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sexta-feira, 5 de julho de 2024

LIÇÃO 02 - O LIVRO DE RUTE.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 



                TEXTO ÁUREO

"E sucedeu que, nos dias em que os Juízes julgavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua mulher, e seus dois filhos." (Rt 1.1)


                VERDADE PRÁTICA

Servir a Deus nos isenta de crises. Em qualquer circunstância, o segredo é permanecer fiel, confiando na providência divina.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: RUTE 1. 1-5



                        INTRODUÇÃO


O livro de Rute está entre Juízes e 1 Samuel. Levando em consideração que o crítico quadro espiritual de Israel retratado em Juízes prolonga-se até os primeiros capítulos de 1 Samuel, o livro pode ser considerado um verdadeiro lírio no meio do deserto, ou, “semelhante a uma linda flor num jardim abandonado, ou a uma luz clara que aparece na escuridão da noite”, como diz S. E. MacNair (1983, 95).   Não há dúvida de que o agir providencial de Deus é o que mais marca a narrativa belemita. A providência divina é percebida ao longo de todo o livro. O Jeová Jireh, proclamado por Abraão em Gênesis 22.14, é o Deus que tudo provê para Noemi e Rute, inclusive um remidor, Boaz, e um herdeiro, Obede, prolongador da semente de Elimeleque, da linhagem de Davi (Rt 4.13-22). O livro faz parte da chamada “trilogia de Belém”, as três narrativas cujo cenário descreve o período dos juízes em relação à cidade que também é conhecida como Efrata (Merril, 2001, p. 184). São elas: Mica e o levita (Jz 17–18), o levita e a concubina (Jz 19–21) e, por fim, a história de Rute, num corpus literário distinto e específico.



                    I.  A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO

1.  Na Bíblia Hebraica    -   Ao longo dos tempos, houve muita variação na composição e ordem dos livros do Antigo Testamento até chegar à organização que temos hoje, com Rute sendo um livro distinto, vindo imediatamente após Juízes.

 Conforme explica Norman Geisler e Willian Nix (2006, p. 75): Os livros das Escrituras judaicas foram reagrupados várias vezes desde quando foram redigidos. Alguns deles, de modo especial os que fazem parte dos escritos, foram redigidos e aceitos pela comunidade judaica séculos antes das datas que os teóricos da crítica lhes atribuem.

Acerca dessa variação de posição, R. Clyde Ridall (2020, p. 160) sintetiza: Na Bíblia hebraica moderna este livro está colocado no Megilloth e é lido publicamente na Festa das Semanas (no tempo da colheita). Contudo, até por volta do ano 450 de nossa era, o livro de Rute era considerado uma continuação de Juízes. Em sua lista de livros inspirados, Josefo aparentemente considera Juízes e Rute como um único livro. Ao que tudo indica, Jerônimo deixa implícito que os dois estavam juntos no cânon hebraico. Rute aparece na LXX e na Vulgata logo depois de Juízes (como em nossas versões atuais). Não se sabe por que nem como o livro saiu de sua posição original junto aos “Profetas Anteriores” e foi parar no Hagiógrafo (ou Escritos), a terceira divisão do cânon hebraico.


3.  Autoria e data   -   Além disso, as características gerais da obra indicam uma atmosfera própria do início do período da monarquia de Israel, reforçando ainda mais a autoria do profeta, sacerdote e último juiz de Israel.  Um dos principais argumentos para essa conclusão, como destaca Leon Morris (1986, p. 219, 220), diz respeito ao estilo e à linguagem presentes na obra, pertencentes ao hebraico clássico, o que indica uma época primitiva, ou seja, dos dias de Samuel, logo após os fatos narrados no livro, bem distante do estilo visto em livros escritos no período pós-exílico (segunda metade do século V a.C.), como os livros das Crônicas dos reis de Israel, escritos provavelmente por Esdras. De fato, verifica-se que a narrativa de Rute encerra-se com a referência a Davi (“e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi” – Rt 4.22). Seria de todo improvável que um livro escrito após a monarquia (e no período pós-exílico!) não citasse qualquer outro rei de Israel, principalmente Salomão.

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                    II.   O CONTEXTO HISTÓRICO

1.   No tempo dos juízes    -    Os dias dos juízes foram marcados por uma grande anarquia e uma profunda apostasia e infidelidade do povo hebreu (Jz 1.7- 19).   A Nova Tradução da Linguagem de Hoje traduz como: “cada um fazia o que bem queria”. Isso demonstra o quadro anárquico que estava em Israel, bem diferente do propósito e da ordem de Deus estabelecida por intermédio de Moisés, que previa uma unidade nacional sob a obediência da Lei (Dt 31.12,13). A sensação de estabilidade pela conquista da terra e o seu estabelecimento nas cidades (Js 2.6), somado à convivência com os povos cananeus que não foram desalojados, produziram uma drástica mudança no coração da nação israelita ao longo das gerações. Josué advertira ao povo que não se misturasse às nações que haviam ficado na terra e que sequer fizessem menção aos nomes dos seus deuses (Js 23.7). O povo deveria manter um extremo zelo de Deus e da sua Palavra, obedecendo a Ele em tudo e buscando viver isento de todos os costumes dos cananeus que permaneceram na terra, mas Israel fez o contrário de tudo isso.


2.  Secularismo, hedonismo e Idolatria   -   A nação de Israel tornou-se secularista, hedonista e idólatra, entregando-se aos prazeres carnais e aos ídolos dos cananeus, como analisa Matthew Henry (2022, p. 97, 98):

 Toda essa geração em alguns anos se esfriou, suas boas instruções e exemplos morreram e foram enterrados com eles e surgiu outra geração de israelitas que tinha tão pouca compreensão da religião e se preocupava tão pouco com ela que, apesar de todos os benefícios da sua educação, podemos verdadeiramente dizer que não conheciam o Senhor da forma correta, ou seja, não o conheciam como havia se revelado; completamente devotados ao mundo ou tão indulgentes com a carne no que se referia ao ócio e a luxúria, que não davam a mínima importância para o verdadeiro Deus e à sua santa religião. Dessa forma, foram facilmente atraídos aos falsos deuses e às suas superstições abomináveis.

 […]

 Quando abandonaram o único e verdadeiro Deus não se tornaram ateístas, nem eram tão insensatos a ponto de dizer: Não há Deus. Mas eles seguiram outros deuses. Retinham tanto da natureza pura a ponto de dizerem que existia Deus, mas também permanecia tanto da natureza corrupta que multiplicavam os deuses. Eles estavam dispostos a aceitar qualquer deus, e seguir a moda, não a regra, na adoração religiosa.

Lições para todos os Tempos Algumas lições espirituais fundamentais podem ser extraídas do trágico exemplo de Israel no período pós-conquista. A primeira é sobre o quanto é importante uma liderança madura, experiente e temente a Deus, que tenha força moral e espiritual para ser exemplo com a própria casa e conduzir o povo em serviço, obediência e adoração. Josué foi esse tipo de líder. Quando o povo fica sem condutores idôneos, os prejuízos são incalculáveis em toda e qualquer época.   A segunda é sobre como é imprescindível o ensino das Escrituras como base norteadora de todas as nossas condutas individuais e coletivas. Como Moisés havia ordenado, o povo deveria ser reunido — homens, mulheres, meninos e os estrangeiros — para ouvir, aprender e temer a Deus, guardando todas as suas palavras.   A terceira lição que podemos extrair do infeliz exemplo de Israel nos anos posteriores aos dias de Josué é o cuidado de que precisamos ter para não sermos seduzidos pelo estilo de vida mundano da sociedade que nos cerca. É fato que o modo de vida fácil e os costumes aparentemente agradáveis dos grupos sociais com os quais convivemos têm um forte poder atrativo; afinal de contas, fazer a vontade de Deus com o zelo que nos recomendam as Escrituras pode ser visto como um fardo muito pesado, principalmente quando se refere a aspectos culturais não recomendados pelas igrejas conservadoras. O fato é que não é possível flertar com o mundo e os seus prazeres e, ainda assim, conservar o coração ardente pela presença de Deus. Os entretenimentos mundanos não são neutros como se imagina.     


3.   Opressão, clamor e livramento   -   O Deus de Israel cumpriu integralmente a sua Palavra enquanto a nação foi fiel a Ele. Como escreveu Josué: “Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Js 21.45). Isso mostra o inestimável valor da confiança em Deus, a despeito de qualquer circunstância. Enquanto permaneceu fiel a Deus, o povo de Israel desfrutou de proteção sobrenatural: “[…] nenhum de todos os seus inimigos ficou em pé diante deles; todos os seus inimigos o SENHOR deu na sua mão” (Js 21.44). Tudo mudou quando o povo pecou.

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                    III.    PROPÓSITO E MENSAGEM

1.   O cetro de Judá    -   Não há dúvida de que a realeza do Antigo Testamento atingiu seu clímax com a ascensão da monarquia davídica. O que fica claro também é que a promessa de realeza não começou com Davi; isso remonta a Abraão. Lembre-se de que o Senhor prometeu a Abraão que “reis procederão de ti” (Gn 17.6), uma promessa que foi reiterada com Jacó (35.11). Essa promessa de realeza assume uma forma proeminente nas palavras finais de Jacó a seus filhos em Gênesis 49, quando pronuncia a bênção do domínio sobre Judá. Vamos analisar essa bênção de Jacó e como ela antecipou a ascensão da realeza para o povo de Deus.

No versículo 8, Judá se torna objeto de louvor e é munido de domínio mundial. O versículo 9 continua com o retrato do governo de Judá, retratando-o vividamente como um leão jovem e que está crescendo. Ele persegue sua presa, volta para sua toca com a mesma e repousa poderosamente, onde ninguém ousa desafiá-lo.

Isso nos leva às imagens intrigantes do versículo 10. Jacó associa dois símbolos de realeza a Judá: um “cetro” (Nm 24.17; Is 11.4; Sl 45.6; Zc 10.11) e um “bastão” (Nm 21.18; Sl 60.7). A frase “entre seus pés” é um eufemismo para o órgão reprodutor masculino (Jz 3.24; 1Sm 24.3; Is 7.20) e, portanto, representa a descendência de Judá. Em outras palavras, um judeu sempre será o comandante nacional do povo de Deus. Isso permanecerá verdadeiro “até que venha Siló” (Gn 49.10).


2.   Amor e redenção    -   Rute é uma peça indispensável na metanarrativa bíblica que revela o amor divino pela humanidade, manifestado através do plano de redenção, que culminou com o envio do Filho de Deus ao mundo para, uma vez encarnado, oferecesse a si mesmo como sacrifício perfeito no lugar de toda a humanidade (Jo 1.1-14; 3.16; Gl 4.4,5). Esta é a mensagem principal do livro: o amor de Deus e o seu plano de redenção da humanidade sem acepção de pessoas (At 10.34-44).


3.   Fidelidade e altruísmo    -   Uma jovem moabita deixa a terra dos pais para acompanhar a sua sogra, já idosa, que não tinha nenhuma perspectiva material ou humana de trazer-lhe um futuro promissor (Rt 1.16,17). Pobre e sem filhos, Noemi não tinha realmente o que oferecer a Rute. Já em Belém, o comportamento de Rute foi voltado integralmente para a proteção e o cuidado da sogra — e de forma voluntária (Rt 2.2,17,18). Rute não esboçou uma atitude sequer que lhe pudesse favorecer em primeiro lugar, como a busca de um casamento com qualquer homem belemita (Rt 3.10). Na verdade, o interesse por casar-se não surgiu da decisão dela, mas da específica orientação da sogra (Rt 3.1-6). Esse comportamento de Noemi e Rute dá uma eloquente mensagem: o valor do altruísmo num mundo dominado pelo egoísmo. Enquanto nos dias dos juízes todos viviam segundo os seus próprios padrões e interesses (Jz 21.25), Noemi e Rute exalam abnegação, destoando dessa máxima individualista. Sogra e nora não pensavam em si mesmas. Elas praticaram o amor que não busca os seus próprios interesses (1 Co 13.5).




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

https://jesuseabiblia.com/biblia-de-estudo-online/rute-estudo/

https://cucadecrente.com.br/estudo-livro-de-rute/

https://voltemosaoevangelho.com/blog/2021/09/o-cetro-de-juda/



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sábado, 29 de junho de 2024

LIÇÃO 01 - DUAS IMPORTANTES MULHERES NA HISTÓRIA DE UM POVO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 



                TEXTO ÁUREO

"Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel." (Rt 4.4)


                VERDADE PRÁTICA

Conhecidas ou anônimas, muitas mulheres foram fundamentais no plano divino de redenção da humanidade.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Rt 4.13-22; Et 7. 1-7



                         INTRODUÇÃO


   Nesse espectro da história feminina na Bíblia, o livro de Rute brinda-nos com o exemplo de Noemi e da moça moabita que dá nome ao livro. Como as mulheres sábias de nossos dias e de todos os tempos, essas personagens tiveram a graça de viver livres dos traumas que os conflitos mentais, verbais e físicos produzem na nefasta arena da “guerra dos sexos”. Noemi e Rute inspiram as mulheres que não dão palco para a luta inglória do feminismo, que impõe comportamentos que só servem para desgastar e deformar a figura da mulher, roubando dela a verdadeira beleza (moral e física), as ternas e duradouras alegrias da vida — como o casamento e a maternidade — e o prazer de servir a Deus, produzindo, como consequência da sua rebeldia, incalculáveis prejuízos para as estruturas sociais como um todo, incluindo as comunidades cristãs, que são as igrejas locais de todos os continentes.

 Esse tom inspirativo está presente também no livro de Ester, que nos reserva um drama empolgante. Nele, vemos, pela fé, a mão do Deus Todo-poderoso agindo na História de maneira absolutamente precisa, usando principalmente uma mulher. A vida de Ester, uma moça judia nascida na Babilônia no tempo do cativeiro, órfã de pai e mãe, inspira-nos a todos — especialmente as mulheres —, com o seu exemplo de obediência, superação, pureza e coragem. O Senhor continua à procura de homens e mulheres que possa usar para cumprir os seus extraordinários e eternos propósitos.

Cronologicamente, a história de Rute está inserida na grande narrativa do livro de Juízes. A história encaixa-se entre alguns dos seus capítulos. Já o texto de Ester trata de fatos ocorridos entre os capítulos 6 e 7 do livro de Esdras, compondo a literatura pós-exílica. Apesar dessa conexão cronológica, Rute e Ester são livros específicos e autônomos que, todavia, precisam ser estudados levando-se em conta o contexto da história sagrada em que estão inseridos. 

O Período dos Juízes 

Já no primeiro versículo de Rute, o leitor é situado com o tempo e o lugar dos fatos. A narrativa é linear e passa-se em Belém, na Judeia (atual Cisjordânia), e em Moabe (atual Jordânia) nos dias dos juízes (cf. Rt 1.1). Cronologicamente, o período dos juízes vai de aproximadamente 1375 a 1050 a.C., situando-se entre a morte de Josué e a coroação do rei Saul

Ester e o Pós-Cativeiro Babilônico

Era por volta do ano 483 a.C. O cativeiro babilônico, profetizado por Jeremias para durar setenta anos (Jr 25.11), havia terminado em 539 a.C., quando Ciro, o persa, derrotou o Império Babilônico e permitiu o retorno dos judeus exilados (cf. Ed 1.1-3). Donald Stamps (2009, p. 709) também nos dá uma surpreendente informação quanto à disparidade entre o número de judeus exilados que viviam na Babilônia e o grupo que atendeu à convocação para reconstruir Jerusalém.4 Segundo esse reconhecido comentarista pentecostal, os exilados judeus eram “um milhão ou mais”, o que faz concluir que apenas 5% aceitou o grande desafio de deixar o conforto da vida nas grandes cidades babilônicas, agora sob domínio persa, e enfrentar a longa e penosa viagem de volta (cerca de 1.500 km) até à capital de Judá, com o grande desafio de reconstruir uma cidade destruída e totalmente desolada.5 É essa geração conformista que enfrentará mais de perto o terrível drama da ameaça de extermínio narrado no livro de Ester. Os persas eram conhecidos por assegurarem a liberdade religiosa e até incentivarem a prática dos diversos cultos dos povos dominados.  

Rute e Ester: Uma Síntese Biográfica 

Como já observado, os contextos geográficos e históricos da vida de Rute e Ester são muito diferentes, assim como as circunstâncias que ambas enfrentaram. De um lado, temos uma moabita que decidiu viver como camponesa em Belém; de outro, uma órfã judia que se tornou rainha. O que há de comum entre Rute e Ester são as suas virtudes espirituais e morais. Ambas expressam fé, convicção, humildade, coragem, obediência, simplicidade, pureza, abnegação, temor a Deus e disposição de servir. Por isso, foram fundamentais para a preservação do povo judeu, a descendência piedosa de Abraão. As duas continuam sendo exemplos de profunda inspiração para todos que desejam agradar ao Senhor e viver para a sua glória (Sl 147.11; 1 Co 10.31; Hb 11.6). 


                I.  RUTE: UMA MULHER IMPORTANTE PARA A LINHAGEM DE DAVI

1.  Uma moabita   -   Os moabitas foram hostis a Israel desde os dias de Balaque, o rei que contratou Balaão, o sacerdote-adivinho, no afã de que amaldiçoasse a nação hebreia (Nm 22.1-6). Mais tarde, as filhas dos moabitas foram instrumento de sedução para levar os homens de Israel ao pecado sexual e à idolatria, o que resultou na morte de 24 mil israelitas (Nm 25.1-9). No entanto, vemos a grande imagem da misericórdia e da graça através do caráter de Rute. Vemos uma mulher que se afastou da cultura em que cresceu para seguir o único Deus verdadeiro. Ela foi abundantemente abençoada por sua fidelidade em seguir o Senhor. Ela estava entre aqueles da linhagem familiar de Jesus listados em Mateus 1. Podemos aprender com Moabe que ninguém está preso em seu pecado. Mesmo que vivamos em uma cultura idólatra e contrária a Deus, como Rute, podemos dar um passo à frente e confiar em Jesus. Nós como os moabitas também somos pecadores merecedores de castigo, porém, por meio de Jesus, temos a esperança da redenção.


2.  A família belemita   -   Sob a ótica divina, contudo, era o desenvolvimento de mais uma importantíssima fase do plano eterno de redenção da humanidade. Prometido ainda no Éden (Gn 3.15), esse plano importava na preservação de uma geração piedosa, iniciada em Abraão (Gn 12.1-3) e que prosseguia através da tribo de Judá, de onde viria o Messias, o Salvador (Mq 5.2; Ap 5.5).  A narrativa contida em Rute 1 parece indicar apenas a introdução de mais uma história familiar comum. Mesmo habitando em Belém, a “casa do pão”, a fome que assolava a terra fez Elimeleque decidir peregrinar nos campos de Moabe, o que expõe, em princípio, um inexplicável contraste. O povo que recebera as promessas de todas as bênçãos divinas (Dt 28.1-14) agora precisava buscar refúgio nas terras de um povo idólatra e impuro, que sequer seria admitido na congregação de Israel (Dt 23.3). Essa intrigante decisão, contudo, preparou o cenário para a mudança da história de vida de uma despretensiosa moça moabita, Rute.


3.   Matrimônio e maternidade   -  Em Moabe, morre Elimeleque, ficando a viúva Noemi e os seus filhos Malom e Quiliom (1.2). Algum tempo depois, Malom, o primogênito, casa-se com Rute (1.4; 4.10), e o mais novo, Quiliom, casa-se com Orfa. Ao fim de quase dez anos, também morreram Malom e Quiliom (1.4,5). Viúva e sem filhos, Noemi decide voltar a Belém, motivada pela notícia de que a fome havia acabado na sua terra (1.6). Embora pudesse permanecer em Moabe — como decidiu Orfa, viúva de Quiliom —, Rute escolhe vir com a sua sogra, declarando a sua fé no Deus de Israel (1.16). A história de Rute em Belém será desenvolvida ao longo dos capítulos e versículos do livro, como veremos nesta obra. Nesta síntese biográfica, convém apenas dizer que o ápice da história acontecerá com dois eventos que foram fundamentais para que o propósito de Deus fosse consumado na vida dessa moabita.

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                    II.  ESTER: A MULHER QUE AGIU PARA A SOBREVIVÊNCIA DOS JUDEUS

1.  De Belém para Susã   -   De Belém, na Judeia, as Escrituras transportam-nos para Susã, na Pérsia (atual Irã), para conhecermos a história de outra destemida jovem mulher, Ester, que também foi usada providencialmente por Deus para a preservação de Israel. Orfã de pai e mãe, ela poderia entregar-se à angústia e enveredar por caminhos de rebeldia. Contudo, o que temos é um extraordinário exemplo de obediência, serenidade, sabedoria, pureza e coragem. Ester foi criada pelo primo, Mardoqueu (Et 2.5-7,15), e tornou-se rainha num ato de providência divina. No palácio, aceitou o desafio de ser um instrumento divino para salvar o seu povo, os judeus, da grande matança decretada pelo rei Assuero. 


2.   De órfã a rainha   -   Com a tomada de Babilônia, os persas adotaram a cidade de Susã, no antigo Elão, como uma das capitais do novo império (Et 1.1,2). Outras cidades importantes existiam na época, destacando-se Ecbatana (na Média), Pasárgada e Persépolis (na Pérsia) — todas, agora, com palácios reais persas, além da própria Babilônia. Tais cidades eram, provavelmente, consideradas capitais. Susã era a capital de inverno, embora tanto no livro Neemias (Ne 1.1,2) quanto em Ester, observa-se, aparentemente, a permanência do imperador por anos seguidos habitando no mesmo palácio, excetuando os tempos de guerra, como a campanha de Assuero contra a Grécia, que durou cerca de quatro anos, terminando no ano 480 a.C., com a destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, conforme narra Heródoto (485–425 a.C.) no seu livro História.   


3.   No campo ou no palácio   -   As lições espirituais que podemos extrair dos livros de Rute e de Ester apontam para o valor da confiança no cuidado e na precisa providência de Deus em favor dos que nEle confiam e esperam (Is 64.4). 

Ester deu outro exemplo importante de contrição, como intercessora pelo povo judeu perante o rei Assuero. Mas antes disso, ela buscou e humilhou-se com jejum diante de Deus, o Rei dos reis, a fim de abençoá-la na sua causa (Ester 4:16).   Lição: Ester mostrou que vale a pena pagar o preço pela vida, salvação e livramento do nosso povo. Ore jejue e interceda pela sua família, amigos, vizinhos, etc. Busque a Deus pela transformação da sociedade e para salvação de todos que estão à sua volta.

Principais características de Rute

  • Temente a Deus – seu amor a Deus se refletiu numa vida de amor a dedicação a Noemi e sua nova família
  • Corajosa – Rute deixou sua família e tudo que conhecia para fazer o que era certo
  • Leal – Rute nunca abandonou Noemi, mesmo quando não tinha obrigação de ficar com ela
  • Trabalhadora – seu trabalho árduo e honesto ganhou o respeito de todos que a conheciam
  • Respeitadora – Rute ouvia e seguia os conselhos de Noemi e Boaz, que eram mais velhos e mais experientes
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                    III.  MULHERES DE DEUS COMO PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA

1.  O protagonismo feminino   -   Rute e Ester agiram como mulheres de Deus e foram protagonistas da história sem alterarem em nada os seus papéis. Ao longo das suas histórias, veremos o quanto elas souberam compreender o padrão de comportamento que lhes era adequado. Assim como elas, inúmeras outras mulheres têm sido poderosamente usadas por Deus para fins extraordinários em todos os tempos.  O que não se vê em qualquer dos exemplos da Bíblia é a inversão dos papéis, como as ideologias progressistas pretendem impor atualmente.


2.   Cumprindo os papéis   -   As mulheres que agradam a Deus são as que sabem cumprir o seu papel de forma prática, não se enveredando pelo ativismo, sonhos de empoderamento ou falsas facilidades de realização pessoal. Elas sabem ser mulheres da vida real, como Rute e Ester. Não foi o acaso que fez com que Rute alcançasse o favor divino, tornando-se integrante da linhagem de Davi. 

Rute surpreende-nos pela sua escolha deliberada e desinteressada de acompanhar Noemi em seu regresso a Israel. Ela não ganharia nada com isso, pelo contrário, iria ser estrangeira numa terra desconhecida, e ter no seu encargo a responsabilidade de uma mulher idosa. Mas Rute não pensou nisto. Ela, com amizade e altruísmo, prontamente cuidou de Noemi como se fosse sua própria mãe, mostrando bondade e amor genuíno por sua sogra.   Rute e sua sogra Noemi são exemplos de mulheres que superaram a dor da perda e, por fim, voltaram a sentir alegria de viver. Depois de todo sofrimento pelo qual passaram, a fidelidade e afeição dessas mulheres nos encorajam a ter uma vida altruísta, pautada no amor e na amizade verdadeira.


3.   Educação familiar    -   Ester é um grande exemplo disso, pois Deus a colocou na posição de rainha com um propósito que inicialmente ela mesma desconhecia, mas seguiu obediente sem questionar a vontade de Deus, nem as circunstâncias que lhe foram aparecendo em seu caminho, assim ela foi uma importante intercessora para salvar seu povo.

Então confie nos planos que Deus tem reservado para você, não duvide ou questione, mas acredite acima de tudo. E que a sua vida possa também ser usada para abençoar outras pessoas e que as obras dEle possam ser realizadas através de você!

 TENHA SABEDORIA E BUSQUE AO SENHOR

Uma das virtudes mais admiráveis de Ester é a sua sabedoria diante das situações mais difíceis de sua vida. Ela nos ensina a não entrar em desespero por conta das adversidades e problemas, como também nos mostra que não devemos agir por impulso ou sem pensar nas consequências. Assim como Ester, tenha sabedoria e calma na hora de pensar, falar e tomar atitudes, busque ao Senhor e sua resposta divina antes de tomar decisões. Saiba que sempre poderá encontrar a Deus através da Palavra, como também em orações e jejuns.

 Noemi e Rute, contudo, revelaram-se como mulheres sábias, que conheciam bem a distinção dos seus papéis na família: mãe é mãe, e esposa é esposa (Rt 1.11-13). Não confundir as estações e não invadir espaços alheios é fundamental para a boa convivência entre nora e sogra. O mesmo exemplo de vida prática é visto em Ester. Apesar de órfã, teve uma boa criação com Mardoqueu, a quem devotava obediência e profundo respeito (Et 2.10,2-23; 4.1-4).  






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

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sábado, 22 de junho de 2024

LIÇÃO 13 - A CIDADE CELESTIAL.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II




                TEXTO ÁUREO

"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos, o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." (Fp 3.20)


                VERDADE PRÁTICA

A cidade celestial é o alvo de toda a nossa jornada que iniciou com o Novo Nascimento e se consumará com a entrada pelos portões celestiais.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ap 21.9-14; 22.1-5



                INTRODUÇÃO

O destino final da jornada do peregrino que vive neste mundo é o Céu de glória. Paulo esclarece que o nosso alvo é a Cidade Celestial, por isso disse: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20, ARA). Ao falarmos sobre a Cidade Celestial, abordamos um tema que se firma por meio da revelação de Apocalipse 21, no qual se trata da Nova Jerusalém, que é descrita como a cidade do destino e morada de todos os crentes que viveram neste mundo com os olhos firmados em Cristo e suas promessas, como Ele mesmo falou: “[...] vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2). Quando Jesus voltar, nessa sua Segunda Vinda, Ele nos levará para a nossa Cidade Celestial e ali estaremos para sempre com o Senhor (1 Ts 4.17).  Essa Cidade Celestial é descrita por João com uma beleza sem igual. Nela, Jesus será a grande luz, de modo que não precisará nem do Sol e nem da Lua, pois para sempre Deus estará nela e conosco. Lá, a cura do corpo e da alma será completa, razão por que se fala da árvore da vida. Na Cidade Celestial, viveremos para sempre sem qualquer pecado, pois nela não entrará coisa imunda (Ap 21.15); ela é santa e dos santos. Portanto, são todas essas grandiosas bênçãos que os salvos em Cristo desfrutarão quando chegarem à Cidade Celestial. Desde agora podemos antever tudo isso pelos olhos da fé e ver o quanto será maravilhoso quando atravessarmos o Jordão e entrarmos no Céu, grande gozo sentirão os redimidos. Na verdade, podemos asseverar que, ao lermos o Livro do Apocalipse, ainda que tenha seus aspectos simbólicos e poéticos, o que gera diversas interpretações hermenêuticas, somos conscientes de que tudo se tornará realidade, pois foi o que Cristo nos prometeu (Mt 8.11). 


                I.   O PARAÍSO ETERNO

1.  O que é o Paraíso?    -    A palavra paraíso no Antigo Testamento vem do hebraico pardes. Dependendo da tradução bíblica, essa palavra foi traduzida como “bosque”, “jardim”, “mata” ou “pomar”. Essa palavra é derivada de uma antiga palavra persa para “jardim cercado”.     Essa palavra hebraica para paraíso aparece originalmente no Antigo Testamento apenas em três ocasiões (Neemias 2:8; Eclesiastes 2:5; Cantares 4:13). Mas em todas elas seu significado indica literalmente um jardim ou pomar.    O Jardim do Éden sempre foi considerado como o primeiro paraíso. Por esse motivo a Septuaginta traduz sua designação hebraica com a palavra grega paradeisos, que literalmente significa “paraíso”. Mas curiosamente a palavra paraíso jamais é aplica no Antigo Testamento no sentido escatológico, isto é, como designação da morada do povo de Deus após a morte (estado intermediário) ou após a ressurreição (estado eterno).

                      

No Novo Testamento a palavra paraíso traduz o grego paradeisos. Assim como no Antigo Testamento, essa palavra também ocorre somente três vezes (Lucas 23:43; 2 Coríntios 12:4; Apocalipse 2:7). Mas em todas essas ocorrências a palavra paraíso é usada no sentido escatológico, seja em seu estado intermediário, seja em seu estado final.

Senhor Jesus Cristo usou essa palavra enquanto estava crucificado (Lucas 23:43). Ele disse ao ladrão que naquele mesmo dia eles estariam juntos no paraíso. Obviamente então o significado de paraíso nesse contexto implica no lugar de bem-aventurança para onde vão as almas dos redimidos imediatamente após a morte.  A segunda aplicação da palavra paraíso no Novo Testamento foi feita pelo apóstolo Paulo. Falando na terceira pessoa, ele diz ter tido uma experiência de ser arrebatado até o paraíso. Lá ele ouviu palavras inefáveis que não lhe foi permitido repetir (2 Coríntios 12:2-4). Nesse caso novamente a palavra paraíso significa o céu com sua glória. Esse é o local da morada de Deus juntamente com seus anjos e com os santos que já morreram. Na mesma passagem o apóstolo usa a expressão “terceiro céu” como sinônimo de paraíso.

No livro do Apocalipse está a única passagem bíblica em que a palavra paraíso é aplicada como referência principal ao lugar preparado por Deus para o seu povo após a consumação dos séculos (Apocalipse 2:7). Essa passagem traz a maravilhosa promessa de que Cristo dará de comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus ao que vencer. Esse texto fala das bênçãos da salvação em toda sua plenitude, quando Deus habitará com seu povo por toda eternidade.


2.   O que é a Cidade Eterna?    -   Ela é a Nova Jerusalém mencionada por João em Apocalipse. É nessa cidade eterna que todos os salvos redimidos irão morar quando Jesus vier buscar o seu povo. Essa cidade, à luz de Apocalipse 21, será glorificada, por isso se diz que descerá do Céu. Ela é descrita como maravilhosa e bela, isto é, cheia de glória. Ao fazer menção sobre sua beleza, o autor faz uso de palavras buscando exprimir sua realidade aos mortais, razão pela qual menciona ruas de ouro puro, muralhas de jaspe, adornada de pedras preciosas e de muitas pérolas. Já mencionamos que nessa cidade não haverá necessidade de luz do Sol ou da Lua, pois o Cordeiro será a sua lâmpada e a glória de Deus iluminará. Tais expressões são usadas para deixar claro que nessa cidade não haverá qualquer resquício de escuridão espiritual, pois a luz divina é maior, Jesus Cristo iluminará eternamente.  Ao fazer menção aos doze portões da Cidade Eterna, cada um deles nomeando as doze tribos de Israel, João expressa, em seu aspecto simbólico, que por causa do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário, os santos terão acesso a ela (Ap 22.14). Devemos sempre procurar ler e meditar no livro do Apocalipse, pois, ainda que seja um livro poético e simbólico, cremos que seu cumprimento será totalmente literal. Ele nos mostra que a realidade espiritual que há de ser revelada transcende a tudo que possamos imaginar, o que o mortal sem a mente de Cristo jamais compreenderá (2 Co 12.3). Isso está presente nesse último livro para nos inspirar e encorajar a seguir nossa jornada sem temer, pois grandes coisas maravilhosas nos aguardam no futuro. Era a esperança nessa cidade espiritual que estimulava os crentes da Antiga Aliança (Hb 11.14,16), como também os santos da Nova Aliança (Fp 3.20).


3.    Quando a eternidade começará?    -   Deus não tem começo e nem fim; Ele está além do tempo. Por isso é descrito como Alfa e Ômega (Ap 1.8), de modo que jamais um simples ser mortal poderá com seu finito raciocínio falar sobre o começo de Deus, pois sua eternidade está fora de análise no aspecto temporal. Quando nos voltamos para a questão do começo da eternidade, estamos falando sobre isso em relação aos salvos em Cristo e às promessas que Deus tem para eles em relação à sua eternidade, o que envolve a escatologia cristã, tratando do assunto pertinente às últimas coisas. Nós que somos mortais recebemos a imortalidade e uma vida eterna por causa da vida que vivemos em Cristo Jesus, quando a mortalidade não terá mais poder sobre a imortalidade. A nossa imortalidade começou no momento que passamos a estar em Cristo Jesus, recebendo a vida eterna (Jo 5.24), porém, sua concretização se dará no futuro, quando Cristo se manifestar (1 Co 15.53,54). Paulo esclarece isso muito bem em 2 Timóteo 1.10: “[...] e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (ARA).

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                II.   O ETERNO E PERFEITO ESTADO

1.  O estado perfeito à luz da doutrina bíblica   -   Isso se dará após a vinda do Senhor Jesus. Veja o que João escreve em Apocalipse 20.6:

“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos”.

Essa dispensação é conhecida como “milênio” ou a “era do reino”. Nesse tempo, os santos em Cristo receberão a autoridade sobre as nações conforme lemos em Apocalipse 2.26,27:

“Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá…”.

Nestes textos podemos contemplar aquele tempo, em que iremos reinar com nosso Senhor Jesus, quando Ele vier e estabelecer Seu reino aqui nessa terra por um período de mil anos. Ele será o Rei dos reis, porque nós, seremos seus reis sobre os reinos desse mundo. Por isso, o Senhor nos fala de maneira tão clara em Lucas 19, sobre a Parábola das Dez Minas – versículos 11 a 27. Aquele que for fiel no pouco, ainda, mesmo assim, receberá autoridade sobre “dez cidades” – (v.17). Toda ideia de governo que existe nesse mundo, é uma perspectiva de algo mais elevado que existe na mente de Deus. Toda forma de governo que existe, tem sua projeção a partir da mente de Deus. Quando olhamos para o universo, vemos que existe uma forma de governo e de harmonia que sustenta todas as coisas em seus devidos lugares. O universo obedece a uma ordem divina para se manter em seu perfeito estado de funcionalidade indescritível. Esta ilustração do governo de Deus no universo ilustra como no tempo do milênio, Deus trará Seu reino por meio de Cristo, e Ele nos confiará esse reino por um determinado tempo. 


 2.   O estado perfeito à luz de Apocalipse 22.1-5   -    (Apocalipse 22:1) As palavras “então ele me mostrou” introduzem uma nova seção. Ainda assim esta seção forma um todo com a anterior, pois ainda trata da cidade. João consegue ver “um rio de água da vida”. Este rio é uma imagem do Senhor Jesus (cf. Ap 21,6). O rio também fala da vida eterna que os filhos de Deus agora já podem desfrutar (João 7:38).


A água é “clara como cristal”. Não há poluição alguma; a água é totalmente pura, sem nenhuma mistura com outra coisa. Isso também não é possível, pois a origem dessa água é “o trono de Deus e do Cordeiro”. O trono fala de um reino, de autoridade. Onde quer que Deus e o Cordeiro tenham autoridade, há lugar para a vida em maravilhosos riachos refrescantes. A morte e a maldição não têm chance de perturbar o prazer da vida. A vida pode ser aproveitada ao máximo.

O que João vê nos faz pensar na cena de Ezequiel 47:1-12. Mas ainda há uma grande diferença. Ali se trata de um rio literal na Jerusalém terrestre, ao passo que aqui se trata da Jerusalém celestial com uma apresentação simbólica dos assuntos.

(Apocalipse 22:2) Então a atenção é atraída para “a árvore da vida”. Fica “no meio da sua rua”, que é a rua da cidade, e ao mesmo tempo nas duas margens do rio. É uma árvore, embora esteja em vários lugares ao mesmo tempo. Isso não deve ser explicado logicamente. Enfim, esta árvore da vida é uma imagem do Senhor Jesus.

Bem no início da Bíblia você também lê sobre a árvore da vida (Gn 2:9). Deus colocou a árvore da vida no meio do paraíso. Bem ao lado dela Ele colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal. Você não nota mais nada da árvore do conhecimento do bem e do mal aqui. Aqui vemos apenas a árvore da vida. Aqui o Espírito Santo conecta o começo e o fim da Escritura um com o outro.

Em Gênesis 2 há menção de duas árvores. Lá também é mencionado um rio, que se dividiu e se tornou quatro nascentes. Aqui, porém, há apenas uma árvore e um rio. Aqui não há mais menção da responsabilidade do homem. O homem não pode ser tentado por satanás no reino da paz, como no paraíso. Afinal, Satanás está preso durante o tempo do reino da paz (Ap 20:1-3). Portanto, apenas a árvore da vida está aqui. O homem pode comer dele o tempo todo, para desfrutar da bênção contínua do reino da paz.

Indica uma dependência contínua do Senhor Jesus. Ele dá poder para andar naquela rua e dá refrigério, independentemente do lado do rio em que a pessoa vive. A igreja poderá desfrutá-lo de uma nova maneira “todo mês” dos mil anos, pois os frutos serão para os habitantes da cidade.

As folhas da árvore são para a cura das nações da terra. Todos os conflitos e desentendimentos serão encerrados pelo Senhor Jesus. Não haverá mais guerra, todas as feridas serão curadas.

(Apocalipse 22:3) “Não haverá mais maldição” nesta situação maravilhosa, pois o Senhor Jesus reina. A bênção do Seu governo está ligada e nenhuma maldição. A maldição é resultado do pecado. Tudo o que tem a ver com o pecado não terá chance de exercer sua influência na nova Jerusalém. Também a remoção da maldição faz você pensar no começo quando a maldição entrou no mundo (Gn 3:17). Aqui foi tirado. Dessa forma, a condição final é a contrapartida da condição inicial em todas as visualizações. Na verdade, o pecado ainda será encontrado na terra, mas não na cidade.

Novamente a ênfase é colocada no trono de Deus e do Cordeiro como fonte de bênção. Desfrutar da bênção não significa que nenhum serviço está sendo feito. Os crentes que formam a nova Jerusalém são aqui chamados de “servos”. Esse não é um nome para pessoas oprimidas, mas um título para pessoas voluntariamente obedientes. Eles querem servi-lo por amor a quem foram comprados (que é Deus) e por quem foram comprados (que é o Cordeiro). Servir aqui também não significa fazer trabalho escravo, mas significa servir no sentido religioso, servir como sacerdote em um culto. Este é o maior privilégio do homem.

Nota-se também que está escrito que servirão “a Ele” (singular), enquanto se refere a duas Pessoas: Deus e o Cordeiro. Isso indica que Deus e o Cordeiro são um só Deus. Você encontrou essa forma de escrever sobre Deus e o Senhor Jesus também nas cartas escritas por João. Às vezes você não sabe se ele está falando de Deus ou do Senhor Jesus. Isso não importa, pois com ambas as Pessoas trata-se de Deus.

(Apocalipse 22:4) Além de estar cercado de bênçãos e da possibilidade ilimitada de desfrutá-las, existe um privilégio ainda maior. Esse privilégio é ver a face de Deus e do Cordeiro. Isso significa que haverá livre acesso e relacionamento com Deus e o Cordeiro. É a recompensa para aqueles que são puros de coração (Mateus 5:8). Externamente, Seu Nome estará “em suas testas”. É a proclamação aberta de que são adoradores de Deus e do Cordeiro (cf. Ap 13,16; Ap 17,5).

(Apocalipse 22:5) Não haverá mais necessidade de fontes de luz natural na cidade (Ap 21:23). Deus, que é luz (1Jo 1,5), expulsou todas as trevas. O que João já havia anunciado em sua primeira carta como o princípio da vida nova – que o crente, em relação à vida nova que recebeu, anda na luz (1Jo 1,7) –, tornou-se então realidade para a ordem celestial das coisas.

Não é possível que a escuridão volte. Na nova Jerusalém, que é formada por homens que têm todos a nova e eterna vida no Filho que é a vida eterna, será dia para sempre. Também depois do reino milenar de paz essa situação não mudará. Reinaremos com Cristo para sempre. Depois do reino de paz, nosso governo com Cristo não cessará, embora a forma de governo realmente mude (1Co 15:24). O reino do Senhor Jesus como Filho do Homem durará mil anos. Como Filho de Deus Ele reinará para sempre, sem deixar de ser Homem.
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                III.   O ESTADO FINAL DE TODOS OS SANTOS

1.   O que todo crente salvo deve esperar?    -     A vitória contra o pecado é uma promessa que o cristão tem da parte de Deus quando submete sua vida às orientações da Palavra, vivendo sob o controle do Espírito Santo (Rm 6.13; Gl 5.16). Esse viver na sujeição do Espírito traz a produção do fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5.22,23). É promessa bíblica também que o crente pode aguardar a participação no Corpo de Cristo quando se arrepende de seus pecados, passando a ser nova criatura (2 Co 5.17). Depois de crer em Jesus Cristo como enviado de Deus, recebendo a vida eterna (Jo 3.16), passando a ter perdão de pecados, comunhão desenvolvida com Cristo pela transformação espiritual, o fruto do Espírito sendo produzido em nossa vida, o desfrutar do gozo da salvação neste mundo, a vitória contra as tentações e o pecado, o viver pela orientação das Escrituras, a participação no Corpo de Cristo, resta tão somente a concretização da glória futura segundo as promessas bíblicas, quando passaremos a viver em um estado de perfeição eternal. É isso que todo crente salvo espera: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3.13; Ap 21.1,27).


2.   Viveremos todos em unidade    -   No futuro, quando Deus por seu poder renovar todas as coisas, isto é, a criação, se realizará uma unidade perfeita, de modo que todos os seus servos o servirão (Ap 22.3). Jesus disse que muitos virão do Oriente e do Ocidente, assentando-se junto à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos Céus (Mt 8.11; Rm 15.9; Lc 13.29; At 10.45). Não importa a cultura, a origem dessas nações, o viver em Cristo desfaz tudo (Gl 3.28), produzindo a mais perfeita unidade, de modo que a reconciliação geral de tudo plenamente se realizará, pois esse é o plano de Deus. Biblicamente falando, no seu aspecto metafórico, entende-se que, ao falar da Nova Jerusalém que desce do Céu, João a descreve como uma cidade, mas está falando da Igreja de Cristo, que é um Corpo que reúne os salvos de todas as nações da terra, os quais foram lavados pelo sangue de Deus (Ap 5.9). Não haverá mais intriga, divisões, contendas ou desavenças, pois o pecado já foi banido e não tem espaço na nova Cidade Celestial. A união será perfeita, sem barreiras culturais e sociais, e todos viverão na comunhão com o Pai Eterno, adorando-o para sempre, pois desde o momento em que fomos salvos, o Senhor nos chamou para a comunhão (1 Co 1.9).


3.  Finalmente em casa   -   A parada final do cristão, depois de concluir sua jornada de fé, é o Céu de glória; essa é a esperança de todos os salvos. Como a Bíblia descreve a eternidade em Apocalipse 21–22, uma nova criação tanto da natureza como da humanidade redimida, um lugar sem dor, pecado, sofrimento ou maldição, mas de vida plena, é o anelo do coração do salvo e promessa de Deus. Quando terminar nossa jornada aqui, viveremos no Céu, onde a presença de Deus será permanente e eterna. Jesus deixou claro que deveríamos viver neste mundo sabendo que a nossa casa eternal é o Céu (Jo 14.1.2). Paulo incentiva os crentes a entender que a sua pátria é o Céu (Fp 3.20). Desejamos o Céu por herança porque, além de ser uma promessa bíblica, a ausência com o amado de nossa alma para sempre será desfeita, pois enquanto estivermos neste corpo estamos separados dEle (2 Co 5.8). Ao chegarmos ao Céu, estaremos finalmente em casa, pois habitaremos para sempre com o Senhor. Ele será o nosso Deus e nós seremos o seu povo (Ap 21.3,4). Quando todos estivermos lá é porque todas as promessas foram cumpridas e as lutas chegaram ao fim, então nos alegraremos e diremos: finalmente chegamos em casa.






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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, A Carreira que  nos está proposta - Comentarista Pr. Osiel Gomes, Editora CPAD.

https://estiloadoracao.com/paraiso-significado-na-biblia/

https://www.celebrandodeus.com.br/artigo/as-tres-dimensoes-do-reino-de-deus/

https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/09/significado-de-apocalipse-22.html#google_vignette


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