Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele. Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada." (Et 6. 11)
VERDADE PRÁTICA
Deus abate e exalta a quem Ele quer. Se humilhados, devemos glorificá-lo. Se exaltados, a glória continua sendo toda dele.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Et 6. 1-14
INTRODUÇÃO
Muita coisa mudaria em menos de 24 horas. Não há dúvida de que o Deus da providência — que tudo vê mesmo antes que aconteça — estava guiando o coração de Ester. Conceituando providência, J. Rodman Williams (2011, p. 101) escreve: A providência pode ser definida como o cuidado de Deus como supervisor e guardião de toda a criação. Essa atividade é tão vital que Deus é às vezes denominado Providência. Nas Escrituras, a designação antiga de um lugar é “o Senhor proverá”, pois foi ali que Deus proveu um carneiro para Abraão, em lugar do sacrifício de seu filho, Isaque.
[…]
A providência divina é muito mais que só um cuidado geral que Deus tem por sua criação. Com certeza, é adequado dizer que Deus tem um interesse benevolente por todas as suas criaturas. Entretanto, da mais profunda importância é seu cuidado particular por todas elas, uma por uma; pois de fato, conforme declara Jesus, até com respeito aos pardais: “Nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês” (Mt 10.29), e com respeito aos seres humanos: “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Mt 10.30). Deus em sua providência está interessado nas minúcias de sua criação.
Williams observa, contudo, que
A doutrina da providência não é uma doutrina de otimismo superficial. Não é olhar para o mundo através de óculos cor-de-rosa, como se não houvesse nem problemas, nem sofrimento, nem mal.
I. O REI SE LEMBRA DA BOA AÇÃO DE MARDOQUEU
1. Uma noite decisiva - O agagita era instável nas suas emoções. Era capaz de ir de uma alegria juvenil a uma fúria canina de um instante a outro. Esse tipo de patologia costuma manifestar-se em muitas pessoas. Conquanto ninguém esteja livre de ser tomado pela ira, ao cristão não é dado aceitar essa condição, buscando ser livre de toda instabilidade emocional, vivendo sob o controle do Espírito (Gl 5.22b). O ensino paulino é para que façamos morrer tudo o que pertence à natureza terrena, abandonando a ira (Cl 3.5,8). Aos efésios, após admitir que o crente pode ficar irado, mas não pecar (Ef 4.26), Paulo diz: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira […]” (4.31, NVI). Um estágio, portanto, é irar-se e não pecar; outro, mais elevado — e possível —, é sequer ser tomado pela ira.
A altura dessa forca intriga muitos eruditos: cinquenta côvados (mais de vinte metros).1 Joyce G. Baldwin (1986, p. 79) pondera que, apesar de surpreender os comentaristas ocidentais, como um exagero, tudo o que era construído pelos governantes persas naquela época era em grande escala. Pode significar que Hamã, a sua mulher e amigos pretendessem protagonizar um espetáculo com a morte do seu desafeto. É nesse sentido que o comentário da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal diz: É provável que a forca tenha sido construída sobre a muralha da cidade ou sobre alguma edificação proeminente. Eles queriam garantir que todas as pessoas da cidade assistissem à morte de Mardoqueu e fossem lembradas das consequências de desobedecer Hamã.
A mulher de Hamã (Zeres) e os seus amigos revelaram-se tão sanguinários quanto o próprio Hamã, além de sórdidos: disseram a Hamã que, depois do enforcamento de Mardoqueu, ele poderia ir “alegremente ao banquete com o rei” (5.14b, NVT).
2. Forca ou honra - O que teria produzido insônia no rei? Wiersbe (2006, p. 716) apresenta algumas sugestões em forma de indagações: Foram as preocupações com assuntos de Estado que não deixaram o rei dormir? Estava preocupado com suas finanças? Será que comeu e bebeu demais no banquete da rainha? Ou será que estava intrigado com o pedido de Ester. Algumas dessas preocupações, ou uma combinação de todas elas, pode ter contribuído para a insônia do rei, mas por trás delas estava a mão soberana de Deus, que cuida do seu povo e nunca dormita nem dorme (Sl 121:3,4). Deus queria que o rei ficasse acordado, pois tinha algo a lhe dizer.
No caso de Mardoqueu, o intento maligno seria totalmente frustrado diante da inesperada disposição de Assuero em dar honra a alguém que havia ficado (aparentemente) esquecido durante aproximadamente cinco anos. Naquela noite, contudo, o Deus que tem poder sobre todas as coisas, incluindo a fisiologia humana, tirou o sono do rei (Sl 127.2). Assuero já estava há cerca de treze anos no trono; logo, eram muitos os relatos contidos no livro. A providência divina fez com que fosse lido exatamente o trecho que falava do feito de Mardoqueu, que pôs fim à conspiração contra o rei: “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8.28, NVI). Em vez da forca, uma grande honra estava à espera de Mardoqueu.
3. Cinco anos depois - Nos tribunais orientais, há escribas ou oficiais cujo dever é manter um diário de cada ocorrência digna de nota. Um livro desse tipo, repleto de anedotas, é cheio de interesse. Tem sido um costume com os reis orientais, em todas as eras, frequentemente fazer com que os anais do reino sejam lidos para eles. Recorre-se, não apenas como um passatempo para passar o tédio de uma hora, mas como uma fonte de instrução para o monarca, revendo os importantes incidentes de sua própria vida, bem como os de seus ancestrais. Não havia, portanto, nada de incomum neste monarca persa pedindo o diário da corte.
Este capítulo serve como um lembrete de que mesmo detalhes aparentemente insignificantes podem desempenhar um papel fundamental na formação de nossas vidas. A honra inesperada de Mordecai e o envolvimento involuntário de Hamã destacam a justiça poética que pode surgir quando os planos de Deus se cruzam com as ações humanas. Esta narrativa nos convida a refletir sobre como a mão de Deus pode estar trabalhando nos bastidores de nossas próprias vidas. Além disso, ressalta a ideia de que o orgulho muitas vezes precede a queda, já que a arrogância inicial de Hamã e o desdém por Mordecai levaram à sua própria humilhação. Ao considerarmos este capítulo, somos levados a cultivar humildade e reconhecer a importância do tempo e cuidado providencial de Deus em nossas jornadas, confiando que Ele pode transformar as circunstâncias mais imprevistas em oportunidades de transformação e redenção.
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II. HAMÃ É CHAMADO PARA HONRAR MARDOQUEU
1. Um ato de justiça - Certamente, era comum haver alguém no pátio do palácio; por isso, o rei perguntou quem lá estava naquele momento a fim de consultar tal pessoa quanto à dúvida que lhe surgira. Tudo indica que era ainda bem cedo, pois Assuero não tinha dormido à noite, e Hamã, ainda que tenha dormido um pouco, estava ansioso para avistar-se com o rei e obter a sentença de morte de Mardoqueu. O chamado do rei certamente o surpreendeu, sendo tão rápido. Presumir-se digno de honra é um sinal de soberba e orgulho. Esse terrível sentimento, nutrido inicialmente por Lúcifer (Is 14.13,14), foi instilado na mente de Eva e é lançado constantemente nos corações humanos (Gn 3.1-5; Pv 16.18- 19). A Palavra de Deus, contudo, exorta-nos a preferir a humildade, seguindo o exemplo de Cristo (Fp 2.3-6).
2. Presunção e autoconfiança - Presumir-se digno de honra é um sinal de soberba e orgulho. Escrevendo aos Romanos, Paulo exorta que não devemos ambicionar coisas altas, mas acomodarmo-nos às humildes (Rm 12.16). Esse conselho bíblico — de não ambicionar coisas altas ou não ter pretensões de grandeza — não encontra eco em algumas teologias contemporâneas, como a teologia do coaching, que, em grande parte, instiga o pensar grande, numa falsa espiritualidade.
Como já observamos, mesmo depois de Ester ser rainha e Mardoqueu revelar a conspiração contra Assuero, a sua posição e comportamento não sofreram alteração. Ele voltou para a porta do rei e não se insinuava para nada. Quanto a Hamã, apesar de ser riquíssimo e ocupar um cargo tão alto no Império Persa, vivia atordoado pelas suas próprias paranoias e desejo de grandeza. Com isso, além de Mardoqueu, Hamã constituiu todos os judeus do reino como os seus inimigos. Para sentir-se bem em algum momento, precisava viver de afagos no ego; era um quadro realmente doentio. Devemos ser alimentados diariamente pela alegria que vem de Deus e não condicionar nossas emoções às circunstâncias do momento (Ne 8.10; Jo 15.11; Fp 4.4-7; 1 Pe 5.17). Equilíbrio emocional e espiritual é sinal de maturidade espiritual; fruto do Espírito (Gl 5.22).
3. O devido lugar da honra - O processo de honra também é distorcido quando não há espontaneidade. Honra não se exige; recebe-se com humildade, cuidando para não se ensoberbecer. Como já observamos, mesmo com toda a honra recebida, Mardoqueu “voltou para a porta do rei” (Et 6.12); ele não se empolgou, adotando um comportamento diferente, na vã crença de que a honra conferida faria dele alguém digno de uma posição melhor. Um momento de fama pode entorpecer.
O Dr. Meyer conclui o seu sermão:
“Permaneça confiante, amado irmão, mesmo em meio ao escárnio, ao ódio, e às ameaças de morte. Contanto que a tua causa seja de Deus, ela há de vencer. Ele mesmo a justificará. Aqueles que o honrarem, serão honrados; enquanto aqueles que o desprezarem serão desprezados”.
“Embora os moinhos de Deus trabalhem lentamente, eles trituram ao máximo; embora Ele espere com paciência, tudo tritura.”
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III. A SÍNDROME DE IMPERADOR
1. A soberba de Hamã - Querem reinar dentro e fora de casa. Ditam as regras e exigem o que querem. Os pais não passam de agentes responsáveis por atender os seus desejos, por mais excêntricos que sejam. A falta de limites faz com que a criança cresça acreditando que todas as suas vontades devem ser atendidas. Quando adultas, não admitem frustrações e passam a usar todos os expedientes possíveis para alcançar as suas pretensões.
A proposta de Hamã evidencia sua ilimitada presunção, sua sede doentia de louvor dos homens o sua ideia mesquinha de grandeza. Seu coração bate mais forte quando se imagina sendo levado dessa forma em meio à adulação de seus semelhantes. Então, ele ouve o rei dizer: “Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e fazei assim para com o judeu Mardoqueu ou Mordecai Quê? Fazer isso ao judeu Mardoqueu ou Mordecai? Será que os ouvidos de Hamã estão zombando dele? Não! É verdade. O rei falou e deve ser obedecido! O brilho foge dos olhos de Hamã. Seu orgulho se derrete. É como se uma mortalha sombria lhe envolvesse o coração. Por alguns segundos que parecem séculos ele fica ali de pé, perplexo diante de seu senhor real.
2. Um mau prenúncio - Mulher de Hamã prevê fracasso (Et 6.13) “Cantou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu ou Mordecai perante o qual já começaste o cair é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente, cairás diante dele.”
Foi terrível contar todo o ocorrido, a humilhação era demasiada para suportar. Então, a esposa e os amigos de Hamã disseram-lhe que ele não prevaleceria, devido à ascendência judaica de Mordecai (Et 6.13). Hamã ainda está se recuperando da humilhação quando chegam os mensageiros do rei chamando-o para o segundo banquete com Assuero e Ester (Et 6.14).Mas certamente cairão diante dele – Isso eles concluíram, primeiro, pelas regras da política, porque a reputação e o interesse de Hamã estavam afundando, e Mardoqueu, a quem eles entendiam ser um homem de grande sabedoria e coragem, agora entrara no favor e, portanto, provavelmente teria a oportunidade de levá-lo a uma antipatia, se não a revogação, de seu próprio decreto sangrento e, conseqüentemente, a um detestamento da pessoa que o havia adquirido.
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.
Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova
https://www.apologeta.com.br/ester-6/
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2017/11/ester-6-comentario-devocional.html
https://versiculoscomentados.com.br/index.php/estudo-de-ester-6-13-comentado-e-explicado/
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