Seja um Patrocinador desta Obra.

SEJA UM ALUNO ASSÍDUO NA EBD. Irmãos e amigos leitores, vc pode nos ajudar, através do PIX CHAVE (11)980483304 ou com doações de Comentários Bíblicos. Deste já agradeço! Tenham uma boa leitura ___ Deus vos Abençoe!!!!

sábado, 14 de setembro de 2024

LIÇÃO 12 - O BANQUETE DE ESTER: DENÚNCIA E LIVRAMENTO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 



                    TEXTO ÁUREO  

"Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; a tudo quanto quer o inclina." (Pv 21.1)


                    VERDADE PRÁTICA  

Devemos reconhecer as autoridades humanas, mas não podemos atribuir-lhes um poder acima do que elas têm. Há um Deus no céu.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ester 7. 1-10



                        INTRODUÇÃO 


Inicie esta lição falando sobre a importância de se aproveitar a oportunidade, na hora certa. Ester já havia deixado o rei curioso, pois desafiara as leis dos medos e persas, alcançou o favor do rei e ainda não apresentara seu pedido. Mas, no momento exato, ela surpreendeu tanto o rei como Hamã, que era convidado para o banquete, onde seu próprio ardil seria desmascarado. Na oportunidade, Ester revelou sua etnia e pediu por sua vida e pela vida do seu povo, pois estavam condenados ao extermínio, pela sanha maligna do mau Hamã. Ela soube aproveitar o momento exato para fazer sua petição.



                I.   O BANQUETE E ADENÚNCIA 

1.   A instabilidade de Hamã    -    O envolvimento de Zeres na situação afetiva do seu marido sugere que este casamento ia muito além do que o de Ester com o rei jamais poderia ir, e intensifica a tragédia do que deve seguir-se. Agora que tudo está dando errado para Hamã, os seus conselheiros pessoais dão a aparência de não terem nada a ver com o método de ação que Hama havia seguido. Se Mardoqueu ou Mordecai é da descendência dos judeus dá a entender que eles não conheciam este detalhe, enquanto que Hamã havia chamado de “judeu Mardoqueu ou Mordecai (5:13). Este é apenas o primeiro passo para isolar Hamã, agora que ele está em dificuldades. Já começaste a cair não prevalecerás contra ele certamente cairás diante dele. Por trás deste frio consolo parece estar uma sabedoria folclórica comumente aceita, talvez proverbial.

A maneira pela qual o povo judeu havia sobrevivido a deportações e preservado a sua identidade não passara despercebida, e este fato por si mesmo testificava acerca do poder de seu DEUS (cf. Êx 38.23). A libertação do indivíduo, Mardoqueu ou Mordecai, da maneira como acontecia, precisava ser vista como parte desse propósito mais amplo de DEUS de dar glória ao Seu próprio nome e estabelecer o Seu reino.

A continua sobrevivência dos judeus até aos dias de hoje também é um testemunho contínuo para o mundo de que o Senhor é grande, “além das fronteiras de Israel”


2.   O banquete do vinho   -   O tema do vinho costuma causar muita discussão e polêmica, fomentadas especialmente pelos que querem justificar o uso da bebida. O exame das Escrituras garante uma posição de equilíbrio. Não se pode negar que o Antigo Testamento tenha muitos casos de uso do vinho embriagante, inclusive no contexto judaico. No texto em apreço, o contexto é o reino da Pérsia, em que, assim como nos demais reinos pagãos de toda a história, o uso do vinho era comum, principalmente nas festas e banquetes. Não somente as uvas, mas também romãs, maçãs, tâmaras, cevada e trigo eram usados para fazer bebidas alcoólicas em todo o mundo bíblico (Yamauchi e Wilson, 2020, p. 313).

O Vinho entre os Judeus Embora não houvesse proibição rigorosa para o uso do vinho pelos judeus (Ne 5.18), o Antigo Testamento é enfático quanto aos terríveis males da bebida, como acentua o Comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (p. 242): Em vários lugares o AT condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas. (1) A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn 19.31-38). (2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. Deus considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11). (3) Deus também revelou a sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos que fizessem voto de nazireado […]. (4) Salomão, na sabedoria que Deus lhe deu, escreveu: “O vinho é escarnecedor e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio”. 

No caso dos sacerdotes, as Escrituras demonstram que a total abstinência do vinho visava estabelecer uma clara distinção entre o santo e o profano e servir de ensino aos israelitas (Lv 10.8,9). A alusão ao vinho como algo impuro ou profano é uma mensagem absolutamente contundente sobre a incompatibilidade da bebida alcoólica para quem deseja agradar a Deus e servi-lo com fidelidade.


3.   "Qual é a tua petição?"    -   Hamã ainda estava se recuperando da humilhação sofrida quando chegaram os mensageiros do rei chamando-o para o banquete com Assuero e Ester Os persas eram conhecidos por seus banquetes fabulosos, frívolos e desregrados. E Hamã presumia que aquele teria um desfecho inusitado. Desde que se apresentou ao rei e alcançou o seu favor, Ester estava protelando o pedido que lhe faria, na intenção de só fazê-lo quando o momento fosse extremamente favorável. 

A força moral de Ester certamente vinha do fato de ela ter sido criada em obediência e temor. Em tempos nos quais tanto se critica o obedecer a regras, é preciso considerar que não há crescimento moral sem disciplina; não se forja o caráter sem ela, muito menos se constrói uma estrutura emocional forte, e isso se aplica a todos. A mulher virtuosa de Provérbios 31 tinha todo um rol de qualificativos, sendo a maioria deles voltado para o cumprimento dos seus deveres (Pv 31.12-24), o que fez dela uma mulher forte, que sabia “[abrir] a boca com sabedoria” sem perder a compostura (Pv 31.26). Ester foi essa mulher, que não titubeou no momento de denunciar ao mau Hamã.

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube







                II.     A FÚRIA DO REI CONTRA A INJUSTIÇA

1.   A revelação do plano    -    “Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu moleste o rei.”

Após a introdução comum para o ambiente palaciano, o pedido de Ester é dramático e sucinto, talvez refletindo o seu nervosismo e aflição. Ester não somente desmascara Hama, mas também revela a sua própria etnia, identificando-se com o seu povo. “Fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, mata rem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos ti vessem vendido, calar-me-ia, por que o inimigo não merece que eu moleste o rei” (Et 7.4). Essas palavras se referem à oferta de Hamã de dar ao rei dez mil talentos de prata para pagar as despesas de execução da comunidade judaica, persuadindo-o, assim, a dar sua permissão para o inominável ato que seria praticado.
Se a comunidade judaica tivesse sido vendida à escravidão, o rei teria perdido seus serviços, ou seja, sofreriam considerável perda. Tal perda seria maior que a perda que os judeus sofreriam por tornarem-se escravos, todavia tendo uma vida preservada, o que já seria muito mal. Mas quando estava em jogo a morte de uma comunidade inteira, ela precisou fazer o que estava ao seu alcance para intervir.


2.   Quem fez isso?     -     (Et 7.6) “Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este mau Hamã. Então, Hamã se perturbou perante o rei e a rainha.”

Da maneira como Ester colocou a situação, Hamã é um traidor do rei tanto quanto inimigo dos judeus. Enquanto aponta para este mau Hamã, ela sente o seu triunfo e nota a perturbação de Hamã. O adversário, inimigo dos judeus e do rei, era aquele “ímpio Hamã, senta do ali”, segundo Ester, apontando o dedo para o traidor. Hamã caiu em terror, trêmulo e apavorado.
As palavras de Ester ao rei tinham aberto os olhos dele também, porque ele não conhecia a nacionalidade de Ester. A com preensão de que, inadvertidamente, ele ameaçara a vida da rainha era um golpe mortal sobre a sua humilhação anterior. Ela, por sua parte, revelou que era judia, mas ainda não sabia como o rei receberia esta informação. Só que, no momento a revelação de Ester caiu como uma bomba e, furioso, o rei abandonou a cena do banquete e saiu para o jardim do palácio. Provavelmente, chamaria guardas para aprisionar Hamã, pois a justiça era rápida naqueles dias. Talvez o rei tivesse saído envergonha do lugar, pois ele havia sido enga nado pelo primeiro-ministro. Hamã sentiu que não sobreviveria àquela noite. “Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha” (Et 7.6b).


3.    A terrível reação do rei    -    O livro de Ester nos mostra como um grande monarca mudou totalmente de atitude sob a ação do Deus que controla o Universo. O que aconteceu com Assuero para que mudasse completamente, reprovando a atitude que ele próprio havia tomado? “Deus pode mover o coração de um rei e de toda uma nação. Tem poder para derrubar a antes impenetrável Cortina de Ferro” (Swindoll, p. 157). Como escreveu Salomão: “O coração do rei é como canais de águas controladas pelo SENHOR; ele os conduz para onde quer” (Pv 21.1, NVT).

Às vezes, nós mesmos nos desconhecemos em certos momentos. (Já vivi algumas experiências assim, nas quais recebi autoridade para confrontar pessoas hostis, que pretendiam grotescamente intimidar-me. Depois, eu mesmo não entendi como pude ter reagido com tanta autoridade, a ponto de calar o agressor. O que não podemos fazer é agir por nós mesmos. Seguir a direção de Deus sempre: é isso que precisamos fazer. Em certas horas, é o Espírito que nos capacita para falar. Em muitas outras, simplesmente nos faz calar. Nessas ocasiões, a vitória está no silêncio, e não no timbre da voz). 

É claro da circunstância que essa não era a intenção de Hamã, mas Assuero permitiu-se fazer essa inferência diante da cena. Houve uma grave quebra de protocolo. 

Walton, Matthews e Chavalas (2018, p. 636) explicam: 

Os persas costumavam reclinar-se em divãs enquanto tomavam as refeições. Hamã, desesperado, violou um rígido protocolo que estabelecia regras para qualquer pessoa que se aproximasse da rainha. Se alguém fosse encontrado no mesmo divã em que um membro do harém estivesse reclinado, as consequências seriam terríveis. Na Assíria do século 11, o protocolo estabelecia que as pessoas deveriam manter a distância mínima de sete passos de um membro do harém.

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube






                    III.    O GRANDE LIVRAMENTO 

1.   A história da forca chegou ao palácio    -   “Então, disse Harbona, um dos eunucos que serviam o rei: Eis que existe junto à casa de Hamã a forca de cinquenta côvados de altura que ele preparou para Mardoqueu ou Mordecai, que falara em defesa do rei. Então, disse o rei: Enforcai-o nela.”

Harbona revela a sincera opinião a respeito de Hamã, corrente entre os eunucos do rei, quando chama a atenção para a forca preparada para a execução do homem responsável por ter salvado a vida do rei. O rei aproveitou-se da sugestão implícita. Há uma certa ironia na exata elaboração de justiça, pois Hamã viu “o feitiço voltar-se contra o feiticeiro”. Como o rei foi rápido em sua decisão, o período de vida de Hamã definitivamente tinha terminado.
Harbona sugeriu não somente um meio de execução imediata de Hamã, mas confirmou a justiça dessa decisão ao ressaltar que Hamã tivera a intenção de enforcar Mardoqueu ou Mordecai, o homem que salvara a vida do rei. Tal sugestão pareceu ao rei como justiça ideal, e o destino de Hama estava definido.
 
3. Enforcamento (Et 7.10) 
“Enforcaram, pois, Hama na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu ou Mordecai. Então, o furor do rei se aplacou.”
Além de conspirar contra o povo da rainha e abordá-la de modo inapropriado, Hamã também planejou matar Mardoqueu ou Mordecai um servo fiel que havia frustrado uma conspiração para assassinar o rel. Assim, o rei considerou Hamã um traidor. A execução de Hamã na forca preparada por ele para Mardoqueu ou Mordecai é, sem dúvida. mais uma das impressionantes histórias do livro de Ester.


2.    Os ventos mudaram    -    Ora, até aquele dia, à exceção de Mardoqueu, todos os servos de Assuero inclinavam-se e prostravam-se diante de Hamã. Mais do que isso: na hora de denunciarem a Mardoqueu ao agagita, mostraram-se contra o judeu, já que esperavam ver a reação de Hamã em seu desfavor. A radical mudança, com os servos do rei agora engajados na rápida execução do então primeiro-ministro, revela mais uma das muitas patologias do poder: a falsa estabilidade dos grandes. Não é incomum homens de altas posições perderem tudo de um dia para o outro e passarem a ser ignorados ou até hostilizados por quem antes os bajulava.

Essa é uma doença de caráter. Os subordinados devem respeitar os seus líderes, agindo com obediência, sem, contudo, tornarem-se subservientes. O líder precisa ter serenidade e equilíbrio para construir uma liderança saudável, com pessoas leais, servas, porém não servis ou condescendentes em demasia. Há um exemplo bíblico, de Davi, que uma vez desejou beber água do poço de Belém (1 Cr 11.17-19). O problema era que, para chegar àquela fonte, era preciso arriscar a vida, passando pelo arraial dos filisteus. Três dos seus valentes, ao ouvir o rei expressar o seu desejo, decidiram arriscar-se. Quando Davi viu-os chegar, não quis beber a água. Derramou-a “como oferta a Deus”, e disse: “Ó Deus, eu não poderia beber desta água! Isso seria o mesmo que beber o sangue destes homens que arriscaram a sua vida para trazê-la!” (1 Cr. 11.19, NTLH). Há certas atitudes que são justas e válidas para agradar ao líder. Outras, contudo, são extravagantes e desnecessárias, devendo ser repelidas, para não criar uma horda de subservientes.

Provavelmente, ele havia construído relacionamentos com base no medo, com ameaças e abuso de poder. Atitudes tirânicas subsistem enquanto a autoridade está na posição de comando, com uma base de sustentação que lhe permite equilibrar-se. Se essa base ruir, ninguém estende a mão para segurá-lo; pelo contrário! Bastou uma oportunidade para um dos oficiais do rei ter a iniciativa de sugerir a execução de Hamã, informando Assuero da forca preparada para Mardoqueu. Em ambientes de poder, às vezes impera certo sistema de conveniência.





Ajude esta obra...
Código do PIX
Banco Mercantil do Brasil
Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube





AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

   CANAL YOUTUBE.:    https://www.youtube.com/@pb.junioprofebd7178       Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do        PIX 11980483304        

Chave do PIX
Banco Mercantil do Brasil





               





         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova

Comentário de Joseph Benson

Livro: Ester: introdução e comentário. Série Cultura Bíblica. (Beitwin, Joyce G. São Paulo: Vila Nova, 2011, 82).




Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube









sexta-feira, 6 de setembro de 2024

LIÇÃO 11 - A HUMILHAÇÃO DE HAMÃ E A HONRA DE MARDOQUEU.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 



                TEXTO ÁUREO  

"E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele. Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada." (Et 6. 11)



                 VERDADE PRÁTICA  

Deus  abate e exalta a quem Ele quer. Se humilhados, devemos glorificá-lo. Se exaltados, a glória continua sendo toda dele.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Et 6. 1-14




                    INTRODUÇÃO  


 Muita coisa mudaria em menos de 24 horas. Não há dúvida de que o Deus da providência — que tudo vê mesmo antes que aconteça — estava guiando o coração de Ester. Conceituando providência, J. Rodman Williams (2011, p. 101) escreve: A providência pode ser definida como o cuidado de Deus como supervisor e guardião de toda a criação. Essa atividade é tão vital que Deus é às vezes denominado Providência. Nas Escrituras, a designação antiga de um lugar é “o Senhor proverá”, pois foi ali que Deus proveu um carneiro para Abraão, em lugar do sacrifício de seu filho, Isaque.

 […] 

A providência divina é muito mais que só um cuidado geral que Deus tem por sua criação. Com certeza, é adequado dizer que Deus tem um interesse benevolente por todas as suas criaturas. Entretanto, da mais profunda importância é seu cuidado particular por todas elas, uma por uma; pois de fato, conforme declara Jesus, até com respeito aos pardais: “Nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês” (Mt 10.29), e com respeito aos seres humanos: “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Mt 10.30). Deus em sua providência está interessado nas minúcias de sua criação.

 Williams observa, contudo, que 

A doutrina da providência não é uma doutrina de otimismo superficial. Não é olhar para o mundo através de óculos cor-de-rosa, como se não houvesse nem problemas, nem sofrimento, nem mal.



                I.   O REI SE LEMBRA DA BOA AÇÃO DE MARDOQUEU 

1.   Uma noite decisiva    -   O agagita era instável nas suas emoções. Era capaz de ir de uma alegria juvenil a uma fúria canina de um instante a outro. Esse tipo de patologia costuma manifestar-se em muitas pessoas. Conquanto ninguém esteja livre de ser tomado pela ira, ao cristão não é dado aceitar essa condição, buscando ser livre de toda instabilidade emocional, vivendo sob o controle do Espírito (Gl 5.22b). O ensino paulino é para que façamos morrer tudo o que pertence à natureza terrena, abandonando a ira (Cl 3.5,8). Aos efésios, após admitir que o crente pode ficar irado, mas não pecar (Ef 4.26), Paulo diz: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira […]” (4.31, NVI). Um estágio, portanto, é irar-se e não pecar; outro, mais elevado — e possível —, é sequer ser tomado pela ira.

A altura dessa forca intriga muitos eruditos: cinquenta côvados (mais de vinte metros).1 Joyce G. Baldwin (1986, p. 79) pondera que, apesar de surpreender os comentaristas ocidentais, como um exagero, tudo o que era construído pelos governantes persas naquela época era em grande escala. Pode significar que Hamã, a sua mulher e amigos pretendessem protagonizar um espetáculo com a morte do seu desafeto. É nesse sentido que o comentário da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal diz: É provável que a forca tenha sido construída sobre a muralha da cidade ou sobre alguma edificação proeminente. Eles queriam garantir que todas as pessoas da cidade assistissem à morte de Mardoqueu e fossem lembradas das consequências de desobedecer Hamã.

 A mulher de Hamã (Zeres) e os seus amigos revelaram-se tão sanguinários quanto o próprio Hamã, além de sórdidos: disseram a Hamã que, depois do enforcamento de Mardoqueu, ele poderia ir “alegremente ao banquete com o rei” (5.14b, NVT). 


2.   Forca ou honra    -    O que teria produzido insônia no rei? Wiersbe (2006, p. 716) apresenta algumas sugestões em forma de indagações: Foram as preocupações com assuntos de Estado que não deixaram o rei dormir? Estava preocupado com suas finanças? Será que comeu e bebeu demais no banquete da rainha? Ou será que estava intrigado com o pedido de Ester. Algumas dessas preocupações, ou uma combinação de todas elas, pode ter contribuído para a insônia do rei, mas por trás delas estava a mão soberana de Deus, que cuida do seu povo e nunca dormita nem dorme (Sl 121:3,4). Deus queria que o rei ficasse acordado, pois tinha algo a lhe dizer.

No caso de Mardoqueu, o intento maligno seria totalmente frustrado diante da inesperada disposição de Assuero em dar honra a alguém que havia ficado (aparentemente) esquecido durante aproximadamente cinco anos. Naquela noite, contudo, o Deus que tem poder sobre todas as coisas, incluindo a fisiologia humana, tirou o sono do rei (Sl 127.2). Assuero já estava há cerca de treze anos no trono; logo, eram muitos os relatos contidos no livro. A providência divina fez com que fosse lido exatamente o trecho que falava do feito de Mardoqueu, que pôs fim à conspiração contra o rei: “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8.28, NVI). Em vez da forca, uma grande honra estava à espera de Mardoqueu.


3.   Cinco anos  depois    -    Nos tribunais orientais, há escribas ou oficiais cujo dever é manter um diário de cada ocorrência digna de nota. Um livro desse tipo, repleto de anedotas, é cheio de interesse. Tem sido um costume com os reis orientais, em todas as eras, frequentemente fazer com que os anais do reino sejam lidos para eles. Recorre-se, não apenas como um passatempo para passar o tédio de uma hora, mas como uma fonte de instrução para o monarca, revendo os importantes incidentes de sua própria vida, bem como os de seus ancestrais. Não havia, portanto, nada de incomum neste monarca persa pedindo o diário da corte. 

Este capítulo serve como um lembrete de que mesmo detalhes aparentemente insignificantes podem desempenhar um papel fundamental na formação de nossas vidas. A honra inesperada de Mordecai e o envolvimento involuntário de Hamã destacam a justiça poética que pode surgir quando os planos de Deus se cruzam com as ações humanas. Esta narrativa nos convida a refletir sobre como a mão de Deus pode estar trabalhando nos bastidores de nossas próprias vidas. Além disso, ressalta a ideia de que o orgulho muitas vezes precede a queda, já que a arrogância inicial de Hamã e o desdém por Mordecai levaram à sua própria humilhação. Ao considerarmos este capítulo, somos levados a cultivar humildade e reconhecer a importância do tempo e cuidado providencial de Deus em nossas jornadas, confiando que Ele pode transformar as circunstâncias mais imprevistas em oportunidades de transformação e redenção.

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube







                    II.    HAMÃ É CHAMADO PARA HONRAR MARDOQUEU 

1.   Um ato de justiça   -   Certamente, era comum haver alguém no pátio do palácio; por isso, o rei perguntou quem lá estava naquele momento a fim de consultar tal pessoa quanto à dúvida que lhe surgira. Tudo indica que era ainda bem cedo, pois Assuero não tinha dormido à noite, e Hamã, ainda que tenha dormido um pouco, estava ansioso para avistar-se com o rei e obter a sentença de morte de Mardoqueu. O chamado do rei certamente o surpreendeu, sendo tão rápido.    Presumir-se digno de honra é um sinal de soberba e orgulho. Esse terrível sentimento, nutrido inicialmente por Lúcifer (Is 14.13,14), foi instilado na mente de Eva e é lançado constantemente nos corações humanos (Gn 3.1-5; Pv 16.18- 19). A Palavra de Deus, contudo, exorta-nos a preferir a humildade, seguindo o exemplo de Cristo (Fp 2.3-6).


2.    Presunção e autoconfiança    -   Presumir-se digno de honra é um sinal de soberba e orgulho.  Escrevendo aos Romanos, Paulo exorta que não devemos ambicionar coisas altas, mas acomodarmo-nos às humildes (Rm 12.16). Esse conselho bíblico — de não ambicionar coisas altas ou não ter pretensões de grandeza — não encontra eco em algumas teologias contemporâneas, como a teologia do coaching, que, em grande parte, instiga o pensar grande, numa falsa espiritualidade.

Como já observamos, mesmo depois de Ester ser rainha e Mardoqueu revelar a conspiração contra Assuero, a sua posição e comportamento não sofreram alteração. Ele voltou para a porta do rei e não se insinuava para nada. Quanto a Hamã, apesar de ser riquíssimo e ocupar um cargo tão alto no Império Persa, vivia atordoado pelas suas próprias paranoias e desejo de grandeza. Com isso, além de Mardoqueu, Hamã constituiu todos os judeus do reino como os seus inimigos. Para sentir-se bem em algum momento, precisava viver de afagos no ego; era um quadro realmente doentio. Devemos ser alimentados diariamente pela alegria que vem de Deus e não condicionar nossas emoções às circunstâncias do momento (Ne 8.10; Jo 15.11; Fp 4.4-7; 1 Pe 5.17). Equilíbrio emocional e espiritual é sinal de maturidade espiritual; fruto do Espírito (Gl 5.22).


3.    O devido lugar da honra    -   O processo de honra também é distorcido quando não há espontaneidade. Honra não se exige; recebe-se com humildade, cuidando para não se ensoberbecer. Como já observamos, mesmo com toda a honra recebida, Mardoqueu “voltou para a porta do rei” (Et 6.12); ele não se empolgou, adotando um comportamento diferente, na vã crença de que a honra conferida faria dele alguém digno de uma posição melhor. Um momento de fama pode entorpecer.

O Dr. Meyer conclui o seu sermão: 

“Permaneça confiante, amado irmão, mesmo em meio ao escárnio, ao ódio, e às ameaças de morte. Contanto que a tua causa seja de Deus, ela há de vencer. Ele mesmo a justificará. Aqueles que o honrarem, serão honrados; enquanto aqueles que o desprezarem serão desprezados”

“Embora os moinhos de Deus trabalhem lentamente, eles trituram ao máximo; embora Ele espere com paciência, tudo tritura.

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube







                    III.     A SÍNDROME DE IMPERADOR 

1.   A soberba de Hamã    -    Querem reinar dentro e fora de casa. Ditam as regras e exigem o que querem. Os pais não passam de agentes responsáveis por atender os seus desejos, por mais excêntricos que sejam. A falta de limites faz com que a criança cresça acreditando que todas as suas vontades devem ser atendidas. Quando adultas, não admitem frustrações e passam a usar todos os expedientes possíveis para alcançar as suas pretensões.

A proposta de Hamã evidencia sua ilimitada presunção, sua sede doentia de louvor dos homens o sua ideia mesquinha de grandeza. Seu coração bate mais forte quando se imagina sendo levado dessa forma em meio à adulação de seus semelhantes. Então, ele ouve o rei dizer: “Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e fazei assim para com o judeu Mardoqueu ou Mordecai Quê? Fazer isso ao judeu Mardoqueu ou Mordecai? Será que os ouvidos de Hamã estão zombando dele? Não! É verdade. O rei falou e deve ser obedecido! O brilho foge dos olhos de Hamã. Seu orgulho se derrete. É como se uma mortalha sombria lhe envolvesse o coração. Por alguns segundos que parecem séculos ele fica ali de pé, perplexo diante de seu senhor real.


2.    Um mau prenúncio    -    Mulher de Hamã prevê fracasso (Et 6.13) “Cantou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu ou Mordecai perante o qual já começaste o cair é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente, cairás diante dele.”

Foi terrível contar todo o ocorrido, a humilhação era demasiada para suportar. Então, a esposa e os amigos de Hamã disseram-lhe que ele não prevaleceria, devido à ascendência judaica de Mordecai (Et 6.13). Hamã ainda está se recuperando da humilhação quando chegam os mensageiros do rei chamando-o para o segundo banquete com Assuero e Ester (Et 6.14).

Mas certamente cairão diante dele – Isso eles concluíram, primeiro, pelas regras da política, porque a reputação e o interesse de Hamã estavam afundando, e Mardoqueu, a quem eles entendiam ser um homem de grande sabedoria e coragem, agora entrara no favor e, portanto, provavelmente teria a oportunidade de levá-lo a uma antipatia, se não a revogação, de seu próprio decreto sangrento e, conseqüentemente, a um detestamento da pessoa que o havia adquirido.


  





Ajude esta obra...
Código do PIX
Banco Mercantil do Brasil
Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube





AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

   CANAL YOUTUBE.:    https://www.youtube.com/@pb.junioprofebd7178       Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do        PIX 11980483304        

Chave do PIX
Banco Mercantil do Brasil





               





         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova

Comentário de Joseph Benson

https://www.apologeta.com.br/ester-6/

https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2017/11/ester-6-comentario-devocional.html

file:///C:/Users/Junio/Downloads/14%20-%20ESTER%20-%20Coment%C3%A1rio%20B%C3%ADblico%20Beacon%20VT.pdf

https://versiculoscomentados.com.br/index.php/estudo-de-ester-6-13-comentado-e-explicado/



Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube









domingo, 1 de setembro de 2024

LIÇÃO 10 - O PLANO DE LIVRAMENTO E O PAPEL DE ESTER.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                        TEXTO ÁUREO

"Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera." (Is 64.4)


                    VERDADE PRÁTICA

É nos momentos dramáticos da vida que mais aprendemos a confiar em Deus e a depender dEle realmente.



    LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ester 4. 5-17; 5. 1-3, 7, 8.




                        INTRODUÇÃO

 Quando o decreto para a destruição dos judeus foi divulgado, houve grande luto e consternação entre os judeus por todo o reino da Pérsia. Mardoqueu, segundo um costume pré-estabelecido entre os antigos judeus para mostrar grande sofrimento, rasgou suas vestes e cobriu-se com pano de saco e cinza. Então saiu pela cidade e clamou com grande e amargo clamor. A existência dos judeus tinha os seus dias contados. Restava ver se o Deus a quem serviam lhes proveria o escape8




                I.    O PERIGOSO PLANO E O TEMOR DE ESTER 

1.   Lamento, choro e compadecimento   -   O terrível plano de Hamã ganhou dimensão pública não apenas em Susã, como também em todas as províncias do Império Persa. Mesmo assim, Ester não sabia do decreto real que ordenava a morte dos judeus. Essa circunstância inusitada — o desconhecimento no harém quanto a um fato tão notório em Susã — leva-nos a abrir um parêntese para considerar como seria a vida no recinto das mulheres palacianas na época, já que não é razoável que um acontecimento tão relevante e grave, conhecido de toda a cidade de Susã e até das províncias (3.15; 4.3), ainda estivesse encoberto no harém do palácio. Pela descrição presente no livro de Ester, a estrutura palaciana em Susã nos dias de Assuero contava com o palácio do rei, composto do átrio interior (4.11), pátio exterior (6.4) e porta do rei (2.19). Entende-se — inclusive por descobertas arqueológicas já mencionadas neste livro — que havia uma porta principal, que dava acesso ao pátio exterior — certamente um local usado para grandes audiências —, e, depois dele, o pátio interior, próximo ao trono do rei, num espaço reservado, de acesso restrito, em frente ao seu aposento (5.1). Certamente anexo ao palácio, as casas das mulheres também ficavam na fortaleza.1 Uma casa principal (2.9) e uma segunda casa das mulheres (2.14), de ocupação mais ampla, onde ficavam as concubinas (Yamauchi e Wilson, 2020, p. 1202).


2.  Um obstáculo real   -   Informada do apelo de Mardoqueu, Ester enviou Hataque de volta com uma resposta negativa. Havia uma lei conhecida de todos que proibia que qualquer pessoa fosse à presença do rei, no pátio interior, sem ser por ele chamado, sob pena de ser ordenada à morte, salvo se o rei estendesse-lhe o cetro de ouro. A rainha estava sujeita a essa mesma regra. Acredita-se que essa rigorosa norma proibitiva de acesso ao rei existia porque os monarcas temiam ser vítimas de conspirações, como ocorreu com tantos deles, ao longo da história, que foram mortos no trono. Matthew Henry (2022, p. 852) considera, contudo, que a lei não foi criada por prudência, para maior segurança do rei, e sim mais por orgulho, para que, sendo pouco visto — e isso apenas com grande dificuldade —, o rei viesse a ser adorado como a um pequeno deus: Tratava-se de uma lei tola; pois (1) Isso deixava os reis infelizes, confinando-os a seus isolamentos por receio de que fossem vistos. Isso fazia do palácio real pouco mais que uma prisão real, e os reis só podiam acabar ficando rabugentos, e talvez melancólicos, e, portanto, um terror para os outros e um fardo para si mesmos […]. (2) Isso era ruim para os súditos; pois que bem lhes fazia um rei a quem não tinham a liberdade de recorrer para eventuais retificações, e a quem não pudessem apelar por meio de juízes? O fato de Ester, como rainha, não ter sido chamada pelo rei nos últimos 30 dias (4.11b) revela, inclusive, o distanciamento que havia entre rei e rainha, dado o costume dos tempos antigos. Mesmo uma mulher de posição elevada como Ester enfrentava grandes restrições para chegar à presença de um monarca. O fato é que não há cultura alguma em toda a história que tenha dado à mulher a mesma honra que lhe outorgou Jesus, fazendo-a digna de honra e participante de dons espirituais e de serviço (Ef 5.22-28; 1 Pe 3.7; 1 Co 11.5; Fp 4.3). A Palavra de Deus é, portanto, altamente libertária para com a mulher, e não o contrário, como acusa falsamente o movimento feminista.

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube







                    II.    MARDOQUEU CONVENCE ESTER 

1.   Confiando na providência divina    -    Há ocasiões em que precisamos recuar, mas também há situações que devemos avançar. Ester não poderia intimidar-se diante da lei que vigorava na Pérsia, temendo pela sua vida; mesmo porque o que estava em jogo não era apenas a vida dela, mas de todos os judeus. Esse tipo de avaliação é preciso ser feito. Certas normas — ainda que regras devam ser obedecidas — às vezes precisam ser violadas se um bem ou valor maior estiver em jogo. O que é preciso ter sempre em conta é a específica direção de Deus para saber quando uma atitude incomum é a ação certa a ser praticada. Mardoqueu lembrou a Ester que o seu silêncio não lhe garantia proteção (4.13,14). Como já observamos no capítulo 6, Mardoqueu revela a sua profunda convicção de que a providência divina viria de alguma maneira para livrar os judeus. Como diz Sidlow Baxter (1993, p. 278), é um reconhecimento implícito de Deus; a revelação da percepção repentina de Mardoqueu da previsão providencial de Deus por trás da estranha ascensão de Ester ao trono. As palavras ainda demonstram a sua fé inabalável no Senhor e na indestrutibilidade do seu povo.


2.   Primeiro Deus, depois o homem    -   Ester não foi autoconfiante, não acreditando que o seu poder de persuasão poderia convencer Assuero. Com temor e humildade, mesmo sabendo que deveria agir, ela compreendeu que era preciso clamar a Deus antes de tudo, para que Ele desse-lhe graça diante do rei. O seu pedido a Mardoqueu para que os judeus jejuassem durante três dias em favor dela é, na verdade, um pedido de oração, pois o jejum é uma forma simbólica de oração no Antigo Testamento. Ela e as suas moças também jejuariam (Et 4.16). Agindo assim, Ester estava entregando-se à misericórdia de Deus (Baxter, p. 278), numa demonstração de prudência, equilíbrio e entendimento espiritual.   

Jesus contou uma vez a parábola do juiz iníquo, uma grande advertência do perigo do secularismo e do materialismo, que, inspirados no ateísmo, rejeitam e negam as realidades espirituais e veem o homem como o senhor da sua existência e do seu destino; como a medida de todas as coisas. Uma viúva clama ao juiz para que lhe fizesse justiça contra o seu adversário. O magistrado mostrou-se insensível, não lhe dando ouvidos. A pobre mulher insistiu, até ao ponto de o juiz atendê-la por causa da sua importunação (Lc 18.1-8). A mensagem da parábola é: vivemos dias nos quais o esfriamento espiritual pode roubar nossa fé, levando-nos a descrer na providência divina e recorrer aos nossos próprios recursos em busca de solução para nossos problemas. Ester não agiu assim. Primeiro, era preciso jejuar, humilhando-se diante de Deus, rogando a sua providência. Um termômetro da diminuição dessa fé hoje é exatamente a redução da prática do jejum e da oração como medidas antecedentes às nossas próprias ações; aliás, ao anunciar a parábola do juiz iníquo, Lucas diz que o tema é: o dever de orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). Devemos sempre confiar em Deus e depender dEle, pois a autoconfiança e a presunção são de origem maligna (Tg 4.13-16).

A atitude de Ester ensina-nos a necessidade que têm os líderes espirituais de convocar os seus liderados para a prática de disciplinas espirituais de piedade e devoção para que não apenas esperem que terceiros façam por eles. O parasitismo espiritual é altamente prejudicial para a Igreja, como Corpo de Cristo. Todos os membros devem funcionar (Ef 4.16). Em muitos outros versículos sobre a necessidade de todo o corpo estar ativo, temos 1 Coríntios 14.26, Romanos 12.4,5 e Gálatas 6.2-5. Quando um líder espiritual promete soluções fáceis, que não exigem compromisso algum do crente, ele promove uma espiritualidade superficial. A direção da crença ao carisma — ou suposto carisma — sem qualquer atitude espiritual própria não confere com o ensino bíblico tanto do Antigo como do Novo Testamento. Deus sempre exigiu a parte do homem, dando-lhe tarefas e responsabilidades, em obediência à sua Palavra, a fim de que, como justo que é, pudesse agir em favor do fiel (Êx 23.14-17; Js 1.2-9; Dt 28.1,2)


3.   Confiar em Deus não é tentá-lo    -    Você já percebeu que a palavra tentar vai contra as Sagradas Escrituras? Sei que isso é verdade porque verifiquei na maior concordância bíblica que consegui encontrar. Embora a palavra tentar apareça, ela não tem sentido que usamos hoje em dia. A palavra tentar só é usada na Bíblia no sentido de colocar alguém à prova. A Bíblia de “a prova da sua fé” (ver Tiago 1:3). Aprendemos que não devemos acreditar em tudo o que ouvimos, mas devemos “examinar os espíritos” (ver 1 João 4:1). O salmista diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração” (ver Salmos 139:23). A Bíblia também fala sobre os testes da nossa fé que vêm para nos “provar” (ver 1 Pedro 4:12).   

Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube






                III.    O PLANO: ESTER ENTRA À PRESENÇA DO REI E PROPÕE UM BANQUETE

1.   Prudência, preparação e ação   -   Como vimos, Ester não foi à presença de Assuero de repente, sem qualquer preparação; antes, agiu com prudência, esperando o tempo certo, sob a direção de Deus. Para aquele grande desafio, Ester precisaria rogar a Deus que lhe desse a coragem necessária, além de muito equilíbrio e firmeza para dirigir-se ao rei, tanto pelo risco que corria — de não ser recebida — quanto pela missão que tinha: revelar o macabro plano de um homem tão poderoso no reino, o malvado Hamã, que privava da confiança do rei a tal ponto que ambos eram cúmplices e companheiros de bebida (3.15).

Se, por um lado, a mulher tem um altíssimo potencial positivo para edificar, tem também para derrubar a própria casa (Pv 14.1). Imprudências e precipitações podem levar a grandes prejuízos. Ester foi ao pátio interior do palácio, mas não se dirigiu diretamente à presença do rei. Infere-se da narrativa bíblica que ela ficou a certa distância, no átrio que antecede o espaço restrito do trono, de onde podia ser vista pelo rei. Fica bastante evidente o quanto Ester foi cuidadosa, humilde e discreta. “Forçar a porta” nunca é a melhor atitude. É mais fácil que se feche e não que venha a abrir-se para nós.


2.   Estendendo o cetro    -   Demonstrava generosidade, mas era uma frase convencional (Baldwin, 1986, p. 77), uma expressão proverbial pela qual Assuero assegurou a Ester que não lhe negaria nada que fosse razoável (Henry, p. 856). Herodes usou a mesma expressão com a filha de Herodias, a sua mulher (Mc 6.21-23). Com tamanha disposição, Assuero certamente esperava que viria um grande pedido da parte de Ester, mas ela apenas expressou o desejo de recebê-lo, junto com Hamã, naquele mesmo dia, num banquete que já havia preparado (5.4).


3.    Em sintonia com Deus     -    Não há como deixar de perceber como o Senhor estava trabalhando em detalhes na vida de Ester. Ela certamente recebera dEle, no seu coração, durante o período do jejum (ou ao fim dele) toda a orientação de que precisava. Ester estava em sintonia com Deus. O jejum e a oração são maneiras eficazes de aproximarmo-nos de Deus e tornarmo-nos espiritualmente mais sensíveis, prontos para ouvir a sua voz e cumprir os seus propósitos.

 Era a segunda oportunidade, mas ainda não era o momento adequado. Ester convidou Assuero e Hamã para outro banquete no dia seguinte, quando, então, faria o seu pedido (5.8). Uma noite importante separava os fatos.

As próximas 24 horas seriam decisivas.






Ajude esta obra...
Código do PIX
Banco Mercantil do Brasil
Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube





AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

   CANAL YOUTUBE.:    https://www.youtube.com/@pb.junioprofebd7178       Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

 Siga-nos nas redes sociais... Tenha um bom estudo bíblico.

 ** Seja um Patrocinador desta obra: chave do        PIX 11980483304        

Chave do PIX
Banco Mercantil do Brasil





               





         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova



Pb. Junio | Prof° EBD - YouTube