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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

LIÇÃO 01 - O HOMEM - CORPO, ALMA E ESPÍRITO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II
                            



                TEXTO ÁUREO

"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (Ts 5.23)



                VERDADE PRÁTICA

Deus nos fez corpo, alma e espírito para glorificá-lo eternamente com todo o nosso ser.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 1. 26-28; 2. 7, 18, 21-31




                    INTRODUÇÃO

 A fonte de informação principal sobre a origem do homem é a Bíblia. Ela afirma isso logo no primeiro capítulo de sua história (Gn 1.26,27) e depois continua em seus elementos doutrinários (Jó 33.4; Mc 10.6; At 17.25,26, etc). Deus fê-lo do pó da terra usando o poder da palavra: “...façamos!” (Gn 1.26; Jó 33.4). A seguir, em harmonia com seu equivalente, deu forma determinada da tríplice preparação do homem para sua vida e trabalho sobre a Terra, usando três palavras hebraicas que descrevem cada significado do pensa mento: 

 a. “...e os criei (Bara) para minha glória (isto é, produzi-os do nada)”, usando seu equivalente no tem po e no espaço (Is 43.7a).

b. “...eu os formei” (Asah), sim, isto é, fi-los existir numa forma determinada (Is 43.7b). 

 c. “...eu os fiz (isto é, yatzar), preparei (disse Deus) as disposições e arranjos finais referentes a eles” (Is 43.7c). Assim as Escrituras mostram, clara e enfaticamente, que o homem é o resultado de atos imediatos, especiais e formativos de Deus.(5) O termo “criar” na presente seção, em hebraico, é Bara: Cabendo a noção da criação do nada. A palavra significa então: “Libertar”, “deixar aparecer”, “deixar tomar forma determinada”. O significado depreende-se do uso no tempo e no espaço (compare-se Números 16.30): "... criar alguma coisa nova do nada”.(6) Assim o homem aparece na ordem da criação como “uma coisa nova” em forma determinada de ser vivente, pois Deus o fez d& acordo com a sua imagem e semelhança.



                I.   A TRICOTOMIA HUMANA 

1.   Doutrina e teologia    -   As palavras acima foram pronunciadas pelo salmista Davi, extasiado com a grandeza da criação (SI 8.1,3-5). Da mesma forma, Jó, o patriarca, exclamou: “Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas sobre ele o teu coração, e cada manhã o visites, e cada momento o proves?” (Jó 7.17,18).

Ainda que, no seu tempo, não dispusesse de modernos meios tecnológicos para contemplar as estrelas e o Universo, Davi se sentia deslumbrado ante a glória de DEUS, revelada através da sua criação. Ao ver os astros, incluindo o Sol, a Lua e as estrelas, ele, reconhecendo a pequenez do ser humano ante a majestosa visão dos horizontes do espaço sideral, fez a pergunta que muitos ainda hoje fazem: “Que é o homem mortal?”
Que é o homem? Que ser é esse? De onde ele veio? Para onde vai? Essas são algumas perguntas que inquietam aqueles que se debruçam sobre a realidade à sua volta. A essas perguntas e, principalmente, à primeira, há muitas respostas.
Os filósofos, em sua maioria absoluta, formada por materialistas, ateístas ou pretensos agnósticos, respondem que o homem é apenas um “animal que pensa” — ou fruto da evolução aleatória das espécies. Eles atribuem a existência do ser humano ao acaso, como se fosse descendente de um animal irracional. Este teria evoluído de um microrganismo celular que povoava as águas dos mares.
Pascal, a exemplo de Davi, mas com outra visão, indagou: “Que é o homem diante do infinito”? 1 E ampliou a sua indagação:
Afinal que é o homem dentro da natureza? Nada, em relação ao infinito; tudo; em relação ao nada; um ponto intermediário entre o tudo e o nada. Infinitamente incapaz de compreender os extremos, tanto o fim das coisas quanto o seu princípio permanecem ocultos num segredo impenetrável, e é igualmente impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolvera.
Platão (428 a.C.) afirmava que o homem é “um bípede sem penas”. Mas um outro filósofo, que gostava de criticá-lo, matou um galo, o depenou e saiu pelas ruas dizendo: “Eis o homem de Platão”. Francisco de Carvalho, em uma música, diz: “Que bicho é o homem, de onde ele veio para onde vai? De onde ele veio para onde vai? Onde é que entra, de onde é que sai?”
Muitos cientistas e filósofos têm a idéia de que o homem pertence ao reino animal, e isso tem levado inúmeras pessoas a se considerarem parte do mundo zoológico. Dizem os cientistas: “falando fisicamente, o homem é um animal especializado. Sua especialização se baseia em três direções principais: I. A postura ereta. 2. O polegar oposto. 3. O grande desenvolvimento da posição cerebral pré-frontal”.


2.   A tríplice natureza    -   No que diz respeito à sua constituição, o homem é tríplice (usamos aqui a expressão “tríplice” ao invés de “trindade”, pois o vocábulo “tria” - Trindade, usado por Teófilo de Antioquia -160 d.C), foi criado com exclusividade para descrever as três Pessoas em que subsiste a Divindade: O Pai, O Filho e O Espírito Santo - assim o homem é tríplice e Deus é trino, e passagens tais como 1 Tessalonicenses 5.23; Hebreus 4.12 estabelecem a força do argumento.

a. Unitarianismo: (uma só parte). Este ponto de vista defende que a pessoa humana é apenas “um todo”. Isto é, não existe uma outra parte no homem que, após sua morte, continuará vivendo. Este argumento é defendido da seguinte forma: 

 “Os cientistas e cirurgiões (quais?) têm chegado à conclusão de que o homem é simplesmente a ordem mais elevada da vida animal (vida sensitiva). As pesquisas científicas (quais pesquisas?) não têm podido encontrar no homem nenhuma prova definitiva da imortalidade. Não podem achar alguma evidência que indique que o homem tenha uma alma imortal... cada homem é uma alma”.(31) E conclui dizendo: “As Escrituras (quais?) dizem que as bestas são também alma como as pessoas”.(32) É certo que a palavra “alma” nas Escrituras não tem sentido uniforme, mas o sentido exato depreende-se do contexto. A palavra “alma vivente” em Gênesis 1.20 e 9.10 significa “ser vi vente”. E conhecemos que, de igual modo (sentido primário), em Gênesis 2.7, pode ou deve ter o mesmo sentido. Porém, tenhamos presente que há grande diferença entre a criação dos animais e a criação do homem. Enquanto na criação dos animais, disse o Criador: “...produza a terra alma vivente conforme a sua espécie...” (Gn 1.24a). E, por imperativo divino, a terra produziu toda espécie animal. Tenhamos presente que tudo que é animal procede da terra. Porém, quanto ao homem, disse Deus: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26a). As palavras “sopro de vida” constituem uma expressão metafórica que nos indica que a vida do homem - seu espírito e alma - procedem diretamente de Deus, como po der criador. Os animais são, de fato, “unitarianistas”, mas 0 homem não!

 b. Dicotomia: (duas partes). 

Este ponto de vista é, em suma, aceito mais no campo filosófico. Os advogados dele dizem que o homem, em seu todo, compõe-se apenas de duas partes, isto é, de corpo e alma. Esta dupla divisão da constituição humana que resulta logo à vista quando ele começa a pensar a respeito da sua própria natureza. E, ainda mais, é a que se observa mais facilmente nos outros. O homem compõe-se, então (segundo essa teoria), de corpo e alma. 

 Essa idéia “dualista” sobre “corpo e alma”, como descrição da personalidade humana, teve seu princípio em Platão. Não é de se surpreender, portanto, que a maioria dos teólogos cristãos primitivos se compunha dos que criam na teoria “dualista”, pois muitos deles eram filósofos neoplatônicos convertidos ao cristianismo ou estavam sob a influência dessas ideias (conforme foi o caso de Justino Mártir, de Clemente de Alexandria, de Orígenes, e de Agostinho). Platão, por exemplo, opinava que o homem se compunha de duas partes: corpo e alma. Sustentava, entretanto, que a personalidade humana se dividia em três: 

 A Vegetal (a matéria do corpo). O Animo (evidentemente um atributo da alma): a coragem para enfrentar os problemas éticos da vida, e vencer. O Raciocínio (o princípio espiritual, a alma em si mesma). Esta divisão sugere um homem tríplice, mas Platão ensinava que ele era “dicótomo”.(33)

 c. Tricotomia: (três partes). Filosoficamente falando, a tricotomia já era defendida por Aristóteles, que mesmo tendo sido discípulo de Platão, defendia, entretanto, a triplicidade na constituição humana. Orígenes aplicava também esse princípio quando se baseava nas Escrituras, en quanto que, do ponto de vista filosófico, aceitava a “dicotomia de Platão”. 

 A RAZÃO DO ARGUMENTO 

 Para a maioria dos teólogos cristãos o ponto de vista mais aceito sobre a pessoa humana se dividia em três:

 a. A natureza do “somma” (ou corpo físico) que era o sentido natural na primeira pessoa. 

 b. O sentido psíquico (ou seja, o sentido da alma): Psicologia Geral na segunda pessoa. 

 c. O seu “pneuma” (ou seja, o sentido do órgão de comunhão com Deus), isto é, aquilo que tange ao sentido místico de maior elevação espiritual: o espírito mesmo. 

 Vejamos, pois, o apoio das Escrituras sobre o significado do argumento: 

 “Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo” (Dn 7.15 e 1 Co 9.27). “...Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está” (At 20.10). 

 “...Peso da palavra do Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele” (Zc 12.1). O espírito, portanto, é o órgão de comunhão com Deus; a alma, a sede da personalidade; e o corpo, o tabernáculo da morada de ambos.

 O doutor C. I. Scofield descreve o que segue:

 “O homem é uma trindade. Que a alma e o espírito humanos não devem ser confundidos como apenas sinônimos é evidente, pois são divisíveis (Hb 4.12). Como também de igual modo o corpo (1 Ts 5.23). No dizer de Paulo, é sepultado ‘corpo natural’, e ressuscitado (no grego ‘somma pneumatkon’) ‘corpo espiritual’, conforme se lê em 1 Coríntios 15.44, e outras passagens que inserem o significado do argumento”/34


3.   Físico e espiritual    -    O homem é um ser espiritual em dimensões superiores a qualquer outro ser. Lendo-se Gênesis 1.26,27, vê-se que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Que significa esta expressão? Significa que em algum respeito ou vários respeitos o homem é como Deus. Para conformação desta resposta basta verificarmos o contexto de Gênesis 3.22: “...eis que o homem é como um de nós...” O registro da criação do homem indica que ele é composto de um elemento material e de um elemento imaterial. O homem é tão físico como espiritual em sua natureza. Ele compõe-se de corpo e de alma e de espírito como teremos ocasião de estudar nos capítulos seguintes. Isto surge no relato de sua origem quando se diz que Deus for mou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fô-lego de vida e o homem tornou-se alma vivente (Gn 2.7).

 Aqui, o escritor sagrado parece estar dando uma relação dos dois elementos do ser humano, o físico e o espiritual. O homem é composto, então, de dois elementos - um material e um imaterial. Ao material chamamos corpo. Nele são exercidos as relações do imaterial, tais como intelecto, consciência, alma - quando no sentido de ser vivente. Ao imaterial chamamos de alma e espírito. Esta parte imaterial do homem torna-o uma personalidade espiritual. Nesta condição a ele imposta pelo Criador, o homem difere bastante dos outros seres criados. 

 A primeira diferença que se deve mencionar é a inteligência ou o poder de pensar. Os animais inferiores possuem este poder num sentido muito cru e elementar. O homem tem o poder de saber. Amais elevada forma deste poder encontra-se em conhecer-se e conhecer a Deus. Consciência própria é geralmente apontada como um dos poderes essenciais da personalidade. Isto denota o poder de fazer próprio um objeto do pensamento. E o poder de conhecer-se em suas relações com outras coisas e seres. A segunda diferença é o poder de afeição racional. Os seres inferiores possuem sensibilidade e afeição instintivas. Mas o homem se ergue acima deles tanto em sua vida de sensibilidade como o faz em sua vida pensante.

 A alma racional é a mais elevada qualidade em Deus e no homem. Esta qualidade da vida do homem opera deliberada e sacrificialmente para o bem do seu objetivo. Não é sentimento cego ou instintivo e muito menos mera compaixão. A terceira diferença é a vontade livre. O homem é um ser livre. Ele tem o poder de determinação própria. Ele pode ser influenciado, porém não forçado. Neste respeito ele é como Deus. Deus é o único ser perfeitamente livre no universo. Ele se determina completamente a si mesmo. No homem, porém, essa determinação, em alguns casos, não é e não pode ser absoluta; assim, a sua liberdade é limitada, mas real. Ele tem o poder de formar ideais e então dirigir suas energias em direção à obtenção desses ideais. 

Ele olha adiante e deliberadamente se move na direção que escolhe tomar. Os animais inferiores não possuem este poder: seus movimentos e atividades são determinadas na maior parte pelo instinto. O homem tem instinto, mas seus instintos, como teremos ocasião de ver mais adiante, são racional mente controlados, e suas atividades são, em parte pelo menos, deliberadamente determinadas. A quarta diferença diz respeito ao senso moral. 

No uso geral do termo, é isto o que se entende por consciência que depois veremos à luz do contexto. O homem tem o senso inato do direito e do errado. Suas idéias sobre o que é direi to e o que é errado são em parte matéria de treinamento e educação, mas o sentimento de que existe uma coisa que é direita e uma que é errada e que cumpre ao homem fazer o que é direito e evitar o mal é praticamente universal. Uma vez que o homem é um ser provido de consciência própria e 50 possui este senso de obrigação de fazer o que é direito e evitar o mal, tem ele o poder de julgar-se a si mesmo em referência à qualidade moral de suas ações e aprová-las ou reprová-las. E isto que diz Paulo por amor de seu argumento sobre a Santa Ceia do Senhor: “...examine-se pois o homem a si mesmo...” (1 Co 11.28a).




                    II.    A DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO 

1.    A alma     -    A definição da alma se resume da seguinte forma: A palavra alma vem de uma raiz hebraica “nêphesh” e vertida para o grego com a tradução de “psychê”. “Psychê” se vincula etimologicamente com a raiz indo-européia “bhs”, da qual se deriva o verbo alemão blasen: soprar. Originalmente significa: “hálito de vida”. Em alguns casos, o primeiro termo, refere-se à pessoa humana como um todo. Isto é, um ser que vive, enquanto que no grego, o segundo termo denota a parte interior do homem. As passagens depreendidas de Gênesis 11.20; Êx do 1.5; 12.4; Jeremias 52.29,30 mostram-nos a condição original de um ser vivente, pois nesta condição tanto o homem como os animais foram chamados de “alma vivente” (Gn 1.21). b. No Antigo Testamento, os vocábulos nêphesh (hebraico) e psychê (grego) aparecem 755 vezes: especial mente na Septuaginta (LXX) traduzidos 600 vezes por “psychê”. Os judeus denominavam esta substância (a alma) como sendo a sede da percepção, do desejo e do prazer, do desfrutamento, etc. Para Platão (filósofo grego: 427-347 a.C), a curnc' terística essencial da alma consiste no fato de estar em movimento, e pode colocar em movimentação. Seu conceito era: “Entre todos os seres animados, é no homem em quem a Divindade implantou a alma mais poderosa. Além disso, tem uma participação na Divindade, sendo que o poder divino rege no homem através da alma”.

. A alma, no conceito bíblico, segundo se depreende, é uma “substância espiritual” que interligada ao espírito forma o “homem interior” (Jó 12.10; 24.16; Hb 4.12). Está restritamente interligada com o espírito, e espírito e alma se combinam entre si em cada detalhe. A alma estabelece contato com o mundo por meio do corpo que é instrumento da alma. Assim, o sentir, o pensar, o exercer vontade e ou tros atos são atribuídos tanto à alma como ao espírito. Não pode ser isso apenas uma força inanimada. Por exemplo, uma pedra não pode desejar pensar. Devemos, por isso, concluir que a alma, de que procede a vontade, é uma substância espiritual. Por meio dela temos consciência de nós mesmos. Com efeito, se eu penso, a cada instante, evocar meus atos de consciência passados e reconhecê- los como meus, é necessário que alguma coisa de permanente subsista em mim, se não, longe de me reconhecer nos estados passados, minha consciência de mim mesmo se desvaneceria à medida que esses estados desapareces sem... mas através dela (da alma), tudo isso é imediata mente presente. (49) Se portanto, não houvesse no homem tal substância, nada disso seria então percebido.


2.   O espírito    -     Definição geral do termo. A palavra “espírito” vem de uma raiz hebraica: “ruash”, da qual se deriva o vocábulo grego neotestamentário “pneuma”. Pneuma, que se traduz por espírito, denota o movimento dinâmico do ar. Seus derivados têm os seguintes significados: Pneõ, “assoprar” (do vento e do ar em geral, como também sobre instrumento musical) = “respirar” (também no sentido da vida) = “emitir fragrância”. ("). Pneõ, como cognato: “respiração” (início da vida em geral) = O significado depende do contexto: exemplificação = “...Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz...” (Is 2.22a) Ekpneõ, “expiração” (cessar de respirar, término da vida em geral): Ilustrando = “...Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou” (Lc 23.46b). No Novo Testamento, pneuma é uma palavra de grande significado e de infinito alcance; forma-se da raiz hebraica esboçada acima com o sufixo - ma e denota o resultado da ação, a saber, colocar o ar em movimento. No campo teológico, portanto, isso denota “a existência da vi da” = nos termos físicos e jurídicos.

 O espírito humano tem três modos de proceder, de pendendo dos três poderes que o caracterizam, que são: 

o intelecto, a feição e a vontade: O intelecto. Essa é a parte que lhe capacita a faculdade de julgar, recordar, imaginar e raciocinar. A feição. Essa parte lhe capacita a sensibilidade de: sentir dor, prazer, ódio, amor e outras formas de expressão. A vontade. Essa parte o capacita para o dever de escolher, de rejeitar isso e aceitar aquilo, e seguir o seu destino, pondo em prática as deliberações tomadas.(100) b. O alcance do argumento. Alguns textos da Bíblia mostram que nosso espírito possui a função da consciência (não dizemos que o espírito é a consciência), a função da intuição (ou sentido espiritual), e a função da comunhão (ou adoração). Observemos agora cada função: 

 A função da consciência no espírito:

 “...porquanto o Senhor teu Deus endurecerá o seu espírito” (Dt 2.30): lado negativo do argumento. “...perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (SI 34.18). 

 “...cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (SI 51.10). “Jesus, pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito” (Jo 11.33a).

 “...E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria” (At 17.16), etc.



                        III.    A INTERAÇÃO DAS TRÊS DIMENSÕES 

1.    Corpo, afetos e somatização    -   O corpo do pecado (Rm 6.6). Esta frase não justifica a antiga filosofia que ensinava que o corpo é a sede do mal, que deveria, portanto, ser enfraquecido e desprezado. Tal idéia contradiz o testemunho bíblico relativamente ao corpo humano. O pecado não começou com o corpo, mas é, antes, uma vontade rebelde contra Deus e sempre continuará sendo o mesmo. O corpo do cristão, por exemplo, tem inconfundíveis marcas de honra e dignidade. É para o Senhor e o Senhor é para o corpo (1 Co 6.13); também se diz que é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.15,19); seus membros devem ser devidamente submissos a Deus como instrumentos de justiça (Rm 6.13); e deve ser apresentado a Deus como “um sacrifício vivo, santo, etc.” (Rm 12.1). 

 Se o corpo fosse a sede do pecado, seria abandonado e não remido: mas foi dito que o Espírito “vivifica” esse corpo mortal. Portanto, a frase, o corpo do pecado, foi usada em Romano 6.6 para descrever o “velho homem”, ou a natureza do pecado. Como o corpo humano expressa a vida do homem, assim o poder do pecado que se expressa pode ser anulado pelo poder do Espírito. O corpo do pecado é, portanto, nada mais que o poder do pecado a se expressar no corpo físico e moral. 

 b. O corpo desta morte (Rm 7.24). Novamente está em foco a natureza do pecado, ou aquilo na carne (oãpê) que se opõe a Deus. A luta de Paulo, que testemunhamos neste contexto (Rm 7.15-25), é entre o EGO salvo (hipoteticamente considerado) e a sua carne (eticamente considerada). Ele clama por libertação daquilo que ele compara “com um corpo morto” sempre presente com ele. Mais adiante Paulo diz que ele mesmo esmurrava o seu corpo, para poder colocá-lo em sujeição à vontade de Deus (1 Co 9.27).

 Portanto, o que acontece em uma destas partes afeta as outras. Observemos, então, como isso se processa: a. Os médicos cada vez mais reconhecem a importância da medicina “psicossomática” (alma-corpo). Alguns estudiosos médicos dizem que porcentagem bem alta dos males físicos são realmente causados por atitudes mentais (alma) erradas. E o efeito oposto é reconhecido também, que o estado pode causar problema da alma. Evidentemente, como já tivemos ocasião de expor em outras notas expositivas neste livro, evidencia-se cada vez mais, por exemplo, que o ingerir demais açúcar refinado pode causar males como depressão, insônia e perturbação psicológica em geral.


2.    Equilíbrio e saúde    -    Outro ponto a ser analisado deve ser alguns sinto mas psicológicos (da alma) que estão reagindo favoravel mente ao tratamento químico do corpo. Podemos tomar como exemplo o tratamento com o “lítio”, para certos problemas emocionais. O motivo disto é que o corpo e a alma têm um instrumento comum: o cérebro. O cérebro é tanto um bom computador para processamento de dados e tomada de decisões, como também um centro controlador elaborado do corpo, mantido em funcionamento por funções corporais. 

 O modo pelo qual você cuida de seu corpo exercitando-se e alimentando-se bem tem relação definida com o uso que o Espírito Santo (no caso de ser um cristão) pode fazer de você. Pelo menos uma grande Universidade Cristã nos Es tados Unidos da América (Universidade Oral Roberts) re quer que os alunos tenham um programa regular de exercí cios. Os dirigentes da Universidade acham que o propósito da escola é nutrir o espírito, a alma e o corpo. Isto parece- nos bastante sábio, pois um exercício adequado, não só favorece o corpo (homem exterior) mas também a alma e o espírito (homem interior). 

 c. Já para o ascetismo, essa maneira de proceder não é correta. Mas a Bíblia não aceita o ascetismo. Ascetismo é o ensino de que o corpo é mau e deve ser tratado com severidade - flagelamento, jejuns extremos, camisas de pelo, dormir sobre tábuas, falta de higiene, etc. A Bíblia não é um livro ascético. Há casos isolados que têm essa aparência. Elias, o Tisbita; João Batista, ou Ezequiel, e outros vultos do passado, talvez, mas o tom da Escritura é que Deus deseja que recebamos as bênçãos para o corpo como também para a alma e o espírito. O próprio Jesus estava tão longe de ser um “asceta” que foi acusado de glutonaria pelos rebeldes (Lc 7.34 e ss). E claro que foi uma acusação injusta, mas jamais poderia ter sido feita se Jesus tivesse sido “um asceta” e não tivesse prazer normal em comer e beber.

 O Espírito Santo nos exorta através de Paulo, quando diz: “...todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plena mente conservados...” (1 Ts 5.23). E na passagem de 1 Coríntios 3.16, ele acrescenta: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” E, noutras palavras, o mesmo apóstolo testifica: “Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne (corpo); antes a alimenta e sustenta... (Ef 5.29a)





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro O Homem, a natureza humana explicada pela bíblia - Corpo, Alma e Espírito, Pr. Severino Pedro da Silva, Editora CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

EBD NA TV - Pr. Henrique, 99-99152-0454 WhatsApp, Min.Belém, SP - Canal YouTube @PrHenrique: Escrita Lição 1, CPAD, O Homem - corpo, alma e espírito, 4Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV



segunda-feira, 22 de setembro de 2025

LIÇÃO 13 - ASSEMBLÉIA DE JERUSALÉM.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                    TEXTO ÁUREO 

"Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, sendo estas coisas necessárias." ( At15. 28)


                VERDADE PRÁTICA 

Um sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.


    LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 15. 22-32




                    INTRODUÇÃO  

 A organização de uma igreja faz parte do estágio natural do seu desenvolvimento. A medida que a igreja vai crescendo, ela vai ganhando nova estrutura. Vimos que a igreja de Jerusalém começa com o grupo dos apóstolos e, em seguida, institui um corpo diaconal e presbiteral. O surgimento do sistema de governo na igreja é algo intrínseco à própria natureza que necessita organizar-se. E dentro dessa estrutura organizacional que os problemas, quer de natureza social, moral ou doutrinária, são tratados. Isso aconteceu em Jerusalém, que formou o seu primeiro Concilio1 para resolver uma importante questão de natureza doutrinária levantada pelos judaizantes. No contexto do primeiro Concilio ou Assembléia da igreja de Jerusalém, o problema foi causado por crentes judeus, zelosos e observadores da Lei. Esses crentes tinham ido até Antioquia visitar os novos crentes da igreja que havia sido implantada pelos cristãos dispersos.

 


                I.    A QUESTÃO DOUTRINÁRIA 

1.    O relatório missionário    -   O texto deixa claro que eles foram até ali por conta própria e sem autorização dos líderes da igreja-mãe. Ao chegarem a Antioquia e vendo uma igreja formada por gentios, logo apregoaram que eles deveríam circuncidar-se e guardar a Lei de Moisés. 

 O expositor bíblico F. F. Bruce observa que: 

 O Concilio de Jerusalém é um evento ao qual Lucas atribui a maior importância; foi, em sua opinião, tão marcante quanto a conversão de Paulo ou a pregação do evangelho a Cornélio e sua família. De acordo com seu relato, o concilio foi uma reunião dos apóstolos e anciãos da igreja de Jerusalém convocada para considerar, primeiro, os termos em que os crentes gentios poderíam ser admitidos como membros da igreja (com atenção especial à questão de se deveríam ou não ser circuncidados) e, segundo, os meios pelos quais a interação social, e especialmente a partilha da mesa, poderíam ser promovidos entre os crentes judeus e gentios. Paulo e Barnabé, com alguns representantes da igreja em Antioquia do Orontes, estavam presentes na reunião, onde tiveram a oportunidade de relatar suas experiências recentes em Chipre e na Ásia Menor, mas não tomaram parte na decisão; essa era a responsabilidade dos líderes em Jerusalém.


2.    O legalismo judaizante     -     O problema era grave e tanto Barnabé como Paulo, juntamente com os demais crentes antioquenos, acharam por bem apresentar o problema à liderança da igreja-mãe em Jerusalém. O que estava em jogo era a salvação pela graça ou pelas obras da Lei. Esse problema com os judaizantes também vai surgir posteriormente com os cristãos da Galácia. Ali foi necessário o apóstolo Paulo escrever uma carta dura, condenando a prática dos judaizantes. A salvação pelas obras também foi o estopim que fez eclodir a Reforma Protestante no século XVI.

 A questão era de natureza doutrinária e precisava de um posicionamento não apenas firme da liderança, mas que o seu conteúdo refletisse com precisão as Escrituras. Dessa forma, Tiago, que liderava a igreja de Jerusalém nessa época, e o apóstolo Pedro, uma conhecida coluna da igreja, alternaram-se no debate teológico mostrando que a inclusão dos gentios na Igreja já havia sido prevista pelos profetas. Deus, portanto, já havia deixado claro que os gentios faziam parte do seu plano salvífico.



                    II.     O DEBATE DOUTRINÁRIO 

1.   Uma questão crucial    -    Essa exposição apostólica tinha um propósito claro: mostrar que Deus, ao aceitar os gentios na Igreja, não exigiu deles nada além de demonstração da fé em Cristo Jesus. Pedro lembra que esse fato já havia sido mostrado na conversão do gentio Cornélio da cidade de Cesareia. A prova cabal de que isso era verdade foi o fato de o Senhor ter derramado o seu Espírito sobre os gentios sem a necessidade de cumprirem preceito algum da Lei. Deus não exigiu a circuncisão ou qualquer outra prática cerimonial mosaica por parte dos gentios em Cesareia; então, por que iria exigir dos cristãos de Antioquia? O argumento de Tiago vai na mesma direção. Tiago lembra as profecias do Antigo Testamento em que estão previstas a inclusão dos gentios à fé.

 Pelo contexto, depreende-se que houve no debate a participação de outros membros da Assembléia presentes. Isso fez com que a decisão ali tomada tivesse a aceitação não apenas da lide rança, mas de toda a igreja, e servisse de parâmetro para as demais igrejas cristãs já implantadas. Deve ser observado, contudo, que a resolução, embora evitasse impor aos gentios o legalismo judaico, trouxe algumas recomendações que iriam ajudar na convivência de judeus e gentios. Dessa forma, a Resolução de Jerusalém orientou as igrejas a: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes” (At 15.29).


2.   A experiência do Pentecostes na fé dos gentios   -     Pedro mostrou como o coração é purificado: pela fé, não pela observância da lei. Se eles foram purificados pela fé, então não havia necessidade de serem purificados submetendo-se às cerimônias encontradas na Lei de Moisés. Os cristãos não são salvos apenas pela fé; eles também são purificados pela fé.

 O apóstolo Pedro não teve a primazia na reunião, nem presidiu a mesa. 15.7 "E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse- lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo DEUS me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. 8 "E DEUS, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o ESPÍRITO SANTO, assim como também a nós; 9 "e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. 10 ''Agora, pois, por que tentais a DEUS, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar"? 11 "Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor JESUS CRISTO, como eles também".

O discurso de Pedro não era de um teólogo, nem discutia qualquer doutrina. Apenas contou o que acontecera e fez a sua conclusão.
Grande contenda (v.7): Duas lições que o concílio de Jerusalém nos ensina:
1) É impossível evitar todos os argumentos. Algumas das doutrinas mais preciosas das Escrituras são compreendidas pela Igreja como resultado das discussões inevitáveis através dos séculos.
2) A melhor maneira para resolver as divergências de doutrina é por meio de reuniões onde os crentes dos dois lados, em um espírito de humildade, de amor e dirigidos pelo ESPÍRITO SANTO, apresentem e considerem, lado a lado, os dois pontos de vista.


3.    A fundamentação profética da fé gentílica   -   Tiago esperou que Pedro, Paulo e Barnabé apresentassem o seu parecer sobre o assunto, para depois tomar a palavra.

A citação de Amós 9.11,12 é apenas uma das muitas passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios (Gn 22.18; SI 22.27; Is 9.2; 42.4; 45.22; 49.6; 60.3; 66.23; Dn 7.14, etc.). JESUS determinou que se pregasse a todas as nações (Mt 28.19; Lc 24.47; At 1.8). A expressão "povo para o seu nome" era usada com referência a Israel (2 Cr7.14). No entanto, Tiago reconhecia que a Igreja era um povo com essa dignidade, constituído de judeus e gentios convertidos ao Senhor.

  Eusébio de Cesaréia, que viveu entre 265 e 339 d.C. e que foi considerado o Pai da História da Igreja Primitiva, faz referência a ele como "Tiago, o Justo, irmão de JESUS, o chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém". Em Atos dos Apóstolos Tiago aparece como sendo um dos principais líderes da Igreja em Jerusalém - At 15:13. Paulo reconhece essa liderança de Tiago - Gl 2:9. Nesta época o Tiago, filho de Zebedeu já havia morrido.

Flávio Josefo em sua obra "Antiguidades Judaicas", narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja (confirmando Atos 15), que tratava da questão da circuncisão e da pregação do Evangelho para os gentios, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesaréia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos .



                III.    A DECISÃO DA ASSEMBLÉIA DE JERUSALÉM

1.    O Espírito na Assembléia   -    O grande mistério da harmonia e unanimidade do concílio de Jerusalém, foi o fato de deixarem o ESPÍRITO SANTO presidir as reuniões. Assim o grupo de homens e mulheres, compartilhando a vida de CRISTO e abandonando todas as idéias de interesse próprio, queria somente saber e fazer a vontade do Senhor.

15.30 "Tendo-se eles, então, se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31 "E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. 32 "Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. 33 "E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos, 34 "mas pareceu bem a Silas ficar ali. 35 "E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
OBS.: Quando O ESPÍRITO SANTO é ouvido, há alegria por parte dos salvos.

“A decisão do ESPÍRITO SANTO
‘Na verdade pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação [relações sexuais ilícitas — ARA]; das quais coisas fazeis bem se vos guardares’ (At 15.28,29). A expressão ‘pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO’ significa: O ESPÍRITO SANTO, na sua atuação entre os gentios já testemunhara que estes foram libertos do jugo da Lei mosaica (At 10.44-48). O ESPÍRITO SANTO, cuja orientação foi prometida aos apóstolos e outros líderes [e à Igreja], já testemunhara ao coração deles que os gentios deviam ser livres do fardo (Mt 18.20; Jo 16.13). [Ou seja] Os gentios foram isentos da obrigação de observar os costumes judaicos. [...] Estes convertidos já possuíam a vida e a liberdade espiritual. Por que enterrar esta vida com formulários mortos?” 


2.    A orientação do Espírito na Assembléia   -    A decisão de enviar delegados em Antioquia combina com a cena 1, na qual se decidiu enviar delegados a Jerusalém. A comunidade de Jerusalém quis manifestar sua proximidade e respeito pela comunidade de Antioquia, enviando delegados que pessoalmente leriam a carta para eles. Judas Barsabás é citado apenas nesse episódio (Em At 1,23, comparece um José, chamado Barsabás e cognominado Justo). Silas é citado ainda 9 vezes entres os cc. 15-18. Esse se torna um companheiro de Paulo nas viagens missionárias. Aparentemente Silas é o Silvano que Paulo cita em suas cartas (2Cor 1,19; 1Ts 1,1; 2Ts 1,1; 1Pd 5,12). Eles são “homens considerados” (o termo ἡγουμένους indica uma certa autoridade dirigente, cf. Lc 22,26; At 7,10 = “superintendente”).

 A comunidade se alegra com a notícia da não necessidade da cir cuncisão, mas especialmente por serem considerados cristãos em perfeita regra. Judas e Silas são chamados de “profetas” e consolam os irmãos com suas palavras. O termo Profeta, indica aqui, um dom de sabedoria com as palavras capaz de ensinar, confortar e fortalecer a comunidade. O texto ocidental acrescenta o versículo 34: “Mas Silas decidiu permanecer lá e Judas viajou sozinho”. Essa ajunta parece uma tenta tiva de harmonizar com a notícia de 15,40, onde Silas se encontra em Antioquia e parte em missão com Paulo. Mas essa tentativa criou outra incongruência com o próprio v. 33.


3.    O parecer final da Assembléia    -    Dessa forma, Stott entende que três dessas “abstinências”, que tinham a ver com alimentos, exigidas aqui deveríam ser vistas como uma concessão à consciência dos judeus convertidos, que ainda consideravam tais comidas como ilícitas e abomináveis perante Deus. E interessante observarmos que Lucas destaca que essa resolução de Jerusalém foi uma decisão tomada pelo Espírito Santo e pela Igreja: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). Esse texto mostra como o Espírito Santo orientava e guiava a primeira igreja nas suas decisões. Não era, portanto, apenas uma decisão tomada por uma pessoa ou, ainda, por um colegiado, mas por pessoas sob a orientação e direção do Espírito Santo. Isso explica por que a igreja de Jerusalém demonstra ser exitosa na sua tomada de decisões. Em resumo, podemos dizer que o Concilio de Jerusalém deve servir tanto de modelo como de alerta para nós. 

Infelizmente, não são poucas as decisões precipitadas tomadas hoje no contexto das igrejas. As vezes, as decisões são tomadas de forma monocrática e unilateral, e, mesmo quando tomada por “nós”, muitas vezes não conta com a participação do Espírito Santo. Quando isso acontece, temos muitos problemas. O resultado é a fragmentação da igreja. Devemos lembrar, contudo, que isso não existe apenas em igrejas, mas também no espaço convencional. Quando isso acontece, os problemas crescem em magnitude. Crentes ficam frustrados, líderes ficam desacreditados, e igrejas ficam censuradas. Não tenho dúvida de que, se orássemos mais e dependéssemos mais do Espírito Santo, teríamos mais paz nessa área. 

Não estou dizendo que não teríamos problemas, mas que saberiamos como resolvê-los com sabedoria. Lamentavelmente, muitas vezes quando surge um conflito na esfera eclesiástica, logo os tribunais são visitados. Nessa hora, é mais importante escutar o que diz o código ci\il do que o que diz a Bíblia. A Resolução de Jerusalém, que fora tomada sob direção do Espírito Santo, trouxe paz e unidade para a Igreja. Diz a Escritura que a igreja sentiu-se fortalecida com ela: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número” (At 16.4,5).





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.

Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ



quinta-feira, 11 de setembro de 2025

LIÇÃO 12 - O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                        TEXTO ÁUREO 

"E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando a Senhor Jesus." ( At 11.20)


                        VERDADE PRÁTICA 

Faz parte da missão da Igreja a evangelização de povos não alcançados.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 11. 19-30




                    INTRODUÇÃO  


Este capítulo trata de um assunto importantíssimo para a história do cristianismo: o início da missão transcultural da Igreja. Até esse ponto do livro de Atos, o evangelho estava circunscrito a Jerusalém e as suas adjacências. Em outras palavras, o evangelho estava presente em Jerusalém, já tinha alcançado as regiões da Judeia e Samaria, mas não avançado rumo aos “confins da terra”. Nesse ponto da missão da Igreja, os “confins” da terra começam a ser alcançados. Dizendo isso de outra forma, a igreja dá início à sua missão transcultural. 

Gentios que não tinham ainda contato algum com o evangelho passam a ouvi-lo da boca de cristãos que haviam sido dispersos da cidade de Jerusalém. Esses crentes, embora perseguidos e desterrados da sua pátria, ao chegarem a terras estrangeiras e desconhecidas, não se intimidam diante de outra cultura, nem tampouco se calam. Em vez disso, eles compartilham sua fé, falando com entusiasmo a Palavra de Deus.

O êxito acontece quando muitas pessoas creem nas Boas Novas de salvação e entregam a sua vida ao Senhor Jesus. A igreja de Jerusalém fica sabendo do êxito missionário desses cristãos dispersos e enviam um obreiro experiente para ajudar na implantação e discipulado da nova igreja que havia sido formada. E dessa forma que a obra missionária sai de Jerusalém para Antioquia, uma importante cidade do Império Romano localizada na Síria. 



                I.     UMA IGREJA COM CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA 

1.    O Evangelho para além da fronteira de Israel    -      A Igreja de Jerusalém pregava o Evangelho para além das fronteiras de Israel, principalmente porque os judeus da diáspora (que viviam fora da Judeia) visitavam Jerusalém e, ao regressarem às suas casas, disseminavam a mensagem do cristianismo em suas terras de origem, levando o Evangelho a diversas nações e classes sociais (At 2), bem como os cristãos que foram expulsos de Jerusalém com a perseguição deflagrada por Saulo tendo como primeiro mártir, Estêvão. 

Como o Evangelho se espalhou: 

  • Peregrinos da Diáspora:

Durante festas como o Pentecostes, muitos judeus de várias partes do mundo vinha a Jerusalém, criando uma oportunidade estratégica para a pregação do Evangelho, pois eles levavam a mensagem consigo ao voltarem para casa. Foi o que aconteceu no Pentecostes quando os discípulos receberam o batismo com o ESPÍRITO SANTO (At 2).

Após o apedrejamento e morte de Estêvão, o primeiro mártir cristão, Saulo aprovou sua morte e iniciou uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, prendendo seguidores de Jesus e forçando sua dispersão pela Judeia e Samaria. A morte de Estêvão, que orou pelo perdão dos seus algozes, marca o início da perseguição institucionalizada da Igreja primitiva, com Saulo atuando como um dos principais perseguidores, enquanto os cristãos espalhados pregavam o Evangelho, levando à expansão da fé em outras regiões.

A importância da Diáspora: 

  • Na época, havia mais judeus vivendo fora da Palestina do que dentro dela, tornando os peregrinos da diáspora um público importante para a mensagem do Evangelho.
  • As comunidades da diáspora estavam presentes em todos os quatro pontos cardeais, com Jerusalém como centro, o que demonstrava o alcance potencial do trabalho missionário da igreja primitiva.


2.    Cristãos dispersados, mas conscientes de sua missão    -     A perseguição deflagrada após a morte de Estêvão fez com que os cristãos se espalhassem por várias regiões. Filipe, outro diácono, teve um ministério evangelístico extraordinário naquela ocasião, levando o Evangelho para além de Jerusalém.

Alguns dos cristãos dispersos pela perseguição foram até a Fenícia, Chipre e Antioquia anunciando o Evangelho. Inicialmente a mensagem era pregada somente aos judeus. Mas entre os dispersos havia alguns crentes anônimos de Chipre e Cirene que entraram em Antioquia e anunciaram o Senhor Jesus aos gregos.

Nós não sabemos seus nomes, porém Deus era com eles e muitas pessoas foram convertidas ao Senhor. Ali teve início a igreja de Antioquia (Atos 11:19-21).

3.    Cristãos leigos, mas capacitados pelo Espírito    -    Entre os que foram dispersos por causa de Estêvão havia alguns que foram até bem longe, e levaram o Evangelho, mas apenas para os judeus, em:

  • Fenícia, uma faixa estreita à beira-mar no oriente do mar Mediterrâneo, atualmente o Líbano, que incluía os portos de Tiro e Sidom.

  • Chipre, uma ilha grande no nordeste do Mediterrâneo.

  • Cirene, cidade portuária situada no norte da África, onde atualmente está a Líbia.

  • Antioquia, capital da Síria, e da província romana da Ásia. Estava em terceiro lugar em importância no império romano, vindo depois de Roma e Alexandria.


Mas, dos que foram à Antioquia havia alguns procedentes de Chipre e Cirene para anunciar o Senhor Jesus aos gregos.

A língua grega era conhecida internacionalmente no Oriente Médio, por causa da ocupação grega durante muito tempo, antes da chegada dos romanos. No livro de Atos aparecem os "helenistas", judeus oriundos do estrangeiro e que falavam grego, e os "gregos", os gentios em geral pois se comunicavam na língua grega.

Eram os gentios que ouviam sobre o Senhor Jesus dos cíprios e cirenenses. Como a mão do Senhor era com eles, grande número creu e se converteu ao Senhor. É notável que não é dado o nome desses pioneiros da evangelização entre os gentios. A introdução do Evangelho em Antioquia foi um passo importante no avanço pelo mundo, e foi dali que Paulo e os seus companheiros saíram para as suas viagens missionárias mais tarde, espalhando o Evangelho pelos gentios.




                    II.    UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL 

1.    A cultura grega (helênica)     -    Duas coisas ficam em destaque na redação lucana. Em primei ro lugar, esses “missionários” eram, na verdade, crentes leigos que compartilhavam a sua fé à medida que se deslocavam. Não dá para deduzir do texto que eles tivessem algum treinamento formal para a obra missionária. Eles não foram enviados pela igreja de Jerusalém como missionários para Antioquia; isso iria acontecer posteriormente (At 13). Eram crentes leigos desterrados que não se intimidavam ao compartilhar a sua fé em Cristo. Mesmo sem um treinamento formal em missões, esses crentes demonstravam forte consciência missionária. Eles sabiam que cumprir o “Ide” de Jesus era responsabilidade deles. Talvez uma das maiores tragédias da igreja de hoje é que temos muitos cristãos, mas poucas testemunhas de Jesus.

 Michael Green destaca que:

 Em Atos não foram os apóstolos que levaram o evangelho para todas as partes, mas, sim, os missionários “amadores”, as pessoas que foram expulsas de Jerusalém em decorrência da perseguição que começou após o martírio de Estêvão (At 8.4). Foram estes que avançaram pela planície costeira até a Fenícia, atravessaram o mar até Chipre, e chegaram até Antioquia, no norte (At 11.19-21). Eles eram tão evangelistas quanto qualquer apóstolo. Na verdade, foram eles que deram os dois passos revolucionários de pregar a gregos que não tinham vinculo com o judaísmo, e de iniciar a missão aos gentios, a partir de Antioquia. Não foi um esforço planejado.


2.    Contextualizando a mensagem    -     Foram expulsos de sua base em Jerusalém, e se espalharam por todas as terras difundindo as boas-novas que tinham lhes  trazido alegria, descanso e uma vida nova. De modo geral, a pregação não deve ter sido formal, mas através da conversa informal com amigos e novos conhecidos, em casas e tavernas, nas ruas e ao redor das barracas do mercado. Eles foram por todos os lados falando do evangelho, de maneira espontânea, com o entusiasmo e a convicção de quem não recebe paga mento para dizer esse tipo de coisa. Em consequência, foram levados a sério, e o movimento se espalhou, principalmente entre as classes mais baixas.

Lucas acrescenta no seu texto a informação de que “a mão do Senhor era com eles”. No contexto da teologia carismática de Lucas, essa observação é uma forma de referir-se à capacitação do Espírito Santo no testemunho daqueles crentes. A “mão do Senhor” aqui tem o mesmo peso da “mão do Senhor” que vinha sobre o profeta Ezequiel (Ez 3.22; 37.1). É uma referência à capacitação profética que estava sobre os primeiros missionários cristãos. Isso significa que a pregação da Palavra foi acompanhada pela demonstração do Espírito entre os gentios. Se os textos que narram a ação do Espírito Santo capacitando os crentes para realizarem a obra de Deus forem retirados do livro de Atos, certamente teremos um livro mutilado, vazio e sem sentido algum. Sem o poder do Espírito capacitando os crentes, a Igreja não é Igreja de Jesus.



                III.    UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS 

1.     A base do discipulado    -    Quando a igreja em Jerusalém soube disso, enviaram Barnabé, um "homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé": ótima recomendação para um missionário. Ele se alegrou ao ver a graça de Deus revelada entre os gentios, e animou a todos a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração.

É bom quando uma igreja nova é visitada por homens com as qualidades espirituais de Barnabé. Enquanto ele permaneceu ali, muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor, e foi preservada a unidade espiritual com a igreja de Jerusalém.

A igreja de Antioquia passou a contar também com o ensino de Saulo, que Barnabé foi buscar em Tarso. Essa era a cidade de Saulo, que lhe dava a cidadania romana, e estava dentro da província de Cilícia, onde ele testemunhava do Evangelho (Gálatas 1:21).

Barnabé sabia que Saulo havia sido escolhido pelo Senhor Jesus para ser o seu apóstolo entre os gentios (Atos 9:15, Romanos 1:1, Gálatas 1:1)),  e também conhecia a sua capacidade para ensinar, e se empenhou para encontrá-lo e trazê-lo a Antioquia. Os dois ficaram ali por um ano, ensinando a muitos. Calcula-se que foi o ano 44 AD. 


2.    Denominados de "cristãos"     -    Foi ali que surgiu o apelido “cristão” para os discípulos, significando “seguidores de Cristo”. Foi usado com desprezo pelo rei Agripa (Atos 26:28) e como objeto de perseguições do governo Romano (1 Pedro 4:16) só aparecendo nesses três lugares na Bíblia. O nome Cristo refere-se ao Messias esperado pelos judeus, por isso os judeus incrédulos não os chamavam de “cristãos” mas de “nazarenos”, pois não criam que o Senhor Jesus fosse realmente o Messias.

Vieram então profetas de Jerusalém para Antioquia. Eram homens dotados pelo Espírito Santo com o dom de profecia, para exortar e fortalecer as igrejas antes delas disporem dos livros do Novo Testamento. Como Judas e Silas (Atos 14:4 e 15:32), eles ajudavam os apóstolos

Um destes profetas, chamado Ágabo, previu  que haveria “uma grande fome por todo o mundo” – “mundo” foi uma expressão coloquial para significar o Oriente Médio, onde viviam. A história registra escassez de alimentos nessa região durante o reinado do imperador Cláudio (41-44 AD), que precedeu Nero.

Os irmãos da igreja de Antioquia, aqui chamados “discípulos”, fizeram uma coleta entre si, cada um dando conforme as suas posses, e enviaram uma contribuição para os irmãos que habitavam na Judéia.


3.    A identidade cristã    -    Mas o que significa mesmo o termo identidade?

A identidade pode ser entendida como o “estado de semelhança absoluta e completa entre dois elementos com as mesmas características principais”. A palavra identidade, portanto, revela o idêntico, a “semelhança absoluta”. Como seres humanos, reconhecer nossa identidade, contar a nós mesmos quem somos, é “uma das formas mais importantes de como tentamos ver sentido na nossa vida”. E “a busca pela identidade pessoal tem o propósito de nos levar de volta ao Criador”.

Por muito tempo, a psicologia atribuiu à ciência e à biologia, aos “princípios da ciência médica”, o poder de definir a identidade do indivíduo. No entanto, considerando “o homem enquanto sujeito social”, os estudiosos se deram conta de que nossa identidade como indivíduos se encontra acoplada ao tempo em progressão, ao espaço compartilhado com outros indivíduos e a uma sociedade em progresso constante, com mudanças frequentes.

Identidade e coesão interna

Existe um elemento essencial à construção da identidade: a coesão interna. Em psicologia, a identidade, o idêntico, a semelhança absoluta, tudo isso é traduzido como “autoidentidade, coesão interna, respeito próprio”. Mesmo “em meio a um mundo em constante mudança interna e externa”, os indivíduos tentam, constantemente, fundamentar sua identidade, encontrar essa coesão interna, a fim de encontrar a “paz consigo mesmo, com Deus e com os outros”. Mas como essa paz pode ser encontrada em um mundo em ebulição, em constante mudança e repleto de insegurança?


A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO

João diz que todos quantos receberam a Cristo como salvador tornaram-se filhos de Deus, isso porque não nasceram da carne e nem do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus (1Jo 1.11-13). Nós nos tornamos filhos de Deus por meio do novo nascimento (Jo 3.3,5), doravante, passamos a portar em nosso ser a verdadeira identidade de filhos de Deus, pois o propósito do Pai pela morte de seu Filho Jesus Cristo é nos tornar semelhantes a Ele (Rm 8.29). O Pai quer que tenhamos seus traços.

Interessante analisar que no aspecto humano, no campo biológico, há a transmissão de características humanas, o que é denominado de herança dos traços. Na obra H. C. Lindgren e D. Byrne1, há uma explicação muito importante quanto à questão dos antecedentes genéticos:

A tendência dos seres humanos de se parecerem com membros de sua família, no que se refere à estrutura do corpo e à aparência, é também atribuível, naturalmente, a processos genéticos. Cada indivíduo normalmente recebe, de cada um dos pais, metade de seus 46 cromossomos. Os cromossomos são estruturas compostas de moléculas complexas, em dupla espiral, de ácido desoxirribonucleico (ADN)

Portar a verdadeira identidade é ser idêntico, parecido com Cristo, o Filho de Deus, é viver e andar como Ele andou exercendo o papel de sal e luz neste mundo, é ser sincero no andar e no falar, é ter uma casa, ou melhor, uma vida firmada naquilo que é certo e verdadeiro, de modo que ela permanecerá firme contra todo tipo de tempestade.

Para portar a identidade de filho de Deus não basta simplesmente conhecer manuais de como ser religioso, ou fazer meditações, de nós mesmo jamais produziremos o padrão de vida que Deus deseja, afinal, nossa justiça é como um trapo imundo (Is 64.6) e a purificação verdadeira só vem mediante a fé em Jesus (1Jo 3.3).

Quando fizemos a leitura dos versículos anteriores, fazendo menção aos falsos profetas, ainda que se disfarçassem de ovelhas, não demoraria para que a verdadeira identidade deles fosse revelada, porém, logo que chegamos em Mateus 7.21-23, Jesus passa a dirigir-se para cada um de nós e mostra que o que realmente tem valor para Deus é um viver em total retidão e santidade, sem essa verdade ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).

Assim como Deus é Santo, Ele exige de nós santidade (Lv 19.2; 1Pe 1.16), não é apenas o dizer ou o fazer que tem tanto interesse perante Ele, mas sim o viver em santidade, daí se compreende o porquê da exigência divina, o viver e andar em uma nova fé conforme Deus deseja revelar nossa nova identidade (Ef 5.1).

Jesus: a nossa verdadeira identidade
Jesus, nosso maior pregador

Duas coisas caracterizavam o ministério de Jesus, o ensino e a pregação (Lc 4.23), Ele fazia isso nas sinagogas. O culto que era desenvolvido nas sinagogas era marcado pelo louvor, oração, leitura e exposição da Lei feita por um rabino ou outra pessoa qualificada. O interessante é saber a razão de Jesus ter sido aceito para ensinar nessas sinagogas, visto que Ele não vinha de uma tradição judaica da época, tendo seguido grandes escolas. Na verdade, o que se conjectura é que devido aos grandes milagres operados e pelos ensinos que preferia, era visto por muitos como um bom mestre, o que levou à sua aceitação.

O verbo ensinar do grego é didásko, conversar com outros a fim de instruí-los, pronunciar discursos didáticos, ser um professor, desempenhar o ofício de professor, conduzir-se como um professor, ensinar alguém, dar instrução, instilar doutrina em alguém, algo ensinado ou prescrito, explicar ou expor algo. Interessante observar que os dois verbos estão no tempo presente voz ativa modo particípio, que é corresponde na maioria das vezes ao particípio português, formado pela adição das terminações “ado” ou “ido”, dependendo da forma básica do verbo. O particípio pode ser usado como verbo ou substantivo, por isso, é frequentemente chamado de “substantivo verbal”.

O propósito do ensino é transmitir conhecimento, porém, é mais do que isso, trata-se da capacidade que uma pessoa tem de tirar da teoria e levar outra pessoa a colocar em prática aquilo que lhe foi transmitido, explicando de modo pormenorizado como deve viver e obedecer à fé que lhe foi pregada.

Mas é dito de Jesus também que Ele pregava, do grego é o verbo kerússo, ser um arauto, oficiar como um arauto, proclamar como um arauto. Sempre com sugestão de formalismo, gravidade e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida; publicar, proclamar abertamente algo que foi feito. Usado na proclamação pública do Evangelho e assuntos que pertencem a ele, realizados por João Batista, por Jesus, pelos apóstolos, e outros mestres cristãos.

Na palavra pregação está o sentido de cumprimento do dever de um arauto, aquele que proclama, que anuncia; anúncio, pregoeiro, o mensageiro, envolve também o verbo proclamar, clamar, dentro do contexto neotestamentário a pregação nada mais é do que anunciar o Evangelho, nela também Jesus visava uma contínua instrução.

A pregação tem como objetivo instruir os cristãos, desejando ardentemente que cada um cresça na fé e na Palavra. Através da mensagem pregada o pregador, na unção do Espírito, consegue penetrar na mente e no coração do ouvinte, razão pela qual Paulo incumbiu Timóteo dessa grande responsabilidade (2Tm 4.2). A pregação não pode ser descartada por um pastor, pois ela é uma ordem de Cristo (Mc 16.15).

Podemos dizer que Jesus é o nosso maior ensinador e pregador, modelo que deve ser seguido por todos os pregadores da atualidade. Em Mateus 4.23, Seu ministério era desenvolvido de três maneiras: ensinando, pregando e curando. Quando ensinava mostrava que estava interessado no aprendizado de todos, pela pregação evidenciava seu cumprimento no dever e na missão para a qual veio a este mundo, salvar os pecadores, e, quando curava, buscava a integridade física das pessoas, no demais, esses milagres confirmavam ou autenticavam Seu ensino e pregação, mostrando que realmente era O enviado de Deus.

Jesus sabia do valor da pregação, pois falou que a geração do tempo de Jonas se arrependeu pelo poder dela (Mt 12.41), Ele não pregava por fama, nem buscando posição ou reconhecimento por parte das pessoas, mas fazia isso procurando cumprir com o Seu dever, sabendo que somente pela pregação verdadeira e sincera é que as pessoas poderiam se arrepender e voltar para Deus.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

https://www.bible-facts.info/comentarios/nt/oevangelhoemantioquia.htm

https://voltemosaoevangelho.com/blog/2024/09/a-identidade-definida-por-deus/