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TEXTO ÁUREO
"Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!" (Rm 9.5)
VERDADE PRÁTICA
Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Romanos 1. 1-4; Filipenses 2. 5-11
INTRODUÇÃO
Nada foi mudado na encarnação, portanto, Ele é o perfeito homem, “Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.s), e o perfeito Deus, em toda a plenitude “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). O Senhor Jesus é 0 verdadeiro homem e o verdadeiro Deus, esta verdade é revelada com clareza no Novo Testamento. O Jesus homem é 0 tema do capítulo 3 e o Jesus Deus no capítulo seguinte. Essa doutrina é conhecida, hoje, como unio personalis, do latim, literalmente, “união pessoal”, e teologicamente, significa, “a união das duas naturezas na pessoa de Cristo”. Uma vez definida para sempre a cristologia em Neceia, 325, e a Trindade em Constantinopla, 381, surgem várias especulações teológicas em torno das naturezas de Cristo, humana e divina.
I. O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
1. "Descendência de Davi segundo a "carne" - Essa expressão, usada amiúde por Paulo, revela a identificação de JESUS com a humanidade.
O apóstolo empregou o termo “carne” com esse mesmo sentido em Romanos 9.5. Era conveniente que JESUS viesse ao mundo como homem; se assim não fora, não poderia sofrer e, por conseguinte, ser o Salvador da humanidade (Hb 2.17). Além disso, a Bíblia mostra a humanidade de JESUS, inclusive sua linhagem (Sl 22.22; Fp 2.6-11; 1 Tm 2.5; 2 Tm 2.8). Sua genealogia encontra-se em Mateus 1.1-17 e Lucas 3.2-38.
2. Características humanas.
Os Evangelhos revelam que JESUS possuía atributos próprios do ser humano.
Embora gerado por ato sobrenatural do ESPÍRITO SANTO, o Mestre nascera de uma mulher (Mt 1.18,20; Lc 1.35) e teve irmãos e irmãs (Mt 12.47; 13.55-56). Sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 21.18; Mc 4.38; Jo 4.6; 19.28). Sofreu, chorou, angustiou-se (Mt 26.37; Lc 19.41; Hb 13.12) e, por fim, passou pela agonia da morte.
Mas, ressuscitou glorioso, poderoso e triunfante ao terceiro dia (1 Co 15.3,4).
2. " Declarado Filho de Deus em poder - Romanos 1.3, 4: “Este evangelho diz respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo 0 Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”. Há quem afirme que essas palavras “consistem em um hino ou credo sobre Jesus anterior a Paulo”.83 Esses dois versículos declaram “sua verdadeira humanidade junto com sua verdadeira deidade”.84 A expressão “da descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3 - ARC) é uma referência aos ancestrais de Jesus, que ele veio de uma família humana de carne e ossos e que vivia entre o povo de Israel, a sua genealogia está registrada em Mateus 1.1-16 e em Lucas 3.23-38. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus. O versículo “designado Filho de Deus com poder, segundo 0 Espírito de santidade”, afirma Robertson, indica que Jesus “era Filho de Deus em seu estado preencarnado (2 Co 8.9; Fp 2.6) e o seguiu sendo após a encarnação”.85 Essa expressão aponta a divindade de Jesus e isso é reforçado.
A expressão “Filho de DEUS”, conforme vimos na lição passada, é uma das revelações da divindade de JESUS (Jo 5.18, 10.33-36).
O Senhor JESUS declarou “ser um com o Pai”; isso significa ser o mesmo DEUS e não a mesma pessoa (Jo 10.30).
A divindade de CRISTO é ensinada em toda a Bíblia de maneira direta: “e o Verbo era DEUS” (Jo 1.1), “este é o verdadeiro DEUS e a vida eterna” (1 Jo 5.20) e, também, através dos seus atributos divinos, tais como onipresença, onipotência, onisciência, eternidade entre outros (Mt 18.20; 28.18; Jo 21.17; Hb 13.8). 3. O antigo hino cristológico (Fp 2. 5,6) - Ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, a glória, os concertos, a leijo culto e as promessas; o apóstolo conclui: “deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para sempre. Amém!” O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e ao mesmo tempo é o “Deus bendito eternamente”.
Essa passagem, como Romanos 1.3,4, é parte de um antigo hino cristológico.91 O texto está dizendo que, embora sendo Jesus Deus, não usou as prerrogativas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. Paulo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. O termo grego morphê, “forma”, usado pelo apóstolo Paulo “sendoFilipenses 2.6-8: “Tenham entre vocês 0 mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.
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II. AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
1. Quem foi Nestório? - Nestório, (nascido no século 4, Germanícia, Síria Eufratensis, Ásia Menor - falecido c. 451, Panópolis, Egito), fundador do cristianismo nestoriano. Nascido de pais persas, estudou em Antioquia e foi ordenado sacerdote. Como bispo de Constantinopla a partir de 428, ele despertou polêmica quando se opôs a Cirilo de Alexandria concedendo a Maria o título de Theotokos ("Portadora de Deus"), que ele acreditava comprometer a plena humanidade de Cristo. Em 431, o Concílio de Éfeso condenou seu ensino como heresia, alegando que ele negava a realidade da encarnação de Cristo, e Nestório foi para o exílio, primeiro no deserto da Líbia e depois no Alto Egito. O nestorianismo foi adotado pela igreja persa, cujos membros ainda aderem às suas idéias.
2. Nestorianismo - Nestorianismo, seita cristã que se originou na Ásia Menor e na Síria enfatizando a independência das naturezas divina e humana de Cristo e, com efeito, sugerindo que são duas pessoas vagamente unidas. A seita cismática se formou após a condenação de Nestório e seus ensinamentos pelos concílios ecumênicos de Éfeso (431 dC) e Calcedônia (451 dC).
Originalmente, o nestorianismo previa o Verbo divino como tendo se associado a si mesmo na Encarnação como um homem completo e independente. Do ponto de vista ortodoxo, o nestorianismo, portanto, negava a realidade da Encarnação e representava Cristo como um homem inspirado por Deus, e não como Deus feito homem. Desde o século 5, todos os principais ramos da igreja cristã se uniram na condenação do nestorianismo e afirmaram que Cristo é uma única pessoa, ao mesmo tempo totalmente humana e totalmente divina.
O cristianismo na Pérsia enfrentou perseguição intermitente até que a Igreja Persa em 424 proclamou formalmente sua total independência das igrejas cristãs em outros lugares, libertando-se assim de suspeitas sobre ligações estrangeiras. Sob a influência de Barsumas, o metropolita de Nísibis, a Igreja Persa reconheceu Teodoro de Mopsuéstia, a principal autoridade teológica nestoriana, como guardião da fé correta, em fevereiro de 486. Esta posição foi reafirmada sob o patriarca Babai (497-502), e desde então a igreja tem sido nestoriana.
3. Monofísismo - Espécies de Monofisismo. Segundo os estudiosos do problema, pode-se distinguir um Monofisismo puramente verbal, que consiste em reclamar a unidade da "natureza" para afirmar em uma linguagem arcaica, o que hoje chamaríamos — unidade de pessoa, sem pretender abolir, também, a humanidade. Mas há também um Monofisismo real, que via no Cristo a fusão do humano e do divino, isto é, pràticamente uma absorção do homem pelo Verbo de Deus. Uma vez feita esta distinção, lógicamente estendia-se às operações e faculdades do Salvador e mesmo à sublimação do seu ser corporal. Logo, para salvaguardar a unidade do Cristo, o Monofisismo comprometia a dualidade de seus elementos constitutivos. E conseqüentemente, o que alçava a uma gravidade insuperável, chegando a comprometer o próprio dogma da Redenção (4) .
Êutico ou Eutique, como era também chamado, um monge de Constantinopla (aproximadamente 378-454), foi o principal expoente dessa doutrina, por isso, 0 monofisismo é também conhecido como eutiquianismo. Sua intenção era combater o ensino de Nestório, mas caiu em outro erro. “Em termos históricos, ele é considerado fundador de uma forma extremada e praticamente docética de monofisismo, ensinando que a humanidade do Senhor havia sido totalmente absorvida por sua divindade”. Esse era o pensamento radical ensinado pela escola alexandrina. Mas, Roma e Antioquia discordavam dessa ideia. Êutico foi convidado a desculpar-se diante do patriarca de Constantinopla, Flaviano, quando foi condenado em 22 de novembro de 448, numa reunião do Sínodo Permanente. Diante das controvérsias nestoriana e eutiquiana, 0 imperador Marciano, sucessor de Teodósio I, convocou o Concilio da Calcedônia, que teve início em 8 de outubro de 451, vinte anos depois do Concilio de Éfeso. O Credo de Calcedônia é uma resposta ao nestorianismo e ao monofisismo como se segue:
Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo consubstanciai [homooysios] ao Pai, segundo a divindade, e consubstanciai a nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhante a nós, excetuando 0 pecado”, gerado, segundo a divindade, antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus [theotókos]. Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas,101 inconfundíveis102 e imutáveis,103 inseparáveis e indivisíveis104. A distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência [hypóstasis]; não dividido ou separado em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor, conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu.
4. O Concílio de Calcedônia - O Concílio de Calcedônia foi um concílio ecumênico que se realizou de 8 de outubro a 1 de novembro de 451 em Calcedônia, uma cidade da Bitínia, na Ásia Menor, frente a Constantinopla. Foi o quarto dos primeiros sete concílios ecumênicos da história do cristianismo, onde foi repudiada a doutrina de Êutiques relativa ao monofisismo e declarada a dualidade humana e divina de Jesus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.
Teologicamente, acreditavam que Jesus fora plenamente humano, mas eles tinham a tendência de enfatizar mais o Cristo como Palavra divina (Logos) do que o Jesus humano. Quando essa questão era levada ao extremo, existia a tendência de obscurecer a humanidade de Jesus a favor de sua divindade.
Apolinário, um dos principais defensores de Alexandria, lutara bravamente contra heresias como o arianismo e o maniqueísmo.
A Escola de Antioquia apresentava a tendência de se concentrar na humanidade de Jesus. Embora Jesus fosse divino, eles diziam que sua humanidade fora completa e normal.
Em 431, no Terceiro Concilio Ecumênico em Éfeso, o maquinador Cirilo conseguiu que Nestório fosse deposto antes que ele e seus amigos pudessem chegar ao local das reuniões. Quando os clérigos ausentes chegaram, condenaram Cirilo e seus seguidores sob a liderança de João, o patriarca de Antioquia. O imperador Teodósio, que convocara o concilio, foi pressionado e terminou por exilar Nestório.
Eutíquio, chefe de um mosteiro próximo a Constantinopla, ensinava uma ideia que passou a ser chamada monofisismo (de mono, “um”, e physis, “natureza”).
Esse ponto de vista sustentava que a natureza de Cristo estava perdida na divindade, “assim como uma gota d’água que cai no mar é absorvida por ele”.
O patriarca Flaviano de Constantinopla condenou Eutíquio por heresia, mas o patriarca Dióscoro, de Alexandria, o apoiou. A pedido de Dióscoro, Teodósio convocou outro concilio, que se reuniu em Efeso, em 449. Esse concilio proclamou que Eutíquio não era herege, mas muitas igrejas consideraram esse concilio inválido. O papa Leão I rotulou aquele encontro de “Sínodo de Ladrões” e, atualmente, ele não é considerado um concilio ecumênico válido.
O papa Leão I pediu ao imperador que convocasse outro concilio de modo que a igreja, como um todo, fosse representada. Esse concilio aconteceu na cidade de Calcedônia, próximo de Constantinopla, no ano de 451, atraindo cerca de quatrocentos bispos, número superior ao de qualquer outro concilio já realizado até aqueles dias.
Dióscoro sempre foi uma figura um tanto sinistra. Agora, nesse concilio, ele foi excomungado da igreja com resultado de suas ações no chamado “Sínodo de Ladrões”.
Durante o Concilio de Calcedônia foi lida uma afirmação sobre a natureza de Cristo, chamada “tomo” [carta dogmática], de autoria do papa Leão I. Os bispos incorporaram seu ensinamento à declaração de fé que foi chamada de Definição de fé de Calcedônia, Nessa Definição de fé, Cristo “reconhecidamente tem duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação, a propriedade característica de cada natureza é preservada e se reúne para formar uma pessoa”.
Calcedônia foi o último concilio que tanto o Ocidente quanto o Oriente consideraram oficial, com relação à definição dos ensinamentos corretos. Esse também foi o último em que todas as regiões foram representadas e conseguiram concordar em questões fundamentais.
Embora Calcedônia não tenha resolvido o problema de como Jesus poderia ser tanto Deus quanto homem, esse concilio estabeleceu limites ao definir como incorretas certas interpretações hoje consideradas eréticas.
O concilio, ao referir-se à posição adotada por Apolinário e Eutíquio, disse: “Qualquer que tenha sido a maneira como isso ocorreu, sabemos que não aconteceu dessa maneira”.
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III. O PERIGO DESSAS HERESIAS NA ATUALIDADE
1. Os monofisistas - O monofisismo nasceu na "Escola Teológica de Alexandria" (um movimento e não um local), que começou a sua análise cristológica com o (divino) Filho eterno ou Verbo de Deus e procurou explicar como este Verbo Divino se encarnou como um homem. Pelo caminho contrário, a Escola de Antioquia (onde nasceu o nestorianismo, a antítese do monofisismo) partiu de Jesus (humano) dos evangelhos e tentou explicar como este homem se uniu com o Verbo Divino na Encarnação de Jesus. Ambos os lados, é claro, concordavam que Jesus era divino e humano, mas os alexandrinos enfatizavam a divindade (incluindo o fato de a natureza divina ser "impassível", ou seja, imune ao sofrimento) enquanto que os antioquenos enfatizavam a humanidade (incluindo o conhecimento limitado e a "sabedoria crescente" de Cristo nos evangelhos). Teólogos monofisistas e nestorianos, na realidade, raramente acreditavam nas visões extremas que seus adversários lhes atribuíam (embora alguns possam tê-lo feito).
A doutrina monofisista foi condenada pelo Concílio de Calcedônia em 451, que, entre outros atos, adotou a chamada "Definição de Calcedônia" (geralmente chamado de "Credo Calcedoniano") afirmando que Cristo é o eterno Filho de Deus "que se fez conhecer em duas naturezas sem confusão (ou seja, mistura), imutável, indivisível, sem separação, sendo as diferenças entre as naturezas de maneira nenhuma removidas por causa da união, mas as propriedades de cada natureza sendo preservadas e aglutinadas em uma prosopon [pessoa] e uma hypostasis [substância] - não dividida ou partida em duas prosopa [pessoas], mas apenas um e o mesmo Filho, unigênito, divino Verbo, Senhor Jesus Cristo".[2]
Duas doutrinas desta época podem ser indiscutivelmente chamadas de "monofisistas":
- Eutiquianismo, que defendia que as naturezas humana e divina de Cristo foram fundidas em uma nova natureza única (mono): sua natureza humana teria "se dissolvido como uma gota de mel no mar";
- Apolinarianismo, que defendia que Cristo tinha um corpo humano e um "princípio de vida" humano, mas que o Logos havia tomado o lugar do nous, ou "princípio pensante", análogo, mas não idêntico, ao que se chama de "mente" nos dias de hoje.
Depois que o nestorianismo, ensinado pelo arcebispo de Constantinopla Nestório, foi rejeitado no Primeiro Concílio de Éfeso, Eutiques, um arquimandrita na capital imperial, emergiu com visões diametralmente opostas. A energia e imprudência com que ele dava suas opiniões lhe valeram uma acusação de heresia em 448 e, finalmente, a excomunhão. No ano seguinte, no controverso Segundo Concílio de Éfeso (chamado de "Latrocínio de Éfeso"), Eutiques foi re-instalado e seus principais oponentes, Eusébio de Dorileia, Dono II e o arcebispo Flaviano de Constantinopla, foram depostos. O monofisismo e Eutiques foram finalmente condenados em Calcedônia.
Posteriormente, o monotelismo - a crença de que Cristo tinha duas naturezas e uma pessoa, mas tinha apenas uma "vontade", a divina - foi desenvolvida para tentar acabar com o cisma entre os monofisistas e calcedônios, mas ela também foi rejeitada, apesar de ter sido defendida por vários imperadores bizantinos e tendo escapado de ser condenada por ao menos um papa, Honório I.
2. O Kenoticismo - O termo kenosis (ou kenose) refere-se à doutrina do “esvaziamento de si mesmo” de Cristo em Sua encarnação. A palavra vem do grego de Filipenses 2:7, que diz que Jesus “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana”. A palavra traduzida como “esvaziou” é uma forma de kenoó, de onde vem a palavra kenosis.
Observe que Filipenses 2:7 não especifica do que o Filho de Deus “se esvaziou”. E aqui devemos ter cuidado para não ir além do que as Escrituras dizem. Jesus não se esvaziou de Seus atributos divinos – tais atributos não são mencionados no versículo, e é óbvio nos evangelhos que Jesus possuía o poder e a sabedoria de Deus. Acalmar a tempestade é apenas uma demonstração do poder divino de Jesus (Marcos 4:39). Ao vir à terra, o Filho de Deus não deixou de ser Deus e não se tornou um “deus inferior”. Qualquer que seja o significado do “esvaziamento”, Jesus permaneceu plenamente Deus: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2:9).
É melhor pensar no “esvaziamento” de Cristo de Si mesmo como um abandono dos privilégios que eram Seus no céu. Em vez de permanecer em Seu trono no céu, Jesus “se fez nada” (Filipenses 2:7). Quando veio à terra, “Cristo abriu mão de seus privilégios divinos”. Ele velou a Sua glória e escolheu ocupar a posição de escravo.
A kenosis era uma auto-renúncia, não um esvaziamento da divindade. Nem foi uma troca de divindade pela humanidade. Jesus nunca deixou de ser Deus durante qualquer parte do Seu ministério terreno. Ele deixou de lado a Sua glória celestial. Ele também se absteve voluntariamente de usar a Sua divindade para facilitar o Seu caminho. Durante o Seu ministério terreno, Cristo submeteu-se completamente à vontade do Pai (João 5:19).
Como parte da kenosis, Jesus às vezes operava dentro das limitações da humanidade. Deus não se cansa nem tem sede, mas Jesus sim (João 4:6; 19:28). Deus sabe todas as coisas, mas parece que, pelo menos uma vez, Jesus renunciou voluntariamente ao uso de Sua onisciência (Mateus 24:36). Outras vezes, a onisciência de Jesus estava em plena exibição (Lucas 6:8; João 13:11; 18:4).
Existem alguns falsos mestres que levam o conceito de kenosis longe demais, dizendo que Jesus desistiu de toda ou parte de Sua natureza divina quando veio à terra. Essa heresia é por vezes referida como a teoria da kenosis, mas um termo melhor é kenoticismo ou teologia kenótica, para distingui-la da compreensão bíblica da kenosis.
Quando se trata de kenosis, muitas vezes nos concentramos demais naquilo de que Jesus abriu mão. A kenosis também trata do que Cristo assumiu. Jesus acrescentou à Sua natureza divina uma natureza humana ao se humilhar por nós. Jesus deixou de ser a glória das glórias no céu para se tornar um ser humano que foi morto na cruz. Filipenses 2:7–8 declara: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” No supremo ato de humildade, o Deus do universo tornou-se um ser humano e morreu pela Sua criação.
A kenosis é o ato de Cristo assumindo uma natureza humana com todas as suas limitações – mas sem pecado. Como escreveu um estudioso da Bíblia: “Em Sua encarnação, Ele permaneceu 'na forma de Deus' e, como tal, é Senhor e Governante sobre todos, mas também aceitou a natureza de um servo como parte da Sua humanidade” (J. J. Müller, The Epistles of Paul to the Philippians and to Philemon, pág. 82 em inglês).
3. Mariolatria - O culto a Maria é o divisor de águas entre católicos romanos e evangélicos. O clero romano confere a Maria a honra e a glória que pertencem exclusivamente ao Senhor Jesus. Essa substituição é condenada nas Escrituras Sagradas e, como resultado, conduz o povo à idolatria. Reconhecemos o honroso papel de Maria na Bíblia, como mãe de nosso Salvador, mas a Palavra de Deus deixa claro que ela não é co-autora da salvação e muito menos divina. É, portanto, pecado orar em seu nome, colocá-la como mediadora, dirigir a ela cânticos de louvor.
O termo “mariolatria” vem de Maria, forma grega do nome hebraico Miriã, e de latreia. A mariolatria é o culto ou a adoração a Maria estabelecidos pelo Catolicismo Romano ao longo dos séculos
A Bíblia ensina que é somente a Deus que devemos adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9). Maria foi salva porque creu em Jesus e não meramente por ser a mãe do Messias (Lc 11.27,28). Somente a Deus devemos cultuar. “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4. l O – Almeida Atualizada). Os romanistas ajoelham-se diante da imagem de Maria e dirigem a ela orações e cânticos.
. As contradições de Roma.
O Catolicismo Romano jamais admitirá que prega a divindade de Maria, da mesma forma que nega a adoração a ela. Entretanto, os fatos falam por si só e provam o contrário. Ela é também chamada de “Rainha do Céu“, o mesmo nome de uma divindade pagã da Assíria (Jr 7.18; 44.17-25); é parte de sua liturgia a reza Salve-rainha.
Distorção litúrgica.
A oração litúrgica dedicada a Maria e desenvolvida pela Igreja Católica Romana evoca: “Ave-maria cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de seu ventre. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, os pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”. Essas palavras são tiradas de Lucas 1.28, 42, mas a parte final não é bíblica, foi acrescentada em 1508. Essa oração é uma abominação aos olhos de Deus, pois não é dirigida a quem de direito (l Tm 2.5).
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.
Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.
Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de apoio, Em defesa da Fé Cristã, Esequias Soares - Ed. CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - Editora CPAD.
https://www.britannica.com/topic/Nestorianism
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monofisismo
https://www.gotquestions.org/Portugues/kenosis.html
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