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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

LIÇÃO 12 - O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                        TEXTO ÁUREO 

"E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando a Senhor Jesus." ( At 11.20)


                        VERDADE PRÁTICA 

Faz parte da missão da Igreja a evangelização de povos não alcançados.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 11. 19-30




                    INTRODUÇÃO  


Este capítulo trata de um assunto importantíssimo para a história do cristianismo: o início da missão transcultural da Igreja. Até esse ponto do livro de Atos, o evangelho estava circunscrito a Jerusalém e as suas adjacências. Em outras palavras, o evangelho estava presente em Jerusalém, já tinha alcançado as regiões da Judeia e Samaria, mas não avançado rumo aos “confins da terra”. Nesse ponto da missão da Igreja, os “confins” da terra começam a ser alcançados. Dizendo isso de outra forma, a igreja dá início à sua missão transcultural. 

Gentios que não tinham ainda contato algum com o evangelho passam a ouvi-lo da boca de cristãos que haviam sido dispersos da cidade de Jerusalém. Esses crentes, embora perseguidos e desterrados da sua pátria, ao chegarem a terras estrangeiras e desconhecidas, não se intimidam diante de outra cultura, nem tampouco se calam. Em vez disso, eles compartilham sua fé, falando com entusiasmo a Palavra de Deus.

O êxito acontece quando muitas pessoas creem nas Boas Novas de salvação e entregam a sua vida ao Senhor Jesus. A igreja de Jerusalém fica sabendo do êxito missionário desses cristãos dispersos e enviam um obreiro experiente para ajudar na implantação e discipulado da nova igreja que havia sido formada. E dessa forma que a obra missionária sai de Jerusalém para Antioquia, uma importante cidade do Império Romano localizada na Síria. 



                I.     UMA IGREJA COM CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA 

1.    O Evangelho para além da fronteira de Israel    -      A Igreja de Jerusalém pregava o Evangelho para além das fronteiras de Israel, principalmente porque os judeus da diáspora (que viviam fora da Judeia) visitavam Jerusalém e, ao regressarem às suas casas, disseminavam a mensagem do cristianismo em suas terras de origem, levando o Evangelho a diversas nações e classes sociais (At 2), bem como os cristãos que foram expulsos de Jerusalém com a perseguição deflagrada por Saulo tendo como primeiro mártir, Estêvão. 

Como o Evangelho se espalhou: 

  • Peregrinos da Diáspora:

Durante festas como o Pentecostes, muitos judeus de várias partes do mundo vinha a Jerusalém, criando uma oportunidade estratégica para a pregação do Evangelho, pois eles levavam a mensagem consigo ao voltarem para casa. Foi o que aconteceu no Pentecostes quando os discípulos receberam o batismo com o ESPÍRITO SANTO (At 2).

Após o apedrejamento e morte de Estêvão, o primeiro mártir cristão, Saulo aprovou sua morte e iniciou uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, prendendo seguidores de Jesus e forçando sua dispersão pela Judeia e Samaria. A morte de Estêvão, que orou pelo perdão dos seus algozes, marca o início da perseguição institucionalizada da Igreja primitiva, com Saulo atuando como um dos principais perseguidores, enquanto os cristãos espalhados pregavam o Evangelho, levando à expansão da fé em outras regiões.

A importância da Diáspora: 

  • Na época, havia mais judeus vivendo fora da Palestina do que dentro dela, tornando os peregrinos da diáspora um público importante para a mensagem do Evangelho.
  • As comunidades da diáspora estavam presentes em todos os quatro pontos cardeais, com Jerusalém como centro, o que demonstrava o alcance potencial do trabalho missionário da igreja primitiva.


2.    Cristãos dispersados, mas conscientes de sua missão    -     A perseguição deflagrada após a morte de Estêvão fez com que os cristãos se espalhassem por várias regiões. Filipe, outro diácono, teve um ministério evangelístico extraordinário naquela ocasião, levando o Evangelho para além de Jerusalém.

Alguns dos cristãos dispersos pela perseguição foram até a Fenícia, Chipre e Antioquia anunciando o Evangelho. Inicialmente a mensagem era pregada somente aos judeus. Mas entre os dispersos havia alguns crentes anônimos de Chipre e Cirene que entraram em Antioquia e anunciaram o Senhor Jesus aos gregos.

Nós não sabemos seus nomes, porém Deus era com eles e muitas pessoas foram convertidas ao Senhor. Ali teve início a igreja de Antioquia (Atos 11:19-21).

3.    Cristãos leigos, mas capacitados pelo Espírito    -    Entre os que foram dispersos por causa de Estêvão havia alguns que foram até bem longe, e levaram o Evangelho, mas apenas para os judeus, em:

  • Fenícia, uma faixa estreita à beira-mar no oriente do mar Mediterrâneo, atualmente o Líbano, que incluía os portos de Tiro e Sidom.

  • Chipre, uma ilha grande no nordeste do Mediterrâneo.

  • Cirene, cidade portuária situada no norte da África, onde atualmente está a Líbia.

  • Antioquia, capital da Síria, e da província romana da Ásia. Estava em terceiro lugar em importância no império romano, vindo depois de Roma e Alexandria.


Mas, dos que foram à Antioquia havia alguns procedentes de Chipre e Cirene para anunciar o Senhor Jesus aos gregos.

A língua grega era conhecida internacionalmente no Oriente Médio, por causa da ocupação grega durante muito tempo, antes da chegada dos romanos. No livro de Atos aparecem os "helenistas", judeus oriundos do estrangeiro e que falavam grego, e os "gregos", os gentios em geral pois se comunicavam na língua grega.

Eram os gentios que ouviam sobre o Senhor Jesus dos cíprios e cirenenses. Como a mão do Senhor era com eles, grande número creu e se converteu ao Senhor. É notável que não é dado o nome desses pioneiros da evangelização entre os gentios. A introdução do Evangelho em Antioquia foi um passo importante no avanço pelo mundo, e foi dali que Paulo e os seus companheiros saíram para as suas viagens missionárias mais tarde, espalhando o Evangelho pelos gentios.




                    II.    UMA IGREJA COM VISÃO TRANSCULTURAL 

1.    A cultura grega (helênica)     -    Duas coisas ficam em destaque na redação lucana. Em primei ro lugar, esses “missionários” eram, na verdade, crentes leigos que compartilhavam a sua fé à medida que se deslocavam. Não dá para deduzir do texto que eles tivessem algum treinamento formal para a obra missionária. Eles não foram enviados pela igreja de Jerusalém como missionários para Antioquia; isso iria acontecer posteriormente (At 13). Eram crentes leigos desterrados que não se intimidavam ao compartilhar a sua fé em Cristo. Mesmo sem um treinamento formal em missões, esses crentes demonstravam forte consciência missionária. Eles sabiam que cumprir o “Ide” de Jesus era responsabilidade deles. Talvez uma das maiores tragédias da igreja de hoje é que temos muitos cristãos, mas poucas testemunhas de Jesus.

 Michael Green destaca que:

 Em Atos não foram os apóstolos que levaram o evangelho para todas as partes, mas, sim, os missionários “amadores”, as pessoas que foram expulsas de Jerusalém em decorrência da perseguição que começou após o martírio de Estêvão (At 8.4). Foram estes que avançaram pela planície costeira até a Fenícia, atravessaram o mar até Chipre, e chegaram até Antioquia, no norte (At 11.19-21). Eles eram tão evangelistas quanto qualquer apóstolo. Na verdade, foram eles que deram os dois passos revolucionários de pregar a gregos que não tinham vinculo com o judaísmo, e de iniciar a missão aos gentios, a partir de Antioquia. Não foi um esforço planejado.


2.    Contextualizando a mensagem    -     Foram expulsos de sua base em Jerusalém, e se espalharam por todas as terras difundindo as boas-novas que tinham lhes  trazido alegria, descanso e uma vida nova. De modo geral, a pregação não deve ter sido formal, mas através da conversa informal com amigos e novos conhecidos, em casas e tavernas, nas ruas e ao redor das barracas do mercado. Eles foram por todos os lados falando do evangelho, de maneira espontânea, com o entusiasmo e a convicção de quem não recebe paga mento para dizer esse tipo de coisa. Em consequência, foram levados a sério, e o movimento se espalhou, principalmente entre as classes mais baixas.

Lucas acrescenta no seu texto a informação de que “a mão do Senhor era com eles”. No contexto da teologia carismática de Lucas, essa observação é uma forma de referir-se à capacitação do Espírito Santo no testemunho daqueles crentes. A “mão do Senhor” aqui tem o mesmo peso da “mão do Senhor” que vinha sobre o profeta Ezequiel (Ez 3.22; 37.1). É uma referência à capacitação profética que estava sobre os primeiros missionários cristãos. Isso significa que a pregação da Palavra foi acompanhada pela demonstração do Espírito entre os gentios. Se os textos que narram a ação do Espírito Santo capacitando os crentes para realizarem a obra de Deus forem retirados do livro de Atos, certamente teremos um livro mutilado, vazio e sem sentido algum. Sem o poder do Espírito capacitando os crentes, a Igreja não é Igreja de Jesus.



                III.    UMA IGREJA QUE FORMA DISCÍPULOS 

1.     A base do discipulado    -    Quando a igreja em Jerusalém soube disso, enviaram Barnabé, um "homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé": ótima recomendação para um missionário. Ele se alegrou ao ver a graça de Deus revelada entre os gentios, e animou a todos a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração.

É bom quando uma igreja nova é visitada por homens com as qualidades espirituais de Barnabé. Enquanto ele permaneceu ali, muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor, e foi preservada a unidade espiritual com a igreja de Jerusalém.

A igreja de Antioquia passou a contar também com o ensino de Saulo, que Barnabé foi buscar em Tarso. Essa era a cidade de Saulo, que lhe dava a cidadania romana, e estava dentro da província de Cilícia, onde ele testemunhava do Evangelho (Gálatas 1:21).

Barnabé sabia que Saulo havia sido escolhido pelo Senhor Jesus para ser o seu apóstolo entre os gentios (Atos 9:15, Romanos 1:1, Gálatas 1:1)),  e também conhecia a sua capacidade para ensinar, e se empenhou para encontrá-lo e trazê-lo a Antioquia. Os dois ficaram ali por um ano, ensinando a muitos. Calcula-se que foi o ano 44 AD. 


2.    Denominados de "cristãos"     -    Foi ali que surgiu o apelido “cristão” para os discípulos, significando “seguidores de Cristo”. Foi usado com desprezo pelo rei Agripa (Atos 26:28) e como objeto de perseguições do governo Romano (1 Pedro 4:16) só aparecendo nesses três lugares na Bíblia. O nome Cristo refere-se ao Messias esperado pelos judeus, por isso os judeus incrédulos não os chamavam de “cristãos” mas de “nazarenos”, pois não criam que o Senhor Jesus fosse realmente o Messias.

Vieram então profetas de Jerusalém para Antioquia. Eram homens dotados pelo Espírito Santo com o dom de profecia, para exortar e fortalecer as igrejas antes delas disporem dos livros do Novo Testamento. Como Judas e Silas (Atos 14:4 e 15:32), eles ajudavam os apóstolos

Um destes profetas, chamado Ágabo, previu  que haveria “uma grande fome por todo o mundo” – “mundo” foi uma expressão coloquial para significar o Oriente Médio, onde viviam. A história registra escassez de alimentos nessa região durante o reinado do imperador Cláudio (41-44 AD), que precedeu Nero.

Os irmãos da igreja de Antioquia, aqui chamados “discípulos”, fizeram uma coleta entre si, cada um dando conforme as suas posses, e enviaram uma contribuição para os irmãos que habitavam na Judéia.


3.    A identidade cristã    -    Mas o que significa mesmo o termo identidade?

A identidade pode ser entendida como o “estado de semelhança absoluta e completa entre dois elementos com as mesmas características principais”. A palavra identidade, portanto, revela o idêntico, a “semelhança absoluta”. Como seres humanos, reconhecer nossa identidade, contar a nós mesmos quem somos, é “uma das formas mais importantes de como tentamos ver sentido na nossa vida”. E “a busca pela identidade pessoal tem o propósito de nos levar de volta ao Criador”.

Por muito tempo, a psicologia atribuiu à ciência e à biologia, aos “princípios da ciência médica”, o poder de definir a identidade do indivíduo. No entanto, considerando “o homem enquanto sujeito social”, os estudiosos se deram conta de que nossa identidade como indivíduos se encontra acoplada ao tempo em progressão, ao espaço compartilhado com outros indivíduos e a uma sociedade em progresso constante, com mudanças frequentes.

Identidade e coesão interna

Existe um elemento essencial à construção da identidade: a coesão interna. Em psicologia, a identidade, o idêntico, a semelhança absoluta, tudo isso é traduzido como “autoidentidade, coesão interna, respeito próprio”. Mesmo “em meio a um mundo em constante mudança interna e externa”, os indivíduos tentam, constantemente, fundamentar sua identidade, encontrar essa coesão interna, a fim de encontrar a “paz consigo mesmo, com Deus e com os outros”. Mas como essa paz pode ser encontrada em um mundo em ebulição, em constante mudança e repleto de insegurança?


A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO

João diz que todos quantos receberam a Cristo como salvador tornaram-se filhos de Deus, isso porque não nasceram da carne e nem do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus (1Jo 1.11-13). Nós nos tornamos filhos de Deus por meio do novo nascimento (Jo 3.3,5), doravante, passamos a portar em nosso ser a verdadeira identidade de filhos de Deus, pois o propósito do Pai pela morte de seu Filho Jesus Cristo é nos tornar semelhantes a Ele (Rm 8.29). O Pai quer que tenhamos seus traços.

Interessante analisar que no aspecto humano, no campo biológico, há a transmissão de características humanas, o que é denominado de herança dos traços. Na obra H. C. Lindgren e D. Byrne1, há uma explicação muito importante quanto à questão dos antecedentes genéticos:

A tendência dos seres humanos de se parecerem com membros de sua família, no que se refere à estrutura do corpo e à aparência, é também atribuível, naturalmente, a processos genéticos. Cada indivíduo normalmente recebe, de cada um dos pais, metade de seus 46 cromossomos. Os cromossomos são estruturas compostas de moléculas complexas, em dupla espiral, de ácido desoxirribonucleico (ADN)

Portar a verdadeira identidade é ser idêntico, parecido com Cristo, o Filho de Deus, é viver e andar como Ele andou exercendo o papel de sal e luz neste mundo, é ser sincero no andar e no falar, é ter uma casa, ou melhor, uma vida firmada naquilo que é certo e verdadeiro, de modo que ela permanecerá firme contra todo tipo de tempestade.

Para portar a identidade de filho de Deus não basta simplesmente conhecer manuais de como ser religioso, ou fazer meditações, de nós mesmo jamais produziremos o padrão de vida que Deus deseja, afinal, nossa justiça é como um trapo imundo (Is 64.6) e a purificação verdadeira só vem mediante a fé em Jesus (1Jo 3.3).

Quando fizemos a leitura dos versículos anteriores, fazendo menção aos falsos profetas, ainda que se disfarçassem de ovelhas, não demoraria para que a verdadeira identidade deles fosse revelada, porém, logo que chegamos em Mateus 7.21-23, Jesus passa a dirigir-se para cada um de nós e mostra que o que realmente tem valor para Deus é um viver em total retidão e santidade, sem essa verdade ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).

Assim como Deus é Santo, Ele exige de nós santidade (Lv 19.2; 1Pe 1.16), não é apenas o dizer ou o fazer que tem tanto interesse perante Ele, mas sim o viver em santidade, daí se compreende o porquê da exigência divina, o viver e andar em uma nova fé conforme Deus deseja revelar nossa nova identidade (Ef 5.1).

Jesus: a nossa verdadeira identidade
Jesus, nosso maior pregador

Duas coisas caracterizavam o ministério de Jesus, o ensino e a pregação (Lc 4.23), Ele fazia isso nas sinagogas. O culto que era desenvolvido nas sinagogas era marcado pelo louvor, oração, leitura e exposição da Lei feita por um rabino ou outra pessoa qualificada. O interessante é saber a razão de Jesus ter sido aceito para ensinar nessas sinagogas, visto que Ele não vinha de uma tradição judaica da época, tendo seguido grandes escolas. Na verdade, o que se conjectura é que devido aos grandes milagres operados e pelos ensinos que preferia, era visto por muitos como um bom mestre, o que levou à sua aceitação.

O verbo ensinar do grego é didásko, conversar com outros a fim de instruí-los, pronunciar discursos didáticos, ser um professor, desempenhar o ofício de professor, conduzir-se como um professor, ensinar alguém, dar instrução, instilar doutrina em alguém, algo ensinado ou prescrito, explicar ou expor algo. Interessante observar que os dois verbos estão no tempo presente voz ativa modo particípio, que é corresponde na maioria das vezes ao particípio português, formado pela adição das terminações “ado” ou “ido”, dependendo da forma básica do verbo. O particípio pode ser usado como verbo ou substantivo, por isso, é frequentemente chamado de “substantivo verbal”.

O propósito do ensino é transmitir conhecimento, porém, é mais do que isso, trata-se da capacidade que uma pessoa tem de tirar da teoria e levar outra pessoa a colocar em prática aquilo que lhe foi transmitido, explicando de modo pormenorizado como deve viver e obedecer à fé que lhe foi pregada.

Mas é dito de Jesus também que Ele pregava, do grego é o verbo kerússo, ser um arauto, oficiar como um arauto, proclamar como um arauto. Sempre com sugestão de formalismo, gravidade e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida; publicar, proclamar abertamente algo que foi feito. Usado na proclamação pública do Evangelho e assuntos que pertencem a ele, realizados por João Batista, por Jesus, pelos apóstolos, e outros mestres cristãos.

Na palavra pregação está o sentido de cumprimento do dever de um arauto, aquele que proclama, que anuncia; anúncio, pregoeiro, o mensageiro, envolve também o verbo proclamar, clamar, dentro do contexto neotestamentário a pregação nada mais é do que anunciar o Evangelho, nela também Jesus visava uma contínua instrução.

A pregação tem como objetivo instruir os cristãos, desejando ardentemente que cada um cresça na fé e na Palavra. Através da mensagem pregada o pregador, na unção do Espírito, consegue penetrar na mente e no coração do ouvinte, razão pela qual Paulo incumbiu Timóteo dessa grande responsabilidade (2Tm 4.2). A pregação não pode ser descartada por um pastor, pois ela é uma ordem de Cristo (Mc 16.15).

Podemos dizer que Jesus é o nosso maior ensinador e pregador, modelo que deve ser seguido por todos os pregadores da atualidade. Em Mateus 4.23, Seu ministério era desenvolvido de três maneiras: ensinando, pregando e curando. Quando ensinava mostrava que estava interessado no aprendizado de todos, pela pregação evidenciava seu cumprimento no dever e na missão para a qual veio a este mundo, salvar os pecadores, e, quando curava, buscava a integridade física das pessoas, no demais, esses milagres confirmavam ou autenticavam Seu ensino e pregação, mostrando que realmente era O enviado de Deus.

Jesus sabia do valor da pregação, pois falou que a geração do tempo de Jonas se arrependeu pelo poder dela (Mt 12.41), Ele não pregava por fama, nem buscando posição ou reconhecimento por parte das pessoas, mas fazia isso procurando cumprir com o Seu dever, sabendo que somente pela pregação verdadeira e sincera é que as pessoas poderiam se arrepender e voltar para Deus.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.

Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

https://www.bible-facts.info/comentarios/nt/oevangelhoemantioquia.htm

https://voltemosaoevangelho.com/blog/2024/09/a-identidade-definida-por-deus/



sábado, 6 de setembro de 2025

LIÇÃO 11 - UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                        TEXTO ÁUREO  

"Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam como nós, o Espírito Santo? ( At 10.47)


                        VERDADE PRÁTICA   

O episódio da Igreja hebreia na casa do gentio Cornélio demonstra que Deus não faz acepção de pessoas.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 10. 1-8, 21-23, 44-48



                            INTRODUÇÃO   

Esta grande narrativa de Lucas mostrando em detalhes a conversão do gentio Cornélio demonstra a grande importância que esse fato tem para a fé cristã. Cornélio era um gentio e militar a serviço de Roma em Israel. Como centurião, ele comandava 100 homens (Mt 8.11; Lc 7.2-19). O texto diz que ele era da “coorte” italiana. Uma coorte era a décima parte de uma legião que era composta por 6 mil homens. Lucas destaca que Cornélio era um gentio temente a Deus. Convém destacar que, em relação à religião judaica dos dias do Novo Testamento, é possível identificar três classes de pessoas.

 Primeiramente, temos o judeu de nascença, considerado o povo da aliança. Foi aos judeus que Deus havia se revelado (Gn 12.1). Em segundo lugar, temos o “prosélito”, um gentio que se convertia ao judaísmo, submetia-se ao rito da circuncisão e guardava todas as leis cerimoniais. Por último, temos os “tementes a Deus”, um gentio monoteísta que aceitava a maioria das leis cerimonialistas do judaísmo, incluindo a observância do sábado e prescrições alimentares sem, contudo, submeter-se ao rito da circuncisão.



                I.    A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS 

1.    A visão de Cornélio    -   Cornélio era oficial do exército romano (v. 1). No momento, ele estava aquartelado em Cesaréia, cidade forte, recentemente reedificada e fortificada por Herodes, o Grande, e chamada Cesaréia em honra de César Augusto. Situada à beira-mar, servia muito convenientemente para a manutenção da correspondência entre Roma e seus territórios conquistados nestas regiões. Era a cidade onde o governador romano ou procônsul comumente residia (Atos 23.23,24; 25.6). Aqui havia uma coorte, ou tropa militar, ou regimento do exército romano que era provavelmente o salva-vidas do governador. Esta tropa se chamava coorte [...] italiana, porque, para se assegurarem da fidelidade dos soldados, todos eles eram romanos nativos ou italianos. Cornélio tinha o comando desta parte do exército romano. Seu nome, Cornélio, era muito usado entre os romanos, entre algumas das famílias mais antigas e nobres.

Era oficial de elevado cargo e importância: centurião. Sabemos de um desse mesmo cargo nos dias de nosso Salvador, a quem ele fez um grande elogio (Mt 8.10). Quando escolheram um pagão para ser o primeiro a receber o evangelho, não escolheram um filósofo, muito menos um sacerdote (os quais são intolerantes às suas noções e adoração e preconceituosos contra o evangelho de CRISTO), mas um soldado: um homem de pensamento mais livre. A pessoa que verdadeiramente é assim, quando a doutrina cristã lhe é apresentada, não pode senão recebê-la de bom grado. Pescadores, homens incultos e ignorantes, foram os primeiros judeus a se converterem a CRISTO, mas não quando se tratou dos gentios. O mundo tinha de saber que o evangelho possui características que o recomendam às pessoas de toda cultura refinada ou não e educação liberal ou não, como temos razão em supor que era este centurião em seu conhecimento superior.

Os soldados e oficiais militares não podem alegar que sua ocupação os isenta das restrições sob as quais outros estão, e, dando-lhes a oportunidade de viverem uma vida normal, isso não os desculpa se não forem religiosos. Cornélio era um oficial militar que aceitou o cristianismo, e nem por isso foi expulso do exército nem saiu de vontade própria. Por outro lado, era um tormento para os judeus não só o fato de os gentios serem aceitos na igreja, mas que o primeiro que foi aceito fosse oficial do exército romano, que para eles era a abominação da desolação (Mt 24.15). Embora muitos sacerdotes estivessem se convertendo (At 6.7).2. Cornélio era, de acordo com a medida de luz que possuía, um homem religioso. Foi-lhe apresentado um caráter muito bom (v. 2). 

Ele não era idólatra, nem adorador de falsos deuses ou de imagens, nem tolerava as imoralidades às quais a maior parte do mundo pagão se entregava para, por isso, puni-lo por sua idolatria. (1) Cornélio era dotado de um princípio de consideração ao DEUS vivo e verdadeiro. Ele era piedoso e temente a DEUS (v. 2). Ele cria no único DEUS, o Criador do céu e da terra, reverenciava sua glória e autoridade e temia ofendê-lo pecando. Embora fosse soldado, não lhe diminuía em nada o crédito do seu valor tremer diante de DEUS. (2) Cornélio tem uma família religiosa. Ele temia a DEUS, com toda a sua casa (v. 2).

Ele não admitia idólatras sob seu teto, mas tomava cuidado para que não só ele, mas todos os seus servissem ao Senhor. Todo homem bom fará o que puder para que todos que estão à sua volta também sejam bons. (3) Cornélio era homem muito caridoso: Ele fazia muitas esmolas ao povo (v. 2), o povo judeu, apesar das singularidades da religião judaica. Embora fosse gentio, ele tinha boa vontade em contribuir para ajudar alguém que estivesse verdadeiramente em necessidade, sem perguntar a que religião pertencia. (4) Cornélio dedicava-se muito à oração: Ele, de contínuo, orava a DEUS (v. 2). Ele separava períodos fixos para a oração e perseverava na sua comunhão com DEUS. Veja que sempre que o temor de DEUS estiver reinando no coração, será demonstrado em obras assistenciais e devocionais, e um jamais nos desculpará do outro.

(2) Cornélio é encarregado de receber mais revelações e instruções da graça divina a respeito da salvação em JESUS, que há pouco chegou ao mundo. Ele tem de enviar imediatamente homens a Jope e mandar chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro (v. 5). Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar (v. 6), pois se ele for chamado, ele virá. Chegando ele, ele te dirá o que deves fazer em resposta à tua pergunta: Que é, Senhor? (v. 4). Temos aqui duas coisas muito surpreendentes e merecedoras de nossa consideração: [1] Cornélio ora e dá esmolas no temor de DEUS, além de ser religioso e ter uma família religiosa. Tudo isso lhe tornava aceitável diante de DEUS. Mas ainda havia mais uma coisa que ele tinha de fazer: crer no evangelho, salvação só através de crer em JESUS CRISTO como único Salvador e Senhor, na pregação do evangelho, agora que DEUS a estabelecera entre os homens. Ele tem de fazê-lo, pois é indispensavelmente necessário para DEUS aceitá-lo futuramente. Ele já esteja aceito em seus serviços, mas não salvo. Quem crê na promessa do Messias tem de crer no cumprimento dessa promessa.

Agora que DEUS, concernente a seu Filho, revelou mais do que revelara nas profecias do Antigo Testamento, Ele exige que recebamos essa nova revelação quando nos for apresentada. Enquanto isso, nem nossas orações nem nossas esmolas sobem para memória diante de DEUS a menos que creiamos em JESUS CRISTO, pois é o que determina essa nova revelação. O seu mandamento é este: que creiamos (1 Jo 3.23). DEUS aceita orações e esmolas de quem crê que o Senhor é DEUS e não tem oportunidade de saber mais. Contudo, daqueles a quem é pregado que JESUS é o CRISTO exige-se que creiam nesta pregação e confiem somente nele para que suas pessoas, orações e esmolas sejam aceitos. [2] Um anjo do céu está diante de Cornélio falando-lhe, mesmo assim ele não receberá o evangelho de CRISTO por meio deste mensageiro celestial, nem será ele que lhe dirá o que deve fazer. Tudo o que o anjo tem a dizer é: “Chame Pedro, e ele te dirá”. Como a observação anterior dá grande honra ao evangelho, assim dá ao ministério do evangelho.


2.    A experiência espiritual de Pedro    -    A visão não foi tão clara quanto a de Cornélio, mas foi mais figurativa e enigmática a fim de causar maior impressão.1. Sobreveio-lhe a Pedro [...] um arrebatamento de sentidos (v. 10), arrebatamento não de terror, mas de contemplação, no qual foi tão completamente envolvido que deixou de perceber e de sentir as coisas exteriores. Ele se perdeu totalmente para este mundo, e assim ficou com a mente completamente livre para se relacionar com as coisas divinas, como Adão na inocência, quando lhe sobreveio um sono pesado. Quanto mais nos desembaraçamos do mundo, mais próximos ficamos do céu.


2. Pedro [...] viu o céu aberto (v. 11) para que tivesse certeza de que a autoridade para ele ir à casa de Cornélio era mesmo do céu, que foi uma luz divina que lhe mudou os sentimentos e um poder divino que o investiu desta missão. A abertura dos céus significava a abertura de um mistério que estivera escondido (Rm 16.25).


3. Pedro viu um grande lençol atado pelas quatro pontas (v. 11) e cheio de animais, que descia do céu e vinha para a terra, quer dizer, para o terraço da casa onde ele estava. O lençol continha todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu (v. 12). As aves poderiam ter voado, mas ficaram aos pés do apóstolo. Eram animais domésticos e selvagens. Não havia peixes do mar, porque não havia nada neles que fosse particularmente impuro, mas se podia comer todos aqueles que possuíssem barbatanas e escamas. Certos estudiosos entendem que este grande lençol cheio representa a igreja de CRISTO. Ela desce do céu, o qual foi aberto não apenas para que ela descesse (Ap 21.2), mas para que recebesse as almas e as enviasse para cima. O grande lençol estava atado pelas quatro pontas (4 evangelhos?) para receber as pessoas de todas as partes do mundo que desejassem fazer parte dela, para reter e manter com segurança os que fossem recebidos e para que não se desviassem. Nela temos indivíduos de todos os países, nações e línguas, sem distinção de grego ou judeu, ou desvantagem para bárbaro ou cita (Cl 3.11). A rede do evangelho inclui todos, maus e bons, aqueles que anteriormente eram limpos e imundos.


4. Uma voz do céu ordenou Pedro servir-se desta abundância e variedade que DEUS lhe enviara: “Levanta-te, Pedro! Mata e come (v. 13) sem fazeres diferenciação entre animais limpos e animais imundos. A distinção entre alimentos que a lei determinava tinha o propósito de dar aos judeus alimentação saudável, diferente das que os gentios tinham como normal. Por exemplo: o peixe sem escamas e sem barbatanas se alimenta de coisas mortas que caem nas águas, por isso, proibido para os judeus. Porém aqui DEUS quer que Pedro considere todas iguais porque DEUS as santificou para ele comer (significando que DEUS quer que todos sejam salvos, tanto judeus quanto gentios).


5. Pedro se manteve firme aos seus princípios e de modo nenhum daria atenção ao impulso, embora estivesse com fome: De modo nenhum, Senhor (v. 14). A fome abre caminho por paredes de pedra, mas as leis de DEUS devem nos servir de cerca mais forte que paredes de pedra, não se podendo abri-las com facilidade. Ele permanecerá fiel às leis de DEUS, mesmo tendo uma contraordem dada por uma voz do céu que se restringiu a estas poucas palavras: Mata e come (v. 13). Para Pedro era um comando de prova para verificar se ele se manteria firme à palavra mais segura, ou seja, a lei escrita. Neste caso, sua resposta foi muito boa: De modo nenhum, Senhor. Não devemos argumentar com tentações para comer o fruto proibido, mas sim rejeitá-las peremptoriamente. Temos de espantar esse pensamento com: De modo nenhum, Senhor. A razão que Pedro dá é: “Porque nunca comi coisa alguma comum e imunda (v. 14). Até hoje, tenho mantido minha integridade nesta questão, e assim permanecerei”. Se até agora DEUS, por sua graça, nos tem guardado de pecados medonhos e repulsivos, devemos usar isto como argumento para nos abstermos de toda aparência do mal (1 Ts 5.22). Sua consciência lhe testificava que ele nunca satisfizera seu apetite com comida proibida.


6. DEUS, novamente pela voz do céu, proclamou a revogação da lei neste caso: Não faças tu comum ao que DEUS purificou (v. 15). Quem faz a lei pode alterá-la quando quiser e trazer de volta a questão ao seu estado primitivo, pois nesse caso era uma preparação para Pedro entrar na casa de Cornélio. Uma alegoria. DEUS diz para Pedro não fazer comum ou imundo ao que DEUS declarou purificado. Note que devemos receber como grande misericórdia que, pelo evangelho de CRISTO, estamos livres da distinção de pessoas. Agora toda criatura de DEUS é boa, e não há nada que rejeitar sendo recebido com ações de graças (1 Tm 4.4).


7. Aconteceu isto por três vezes (v. 16). O grande lençol foi içado e logo descido mais duas vezes, em cada vez ocorrendo a mesma ordem para Pedro: Mata e come (v. 13), e pela mesma razão: Não faças tu comum ao que DEUS purificou (v. 15). Mas não sabemos se a recusa de Pedro foi repetida na segunda e na terceira vez. A visão tripla de Pedro, como o sonho duplo de faraó, visava a mostrar que a coisa era certa (Gn 41.32) e lhe prender toda atenção. As instruções que recebemos nas coisas de DEUS, quer ouvindo a pregação da palavra, ou olhando os sacramentos, precisam de ser repetidas com frequência: Mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra (Is 28.10). Mas, por fim, o vaso tornou a recolher-se no céu (v. 16). Os estudiosos que entendem que este vaso representa a igreja, incluindo judeus e gentios, como o vaso incluía seres limpos e imundos, afirmam que significa muito habilmente a admissão dos gentios crentes na igreja e também no céu, na Jerusalém de cima. JESUS abriu o Reino dos Céus para todos os que crêem.

A providência que muito convenientemente explicou esta visão, e mostrou a Pedro sua intenção (vv. 17,18).  O que JESUS fazia, Pedro não sabia então (Jo 13.7). Pedro duvidou entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto (v. 17). Não havia razão para ele duvidar da verdade da visão, visto que era uma visão celestial. Sua dúvida girava em torno do significado da visão. Note que JESUS se revela ao seu povo por etapas, gradualmente, e não de uma vez. Ele deixa que os seus fiquem duvidando por algum tempo, meditando sobre isso ou aquilo e discutindo de um lado para outro em seus pensamentos, antes de Ele mesmo os esclarecer.  Pedro logo saberá de tudo, pois eis que os varões que foram enviados por Cornélio (v. 17) haviam acabado de chegar a casa e estavam parados à porta, perguntando [...] se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali (v. 18). A incumbência desses varões explicará o significado da visão de Pedro. Note que DEUS sabe os serviços que temos de fazer futuramente e nos prepara. Nós entenderemos bem o significado do que Ele nos ensinou quando tivermos a oportunidade de usar esses ensinamentos.


3.    A urgência da pregação do Evangelho    -   A Escritura salienta que DEUS não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; 2 Cr 19.7; Jó 34.19; Rm 2.11; Cl 3.25; 1 Pe 1.17). Ele não julga a favor de alguém por causa de vantagem externa alheia aos méritos da causa. DEUS nunca perverte o julgamento por respeito ou considerações pessoais, nem favorece o homem mau em uma coisa má por causa da sua beleza, estatura, país, ascendência, parentela, riqueza ou honra no mundo. DEUS, como benfeitor, favorece arbitrariamente e por soberania (Dt 7.7,8; 9.5,6; Mt 20.10), mas, como juiz, Ele não dá a sentença, pois em qualquer nação e em qualquer denominação, aquele que [...] teme a DEUS e faz o que é justo, esse lhe é agradável (v. 35). 

Isso pode ser entendido assim: DEUS nunca justificou e salvou nem justificará e salvará um judeu ímpio que viveu e morreu impenitente, mesmo que fosse da descendência de Abraão (Rm 9.7) e hebreu de hebreus (Fp 3.5), e tivesse todas as honras e vantagens pertinentes à circuncisão. Ele retribuirá indignação e ira, [...] tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu, cujos privilégios e religião em vez de protegê-lo do juízo de DEUS, agravam-lhe a culpa e a condenação (veja Rm 2.3,8,9,17). Embora DEUS tenha favorecido os judeus acima dos outros povos com a honra de pertencerem à igreja visível, Ele não aceitará ninguém que se entregue à imoralidade que contradiga o que tal indivíduo professe; e particularmente na perseguição, que agora era, mais que qualquer outro, o pecado nacional dos judeus.


 DEUS nunca rejeitou ou recusou nem nunca rejeitará ou recusará um gentio justo, que, mesmo não tendo os privilégios e vantagens de que os judeus dispõem, como Cornélio, teme a DEUS, adora-o e faz o que é justo (v. 35), a saber, é justo e caridoso para com todos os homens e vive segundo a luz que tem em suas práticas religiosas sinceras e em seu intercâmbio social regular. Seja qual for a nacionalidade do gentio, mesmo sendo de parentesco bem distante da descendência de Abraão, tendo caráter vil e até má reputação, isso não lhe estará em detrimento. DEUS julga os homens pelo coração, não por sua nacionalidade ou ascendência. Sempre que Ele encontrar um homem sincero, DEUS se mostrará um DEUS sincero (Sl 18.25). 

Veja que temer a DEUS e fazer o que é justo são duas coisas que têm de estar juntas (v. 35). Como a justiça para os homens é um ramo da verdadeira religião, assim a religião para DEUS é um ramo da justiça universal. A religiosidade e a justiça têm de estar juntas, e nem uma das duas desculpará a falta da outra. Mas não há dúvida de que o homem em quem predominam estas duas qualidades agrada a DEUS. Não é que todo homem, desde a queda, possa obter o favor de DEUS que não pela mediação de JESUS CRISTO e pela graça de DEUS nele. Mas os que não têm o conhecimento de JESUS, e, portanto, não podem lhe dar a devida consideração, ainda podem receber a graça de DEUS, temer a DEUS e fazer o que é justo. Sempre que DEUS dá graça para isso, como deu para Cornélio, Ele deseja, por meio de CRISTO, aceitar a obra de suas próprias mãos. 

(1) Esta sempre foi uma grande verdade antes de Pedro a reconhecer: DEUS não faz acepção de pessoas (v. 34). Desde o princípio, era uma lei fixa de julgamento: Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado e o seu castigo jazem à porta (Gn 4.7). No grande Dia, DEUS não perguntará de que país os homens são, mas o que eram, o que fizeram e como foram afetados com relação a Ele e ao próximo. Se as características dos homens não estabeleceram vantagem nem desvantagem concernente à grande diferença que existia entre os judeus e os gentios, muito menos o faria qualquer diferença menor de sentimentos e práticas que haja entre os cristãos, quanto a questões de alimentos e dias (Rm 14.1-23). É certo que o Reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO, e quem nisto serve a CRISTO agradável é a DEUS e aceito aos homens (Rm 14.17,18).



                II.    A SALVAÇÃO DOS GENTIOS 

1.     Pregação aos gentios    -    Temos aqui o sermão que Pedro pregou para Cornélio e seus familiares e amigos, quer dizer, um resumo do sermão, pois é lógico que ele lhes testemunhou e os exortou com muitas outras palavras. A frase: E, abrindo Pedro a boca (v. 34), deixa implícito que ele se expressou com muita reverência e profundidade, ao mesmo tempo com plena liberdade e grande fluência. Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, disse Paulo (2 Co 6.11). “Vós nos achareis comunicativos, se nós vos acharmos questionadores.” Até este ponto da história da Igreja, a boca dos apóstolos esteve fechada para os gentios incircuncisos, pois eles não tinham nada a lhes dizer. Mas agora, DEUS deu aos apóstolos, como deu a Ezequiel, autoridade para abrir a boca (Ez 29.21). 

O sermão de Pedro é admiravelmente adequado às circunstâncias daqueles a quem ele o pregava. Era um sermão novo. Pela razão de serem gentios aqueles a quem Pedro pregava, ele mostra que, a despeito disso, eles estavam interessados no evangelho de CRISTO (o qual ele era obrigado a pregar) e tinham direito aos seus benefícios em condições iguais aos judeus. Era necessário que este quesito ficasse claro, caso contrário com que bem-estar ele poderia pregar ou eles ouvirem? O apóstolo estabelece este ponto como princípio incontestável: DEUS não faz acepção de pessoas (v. 34), ou, como diz a frase em hebraico: “DEUS não conhece favor em julgamento”, algo que os magistrados são proibidos de fazer (Dt 1.17; 16.19; Pv 24.23) e culpados por fazer (Sl 82.2).


2.    A conversão dos gentios    -   Por que Cornélio e seus familiares e amigos têm de crer em JESUS. A fé tem referência a um testemunho, e a fé cristã é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas (Ef 2.20), é edificada sobre o testemunho dado pelos apóstolos e pelos profetas. (1) Pelos apóstolos. Pedro, como primeiro entre os apóstolos, fala pelos demais dizendo que DEUS os mandou e os encarregou de pregar ao povo e testificar (v. 42) acerca de JESUS, para que o testemunho fosse crível e autêntico, e no qual pudéssemos aventurar-nos a aceitar. O testemunho dos apóstolos é o testemunho de DEUS. Eles são suas testemunhas para o mundo. Eles não somente transmitiram a mensagem como notícia, mas testemunharam como algo publicamente conhecido e pelo qual os homens serão julgados.

 (2) Pelos profetas do Antigo Testamento, cujo testemunho de antemão, não só concernente aos sofrimentos de JESUS, mas também relativos ao desígnio e intenção desses sofrimentos, confirma sem sombra de dúvida o testemunho que os apóstolos deram a respeito deles: A este dão testemunho todos os profetas (v. 43). Temos razão para supor que Cornélio e seus familiares e amigos não desconheciam os escritos dos profetas. Da boca destas duas nuvens de testemunhas, que com tanta exatidão concordam entre si, esta palavra é confirmada (Mt 18.16).2. O que Cornélio e seus familiares e amigos têm de crer concernente a JESUS. (1) Que todos nós prestemos contas a JESUS como nosso Juiz. Os apóstolos foram ordenados a testemunhar ao mundo que este JESUS foi constituído [...] por DEUS [...] juiz dos vivos e dos mortos (v. 42). 

Ele foi autorizado a prescrever as condições de salvação, por cujas normas devemos ser julgados, a dar leis para os vivos e os mortos, tanto aos judeus quanto aos gentios. Ele foi nomeado a determinar a situação eterna de todos os filhos dos homens no grande Dia, dos que então estiverem vivos e dos que então serão ressuscitados. Ele nos deu certeza dessa realidade, ressuscitando-o dos mortos (Atos 17.31), de forma que é de suma importância que cada um de nós, na certeza disso, busque o favor de JESUS e o faça seu amigo. (2) Que se nós crermos em JESUS seremos todos justificados por Ele como nossa justiça. Os profetas, quando falaram da morte de JESUS, estavam testemunhando que, pelo seu nome, por Ele e por conta do seu mérito, todos os que nele crêem, judeus ou gentios, receberão o perdão dos pecados (v. 43). 

Esta é a essência de que precisamos, sem a qual estamos perdidos, sobre a qual a consciência convencida tem curiosidade em saber, da qual os judeus segundo a carne se asseguram pelos seus sacrifícios e purificações cerimoniais e até os pagãos pelas suas expiações; mas é tudo vão! O cerne da questão é que o perdão dos pecados tem de ser somente pelo nome de JESUS CRISTO e somente por quem crê nesse nome. Os que crêem no nome de JESUS CRISTO têm a firme certeza de que os pecados são perdoados e que não há condenação para eles. O perdão dos pecados estabelece a fundação para todos os outros favores e bênçãos, removendo do caminho o que os impede. Se os pecados estão perdoados, então tudo está bem e terminará bem para sempre para os que se arrependem e se entregam a DEUS, crendo em JESUS coo único salvador e senhor.



                    III.     O ESPÍRITO DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS 

1.    O Espírito prometido    -    O Espírito foi derramado sobre os gentios enquanto Pedro ainda pregava a Palavra. Um sinal notório serviu de evidência para os crentes judeus presentes que vieram com Pedro de que a salvação, de fato, fora dada aos gentios. Eles haviam recebido o Espírito Santo. Eles também os ouviram falar em outras línguas e magnificar a Deus. Fica evidente que esses crentes nessa época consideravam o fenômeno do falar em línguas como a evidência do batismo pentecostal.


2.    O Espírito recebido    -     Convém destacar que o falar em línguas em Atos (2.4; 10.46; 19.6) é o mesmo em natureza e essência daquelas faladas em 1 Coríntios (14.2,4,5,13,14), porém diferindo no seu propósito. Na ocorrência de Atos 2.4, foram reconhecidas pelos presentes, mas isso não aconteceu com as línguas de Atos 10.46 e em 1 Coríntios, que, neste último caso, precisavam de interpretação para serem entendidas. Assim, as línguas são sempre espirituais, uma vez que são inspiradas pelo Espírito Santo, podendo, dessa forma, ser conhecidas por quem ouve e desconhecidas para quem fala ou desconhecidas para quem ouve e para quem fala, a menos que haja interpretação. A razão de que essas línguas são sempre espirituais está no fato de que o falante de línguas deve orar para interpretá-las, e não estudar como se requer de um aprendiz de idiomas (1 Co 14.13). Assim, em Corinto, por haver indoutos e descrentes no culto, havia a necessidade de alguém, também movido pelo Espírito, interpretar as línguas que estavam sendo faladas. 

Todavia, em uma reunião de caráter privativo, como a que aconteceu na casa de Cornélio em Cesareia, isso não era necessário. Dizer que as línguas em Atos eram autênticas por tratar-se de idiomas reais e, em Corinto, um falar “extático” sem sentido algum porque não eram compreendidas não tem fundamentação. Quem pensa assim desconsidera, por exemplo, o alto conceito que Paulo tinha sobre o fenômeno glossolálico em 1 Coríntios 12—14. Paulo  afirmou que as línguas em Corinto permitiam a quem falava comunicar-se diretamente com Deus (1 Co 14.2), trazendo, dessa forma, edificação ao falante; edificava a quem ouvia quando interpretadas (1 Co 14.5); e engrandeciam a Deus como expressão de louvor (1 Co 14.14-17). O próprio Paulo era grato a Deus por falar línguas em abundância (1 Co 14.18).


3.    Um pentecostes "visto" e "ouvido"    -    Que o fato que encerrou o caso foi o derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre os ouvintes gentios, o batismo com o ESPÍRITO SANTO, com a evidência do falar em línguas. Foi o que completou a evidência de que era a vontade de DEUS que Ele trouxesse os gentios em comunhão. [1] O fato era claro e inegável: “Quando comecei a falar” (v. 15) (talvez com certa relutância secreta no peito, duvidando se ele estava no direito de pregar para incircuncisos), “logo caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO em sinais tão visíveis como também sobre nós ao princípio, no que não poderia haver falácia”. Assim DEUS atestou o que foi feito e expressou sua aprovação. Essa pregação é correta, pois o ESPÍRITO SANTO foi derramado. 

O apóstolo supõe esta verdade, quando argumenta com os gálatas: Recebestes o ESPÍRITO pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gl 3.2). [2] Com esse fato, Pedro lembrou-se de uma declaração do Mestre (Atos 1.5), quando ele estava a ponto de ascender aos céus: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO (v. 16). Isto dá a entender, em primeiro lugar, que o batismo com o ESPÍRITO SANTO era o dom de CRISTO, e o produto e cumprimento da sua promessa, a grande promessa que Ele deixou com os discípulos quando Ele foi para o céu. Era-lhe indubitável que esse dom viesse; e que e enchimento deles com o ESPÍRITO SANTO era feito e obra de CRISTO. Como fora prometido por sua boca, assim foi executado por sua mão, sendo símbolo do seu favor.

 Em segundo lugar, que o dom do ESPÍRITO SANTO era o batismo com o ESPÍRITO SANTO que receberam de maneira mais excelente do que os que foram batizados nas águas. [3] Comparando esta promessa do Mestre (v. 16), assim redigida, com o dom que acabou de ser ofertado, quando foi levantada a questão se estas pessoas deveriam ou não ser batizadas, Pedro concluiu que a questão foi levantada pelo próprio CRISTO: “Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom (batismo com o ESPÍRITO SANTO) que a nós (v. 17), judeus, e a nós nos dias de hoje, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO, bem como a eles quando creram também nele, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS? Poderia eu recusar batizar com água aqueles a quem DEUS batizara com o ESPÍRITO SANTO? Poderia eu negar o sinal a quem o Senhor JESUS CRISTO dera a coisa significada? Mas quanto a mim, quem era [...] eu? Quê! Eu posso interditar a ação de DEUS? Cabe a mim controlar a vontade divina ou opor-me às deliberações celestiais?” Note que as pessoas que impedem a conversão das almas estão resistindo a DEUS. E as pessoas encarregam-se com muita responsabilidade tramando como excluir da comunhão as almas que DEUS aceitou em comunhão com Ele.





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)