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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

LIÇÃO 02 - O CORPO - A MARAVILHOSA OBRA DA CRIAÇÃO DE DEUS.

 

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                TEXTO ÁUREO 

"Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem." (Sl 139.14)


                VERDADE PRÁTICA  

A ciência busca desvendar os mistérios do corpo humano, mas o crente descansa em saber que é obra da poderosa e perfeita mão de Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Salmos 139. 1-4, 13-18



                INTRODUÇÃO  

 No primeiro capítulo, buscamos apresentar uma síntese do pensamento bíblico acerca do homem, destacando-o como uma unidade, um ser integral, composto, porém, de três partes distintas: espírito, alma e corpo. Neste capítulo, trataremos especificamente do corpo, a substância material do ser humano. Nossa reflexão partirá do estudo dos versículos 13 ao 16 do Salmo 139, nos quais Davi expressa o seu deslumbramento com a formação do corpo humano, a criação fisica de Deus mais extraordinária. 

 Fruto de uma compreensão espiritual, o salmista admira o modo como ele foi formado por Deus no ventre materno. Davi emprega o termo hebraico yare, quer na ARC, qualifica esse “modo” como “terrível e tão maravilhoso”, transmitindo a ideia de assombro. A Almeida Revista e Atualizada (ARA) traduz como “modo assombrosamente maravilhoso”. 

A expressão também é usada para revelar o temor causado em quem presencia e reconhece as admiráveis obras de Deus, como destacam Harris, Archer Jr. e Waltke (1998, p. 656). Foi esse reconhecimento espiritual da grandiosidade da obra divina que levou Davi a louvar so Senhor pela formação do seu corpo. Citando Êxodo 14.31, Josué 4.23,24 e 1 Samuel 4.7-9, esses autores referem-se ao emprego deyare como expressão de temor a Deus diante dos seus grandes feitos.

 Êxodo 14.27-31 contém a narrativa da abertura do Mar Vermelho para a passagem dos hebreus, o seu fechamento e a destruição total dos egípcios e como isso causou um grande espanto no povo e levou-o a temer a Deus (14.31). Observa-se, portanto, que se trata de uma forte reação emocional, de espanto e temor diante de um feito visível, porém inexplicável, incompreensível à mente humana. Davi experimentou emoção semelhante quando se referiu ao modo tão maravilhoso como o corpo humano é formado por Deus.


                    I.    A MARAVILHOSA OBRA DE DEUS 

1.   Do pó da terra    -      Deus fez o corpo do homem (adam) do pó da terra (<idamah) (Gn 2.7). Isso 

demonstra a estreita relação que há entre a matéria-prima ou básica, o pó  da terra, com o produto dela, o corpo humano. Além do grande percentual de água — em crianças, pode chegar a mais de 70%, e em adultos fica em torno de 56% da composição do corpo —, a matéria humana tem muitos dos mesmos elementos químicos encontrados na terra, o mesmo pó do qual o homem foi formado. Arthur Guyton (1919—2003) e john Hall mencionam diversos deles: oxigênio, magnésio, potássio, fosfato, sódio, dióxido de carbono etc. (ibid. p. 03). Acerca da estrutura do corpo, geralmente se afirma ser ele composto de cerca de 37 trilhões de células, além de tecidos, órgãos e sistemas. Quanto às células, que são organismos vivos, há estudiosos que apontam para um número bem maior, como os já citados Guyton e Hall [ibid., p. 03), que falam em cerca de 100 trilhões de células. A respeito do funcionamento dessa “máquina humana”, afirmam:

 O corpo humano contém, literalmente, milhares de sistemas de controle. Os mais intrincados deles são os sistemas genéticos, que atuam em todas as células a fim de controlar o funcionamento intercelular e, também, todas as funções extracelulares. [...] Muitos outros sistemas de controle atuam nos órgãos para gerir o funcionamento das diferentes partes desses órgãos; outros atuam por todo o corpo para regular as interações entre órgãos. O sistema respiratório, por exemplo, amando em associação com o sistema nervoso, regula a concentração de dióxido de carbono no líquido extracelular. De igual modo, o fígado e o pâncreas regulam a concentração de glicose no líquido extracelular. Os rins regulam a concentração dos íons hidrogênio, sódio, potássio, fosfato e de outros íons no líquido extracelular. 

 Para a grande pergunta “Quem estabeleceu tudo isso?”, há somente uma resposta, como disse Paulo no areópago de Atenas: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há [...] ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas [...]; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.24,25,28). O máximo que a ciência humana pode fazer nas suas investigações é seguir tateando e avançando na descoberta, ainda que parcialmente, da magnitude dessa obra divina. A ciência constata o que Deus criou, mas não consegue explicar ou provar qualquer outra origem que não seja o soberano Criador, embora insista.

CURIOSIDADE DA LIÇÃO

  Por outro lado, o corpo humano é de dimensões gigantescas em vários de seus aspectos: Calcula-se que o cérebro humano é composto por cerca de “9 milhões” de células nervosas, enquanto que o corpo humano é formado por “1 trilhão” de células. Dentre os muitos dados que podem documentar a complexidade do organismo humano relembramos os seguintes: “O comprimento total dos vasos capilares de um homem normal alcança os 100 mil quilômetros, o comprimento dos vasos capilares dos rins é de 60 quilômetros, a dimensão dos capilares abertos e distendidos em superfície forma um total de 6.000 metros quadrados, a superfície dos alvéolos pulmonares em extensão forma quase 8.000 metros quadrados”

 

2.    Deus, o Autor da vida     -   Imagem e semelhança de DEUS

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.24b). O verbo “fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo criador dos demais seres.
Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do planeta, no Oriente, no sítio do jardim do Eden ou do Paraíso, o DEUS Pai, o DEUS Filho e DEUS ESPÍRITO SANTO se reuniram solenemente para fazer surgir o novo ser que haveria de revolucionar toda a criação. Por um momento, de modo positivo; por muitos séculos, de modo negativo. Mas, de qualquer forma, ali estava a reunião solene da Trindade para criar o homem à imagem e semelhança de DEUS!
Em Gn 1.26-30, encontramos o homem feito à imagem de DEUS; l) um ser espiritual apto para a imortalidade, v.26b; 2) um ser moral que tem a semelhança de DEUS, v.27; 3) um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo, vv.26c,28-30 6

Acima vemos a interpretação do que é ser imagem e semelhança de DEUS encontrada no Comentário Beacon, publicado no Brasil pela CPAD. 


3.    A individualizada formação integral    -    Deus fez todos os seres humanos a partir de um (Adão), mas isso não retira de cada um a sua individualidade. Cada ser humano é obra única das mãos de Deus, que forma espírito, alma e corpo. Esse processo dá-se conforme acontece o ato de procriação que Ele mesmo estabeleceu pela união íntima de homem e mulher (Gn 4.1; Is 57.16; Zc 12.1). As Escrituras falam claramente da existência de vida humana completa (corpo, alma e espírito) desde o ventre materno (Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; G1 1.15). A primeira ocorrência desse extraordinário fenômeno está registrada em Gênesis 4.1. A questão é considerar como se dá essa individualizada formação integral (corpo, alma e espírito). A formação do corpo acontece a partir da fusão de células sexuais do homem (espermatozóide) e da mulher (óvulo). 

O sexo de uma criança é determinado pelo tipo de espermatozóide que fertiliza o óvulo — ou seja, se é um espermatozóide masculino ou feminino. Guyton e Hall explicam o tamanho do feto desde o início da gestação, afirmando que, durante as duas a três semanas, é praticamente microscópico. A partir daí, começa o crescimento, e, algumas semanas, depois a mamãe passa a percebê-lo.4 As Escrituras mostram claramente que o feto não fica inerte no ventre da mãe. Pelo contrário! E capaz de agir, reagir e expressar sentimentos, o que de monstra claramente a existência de um ser completo em formação. Gênesis 25.22 fala da luta de Esaú ejacó antes do nascimento. Mais evidente ainda é o relato de Lucas, que apresenta João Batista sendo cheio do Espírito Santo ainda no ventre (Lc 1.15). 

Quando Maria chegou à casa da prima Isabel e saudou-a, “a criancinha saltou no seu ventre” (Lc 1.41). Essa realidade biológica e espiritual revela a perversidade e a gravidade do aborto, prática abjeta que tanto se busca legalizar por todo o mundo, inclusive no Brasil. Existem movimentos mundiais de defesa desse violento ato, liderados principalmente por feministas, que popularizam a frase “Meu corpo, minhas regras”, ignorando que o corpo do feto não é uma mera extensão do corpo da mulher, mas um novo corpo, de um novo indivíduo, pleno e único, que Deus está formando no ventre materno. 

 De outro lado, a constatação da plena vida humana em formação no ventre aponta para a sublimidade e sensibilidade da maternidade, missão que precisa ser cumprida com profundo amor, cuidado e proteção, no temor de Deus, ante a consciência de conduzir mais um ser vivente, criado à imagem  de Deus. Não é demais, portanto, rememorar como as Sagradas Escrituras exaltam o papel de procriar, às vezes menosprezado mesmo no meio evangélico, influenciado pelo secularismo Vigente, materialista e reticente ao que a Bíblia prescreve. O Salmo 127.3-5 diz-nos que “os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão”.



                    II.    O CORPO E A GLÓRIA DE DEUS 

1.    O divino tecelão    -    A compreensão do corpo como uma maravilhosa obra das mãos de Deus deve estimular-nos a glorificá-lo com todo o nosso ser, como Davi expressa no Salmo 139 e em tantas outras poesias da sua palavra. Apesar de a Bíblia não ter pretensão alguma de ser uma obra científica — como, de fato, não o é —, todas as suas afirmações podem ser confirmadas pela verdadeira ciência, quando esta consegue alcançar evidências relacionadas ao objeto da revelação escriturística, como é o caso da tecedura do corpo. A ciência reconhece a formação dos órgãos e sistema do corpo humano exatamente dos tecidos formados pelas células presentes no embrião.

 Moore, Persaud e Torchia (2022, p. 29-33) explicam como durante o desenvolvimento embrionário são formados os órgãos do corpo numa complexa harmonia entre os tecidos que compõem o organismo. Junqueira e Carneiro (2018, p. 246) explicam que cada um dos tecidos é formado por vários tipos de células características  daquele tecido e por arranjos característicos de células grandes e complexas.8 John e Michael E. Hall (2021, p. 48) falam dessa formação dos tecidos e órgãos como “um agregado de muitas células diferentes mantidas juntas por estruturas de suporte intercelulares”. Todo esse processo, que escapa à ação direta do homem, acontece como estabelecido por Deus, o Autor da vida Jr 1.5; Is 49.1).


2.    Entendimento e louvor     -    O cristão não despreza a ciência, pois a reconhece como uma das manifestações da graça comum; uma capacidade dada por Deus ao homem para investigar, conhecer e produzir meios necessários e úteis para o seu bem-estar. Não somos inimigos da verdadeira ciência e nem a tememos em nada. Quem crê em Deus, contudo, não depende de comprovação científica para maravilhar-se diante da obra do Criador, pois, na sua compreensão espiritual da realidade, vê-se livre de toda especulação e dúvida, tendo o coração cheio de gratidão e louvor. Davi louvava a Deus porque a sua alma estava satisfeita com o entendimento que ele obtivera da maravilhosa obra de Deus (SI 139.14). A verdadeira fé produz entendimento e percepção espiritual corretos, gerando quietude interior, mas a falta de reconhecer-se como obra divina deixa o ser humano em crise de identidade. 

Inquieto e em busca de explicações sobre si mesmo, torna-se vítima dos mais variados enganos. Nos dias de Paulo, já era evidente a falência da filosofia dos gregos, que, desde os pré-socráticos, buscavam explicação para os fenômenos do Universo e da vida humana nas suas formulações epistemológicas. Também o período clássico, de Sócrates a Aristóteles, e dos seus sucessores (incluindo os estoicos), não deram respostas suficientes para a humanidade. Na verdade, contribuíram para um estado de loucura e aprofundamento no pecado, como aponta o apóstolo na sua carta aos romanos (ver Rm 1.21,22). A idolatria e a depravação são semelhantes às que vemos hoje, com um profundo ultraje ao corpo (Rm 1.18-32).


3.    O perigo dos extremos    -     É muito comum ao ser humano a busca de extremos, inclusive em relação ao corpo. Vai-se do desprezo ao culto. Reconhecer-se como obra  de Deus, criado à sua imagem, evita que isso aconteça. Essa compreensão leva-nos a valorizar nosso ser na sua integralidade, incluindo o corpo. Povos antigos, que eram politeístas e, portanto, não criam no Deus de Israel, que fez o homem, admitiam facilmente a oferta de sacrifícios humanos aos seus deuses, além de praticarem o escravismo às escâncaras. No ambiente religioso dos primeiros séculos da Igreja, havia a influência de filosofias e heresias que depreciavam o corpo humano por considerarem a matéria intrinsecamente má, dentre as quais o platonismo, o gnosticismo e o maniqueísmo. 

Os gnósticos refletiam o dualismo platônico, que fazia uma clara distinção entre “o espírito bom e a matéria má” e pregavam que a salvação seria alcançada principalmente por atos ascéticos de negação dos desejos do corpo material e mau e por uma gnose especial ou conhecimento acessível somente a uma elite entre os cristãos (CAIRNS, 2008, p. 59). O maniqueísmo, fundado por Mani ou Maniqueu (216—277 d.C.), tinha alguns pontos semelhantes com o gnosticismo por comungar de uma visão dualista. Ele pregava que a alma do homem ligava-o ao reino da luz, enquanto o seu corpo levava-o a ser escravo do reino das trevas. 

Para Mani e os seus adeptos, a salvação compreendia a libertação da alma, que estava escravizada à matéria do corpo (ibid., p. 85). Observa-se quanto esses pensamentos filosófico-religiosos depreciavam o corpo e terminaram influenciando a fé cristã (principalmente no período medieval, quando o ascetismo teve grande crescimento, marcadamente com o surgimento do movimento monástico). Cairns, assim como outros estudiosos, consideram que foi essa visão dualista que levou a Igreja Católica a instituir o celibato, já que se exaltava a tal ponto a vida ascética que se considerava o instinto sexual um mal e enfatizava-se a superioridade do estado civil de solteiro. Earle Cairns assinala que o próprio Agostinho foi discípulo dos maniqueístas durante 12 anos (ibid.). De outro lado, havia o culto ao belo, como na Grécia Antiga, em que a beleza era considerada um dom divino, em constante exaltação pública. 

 O desequilíbrio permanece. Vícios, automutilações e outras atitudes extravagantes, como piercings, escarificações e tatuagens, deformam e desonram o corpo (Lv 19.28; Pv 23.29-35; 1 Ts 4.4). Por outro lado, há o narcisismo moderno, marcado pela supervalorização do corpo em detrimento da alma e do espírito. A idolatria do “eu” leva à prática excessiva de selfas, publicações de si mesmo em redes sociais, cuidados estéticos, cosméticos e físicos (2 Tm 3.2; 1 Pe 3.3-5). Embora cuidar do corpo seja necessário, principalmente em tempos de uma vida tão sedentária, assiste-se a um crescimento exacerbado de espaços dedicados a essa prática (como as academias), sempre bem espelhadas e com ampla reprodução de imagens nas redes sociais. 


4.    Princípios ou regras?    -     Precisamos encarar a mordomia do corpo como envolvida em nosso propósito espiritual, sob pena de incorrermos nos mesmos erros de religiosos como os fariseus, que fizeram das coisas externas um fim em si mesmas. Como nossa tendência quando falamos em corpo é logo pensar em regras, devemos sempre nos lembrar de que nortear a vida cristã com base nos princípios bíblicos é mais importante. Um deles é a busca da glória de Deus e aplica-se às práticas mais simples de nosso cotidiano, inclusive o cuidado de nosso corpo (1 Co 10.31). 

Trata-se de um parâmetro espiritual, muito mais importante do que regras rígidas e inflexíveis, que podem levar-nos ao legalismo (Mt 23.1-7,23). Um exemplo que deve levar-nos à reflexão é a proporção de tempo e dinheiro que dedicamos aos cuidados do corpo em relação ao que fazemos pela alma e o espírito (Lc 12.17-20). Considerar a proporção de nossos esforços em relação a esta vida e a vida eterna é uma necessária, prudente e sábia atitude. É isso que nos ensina Paulo quando traça um paralelo entre exercício corporal e piedade (gr., ensebem), que é nossa dedicação à obediência e comunhão com Deus (1 Tm 4.8).



                    III.     O CORPO E A COLETIVIDADE 

1.    A prática relacional     -   Qual a relação entre corpo e Igreja? Essa reflexão deve começar pelo entendimento de que o individualismo não combina com o sentido mais elementar de Igreja, que, aliás, é um reflexo neotestamentário de um dos propósitos para o qual fomos criados por Deus como seres relacionais, gregários e sociáveis. Isso está explícito na constatação da necessidade de companhia para o homem e na ordem de procriação e enchimento da terra (Gn 1.28; 2.18). Tornar esse aspecto da vontade Deus já superado pode ser uma escolha teológica, porém sem suporte algum nas Escrituras. 

É preciso compreender, portanto, que temos necessidades e deveres que vão além de nossa individualidade, os quais iniciam pelo propósito de gerar filhos e constituir família. Se negligenciarmos no âmbito da família, o que poderemos fazer em termos de Igreja? O ser como um todo se multiplica, mas faz isso para quê? Para interagir inclusive fisicamente, já que é pelo corpo que expressamos as faculdades de nossa alma. Temos necessidades relacionais e afetivas, pois não fomos  criados para viver isolados social ou afetivamente. 

Embora os recursos digitais tragam muitas comodidades para o homem moderno, o contato físico continua sendo essencial para o ser humano. A troca de afetos por meio de expressões corporais não é substituída pela frieza da tecnologia. Tiago qualifica a verdadeira religião e a fé viva por práticas comunitárias reais, que exigem o envolvimento de nosso corpo (Tg 1.27; 2.14-18). Fala-se muito atualmente em sentimento de pertencimento, o que não pode ser desprezado pelo cristão (Mc 2.15-17; 6.1-3; 1 Co 5.9-10). Como está nossa comunhão?


2.    A prática congregacional    -     A leitura de Atos apresenta-nos a Igreja Primitiva dando especial lugar para a expressão corporal no culto, a começar pela presença, escuta e participação. Os primeiros discípulos “agregaram-se” e dedicaram-se com perseverança à doutrina dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e às orações (At 2.41,42), práticas que tinham o corpo como um elemento fundamental — mesmo porque não há culto congregacional sem envolvimento dele e dos seus sentidos. 

 A Palavra de Deus adverte-nos de que, além da devoção pessoal diária, precisamos apresentar-nos a Deus regularmente no templo tanto quanto possível (Hb 10.24,25). Muitos têm sido seduzidos e enganados pelos falsos discursos dos que criticam a igreja como instituição, sugerindo o cultivo de uma fé individual ou meramente virtual. O fenômeno dos desigrejados, que tanto cresceu na Europa e nos Estados Unidos nas últimas décadas e contribuiu para levar muitas igrejas locais à morte, é uma preocupante realidade também no Brasil. 

Conquanto se reconheça que, em muitos casos e em certos momentos, seja desafiante permanecer firme na comunhão diante de experiências comunitárias difíceis, o verdadeiro discípulo de Cristo firma a sua fé nEle e não dá ouvidos à multidão que tenta impedi-lo de seguir o Mestre, como fez o cego de Jerico, que, repreendido para que se calasse, gritava ainda mais pelo Filho de Davi. Ele sabia bem qual era a sua necessidade e tinha consciência de que, embora aquela estrutura estivesse repelindo-o, Jesus estava no meio (Lc 18.35-39). A rejeição à igreja como instituição é uma prática antibíblica e altamente prejudicial à verdadeira vida cristã (Ef 4.1-3; 1 Ts 5.11-15).


3.    tecnologia e culto     -     Desafios ao culto sempre existiram para a Igreja, inclusive os mais violentos, desde a Roma antiga. Nos tempos modernos, contudo, impedimentos  igualmente modernos e tremendamente sutis podem impedir que haja um culto completo, que envolva espírito, alma e corpo. E preciso refletir sobre o perigo de levar-se o corpo a estar presente no templo, mas sem nenhum envolvimento direto com o culto, principalmente através das janelas da visão, da audição e da fala. 

O culto divino pressupõe contemplação e participação (SI 27.4; 100.2-4). O uso excessivo de tecnologias está pondo em risco essa prática tão nobre e indispensável para a comunhão. Muitos recursos tecnológicos da atualidade podem ser úteis ao culto, como telões, celulares, tablets e até mesmo drones em situações bem específicas. Contudo, em alguns casos, há um flagrante abuso no uso desses recursos, o que prejudica o ambiente de culto.

 A falta de discrição de equipes de mídia, o registro intenso de imagens e a transmissão indiscriminada dos atos litúrgicos são algumas questões que merecem ser examinadas. Vivemos um processo de midiatização do culto. Além disso, práticas pessoais durante momentos de louvor e adoração, pregação ou ensino, já se mostram bem desproporcionais (inclusive no púlpito), como é o caso do uso do telefone celular para acesso a redes sociais, sem contar um número cada vez mais crescente de pessoas que mais fotografam e filmam que cultuam. 

A pergunta é: o uso que estamos fazendo da tecnologia é realmente necessário ou é a expressão de um mero modismo diante da crescente virtualização da vida? Não podemos permitir que a tecnologia roube nossa atenção e comprometa nosso culto a Deus. Se não fecharmos as portas de nosso corpo para o mundo externo, tão flagrantemente presentes por meio dos aparelhos tecnológicos, deixaremos de oferecer um culto completo e verdadeiro (Lv 22.17-25; Mt 6.6,7). Talvez devessemos hoje empregar Eclesiastes 5.1 não apenas como “guardar o pé”, mas também o celular, quando entrarmos na casa de Deus, pois o sentido do texto é exatamente a necessidade de reverência no ambiente do culto divino.




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio Corpo, Alma e Espírito - A Restauração Integral do Ser Humano para chegar à Estatura Completa de Cristo, Silas Queiroz - Editora CPAD

Livro O Homem, a natureza humana explicada pela bíblia - Corpo, Alma e Espírito, Pr. Severino Pedro da Silva, Editora CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman



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