Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera." (Is 64.4)
VERDADE PRÁTICA
É nos momentos dramáticos da vida que mais aprendemos a confiar em Deus e a depender dEle realmente.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ester 4. 5-17; 5. 1-3, 7, 8.
INTRODUÇÃO
Quando o decreto para a destruição dos judeus foi divulgado, houve grande luto e consternação entre os judeus por todo o reino da Pérsia. Mardoqueu, segundo um costume pré-estabelecido entre os antigos judeus para mostrar grande sofrimento, rasgou suas vestes e cobriu-se com pano de saco e cinza. Então saiu pela cidade e clamou com grande e amargo clamor. A existência dos judeus tinha os seus dias contados. Restava ver se o Deus a quem serviam lhes proveria o escape8
I. O PERIGOSO PLANO E O TEMOR DE ESTER
1. Lamento, choro e compadecimento - O terrível plano de Hamã ganhou dimensão pública não apenas em Susã, como também em todas as províncias do Império Persa. Mesmo assim, Ester não sabia do decreto real que ordenava a morte dos judeus. Essa circunstância inusitada — o desconhecimento no harém quanto a um fato tão notório em Susã — leva-nos a abrir um parêntese para considerar como seria a vida no recinto das mulheres palacianas na época, já que não é razoável que um acontecimento tão relevante e grave, conhecido de toda a cidade de Susã e até das províncias (3.15; 4.3), ainda estivesse encoberto no harém do palácio. Pela descrição presente no livro de Ester, a estrutura palaciana em Susã nos dias de Assuero contava com o palácio do rei, composto do átrio interior (4.11), pátio exterior (6.4) e porta do rei (2.19). Entende-se — inclusive por descobertas arqueológicas já mencionadas neste livro — que havia uma porta principal, que dava acesso ao pátio exterior — certamente um local usado para grandes audiências —, e, depois dele, o pátio interior, próximo ao trono do rei, num espaço reservado, de acesso restrito, em frente ao seu aposento (5.1). Certamente anexo ao palácio, as casas das mulheres também ficavam na fortaleza.1 Uma casa principal (2.9) e uma segunda casa das mulheres (2.14), de ocupação mais ampla, onde ficavam as concubinas (Yamauchi e Wilson, 2020, p. 1202).
2. Um obstáculo real - Informada do apelo de Mardoqueu, Ester enviou Hataque de volta com uma resposta negativa. Havia uma lei conhecida de todos que proibia que qualquer pessoa fosse à presença do rei, no pátio interior, sem ser por ele chamado, sob pena de ser ordenada à morte, salvo se o rei estendesse-lhe o cetro de ouro. A rainha estava sujeita a essa mesma regra. Acredita-se que essa rigorosa norma proibitiva de acesso ao rei existia porque os monarcas temiam ser vítimas de conspirações, como ocorreu com tantos deles, ao longo da história, que foram mortos no trono. Matthew Henry (2022, p. 852) considera, contudo, que a lei não foi criada por prudência, para maior segurança do rei, e sim mais por orgulho, para que, sendo pouco visto — e isso apenas com grande dificuldade —, o rei viesse a ser adorado como a um pequeno deus: Tratava-se de uma lei tola; pois (1) Isso deixava os reis infelizes, confinando-os a seus isolamentos por receio de que fossem vistos. Isso fazia do palácio real pouco mais que uma prisão real, e os reis só podiam acabar ficando rabugentos, e talvez melancólicos, e, portanto, um terror para os outros e um fardo para si mesmos […]. (2) Isso era ruim para os súditos; pois que bem lhes fazia um rei a quem não tinham a liberdade de recorrer para eventuais retificações, e a quem não pudessem apelar por meio de juízes? O fato de Ester, como rainha, não ter sido chamada pelo rei nos últimos 30 dias (4.11b) revela, inclusive, o distanciamento que havia entre rei e rainha, dado o costume dos tempos antigos. Mesmo uma mulher de posição elevada como Ester enfrentava grandes restrições para chegar à presença de um monarca. O fato é que não há cultura alguma em toda a história que tenha dado à mulher a mesma honra que lhe outorgou Jesus, fazendo-a digna de honra e participante de dons espirituais e de serviço (Ef 5.22-28; 1 Pe 3.7; 1 Co 11.5; Fp 4.3). A Palavra de Deus é, portanto, altamente libertária para com a mulher, e não o contrário, como acusa falsamente o movimento feminista.
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II. MARDOQUEU CONVENCE ESTER
1. Confiando na providência divina - Há ocasiões em que precisamos recuar, mas também há situações que devemos avançar. Ester não poderia intimidar-se diante da lei que vigorava na Pérsia, temendo pela sua vida; mesmo porque o que estava em jogo não era apenas a vida dela, mas de todos os judeus. Esse tipo de avaliação é preciso ser feito. Certas normas — ainda que regras devam ser obedecidas — às vezes precisam ser violadas se um bem ou valor maior estiver em jogo. O que é preciso ter sempre em conta é a específica direção de Deus para saber quando uma atitude incomum é a ação certa a ser praticada. Mardoqueu lembrou a Ester que o seu silêncio não lhe garantia proteção (4.13,14). Como já observamos no capítulo 6, Mardoqueu revela a sua profunda convicção de que a providência divina viria de alguma maneira para livrar os judeus. Como diz Sidlow Baxter (1993, p. 278), é um reconhecimento implícito de Deus; a revelação da percepção repentina de Mardoqueu da previsão providencial de Deus por trás da estranha ascensão de Ester ao trono. As palavras ainda demonstram a sua fé inabalável no Senhor e na indestrutibilidade do seu povo.
2. Primeiro Deus, depois o homem - Ester não foi autoconfiante, não acreditando que o seu poder de persuasão poderia convencer Assuero. Com temor e humildade, mesmo sabendo que deveria agir, ela compreendeu que era preciso clamar a Deus antes de tudo, para que Ele desse-lhe graça diante do rei. O seu pedido a Mardoqueu para que os judeus jejuassem durante três dias em favor dela é, na verdade, um pedido de oração, pois o jejum é uma forma simbólica de oração no Antigo Testamento. Ela e as suas moças também jejuariam (Et 4.16). Agindo assim, Ester estava entregando-se à misericórdia de Deus (Baxter, p. 278), numa demonstração de prudência, equilíbrio e entendimento espiritual.
Jesus contou uma vez a parábola do juiz iníquo, uma grande advertência do perigo do secularismo e do materialismo, que, inspirados no ateísmo, rejeitam e negam as realidades espirituais e veem o homem como o senhor da sua existência e do seu destino; como a medida de todas as coisas. Uma viúva clama ao juiz para que lhe fizesse justiça contra o seu adversário. O magistrado mostrou-se insensível, não lhe dando ouvidos. A pobre mulher insistiu, até ao ponto de o juiz atendê-la por causa da sua importunação (Lc 18.1-8). A mensagem da parábola é: vivemos dias nos quais o esfriamento espiritual pode roubar nossa fé, levando-nos a descrer na providência divina e recorrer aos nossos próprios recursos em busca de solução para nossos problemas. Ester não agiu assim. Primeiro, era preciso jejuar, humilhando-se diante de Deus, rogando a sua providência. Um termômetro da diminuição dessa fé hoje é exatamente a redução da prática do jejum e da oração como medidas antecedentes às nossas próprias ações; aliás, ao anunciar a parábola do juiz iníquo, Lucas diz que o tema é: o dever de orar sempre e nunca desfalecer (Lc 18.1). Devemos sempre confiar em Deus e depender dEle, pois a autoconfiança e a presunção são de origem maligna (Tg 4.13-16).
A atitude de Ester ensina-nos a necessidade que têm os líderes espirituais de convocar os seus liderados para a prática de disciplinas espirituais de piedade e devoção para que não apenas esperem que terceiros façam por eles. O parasitismo espiritual é altamente prejudicial para a Igreja, como Corpo de Cristo. Todos os membros devem funcionar (Ef 4.16). Em muitos outros versículos sobre a necessidade de todo o corpo estar ativo, temos 1 Coríntios 14.26, Romanos 12.4,5 e Gálatas 6.2-5. Quando um líder espiritual promete soluções fáceis, que não exigem compromisso algum do crente, ele promove uma espiritualidade superficial. A direção da crença ao carisma — ou suposto carisma — sem qualquer atitude espiritual própria não confere com o ensino bíblico tanto do Antigo como do Novo Testamento. Deus sempre exigiu a parte do homem, dando-lhe tarefas e responsabilidades, em obediência à sua Palavra, a fim de que, como justo que é, pudesse agir em favor do fiel (Êx 23.14-17; Js 1.2-9; Dt 28.1,2)
3. Confiar em Deus não é tentá-lo - Você já percebeu que a palavra tentar vai contra as Sagradas Escrituras? Sei que isso é verdade porque verifiquei na maior concordância bíblica que consegui encontrar. Embora a palavra tentar apareça, ela não tem sentido que usamos hoje em dia. A palavra tentar só é usada na Bíblia no sentido de colocar alguém à prova. A Bíblia de “a prova da sua fé” (ver Tiago 1:3). Aprendemos que não devemos acreditar em tudo o que ouvimos, mas devemos “examinar os espíritos” (ver 1 João 4:1). O salmista diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração” (ver Salmos 139:23). A Bíblia também fala sobre os testes da nossa fé que vêm para nos “provar” (ver 1 Pedro 4:12).
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III. O PLANO: ESTER ENTRA À PRESENÇA DO REI E PROPÕE UM BANQUETE
1. Prudência, preparação e ação - Como vimos, Ester não foi à presença de Assuero de repente, sem qualquer preparação; antes, agiu com prudência, esperando o tempo certo, sob a direção de Deus. Para aquele grande desafio, Ester precisaria rogar a Deus que lhe desse a coragem necessária, além de muito equilíbrio e firmeza para dirigir-se ao rei, tanto pelo risco que corria — de não ser recebida — quanto pela missão que tinha: revelar o macabro plano de um homem tão poderoso no reino, o malvado Hamã, que privava da confiança do rei a tal ponto que ambos eram cúmplices e companheiros de bebida (3.15).
Se, por um lado, a mulher tem um altíssimo potencial positivo para edificar, tem também para derrubar a própria casa (Pv 14.1). Imprudências e precipitações podem levar a grandes prejuízos. Ester foi ao pátio interior do palácio, mas não se dirigiu diretamente à presença do rei. Infere-se da narrativa bíblica que ela ficou a certa distância, no átrio que antecede o espaço restrito do trono, de onde podia ser vista pelo rei. Fica bastante evidente o quanto Ester foi cuidadosa, humilde e discreta. “Forçar a porta” nunca é a melhor atitude. É mais fácil que se feche e não que venha a abrir-se para nós.
2. Estendendo o cetro - Demonstrava generosidade, mas era uma frase convencional (Baldwin, 1986, p. 77), uma expressão proverbial pela qual Assuero assegurou a Ester que não lhe negaria nada que fosse razoável (Henry, p. 856). Herodes usou a mesma expressão com a filha de Herodias, a sua mulher (Mc 6.21-23). Com tamanha disposição, Assuero certamente esperava que viria um grande pedido da parte de Ester, mas ela apenas expressou o desejo de recebê-lo, junto com Hamã, naquele mesmo dia, num banquete que já havia preparado (5.4).
3. Em sintonia com Deus - Não há como deixar de perceber como o Senhor estava trabalhando em detalhes na vida de Ester. Ela certamente recebera dEle, no seu coração, durante o período do jejum (ou ao fim dele) toda a orientação de que precisava. Ester estava em sintonia com Deus. O jejum e a oração são maneiras eficazes de aproximarmo-nos de Deus e tornarmo-nos espiritualmente mais sensíveis, prontos para ouvir a sua voz e cumprir os seus propósitos.
Era a segunda oportunidade, mas ainda não era o momento adequado. Ester convidou Assuero e Hamã para outro banquete no dia seguinte, quando, então, faria o seu pedido (5.8). Uma noite importante separava os fatos.
As próximas 24 horas seriam decisivas.
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.
Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova
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