Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel." (Rt 4.4)
VERDADE PRÁTICA
Conhecidas ou anônimas, muitas mulheres foram fundamentais no plano divino de redenção da humanidade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Rt 4.13-22; Et 7. 1-7
INTRODUÇÃO
Nesse espectro da história feminina na Bíblia, o livro de Rute brinda-nos com o exemplo de Noemi e da moça moabita que dá nome ao livro. Como as mulheres sábias de nossos dias e de todos os tempos, essas personagens tiveram a graça de viver livres dos traumas que os conflitos mentais, verbais e físicos produzem na nefasta arena da “guerra dos sexos”. Noemi e Rute inspiram as mulheres que não dão palco para a luta inglória do feminismo, que impõe comportamentos que só servem para desgastar e deformar a figura da mulher, roubando dela a verdadeira beleza (moral e física), as ternas e duradouras alegrias da vida — como o casamento e a maternidade — e o prazer de servir a Deus, produzindo, como consequência da sua rebeldia, incalculáveis prejuízos para as estruturas sociais como um todo, incluindo as comunidades cristãs, que são as igrejas locais de todos os continentes.
Esse tom inspirativo está presente também no livro de Ester, que nos reserva um drama empolgante. Nele, vemos, pela fé, a mão do Deus Todo-poderoso agindo na História de maneira absolutamente precisa, usando principalmente uma mulher. A vida de Ester, uma moça judia nascida na Babilônia no tempo do cativeiro, órfã de pai e mãe, inspira-nos a todos — especialmente as mulheres —, com o seu exemplo de obediência, superação, pureza e coragem. O Senhor continua à procura de homens e mulheres que possa usar para cumprir os seus extraordinários e eternos propósitos.
Cronologicamente, a história de Rute está inserida na grande narrativa do livro de Juízes. A história encaixa-se entre alguns dos seus capítulos. Já o texto de Ester trata de fatos ocorridos entre os capítulos 6 e 7 do livro de Esdras, compondo a literatura pós-exílica. Apesar dessa conexão cronológica, Rute e Ester são livros específicos e autônomos que, todavia, precisam ser estudados levando-se em conta o contexto da história sagrada em que estão inseridos.
O Período dos Juízes
Já no primeiro versículo de Rute, o leitor é situado com o tempo e o lugar dos fatos. A narrativa é linear e passa-se em Belém, na Judeia (atual Cisjordânia), e em Moabe (atual Jordânia) nos dias dos juízes (cf. Rt 1.1). Cronologicamente, o período dos juízes vai de aproximadamente 1375 a 1050 a.C., situando-se entre a morte de Josué e a coroação do rei Saul.
Ester e o Pós-Cativeiro Babilônico
Era por volta do ano 483 a.C. O cativeiro babilônico, profetizado por Jeremias para durar setenta anos (Jr 25.11), havia terminado em 539 a.C., quando Ciro, o persa, derrotou o Império Babilônico e permitiu o retorno dos judeus exilados (cf. Ed 1.1-3). Donald Stamps (2009, p. 709) também nos dá uma surpreendente informação quanto à disparidade entre o número de judeus exilados que viviam na Babilônia e o grupo que atendeu à convocação para reconstruir Jerusalém.4 Segundo esse reconhecido comentarista pentecostal, os exilados judeus eram “um milhão ou mais”, o que faz concluir que apenas 5% aceitou o grande desafio de deixar o conforto da vida nas grandes cidades babilônicas, agora sob domínio persa, e enfrentar a longa e penosa viagem de volta (cerca de 1.500 km) até à capital de Judá, com o grande desafio de reconstruir uma cidade destruída e totalmente desolada.5 É essa geração conformista que enfrentará mais de perto o terrível drama da ameaça de extermínio narrado no livro de Ester. Os persas eram conhecidos por assegurarem a liberdade religiosa e até incentivarem a prática dos diversos cultos dos povos dominados.
Rute e Ester: Uma Síntese Biográfica
Como já observado, os contextos geográficos e históricos da vida de Rute e Ester são muito diferentes, assim como as circunstâncias que ambas enfrentaram. De um lado, temos uma moabita que decidiu viver como camponesa em Belém; de outro, uma órfã judia que se tornou rainha. O que há de comum entre Rute e Ester são as suas virtudes espirituais e morais. Ambas expressam fé, convicção, humildade, coragem, obediência, simplicidade, pureza, abnegação, temor a Deus e disposição de servir. Por isso, foram fundamentais para a preservação do povo judeu, a descendência piedosa de Abraão. As duas continuam sendo exemplos de profunda inspiração para todos que desejam agradar ao Senhor e viver para a sua glória (Sl 147.11; 1 Co 10.31; Hb 11.6).
I. RUTE: UMA MULHER IMPORTANTE PARA A LINHAGEM DE DAVI
1. Uma moabita - Os moabitas foram hostis a Israel desde os dias de Balaque, o rei que contratou Balaão, o sacerdote-adivinho, no afã de que amaldiçoasse a nação hebreia (Nm 22.1-6). Mais tarde, as filhas dos moabitas foram instrumento de sedução para levar os homens de Israel ao pecado sexual e à idolatria, o que resultou na morte de 24 mil israelitas (Nm 25.1-9). No entanto, vemos a grande imagem da misericórdia e da graça através do caráter de Rute. Vemos uma mulher que se afastou da cultura em que cresceu para seguir o único Deus verdadeiro. Ela foi abundantemente abençoada por sua fidelidade em seguir o Senhor. Ela estava entre aqueles da linhagem familiar de Jesus listados em Mateus 1. Podemos aprender com Moabe que ninguém está preso em seu pecado. Mesmo que vivamos em uma cultura idólatra e contrária a Deus, como Rute, podemos dar um passo à frente e confiar em Jesus. Nós como os moabitas também somos pecadores merecedores de castigo, porém, por meio de Jesus, temos a esperança da redenção.
2. A família belemita - Sob a ótica divina, contudo, era o desenvolvimento de mais uma importantíssima fase do plano eterno de redenção da humanidade. Prometido ainda no Éden (Gn 3.15), esse plano importava na preservação de uma geração piedosa, iniciada em Abraão (Gn 12.1-3) e que prosseguia através da tribo de Judá, de onde viria o Messias, o Salvador (Mq 5.2; Ap 5.5). A narrativa contida em Rute 1 parece indicar apenas a introdução de mais uma história familiar comum. Mesmo habitando em Belém, a “casa do pão”, a fome que assolava a terra fez Elimeleque decidir peregrinar nos campos de Moabe, o que expõe, em princípio, um inexplicável contraste. O povo que recebera as promessas de todas as bênçãos divinas (Dt 28.1-14) agora precisava buscar refúgio nas terras de um povo idólatra e impuro, que sequer seria admitido na congregação de Israel (Dt 23.3). Essa intrigante decisão, contudo, preparou o cenário para a mudança da história de vida de uma despretensiosa moça moabita, Rute.
3. Matrimônio e maternidade - Em Moabe, morre Elimeleque, ficando a viúva Noemi e os seus filhos Malom e Quiliom (1.2). Algum tempo depois, Malom, o primogênito, casa-se com Rute (1.4; 4.10), e o mais novo, Quiliom, casa-se com Orfa. Ao fim de quase dez anos, também morreram Malom e Quiliom (1.4,5). Viúva e sem filhos, Noemi decide voltar a Belém, motivada pela notícia de que a fome havia acabado na sua terra (1.6). Embora pudesse permanecer em Moabe — como decidiu Orfa, viúva de Quiliom —, Rute escolhe vir com a sua sogra, declarando a sua fé no Deus de Israel (1.16). A história de Rute em Belém será desenvolvida ao longo dos capítulos e versículos do livro, como veremos nesta obra. Nesta síntese biográfica, convém apenas dizer que o ápice da história acontecerá com dois eventos que foram fundamentais para que o propósito de Deus fosse consumado na vida dessa moabita.
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II. ESTER: A MULHER QUE AGIU PARA A SOBREVIVÊNCIA DOS JUDEUS
1. De Belém para Susã - De Belém, na Judeia, as Escrituras transportam-nos para Susã, na Pérsia (atual Irã), para conhecermos a história de outra destemida jovem mulher, Ester, que também foi usada providencialmente por Deus para a preservação de Israel. Orfã de pai e mãe, ela poderia entregar-se à angústia e enveredar por caminhos de rebeldia. Contudo, o que temos é um extraordinário exemplo de obediência, serenidade, sabedoria, pureza e coragem. Ester foi criada pelo primo, Mardoqueu (Et 2.5-7,15), e tornou-se rainha num ato de providência divina. No palácio, aceitou o desafio de ser um instrumento divino para salvar o seu povo, os judeus, da grande matança decretada pelo rei Assuero.
2. De órfã a rainha - Com a tomada de Babilônia, os persas adotaram a cidade de Susã, no antigo Elão, como uma das capitais do novo império (Et 1.1,2). Outras cidades importantes existiam na época, destacando-se Ecbatana (na Média), Pasárgada e Persépolis (na Pérsia) — todas, agora, com palácios reais persas, além da própria Babilônia. Tais cidades eram, provavelmente, consideradas capitais. Susã era a capital de inverno, embora tanto no livro Neemias (Ne 1.1,2) quanto em Ester, observa-se, aparentemente, a permanência do imperador por anos seguidos habitando no mesmo palácio, excetuando os tempos de guerra, como a campanha de Assuero contra a Grécia, que durou cerca de quatro anos, terminando no ano 480 a.C., com a destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, conforme narra Heródoto (485–425 a.C.) no seu livro História.
3. No campo ou no palácio - As lições espirituais que podemos extrair dos livros de Rute e de Ester apontam para o valor da confiança no cuidado e na precisa providência de Deus em favor dos que nEle confiam e esperam (Is 64.4).
Ester deu outro exemplo importante de contrição, como intercessora pelo povo judeu perante o rei Assuero. Mas antes disso, ela buscou e humilhou-se com jejum diante de Deus, o Rei dos reis, a fim de abençoá-la na sua causa (Ester 4:16). Lição: Ester mostrou que vale a pena pagar o preço pela vida, salvação e livramento do nosso povo. Ore jejue e interceda pela sua família, amigos, vizinhos, etc. Busque a Deus pela transformação da sociedade e para salvação de todos que estão à sua volta.
Principais características de Rute
- Temente a Deus – seu amor a Deus se refletiu numa vida de amor a dedicação a Noemi e sua nova família
- Corajosa – Rute deixou sua família e tudo que conhecia para fazer o que era certo
- Leal – Rute nunca abandonou Noemi, mesmo quando não tinha obrigação de ficar com ela
- Trabalhadora – seu trabalho árduo e honesto ganhou o respeito de todos que a conheciam
- Respeitadora – Rute ouvia e seguia os conselhos de Noemi e Boaz, que eram mais velhos e mais experientes
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III. MULHERES DE DEUS COMO PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA
1. O protagonismo feminino - Rute e Ester agiram como mulheres de Deus e foram protagonistas da história sem alterarem em nada os seus papéis. Ao longo das suas histórias, veremos o quanto elas souberam compreender o padrão de comportamento que lhes era adequado. Assim como elas, inúmeras outras mulheres têm sido poderosamente usadas por Deus para fins extraordinários em todos os tempos. O que não se vê em qualquer dos exemplos da Bíblia é a inversão dos papéis, como as ideologias progressistas pretendem impor atualmente.
2. Cumprindo os papéis - As mulheres que agradam a Deus são as que sabem cumprir o seu papel de forma prática, não se enveredando pelo ativismo, sonhos de empoderamento ou falsas facilidades de realização pessoal. Elas sabem ser mulheres da vida real, como Rute e Ester. Não foi o acaso que fez com que Rute alcançasse o favor divino, tornando-se integrante da linhagem de Davi.
Rute surpreende-nos pela sua escolha deliberada e desinteressada de acompanhar Noemi em seu regresso a Israel. Ela não ganharia nada com isso, pelo contrário, iria ser estrangeira numa terra desconhecida, e ter no seu encargo a responsabilidade de uma mulher idosa. Mas Rute não pensou nisto. Ela, com amizade e altruísmo, prontamente cuidou de Noemi como se fosse sua própria mãe, mostrando bondade e amor genuíno por sua sogra. Rute e sua sogra Noemi são exemplos de mulheres que superaram a dor da perda e, por fim, voltaram a sentir alegria de viver. Depois de todo sofrimento pelo qual passaram, a fidelidade e afeição dessas mulheres nos encorajam a ter uma vida altruísta, pautada no amor e na amizade verdadeira.
3. Educação familiar - Ester é um grande exemplo disso, pois Deus a colocou na posição de rainha com um propósito que inicialmente ela mesma desconhecia, mas seguiu obediente sem questionar a vontade de Deus, nem as circunstâncias que lhe foram aparecendo em seu caminho, assim ela foi uma importante intercessora para salvar seu povo.
Então confie nos planos que Deus tem reservado para você, não duvide ou questione, mas acredite acima de tudo. E que a sua vida possa também ser usada para abençoar outras pessoas e que as obras dEle possam ser realizadas através de você!
TENHA SABEDORIA E BUSQUE AO SENHOR
Uma das virtudes mais admiráveis de Ester é a sua sabedoria diante das situações mais difíceis de sua vida. Ela nos ensina a não entrar em desespero por conta das adversidades e problemas, como também nos mostra que não devemos agir por impulso ou sem pensar nas consequências. Assim como Ester, tenha sabedoria e calma na hora de pensar, falar e tomar atitudes, busque ao Senhor e sua resposta divina antes de tomar decisões. Saiba que sempre poderá encontrar a Deus através da Palavra, como também em orações e jejuns.
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.
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