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sábado, 5 de outubro de 2024

LIÇÃO 02 - AS PROMESSAS DE DEUS PARA ISRAEL.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                    TEXTO ÁUREO

"E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra." ( Gn 12.3)


                    VERDADE PRÁTICA 

Ainda que a queda espiritual tenha ocorrido com Israel, há uma gloriosa promessa ao remanescente fiel.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 12.1-3; Romanos 9.1-5




                    INTRODUÇÃO


Embora possamos inferir as promessas feitas entre o Pai e o Filho antes da criação, a primeira grande promessa de DEUS aos homens está em Gênesis 3.15 e inaugura uma sucessão que, em uma crescente clareza de detalhes desde seu anúncio, fala sobre a vinda do Messias-Salvador. Uma grande variedade de promessas está mais ou menos ligada, de uma forma direta, a essa grande promessa central, inclusive a nova aliança (Jr 31.31-34), o derramamento do ESPÍRITO (Jl 2.28ssJ, a restauração de Israel (Dt 30.1-5) e, finalmente, o novo céu e a nova terra (Is 65.1766.22).

Deus usa anjos quando não encontra alguém na terra para usar. Na chamada de Abrão, depois chamado Abraão (Gn 17.5), a narrativa bíblica do Gênesis mostra-nos que o Senhor queria escolher um homem que ouvisse a sua voz e que tivesse disposição espiritual, mental e moral para segui-lo, obedecendo a sua vontade. Em Abrão, podemos perceber que as promessas que lhe foram feitas pelo Senhor ultrapassariam as fronteiras da nação de Israel e alcançariam toda a humanidade. Em cumprimento à promessa de Deus a Adão, de que, da “semente da mulher” (Is 7.14) nasceria o vencedor da grande batalha cósmica contra Satanás, que, ao ressuscitar, venceu a morte, o pecado, o mundo e o Maligno (Is 53.4,5,12); existiria um que haveria de ferir a “cabeça da serpente”, o Diabo (Gn 3.15), o que se cumpriu, profeticamente na pessoa de Cristo Jesus, nosso Salvador. Sendo essa a primeira promessa de Deus para a redenção da humanidade, Ele foi ferido na cruz, mas, como “Deus entre nós”, foi o grande vencedor (Mt 1.20-23; Rm 5.18,19).

 Israel, como nação escolhida por Deus, eleita e predestinada antes mesmo da sua existência, não soube reconhecer que, do seu seio, Jesus Cristo era “a semente da mulher” que derrotaria o Diabo em todos os aspectos. Jesus era o Messias prometido para redimir Israel e todos dentre os homens que o recebessem como Salvador. Ainda hoje, os planos de Deus para com Israel não mudaram. A Igreja não substituiu Israel, como alguém prega, mas, na sua história, Deus abriu um parêntese indefinido no seu kairós (tempo de Deus) para que os gentios tivessem oportunidade de conhecer a Cristo como o seu Senhor e Salvador e, como salvos, fizessem parte da Igreja, juntamente com os que, dentre os judeus, aceitam a Cristo da mesma forma. Que Deus nos faça entender o grande significado para a Igreja e para o mundo das promessas feitas a Israel por meio do patriarca Abraão.




                I.    ISRAEL: A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO

1.    "E far-te-ei uma grande nação" (V.2)     -    Quando Deus chamou Abrão 

As primeiras promessas de Deus a Israel foram feitas diretamente a Abrão quando este ainda habitava em Ur dos caldeus, na antiga Mesopotâmia, entre a Arábia e a Pérsia, aproximadamente 2.000 a.C., no meio da uma família que adorava deuses estranhos (ver Js 24.2). Não há, porém, uma referência clara na Bíblia de que Abrão tenha sido praticante da idolatria.

As condições para a chamada de Abrão 

Deus chamou-o de modo direto e indubitável (Gn 12.1-3). No chamado de Deus para Abrão para ir a uma terra que ele não conhecia (Hb 11.8), o Senhor mostrou-lhe as condições: ele teria que sair da sua terra e do meio dos seus familiares e parentes. Só mediante essas condições, o Senhor realizaria grandiosas promessas, que haveriam de ser cumpridas cabalmente, mesmo a despeito de momentos de fraqueza do patriarca, descendente de Sem, filho de Noé (Gn 11.24-30; 12.1).

Em segundo lugar, as promessas de Abraão estavam relacionadas com seus descendentes. Ele seria o pai de uma grande nação (Gn 12.2)        com uma numerosa posteridade, que poderia ser comparada ao pó da terra e às estrelas do céu (Gn 13.1615.5). Sua descendência incluiria pessoas famosas, inclusive reis, e mais do ,que apenas uma grande nação (Gn 17.6). É bastante significativo lembrar que todas essas promessas já foram literalmente cumpridas.


2.   "E abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção" (V.2)     -    Abrão já era bem conhecido na sua terra como um líder importante, mas o Senhor quis promover o seu nome numa dimensão jamais imaginada por ele. Quando Deus resolve engrandecer alguém, e a pessoa coloca-se diante dEle com humildade, nada pode impedir o desígnio divino. O salmista Davi, em hino de adoração a Deus, reconhecendo a grandeza do seu plano na sua vida, disse: “Também me deste o escudo da tua salvação e, pela tua brandura, me vieste a engrandecer” (2 Sm 22.36). Essa promessa é por demais significativa. Abrão, filho de uma família idólatra, foi escolhido por Deus para ser líder do povo de Israel. Ele ouviu solenemente o Senhor dizer-lhe: “Tu serás uma bênção”. Como ele deve ter-se sentido ao ouvir tamanha promessa? Ele era, de fato, um grande homem na sua terra, mas demonstrou ser humilde diante de Deus. Decerto se sentiu grandemente galardoado por Deus com a palavra que ele jamais imaginou. A história do povo hebreu comprova que o patriarca Abraão foi, de fato, uma grande benção para eles.


3.    "E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem" (V.3)     -   Isto criou um tipo de aliança, ofensiva e defensiva, entre DEUS e Abrão. Abrão abraçou sinceramente a causa de DEUS, e aqui DEUS promete se interessar pela dele. (1) Ele promete ser um amigo dos seus amigos, a considerar as gentilezas feitas a Abrão como feitas a Ele mesmo, e a recompensá-las adequadamente. DEUS irá cuidar para que ninguém saia perdedor, no longo caminho, por nenhum serviço feito pelo seu povo. Até mesmo um copo de água fria será recompensado. (2) Ele promete manifestar-se contra os seus inimigos. Estes são aqueles que odiavam e amaldiçoavam o próprio Abrão. Mas, embora as suas maldições infundadas não possam ferir a Abrão, a justa maldição de DEUS certamente os dominará e arruinará, Números 24.9. Esta é uma boa razão pela qual nós devemos abençoar aqueles que nos amaldiçoam, porque é suficiente que DEUS os amaldiçoe, Salmos 38.13-15.

Balaque, rei dos moabitas, sabendo o que o Senhor fizera mediante Israel contra os seus inimigos, intentou amaldiçoar os israelitas e chamou a Balaão para cumprir esse intento maligno, visando a destruição do povo de Deus (ver Nm 22.6), mas Deus falou a Balaão: “Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é” (Nm 22.12). O intento perverso de Balaque não teve êxito. Mesmo tendo oferecido dádivas a Balaão, três vezes, para que amaldiçoasse Israel, Deus não o permitiu.


4.    "E em ti  serão benditas todas as famílias da terra" (V.3)     -     Esta foi a promessa que coroou todas as demais. Pois ela aponta para o Messias, em quem todas as promessas são cumpridas. Observe que: (1) JESUS CRISTO é a grande bênção do mundo, a maior com que o mundo jamais foi abençoado. Ele é uma bênção familiar, por Ele vem a salvação à casa (Lc 19.9). Quando contarmos as bênçãos da nossa família, devemos colocar CRISTO no imprimis – primeiro lugar, como a bênção das bênçãos. Mas como podem ser todas as famílias da terra abençoadas em CRISTO, quando tantas são estranhas a Ele? Resposta: [1] Todos os que são abençoados, são abençoados nele, Atos 4.12. [2] Todos os que crêem, não importa a qual família pertençam, serão abençoados nele. [3] Alguns de todas as famílias da terra são abençoados nele. [4] Existem algumas bênçãos com as quais todas as famílias da terra são abençoadas em CRISTO. Pois a salvação do Evangelho é a salvação comum, Judas 3. (2) É uma grande honra relacionar-se com CRISTO. O fato de que o Messias seria fruto dos seus lombos engrandeceu o nome de Abrão muito mais do que o fato de que ele seria o pai de muitas nações. Foi uma grande honra para Abrão ser o seu pai, pela natureza, ou seja, ser o patriarca da sua descendência. A nossa será sermos seus irmãos, pela graça, Mateus 12.50.

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                    II.     OUTRAS PROMESSAS A ISRAEL 

1.     A promessa de um filho a Abraão    -    O tempo passava, e Sara, com 75 anos, percebendo a impossibilidade de dar um filho a Abraão, aconselhou-o a tomar a sua serva, Agar, que era egípcia, para ser a sua mulher e ter o filho com ele. Abraão, já com 85 anos, ouvindo o conselho errado da esposa, uniu-se a Agar e teve um filho com ela, a quem denominou de Ismael, nome dado por Deus com o significado de “Deus me ouviu” (Gn 16). Essa união foi motivo de inveja, intriga e perseguição de Sara para com Agar, mas o Senhor teve misericórdia da serva e do seu filho (Gn 16.8-12). Apareceu-lhe o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre, e, ao levantar os olhos, o patriarca viu três varões em pé junto a ele. E a promessa mais uma vez foi repetida por meio dos anjos, causando motivo de espanto a Sara, que riu ao ouvir a mensagem (ver Gn 18.9-15). No tempo prometido por Deus, Sara concebeu quando Abraão tinha 100 anos de idade, e ela, 90 anos (Gn 21.1-8). Ela observou que Ismael caçoava do nascimento de Isaque. Com isso, Sara pede a Abraão que Agar e Ismael sejam expulsos do convívio com a sua família. O rapaz, já adolescente, viu-se longe de casa com a sua mãe, no deserto de Berseba, e teve fome, sede e chorou. Agar ficou desesperada, mas o Senhor ouviu o seu pranto, proveu água para ambos e fez-lhes grandes promessas (Gn 21.9-21). Esses fatos provam que, para Deus cumprir as suas promessas, não há necessidade de arranjos ou atalhos. Ele vela pela sua Palavra para cumpri-la (Jr 1.12). Deus não se esquece das suas promessas. Após a morte de Sara, a Bíblia diz que Abraão ainda se casou com Quetura, com mais de 100 anos, e teve seis filhos com ela (Gn 25.1- 5).


2.       A promessa de um filho a Isaque    -   Isaque e Rebeca esperaram 20 anos por filhos, pois Rebeca era estéril. Isaque intercedeu ao Senhor em favor de Rebeca e ela engravidou dando à luz aos gêmeos Esaú e Jacó, quando Isaque tinha 60 anos. Mais tarde, quando Esaú e Jacó já eram homens formados, instigado por sua mãe, Jacó se aproveitou do fato de Isaque ter visão fraca devido à idade, e se passou por Esaú, recebendo a benção que cabia ao primogênito dos filhos.

Embora aquele ato tenha tomado Isaque de surpresa, em nenhum momento Deus foi surpreendido. Muito pelo contrário! Quando Rebeca ainda estava grávida, ela sentiu os meninos se empurrando dentro de seu ventre. Quando ela consultou o Senhor sobre aquilo, Ele esclareceu que dentro do ventre dela havia duas nações, e que o mais velho serviria o mais novo (Gênesis 25:23). Na Epístola aos Romanos, Paulo faz uma exposição profunda desses relatos de Gênesis, afirmando que antes do nascimento dos gêmeos, antes que ambos tivessem feito alguma obra, Deus já havia escolhido Jacó (Romanos 9:11-13).


3.   A promessa renovada    -    E assim, após certo tempo, Abraão teve alguns filhos, mas apenas o segundo que lhe nasceu – o único de sua mulher Sara –, recebeu a repetição da Promessa, conforme dada a seu pai: seria abençoado, receberia a terra prometida, teria descendência numerosa e, por meio dela, todos os povos seriam abençoados. Interessante perceber que Deus estava escolhendo uma única linhagem de Abraão, dentre todos os seus filhos, para que fosse a nação prometida a Abraão que viria dele (Gn 12:2) e que por meio dela, a bênção para todas as nações viesse.

  • Mas, ao se comparar as promessas dadas ao pai e ao filho, nota-se que nem tudo que Deus prometeu a Abraão foi também prometido a Isaque: o grande destaque é que não foi dito que ele (Isaque) se tornaria pai das nações, mas apenas foi transmitido a ele as promessas da herança da terra de Canaã, da bênção pessoal, da descendência numerosa e da vocação de ser o meio pelo qual Deus abençoaria todas as nações da terra.

Posteriormente, para Jacó, neto de Abraão, Deus repete as mesmas bênçãos ditas à Isaque:


Chegando a determinado lugar, parou para pernoitar, porque o sol já se havia posto. Tomando uma das pedras dali, usou-a como travesseiro e deitou-se. E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Ao lado dele estava o Senhor, que lhe disse: ‘Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado. Seus descendentes serão como o pó da terra, e se espalharão para o Oeste e para o Leste, para o Norte e para o Sul. Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência. Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi’ (Gn 28:11-15).


4.    Promessa do Reino do Messias    -    Jesus e a sua grandeza espiritual A promessa registrada em Isaías 11.1,2 tem características jamais vistas em qualquer pessoa no mundo. O texto diz que Jesus teria sete espíritos de Deus, como lemos em Apocalipse 1.4; 3.1; 4.5 e 5.6. Há quem veja contradição na Bíblia pelo fato de, na Trindade, só haver referência ao Espírito Santo, único Espírito que é Deus, ao lado do Pai e do Filho, Jesus Cristo. A resposta encontra-se no texto acima, dada por Deus a Isaías. Na verdade, o texto mostra sete aspectos do Espírito Santo, o que indica a sua perfeição absoluta, implícita no número 7, que, na tipologia bíblica, representa o “número de Deus” ou da perfeição. Assim, o Espírito Santo é: 

a) “O Espírito do Senhor”. Trata-se do nome mais importante, pois resume a condição divina da terceira pessoa da Trindade. Jesus disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). 

b) O “Espírito de sabedoria”. Jesus expressou que tinha a suprema sabedoria de Deus na sua vida. Em vários trechos da Bíblia, vemos que o Espírito de Deus tem essa característica e que a transmite a pessoas a quem Ele chama (Dt 34.9; Ef 1.17). 

c) O “Espírito de Inteligência”. Deus dá, pelo seu Espírito, inteligência sobrenatural a quem quer usar, principalmente em momentos críticos, como deu a Daniel. Quando o rei quis matar todos os sábios por estes não conseguirem interpretar o sonho não revelado da estátua simbólica e profética, a mãe do monarca disse a ele: “Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores” (Dn 5.11). 

d) O “Espírito de Conselho”. A promessa do nascimento de Jesus como “um menino”, feita 740 a.C., diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). 

e) O “Espírito de Fortaleza”. O Espírito do Senhor também é apresentado como “Espírito de Fortaleza”, porque Jesus é “Deus forte!” Paulo, usado pelo Espírito Santo, disse: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7). O Espírito de Deus não é precipitado; é equilibrado. Ao mesmo tempo que é “espírito de fortaleza”, é “de amor, e de moderação”.

 f) O “Espírito de Conhecimento”. Deus é Onisciente. Ele conhece todas as coisas em todos os tempos. O seu conhecimento é ilimitado. Paulo, orando pelos efésios, disse: “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.17). 

g) O “Espírito de temor do Senhor”. O temor do Senhor significa elevado respeito e reverência ao seu santo nome. Não é sentimento de medo, de pavor. Deus é amor, e o “amor lança fora o medo”. Está escrito: “Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o e fazei-o, porque não há no Senhor, nosso Deus, iniquidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes. [...] E deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor do Senhor com fidelidade e com coração inteiro” (2 Cr 19.7,9; cf. 1 Jo 4.16-18, ARA).

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                        III.       A PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL

1.    A  queda de Israel    -   A igreja é distinta do Israel nacional, assim como o verdadeiro Israel no Antigo Testamento era distinto do Israel nacional, mesmo sendo parte do Israel nacional. O grupo remanescente era parte do todo, mas podia também se distinguir do todo por sua fé.

Contudo, se estamos falando do verdadeiro Israel, não há de fato nenhuma distinção. O verdadeiro Israel do Antigo Testamento se torna o núcleo da igreja verdadeira no dia do Pentecostes. Aqui, a analogia da oliveira que Paulo usa em Romanos 11 é instrutiva. A árvore representa o povo pactual de Deus – Israel. Paulo compara o Israel descrente a ramos que foram arrancados da oliveira (v. 17a). Os gentios crentes são comparados a ramos de uma oliveira brava que foram enxertados na oliveira cultivada (vv. 17b-19). O ponto importante a notar é que Deus não corta a velha árvore e planta uma nova (teologia da substituição). Tampouco Deus planta uma segunda nova árvore ao lado da velha oliveira e então enxerta ramos a velha árvore na nova árvore (dispensacionalismo tradicional). Em vez disso, a mesma árvore atravessa a divisão do Antigo para o Novo Testamento. Aquilo que sobra depois que os ramos mortos são removidos é o verdadeiro Israel. Os crentes gentios são agora enxertados nessa velha árvore já existente (o verdadeiro Israel/a verdadeira Igreja). Há apenas uma boa oliveira, e a mesma boa oliveira atravessa a divisão pactual.

O que isso significa para o nosso entendimento da relação entre a igreja e Israel? Significa que, quando o verdadeiro Israel foi batizado pelo Espírito no dia de Pentecostes, o verdadeiro Israel se tornou a igreja do Novo Testamento. Portanto, há continuidade entre o verdadeiro Israel e a igreja. É por isso que as confissões reformadas podem falar que a igreja existe dede o princípio do mundo (por exemplo, Confissão Belga, art. 27). Contudo, há também descontinuidade entre a igreja e o Israel nacional, assim como havia descontinuidade entre o remanescente fiel e o Israel apóstata no Antigo Testamento.


2.    A tristeza de Paulo por Israel    -   Paulo começa Romanos 9 com um lamento por Israel – seus “compatriotas, segundo a carne” (v. 3). Ele então relembra todos os privilégios que ainda pertencem a Israel – incluindo a adoção, as alianças e as promessas (vv. 4-5). Nos versículos 6-29, Paulo defende a proposição que estabelece no versículo 6a, isto é, que a promessa de Deus não falhou. Nos versículos 6.13, ele explica que a eleição corporativa de Israel nunca significou a salvação de cada descendente biológico de Abraão: “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (v. 6b). Nos versículos 14-23, Paulo expande isso, explicando que a salvação nunca foi um direito de nascimento baseado na descendência biológica. Ela sempre foi um dom baseado na eleição soberana de Deus.

Em Romanos 9.30-10.21, Paulo descreve a virada ocorrida na história redentiva, a saber, que, enquanto Israel tropeçou sobre Jesus, os gentios estão agora afluindo para o reino. É importante observar que, em Romanos 10.1, Paulo escreve: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos”. Ele está falando sobre Israel. O próprio fato de Paulo ser capaz de continuar a orar pela salvação do Israel incrédulo indica que ele crê na possibilidade de salvação para os israelitas.


3.    Promessa de Salvação a Israel    -    O que Paulo diz, então, levanta a grande pergunta, que ele agora apresenta: “Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum!” (11.1a). Esse é o tema básico do capítulo 11. Nos versículos 1-10, Paulo demonstra que Deus não rejeitou Israel ao distinguir entre o “remanescente” e os “endurecidos”. Desenvolvendo o que já havia dito em 9.6-13 e 9.27, Paulo indica que, assim como nos dias de Elias, também agora há um remanescente que crê (11.2-5). Em contraste com o remanescente, escolhido pela graça (v. 5), estão “os demais”, a nação de Israel como um todo, a qual foi “endurecida” (v. 7). Deus entorpeceu os sentidos espirituais de Israel (v. 8) e eles tropeçaram (vv. 9-10).

Paulo então pergunta: “Porventura, tropeçaram para que caíssem?” (11.11a). Qual a sua resposta? “De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes” (11.11b). Qual é o significado presente do tropeço de Israel? Paulo explica que isso aconteceu como um meio para trazer uma multidão de gentios para o reino. O endurecimento de Israel está servindo ao propósito de Deus. A transgressão deles serviu como ocasião para a outorga da salvação aos gentios. Paulo afirma: “Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!” (v. 12, ênfase minha).

Nos versículos 11-12, Paulo menciona três eventos: a transgressão (ou “fracasso”) de Israel, a salvação dos gentios e a plena inclusão de Israel. O primeiro deles conduz ao segundo e o segundo conduz ao terceiro. A transgressão de Israel, em outras palavras, iniciou um processo que, em última instância, conduzirá de volta à restauração de Israel. Esse é o primeiro de cinco lugares nessa curta passagem no qual Paulo explica o propósito e o futuro de Israel em termos de três estágios. Douglas Moo apresenta um útil sumário:

  • vv. 11-12: “transgressão de Israel” – “salvação para os gentios” – “sua plenitude”
  • v. 15: “sua rejeição” – “reconciliação ao mundo” – “seu restabelecimento”
  • vv. 17-23: “ramos naturais quebrados” – “ramos de oliveira brava enxertados” – “ramos naturais” enxertados de volta
  • vv. 25-26: “endurecimento a Israel” – “plenitude dos gentios” – “todo o Israel será salvo”
  • vv. 30-31: desobediência de Israel – misericórdia aos gentios – misericórdia a Israel

A repetida ocorrência desse processo de “três estágios” reforça a ideia de Paulo aguarda uma futura restauração de Israel. A condição presente de Israel é descrita como de “fracasso” e “rejeição”. Paulo caracteriza a futura condição de Israel em termos de “plenitude” e “restabelecimento”. Israel não está simultaneamente na condição de “fracasso” e “plenitude” nem de “rejeição” e “restabelecimento”. A “plenitude” se seguirá ao “fracasso”. O “restabelecimento” se seguirá à “rejeição”.




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio, As Promessas de Deus - Elinaldo Renovato, Ed. CPAD

Otto Miehel, "Homologeo etc.”, TDNT, V. 199-220. Paul S. Minear, “Promise”, IDB, III, 893-896, J. Schniewind e J. Friedrich, “Èpaggelo etc.”, TDNT, II, 576- 586. Wilbur M Smith, "Promise”, BDT, pp. 422ss.

Dicionário Bíblico Wycliffe

https://estiloadoracao.com/quem-foi-isaque/

https://www.comunidadecristadacidade.org/single-post/2019/01/21/8-abra%C3%A3o-isaque-e-jac%C3%B3

https://ministeriofiel.com.br/artigos/a-igreja-e-israel-no-novo-testamento/


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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

LIÇÃO 01 - AS PROMESSAS DE DEUS.

 

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



            TEXTO ÁUREO 

"E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la." ( Jr 1.12)


            VERDADE PRÁTICA  

Deus faz suas promessas para que experimentemos um relacionamento mais próximo com Ele.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Is 55. 6-13



                    INTRODUÇÃO


Iniciando o trimestre, a primeira lição traz um panorama geral sobre o assunto, com o título “As Promessas de Deus”. Definir o que são “promessas” é uma excelente forma de contextualizar seus alunos acerca do tema e mostrar-lhes que as promessas de Deus são um convite muito especial para desfrutarmos de bênçãos espirituais extraordinárias. Dentre os privilégios concedidos àqueles que recebem as promessas divinas está o direito de compartilhar de um relacionamento mais próximo com o próprio Deus. Em tempos difíceis, em que muitos têm buscado a face de Deus por motivos superficiais e materiais, desfrutar da comunhão com o Deus da bênção alegra não somente o nosso coração, mas também o do próprio Deus. Nesse sentido, experimentar das promessas divinas requer de Seus servos o compromisso em honrá-Lo acima de qualquer bênção. 

Ao criar o homem, o Senhor, na sua infinita bondade e compreensão para com ele, desejava comunicar-se com a sua maior criação. Ainda que a humanidade, na sua maioria absoluta, não desejasse aproximar-se de Deus e da sua Palavra, o Senhor permanece desejando transmitir as suas vontades e os seus propósitos a todos os que nEle creem. Nessa comunicação especial, Deus revela ao homem as suas promessas divinas, as quais têm por finalidade não só demonstrar a sua vontade e poder, como também mostrar ao homem que o ama e que quer o seu bem em todos os aspectos da vida, especialmente no que concerne ao lado espiritual. Por isso, em muitas das suas mensagens, Deus fez grandes e maravilhosas promessas, em primeiro lugar, ao povo eleito, Israel, a nação escolhida para ser a sua representante humana na face da Terra, e também, por amar o mundo (Jo 3.16), Deus fez promessas maravilhosas para toda a humanidade.

As promessas de Deus para Israel tiveram início quando da chamada de Abrão por Deus para que fosse Pai da grande nação israelita. As promessas de Deus para Israel tiveram início quando Deus chama a Abrão e faz-lhe promessas. Em Gênesis, lemos: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.1-3). Ao longo do Antigo Testamento, Deus sempre se comunicou com Israel e fez-lhe inúmeras promessas com o propósito de atender ao seu plano especial para com aquele povo, condicionadas à sua obediência. Diz o texto: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.5,6). 



                I.   UM CONVITE DE DEUS  

1.   Um convite, uma promessa    -     As promessas conduzem ao propósito de Deus. Quando conhecemos verdadeiramente a Deus, descobrimos que suas promessas conduzem à realização do seu propósito. Deus falou a Abraão que sua descendência ficaria escrava por 400 anos em terra estranha, onde se encheria de bens, para só então tomar posse da terra, Gn 15.13-16. Esse seria um tempo em que o povo de Israel estaria sendo preparado para, no tempo de Deus, assumir-se como nação perante os povos. Deus tinha propósitos em suas promessas para com a descendência de Abraão e as cumpriu quando libertou Israel do Egito (Lv 11.45; 23.42-44; Dt 9.25,26).

Apossar-se das promessas de Deus significa ter a certeza de que tudo quanto nos prometeu, em sua Palavra, há de realizar desde que permaneçamos fiéis ao seu chamado (Tg 1.2; Fp 1.6).    No texto da leitura bíblica em classe, o profeta Isaías refere-se aos pensamentos de Deus, seus propósitos e seus caminhos como a fonte soberana de onde se derivam todas as suas ações no seu relacionamento com o homem, inclusive as suas promessas (vv.8,9). Parece uma verdade óbvia; porém, ela implica reconhecer que o plano de Deus para a humanidade vai muito além de nossas expectativas.


2.   É preciso buscar ao Senhor    -    Na longa peregrinação da fé cristã, as promessas divinas semelham-se ao oásis verdejante e de águas correntes que renova, refrigera e dá alento ao crente cansado. Todo cristão que tem sua alma crestada pelo intenso calor das vicissitudes, encontra, nas promessas divinas, sombra e refrigério contra o estio intempestivo. É ali, à sombra do Altíssimo, que o viajante renova as forças de seu ânimo abatido (Sl 91.1). É o refúgio secreto daqueles que amam o Senhor e confiam incondicionalmente em suas santas, fiéis e preciosas promessas (Sl 90.2). É a morada cercada pelos jardins da bondade e engastada nas fontes da misericórdia; o lar dos incansáveis e triunfantes peregrinos (Sl 23.6).

“Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração” (Sl 90.1).


3.   É preciso se arrepender     -    Que os iníquos … – Neste versículo nos dizem o que é necessário para buscar a Deus e retornar a Ele, e o encorajamento que temos para fazê-lo. O primeiro passo é o pecador abandonar o seu caminho. Ele deve fazer uma pausa solene e resolver abandonar todas as suas transgressões. Seu mau curso; seus vícios; suas práticas corruptas; e seus companheiros dissipados, devem ser abandonados.

E o homem injusto – Margem: “Homem de iniqüidade”. Esta é uma tradução literal. O endereço é feito para todas as pessoas, pois todas são tais.

Seus pensamentos – A palavra hebraica denota tudo o que é o objeto do pensamento; e a idéia é que o homem deve abandonar seus planos e propósitos de vida. Os pensamentos, à vista de um Deus santo, não são menos importantes que a conduta externa; e ninguém pode obter seu favor que não esteja pronto para abandonar suas opiniões errôneas, seu orgulho e vaidade, seus planos do mal e seus propósitos de vida opostos a Deus.

E que ele volte ao Senhor – o homem, nas Escrituras, é descrito em toda parte como se afastando do Deus verdadeiro. A religião consiste em retornar a ele para perdão, consolo, proteção e apoio. O verdadeiro penitente deseja retornar a ele, quando o filho pródigo voltou à casa de seu pai; o homem que ama o pecado escolhe permanecer à distância de Deus.

E ao nosso Deus – o Deus do seu povo; o Deus do orador aqui. É a linguagem daqueles que encontraram misericórdia. A idéia é que aquele que nos concedeu misericórdia estará pronto para conceder aos outros. ‹Voltamos a Deus. Tivemos experiência de sua compaixão e temos tanta convicção de sua misericórdia transbordante, que podemos garantir a todos os outros que, se eles voltarem ao nosso Deus, ele os perdoará abundantemente. ‘ A doutrina é que aqueles que encontraram favor têm uma profunda convicção da abundante compaixão de Deus e um senso da plenitude de sua misericórdia, que estão dispostos a oferecer a certeza a todos os outros, para que também possam obter plena perdão. Compare Apocalipse 22:17 – ‹E quem ouve, diga: Vem.

VEJAMOS ALGUMAS COMPARAÇÕES DE ISAIAS 55.7:

Que o perverso deixe seu caminho (compare com ; ; ; ; ) – ou seja, seu modo de vida. Uma promessa geral de perdão de pecados mediante arrependimento e mudança de vida foi dada a Israel por meio de Salomão (). A doutrina é amplamente pregada pelos profetas; mas em nenhum lugar é mais distinta e enfaticamente estabelecida do que aqui. A vontade de Deus é perdoar ricamente, se o homem para Ele se voltar. [Pulpit, 1895]

o homem maligno deixe seus pensamentos (compare com ).

porque [nosso Deus] é rico em perdoar (compare com ).

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                II.    AS PROMESSAS E SEUS FUNDAMENTOS 

1.   A Promessa na Bíblia    -    As promessas de Deus são um ato de sua soberania. As promessas de Deus registradas nas Escrituras funcionam, em qualquer situação, particular ou geral, como um parâmetro para medir se aquilo que estamos buscando é coerente com o que Deus de antemão prometeu em sua Palavra. O que não couber neste princípio é fruto do egoísmo humano; é para o deleite exclusivo da carne e não para a glória de Deus (Tg 4.1-3).

 As promessas de Deus cumprem o propósito de sua soberania. Quando Deus, por exemplo, disse a Israel: “Eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26), houve antes algumas condições a serem observadas. Ele teve como propósito imediato manter o povo em perfeita saúde durante a vulnerável travessia do deserto. De igual modo, a promessa de cura divina para os dias de hoje não é um fim em si mesmo, mas cumpre o propósito de servir como sinal da manifestação de Deus, produzir saúde para que o seu propósito se cumpra na vida de cada um e trazer glória ao seu nome, para que todos confessem ainda hoje que Jesus é o Senhor (vv.11,12; Mc 16.1 7,1 8; Jo 9.1-7).


2.   Deus é infalível   -   As promessas de Deus são atos de sua suprema autoridade, para cumprir seus soberanos propósitos. Elas não são receitas mágicas que o homem, a seu bel-prazer, lança mão em situações particulares para exigir, decretar ou determinar que as coisas aconteçam a seu modo. Ao contrário, elas estão inseridas no amplo contexto dos propósitos de Deus para a vida humana. Isto significa que devemos compreendê-las sob a perspectiva do cumprimento desses propósitos em nossas vidas, e não para atender os desejos do nosso egoísmo. Daí porque, nesta lição, vamos estudá-las à luz da soberania de Deus.

Deus não falha nas suas promessas, porque Ele não muda: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). Quando o Senhor promete alguma coisa a uma pessoa, a um povo, ou à sua Igreja, Ele realiza de modo real e inevitável por causa da sua onipotência. Ele disse pelo profeta Isaías: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13). Nessa pergunta, o Senhor usa a sua dialética para comunicar-se com os seus servos e com a humanidade. Ele quis dizer de outra forma: “Quando eu quero operar, ninguém pode impedir”!

 

3.   Deus zela por sua Palavra    -   O Senhor falou ao profeta Isaías sobre a infalibilidade da sua santa Palavra com uma argumentação incontestável: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.10,11). 

Na inauguração do Templo, em Jerusalém, o rei Salomão fez uma eloquente oração ao Senhor, em gratidão por ter-lhe concedido assumir o lugar do seu pai no reino, conforme o Senhor prometera. Na sua oração, ele assim se expressou: “E pôs-se em pé, e abençoou a toda a congregação de Israel em alta voz, dizendo: Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo de Israel, segundo tudo o que disse; nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo” (1 Rs 8.55,56).

Na sua fidelidade, o Senhor garante o cumprimento das constantes promessas da sua Palavra. A Jeremias, o profeta, Ele fez uma declaração solene sobre como cumpre a sua palavra. “Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; por que eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.11,12); ou seja, Deus cuida, zela e vigia sobre o que diz, sobre as suas promessas, para cumpri-las. 

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                    III.     TIPOS E PROPÓSITOS DAS PROMESSAS DE DEUS 

1.   Promessas incondicionais    -    Alguns exemplos desse tipo de promessas são encontrados na Bíblia:   a promessa do nascimento de Jesus, nascido de uma virgem, 740 anos a.C.;  o local do nascimento de Jesus, em Belém da Judeia, predito 710 anos a.C.  a matança dos bebês de Belém pelo rei Herodes, após este ser enganado pelos magos, 740 anos a.C.  Todas são profecias constatadas pela História.  

Há, no entanto, profecias que ainda não se cumpriram, mas que certamente se cumprirão, creiam ou não os ímpios, queiram ou não os poderosos da Terra, porque Deus vela pela sua palavra para cumpri-la, assim como Ele disse a Jeremias (Jr 1.12), e ninguém o impedirá (Is 43.13b). o juízo implacável de Deus sobre os ímpios e os que “se esquecem de Deus” (Sl 9.17; Jd 14- 16); a vinda de Jesus em glória, com todos os seus santos, com a sua Igreja, após o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10) e as bodas do Cordeiro (Ap 19.7); e outras profecias de caráter escatológico que haverão de ser cumpridas, pois Deus é fiel.


2.   Promessas condicionais    -    Em seguida, nos versículos 2 a 13, após essa declaração de condicionalidade, o Senhor promete nada menos do que dezesseis bênçãos extraordinárias diante de todas as nações, desde que o seu povo escute e obedeça aos seus mandamentos. “E o Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer. E não te desviarás de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, para andares após outros deuses, para os servires.” (Dt 28.13,14). Outro texto de grande importância quanto às promessas de Deus ao seu povo é visto em 1 Crônicas, após a oração de Salomão na inauguração do Templo, quando o Senhor disse: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14). Deus prometeu três grandes bênçãos sobre o povo diante do Templo se (condição indispensável) eles atendessem as condições postas para cumprirem: humilhassem-se, e orassem, e buscassem a face do Senhor e convertessem-se dos seus maus caminhos, ou más ações e pecados.


3.    O propósito das Promessas de Deus    -   Em grande parte das promessas de Deus contidas na Bíblia, frequentemente encontramos propósitos bem definidos em cada uma delas. Para efeito de focalizar o assunto trazendo mais objetividade, mostraremos os propósitos divinos nos pactos ou nas alianças de Deus com homens chamados por Ele ou com o seu povo. Deus criou o homem com os mais elevados propósitos, e Paulo entendeu esse propósito de maneira profunda (ver Ef 1.3-7).

O pacto de Deus com Adão O primeiro pacto que o Senhor fez com o homem foi com Adão e Eva, no Éden, também chamado Pacto Edênico ou adâmico. Ali, Deus fez dos dois à sua imagem, conforme a sua semelhança e deu-lhes a vida eterna; domínio sobre a natureza, sobre os animais; abençoou-os, garantindo-lhe paz, segurança, alimento saudável; e deu-lhes a determinação de que deveriam crescer e multiplicar-se na Terra, mas estabeleceu responsabilidade e condições para ser abençoado e protegido por Deus. 

O pacto de Deus com Noé Em alguns estudos teológicos, esse pacto é chamado de Aliança com Noé, ou “aliança noética”. Após o Dilúvio, Noé teve a missão de Deus de repovoar a Terra. Somente ele e a sua família foram salvos (Gn 7.13) da grande catástrofe mundial após toda a humanidade perecer. Com o fim do Dilúvio, Deus fez um pacto com Noé: “E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra[...]”. E, como garantia da sua promessa, Deus declarou que iria colocar o seu arco na nuvem do seu pacto com o patriarca (Gn 9.11- 17).

 O pacto de Deus com Abrão Abrão vivia em Ur, na região dos caldeus, que hoje corresponde ao Iraque. Deus viu nele um homem que cria nEle, chamou-o e fez-lhe uma promessa tão grande que está sendo cumprida ainda hoje (ver Gn 12.1-3). Para que Deus cumprisse a promessa de fazer de Abrão “uma grande nação” e abençoar os que o abençoassem, bem como amaldiçoar os que o amaldiçoassem, Abrão teve que obedecer, deixando a sua parentela e saindo do seio da sua família e da sua terra para um lugar que ele desconhecia.

O pacto de Deus com os israelitas Depois de libertados do Egito, através da liderança de Moisés, Deus falou ao seu povo no Monte Sinai (Horebe). Relembrando o concerto feito com Abraão, Isaque e Jacó, Deus promete ao seu povo escolhido que lhes daria a terra de Canaã. O povo de Israel, porém, deveria guardar as Leis, os mandamentos e os juízos, alertados que, caso desobedecessem, seriam punidos severamente (Êx 6.3-8; 19.4- 6; 23.20-25). No pacto com o povo eleito, Deus fez uma promessa condicional à obediência ao Senhor: “Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos [...] vós me sereis reino sacerdotal e nação santa” (Êx 19.5,6). E o povo de Israel aceitou o pacto de Deus e as suas condições (Êx 24.3).





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio, As Promessas de Deus - Elinaldo Renovato, Ed. CPAD

Comentário de Albert Barnes



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