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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

LIÇÃO 09 - UMA IGREJA QUE SE ARRISCA.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                        TEXTO ÁUREO

"Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus." (At 7.55)


                        VERDADE PRÁTICA

 A Igreja foi capacitada por Deus para enfrentar um mundo que é hostil à sua fé e valores.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos  6. 8-15; 7. 54-60


                     INTRODUÇÃO

Todos nós gostamos de ler sobre a vida de homens e mulheres que, de alguma forma, impactaram as  suas gerações com a sua vida e testemunhos. Temos na História da Igreja muitos exemplos que são inspiradores. Eles certamente nos emocionam, impactam e também nos desafiam. Lembro-me de como o livro Heróis da Fé, escrito pelo missionário pentecostal Orlando Boyer, teve impacto no início de minha fé.1 Ao ler, por exemplo, a história de D. L. Moody, não pude conter as lágrimas.1 2 Somam-se a eles os nomes de mulheres também extraordinárias. Quem não se emociona com o testemunho de Susanna Wesley, mãe do gigante e  pai do metodismo, John Wesley? O que dizer de Betsy Moody, sobre quem o seu notável filho, D. L. Moody, disse publicamente ter feito por ele “mais do que qualquer outro ser na Terra”?

8  E Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
E Estevão ...
Embora Estevão tinha sido escolhido pela igreja como um funcionário líder leigo, logo ficou evidente que DEUS tinha planos maiores para sua vida. Ele veio através das fileiras, como tem tantos grandes pregadores e líderes da igreja desde então. Como um líder leigo ele era um homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO ( Atos 6: 5-A ), e agora impulsionado pelo poder vivificador do ESPÍRITO e uma paixão para a evangelização de seus companheiros, ele é visto fazendo grandes maravilhas e sinais (v. 8b ). Escritório temporais de Estevão na igreja colocou em contato com os pobres, os doentes e os que sofrem, seja de possessão demoníaca ou não, da congregação, e, assim, ampla oportunidade para o abastecimento por meio milagrosas tais necessidades de muitas das pessoas como não poderia ser cumprida pelo Tesouro temporal. Cheios de fé (alguns ler "graça"), e assim dando crédito ilimitado para as promessas de DEUS para as pessoas, e do poder energizante do ESPÍRITO de DEUS ( Atos 1: 8 ), Estevão foi habilitado para testemunhar grandes milagres de cura, expulsão demônio, e transformações espirituais e morais entre os povos que servia. As possibilidades de cheia do ESPÍRITO SANTO e liderança fiéis leigos na igreja são bastante ilimitado. No entanto, este serviço espiritual não foi sem o seu preço.

 Em Estêvão: O Primeiro Apologista do Evangelho, a ênfase recai sobre a defesa da fé cristã. E o personagem escolhido para protagonizar esta obra é um diácono que não somente foi o protomártir (primeiro mártir) do cristianismo, como também o primeiro grande apologista do evangelho, um pregador a quem o Senhor Deus usou para mudar a História da Igreja. À luz das informações disponíveis em Atos dos Apóstolos, faço uma análise da pregação contemporânea, valendo-me de muitos outros dados relevantes, que foram selecionados a partir de uma pesquisa exaustiva.


CURIOSIDADE:

De maneira geral, os cristãos hebreus eram judeus majoritariamente bilíngues, que falavam o aramaico (ou hebraico) e o grego; eles faziam questão de usar o Antigo Testamento hebraico. Os cristãos helenistas, por sua vez, eram judeus vindos de Antioquia, Alexandria e outras partes da diáspora ocidental, os quais, em sua maioria, falavam apenas o grego (cf. BRUCE, 2017a). Alguns eruditos sugerem “que a palavra ‘helenista’ não se refere exclusivamente ao judeu que falava grego em vez do aramaico, mas a um judeu que vivia como um grego” (TENNEY, p. 82). Embora usassem “a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, a Septuaginta” (RADMACHER, p. 769), os helenistas respeitavam, e muito, o texto veterotestamentário original.


                I.    ESTÊVÃO E A IGREJA QUE TEM SUA FÉ CONTESTADA

1.    Aprendendo com Estêvão     -    Um fato que logo se destaca na narrativa lucana sobre Estêvão é que ele não se limitou a cuidar da parte social da igreja. O seu testemunho também se estendeu para a esfera evangelística, esta com muito mais notoriedade e visibilidade. A Bíblia diz que “Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Foi essa capacidade de demonstrar o evangelho tanto em palavras como em obras, no poder do Espírito Santo, que causou grande impacto na comunidade judaica de Jerusalém.

  Satanás nunca verá seu território invadido e seus súditos perdido sem uma batalha. Esta nova atividade de um cristão helenista especialmente voltada para os mais liberais judeus helenistas das sinagogas era particularmente perigoso para a causa do inimigo. É surpreendente que esta oposição surgiu entre os helenistas. Possivelmente eles foram incitados pelos governantes do Sinédrio.


 2.    A fé sob ataque    -   Aqueles mencionado aqui, os membros dos quais atacaram Estevão, são a sinagoga dos Libertines , que consiste em libertos dos descendentes romanas de prisioneiros feitos por Pompeu (Crisóstomo); cireneus , composto por membros de Cirene, capital da Líbia superior em África, um -fourth parte de qual cidade era judeu; alexandrinos , composta por povos de Alexandria, no Egito, dois quintos de qual cidade era judeu, ou cerca de 100.000 pessoas, e o lugar da tradução do Velho Testamento em grego (a Septuaginta); Cilícia , composta de pessoas da província da Cilícia, na Ásia Menor, que foi a casa do Paulo e da residência de muitos judeus (veja Atos 15:23 , 41 ); e Ásia, com os membros da província da Ásia, na Ásia Menor, onde muitos judeus fanáticos residiu (v.9 ).

Não é possível combinar a sabedoria e ao ESPÍRITO com que Estevão pregou e fundamentado com esses judeus helenistas na sinagoga judaica ou sinagogas, eles recorreram aos meios sujos de empregar alguns homens perversos para fazer seu trabalho sujo de trazer falso testemunho contra ele perante o Sinédrio (v. 12 ; cf. Atos 17: 5 ); e, assim, por esses meios que tinham o arrastou para o átrio e falsamente acusado por testemunhos destinados a inflamar a ira e prejudicar os julgamentos dos governantes (v. 13 ).


3.     A disputa com Estêvão    -    A sabedoria de Estêvão era superior à dos grandes filósofos gregos e à dos sábios judeus, os quais “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6.10). Ao pregar e defender o evangelho nas sinagogas, “Estêvão não dependia de sua própria sabedoria, mas da unção e dos dons do Espírito. Não é de admirar, pois, que todos os argumentos deles caíssem por terra!” (HORTON, 1983, p. 76). Cumpriu-se na vida desse diácono-apologista, por antecipação, a profecia de Jesus Cristo alusiva aos dias que antecedem à Segunda Vinda: “eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lc 21.15). Deus, portanto, permitiu que Estêvão, como protomártir da Igreja, enfrentasse perseguição e resistência similares às que os salvos hão de experimentar nos últimos dias. Nas Escrituras, a palavra “sabedoria”, de modo geral, alude à prudência, inteligência, juízo e bom senso em todas as ações (Lc 2.52; Cl 4.5). No caso da sabedoria do alto ou celestial, trata-se de uma habilidade sobrenatural pela qual se aplica corretamente o conhecimento adquirido (1 Rs 3.16-28; Pv 3.13-15; Mt 21.23-27; 22.15-22). 

 Estêvão era cheio da sabedoria do alto, a qual, segundo o célebre pregador e escritor A. W. Tozer (1897–1963), é 

 “um tipo de batismo com o Espírito da verdade que sobrevém a homens e mulheres tementes a Deus. Essa sabedoria é sempre associada à justiça e à humildade; nunca é encontrada desassociada da piedade e da verdadeira santidade de vida” (TOZER, p. 270). Há diferença entre a sabedoria terrena e a celestial. A primeira vem por meio de vivência, contato e convivência com os sábios, experiência, contemplação da natureza, etc. A segunda provém do Senhor (Pv 2.6; 2 Co 1.12; 2 Pe 3.15), especialmente por meio de meditação na Palavra de Deus (Sl 119.99,100) e ação direta do Paráclito em nossa vida (1 Co 2.4,5,13).

 Sabedoria do alto é

 “mais do que mera inteligência. Enquanto esta se refere à habilidade de resolver problemas de forma correta pelo uso da razão e experiência, aquela refere-se à inteligência divina. […] Isso explica a descrição de ‘sabedoria’ que Tiago chama de terrena e natural (Tg 3.15). Esta é a motivação que produz um ‘sentimento faccioso’, o qual normalmente cria ‘inveja amargurada’. A sabedoria lá do alto, por outro lado, é ‘pura’ (v. 17)” (SHEDD, p. 43).


4.    A falsa narrativa    -    A Bíblia diz que “Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Foi essa capacidade de demonstrar o evangelho tanto em palavras como em obras, no poder do Espírito Santo, que causou grande impacto na comunidade judaica de Jerusalém. Motivados pela inveja, os adversários de Estêvão passaram a propagar muitas coisas negativas sobre o seu ousado testemunho. Isso, contudo, não o intimidou, pois “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6.10). Não podendo calar a Estêvão, procuraram logo uma narrativa falsa para minar o seu testemunho e credibilidade. Assim, acusaram-no de “proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus” (At 6.11).

 De forma ardilosa, criaram uma narrativa em que Estêvão era posto como um adversário de Moisés. Justo González observa que essa é a primeira vez que esses líderes hostis à igreja conseguem trazer o povo para o lado dele. Nos levantes anteriores, não eram bem-sucedidos nos seus intentos porque a igreja tinha “a simpatia de todo o povo” (At 2.47, NAA). A falsa narrativa, entretanto, conseguiu influenciar o povo e colocá-lo contra Estêvão. Mesmo o acusando falsamente, o povo tinha de reconhecer que ele era um homem justo, puro e santo: “Olhando para ele, todos os que estavam sentados no Sinédrio viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo” (At 6.15, NVT).



                    II.    ESTÊVÃO E A IGREJA QUE DEFENDE SUA FÉ

1.    Deus na história do seu povo     -     Estêvão, Paulo e especialmente os apologistas do segundo século tiveram importante papel ao demonstrar que o evangelho é equilibrado, e não fanatizador. Ademais, eles defenderam a fé cristã ante o próprio judaísmo, um tipo de perseguição que começou, como vemos em Atos dos Apóstolos, ainda no primeiro século, quando o protomártir da Igreja e, posteriormente, o apóstolo dos gentios notabilizaram-se como pregadores eloquentes e hábeis argumentadores. 

 Não por acaso, o Senhor Jesus disse ao pastor da igreja em Esmirna: “Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” (Ap 2.9). Em quase todas as sete igrejas da província da Ásia mencionadas em Apocalipse, havia pessoas falsas, enganadoras, que diziam ser alguma coisa, mas que não o eram (cf. vv. 2,20; 3.9,17). Em Esmirna, assim como em todas as outras cidades onde havia igrejas cristãs, os crentes eram blasfemados (cf. 1 Co 4.13), isto é, sofriam acusações levianas dos falsos judeus a serviço do Diabo. Alguns grupos não chamavam os salvos em Cristo apenas de antissociais, ateus e canibais, mas também de desagregadores da família, por levarem pessoas a mudar de religião (cf. Mt 10.34-36); imorais, por celebrarem a festa do amor antes da Ceia do Senhor (cf. 1 Co 11.17-21); e, ainda, desleais ao imperador, em razão de chamarem Jesus Cristo de único Senhor e Salvador. 

 No século II, cresceu sobremaneira a perseguição romana ao cristianismo; isso, porém, já ocorria nos dias dos apóstolos, nos quais apenas Estêvão e Paulo podem, a rigor, ser considerados apologistas. Embora Pedro tenha escrito o texto áureo da apologética cristã (1 Pe 3.15), notabilizou se mais como pregador pentecostal, e não como grande defensor da fé. Tiago, que morreu como mártir nos primeiros anos da Igreja, e João eram pastores. Quanto a Tiago, irmão do Senhor, pelo que se depreende de algumas passagens neotestamentárias (At 15.13; 21.18; Gl 1.19; Tg 1.1), foi um líder notável e pastor-presidente da igreja em Jerusalém em seus primeiros anos. Além de disputar com os que se lhes opunham, contestando as suas calúnias, os defensores do evangelho costumavam escrever apologias — e não tratados doutrinários —, o que os distinguia dos teólogos. 

Nem todo teólogo era um apologista, mas todo apologista, necessariamente, era um teólogo, pois precisava conhecer profundamente as doutrinas fundamentais do cristianismo a m de defendê-las. À luz de Mateus 5.11,12 e Tiago 1.5-12, eles defendiam a Igreja de acusações “motivadas pelo ódio por Cristo que não é para ser visto como estranho ou exagerado. Antes, as acusações servem para serem consideradas como bênçãos” (BINGHAM, p. 35).


2.    Corações endurecidos     -    SEMPRE RESISTIS AO ESPÍRITO SANTO. A história de Israel retrata um povo que repetidamente rebelou-se contra DEUS e a sua Palavra revelada. Ao invés de se submeterem às normas da sua lei, os israelitas se voltaram para os caminhos e modo de vida das nações ímpias ao seu redor. Mataram os profetas que os chamavam ao arrependimento e que profetizavam a respeito da vinda de CRISTO (vv. 52,53). É isto o que significa resistis ao ESPÍRITO SANTO . Da mesma forma o Israel de CRISTO, sob o novo concerto, deve estar consciente da sua tendência de proceder como o Israel de DEUS do antigo concerto. As igrejas de CRISTO podem desviar-se dEle e da sua Palavra e recusar-se a dar ouvido à voz do ESPÍRITO SANTO. Acontecendo isto, elas incorrerão no juízo divino: o reino lhes será tirado (ver Rm 11.20-22Ap 2,3).

Estêvão prossegue em sua narrativa (como deduzimos pela linha de pensamento) mostrando que, como o templo, assim o serviço no templo tinha de acabar, e que seria a glória de ambos darem lugar para a adoração do Pai em espírito e em verdade. Este novo tipo de adoração seria estabelecido no Reino do Messias, sem as cerimônias pomposas da antiga lei. Tudo que ele havia acabado de dizer, Estêvão aplicaria mais exatamente ao seu propósito vigente. Mas ele percebeu que não aceitariam. Eles seriam pacientes em ouvir a história do Antigo Testamento (método de aprendizagem muito comum), mas se Estêvão lhes falasse que o poder e a tirania que exerciam tivessem de diminuir e que a igreja tivesse de ser governada por um espírito de santidade e amor, e disposição celestial, eles não quereriam saber. É provável que ele tenha percebido isto e que eles se encontrassem a ponto de lhe mandar calar. Por isso, ele parou abruptamente no meio do discurso e, pelo espírito de sabedoria, ousadia e poder com o qual estava cheio, categoricamente reprovou os perseguidores e expôs seu verdadeiro caráter, pois se não aceitarem o testemunho do evangelho, este se tornará uma testemunha contra eles.


                    III.     ESTÊVÃO E O MARTÍRIO DA IGREJA

1.    Contemplando a vitória da cruz    -    Certos estudiosos acham que pelo poder sobrenatural os olhos de Estevão foram fortalecidos, aumentando o alcance de sua visão muito acima do natural. Ele viu o terceiro céu, embora estivesse a tão longa distância, como a visão de Moisés aumentou para que visse toda a terra de Canaã. Outros pensam que foi uma representação da glória de DEUS feita diante dos olhos de Estêvão, como aconteceu com Isaías e Ezequiel. O céu veio como se tivesse descido até ele (Ap 21.2). 

Os céus se abriram para lhe dar uma visão da felicidade que usufruiria, e, com essa perspectiva, passasse alegremente pela morte, tão grande morte. Se pela fé fixássemos os olhos no céu, veríamos os céus abertos pela mediação de CRISTO, o véu sendo rasgado e um novo e vivo caminho aberto diante de nós para o SANTO dos Santos. 

Os céus são abertos para a fixação de uma ligação entre DEUS e os homens e também para que os seus favores e bênçãos desçam até nós e nossas orações e louvores subam até Ele. Nós também podemos ver a glória de DEUS até ao ponto em que Ele a revelou em sua palavra, e essa visão nos ajuda a passar por todos os terrores de sofrimentos e morte.

(3) Estêvão viu [...] JESUS, que estava à direita de DEUS (v. 55), o Filho do homem (v. 56). JESUS, sendo o Filho do homem, tendo levado nossa natureza com Ele para o céu e a vestido com um corpo que pode ser visto com os olhos físicos. Foi assim que Estêvão o viu. Quando os profetas do Antigo Testamento viram a glória de DEUS, os anjos a acompanhavam. Na visão de Isaías, eram os serafins que acompanhavam a shequiná, a presença divina. Na visão de Ezequiel, eram os querubins.

 Em ambos os casos, são anjos que são ministros da providência de DEUS. Mas aqui não há menção a anjos, embora eles rodeiem o trono e o Cordeiro. Em vez deles, Estêvão vê JESUS [...] à direita de DEUS, o grande Mediador da graça de DEUS, de quem mais glória redunda a DEUS do que de toda a ministração dos anjos santos. A glória de DEUS brilha mais luminosamente na face de JESUS CRISTO. Ali brilha a glória da sua graça, que é o exemplo mais ilustre da sua glória. DEUS se mostra mais glorioso tendo JESUS à sua direita do que milhões de anjos à sua volta. [1] Esta é prova da exaltação de JESUS à mão direita do Pai (v. 56). Os apóstolos viram JESUS ascender, mas não o viram assentar-se, pois uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos (Atos 1.9). 

Outros textos bíblicos informam que Ele está assentado à mão direita de DEUS, mas Ele já foi visto ali? Sim, Estêvão o viu e muito se regozijou com a visão. Ele viu JESUS à mão direita de DEUS, evidenciando sua dignidade transcendente e seu domínio soberano, sua habilidade indomável e sua agência universal. Tudo quanto a mão direita de DEUS nos dá, ou recebe de nós, ou faz concernente a nós, é por meio de JESUS, porque Ele está à mão direita de DEUS. [2] Em geral, os textos bíblicos dizem que JESUS está sentado à mão direita de DEUS, mas Estêvão o viu em pé, como alguém que nesse momento está mais que normalmente preocupado pelo seu servo que sofre. Ele se levantava como juiz para defender a causa do seu servo contra os que o perseguem. Ele despertou na sua santa morada (Zc 2.13), e sairá do seu lugar para castigar (Is 26.21). 

Ele se levanta pronto para receber Estêvão e coroá-lo, e, nesse meio tempo, dá-lhe um lampejo da alegria que está diante dele. [3] O propósito dessa visão era encorajar Estêvão. Ele vê que JESUS é por ele, então não importa o que seja contra ele. Quando nosso Senhor JESUS estava em sua agonia, um anjo lhe apareceu para fortalecê-lo. Mas para Estêvão o próprio JESUS lhe apareceu. Note que não há nada mais consolador para os santos prestes a morrer, nem mais animador para os santos que sofrem do que ver JESUS à direita de DEUS. Louvado seja DEUS, pois pela fé nós o veremos ali.


2.    Perdoando o agressor    -   [1] As circunstâncias desta oração são notáveis. Pelo visto, esta oração foi feita com uma maior reverência que a primeira. Em primeiro lugar, Estêvão se pôs de joelhos (v. 60), que era expressão de sua humildade na oração. Em segundo lugar, Estêvão clamou com grande voz (v. 60), que era expressão da sua quietude. Mas por que ele deveria mostrar mais humildade e serenidade neste pedido que no anterior? Ninguém duvidaria que ele fosse extremamente sincero em suas orações a favor de si mesmo. Portanto, não havia necessidade de ele se servir de tais expressões externas da oração. Mas na petição pelos seus inimigos, pelo fato de esta atitude ser o oposto do cerne da natureza corrupta, era necessário que ele desse provas de sua sinceridade.

[2] A oração: Senhor, não lhes imputes este pecado (v. 60). Nisto ele seguiu o exemplo do Mestre, que, enquanto morria, orou pelos que o crucificavam: Pai, perdoa-lhes (Lc 23.34), dando o exemplo para que todos os sofredores pela causa cristã orassem pelos que os perseguissem. A oração pode pregar. Foi o que aconteceu com os que apedrejaram Estêvão. Ele se ajoelhou para que vissem que ele orava, e clamou com grande voz, para que ouvissem o que ele dizia, e assim pudessem aprender, em primeiro lugar, que o que eles fizeram era pecado, um grande pecado. Se a misericórdia e graça divina não o evitaram, eles seriam culpados desse pecado para a sua vergonha eterna. Em segundo lugar, que, apesar da maldade e fúria demonstradas contra Estêvão, ele demonstrou amor por eles e estava longe de desejar que DEUS lhe vingasse a morte. Sua oração sincera a DEUS era que não fossem considerados culpados desse pecado. Um triste ajuste de contas haveria por causa disso. Caso eles não se arrependessem, certamente seriam condenados por causa desse pecado. Mas, no que lhe dizia respeito, não desejava que esse dia triste viesse.

 Que soubessem disso e, quando os seus pensamentos estivessem mais calmos, com certeza, eles não se perdoariam facilmente por terem matado quem os perdoou tão facilmente. Os homens sanguinários aborrecem aquele que é sincero, mas os retos procuram o seu bem (Pv 29.10). Em terceiro lugar, que, embora o pecado fosse muito hediondo, eles não deveriam desesperar-se, pois haveria perdão quando se arrependessem. Se eles pusessem o arrependimento no coração, DEUS não poria no coração deles a culpa. “Em vossa opinião”, disse Agostinho, “Paulo ouviu Estêvão fazer esta oração? É provável que tenha ouvido e que tenha ridicularizado (audivit subsannans, sed irrisit – ele ouviu com desprezo). Mas, tempos depois, ele se beneficiou com esta oração e passou a desfrutá-la melhor.”

3. A morte de Estêvão depois da oração: E, tendo dito isto, adormeceu (v. 60); ou, enquanto ele estava dizendo estas palavras, veio o golpe mortal. Note que a morte não passa de um sono para as pessoas boas. Não é o sono da alma (Estêvão havia colocado sua alma nas mãos de JESUS), mas o sono do corpo. É o descanso de todas as fadigas e labutas. É o alívio perfeito da dor e sofrimento. Estêvão morreu com tal pressa como jamais homem fez, e ainda, quando morreu, ele dormiu. Ele se dedicou ao trabalho de morrer com tanta compostura mental como se estivesse para dormir. Ele apenas fechou os olhos e morreu. Note que ele dormiu enquanto orava pelos seus perseguidores. A oração é expressa como se ele pensasse que não poderia morrer em paz sem ter orado. Em muito contribui para morrermos em paz o fato de estarmos de bem com todos os homens. Aí encontramos JESUS em paz. Que o sol da vida não se ponha sobre a nossa ira. Ele adormeceu. A Vulgata Latina acrescenta as palavras: “no Senhor”, nos abraços do seu amor. Se ele adormeceu assim, ele fez bem, pois ele despertará na manhã da ressurreição.




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.

Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

Livro Estêvão, O Primeiro Apologista do Evangelho - Ciro Sanches Zibordi, Editora: CPAD

Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

https://ebdnatv.blogspot.com/2025/08/escrita-licao-9-cpad-uma-igreja-que-se.html



quinta-feira, 14 de agosto de 2025

LIÇÃO 08 - UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                 TEXTO ÁUREO

"Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio." (At 6.3)


                VERDADE PRÁTICA

Uma igreja cheia da sabedoria do Espírito age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 6. 1-7




                    INTRODUÇÃO

Por que existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da igreja local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Muitos alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da organização eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma excelente oportunidade para abordar um assunto que faz parte da vida cristã de todo membro em uma comunidade local.

Para responder as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi constituído um ministério específico de caráter social para resolver uma variante problemática de aspecto étnico: entre as viúvas de fala hebraica e as de fala grega. Tal problema poderia atravancar o avanço da igreja local que estava em Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um problema não muito fácil, entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração não poderiam ficar em segundo plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.

Orientados pelo ESPÍRITO SANTO, e também dotados por um profundo bom senso, juntamente com a igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de permitir aos novos crentes separarem sete homens judeus de fala grega 13 Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau - para resolverem uma questão de caráter social e urgente. Assim, a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua atividade coadunando a prática proclamatória do Evangelho com o serviço de interferir socialmente na vida dos crentes, e não-crentes também, para suprir a necessidade de quem precisava de ajuda. Por isso, o caráter do ministério diaconal é profunda e biblicamente enraizado numa intensa preocupação social. O diácono de Atos não foi chamado para fazer trabalhos meramente litúrgicos, (como colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente o de cuidar dos mais necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem realmente precisa de cuidados na comunidade cristã local.

Por conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função eclesiástica, mas um estilo de vida ensinado e promovido por JESUS de Nazaré. Quando um crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se impulsionado para viver um estilo de vida diaconal, como o de CRISTO em seu ministério terreno. Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em JESUS de Nazaré, jamais em si mesmo.


A igreja não é uma organização militar onde haja "patentes" e, na igreja, a liderança deve ser exercida como serviço, não como demonstração de superioridade ou de domínio - Mc.10:42-45; I Pe.5:1-3. Sobretudo, devemos obedecer ao Senhor JESUS, que é a cabeça da Igreja e, deste modo, não podemos ser meio de escândalo - Mt.18:6,7; Rm.14 - ou de divisão - Jd.19, mas jamais nos fazermos servos dos homens por causa apenas de títulos. Mais importa obedecer a DEUS e aos homens - At.5:29. Em vez de o diácono obedecer ao presbítero, este ao pastor etc. devemos entender que o pastor deve servir ao presbítero, este, ao diácono e este ao membro. A obediência deve existir dentro do sentido do serviço, não do domínio ou do poder.


            I.    A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS

1.    Conflitos de natureza cultural   -    Lucas mostra que alguns daqueles crentes pertencentes à comunidade judaica de fala grega estavam sendo preteridos e negligenciados na questão da distribuição de donativos. Tratava-se de um problema de natureza social provocado por outro, de natureza cultural. Nesse momento, a igreja era formada pela comunidade judaica de Jerusalém, que se comunicava em hebraico, e pela comunidade de língua grega, judeus helenistas, que se comunicavam em grego. Estes últimos faziam parte da diáspora, judeus espalhados por diferentes partes do mundo greco-romano que, por conta da falta de contato  com a sua terra de origem, não se comunicavam mais em hebraico, mas somente em grego.


2.    Conflitos de natureza social    -    Em um primeiro momento, essa barreira cultural estava geran do problemas na esfera social. Alguns autores acreditam que, se o problema não tivesse sido tratado com a urgência e sabedoria que o caso requeria, havia a possibilidade de uma divisão na primeira Igreja. Isso fez com que os apóstolos agissem rapidamente e, com sabedoria, delegassem tarefas a outros irmãos da comunidade para auxiliá-los naquele momento.


3.    Qual é a prioridade?    -   Os apóstolos estavam imbuídos na tarefa de pregar a Palavra de Deus e discipular os novos crentes e, por isso, precisavam de mais pessoas que os auxiliassem naquele serviço. E, então, que é instituída a diaconia, um serviço de caráter social cujo objetivo é atender os necessitados com equidade e justiça. Contudo, para essa nova missão, era exigido, além do pertencimento à comunidade, que fossem pessoas de caráter, isto é, de boa reputação e que fossem cheios do Espírito Santo. Não era, portanto, uma missão secular, mas um serviço cujo propósito era servir a comunidade cristã e glorificar a Deus.


                II.    A DELEGAÇÃO DE TAREFAS

1.     O ministério da oração e da Palavra    -    Uma das características de muitas igrejas evangélicas hoje é a prática de espiritualizar problemas humanos, ou seja, tirá-los da esfera social para pô-los na dimensão sobrenatural. Assim, por exemplo, a fome e a pobreza não seriam consequências da falta de políticas públicas adequadas, mas a ação direta do Diabo sobre as vidas. Essas igrejas culpam o Diabo, e não os homens, por todos os atos de malda de cometidos. Isso vale desde problemas financeiros até problemas comportamentais. Não se quer, com isso, negar a existência dos demônios, muito menos do mal. Todavia, ao espiritualizar problemas de natureza social, atribuindo ao Diabo em vez de vê-los também como ações humanas, essas igrejas entram numa rota de fuga que as distanciam muito das ações dos profetas e apóstolos bíblicos. Não vemos, por exemplo, os apóstolos negando os problemas sociais, nem tampouco “espiritualizando-os”. Nesse sentido, eles atendiam as demandas da igreja, procurando a forma mais sábia e apropriada de resolvê-las.

O pastor de confissão batista Isaltino Gomes Coelho Filho, de saudosa memória, a meu ver, mostrou esse fato de forma magistral em uma das suas muitas obras, Ética dos Profetas.4 O que disse esse autor sobre o compromisso ético-social dos profetas merece nossa atenção. De acordo com Isaltino, a proposta de ética social feita pelos profetas mostrava alguns contornos que podemos observar e reclamar para os dias de hoje. São eles: Etica da solidariedade e moralidade administrativa; Ética de imparcialidade e igualdade perante a lei; e Ética de defesa do oprimido e condenação do opressor.

 Assim pontua Isaltino Gomes: 

 Ética de solidariedade e moralidade administrativa. Assim, as pessoas não deviam viver apenas sua vidinha, cuidando de sua horta e seu jardinzinho, esquecidas dos outros. Viver a vida não era procurar levar vantagem em tudo, mas repartir com os outros. A queixa de Amós 6.6 foi que os líderes não se preocupavam com a ruína do povo. Em Isaías 58.6, o jejum que Deus pede é que se acabe com a injustiça e com a opressão. Em Isaías 58.7, o jejum que Deus escolheu não consistia na privação de alimentos, mas que se repartisse o alimento com o faminto. Os que jejuam hoje e fazem estardalhaço disso, mostrando o fato como evidência de sua espiritualidade, estão conscientes desta palavra? Solidariedade é a palavra-chave da vivência do povo. Dessa forma, os profetas se indignaram com o comércio desonesto. Amós condenou as balanças adulteradas, como se lê em 8.5, onde tais vendedores são declarados como “procedendo dolosamente” e o luxo da classe dirigente em detrimento da pobreza do povo, como se lê em 6.3-7. Miquéias 6.11 também condenou a desonestidade no  comércio. E em 7.3 o mesmo profeta condena o governante corrupto e o juiz vendido. Moralidade na vida pública era uma exigência profética. O que temos, como povo de Deus, a dizer sobre a malversação de verbas públicas e da farra que se faz com o dinheiro público?

 Isaltino destaca que a ética dos profetas tanto corrigia as injustiças quanto mostrava imparcialidade e tratamento igual de todos perante a lei: 

 Ética de imparcialidade e igualdade perante a lei. O rei e o juiz não podiam ser tendenciosos. “Parcialidade no julgar não é bom”, diz Provérbios 24.23, espelhando o conceito bíblico sobre a neutralidade do juiz. A ideia é repetida em 28.21, mostrando que era conceito corrente. O rei Josafá disse aos juizes que “não há no Senhor, nosso Deus, injustiça, nem parcialidade, nem aceita ele suborno” (2Cr 19.7). Atribui-se a diversos políticos brasileiros a expressão “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”. E difícil saber-se, ao certo, quem seja seu autor. Mas o só existir esta frase é uma iniquidade terrível. Este é um desdobramento da ideia anterior. Ninguém estava acima da lei. O rei Davi, como já apontamos, foi duramente acusado por Natã e João Batista, último dos profetas na linhagem do Antigo Testamento, que disse aos soldados que o procuravam para não serem violentos, para não denunciarem falsamente, nem se deixarem subornar (Lc 3.14). Aos funcionários públicos, incumbidos de cobrar impostos, que fossem honestos (Lc 3.12-13). O rei Herodes foi acusado por ele (Mc 6.18).


2.    Não há conflito entre tarefas    -     Por outro lado, Ailen entende que o conceito de “justiça social”, conforme é amplamente difundido pelo humanismo socialista7, está  distorcido e desvirtuado.8 Aliem destaca que esse novo modelo de “justiça social” foi construído a partir de pressupostos de uma cosmovisão totalmente materialista, e não a partir do modelo judaico-cristão. Nessa nova cosmovisão, prega-se a supressão ou destruição dos valores vigentes. Assim, aquilo que era entendido como justiça e moralidade bíblicas são subvertidos. O humanismo social, portanto, não pode ser confundido com a justiça social nos profetas e apóstolos bíblicos.

 Isso nos ajuda a evitar transportar para dentro da Bíblia um conceito que é estranho a ela. Assim, quando observamos os cristãos primitivos buscando corrigir injustiças na esfera social, não devemos enxergar e tentar compreender essa prática nobre com as lentes do socialismo contemporâneo. Nos contextos tanto do Antigo como do Novo Testamentos, havia uma prática de justiça social que em nada se assemelha à ideologia social atual. O serviço de diaconia instituído pelos apóstolos visava corrigir possíveis injustiças com os mais necessitados, deixando claro, contudo, que o evangelho de Jesus seria sempre o instrumento de transformação social. Assim, a poderosa mensagem da cruz não pode ser vista como um mero humanismo socialista. Não basta encher a barriga; é preciso alimentar também a alma: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4).


3.    A Diaconia     -     Os apóstolos pediram aos irmãos que fossem escolhidos sete varões (v. 3), bem qualificados para o objetivo em vista, cujo negócio seria servir às mesas, diakonein trapezais - ser diáconos às mesas (v. 2). O negócio tinha de ser bem cuidado, mais bem administrado do que fora até o momento pelos apóstolos. Logo, pessoas apropriadas eram inseridas ocasionalmente no ministério da palavra e da oração, mas não tão dedicadas a essas funções como eram os apóstolos. Elas deviam cuidar das provisões da igreja, ou seja, inspecionar, pagar e manter as contas. Tinham de comprar o que fosse necessário para a festa ágape (Jo 13.29) e atender tudo que fosse necessário in ordine ad spiritualia - para os exercícios espirituais, a fim de que tudo fosse feito com decência e ordem, e ninguém fosse negligenciado.

 [1] Os candidatos tinham de ser devidamente qualificados. Os irmãos da congregação de fala grega deviam escolher, e os apóstolos, ordenar. Mas os irmãos da congregação não tinham autoridade para escolher, nem os apóstolos para ordenar homens totalmente impróprios para o ofício. Eles deveriam ter qualificações: Escolhei [...] sete varões (v. 3), tantos quantos julgarem que bastariam por ora; mas depois o número poderia ser maior caso houvesse necessidade. Estes deviam ser, em primeiro lugar, homens de boa reputação (v. 3), livres de escândalo, considerados pelos vizinhos como homens íntegros e fiéis, de bom testemunho, em quem se pode confiar, sem a marca de vícios e maus hábitos, mas, ao contrário, reputados por tudo que seja virtuoso e louvável, martyroumenoics - homens que produzam bons testemunhos em seu convívio social. 

Veja que os que são postos em qualquer ofício na igreja devem ser homens de boa reputação, irrepreensíveis. E não só isso, mas de caráter admirável, requisito indispensável ao ofício e sua execução. Em segundo lugar, eles deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO (v. 3), cheios dos dons e da graça do ESPÍRITO SANTO, que são necessários para a administração correta deste cargo. Tinham de ser honestos, hábeis e ousados: Homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza (Ex 18.21). Deveriam estar cheios do ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, eles deviam ser homens cheios [...] de sabedoria (v. 3). Não bastava que fiassem homens honestos e bons, deviam também ser homens discretos e de bom siso, que não pudessem ser enganados e que organizassem as tarefas com disciplina. Deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, quer dizer, do ESPÍRITO SANTO como ESPÍRITO de sabedoria.



                III.     SEGUNDO OS PRINCÍPIOS  CRISTÃOS

1.    Privilegiando o caráter   -   A Igreja precisa de obreiros! A diferença entre um membro da igreja e um obreiro está no grau de comprometimento com o Reino de Deus. Um membro pode estar envolvido, mas um obreiro deve estar comprometido com o crescimento do Reino. O membro contribui com a sua presença, mas o obreiro contribui com seu trabalho. Jesus disse: "Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação, levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão" (Lc 12.48 ARA). 

 Em primeiro lugar, os diáconos devem ser respeitáveis (1Tm 3.8a). “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis…”. O diácono precisa ser um homem digno de respeito, de caráter impoluto, de vida irrepreensível, de conduta ilibada. A sua vida é a base de sua liderança. Seu testemunho é o alicerce de seu trabalho.

            Em segundo lugar, os diáconos devem ser homens de uma só palavra (1Tm 3.8b). “… de uma só palavra…”. O diácono precisa ser um homem verdadeiro, íntegro em suas palavras e consistente em sua vida. Não é um boateiro, dado a mexericos. Não diz uma coisa aqui e outra acolá. Não é maledicente nem joga uma pessoa contra a outra. Tem peso em suas palavras. É absolutamente confiável no que diz.

            Em terceiro lugar, os diáconos não podem ser homens inclinados a muito vinho (1Tm 3.8c). “… não inclinados a muito vinho…”. O diácono deve ser cheio do Espírito (At 6.3) e não cheio de vinho (Ef 5.18). Quem é governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus. A sobriedade deve ser o apanágio de um líder.

            Em quarto lugar, os diáconos não devem ser homens cobiçosos de sórdida ganância (1Tm 3.8d). “… não cobiçosos de sórdida ganância”. O diácono lida com as ofertas do povo de Deus e administra os recursos financeiros da igreja na assistência aos necessitados. Não pode ser um Judas Iscariotes que rouba a bolsa. Não pode cobiçar o que deve repartir. Não pode desejar para si o que deve entregar para os outros.

            Em quinto lugar, os diáconos devem ser homens

integros na teologia e na vida (1Tm 3.9). “Conservando o mistério da fé com consciência limpa”. O termo “mistério” significa “verdades outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. O diácono precisa compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautadas pela Palavra de Deus.

            Em sexto lugar, os diáconos devem ser homens provados e experimentados (1Tm 3.10). “Também sejam experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato”. Os candidatos ao diaconato precisam ser primeiramente experimentados, passando por tempo probatório. O treinamento precede à escolha e à ordenação. Primeiro a prova, depois o exercício do ministério.

            Em sétimo lugar, os diáconos devem demonstrar fidelidade conjugal e liderança paternal (1Tm 3.12). “O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa”. O diácono precisa ser fiel à esposa e ser o líder espiritual de sua casa. Precisa ensinar seus filhos e educá-los nos caminhos de Deus. Sua vida e sua família são a base do seu ministério diaconal.

            Em oitavo lugar, os diáconos precisam demonstrar dedicação e zelo ao serviço de Deus (1Tm 3.13). “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus”. O diaconato não é uma plataforma de privilégios, mas de serviço. Não é um cargo para se ocupar, mas um ministério para servir. Aqueles que se esmeram no ministério de servir aos homens em nome de Deus, recebem de Deus a recompensa.


2.    Exercitando os dons    -   Uma das características do diácono Estevão foi a Fé, o livro de Atos dos apóstolos menciona: “[...] e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo [...]” (At 6.5). Não era uma fé desprovida de prática, era operante; necessária para exercer o diaconato e pregar o evangelho diante da grande oposição que se levantou nos dias da Igreja primitiva (At 5.9). A Bíblia diz que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). É a confiança que depositamos em todas as providências de Deus. É a crença de que Ele está no comando de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu. Foi pela fé que homens como Enoque foi translado aos céus; pela fé outros “foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada. Andaram como peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras; passaram por necessidades, foram afligidos e maltratados (homens dois quais o mundo não era digno) [...]” (Hb 11.37). A fé demostrada na vida de Estevão é um exemplo de como devemos viver, servir e está disposto a morrer pela fé em Cristo Jesus (Mt 16.25).

Como o tempo sempre revela quem realmente somos, não foi diferente com Estevão. Este incrível homem de Deus nos ensina o que é ser cheio do Espirito Santo.

Seu ministério foi além de servir às mesas, ele se empenhou em proclamar o evangelho, e por meio de sua vida, Deus fez prodígios e grandes sinais entre o povo (Atos 6:8).

Sua vida se identificou com a dos apóstolos e com o próprio Jesus, a quem ele tanto mostrou obediência e amor.

- O que Estevão nos ensina com sua vida, é que um homem cheio do Espírito Santo fala com autoridade e sabedoria.


Na primeira vez que seu nome aparece na Bíblia, Estevão é mencionado como “homem cheio de fé e do Espírito Santo” Atos 6:5. Estevão também possuía boa reputação, era um homem cheio do Espírito e possuía sabedoria, pois estes eram os requisitos que deveriam ser encontrados nos homens que seriam escolhidos para exercer o diaconato naquele momento, de acordo com Atos 6:4.

Em Atos 6:8, lemos que: “Estevão, cheio de graça e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”. Por causa destes prodígios e sinais, os líderes judeus o acusaram diante do Sinédrio de pregar contra o templo e contra a Lei de Deus.

O sumo sacerdote indagou a Estevão se as acusações de seus oponentes eram verdadeiras. Estevão, então, em sua defesa, fez uma revisão da história dos judeus, desde Abraão, passando pelo cativeiro egípcio, a libertação e a idolatria do povo no deserto, até chegar a Davi, que desejou construir um templo para Deus.

Então, a partir de Atos 7: 51, Estevão direciona suas palavras aos líderes judeus, que, por serem duros de coração, resistiram ao Espírito Santo, e, por isso mesmo, se tornaram traidores e assassinos, uma clara alusão ao que fizeram com Jesus.

Diante da irritação dos líderes judeus por suas palavras, Estevão teve uma visão celestial relatada em Atos 7:55 e 56: “Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à Sua direita. E disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.”

Os líderes não suportaram estas palavras, e condenam Estevão à morte, levando-o para fora da cidade para que fosse apedrejado.

No momento de seu apedrejamento, Estevão ainda teve forças e serenidade para dizer duas frases marcantes: “Senhor, em Tuas mãos entrego o meu espírito” (Atos 7:59). E “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (Atos 7:60).

Estas foram as últimas palavras deste diácono escolhido por Deus para testemunhar do Seu amor e poder.

Sua coragem e determinação servem-nos de exemplo hoje, quando precisamos nos posicionar ao lado da verdade, a despeito das ameaças que sofremos e das circunstâncias desfavoráveis.

Acima de tudo, seu coração perdoador serve de exemplo para todos nós. Quantas pessoas nos ofenderam, durante nossa vida! Estevão nos ensina, através de suas últimas palavras, que podemos desfrutar a paz da presença de Deus, e perdoar aqueles que nos ofendem e nos fazem mal.

Você gostaria de imitar o exemplo de Estevão? Gostaria de ser uma pessoa cheia do Espírito Santo, de fé e de sabedoria? Quer pedir que Deus encha você do Seu Santo Espírito agora?





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio - A Igreja que Nasceu em Jerusalém, Pr. José Gonçalves -  Ed. CPAD


Comentário - NVI (FFBruce)

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman

(Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

Revista Ensinador Cristão CPAD, n°58, p.42.


 (>>http://www.portalebd.org.br/principal/sala-dos-professores/view-postlist/forum-126-2o-trim-2014-licao-12-o-diaconato/topic-398-hierarquia-x-submissao.html>>)

 

https://lpc.org.br/os-atributos-que-devem-ornar-a-vida-do-diacono/

https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/um-homem-cheio-de-graca-e-poder/