Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos, o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." (Fp 3.20)
VERDADE PRÁTICA
A cidade celestial é o alvo de toda a nossa jornada que iniciou com o Novo Nascimento e se consumará com a entrada pelos portões celestiais.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ap 21.9-14; 22.1-5
INTRODUÇÃO
O destino final da jornada do peregrino que vive neste mundo é o Céu de glória. Paulo esclarece que o nosso alvo é a Cidade Celestial, por isso disse: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20, ARA). Ao falarmos sobre a Cidade Celestial, abordamos um tema que se firma por meio da revelação de Apocalipse 21, no qual se trata da Nova Jerusalém, que é descrita como a cidade do destino e morada de todos os crentes que viveram neste mundo com os olhos firmados em Cristo e suas promessas, como Ele mesmo falou: “[...] vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2). Quando Jesus voltar, nessa sua Segunda Vinda, Ele nos levará para a nossa Cidade Celestial e ali estaremos para sempre com o Senhor (1 Ts 4.17). Essa Cidade Celestial é descrita por João com uma beleza sem igual. Nela, Jesus será a grande luz, de modo que não precisará nem do Sol e nem da Lua, pois para sempre Deus estará nela e conosco. Lá, a cura do corpo e da alma será completa, razão por que se fala da árvore da vida. Na Cidade Celestial, viveremos para sempre sem qualquer pecado, pois nela não entrará coisa imunda (Ap 21.15); ela é santa e dos santos. Portanto, são todas essas grandiosas bênçãos que os salvos em Cristo desfrutarão quando chegarem à Cidade Celestial. Desde agora podemos antever tudo isso pelos olhos da fé e ver o quanto será maravilhoso quando atravessarmos o Jordão e entrarmos no Céu, grande gozo sentirão os redimidos. Na verdade, podemos asseverar que, ao lermos o Livro do Apocalipse, ainda que tenha seus aspectos simbólicos e poéticos, o que gera diversas interpretações hermenêuticas, somos conscientes de que tudo se tornará realidade, pois foi o que Cristo nos prometeu (Mt 8.11).
I. O PARAÍSO ETERNO
1. O que é o Paraíso? - A palavra paraíso no Antigo Testamento vem do hebraico pardes. Dependendo da tradução bíblica, essa palavra foi traduzida como “bosque”, “jardim”, “mata” ou “pomar”. Essa palavra é derivada de uma antiga palavra persa para “jardim cercado”. Essa palavra hebraica para paraíso aparece originalmente no Antigo Testamento apenas em três ocasiões (Neemias 2:8; Eclesiastes 2:5; Cantares 4:13). Mas em todas elas seu significado indica literalmente um jardim ou pomar. O Jardim do Éden sempre foi considerado como o primeiro paraíso. Por esse motivo a Septuaginta traduz sua designação hebraica com a palavra grega paradeisos, que literalmente significa “paraíso”. Mas curiosamente a palavra paraíso jamais é aplica no Antigo Testamento no sentido escatológico, isto é, como designação da morada do povo de Deus após a morte (estado intermediário) ou após a ressurreição (estado eterno).
No Novo Testamento a palavra paraíso traduz o grego paradeisos. Assim como no Antigo Testamento, essa palavra também ocorre somente três vezes (Lucas 23:43; 2 Coríntios 12:4; Apocalipse 2:7). Mas em todas essas ocorrências a palavra paraíso é usada no sentido escatológico, seja em seu estado intermediário, seja em seu estado final.
O Senhor Jesus Cristo usou essa palavra enquanto estava crucificado (Lucas 23:43). Ele disse ao ladrão que naquele mesmo dia eles estariam juntos no paraíso. Obviamente então o significado de paraíso nesse contexto implica no lugar de bem-aventurança para onde vão as almas dos redimidos imediatamente após a morte. A segunda aplicação da palavra paraíso no Novo Testamento foi feita pelo apóstolo Paulo. Falando na terceira pessoa, ele diz ter tido uma experiência de ser arrebatado até o paraíso. Lá ele ouviu palavras inefáveis que não lhe foi permitido repetir (2 Coríntios 12:2-4). Nesse caso novamente a palavra paraíso significa o céu com sua glória. Esse é o local da morada de Deus juntamente com seus anjos e com os santos que já morreram. Na mesma passagem o apóstolo usa a expressão “terceiro céu” como sinônimo de paraíso.
No livro do Apocalipse está a única passagem bíblica em que a palavra paraíso é aplicada como referência principal ao lugar preparado por Deus para o seu povo após a consumação dos séculos (Apocalipse 2:7). Essa passagem traz a maravilhosa promessa de que Cristo dará de comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus ao que vencer. Esse texto fala das bênçãos da salvação em toda sua plenitude, quando Deus habitará com seu povo por toda eternidade.
2. O que é a Cidade Eterna? - Ela é a Nova Jerusalém mencionada por João em Apocalipse. É nessa cidade eterna que todos os salvos redimidos irão morar quando Jesus vier buscar o seu povo. Essa cidade, à luz de Apocalipse 21, será glorificada, por isso se diz que descerá do Céu. Ela é descrita como maravilhosa e bela, isto é, cheia de glória. Ao fazer menção sobre sua beleza, o autor faz uso de palavras buscando exprimir sua realidade aos mortais, razão pela qual menciona ruas de ouro puro, muralhas de jaspe, adornada de pedras preciosas e de muitas pérolas. Já mencionamos que nessa cidade não haverá necessidade de luz do Sol ou da Lua, pois o Cordeiro será a sua lâmpada e a glória de Deus iluminará. Tais expressões são usadas para deixar claro que nessa cidade não haverá qualquer resquício de escuridão espiritual, pois a luz divina é maior, Jesus Cristo iluminará eternamente. Ao fazer menção aos doze portões da Cidade Eterna, cada um deles nomeando as doze tribos de Israel, João expressa, em seu aspecto simbólico, que por causa do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário, os santos terão acesso a ela (Ap 22.14). Devemos sempre procurar ler e meditar no livro do Apocalipse, pois, ainda que seja um livro poético e simbólico, cremos que seu cumprimento será totalmente literal. Ele nos mostra que a realidade espiritual que há de ser revelada transcende a tudo que possamos imaginar, o que o mortal sem a mente de Cristo jamais compreenderá (2 Co 12.3). Isso está presente nesse último livro para nos inspirar e encorajar a seguir nossa jornada sem temer, pois grandes coisas maravilhosas nos aguardam no futuro. Era a esperança nessa cidade espiritual que estimulava os crentes da Antiga Aliança (Hb 11.14,16), como também os santos da Nova Aliança (Fp 3.20).
3. Quando a eternidade começará? - Deus não tem começo e nem fim; Ele está além do tempo. Por isso é descrito como Alfa e Ômega (Ap 1.8), de modo que jamais um simples ser mortal poderá com seu finito raciocínio falar sobre o começo de Deus, pois sua eternidade está fora de análise no aspecto temporal. Quando nos voltamos para a questão do começo da eternidade, estamos falando sobre isso em relação aos salvos em Cristo e às promessas que Deus tem para eles em relação à sua eternidade, o que envolve a escatologia cristã, tratando do assunto pertinente às últimas coisas. Nós que somos mortais recebemos a imortalidade e uma vida eterna por causa da vida que vivemos em Cristo Jesus, quando a mortalidade não terá mais poder sobre a imortalidade. A nossa imortalidade começou no momento que passamos a estar em Cristo Jesus, recebendo a vida eterna (Jo 5.24), porém, sua concretização se dará no futuro, quando Cristo se manifestar (1 Co 15.53,54). Paulo esclarece isso muito bem em 2 Timóteo 1.10: “[...] e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (ARA).
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II. O ETERNO E PERFEITO ESTADO
1. O estado perfeito à luz da doutrina bíblica - Isso se dará após a vinda do Senhor Jesus. Veja o que João escreve em Apocalipse 20.6:
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos”.
Essa dispensação é conhecida como “milênio” ou a “era do reino”. Nesse tempo, os santos em Cristo receberão a autoridade sobre as nações conforme lemos em Apocalipse 2.26,27:
“Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá…”.
Nestes textos podemos contemplar aquele tempo, em que iremos reinar com nosso Senhor Jesus, quando Ele vier e estabelecer Seu reino aqui nessa terra por um período de mil anos. Ele será o Rei dos reis, porque nós, seremos seus reis sobre os reinos desse mundo. Por isso, o Senhor nos fala de maneira tão clara em Lucas 19, sobre a Parábola das Dez Minas – versículos 11 a 27. Aquele que for fiel no pouco, ainda, mesmo assim, receberá autoridade sobre “dez cidades” – (v.17). Toda ideia de governo que existe nesse mundo, é uma perspectiva de algo mais elevado que existe na mente de Deus. Toda forma de governo que existe, tem sua projeção a partir da mente de Deus. Quando olhamos para o universo, vemos que existe uma forma de governo e de harmonia que sustenta todas as coisas em seus devidos lugares. O universo obedece a uma ordem divina para se manter em seu perfeito estado de funcionalidade indescritível. Esta ilustração do governo de Deus no universo ilustra como no tempo do milênio, Deus trará Seu reino por meio de Cristo, e Ele nos confiará esse reino por um determinado tempo.
2. O estado perfeito à luz de Apocalipse 22.1-5 - (Apocalipse 22:1) As palavras “então ele me mostrou” introduzem uma nova seção. Ainda assim esta seção forma um todo com a anterior, pois ainda trata da cidade. João consegue ver “um rio de água da vida”. Este rio é uma imagem do Senhor Jesus (cf. Ap 21,6). O rio também fala da vida eterna que os filhos de Deus agora já podem desfrutar (João 7:38).
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III. O ESTADO FINAL DE TODOS OS SANTOS
1. O que todo crente salvo deve esperar? - A vitória contra o pecado é uma promessa que o cristão tem da parte de Deus quando submete sua vida às orientações da Palavra, vivendo sob o controle do Espírito Santo (Rm 6.13; Gl 5.16). Esse viver na sujeição do Espírito traz a produção do fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5.22,23). É promessa bíblica também que o crente pode aguardar a participação no Corpo de Cristo quando se arrepende de seus pecados, passando a ser nova criatura (2 Co 5.17). Depois de crer em Jesus Cristo como enviado de Deus, recebendo a vida eterna (Jo 3.16), passando a ter perdão de pecados, comunhão desenvolvida com Cristo pela transformação espiritual, o fruto do Espírito sendo produzido em nossa vida, o desfrutar do gozo da salvação neste mundo, a vitória contra as tentações e o pecado, o viver pela orientação das Escrituras, a participação no Corpo de Cristo, resta tão somente a concretização da glória futura segundo as promessas bíblicas, quando passaremos a viver em um estado de perfeição eternal. É isso que todo crente salvo espera: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3.13; Ap 21.1,27).
2. Viveremos todos em unidade - No futuro, quando Deus por seu poder renovar todas as coisas, isto é, a criação, se realizará uma unidade perfeita, de modo que todos os seus servos o servirão (Ap 22.3). Jesus disse que muitos virão do Oriente e do Ocidente, assentando-se junto à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos Céus (Mt 8.11; Rm 15.9; Lc 13.29; At 10.45). Não importa a cultura, a origem dessas nações, o viver em Cristo desfaz tudo (Gl 3.28), produzindo a mais perfeita unidade, de modo que a reconciliação geral de tudo plenamente se realizará, pois esse é o plano de Deus. Biblicamente falando, no seu aspecto metafórico, entende-se que, ao falar da Nova Jerusalém que desce do Céu, João a descreve como uma cidade, mas está falando da Igreja de Cristo, que é um Corpo que reúne os salvos de todas as nações da terra, os quais foram lavados pelo sangue de Deus (Ap 5.9). Não haverá mais intriga, divisões, contendas ou desavenças, pois o pecado já foi banido e não tem espaço na nova Cidade Celestial. A união será perfeita, sem barreiras culturais e sociais, e todos viverão na comunhão com o Pai Eterno, adorando-o para sempre, pois desde o momento em que fomos salvos, o Senhor nos chamou para a comunhão (1 Co 1.9).
3. Finalmente em casa - A parada final do cristão, depois de concluir sua jornada de fé, é o Céu de glória; essa é a esperança de todos os salvos. Como a Bíblia descreve a eternidade em Apocalipse 21–22, uma nova criação tanto da natureza como da humanidade redimida, um lugar sem dor, pecado, sofrimento ou maldição, mas de vida plena, é o anelo do coração do salvo e promessa de Deus. Quando terminar nossa jornada aqui, viveremos no Céu, onde a presença de Deus será permanente e eterna. Jesus deixou claro que deveríamos viver neste mundo sabendo que a nossa casa eternal é o Céu (Jo 14.1.2). Paulo incentiva os crentes a entender que a sua pátria é o Céu (Fp 3.20). Desejamos o Céu por herança porque, além de ser uma promessa bíblica, a ausência com o amado de nossa alma para sempre será desfeita, pois enquanto estivermos neste corpo estamos separados dEle (2 Co 5.8). Ao chegarmos ao Céu, estaremos finalmente em casa, pois habitaremos para sempre com o Senhor. Ele será o nosso Deus e nós seremos o seu povo (Ap 21.3,4). Quando todos estivermos lá é porque todas as promessas foram cumpridas e as lutas chegaram ao fim, então nos alegraremos e diremos: finalmente chegamos em casa.
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, A Carreira que nos está proposta - Comentarista Pr. Osiel Gomes, Editora CPAD.
https://estiloadoracao.com/paraiso-significado-na-biblia/
https://www.celebrandodeus.com.br/artigo/as-tres-dimensoes-do-reino-de-deus/
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/09/significado-de-apocalipse-22.html#google_vignette
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