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| Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." (Mt 3.17)
VERDADE PRÁTICA
A doutrina da Trindade é central à fé cristã: um só Deus em três Pessoas que coexistem e atuam harmoniosamente na obra da Redenção.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Mateus 3. 13-17
INTRODUÇÃO
Na Teologia, essa doutrina é conhecida como Doutrina da Trindade. O estudo sobre a natureza trinitária de DEUS é um dos ensinamentos mais importantes da fé cristã. Ele elucida, à luz das Escrituras, a revelação divina a partir das três Pessoas gloriosas que coexistem e atuam harmoniosamente na obra de redenção da humanidade. De modo sucinto, a base da doutrina da Trindade consiste em afirmar que o nosso DEUS é um só em essência e triúno em pessoa. Trata-se de uma unidade composta, dinâmica e eterna que subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO (Ef 1.4; Jo 3.16; Rm 8.16). Compreender esse aspecto é fundamental para lidarmos com as falsas doutrinas que tentam negar a existência da Trindade e distanciar os indoutos da verdadeira fé em DEUS. Dentre esses falsos ensinamentos que persistem em nossos dias está o unicismo.
O pastor Esequias Soares, na sua obra “Manual de Apologética Cristã”, editada pela CPAD, discorre que os unicistas “no Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Sabélio defendia uma forma inadequada da Trindade, ensinando que o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO eram apenas três aspectos da Divindade, sendo, portanto, uma mesma Pessoa, ou seja, Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO seriam nomes diferentes de uma mesma Pessoa. […] O Credo Atanasiano, no seu quarto artigo de fé, afirma: ‘Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância’. Os unicistas confundem as Pessoas, mutilando a personalidade do Pai e do Filho com a doutrina das ‘manifestações’, que é uma maneira camuflada de negar JESUS como o Filho de DEUS. A Bíblia diz que negar o Pai e o Filho traz a condenação […] (1Jo 2.22,23)” (2002, pp. 317, 319). A negação da existência da Trindade é uma das formas de afastar os cristãos do conhecimento de quem é DEUS e, consequentemente, de como devemos nos relacionar com Ele. Portanto, conhecer profundamente esta doutrina é crucial para que não sejamos enganados.
CURIOSIDADES:
O palestrante e cientista brasileiro famoso que faleceu recentemente (em 18 de abril de 2024) e era conhecido por conciliar ciência e fé é o Professor Adauto Lourenço.
Embora ele não tenha "comprovado" a Trindade no sentido de uma prova científica experimental, Adauto Lourenço era amplamente reconhecido por suas palestras onde utilizava conceitos da física e da ciência para argumentar em favor da existência de DEUS e da viabilidade lógica de conceitos bíblicos, incluindo a natureza triúna de DEUS.
Principais detalhes sobre ele:
- Formação: Era físico formado pela Bob Jones University e mestre em física pela Clemson University.
- Atuação: Foi uma das vozes mais proeminentes do criacionismo no Brasil, realizando palestras em igrejas, universidades e eventos internacionais.
- Falecimento: Morreu aos 66 anos, após sofrer um infarto fulminante em abril de 2024.
É neste contexto, que surge um Professor e cientista físico, também religioso, nos dando uma interessante explicação sobre este assunto.
"As leis da Natureza não mudam, portanto uma das características delas é serem eternas. As leis da Natureza, eu não consigo pega-las. Por exemplo: eu não consigo pegar a Lei da Gravidade e segurar; então elas são transcendentes, e assim são todas as leis. Em todas as características que nós encontramos nas leis da Natureza, nós encontramos também no DEUS das escrituras, porque Ele colocou nas leis, algumas de Suas características.
Não obstante, as pessoas vivem perguntando ou falando: mas todas as religiões por aí, dizem que o DEUS delas é que teria criado o Universo, a vida e tudo o mais. Mas isso não é possível. É muito fácil provar quem é o Criador. Por exemplo: Vamos analisar a Natureza de uma forma geral:
TEMPO: passado, presente e futuro = 3 em 1;
ESPAÇO: largura, altura e profundidade = 3 em 1;
BASE DA MATÉRIA QUE SÃO OS ÁTOMOS: prótons, nêutrons e elétrons = 3 em 1;
BASE DOS PRÓTONS E DOS NEUTRONS: 3 quartos em cada um deles = 3 em 1;
ESTADOS BÁSICOS DA MATÉRIA: sólido, líquido e gasoso = 3 em 1;
QUEM ESTUDA MÚSICA: melodia, harmonia e ritmo = 3 em 1:
Encontra-se três em um em todo lugar. De onde vem a idéia de 3 em 1? É porque o DEUS das escrituras, o Criador verdadeiro, deixou a sua assinatura na criação. A criação é 3 em 1, assim como Ele próprio é 3 em 1. Não tem como escapar"
Pois bem, esta é a lição ou as palavras de um Professor. Quem tiver curiosidade, poderá pesquisar esta e muitas outras de suas palestras. Ele fala também sobre os astros, os planetas e galáxias, tudo relacionado com o que diz a Bíblia e a Ciência a respeito. É muito interessante.
Realmente, é um tema fascinante que merece a nossa reflexão e a nossa pesquisa.
" A fé em DEUS é como uma planta que precisa ser regada para se manter em pé."
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I. A REVELAÇÃO TRINITÁRIA NO BATISMO DE JESUS
1. O batismo do Filho: a obediência de Cristo - No entanto, Jesus insiste: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3.15). A frase “cumprir toda a justiça” aponta para a obediência de Cristo a cada exigência da Lei, tanto moral quanto cerimonial (Rm 10.4). Implica afirmar que, quando Cristo assumiu a forma humana, Ele se colocou debaixo das regras da antiga aliança. E isso foi assim para cumprir tudo que é justo. Apesar de ser autoexistente e eterno, Ele voluntariamente se sujeitou ao Pai.1 Dessa forma, o batismo nas águas representa o início público de seu ministério terreno e sua identificação com a humanidade. Refere-se a um gesto de solidariedade com o ser humano caído antecipando o caráter substitutivo de sua missão.
Aponta para a sua missão como Servo Sofredor (Is 53.11) entre os transgressores, não porque fosse um deles, mas porque veio tomar o lugar deles diante de Deus. Segundo Campos, “Ele não tropeçou num só mandamento da lei. Ele obedeceu a todos eles plenamente. Por isso é chamado de Justo aquele que deu a sua vida pelos injustos”. O batismo de Jesus, também é uma atitude de obediência ao plano redentor do Pai. Essa obediência é parte da justiça imputada aos crentes, pois Cristo viveu perfeitamente o que a Lei exigia Jo 1.17). Nesse senti do, é uma proclamação antecipada da cruz, quando começa sua jorna da de humilhação, que culminará em sua morte expiatória (Fp 2.8).
Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” Jo 1.29). Portanto, o batismo de Jesus nos ensina o caminho da obediência, da humildade e do serviço. Ele nos mostra que o ministério verdadeiro começa com submissão à vontade do Pai. Assim como Jesus, nós também precisamos ser guiados pela soberana vontade de Deus para rea lizar qualquer obra em seu nome. Que possamos, como Igreja, seguir o exemplo do Senhor, viver em obediência e em comunhão constante com a Trindade.
2. A descida do Espírito: a unção para o Ministério - Pearlman destaca que “assim como o Espírito desceu sobre Maria na concepção, assim também no batismo o Espírito desceu sobre o Filho, ungindo-o como Profeta, Sacerdote e Rei. A primeira operação santificou sua humanidade; a segunda consagrou sua vida oficial”.4 Isso demonstra que a cinda do Espírito não se refere à regeneração de Cristo (Ele era sem pecado), mas à capacitação para o exercício de sua missão pública. Acerca disso, Pedro declarou a Cornélio: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo [...]; o qual andou [...] curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38a).
Horton assevera que “o Espírito Santo veio sobre Jesus no seu batismo (Lc 3.21,22). Nessa ocasião, o relacionamento entre ambos assume um novo aspecto”.5 Não apenas uma habilitação, mas uma confirmação da missão redentora. A obra do Espírito, portanto, não foi algo temporário, mas uma capacitação divina permanente para cumprir o propósito salvífico do Pai: “pois não lhe dá Deus o Espírito por medida” (Jo 3.34).
A descida do Espírito sobre Jesus nos ensina que toda obra ministerial autêntica deve ter como ponto de partida a capacitação que vem do alto (Lc 24.49). A Igreja como Corpo de Cristo também depende do Espírito para cumprir sua missão (At 1.8). Que possamos, à semelhança do Mestre, viver e servir sob a unção e direção do Espírito. Não basta iniciar bem a corrida; é necessário o “fôlego” do Espírito para alcançar a linha de chegada (1 Co 9.24).
3. A voz do Pai: a aprovação celestial - Essa é uma das poucas ocasiões na Nova Aliança em que a voz de Deus Pai é ouvida de forma audível (Mt 17. 5;Jo 12.28; At 9.4). Ela marca um momento histórico e decisivo: a aprovação divina e pública do ministério do Filho. Essa declaração remete à profecia messiânica: “Tu és meu Filho; eu hoje te gerei” (SI 2.7). O Pai confirma que Jesus não é apenas um profeta ou mestre, mas o Filho Eterno: o Messias prometido, o ungido pelo Espírito Santo, o Servo em quem Ele tem pleno prazer (Is 42.1). A voz do céu não inaugura a filiação de Jesus, mas a proclama diante da multidão. A filiação divina é eterna, conforme João afirma: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai” Jo 1.14). Essa voz é o eco do decreto eterno, revelando a união hipostática: Jesus é plenamente Deus e plenamente homem. Como explica Pearlman “Cristo é a Palavra de Deus, demonstrando-o em pessoa.
Ele não somente traz a mensagem de Deus — ele é a mensagem de Deus”.6 A doutrina da Trindade se manifesta de forma plena nesse mo mento: o Pai fala do céu, o Filho está nas águas, e o Espírito desce como pomba (Mt 3.16-17). Tal episódio confirma a cooperação das três Pessoas da Trindade na obra redentora. A voz do Pai é, portanto, a chancela divina sobre o ministério do Filho, e nos inspira a buscar essa mesma aprovação em nossa caminhada cristã. Em Cristo Jesus, o Filho Amado do Pai, nós também somos recebidos como filhos adoti vos: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus” (1 Jo 3.1).
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II. A DISTINÇÃO E A UNIDADE DAS PESSOAS DIVINAS
1. Unidade e distinção pessoal - A Divindade na Doutrina da Trindade
A Doutrina da Trindade afirma que existe um único Deus, mas em três pessoas distintas e coiguais: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cada pessoa divina é distinta, mas não separável, da outra. A Doutrina da Trindade afirma ainda que cada pessoa divina é completamente divina e que a essência divina é uma só.
A crença em um Deus único
A Doutrina da Trindade afirma a existência de um único Deus, o qual é o Criador e Sustentador de todas as coisas. Essa crença é essencialmente monoteísta e afirma não haver outros deuses além de Deus.
Existem muitas razões para se crer na Doutrina da Trindade, inclusive, pela própria assinatura do Criador na sua criação. Ele criou e registrou por evidências visíveis nas coisas criadas.
As Pessoas Divinas na Doutrina da Trindade
A Doutrina da Trindade afirma a existência de três pessoas divinas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Cada uma dessas pessoas divinas é completamente divina e eterna.
Deus Pai
Deus Pai é a primeira pessoa da Trindade. Ele é considerado o Pai eterno, Criador do universo e Pai de todos os seres humanos. Ele é o governante soberano do universo e o juiz final de todas as coisas.
Deus Filho
Deus Filho, também conhecido como Jesus Cristo, é a segunda pessoa da Trindade. Ele é o Filho eterno de Deus Pai e se tornou humano por meio do nascimento virginal. Ele viveu uma vida sem pecado, morreu na cruz pelos pecados da humanidade e ressuscitou dentre os mortos. Ele é o Salvador da humanidade e o mediador entre Deus e os seres humanos.
Deus Espírito Santo
Deus Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Ele é o Consolador enviado por Jesus Cristo para guiar, ensinar e santificar os crentes. Ele é a presença de Deus na vida dos crentes e é responsável pela santificação e capacitação espiritual dos crentes para o serviço de Deus.
A Relevância da Doutrina da Trindade na Teologia
A Doutrina da Trindade é essencial para a teologia cristã, pois afirma a unidade e a diversidade divinas e explica a relação entre Deus e a humanidade.
A relação entre a Doutrina da Trindade e a Salvação
A Doutrina da Trindade afirma que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação e que a salvação é concedida por Deus Pai por meio de Jesus Cristo e habilitada pelo Espírito Santo. A Doutrina da Trindade também afirma a soberania de Deus Pai e a liberdade humana.
A Doutrina da Trindade e a Cristologia
A Doutrina da Trindade afirma a divindade e a humanidade de Jesus Cristo e explica como essas duas naturezas se relacionam entre si. A Doutrina da Trindade também afirma a redenção através da morte e ressurreição de Jesus Cristo e a relação entre o Filho e o Pai.
A Doutrina da Trindade e a Pneumatologia
A Doutrina da Trindade afirma a divindade e a personalidade do Espírito Santo e explica a relação entre o Espírito Santo e o Pai e o Filho. Também afirma o papel do Espírito Santo na santificação, na capacitação e na unificação dos crentes.
Trindade na Bíblia
A palavra Trindade não aparece nenhuma vez em nenhum livro da Bíblia. Eis aí a razão dos unicistas negarem a Doutrina. Embora, não existir esta palavra na Bíblia, no entanto, ela está implícita nas entrelinhas da maioria dos livros do Antigo e do Novo Testamento.
Tertuliano, um dos pais da igreja que viveu nos anos de 160 a 220 d.C. em Cartago, é acusado pelos opositores da Doutrina da Trindade de ter criado esta Doutrina. Esta acusação é injusta, pois, ele não a criou, mas, apenas sistematizou o que já era evidente nas páginas da Bíblia.
Doutrina da Trindade afirmada no Concílio de Constantinopla
A Doutrina da Trindade é afirmada na reunião do segundo Concílio de Constantinopla no ano 381 d.C. Confira abaixo:
“Cremos em um Deus, o Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado do Pai antes de todas as eras, luz de luz, verdadeiro Deus, de verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma substância [homoousios] com o Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas… E no Espírito Santo, o Senhor e doador da vida, que procede do pai. Com o Pai e o Filho Ele é adorado e glorificado.”
Pensamento cristão, volume 1, Lane Tony, Abba Press
Exposição Bíblica a favor da Doutrina da Trindade
- A Trindade na criação do Universo. Gênesis 1:2
- A Trindade na criação do homem. Gênesis 1:26
- A Trindade na bênção apostólica. 2 Coríntios 13:13
- A Trindade no batismo de Jesus. Mateus 3:13-17
Cada pessoa da divindade é declarada como sendo Deus
- O Pai é Deus: Mateus 6:8 — Mateus 7:21
- O Filho é Deus: João 1:1-18 — Romanos 9:5 — Colossenses 2:9 — Tito 2:13 — Hebreus 1:8 -10
- O Espírito Santo é Deus: Marcos 3:29 — João 15:26 — 1Coríntios 6:19 ss — 2 Coríntios 3:17 ss
Doutrina da Trindade e Eternidade
O Pai é Eterno
“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses à terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.”
Salmos 90:2
“Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno…”
Romanos 16:26
O Filho é Eterno
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.”
Apocalipse 1:8
“Ele estava no princípio com Deus.”
João 1:2
“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”
Miquéias 5:2
“…e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”
Isaías 9:6
O Espírito Santo é Eterno
“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus…”
Hebreus 9:14
Trindade e Onisciência
O Pai é Onisciente
“Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um conforme a sua conduta, conforme as suas obras.”
Jeremias 17:10
O Filho é Onisciente
“…Então, todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações…”
Apocalipse 2:23
O Espírito Santo é Onisciente
“…Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus”.
1 Coríntios 2:11
Trindade e Poder
- O Pai tem Poder: 1Pedro 1:5
- O Filho tem Poder: 2 Coríntios 12:9
- O Espírito Santo tem Poder: Romanos 15:19
Às três pessoas da Trindade se relacionam
- O Pai dá testemunho de Si mesmo: Êxodo 20:2
- O Pai dá testemunho do Espírito Santo: Zacarias 4:6
- O Filho dá testemunho do Pai: João 14:12
- O Filho dá testemunho de Sí mesmo: João 14:16
- O Filho dá testemunho do Espírito Santo: João 16:13-14
- O Espírito Santo dá testemunho do Pai: Hebreus 3:7-11
- O Espírito Santo dá testemunho do Filho: João 14:15
CREDO DE ATANÁSIO
Para melhor compreender a Doutrina da Trindade, veja o CREDO DE ATANÁSIO, formulado no século V
“Mas a fé universal é esta, adoramos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. O Pai é Eterno, o Filho é Eterno, o Espírito Santo é Eterno. Contudo, não há três eternos, mas um eterno. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é Onipotente. Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer que há três Deuses ou Senhores. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser cultuada. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de suas obras. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno. Esta é a fé Universal, exceto se um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo”.
Credo de Atanásio
O Debate Sobre a Doutrina da Trindade
Embora a Doutrina da Trindade seja amplamente aceita pelas principais denominações cristãs
, houve controvérsias e debates em torno dela ao longo da história da Igreja.
A Controvérsia Arianista
A controvérsia arianista ocorreu no século IV e foi centrada na natureza de Jesus Cristo. O arianismo negava a divindade de Jesus Cristo e argumentava que ele era uma criatura criada por Deus Pai. O Concílio de Nicéia em 325 d.C. rejeitou o arianismo e afirmou a divindade de Jesus Cristo.
A Controvérsia Macedoniana
A controvérsia macedoniana ocorreu no final do século IV e início do século V e foi centrada na natureza do Espírito Santo. O macedonianismo argumentava que o Espírito Santo era uma criatura criada por Deus Pai e não uma pessoa divina. O Concílio de Constantinopla em 381 d.C. rejeitou o macedonianismo e afirmou a divindade do Espírito Santo.
A Controvérsia Filioque
A controvérsia filioque ocorreu no século XI e foi centrada na frase “e do Filho” (filioque) no Credo Niceno-Constantinopolitano. A Igreja Católica Romana adicionou a frase ao credo, afirmando que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. A Igreja Ortodoxa Oriental rejeita a adição da frase e afirma que o Espírito Santo procede apenas do Pai.
2. A Pluralidade na Unidade no Antigo Testamento - A unidade de DEUS não contradiz a doutrina da Trindade porque DEUS não é uma unidade absoluta, e sim uma unidade composta e dinâmica. Seu relacionamento com o Filho e o ESPÍRITO SANTO é desde a eternidade.7 O nome Elohim, plural de Eloah, “DEUS” em hebraico, revela os primeiros vislumbres da Trindade no Antigo Testamento. É o nome que aparece na declaração: “No princípio, criou DEUS os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo “criou” está no singular, e o sujeito Elohim, “DEUS”, no plural, o que revela uma pluralidade na deidade. Além disso, o monoteísmo do Antigo Testamento não é absoluto e permite a pluralidade na unidade: “E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “Então, disse o SENHOR DEUS: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua” (Gn 11.7).
Essa pluralidade na unidade é vista também no profeta Isaías: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is 6.8). Mas o Novo Testamento tornou explícito o que antes estava implícito no Antigo Testamento, mostrando clara e diretamente as três pessoas associadas em unidade e igualdade, como a fórmula batismal em Mateus 28.19 e em outras passagens: “Ora, há diversidade de dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera tudo em todos” (1 Co 12.4- 6); e na bênção apostólica: “A graça do Senhor JESUS CRISTO, e o amor de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITO SANTO sejam com vós todos. Amém!” (2 Co 13.13).
Essa unidade de natureza reaparece mais adiante: “Há um só corpo e um só ESPÍRITO, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só DEUS e PAI de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.4-6); e na obra da redenção: “Eleitos segundo a presciência de DEUS PAI, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1.2). Assim, o que estava implícito no Antigo Testamento é revelado explicitamente no Novo Testamento e fica confirmado que a pluralidade na divindade é tríplice, como JESUS deixou claro ao ordenar o batismo “em nome do PAI, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO” (Mt 28.19).
3. A Trindade Explicada no Novo Testamento - A doutrina da Trindade, revelada progressivamente nas Escrituras, atinge sua clareza plena no Novo Testamento. A unidade composta de Deus, apresentada de forma sutil no Antigo Testamento, torna-se explícita na Nova Aliança. Deus é uno em essência (ousia) e trino em Pessoas (hypóstases). Segundo Grudem, “além do fato de serem três pessoas distintas, as Escrituras também dão farto testemunho de que cada pessoa é plenamente Deus”.
O termo “nome” (gr. ónoma) é um substantivo que está no singular, indicando uma única essência. O batismo cristão, portanto, é uma confissão trinitária, expressando a fé em um só Deus revelado em três Pessoas. O mesmo ocorre com a bênção apostólica: “A graça do Senhor Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos” (2 Co 13.13, grifo nosso). Aqui, Paulo menciona as três Pessoas divinas com igualdade, como agentes de bênçãos na vida da igreja.
No texto, cada Pessoa da Trindade atua em uma dimensão específica: o Pai elege; o Espírito santifica; e o Filho redime. Essa atuação demonstra a harmonia trinitária no plano da salvação. E, Paulo acrescenta “há um só corpo e um só Espírito [...] um só Senhor [...] um só Deus e Pai de todos” (Ef 4.4-6); essa tríade (Espírito, Senhor e Deus Pai) reflete obviamente a estrutura trinitária da divindade. Essa sequência não é acidental, mas intencional, refletindo a verdade do Deus Triúno.
III. A REVELAÇÃO DA TRINDADE PARA A FÉ CRISTÃ
1. Desenvolvimento doutrinário da Trindade - Foi no combate ao sabelianismo que Tertuliano trouxe uma formulação trinitária melhor e mais compreensível. É dele o termo “Trindade”, trinitas em latim. Ele “foi responsável pela criação de 509 novos substantivos, 284 novos adjetivos e 161 verbos na língua latina” (McGRATH, 2005, p. 375).
Sua explicação sobre o PAI, o Filho e o ESPÍRITO SANTO em uma só divindade preserva o monoteísmo sem comprometer a deidade absoluta das três Pessoas da Trindade. É a unidade na Trindade e a Trindade na unidade. Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, PAI, Filho e ESPÍRITO SANTO; três contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só DEUS que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de PAI, Filho e ESPÍRITO SANTO (Contra Práxeas, II – Grifo é nosso).Três autem non statu sed gradu, nec substantia sed forma, nec potestate sed specie, unius autem substabtiae et unius status et unius potestatis, quia unus DEUS ex quo et gradus isti et formae et species in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti deputantur (Adversus Praxean, II).
Tertuliano apresenta aqui uma breve interpretação da natureza divina conforme revelada nas Escrituras e no testemunho das igrejas desde a era apostólica. É a primeira fórmula, trinitária que atravessou os séculos. O que ele escreveu aqui vale ainda hoje, apesar das diversas pontas soltas que precisaram ser amarradas posteriormente, mas a sua estrutura da Trindade na unidade e da unidade na Trindade é mantida em Orígenes, Atanásio, nos pais capadócios, em Hilário de Poitiers e em Agostinho de Hipona, entre outros. O termo mostra o esforço de Tertuliano para provar que a tríplice manifestação revelada na história salvífica é compatível com a unidade substancial de DEUS.
Essa primeira formulação trinitária foi muito útil, e as igrejas do Ocidente se valeram dela por muito tempo sem alteração do texto, apesar de suas limitações. É inegável a contribuição de Tertuliano para a época, mas muitas perguntas que ficaram sem respostas foram solucionadas no Oriente a partir de Atanásio e dos pais capadócios.
Tertuliano escreveu em latim. A substância, substantia em latim, significa em si “substância, ser, realidade de uma coisa, essência”. Isso quer dizer “coisa subjacente, material ou espiritual, de coisas, aquilo que existe” (MULLER, 1993, p. 290). O seu equivalente grego é hipóstase ou ousía. Hipóstase é a “forma de existir”; o termo vem de duas palavras gregas: hypo, “sob”, e istathai, “ficar”. E ousía significa “essência, ser”. A essência é a “qualidade do ser, o qual faz o ser precisamente o que ele é. Exemplo: a essência de Pedro, Paulo e João é sua humanidade; a essência de DEUS é deidade ou divindade” (MULLER, 1993, pp. 105, 106).
Tertuliano foi o primeiro a usar o termo “Pessoa” para os membros da Trindade. Uma substância e três Pessoas. O vocábulo “Pessoa” é inadequado para aplicar às três identidades distintas da Trindade. Os pais capadócios evitaram usar esse termo para identificar o PAI, o Filho e o ESPÍRITO SANTO na Trindade. Em vez de falar em três Pessoas da Trindade, eles as identificavam como três hipóstases.
No concilio de Constantinopla a Trindade é definitivamente reconhecida.
CONCLUSÃO
As construções bíblicas trinitárias se baseiam na unidade na trindade (1 Co 12.4-6). A bênção apostólica (2 Co 13.13) é um grande exemplo da doutrina da trindade no Novo Testamento. O DEUS trino e uno é revelado em Ef 4.4-6. O DEUS trino e uno é uma questão crucial na doutrina bíblica da trindade. As crenças antigas e inadequadas dos monarquianistas dinâmicos e dos monarquianistas modalistas ainda hoje perturbam a muitas denominações heréticas e ainda existem aqueles que seguem o arianismo. Em resposta às objeções acerca da trindade houve esclarecimentos nos concílios onde Atanásio e Tertuliano defenderam a Trindade e a formulação definitiva da trindade foi reconhecida.
A Doutrina da Trindade está bem clara na Bíblia. Não é porque não tem o nome trindade na Bíblia que a doutrina deixará de existir. não tem na Bíblia a Palavra avivamento, mas devemos buscar e desejar esse avivamento tanto em nossa vida particular como na vida da igreja.
2. Implicações doutrinárias - A doutrina da Trindade está no cerne da fé cristã e da própria salvação. Em vista disso, a compreensão correta de Deus como uno em essência (gr. ousia) e trino em pessoas (gr. hypóstasis) fundamenta não apenas a adoração cristã, mas toda a estrutura da redenção. No de curso da história da Igreja, a negação dessa doutrina gerou heresias com profundas consequências teológicas e soteriológicas.
O triteísmo, por exemplo, entendido como a crença em três deuses separados, representa uma violação do monoteísmo bíblico: “todavia, para nós há um só Ç)eus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas” (1 Co 8.6). A doutrina trinitária, ao contrário, não ensina três deuses, mas um só Deus, que subsiste eternamente em três pessoas coiguais e coeternas.
O unitarismo, por sua vez, nega a divindade do Filho e do Espírito Santo, restringindo a divindade apenas ao Pai. Essa ideia contradiz a Escritura: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Negar a divindade do Verbo (Cristo) é negar o próprio Deus que salva. De igual forma, Pedro declara que mentir ao Espírito é mentir a Deus: “[...] por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3-4). O unicismo ou modalismo ensina que Deus é um só, que se manifesta em três modos ou formas distintas ao longo da história: Pai na criação, Filho na redenção e Espírito na santificação. Esse ensino foi rejeitado pela Igreja Primitiva no século III, especialmente contra Sabélio (200—250 d.C.), por confundir as pessoas da Trindade e negar sua distinção simultânea. Essa heresia é refutada no batismo de Jesus (Mt 3.16-17).
Nesse evento, as três Pessoas são distintas e se manifestam simultaneamente. Assim sendo, a doutrina da Trindade é inseparável do evangelho, pois o Deus que salva é o mesmo Deus que se revela. Dessa forma, as implicações soteriológicas da Trindade são extremamente cruciais. Conforme as Escrituras, a salvação envolve conhecer pessoalmente cada uma das Pessoas da Trindade e viver em comunhão com elas: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” Jo 17.3). O Pai é quem envia, o Filho é quem redime, e o Espírito é quem aplica a salvação.
AS CRENÇAS INADEQUADAS
1. Os monarquianistas dinâmicos.
Monarquianismo dinâmico. Os principais representantes da cristologia dinâmica ou adocionista foram Teodoro de Bizâncio e Paulo de Samosata. Teodoro, “o curtidor”, discípulo dos alogoi, grupo que rejeitava a doutrina do Logos e aceitava o Evangelho de João com certa ressalva, foi o primeiro monarquianista dinâmico de importância. Chegou a Roma, em 190, e foi excomungado em 198.
Para os monarquianistas dinâmicos, JESUS era apenas um homem de vida santa que nasceu de uma virgem, sobre o qual desceu o ESPÍRITO SANTO, por ocasião do seu batismo, no rio Jordão. Alguns de seus discípulos rejeitavam qualquer direito divino em JESUS, enquanto outros afirmavam que Ele teria se tomado divino, em certo sentido, por ocasião da sua ressurreição. Hipólito (170-236) rebateu todas essas falaciosas crenças (.Refutação de Todas as Heresias, VII, 23).
O mais famoso monarquianista dinâmico foi Paulo de Samosata, bispo de Antioquia entre 260 e 272. Descrevia o Logos como atributo impessoal do PAI. Eusébio de Cesaréia disse que ele “nutria noções inferiores e degradadas de CRISTO, contrárias à doutrina da igreja, e ensinava que quanto à natureza Ele [JESUS] não passava de homem comum” (História Eclesiástica, 7, XXVII).
Eis o que Paulo de Samosata afirmava:
O Logos e o ESPÍRITO eram qualidades divinas e não pessoas. Eram poderes ou potencialidades de DEUS, mas não pessoas no sentido de seres independentes. JESUS era um homem inspirado pelos poderes de cima. O poder do Logos habitara JESUS como num vaso, como nós habitamos nossas casas. A unidade que JESUS tinha com DEUS era da vontade e do amor; não de natureza.
2. Os monarquianistas modalistas.
Monarquianismo modalista. Não negava a divindade do Filho nem a do ESPÍRITO SANTO, mas, sim, a distinção dessas Pessoas, o que é diametralmente oposto aos ensinos do Novo Testamento, que assevera que há uma unidade composta de DEUS em três Pessoas distintas. Os modalistas pregavam a unidade absoluta de DEUS, coisa que nem mesmo o Antigo Testamento ensina. Para apoiar tal ensino, “mutilaram” textos neotestamentários.
Seus principais representantes foram: Noeto, Práxeas e Sabélio. Segundo Hipólito, Noeto era natural de Esmima e ensinava que CRISTO era o próprio PAI, e que o próprio PAI nasceu, sofreu e morreu (Contra Todas as Heresias, 10.23). Cipriano, bispo de Cartago, chamou tal heresia de patripassionismo (Epístolas, 72.4), do latim Pater, “PAI”, e passus de patrior, “sofrer”.
Práxeas foi discípulo de Noeto, e o seu principal opositor foi Tertuliano. Em Contra Práxeas L, Tertuliano disse: “Práxeas fez duas obras do demônio em Roma: expulsou a profecia e introduziu a heresia; afugentou o Parácleto e crucificou o PAI”.
Dessa última escola destacou-se o bispo Sabélio, que se tomou um grande líder desse movimento (por isso, os seus seguidores foram chamados de sabelianistas ou sabelianos). Por volta de 215, Sabélio já ensinava suas doutrinas em Roma.
PAI, Filho e ESPÍRITO SANTO são nomes, são “prosopa” (semblantes, faces), e não seres independentes. São reais em energias consecutivas; um vem depois do outro, aparecendo o mesmo DEUS em faces diferentes. Trata-se do mesmo DEUS agindo na História por meio de três semblantes. O “prosopon” do PAI aparece na sua obra criadora, como doador da lei. O “prosopon” do Filho aparece do
nascimento à ascensão de JESUS. A partir da ascensão de JESUS surge o semblante do ESPÍRITO, doador da vida.81
Hipólito, em Contra Todas as Heresias, refutou essas idéias, que hoje são defendidas pelos unicistas. (A DOUTRINA DE DEUS -Teologia Sistemática Pentecostal)
3. O arianismo.
Arianismo. E o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, no Egito, na primeira metade do quarto século. Ario era presbítero em Alexandria, no ano 318, quando a controvérsia começou. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pela da igreja.
A controvérsia girava em torno da eternidade de CRISTO. Atanásio (296-373), o inimigo implacável da doutrina de Ario, dizia que o Filho é eterno e da mesma substância do PAI; ou seja, homoousios, “da mesma substância; consubstanciai; o termo central para o argumento de Atanásio contra Ario e a solução do problema trinitariano oferecido no Concilio de Nicéia (325 d.C.)”.82
Ario, por outro lado, dizia que o Senhor JESUS não era da mesma natureza do PAI; era criatura, criado do nada, uma classe de natureza inferior à do PAI, nem divina e nem humana — uma terceira classe entre a deidade e a humanidade.83
Segundo Ario, “Somente DEUS PAI seria eterno e não gerado. O Logos, o CRISTO pré-existente, seria mera criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existira”.84 Os seus seguidores usavam a palavra anomoios— “dessemelhante; um termo usado pelos arianistas extremistas da metade do quarto século, os assim chamados anomoianos, para arguir que a essência do PAI é totalmente dessemelhante da do Filho”.85
Depois do Concilio de Nicéia, a controvérsia continuou, mas havia um grupo intermediário, semi-niceno, meio-atanasiano e meio-ariano, que afirmava ser o Filho de natureza similar ou igual, e não da mesma natureza ou substância do PAI. Apoiavam-se no termo bomoiousios— “de substância similar, aparência”;86 “de substância semelhante; um termo usado para descrever a relação do PAI para o Filho pelo partido não atanasiano, não ariano na igreja, seguindo o Concilio de Nicéia”.87
Essa discussão chamou a atenção do povo e também ganhou conotação política, considerada, hoje, como a maior controvérsia da história da igreja cristã. O imperador romano Constantino enviou mensageiros, com o propósito de uma conciliação, porém foi tudo em vão.
Constantino, então, convocou um concilio na cidade de Nicéia, na Bitínia, Ásia Menor — hoje Ismk, na Turquia —, aberto em 19 de junho de 325, com a participação de 318 bispos provenientes do Oriente e do Ocidente, mas apenas vinte apoiaram a causa arianista, não obstante a sua grande popularidade.88
Em Nicéia, o credo aprovado era decisivamente anti-arianista; apenas dois bispos não o assinaram. Até Eusébio da Nicomédia, arianista, assumiu o credo elaborado nesse concilio. Depois, os pais capadócios Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa se encarregaram de “elucidar, definir e defender a doutrina trinitariana”.89
A formulação da doutrina da Trindade é o resultado dessas controvérsias cristológicas, na tentativa de harmonizar o monoteísmo com a deidade absoluta do Filho.
Como uma doutrina, ela é uma indução humana das afirmações da Escritura; mas a indução, por ser feita com justeza, é tão parte do ensino de DEUS em sua palavra como ê qualquer uma das doutrinas que têm sido formalmente enunciadas ali.90
O Credo Niceno. Este, como vimos, veio do Concilio de Nicéia, que tratou da controvérsia arianista. Seu conteúdo enfatiza a divindade de JESUS CRISTO e é, ao mesmo tempo, uma resposta à cristologia de Ario:
Cremos em um sé DEUS, PAI Onipotente, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Em um só Senhor JESUS CRISTO, Verbo de DEUS, DEUS de DEUS, Luz de Luz; Vida de Vida, Filho Unigênito, Primogênito de toda a criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para nossa salvação e viveu entre os homens, e sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e subiu ao PAI e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos também em um só ESPÍRITO SANTO.
O Credo de Atanásio ou Atanasiano, Depois do Concilio de Nicéia, em 325, muitos documentos circulavam nas igrejas sobre o assunto. O credo que hoje chamamos de Atanasiano expressa o pensamento de Atanásio e tudo o que defendeu durante toda a sua vida, conquanto não haja indícios confiáveis de que o texto seja de sua autoria.
Esse credo não foi mencionado no Concilio de Éfeso, em 431, nem no da Calcedônia, em 451, tampouco no de Constantinopla, em 381.91 “O credo popularmente atribuído a Atanásio é, de modo geral, considerado um cântico eclesiástico de autoria desconhecida, do século IV ou V”.92
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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