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| Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." (Fp 3.20)
VERDADE PRÁTICA
Na vinda de Jesus nosso corpo abatido será transformado em um corpo glorioso, e, como um ser integral, habitaremos para sempre com Ele no céu.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tito 2.11-14; 1Pedro 1.13-16
INTRODUÇÃO
Abrimos o primeiro capítulo deste livro mencionando o propósito es- catológico do estudo da Antropologia Bíblica, bem presente no versículo 23 de 1 Tessalonicenses, que trata da santificação plena operada no crente e que visa a parousia, a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Ressaltamos o fato de a Antropologia Científica e Cultural não oferecer respostas suficientes para o homem em relação à sua existência e muito menos lhe dar esperança quanto ao futuro, dadas as suas concepções ateístas e materialistas. O estudo do homem à luz da Bíblia, contudo, apresenta-o como criatura e imagem de Deus, formado de uma forma especial e com uma finalidade sublime que é, acima de tudo, relacionar-se com o Criador.
Tratamos da Queda e de como ela afetou o homem em toda a sua constituição, mas destacamos o papel de Cristo como nosso Redentor Eterno, que, com o seu sacrifício na cruz do Calvário, nos resgata por inteiro: espírito, alma e corpo. Assim, com essa esperança, que se consumará com a glorificação (trans formação do corpo), devemos permanecer firmes, dedicando-nos a uma vida de mais intensa comunhão com Deus, buscando a santificação no Espírito, que é operada em nós pela graça de Deus (ver Tt 2.11-14). Em Tito 2.11-14, o apóstolo apresenta o plano de salvação (a manifestação da graça de Deus), a sua eficácia (ensinar-nos uma vida de renúncia a toda impiedade e concupiscência mundana) e o seu propósito escatológico (estar pronto para o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo).
Assim como em 1 Tessalonicenes 5.23, Paulo apresenta a ação divina (a manifestação da graça e o seu papel santificador) e o papel humano (renunciar a impiedade e as concupiscências mundanas). O texto permite-nos ver também o caráter integral da santificação, a abolição de “toda iniquidade” (v. 14), mesmo sentido visto em 1 Pedro 1.13-16: ser santo em toda a maneira de viver. Nada pode ficar de fora, portanto, da obra santificadora de Cristo, operada em nós pelo Espírito. Devemos apresentar-nos por inteiro a fim de que nosso espírito, nossa alma e nosso corpo estejam preservados irrepreensíveis para a vinda de Cristo, que a cada dia está mais próxima. A santificação deve ser buscada nessa perspectiva escatológica, a esperança do aparecimento da eterna glória de Deus.
I. PRESERVANDO A ESPERANÇA ESCATOLÓGICA
1. O alvo celestial - Amar a Deus é um fator determinante para um viver santo. Somente um amor intenso ao Senhor pode levar-nos a uma santificação integral (Mt 22.37; Mc 12.30). E, pois, um amor relacionai que cumpre o principal propósito da criação do homem, que é a sua comunhão com o Criador, marca distintiva da sua condição de imagem de Deus. Esse ser finito que ama quer viver de modo a agradar o Eterno, que o criou, pois é isso que realmente lhe dá sentido à vida. Alguns personagens do Antigo Testamento destacaram- -se nesse processo, como Enoque, cuja vida agradou tanto a Deus que Ele tomou-o para si, por trasladação, sem que passasse pela morte (Gn 5.24).
O Espírito do Deus Criador gera em nosso coração esse desejo ardente de andar com Ele, agradando-o em tudo. Isso decorre de um processo de conhecimento profundo da vontade de Deus em toda a sabedoria e inteligência espiritual, como ensinou Paulo aos colossenses, a fim de que possamos “andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo” (Cl 1.9,10). Parece-nos claro, então, que o Novo Testamento trata da santificação como uma experiência presente, mas também a apresenta com um propósito futuro, que diz respeito a outro fator motivador de uma vida de santidade, que é a esperança escatológica, o anseio do Céu.
Assim, podemos afirmar que a base fundamental da santificação é o amor, mas a esperança da vida eterna com Cristo também é extremamente importante e indispensável para fortalecer o cristão, estimulando-o a abandonar todo tipo de pecado e purificar-se inteiramente. E andar em santidade aqui para viver para sempre com Ele ah. Portanto, a mensagem da vinda de Jesus e nossa reunião com Ele não pode ser negligenciada, sob pena de um esfriamento em relação à santificação.
Palavra derivada do lat. sanctus; do verbo heb. qadash, "ser separado, consagrado"; do substantivo grego hagiasmos, "consagração", "purificação", "santificação"; do verbo hagiazo, "santificar", "separar das coisas profanas ou consagrar", "purificar ou santificar". O breve catequismo de Westminster define a santificação como "a obra da livre graça de DEUS, pela qual somos renovamos na totalidade de nosso ser, conforme a imagem de DEUS, e nos tornamos cada vez mais capacitados a morrer para o pecado e viver para a justiça". Esta definição, no entanto, apesar de útil ao chamar a atenção à graça soberana de DEUS, assim como à responsabilidade de cada cristão, tende a confundir a regeneração com a santificação. As principais ideias relacionadas à santificação são a separação daquilo que é pecaminoso, por um lado, e, por outro, a consagração àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de DEUS. A Santificação precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, DEUS atribui ao crente, no momento em que recebe a CRISTO, a própria justiça de CRISTO, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em CRISTO (Rm 6.4-10). É uma mudança que ocorre "de uma vez por todas" na condição legal ou judicial da pessoa diante de DEUS. A santificação, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento. Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre DEUS e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, e entre o homem e a natureza.
2. Oposições à visão celestial - Na carreira do cristão rumo ao Céu, não apenas pecados, como também práticas específicas e embaraços (alguns muito sutis) apresentam-se para tentar levá-lo ao tropeço. O escritor aos hebreus adverte-nos: “[...] deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1). No lugar de embaraço, a NVT traz a expressão “tudo o que nos atrapalha”, e a NVT traduz como “todo peso que nos torna vagarosos”. Cada um de nós deve estar atento quanto ao que pode estar roubando nossa visão celestial; atraindo nosso coração para outros interesses. O desejo de acúmulo de bens materiais pode ser um deles (ver Mt 6.19-21).
Jesus proferiu esse ensino depois de ter enfrentado e vencido terríveis tentações feitas diretamente pelo Diabo, que queria seduzi-lo e tirá-lo do propósito eterno de redenção da humanidade. O tentador ofereceu-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles (Mt 4.8), esperando confiná-lo aos limites das conquistas terrenas. Jesus recusou tudo, dando-nos o exemplo de que também devemos renunciar todas as ofertas deste mundo que sejam opostas à visão celestial. Para não sermos enganados com oportunidades que nos pareçam boas, precisamos ser guiados pelo Espírito Santo. Só Ele pode capacitar-nos com o discernimento exato para todas as opções, em todas as circunstâncias.
3. Inimigos da cruz de Cristo - 2Co 6.17,18 “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”.
O conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre DEUS e o seu povo. Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e outra positiva:
(a) a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a JESUS CRISTO, à justiça e à Palavra de DEUS;
(b) acercar-se de DEUS em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.
(1) No AT, a separação era uma exigência contínua de DEUS para o seu povo (Lv 11.44; Dt 7.3; Ed 9.2).
O povo de DEUS deve ser SANTO, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a DEUS. Uma principal razão por que DEUS castigou o seu povo com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr 36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; Os 7.8).
(2) No NT, DEUS ordenou a separação entre o crente e
(a) o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4);
(b) aqueles que na igreja pecam e não se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e
(c) os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo 4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).
(3) Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de
(a) ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb 1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à falsa doutrina (Gl 1.9),
(c) amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar (Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1-3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e
(d) temor de DEUS ao nos aperfeiçoarmos na santificação (7.1).
(4) Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como o povo de DEUS,
(a) perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17), na fé (1Tm 1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co 7.1);
(b) vivamos inteiramente para DEUS como nosso Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co 6.16-18) e
(c) convençamos o mundo incrédulo da verdade e das bênçãos do evangelho (Jo 17.21; Fp 2.15).
(5) Quando corretamente nos separarmos do mal,
o próprio DEUS nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18).
(6) O crente que deixa de separar-se da prática do mal,
do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com DEUS (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).
II. PERIGOS DE TEOLOGIAS MODERNAS
1. Um cristianismo secularizado - Uma das características dos últimos dias é a diminuição do fervor espiritual e o aumento do apego às questões temporais (Lc 18.8; 2 Tm 3.1-4). O desinteresse pelos assuntos celestiais e um valor desmedido às coisas terrenas é exemplificado pelos dias de Noé e de Ló (ver Lc 17.26-28). Nota-se que boa parte dessas práticas — como comprar, vender, plantar e edificar — não constitui pecado, mas serviu como atrativo para aquelas gerações perversas, que não se importavam com Deus e a sua vontade. Jesus deixa claro que esse será o cenário no mundo dos dias que antecederem a sua vinda, o que influenciará diretamente na perda da sensibilidade e da percepção espiritual.
A expressão “e não o perceberam até que veio o dilúvio”, constante em Mateus 24.39, demonstra o quanto os contemporâneos de Noé só buscavam os seus próprios interesses, enquanto o patriarca deixara tudo para cumprir a ordem divina, de construção da arca (Gn 6.22). Para não ser vítima do secularismo, o cristão precisa apegar-se à Palavra de Deus e cumpri-la integralmente, sem tentar sofismá-la ou adaptá-la aos seus próprios interesses. E preocupante o quanto cresce uma visão secular da fé cristã em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. De um lado, rejeita-se qualquer estrutura religiosa e defende-se uma fé individualista, sem compromisso com a comunhão. Sob o pretexto de levá-la para a arena pública, atua-se tirando-a da arena espiritual.
A batalha contra o mal, que costumeiramente era travada por meio de práticas piedosas, como o jejum e a oração, passa a ser supostamente travada com armas carnais e humanas (v. BPE, p. 1783). Quanto mais secularismo, menos poder. Jesus espera que conservemos entre nós os verdadeiros sinais que devem seguir os que creem: expulsão de demônios, novas línguas, maravilhas e curas divinas (Mc 16.17,18). Essa é a verdadeira relevância da Igreja. Tudo isso é vivido na perspectiva e expectativa da Eternidade.
2. Falsos discursos - O já citado texto de Marcos 16.17,18 demonstra a íntima relação que deve haver entre pregação e sinais na vida da Igreja em todos os tempos. Não há registro algum na Bíblia de que fossem apenas para a era apostólica. Muito pelo contrário! A operação de milagres e maravilhas deve ser uma confirmação contínua da pregação do evangelho em todos os tempos e lugares. Essa característica prática do querigma, marca distintiva do cristianismo primitivo, viu-se presente em diversos outros momentos da história e ressurgiu com vigor no Movimento Pentecostal do século XX. Por muitas décadas, as igrejas pentecostais, menos expostas às questões públicas e mais voltadas para a busca do poder espiritual e da evangelização, não foram tão influenciadas pelas críticas vindas de dentro e de fora do protestantismo.
Na verdade, as perseguições serviram de combustível para a impulsão do crescimento do Movimento Pentecostal. Nos últimos tempos, porém, a teologia reformada causou mais influência ao pentecostalismo, exatamente quando este buscou uma maior reflexão teológica. Se, por um lado, é fato que devemos estar cada vez mais dedicados ao estudo da doutrina e da teologia, por outro lado não podemos ficar descuidados de nossos distintivos pentecostais, sob pena de ficarmos reduzidos a discursos de pouco efeito. Convém ao Pentecostalismo Clássico precaver-se de visões teológicas modernas que buscam afastar o crente da sua vida de fé pessoal e comunitária, na sua cidade, bairro ou área rural. Muito discurso e pouca prática não resolvem.
O Movimento Pentecostal sempre foi marcado por uma busca incessante da presença de Deus e a operação de sinais. O conhecimento teológico, que é importante, e a própria pregação bíblica, que é tão fundamental, só produzem resultado mediante o poder de Deus (Rm 1.16). Paulo, que, sem dúvida, era dotado de grande conhecimento humano, especialmente da filosofia do seu tempo, afirmou aos coríntios: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1 Co 2.4,5). Nossa missão é conciliar doutrina e teologia com vida prática de fé. E permanecer crendo, praticando e pregando um evangelho simples, porém integral: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará.
3. Prosperidade, existencialismo e engajamento - Embora a fé cristã seja acompanhada de muitas bênçãos terrenas, esse não é o seu núcleo ou regra geral. Conquistas materiais não são sinônimo de espiritualidade. Além de gerar desencanto, reduzir a esperança cristã a conquistas ter renas conduz a uma visão existencialista. Foi o que Paulo concluiu diante dos que, em Corinto, negavam o caráter escatológico da fé cristã. Depois de defender a doutrina da ressurreição dos mortos em Cristo, o apóstolo expõe a falta de sentido de uma fé que não tem a esperança de vida eterna (1 Co 15.19). Sendo a existência humana limitada ao viver terreno, sentido algum restaria para uma vida piedosa. Diante desse quadro hipotético, Paulo menciona logo adiante um pensamento típico da filosofia de Epicuro (341—270 a.C.): “[...] Comamos e bebamos, que amanhã morreremos”(l Co 15.32), que tem relação com a visão existencialista. Se o que resta ao homem é apenas esta vida, por que se abster de prazeres? A ênfase na esperança da vida eterna é, portanto, um grande fator motivador de uma vida de santidade.
A questão da cosmovisão cristã
Nos últimos vinte anos, o tema Cosmovisão Cristã foi popularizado no Brasil. A questão é: que cosmovisão cristã é essa? Quais são os seus pressupostos? Qual a sua relação com a visão de mundo pentecostal? Com raríssimas exceções, a cosmovisão cristã que tem sido difundida no Brasil é de matriz reformada. Tem como fundamento pensamentos teológicos distintos da doutrina pentecostal. Inspirada na escatologia calvinista-amilenista — que não crê no arrebatamento da Igreja e em um Milênio literal — essa visão de mundo enfatiza o engajamento cultural para a redenção dos sistemas humanos, e não a proclamação do evangelho para a salvação dos pecadores.
Sem nenhum ufanismo, o Movimento Pentecostal Clássico apresenta fundamentos doutrinários muito mais sólidos e alinhados com o Novo Testamento em relação aos segmentos que negam a atualidade das experiências carismáticas. Os dons do Espírito são para nossos dias, e isso diz muito em relação à visão comunitária e missional da Igreja. Da mesma sorte, a visão escatológica pentecostal (futurista e dispensacionalista) está muito ligada ao comportamento e prática da Igreja, dada a crença na iminência da segunda vinda de Cristo. Não somos insensíveis em relação a nossos deveres cívicos e sociais. Vivemos, contudo, com uma esperança voltada para a eternidade, pois “nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20).
III. CONSERVANDO ESPÍRITO, ALMA E CORPO
1. Prontos para o retorno de Cristo - Na sequência, Paulo menciona virtudes que são fruto do Espírito (v. 8). Adiante, do versículo 12 ao 22, o apóstolo refere-se aos deveres do cristão na sua vida pessoal e comunitária. As condutas recomendadas nos versículos 12 e 13 exigem submissão, humildade, mansidão e domínio próprio, além de expressar outra virtude espiritual, que é a paz. O versículo 14 prossegue no mesmo sentido de uma santificação integral, que nasce do espírito e realiza-se na alma e no corpo, mencionando a paciência. O versículo 15 trata de benignidade, e o 16, de alegria; ou seja, Paulo descreve o fruto do Espírito, o ápice da vida cristã, como ponto ideal de santificação, termômetro para aferir a condição espiritual de prontidão para aguardar o retorno de Cristo. No mais, o apóstolo recomenda a prática da gratidão (v. 18), fervor espiritual (v. 19), sensibilidade e discernimento quanto à voz do Espírito (v. 20,21) e, por fim, faz uma advertência enfática e ampla: “Abstende-vos de toda aparência do mal” (5.22). Uma vez dedicando-se a esse viver santo, o cristão terá sempre a ajuda indispensável do Deus de paz, que é quem realiza em nós a obra de santificação (5.23).
2. Uma santificação completa - De acordo com a Bíblia, a santificação do crente é tríplice:
1. Santificação posicional (Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Co 6.11; Rm 8.33, 34; 1 Jo 4.17b)
É estar "Em CRISTO"
O crente pela fé torna-se SANTO. - DEUS nos vê perfeitos. - Não há qualquer acusação contra nós.- A santidade do Senhor passa a ser a nossa santidade"
Sentido posicional da Santificação
No sentido posicional todo o verdadeiro cristão é SANTO DE DEUS. Vejamos alguns aspectos desse sentido da santificação:
- A santificação posicional é um ATO SOBERANO de DEUS, mediante a obra de CRISTO (Hb10:9-10)
- O cristão verdadeiro é santificado em CRISTO (I Co 1:2)
- O cristão verdadeiro é santificado por vocação divina (Rm 1:7; Hb 3:1)
- A santificação posicional independe das nossas falhas ou imperfeições pessoais (I Co 3:1-3; cf 6:11)
- Isso não significa liberdade para andarmos como queremos. Há necessidade de SANTIFICAÇÃO PRÁTICA.
2. Santificação progressiva.
É a santificação prática, aplicada ao viver diário do crente.
Pode ser aperfeiçoada (2 Co 7.1). - Ocorre à medida que o ESPÍRITO o rege soberanamente - O crente a busca, em cooperação com DEUS: "Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver" (1 Pe 1.15).
SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA se refere ao crescimento gradual do crente em conhecimento e santidade, de forma que, tendo recebido justiça legal na justificação, ele pode agora desenvolver a justiça pessoal em seu pensamento e comportamento.
a) O lado divino da santificação progressiva.
São meios, os quais o Senhor utiliza para santificar-nos em nosso viver diário. (Hb 13.12; 1 Jo 1.7,9); (Sl 12.6; 119.9; Jo 17.17; Ef 5.26); (Rm 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Ts 2.13); (Êx 29.43; 2 Cr 5.13, 14); (At 26.18; Fp 3.9; Tg 2.23; Rm 4.11).
(1) O sangue de JESUS CRISTO - (2) a Palavra de DEUS - (3) o ESPÍRITO SANTO - (4) a glória de DEUS manifesta - (5) e a fé em DEUS
. O Pai (I Ts 5.23)
. O Filho, o Senhor JESUS CRISTO, ao verter seu precioso sangue (Hb 10.10; Hb 12.9-10)
. O ESPÍRITO SANTO (Rm 15.16; I Pe 1.2)
O poder interior e a unção do ESPÍRITO SANTO são, talvez, os maiores agentes para nos dar a vitória sobre a carne (Rm 8.13; Gl 5.17).
b) O lado humano da santificação.
DEUS é quem opera a santificação no crente, embora haja a cooperação deste. (Mt 5.6; 2 Tm 2.21, 22;1 Tm 5.22 ); (Êx 19.10,14; Ef 4.11,12); (2 Tm 1.5; 3.15); (Sl 51.10; 32.6); (Lv 27.28b; Rm 12.1,2)
Os meios coadjuvantes (que auxiliam-nos) de santificação progressiva são:
(1) O próprio crente. Sua atitude e propósito de ser SANTO - (2) O SANTO ministério. Dever de cooperar para a santificação dos crentes - (3) Pais que andam com DEUS. - (4) As orações do justo: A oração tem efeito santificador. - (5) A consagração do crente a DEUS: Rendição incondicional a DEUS
Ao mesmo tempo, nos é dito em várias passagens que o cristão deve santificar-se.
Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso DEUS (Lv 20.7).
Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós (Js 3.5).
Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do ESPÍRITO, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de DEUS (II Co 7.1).
Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra (II Sm 2.20-21).
De que meios os crentes podem dispor para sua santificação?
A fé (At 26.18; 15.9).
Obediência à Palavra (Jo 17.17; Ef 5.26; Sl 119.105).
Rendição ao ESPÍRITO SANTO (Jo 16.13).
Compromisso pessoal. Na experiência inicial da santificação, que tem lugar na conversão, DEUS separa o crente como vaso escolhido para o Seu uso e glória. Mas chega uma hora na vida de todo seguidor sincero do Senhor JESUS CRISTO em que ele, mediante um ato de profundo compromisso pessoal, se separa para qualquer serviço que DEUS queira que faça. Nessa ocasião, ele se afasta das coisas do mundo da carne e se dedica à vontade perfeita de DEUS para sua vida. O indivíduo recebeu JESUS CRISTO como seu Salvador, mas agora O coroa como Rei e Senhor da sua vida. Este é um ato real de santificação. Paulo se refere a isto em Rm 12.1-2).
Rendição da vida em definitivo a DEUS constitui a suprema condição para a santificação prática. E isso envolve a entrega de todos os nossos membros à vontade dEle; “Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a DEUS, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a DEUS, como instrumentos de justiça” (Rm 6.13). Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (Rm 6.19).
3. Santificação futura.
"E o mesmo DEUS de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso ESPÍRITO, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO" (1 Ts 5.23). Trata-se da santificação completa e final (1 Jo 3.2). Ver também: Ef 5.27; 1 Ts 3.13.
É a consumação do propósito de DEUS em nossa Santificação. Na vinda do Senhor JESUS CRISTO seremos como Ele é. Seremos transformados à Sua própria imagem, perfeitos para sempre (Rm 8:29; Fp 1:6; 3:20-21; I Jo 3:2)
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.
Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.
Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.
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