se de um ser que não morre, que vive para sempre, e Maomé declarou-se mortal. Jesus disse também que 0 Consolador “habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17 - TB) e que “quando, porém, vier o Consolador, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, 0 Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26). Nenhum muçulmano admite que Maomé tenha sido enviado ao mundo pelo Senhor Jesus
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.
Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.
Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de apoio, Em defesa da Fé Cristã, Esequias Soares - Ed. CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - Editora CPAD.
Dicionário Strong em Português
Novo Testamento Interpretado, de Russell Champlin, vol. 2, pág. 534.
https://ligadonavideira.wordpress.com/2013/03/04/explicacao-de-textos-dificeis-da-biblia-paracleto/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macedonianismo
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