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| Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, sendo estas coisas necessárias." ( At15. 28)
VERDADE PRÁTICA
Um sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 15. 22-32
INTRODUÇÃO
A organização de uma igreja faz parte do estágio natural do seu desenvolvimento. A medida que a igreja vai crescendo, ela vai ganhando nova estrutura. Vimos que a igreja de Jerusalém começa com o grupo dos apóstolos e, em seguida, institui um corpo diaconal e presbiteral. O surgimento do sistema de governo na igreja é algo intrínseco à própria natureza que necessita organizar-se. E dentro dessa estrutura organizacional que os problemas, quer de natureza social, moral ou doutrinária, são tratados. Isso aconteceu em Jerusalém, que formou o seu primeiro Concilio1 para resolver uma importante questão de natureza doutrinária levantada pelos judaizantes. No contexto do primeiro Concilio ou Assembléia da igreja de Jerusalém, o problema foi causado por crentes judeus, zelosos e observadores da Lei. Esses crentes tinham ido até Antioquia visitar os novos crentes da igreja que havia sido implantada pelos cristãos dispersos.
I. A QUESTÃO DOUTRINÁRIA
1. O relatório missionário - O texto deixa claro que eles foram até ali por conta própria e sem autorização dos líderes da igreja-mãe. Ao chegarem a Antioquia e vendo uma igreja formada por gentios, logo apregoaram que eles deveríam circuncidar-se e guardar a Lei de Moisés.
O expositor bíblico F. F. Bruce observa que:
O Concilio de Jerusalém é um evento ao qual Lucas atribui a maior importância; foi, em sua opinião, tão marcante quanto a conversão de Paulo ou a pregação do evangelho a Cornélio e sua família. De acordo com seu relato, o concilio foi uma reunião dos apóstolos e anciãos da igreja de Jerusalém convocada para considerar, primeiro, os termos em que os crentes gentios poderíam ser admitidos como membros da igreja (com atenção especial à questão de se deveríam ou não ser circuncidados) e, segundo, os meios pelos quais a interação social, e especialmente a partilha da mesa, poderíam ser promovidos entre os crentes judeus e gentios. Paulo e Barnabé, com alguns representantes da igreja em Antioquia do Orontes, estavam presentes na reunião, onde tiveram a oportunidade de relatar suas experiências recentes em Chipre e na Ásia Menor, mas não tomaram parte na decisão; essa era a responsabilidade dos líderes em Jerusalém.
2. O legalismo judaizante - O problema era grave e tanto Barnabé como Paulo, juntamente com os demais crentes antioquenos, acharam por bem apresentar o problema à liderança da igreja-mãe em Jerusalém. O que estava em jogo era a salvação pela graça ou pelas obras da Lei. Esse problema com os judaizantes também vai surgir posteriormente com os cristãos da Galácia. Ali foi necessário o apóstolo Paulo escrever uma carta dura, condenando a prática dos judaizantes. A salvação pelas obras também foi o estopim que fez eclodir a Reforma Protestante no século XVI.
A questão era de natureza doutrinária e precisava de um posicionamento não apenas firme da liderança, mas que o seu conteúdo refletisse com precisão as Escrituras. Dessa forma, Tiago, que liderava a igreja de Jerusalém nessa época, e o apóstolo Pedro, uma conhecida coluna da igreja, alternaram-se no debate teológico mostrando que a inclusão dos gentios na Igreja já havia sido prevista pelos profetas. Deus, portanto, já havia deixado claro que os gentios faziam parte do seu plano salvífico.
II. O DEBATE DOUTRINÁRIO
1. Uma questão crucial - Essa exposição apostólica tinha um propósito claro: mostrar que Deus, ao aceitar os gentios na Igreja, não exigiu deles nada além de demonstração da fé em Cristo Jesus. Pedro lembra que esse fato já havia sido mostrado na conversão do gentio Cornélio da cidade de Cesareia. A prova cabal de que isso era verdade foi o fato de o Senhor ter derramado o seu Espírito sobre os gentios sem a necessidade de cumprirem preceito algum da Lei. Deus não exigiu a circuncisão ou qualquer outra prática cerimonial mosaica por parte dos gentios em Cesareia; então, por que iria exigir dos cristãos de Antioquia? O argumento de Tiago vai na mesma direção. Tiago lembra as profecias do Antigo Testamento em que estão previstas a inclusão dos gentios à fé.
Pelo contexto, depreende-se que houve no debate a participação de outros membros da Assembléia presentes. Isso fez com que a decisão ali tomada tivesse a aceitação não apenas da lide rança, mas de toda a igreja, e servisse de parâmetro para as demais igrejas cristãs já implantadas. Deve ser observado, contudo, que a resolução, embora evitasse impor aos gentios o legalismo judaico, trouxe algumas recomendações que iriam ajudar na convivência de judeus e gentios. Dessa forma, a Resolução de Jerusalém orientou as igrejas a: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes” (At 15.29).
2. A experiência do Pentecostes na fé dos gentios - Pedro mostrou como o coração é purificado: pela fé, não pela observância da lei. Se eles foram purificados pela fé, então não havia necessidade de serem purificados submetendo-se às cerimônias encontradas na Lei de Moisés. Os cristãos não são salvos apenas pela fé; eles também são purificados pela fé.
Grande contenda (v.7): Duas lições que o concílio de Jerusalém nos ensina:
2) A melhor maneira para resolver as divergências de doutrina é por meio de reuniões onde os crentes dos dois lados, em um espírito de humildade, de amor e dirigidos pelo ESPÍRITO SANTO, apresentem e considerem, lado a lado, os dois pontos de vista.
3. A fundamentação profética da fé gentílica - Tiago esperou que Pedro, Paulo e Barnabé apresentassem o seu parecer sobre o assunto, para depois tomar a palavra.
Eusébio de Cesaréia, que viveu entre 265 e 339 d.C. e que foi considerado o Pai da História da Igreja Primitiva, faz referência a ele como "Tiago, o Justo, irmão de JESUS, o chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém". Em Atos dos Apóstolos Tiago aparece como sendo um dos principais líderes da Igreja em Jerusalém - At 15:13. Paulo reconhece essa liderança de Tiago - Gl 2:9. Nesta época o Tiago, filho de Zebedeu já havia morrido.
Flávio Josefo em sua obra "Antiguidades Judaicas", narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja (confirmando Atos 15), que tratava da questão da circuncisão e da pregação do Evangelho para os gentios, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesaréia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos . III. A DECISÃO DA ASSEMBLÉIA DE JERUSALÉM
1. O Espírito na Assembléia - O grande mistério da harmonia e unanimidade do concílio de Jerusalém, foi o fato de deixarem o ESPÍRITO SANTO presidir as reuniões. Assim o grupo de homens e mulheres, compartilhando a vida de CRISTO e abandonando todas as idéias de interesse próprio, queria somente saber e fazer a vontade do Senhor.
“A decisão do ESPÍRITO SANTO
‘Na verdade pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação [relações sexuais ilícitas — ARA]; das quais coisas fazeis bem se vos guardares’ (At 15.28,29). A expressão ‘pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO’ significa: O ESPÍRITO SANTO, na sua atuação entre os gentios já testemunhara que estes foram libertos do jugo da Lei mosaica (At 10.44-48). O ESPÍRITO SANTO, cuja orientação foi prometida aos apóstolos e outros líderes [e à Igreja], já testemunhara ao coração deles que os gentios deviam ser livres do fardo (Mt 18.20; Jo 16.13). [Ou seja] Os gentios foram isentos da obrigação de observar os costumes judaicos. [...] Estes convertidos já possuíam a vida e a liberdade espiritual. Por que enterrar esta vida com formulários mortos?”
2. A orientação do Espírito na Assembléia - A decisão de enviar delegados em Antioquia combina com a cena 1, na qual se decidiu enviar delegados a Jerusalém. A comunidade de Jerusalém quis manifestar sua proximidade e respeito pela comunidade de Antioquia, enviando delegados que pessoalmente leriam a carta para eles. Judas Barsabás é citado apenas nesse episódio (Em At 1,23, comparece um José, chamado Barsabás e cognominado Justo). Silas é citado ainda 9 vezes entres os cc. 15-18. Esse se torna um companheiro de Paulo nas viagens missionárias. Aparentemente Silas é o Silvano que Paulo cita em suas cartas (2Cor 1,19; 1Ts 1,1; 2Ts 1,1; 1Pd 5,12). Eles são “homens considerados” (o termo ἡγουμένους indica uma certa autoridade dirigente, cf. Lc 22,26; At 7,10 = “superintendente”).
A comunidade se alegra com a notícia da não necessidade da cir cuncisão, mas especialmente por serem considerados cristãos em perfeita regra. Judas e Silas são chamados de “profetas” e consolam os irmãos com suas palavras. O termo Profeta, indica aqui, um dom de sabedoria com as palavras capaz de ensinar, confortar e fortalecer a comunidade. O texto ocidental acrescenta o versículo 34: “Mas Silas decidiu permanecer lá e Judas viajou sozinho”. Essa ajunta parece uma tenta tiva de harmonizar com a notícia de 15,40, onde Silas se encontra em Antioquia e parte em missão com Paulo. Mas essa tentativa criou outra incongruência com o próprio v. 33.
3. O parecer final da Assembléia - Dessa forma, Stott entende que três dessas “abstinências”, que tinham a ver com alimentos, exigidas aqui deveríam ser vistas como uma concessão à consciência dos judeus convertidos, que ainda consideravam tais comidas como ilícitas e abomináveis perante Deus. E interessante observarmos que Lucas destaca que essa resolução de Jerusalém foi uma decisão tomada pelo Espírito Santo e pela Igreja: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). Esse texto mostra como o Espírito Santo orientava e guiava a primeira igreja nas suas decisões. Não era, portanto, apenas uma decisão tomada por uma pessoa ou, ainda, por um colegiado, mas por pessoas sob a orientação e direção do Espírito Santo. Isso explica por que a igreja de Jerusalém demonstra ser exitosa na sua tomada de decisões. Em resumo, podemos dizer que o Concilio de Jerusalém deve servir tanto de modelo como de alerta para nós.
Infelizmente, não são poucas as decisões precipitadas tomadas hoje no contexto das igrejas. As vezes, as decisões são tomadas de forma monocrática e unilateral, e, mesmo quando tomada por “nós”, muitas vezes não conta com a participação do Espírito Santo. Quando isso acontece, temos muitos problemas. O resultado é a fragmentação da igreja. Devemos lembrar, contudo, que isso não existe apenas em igrejas, mas também no espaço convencional. Quando isso acontece, os problemas crescem em magnitude. Crentes ficam frustrados, líderes ficam desacreditados, e igrejas ficam censuradas. Não tenho dúvida de que, se orássemos mais e dependéssemos mais do Espírito Santo, teríamos mais paz nessa área.
Não estou dizendo que não teríamos problemas, mas que saberiamos como resolvê-los com sabedoria. Lamentavelmente, muitas vezes quando surge um conflito na esfera eclesiástica, logo os tribunais são visitados. Nessa hora, é mais importante escutar o que diz o código ci\il do que o que diz a Bíblia. A Resolução de Jerusalém, que fora tomada sob direção do Espírito Santo, trouxe paz e unidade para a Igreja. Diz a Escritura que a igreja sentiu-se fortalecida com ela: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número” (At 16.4,5).
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves - Ed. CPAD
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman
(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)
Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
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