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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

LIÇÃO 06 - A CONSCIÊNCIA - O TRIBUNAL INTERIOR.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                        TEXTO ÁUREO 

"E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens." (At 24. 16)


                    VERDADE PRÁTICA 

Diante da crescente degradação do padrão moral do mundo, o cristão deve apegar-se cada vez mais à sã doutrina para ter sempre uma boa consciência.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Romanos 2. 12-16



                    INTRODUÇÃO 

 Deus dotou o homem de um senso moral chamado consciência. Em tempos de tanta tecnologia, podemos compará-la a um sensor capaz de detectar falhas e emitir juízos morais e espirituais em relação a elas; ou, diante de condutas corretas, emitir sinais de aprovação. Esse é o funcionamento adequado desse sensor se não estiver com defeito. Terrivelmente acusado pelos judeus diante do governador Félix, em Cesareia, Paulo responde serenamente: “procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens” (At 24.16).

 Sócrates, porém, a considera como sendo “um poder judiciário”. Observe: “A consciência não compete o poder legislativo; na sua função, ela não formula leis e sim, as cumpre; e nem é o poder executivo (ela não executa sentença), é sim, o poder judiciário (ela julga o homem aprovando ou reprovando seus atos). Ela nos diz se nossas ações são boas ou más”.

Na madrugada da noite em que Jesus foi preso, muitos ouviram o galo cantar, mas ninguém como Pedro, o discípulo que negou a Jesus três vezes: “Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26.74,75). E assim com a consciência. Cada um tem a sua e vive as suas próprias experiências.

 Temos alguns pontos fundamentais relacionados ao funcionamento da consciência no episódio envolvendo Pedro. 

Em primeiro lugar, Pedro foi devidamente avisado (Mt 26.31-35). O funcionamento acusativo da consciência pressupõe a indicação prévia d e uma conduta vedada, como aconteceu com Adão e Eva em relação à arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.16,17). 

Em segundo lugar, Pedro agiu deliberadamente, confiando em si mesmo (Mt 26.35). Foi dissimulado e reticente no que fez: negou três vezes e ainda se embruteceu, praguejando. 

Terceiro, o galo “cantou imediatamente”. A consciência funciona tão logo uma conduta pecaminosa ou antiética é praticada. Não dá trégua. 

O quarto ponto fundamental: Pedro sentiu não apenas uma indicação de culpa, mas também terríveis consequências no espírito, na alma e no corpo: “E, saindo dali, chorou amargamente”. O Pedro impulsivo e cheio de si perdeu a graça e deixou o ambiente em que estava cheio de tristeza e amargura de alma. 

Quinto, afligido pela sua consciência, ele experimentou arrependimento sincero, levando o Mestre  a, no momento oportuno, trazê-lo de volta à restauração. Se não sufocarmos nossa consciência, mas seguirmos o caminho da humildade diante de Deus, seremos restaurados por Ele à sua presença, pois o funcionamento da consciência não é para nosso mal, mas para nosso bem.



                I.     ANTES E DEPOIS DA QUEDA

1.    A primeira manifestação    -   Na teologia cristã, a primeira manifestação da consciência humana no Éden está diretamente ligada ao evento da desobediência de Adão e Eva, conhecido como Pecado Original. Esse despertar da consciência ocorreu após eles comerem o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, um ato que lhes deu a percepção de sua própria condição e do seu estado de pecado. Eva foi enganada, porém Adão comeu deliberadamente do fruto, transgredindo assim uma ordem direta de DEUS.

Antes da desobediência, Adão e Eva viviam em um estado de inocência e harmonia com DEUS, com a criação e entre si. Após comerem o fruto proibido, a consciência se manifesta através de três reações principais:
·        Percepção da nudez e vergonha: A primeira reação deles é perceberem que estavam nus, algo que antes era natural e não motivo de constrangimento. Essa percepção simboliza a perda da inocência e o surgimento da vergonha, que é uma característica da consciência moral.
·        Sentimento de culpa: Em vez de sentirem-se livres, eles se escondem de DEUS quando ouvem sua voz no jardim, revelando um sentimento de culpa e o medo do julgamento divino.
·        Conhecimento do bem e do mal: A desobediência abriu seus olhos para uma nova realidade, onde podiam distinguir entre o bem e o mal. No entanto, esse conhecimento não veio acompanhado de sabedoria ou perfeição, mas sim de uma natureza humana ferida, marcada pelo pecado e pela separação de DEUS. 
Em essência, a manifestação da consciência no Éden é descrita como o momento em que a humanidade deixou a inocência e passou a ter a capacidade de fazer escolhas morais, mas também a experimentar as consequências dolorosas da escolha errada. A partir desse momento, a natureza humana ficou marcada pela imperfeição e pela luta interna entre o bem e o mal. 
“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2:17
“Então disse o Senhor DEUS: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, ...” Gênesis 3:22
 
Adão e Eva se esconderam de DEUS por medo e vergonha após desobedecerem ao comerem o fruto proibido, como relatado no livro de Gênesis. Eles se esconderam entre as árvores do Jardim do Éden, mas DEUS, que é onisciente, os chamou para se apresentarem, dando-lhes a oportunidade de confrontar suas ações e assumir responsabilidade por elas. 
  O motivo: 
A desobediência trouxe vergonha pela sua nudez e a perda do favor divino. Eles não conseguiam encarar a DEUS, sabendo que haviam quebrado uma ordem importante. 
  O encontro: 
DEUS os encontrou mesmo assim, e em vez de simplesmente puni-los, Ele perguntou onde estavam e por que se escondiam. 
  A consequência: 
Após interrogá-los, Adão culpou Eva e Eva culpou a serpente. A desobediência resultou em consequências, como expulsão do jardim e proibição de comerem do fruto da árvore da vida, mas DEUS também prometeu redenção futura através de JESUS CRISTO (“...a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”  Gênesis 3:15b). 


2.    O direito natural    -      O homem não nasceu como um ser bruto, praticamente irracional, como querem fazer crer os adeptos da teoria da evolução. Não é originário do que chamam “o homem pré-histórico”, os primatas (ancestral comum de animais como os chimpanzés) ou o “homem das cavernas”. O homem foi criado à imagem de Deus, como um ser moral inteligente. A comunicação de Deus com Adão e os seus atos iniciais (assim como os de Eva) demonstram isso com muita clareza.

A afirmação está alinhada com a doutrina do direito natural (ou lei da natureza), que sustenta que os seres humanos nascem com um conhecimento intrínseco e universal do que é certo e errado, uma "lei moral" inscrita em sua alma (consciência) como revela a Bíblia. Filósofos associaram essa lei moral à razão humana, que, por sua vez, participa da lei eterna de DEUS. Para a Bíblia, esse conteúdo normativo fundamental é visto como originado na Criação e na semelhança entre DEUS e o homem. 
Leis Morais e a Lei Natural
·        Origem: 
A lei moral é vista como uma parte da ordem natural do universo, inscrita na alma de cada pessoa pela razão, uma reflexão da lei eterna de DEUS, uma consciência dada por DEUS..
·        Propósito: 
Ela permite que o ser humano discirna o bem e o mal, a verdade e a mentira, e serve como um guia para a conduta moral.
·        Fundamento: 
A ideia central é que o bem deve ser feito e o mal evitado, um princípio que se manifesta nas leis e regras que governam as ações humanas perante DEUS que os criou. 
Visão Bíblica
·        Criação e semelhança com DEUS: 
A Bíblia aponta para um moral que se origina na Criação, na ordem da criação e na semelhança de DEUS no homem. 
·        Lei de DEUS: 
DEUS, o criador, governa as criaturas de acordo com a sua sabedoria, que é a lei eterna. O homem, por sua vez, é súdito dessa lei ao nascer, participando da lei eterna em sua natureza. 
·        Revelação: 
A Bíblia, contudo, reconhece que a tarefa de apreender totalmente o direito natural pela razão é árdua, razão pela qual DEUS também o explicitou por meio de mandamentos revelados para os homens de fé. 
Conclusão
A concepção de que todo ser humano nasce com uma "lei moral" ou "direito natural" na alma é uma certeza teológica antiga, que tem profunda ressonância em diversas tradições religiosas e filosóficas, especialmente na cristã. Essa doutrina sugere que a capacidade de discernir o certo e o errado é inata, embora a Bíblia e outras fontes também reconheçam a importância da revelação e da educação para compreender totalmente seus preceitos. 
Caim mata Abel por inveja – o mal está enraizado no ser humano e passa de Pai para filho.
A história bíblica de Caim e Abel, narrada em Gênesis 4, descreve como a inveja e o ressentimento levaram ao primeiro assassinato da humanidade. O conflito surgiu após os dois irmãos, filhos de Adão e Eva, fazerem ofertas a DEUS. 
O enredo central é o seguinte:
·        Caim, um agricultor, ofereceu a DEUS parte dos frutos da terra.
·        Abel, um pastor de ovelhas, ofereceu as melhores e mais gordas de suas ovelhas.
·        DEUS aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Como souberam disso? Desceu fogo sobre a oferta de Abel. Esta oferta prefigurava a Morte de JESUS CRISTO na cruz por nós, para nossa salvação. A verdadeira adoração requer vida no altar.
·        O motivo da rejeição não estava na natureza da oferta em si, mas sim na atitude e no coração com que cada um a apresentou. Abel estava dando sua vida e a substituiu pela vida do cordeiro.
·        Caim se tornou amargurado e invejoso. DEUS o advertiu, dizendo que o pecado estava à espreita, mas que ele deveria dominá-lo.
·        Dominado pela inveja, Caim atraiu Abel para o campo e o matou.
·        Quando DEUS perguntou a Caim sobre o paradeiro de seu irmão, ele mentiu e se mostrou indiferente, mas DEUS já sabia o que havia acontecido.
·        Como castigo, Caim foi amaldiçoado e forçado a se tornar um fugitivo. Sua maldição consistiu em ter a terra negando-lhe seus frutos, não importando o quanto a trabalhasse.


3.    Escrita no coração    -      Á medida que as sociedades eram organizadas, desde os primórdios do mundo antigo, os princípios da lei natural estabelecida por Deus eram registrados, segundo a compreensão própria e imperfeita de cada povo — não sem distorções diante da maldade do coração humano. Com maior ou menor aproximação do propósito divino, o processo de codificação foi ocorrendo à medida que surgiu a escrita. Em relação aos hebreus, essa positivação do Direito Natural deu-se de forma perfeita, já que foi feita pelo próprio Deus. Foi a outorga do Decálogo, os Dez Mandamentos, escritos em pedras “com o dedo de Deus” (Êx 34.1-9; Dt 9.9-11). Mas a Lei Mosaica também incluía ampla regulação da \ida civil (direito de propriedade e direito de família, (ver Ex 22; Dt 24), além do estabelecimento de leis cerimoniais, necessárias para o culto a Jeová (e.g. Lv 1—7). Antes da codificação do direito natural pela Lei Mosaica, outras sociedades antigas tinham os seus regramentos.

 Edwin M. Yamauchi e Marvin R. Wilson (2023, p. 892-894) referem-se a vários códigos de leis e as listas de leis do antigo mundo do Oriente Próximo, tais como: 

o “código” de Ur-Mammu (2070 a.C.), também conhecido como “Código Sumério”; o código de leis de Lipit-Ishtar (1850 a.C.); as leis babilônicas de Hamurabi (1792-1750 a.C.); as leis de Eshnunna; 

o Código da Lei Assíria Média, o Código Hitita, além de leis do Egito. Séculos depois, surgiram as leis do mundo greco-romano, do mundo judaico e do mundo cristão, até os tempos modernos. Consideradas as muitas variações e diferenças existentes nas leis de todos os povos, o que há de bom nas imperfeitas leis humanas é inspira do na lei moral escrita no coração humano: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17).



                II.    O FUNCIONAMENTO DA CONSCIÊNCIA 

1.   Acusação, defesa e julgamento    -    A respeito do funcionamento da consciência, o pastor Elienai apresenta quatro modos distintos de julgamento. Em primeiro lugar, a consciência julga com total imparcialidade, não fazendo acepção de pessoas ou aceitando qualquer tipo de discriminação. Em segundo lugar, a consciência não aceita apelação. O seu julgamento é irrefutável, absoluto e inapelável. Não faz alteração nos seus juízos, motivada por bajulação contida em palavras bonitas e orações poéticas. Em terceiro, a consciência julga nossas ações mediante os fatos. Não julga em cima de especulações e suposições. Em quarto lugar, a consciência age individualmente. A consciência de cada pessoa exerce juízo sobre os atos dela, e não de outrem (ibid., p. 79-81).

 Como observa Brunelli, a ação acusativa da consciência gera um sentimento que abate nosso ânimo, rouba nossa paz e traz a sensação de que alguma coisa não saiu como devia, atormentando nossa mente; uma noção intrínseca de certo e errado que grita em nossa alma e leva-nos tanto ao remorso quanto ao arrependimento; a consciência atua como juíza, cumprindo o dever de culpar ou absolver a pessoa (ibid., p. 68).

Para Scofield(64), a consciência é “a voz secreta da alma: é a voz que fala em silêncio”. Essa definição prende- se tanto ao campo filosófico como teológico. Ela é de fato “a voz silenciosa reprovando ou aprovando as nossas ações”. Ela é nosso juiz julgando entre o mal e o bem (Gn 3.5,22; 1 Co 11.28 e ss). Ela, através da alma, capacita o homem a reconhecer que deve praticar o bem e evitar o mal (Rm 2.15); e este conhecimento do dever inato da alma é que torna-o sensível à voz da consciência.


2.    Vãs justificativas    -    As justificativas de Adão e Eva em Gênesis 3, ao culparem um ao outro e a serpente por sua desobediência, representam o primeiro registro de um padrão de comportamento que se tornaria uma característica fundamental da natureza humana: a tentativa de fugir da responsabilidade e transferir a culpa. 

O significado do ato de culpar o outro:
·        Evitar a responsabilidade pessoal: Ao culpar Eva, Adão não assume a responsabilidade direta por sua própria escolha de desobedecer a DEUS. Sua resposta revela um desejo de se isentar da culpa e, consequentemente, das consequências de seus atos.
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”
Romanos 5:12
·        Quebra do relacionamento: A acusação de Adão não foi apenas contra Eva, mas também contra DEUS ("a mulher que me deste..."). Isso demonstra como o pecado afeta negativamente as relações, não apenas entre os seres humanos, mas também com o Criador.
·        Corrupção da natureza humana: O ato de culpar o outro, em vez de confessar o erro, é um sintoma da decadência moral que entrou na humanidade após o pecado original. Ele inicia uma cadeia de desconfiança e alienação que se manifesta em toda a história humana. 
A justificativa de Eva:
·        Transferência da culpa: Eva, por sua vez, segue o mesmo padrão de Adão, transferindo a culpa para a serpente: "A serpente me enganou, e eu comi" (Gênesis 3:13). Isso mostra que a tentação de fugir da responsabilidade foi rapidamente absorvida pela natureza humana.
·        O engano da tentação: Embora Eva tenha sido enganada pela serpente, a justificativa não anula sua responsabilidade pessoal pela escolha de desobedecer. DEUS a confronta com o que ela fez, e não com o que a serpente fez. 
Lições para a natureza humana:
·        A fuga da vergonha e da culpa: Após desobedecerem, a primeira reação de Adão e Eva foi sentir vergonha e tentar se esconder de DEUS. As justificativas surgem como uma tentativa de aplacar a culpa interior.
·        O livre-arbítrio e suas consequências: A história de Gênesis 3 deixa claro que a escolha de Adão e Eva foi deliberada, feita com base em seu livre-arbítrio, mesmo estando em um ambiente perfeito. Isso mostra que a responsabilidade final pelos atos pecaminosos é do ser humano.
·        Odiar o pecado e vigiar: O relato bíblico nos alerta a sermos vigilantes contra as tentações do inimigo e a odiar o pecado, em vez de buscar justificativas para ele. A tentação pode vir de fora, mas a escolha de ceder a ela é sempre pessoal.
·        A importância do arrependimento: A atitude de Adão e Eva nos ensina, por contraste, a importância de assumir a responsabilidade pelos nossos erros e buscar o arrependimento, em vez de nos justificar. 
 
A serpente no relato de Adão e Eva é retratada como um animal astuto que tentou Eva a comer o fruto proibido, levando ambos ao pecado e, consequentemente, à expulsão do Jardim do Éden. A serpente é identificada com Satanás em interpretações posteriores e foi amaldiçoada por DEUS, que estabeleceu inimizade entre ela e a humanidade. 
·        A tentação: 
A serpente enganou Eva ao dizer que comer o fruto proibido não traria a morte. 
·        A desobediência: 
Eva comeu o fruto e, em seguida, ofereceu a Adão, que também comeu, desobedecendo à ordem de DEUS. 
·        As consequências: 
Após comerem o fruto, Adão e Eva perderam a inocência e foram expulsos do Jardim do Éden. DEUS amaldiçoou a serpente, a mulher (com dores no parto), e o homem (com o trabalho árduo da terra), além de estabelecer a inimizade entre a serpente e a descendência da mulher. 
·        Interpretações:
·        No Novo Testamento, a serpente do Éden é identificada como Satanás, o adversário


3.    O debate no tribunal    -     Quando uma causa chega a um Tribunal são feitos debates entre acusação e defesa. No Tribunal do Júri, onde há julgamento popular (sete pessoas do povo), são longas horas ouvindo testemunhas, o depoimento do réu e as palavras da acusação (promotor público) e da defesa (advogados do réu). Razões e mais razões são apresentadas a fim de, ao final, alcançar-se um veredicto. Isso também acontece na consciência, principalmente quando questões controvertidas são postas a exame. Ela é como um tribunal que julga condutas, aprovando-as ou reprovando-as.

 Isso pode ser visto na expressão de Paulo, de que procurava conservar uma consciência sem ofensa, ou seja, sem o registro de transgressões, contra Deus e contra os homens (At 24.16). Quadro semelhante vemos em Davi. O senso moral e espiritual que ele tinha em relação ao princípio de autoridade impediu-o de ferir a Saul (tempo presente), mas, em caráter continuado, guardava o coração de fazê-lo no futuro. Por haver cortado a orla do manto do rei de Israel, o belemita sentiu dor no coração e, cheio de temor, rogava a Deus que o guardasse de estender a mão contra o monarca, por ser este o escolhido e constituído pelo Senhor (1 Sm 24.6). Davi tinha uma consciência ativa, que o permitia compreender a gravidade de violar o princípio de autoridade.

Em Romanos 2.15, Paulo trata do conhecimento contido no coração (base moral) e dos pensamentos, como caixa de ressonância do papel da consciência. De fato, a mente fica agitada quando a consciência age, principalmente se acusando. Isso leva a longas horas de preocupação, que, não raro, comprometem o sono. Em muitos outros casos, os males de uma consciência com ofensa podem ser somatizados, isto é, sentidos no próprio corpo. Que o Senhor nos guarde de todo o pecado e nos conserve com uma consciência pura, sem ofensa, diante dEle e dos homens. 



                III.     A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL 

1.    Defeitos da consciência    -      Como tudo o mais que há no ser humano, a consciência também foi afetada pela Queda, principalmente pela confusão de juízos e sentimentos que o homem passou a criar por sua própria conta, fruto do seu imaginativo e maldoso coração: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5). Apesar de ainda funcionar, a consciência humana passou a apresentar defeitos. E isso pode agravar-se conforme a possuímos, principalmente se ignorarmos o seu funcionamento, tentando manipulá-la. A Bíblia menciona consciências defeituosas.

 A consciência cauterizada é aquela que se mostra insensível ao pecado; que perde a sensibilidade para as coisas boas e corretas; significa a neutralização de todo sentimento humano que qualquer criatura possui; a perda da capacidade de distinguir entre o certo e errado, entre o que é puro e o que é impuro, o profano e o sacro (Ef 4.19; 1 Tm 4.2): “A cauterização da consciência pode acontecer mediante a persistência numa atitude de desobediência e a recusa em dar ouvidos à sua voz (da consciência)” (Cabral, p. 111). A consciência fraca não é orientada corretamente pela verdade, tornando-se legalista (1 Co 8.7-12). É imatura, hipersensível e vulnerável. E típica do cristão que facilmente se escandaliza e chega a abandonar a fé. O crente de consciência fraca vive preocupado com exterioridades terrenas e temporais em detrimento das coisas mais sublimes e eternas, não conseguindo avaliar a sua vida pela Palavra de Deus, porque está sempre preocupado com os outros cristãos e com o que eles fazem (p. 113). Cabral ainda aborda a consciência contaminada ou corrompida (Tt 1.15), que é “contagiada” por agentes externos, como um vírus contagia o corpo e  pode torná-lo doente. É a fraqueza da consciência que a faz corromper-se, como escreveu Paulo: “Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada” (1 Co 8.7). Para que não haja contaminação, o cristão deve abster-se de tudo o que seja pecaminoso ou que tenha dúvida acerca da sua licitude ou conveniência. O ensino de Paulo é bastante elevado, porque chega a tratar da irrelevância espiritual de comer alimentos sacrificados aos ídolos, pela ciência de que eles (os ídolos), na verdade, nada são: “Para aqueles que sabiam que os ídolos não eram nada, Paulo afirma o óbvio: Ingerir alimentos (mesmo comida sacrificada a ídolos) não torna os crentes inaceitáveis perante Deus” (HOWARD, 2018, p. 1827).

 

2.    Deus, o Supremo- Juiz    -      O testemunho de Raymond Franz ilustra a fundamental necessidade de estudo e ensino das Escrituras, no lar e na igreja para a correta formação da consciência. Quanto mais a mente humana for iluminada pelo Espírito  de Deus, mais conhecerá o que está revelado na Bíblia, gerando firmeza na fé e convicção da boa, agradável e perfeita vontade do Senhor para todas as áreas da vida. O cristão que assim age deixa de ser presa fácil de heresias. Como ensina Elienai Cabral (ibid., p. 134,135), “Se a nossa consciência for moldada na Palavra de Deus, poderá produzir uma vida feliz. A Bíblia Sagrada é o melhor e singular molde para a consciência cristã”. O processo de modelagem da consciência, diz Cabral, envolve três práticas essenciais: (1) ler assiduamente as Escrituras, (2) meditar nelas (refletir e concentrar a mente sobre certas passagens) e (3) memorizar trechos ou versículos da Bíblia. É preciso estar ciente, contudo, de que mesmo nos esforçando para ter uma consciência plenamente eficaz, ficamos isentos de engano ou mesmo de resistir ao reconhecimento de erros e pecados de nossa parte.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

LIÇÃO 05 - A ALMA - A NATUREZA IMATERIAL DO SER HUMANO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II


 


                    TEXTO ÁUREO

"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." ( Mt 10. 28)


                    VERDADE PRÁTICA

Cuidar da alma é uma atitude fundamental para uma vida cristã estável e uma eternidade de alegria e paz.


LEITURA BÍBBLICA EM CLASSE: Gênesis 1. 27, 28; 2. 15-17; Mateus 10.28


                    INTRODUÇÃO  

 Destacamos que, na tricotomia, a alma aparece como integrante da parte imaterial, distinta do espírito, porém inseparável dele. (Sobre essa inseparabilidade, Timothy Munyon (1996, p. 248) cita Myer Pearlman, que afirma que “alma e espírito são inseparáveis porque o espírito está entretecido na própria textura da alma. Fundidos e caldeados numa só substância”.

 O pastor Antonio Gilberto (2021, p. 1922) refere-se à distinção e à inseparabilidade entre alma e espírito afirmando que eles interpenetram-se de modo profundo e misterioso. 

O pastor Severino Pedro da Silva (1988, p. 142) também menciona a unidade de substância e natureza e junção entre alma e espírito: “A alma humana e o espírito são, de fato, duas substâncias espirituais formadas pelo sopro de Deus (Gn 2.7; SI 33.15; Ec 12.7; Is 57.16; Zc 12.1; Hb 12.9), para que juntos habitem no corpo humano”).

 Essa comum composição e o caráter de inseparabilidade em relação ao espírito são essenciais para o estudo da natureza da alma, inclusive no que diz respeito à sua imortalidade, atributo destacado por Jesus no texto introdutório deste capítulo. 

Nele o Senhor menciona que a alma (1) está fora do alcance do homem em relação à morte (a alma é imortal) e (2) que está sujeita a perecer eternamente no inferno. Como veremos mais adiante, no texto de Mateus 10.28, assim como em diversos outros, a referência à alma inclui necessariamente o espírito, assim como acontece em muitas passagens relativas ao espírito, como Eclesiastes 12.7, que trata do destino final da parte imaterial mencionando apenas o ruah (o espírito): “e o pó volte à terra, como  o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Feita essa consideração inicial, passemos ao estudo da alma e os seus atributos. 



                    I.    ATRIBUTOS DA ALMA

1.   De volta ao Gênesis      -    Diferentemente dos animais, que foram criados cada um segundo a sua espécie (Gn 1.24,25), o homem é um ser pessoal, criado à imagem e semelhança de Deus. Portanto, o estudo da alma humana está diretamente relacionado ao tema da “imagem de Deus”, considerando as suas faculdades específicas e as que desempenha junto e através do espírito. O homem foi criado com autoconsciência e autodeterminação, que é a capacidade “de dar respostas a Deus, de perguntar a Deus, e ter comunhão com Deus e de amar a Deus” (HOEKEMA, 2018, p. 92). Entende-se que esse aspecto fundamental — de relacionamento com o Criador — é a base do conceito da imago Dei, que inclui todas as características pessoais dadas por Deus ao homem, a fim de que este se relacionasse com aquEle em amor. 

O autor bíblico não se preocupa em explicar o significado de “imagem de Deus”, apenas o apresenta. Nessa apresentação, algumas questões estão implícitas, e outras, explícitas. Em primeiro lugar, ao decidir criar o homem à sua imagem, Deus outorgou-lhe parte dos seus perfeitos atributos (os atributos comunicáveis), tais como amor, santidade, justiça e bondade.1 Tais virtudes seriam empregadas pelo homem na sua vida relacionai tanto com Deus quanto com o seu semelhante. 

Não há, portanto, como prescindir dessas características ao considerar-se o que significa a “imagem de Deus” no homem. Em segundo lugar, verifica-se que a imagem de Deus tinha como propósitos funcionais a procriação e o governo da terra. Para tanto, o homem precisava ser dotado de habilidades específicas, também inerentes à imagem divina nele plasmada. O Criador constituiu o homem como o seu representante, dando-lhe poder de governo sobre toda a obra criada (Gn 1.28).

Todos estes dotes (instintos) e os órgãos (faculdades) dos sentidos (Visão, Paladar, Olfato, Audição e Tato) e também aquela capacidade de calcular o peso e medir a distância são faculdades da alma humana que Deus implantou para o desempenho de suas funções e são paralela mente recebidas na formação do homem. 

 a. O instinto de auto-preservação está inserido nas palavras do Criador, que disse: “...De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela come res, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). 

 b. O instinto de aquisição é detectado no capítulo 2.15 de Gênesis, que diz; “...Tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”. 

 c. O instinto na busca de alimento aparece nas palavras contidas no capítulo 1.29 de Gênesis, o qual diz: “...E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra e toda a árvore, em que há fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á para mantimento”. 

 d. O instinto de reprodução está inserido na passagem de Gênesis 1.28: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra...” 

 e. O instinto de domínio refere-se à ordem recebida de Deus quando disse a Adão: “...enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28b). O instinto, porém, como tal, se opõe então à inteligência, definida como a capacidade de se adaptar às novas situações, com a ajuda do saber anteriormente adquirido.

 Assim o instinto, sem dúvida, é inteligente no homem (pois é regido pelo intelecto do seu ser), mas no animal não o é, quer dizer a inteligência, no animal, não é uma faculdade ou uma função: é apenas uma qualidade do instinto impulsivo. Os instintos do homem o capacitam a ser atraí do; no animal, porém, os instintos não são regidos pelo raciocínio e, por isso, ao invés de ele ser atraído, é impelido.


2.   Entre o espírito e o corpo    -      Para ter comunhão com Deus, a alma serve-se do espírito. Para a comunicação com o próximo, o veículo é o corpo e os seus órgãos sensoriais (pele, olhos, ouvidos, nariz, boca). Pode-se dizer, então, que a alma tem um funcionamento intermediário, situando-se entre o espírito, que se conecta com Deus, o Ser Divino, e o corpo, que se conecta com o mundo dos homens, a realidade física em geral, incluindo os animais. 

Acerca dessa relação de mediação feita pela alma, Gilberto (2021, p. 12) destaca a expressão da vida espiritual, afirmando que o espírito é a fonte da vida recebida de Deus e que usa e transmite essa vida à alma, que, por sua vez, a expressa por meio do corpo, utilizando os sentidos físicos para explorar o mundo exterior e dele receber as necessárias impressões. Isso pode ser visto na experiência de Maria, narrada no texto de Lucas 1.46,47. 

Nele, vemos a mãe de Jesus exultante após o seu afetuoso e espiritual encontro com a prima Isabel, de cujo ventre saltou a criança (que seria chamado João, o futuro João Batista). Cheia do Espírito Santo, Isabel saúda Maria. O clima espiritual eleva-se, e ela irrompe em cântico. O que temos aí? Maria expressa através do corpo a alegria que sentia na sua alma, em profunda comunhão com Deus, por intermédio do seu espírito. E uma típica cena da interação e comunicação entre alma e corpo e alma e espírito e entre alma, espírito e corpo. E a unidade humana plenamente ativa.

Do ponto de vista divino, a alma vive a sua vida natural através dos instintos. Esses instintos são forças motrizes da personalidade, com os quais o Criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena, como também, por outro lado, o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial. Por isso os instintos diferem dos tropismos ou fenômenos de orientação determinadas; nas plantas, por agentes físicos (luz, umidade, peso, etc). 

Vamos analisar os cinco mais atuantes no ser humano (existem outros ligados aos reflexos, tais como reações desprendidas automaticamente, no animal pelos terminais nervosos, sob a ação de um prato apetitoso, o ato de fechar os olhos diante de uma luz muito forte, os gestos de proteção de alguém que cai, etc). Observemos os instintos:

 a. O primeiro: este é o instinto da auto-preservação que nos avisa de perigos e nos capacita a cuidar de nós mesmos. 

 b. O segundo: este é o instinto de aquisição (o impulso imediato de conseguir), que capacita a adquirir as provisões necessárias para o sustento próprio. 

 c. O terceiro: este é o instinto da busca de alimento, o impulso que leva a satisfazer a fome natural. 

 d. O quarto: este é o instinto da reprodução que conduz à perpetuação da espécie em cada ser. 

 e. O quinto: este é o instinto de domínio que conduz a exercer certa iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e das responsabilidades inerentes. Todos esses dotes naturais foram concedidos por Deus ao homem nos primeiros capítulos da Bíblia. 


3.   A alma abatida    -      A mesma interação entre os três elementos que compõem a unidade humana pode ser vista em diversos textos bíblicos, como os Salmos, que são ricos em expressão de sentimentos. O Salmo 42 é um dos principais textos que contém essa exposição dos afetos da alma em relação a Deus. Nele o salmista conversa consigo mesmo: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da  sua presença” (SI 42.5). O contexto indica que o autor experimentava aflição espiritual e alguma crise na sua comunhão com Deus (w. 4,9; 43.2), por isso a sua alma estava entristecida e suspirava: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (v. 2). 

 No seu comentário ao Salmo 42, Matthew Henry (2022, p. 43) aborda essa dinâmica espiritual da alma, que incluía a esperança de uma mudança no espírito, sede da comunhão com Deus. Para Henry, a alma expressava esperança de que ainda experimentaria uma mudança significativa na sua situação, que não lhe faltaria motivo para louvar a Deus: “uma mudança tal no meu espírito, que não me faltará louvor no coração”. São inquietações espirituais que afligem a alma e que reclamam um reposicionamento em termos de comunhão com Deus. 

O Salmo 84.2 também ilustra essa função da alma. Na sua oração no Salmo 51, Davi fala da tristeza que afetava a sua alma e do anseio por um espírito reto, voluntário e renovado, o que devolvería alegria à integralidade do seu ser (SI 51.7-12). Esses textos mostram a alma como uma espécie de centro condutor da ação humana, exatamente pela sua posição intermediária entre espírito e corpo. Não sem razão, a alma é considerada o “eu”, o “ego” (cfi, Brunelli, 2017, p. 59). Conforme Renovato (ibid., p. 271), a “própria vida”, “o princípio vital da vida humana”.




                    II.     A NATUREZA DA ALMA: IMATERIALIDADE E IMORTALIDADE

1.     Distinção de substâncias     -     E extraordinário como o Mestre dos mestres transmite tantas verdades profundas e irrefutáveis acerca da alma em um texto tão curto. Jesus está encorajando os seus discípulos para o exercício da missão de proclamação do Reino de Deus, prevenindo-os de que encontrariam inúmeros desafios, incluindo a morte. As profundas verdades espirituais reveladas por Jesus a respeito de nossa psyche estão relacionadas a debates alimentados ao longo de toda a história, inclusive no contexto da Igreja. Norman Geisler (2017, p. 40-44) apresenta um resumo de várias perspectivas acerca da natureza humana e da sua relação com o corpo. Com base no esboço feito por Geisler, seguem as principais perspectivas:

 1) Materialismo antropológico: afirma que os seres humanos têm um corpo, mas nega que tenham uma alma imaterial. Segundo essa visão, somente o corpo existe; o que se costuma chamar de alma racional, na verdade, não existe. O corpo estaria para a mente (alma), assim como o cérebro está para um sonho; a mente seria simplesmente uma manifestação da matéria.

 2) Epifenomenalismo antropológico: uma forma modificada de materialismo; o seu fundador afirmava que a alma não passa de uma silhueta do corpo; o corpo estaria para a alma, assim como a árvore está para a sua sombra. 

 3) Idealismo antropológico: é outro extremo da teoria não-teísta do materialismo; considera que os seres humanos têm uma alma, mas não um corpo. O corpo estaria, supostamente, para a alma como uma miragem está para a mente. Seria meramente uma ilusão. Somente a mente existe. 

 4) Monismo antropológico: a visão de duplo aspecto segundo a qual alma e corpo seriam dois lados (interno e externo) da mesma coisa. Alma e corpo são substâncias, ou seja, a alma está para o corpo como um lado de um prato está para outro, sendo somente um aspecto da mesma entidade. 

 5) Dualismo antropológico: considera que alma e corpo são entidades separadas e paralelas. O problema com o Dualismo é a falta de qualquer tipo de contato, unidade ou interação entre alma e corpo, uma visão atribuída a Platão.


2.    Imaterialidade e responsabilidade pessoal     -      Embora se saiba que, em conjunto, a sociedade também é capaz de for mar estruturas corruptas e opressoras, ainda assim isso não passa da reunião de culpas pessoais, como bem observam César Moisés Carvalho e Céfora Carvalho (2022, p. 1505): “Identificar uma estrutura pecaminosa em nossa realidade não exclui a culpa de cada indivíduo; muito pelo contrário, ajuda a trazer ainda mais profundidade a esse conceito”. O grande problema de ver-se apenas os problemas das estruturas sociais é que isso leva a desconsiderar a necessidade de arrependimento, conversão e salvação pessoal e mantém as almas dos seus adeptos no caminho da perdição eterna (At 3.19; Jo 17.3).

 Sabemos, porém, que o único caminho eficaz para a libertação do pecado é o arrependimento e a conversão do indivíduo pela fé em Cristo como Salvador e Senhor. O avanço desse processo de salvação em cada pessoa e de pessoa a pessoa é que pode influenciar a sociedade; ainda assim, sempre haverá uma geração perversa de cujo modelo de vida devemos escapar (At 2.40).

 A imaterialidade se refere a bens e direitos que não possuem forma física, como a honra, a imagem, os dados pessoais e o patrimônio cultural imaterial. A responsabilidade pessoal se conecta a esses conceitos ao definir que o indivíduo tem o dever de zelar por esses bens, sendo ele responsável tanto pela sua preservação (por exemplo, pela exposição indevida de dados pessoais) quanto por danos a eles causados. 

Relação entre imaterialidade e responsabilidade pessoal

·        Dados pessoais como patrimônio imaterial:

·        Os dados pessoais são considerados um patrimônio imaterial que pertence ao indivíduo. 

·        A pessoa tem a liberdade de dispor desses dados, mas também é responsável por essa exposição. 

·        Da mesma forma que o proprietário de um carro deve zelar por ele, o indivíduo deve zelar pela proteção de seus dados para evitar danos. 

·        Danos imateriais e reparação:

·        A responsabilidade civil por danos imateriais abrange a reparação por danos morais, extrapatrimoniais e relacionados a direitos da personalidade, como honra, imagem e intimidade. 

·        A inobservância do dever de cuidado no tratamento de dados pessoais, por exemplo, pode gerar a pretensão de indenização. 

·        Patrimônio cultural imaterial:

·        Este conceito se refere a práticas, conhecimentos e saberes reconhecidos por uma comunidade. 

·        O indivíduo e a sociedade têm a responsabilidade de proteger e dar continuidade a esse patrimônio cultural. 

·        A responsabilidade pessoal nesse contexto pode se traduzir na preservação e valorização das tradições e do conhecimento transmitido. 

Em resumo

A responsabilidade pessoal é o dever do indivíduo de zelar pelos seus bens imateriais, como dados pessoais, e por aqueles que pertencem à coletividade, como o patrimônio cultural. O descuido ou a má gestão desses bens pode levar à responsabilidade civil e à obrigação de reparar os danos causados. 

 

O espírito e a alma são imateriais, porém nós temos a responsabilidade de mantê-los funcionando bem e dar liberdade vigiada a cada um para exercício de seus dons e comunhão íntima com DEUS. Não são vistos fisicamente, por isso são imateriais, mas devem ser direcionados, conduzidos por DEUS para seu uso.


3.    Materialismo e teologia     -     A medida que avança na política secular, a visão antropológica materialista também se infiltra e molda teologias, alterando, e muito, as concepções relativas principalmente ao que é a missão da Igreja, a ortopraxia, a prática correta a ser adotada pelos seguidores de Jesus. No campo católico, inspirou a Teologia da Libertação, surgida na América Latina na década de 1960. Diante da inequívoca influência da concepção antropológica materialista do marxismo, a Teologia da Libertação concentra-se em fatores políticos, econômicos e sociais na sua luta pelo que entende ser justiça social. A sua proposta, contudo, não passa de um aprofundamento da deturpação do sentido de igreja feito pelo catolicismo de muitas maneiras ao longo da história.

 O protestantismo também tem os seus próprios movimentos teológico político-ideológicos, que alteram a sua missão, afastando-se da dependência de Deus e do poder do Espírito para confiar em estruturas humanas. Geralmente se considera que, nos tempos modernos, esse movimento de mudança radical de visão missiológica tem como um dos pontos de partida a publicação do livro Nos Seus Passos o que Faria Jesus, de Charles M. Sheldon, em 1896, visto como um fato de grande incentivo para uma guinada de muitas denominações para o Evangelho Social. Na década de 1970, surgiu a Teologia da Missão Integral, que também se alimenta de concepções socioeconômicas e políticas comuns ao marxismo, que, por sua vez, tem como fundamento o ideário antropológico materialista histórico, que busca tirar Deus do cenário humano e instigar as lutas de classes.

Teologia da Libertação

A afirmação de que a Teologia da Libertação é antibíblica é uma crítica comum, baseada principalmente na interpretação de que a sua abordagem, influenciada pelo marxismo, desvia o foco da fé cristã e sua missão de salvação. No entanto, a Teologia da Libertação defende que sua leitura da fé é um meio de agir na luta por justiça social e que o Evangelho deve ser interpretado à luz das experiências dos oprimidos. A Igreja Católica, por meio de papas como João Paulo II, já reconheceu a Teologia da Libertação como útil e necessária, embora a corrente tenha sido criticada em alguns momentos. O papa Francisco, teve uma relação complexa e ambivalente com a Teologia da Libertação. Por um lado, ele adotou princípios centrais como a "opção preferencial pelos pobres", a crítica ao capitalismo e a defesa dos marginalizados, o que o aproxima da teologia. Por outro, ele criticou teólogos liberacionistas por sua proximidade com o marxismo e defendeu a necessidade de uma abordagem mais equilibrada, embora muitos vejam seus gestos e discursos como um "reacender" da teologia. 

 

Desde maio de 2025, o papa atual é o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Leão XIV. Ele tem se mostrado aberto e dialogado com a Teologia da Libertação, uma mudança significativa na postura do Vaticano em relação às décadas anteriores. 

A relação da Igreja Católica com a Teologia da Libertação tem passado por diferentes fases:

·        Contexto: A Teologia da Libertação surgiu na América Latina na segunda metade do século XX, defendendo que a fé cristã deve levar à ação social e à luta contra a pobreza e a injustiça. No entanto, ela gerou controvérsias por suas análises que, para alguns, aproximavam-se do marxismo.

·        Posição anterior: Papas como João Paulo II e Bento XVI expressaram críticas e preocupações, principalmente em relação a possíveis desvios doutrinários e à politização da fé. A crítica não era à opção preferencial pelos pobres, mas à metodologia e à fundamentação ideológica de algumas vertentes.

·        Papa Francisco (antecessor de Leão XIV): O Papa Francisco, por ser de origem latino-americana, trouxe uma nova abordagem. Embora com ressalvas, ele reabilitou a Teologia da Libertação e a figura de seus fundadores, como o padre Gustavo Gutiérrez, promovendo o diálogo e a aproximação. Essa atitude preparou o terreno para uma abertura ainda maior.

·        Papa Leão XIV (atual): Em consonância com o legado de Francisco, o Papa Leão XIV aprofundou o diálogo com a Teologia da Libertação. Notavelmente, em outubro de 2025, pouco tempo após sua eleição, um documento do Vaticano, sob sua liderança, consagrou a Teologia da Libertação, o que foi visto como um marco histórico. Isso sinaliza um reconhecimento oficial da relevância da teologia para a Igreja, em especial na atenção aos mais necessitados. 

A postura do papa americano atual, Leão XIV, representa uma nova era de diálogo e aceitação da Teologia da Libertação dentro da Igreja Católica, construindo sobre o caminho pavimentado por seu antecessor, o Papa Francisco. Isso acarretará problemas seríssimos para o futuro da igreja católica que adota princípios antibíblicos mais uma vez para tentar segurar seus adeptos que cada dia mais se tornam evangélicos. O mundo está se dividindo em  duas vertentes claras e distintas, como já avisava a Bíblia – direita liberal com evangélicos e esquerda comunista esquerdista com suas religiões antibíblicas.

 

Argumentos contra a Teologia da Libertação

·        Interpretação marxista: 

Críticos argumentam que a Teologia da Libertação aplica uma leitura marxista à fé, colocando a luta de classes acima do Evangelho, o que transforma JESUS em um "revolucionário político" em vez de Salvador. 

·        Foco na transformação social: 

A crítica aponta que a Teologia da Libertação reduz a fé a uma luta por justiça social e causas políticas, negligenciando a dimensão espiritual e a salvação do pecado. 

·        Redução do Reino de DEUS: 

Algumas interpretações sugerem que a Teologia da Libertação foca em um "Reino de DEUS" aqui na Terra, negligenciando o Reino de DEUS que é um dom espiritual e uma realidade futura. 

·        Abordagem de "heresia": 

Alguns a consideram a pior heresia, pois, diferente de heresias tradicionais que atacavam um ponto específico da fé, a Teologia da Libertação, em sua visão marxista, atacaria todos os aspectos da fé de uma vez. 

 

A Teologia da Libertação é pior que todas as heresias juntas, porque enquanto um heresia nega um aspecto da Fé conservando outros, a TL faz uma leitura marxista de TODA a Fé, reduzindo, na prática, JESUS a um palestrante esquerdista.
A TL destrói os aspectos espirituais e morais da religião, fazendo da Igreja de Cristo não mais que uma ONG de bons costumes.
Para a Teologia da Libertação o Reino dos Céus é aqui é nada mais.

 

Teologia da Missão Integral (TMI)

A alegação de que a Missão Integral é antibíblica é uma crítica feita por teólogos e denominações que discordam de sua abordagem, considerando que ela "traduz o cristianismo para os moldes comunistas", prioriza a luta de classes e interpreta a Bíblia sob essa ótica. Opositores argumentam que a teologia da Missão Integral (TMI) foca mais em questões sociais e políticas, em detrimento de aspectos puramente espirituais da fé. 

Argumentos contra a Missão Integral

·        Influência comunista: 

Críticos afirmam que a Missão Integral, assim como a Teologia da Libertação da qual é uma variante, adota elementos do marxismo ao focar na luta de classes, interpretando a Bíblia como um livro de luta entre opressores e oprimidos.

·        Enfoque social: 

A ênfase em questões sociais e de justiça é vista por alguns como uma distração dos ensinamentos bíblicos, que priorizam a salvação espiritual. 

·        Visão holística: 

Considera-se que a TMI busca uma compreensão mais holística da missão cristã, que abrange tanto a evangelização quanto a responsabilidade social, a justiça e a compaixão. 

Como se posicionar diante das críticas

·        Analisar as diferentes interpretações da Bíblia e dos princípios cristãos pode ajudar a formar uma opinião própria sobre o assunto. 

 

A principal crítica antibíblica feita à Missão Integral é que ela pode desviar o foco da pregação do evangelho para a ação social, com alguns críticos afirmando que ela substitui a raiz do problema (o pecado) por paliativos sociais. Outra crítica aponta que a abordagem pode ter uma influência de ideologias políticas ou comunistas, o que a desvia de sua natureza bíblica. 

 


O marxismo cultural

Alguns se espantam ao ouvir que um cristão não pode concordar com o marxismo, seja ele chamado de socialismo, comunismo, progressismo ou qualquer outro termo. O discurso social presente nessas ideologias serve para encobrir conceitos, preceitos, preconceitos e pressupostos anticristãos existentes nele. Desde a década de 1960, a estratégia gramscista desenvolveu o que chamamos de marxismo cultural. Essa estratégia busca substituir a cultura ocidental fundada em pressupostos judaico-cristãos por uma cultura socialista. Somente depois da transformação cultural se poderia implantar a “ditadura do proletariado”.

Durante esse processo, os espaços destinados à educação e à cultura, devem ser ocupados pelos chamados intelectuais marxistas, que introduzirão desde o topo as ideias e os conceitos com a finalidade de alterar as mentalidades. Essa é a razão porque no meio acadêmico pode ser percebido hoje uma “hegemonia da esquerda”1. Esse predomínio marxista se espalha desde a cultura do homem comum até as casas legislativas, onde há uma preocupação desproporcional no sentido de criar leis para minorias que se chocam com a moral e a cosmovisão cristã da população.

O processo de transformação cultural vai chocar-se em vários pontos e em vários momentos com valores e conceitos cristãos. As formas utilizadas pelo marxismo cultural para lidar com o cristianismo são as mais variadas. Em alguns momentos agredirá os conceitos cristãos. Em outros, agirá de forma enganosa, seduzindo os cristãos, levando-os a crer que possuem os mesmos propósitos. E haverá ainda ocasiões nas quais procurará criar uma síntese impossível entre teologia cristã e marxismo, como já aconteceu no Evangelho Social e hoje acontece na Teologia da Libertação, na Teologia da Missão Integral e nos movimentos cristãos “progressistas em geral”.

Os que acreditam na possibilidade de unir as duas cosmovisões, com certeza desconhecem as duas ou são movidos por motivos escusos. Essa impossibilidade era bem clara quando os comunistas simplesmente torturavam e matavam cristãos. Quando alteraram sua estratégia de conquista, deixaram a muitos confusos e fizeram morrer as verdades reveladas desde suas raízes.

É preciso que cada cristão compreenda que o marxismo, não apenas pelos seus atos, mas por sua essência, é inimigo do cristianismo, mesmo quando o acaricia. Os pressupostos do marxismo cultural colidem de frente com os pressupostos cristãos.


Andarão dois juntos se não estiverem de acordo? (Amós 3.3)
Pressupostos

Pressupostos são verdades fundamentais aceitas sem qualquer prova empírica (experimental), porquanto o conhecimento começa à base dessas verdades fundamentais.2 Toda religião e ideologia tem seus próprios pressupostos, verdades que ele aceita antes de qualquer prova.

Todavia, é bom lembrar que o cristianismo tira seus pressupostos da revelação. O que crê sobre Deus e seus atos são derivados das Escrituras reveladas. Razão e revelação caminham juntas no cristianismo. Já o marxismo tomou para si os pressupostos do materialismo ou naturalismo, para o qual “o cosmo é tudo o que existe ou sempre existiu ou sempre será”, como definiu Carl Sagan, astrofísico e apresentador do programa Cosmos.3

Se os pressupostos são verdades fundamentais que servem de base para as religiões e ideologias, é imprescindível conhecer os fundamentos do cristianismo e do marxismo, para então compará-los. Depois disso, torna-se fácil perceber a incompatibilidade entre eles e a loucura que é a tentativa de fazer de ambos, simultaneamente, os fundamentos de suas crenças e ações.

Pressupostos cristãos

Deus existe. Ele criou todas as coisas para a sua glória e dentro de seus propósitos. Criou o homem, coroa da criação, à sua imagem, homem que está acima dos animais e seu propósito é glorificar a Deus. O homem desobedeceu a ordem direta de Deus e por isso tanto sua própria natureza como a natureza ao seu redor foram afetadas. Seus relacionamentos com Deus e com outros foram corrompidos. Tornou-se alienado de Deus pelo seu pecado e por isso a encarnação, morte e ressurreição de Jesus tornaram-se necessárias para redimi-lo. A salvação foi consumada em Cristo e será concretizada por Deus no futuro quando o poder da ressurreição de Jesus manifestar-se nos remidos e em toda a nova criação. Esses são pressupostos revelados que estão na base de todo pensamento cristão.

Temos no cristianismo verdades essenciais que o diferenciam de qualquer religião e ideologia.

Pressupostos marxistas

Para um marxista, não existe um Deus, nem alma humana, nem qualquer ser espiritual, pois tudo o que existe é a matéria e tudo o mais é o movimento da matéria (materialismo dialético). O homem evoluiu à partir dos símios como resultado do trabalho e o grande problema da humanidade é a propriedade privada. Esse problema será resolvido através da ditadura do proletariado, quando a classe trabalhadora tomar o poder, banir o capitalismo com todas as suas injustiças e implantar o comunismo em todo mundo. O ser humano é apenas um ser social. Tudo o que ele é deriva da sociedade e suas relações com ela. A redenção do mundo virá com a vitória do comunismo mundial.
O choque inevitável

Dois bicudos não se beijam. E dois absolutos também não. O marxismo nunca se apresentou como uma proposta política e sim como um messianismo redentor destinado a transformar o mundo em um paraíso social. Ele jamais pode conviver pacificamente com o cristianismo, por isso derramou o sangue cristão ou procurou perverter seus ensinos e sua moral. O choque é inevitável.

As diferenças não estão nas superfícies ou nas periferias. Estão nas raízes e nas bases. E o pacifismo cristão, seja ele verbal ou físico, faz dele uma vítima inocente diante da agressividade marxista, tanto verbal quanto física. Se o cristianismo continuar cego diante da real natureza do marxismo cultural será facilmente derrotado por ele. Devemos amar nossos inimigos, sem jamais confundi-los com os amigos.



                    III.     A  ALMA RENOVADA E SUBMISSA A DEUS

1.    Edificação e saúde    -    Conhecer os atributos da alma, a sua importância e natureza deve estimular-nos a dar-lhe mais valor e devotar-lhe o devido cuidado. Jesus contou a parábola do rico insensato, que se preocupou com o ajuntamento de bens materiais, mas descuidou-se do cuidado da alma (Lc 12.13-21). A corrida desenfreada às coisas da vida é um dos fatores de frieza e adoecimento espiritual. Para não ser vítima desse terrível mal, é preciso fazer escolhas certas, renunciar aos tesouros da terra e trabalhar para ajuntar tesouros no céu (Mt 6.19). A ansiedade é um dos problemas da alma mais recorrentes em nossos dias e costuma desencadear transtornos mentais graves. 

Como escreve a psicóloga Elaine Cruz (2020, p. 134),  

 Na ansiedade ocorre o desequilíbrio de certas substâncias químicas no cérebro, chamadas neurotransmissores. Destes, dois neurotransmissores, chamados serotonina e noradrenalina, estão relacionados aos transtornos de ansiedade. Quando o nível de serotonina cai e os níveis de noradrenalina se elevam, podemos ter um quadro de ansiedade, que pode ser situacional e passageira, ou persistente.

 Além de decidir não viver em torno das demandas terrenas, orar é fundamental para vencer a ansiedade e ter uma alma cheia de paz (Fp 4.6,7). Na verdade, não se imagina que tenhamos força para vencer as tentações deste mundo sem a oração. O apóstolo Pedro escreveu que devemos lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). É o Senhor que nos dá paz e protege nossas emoções e pensamentos (Fp 4.7) e que também nos guia no caminho da sua vontade (Cl 3.15). Fatores espirituais, ambientais e relacionais sempre devem ser buscados antes de outros recursos, como é o caso do uso de medicamentos, em relação ao qual sempre é preciso ter a devida cautela, como afirmamos no Capítulo 1. Aliás, no caso da ansiedade, a dra.

 Elaine Cruz observa:

Quando a ansiedade perdura por seis meses no mínimo, causando sofrimento pessoal ou familiar, sendo desproporcional e irracional, podemos estar diante de um quadro ansiolítico ou TAG — Trans torno de Ansiedade Generalizada —, cuja incidência é maior nas mulheres. Nesse caso, é importante um diagnóstico clínico realizado por um profissional de saúde, podendo até mesmo ser necessário o uso de medicamentos ansiolíticos (ibid., p. 134).

A paz que governa o coração (Colossenses 3:15)

·        O árbitro divino: O verbo grego para "governar" pode ser traduzido como "arbitrar" ou "agir como juiz". Isso sugere que, ao tomar decisões ou enfrentar conflitos (internos ou externos), a paz de Cristo deve ser a influência dominante.

·        Vivendo em harmonia: O contexto de Colossenses 3 fala sobre a unidade do corpo de Cristo. A paz que governa o coração não é apenas para o indivíduo, mas também promove a harmonia entre os membros da comunidade de fé.

·        Gratidão como resultado: Viver sob o governo da paz de Cristo leva a uma vida de gratidão. Quando a paz de DEUS está no controle, a gratidão natural emerge, reconhecendo a obra de Cristo e o chamado para viver em paz. 

Síntese dos ensinamentos
A paz de DEUS não é apenas um sentimento, mas uma realidade espiritual que:

·        Oferece proteção: Atua como um escudo para proteger a mente e o coração dos ataques da ansiedade e do desânimo.

·        Guia as decisões: Orienta os crentes, permitindo que a vontade de DEUS seja discernida com clareza.

·        Promove a unidade: Conduz a uma vida em harmonia com outros membros da comunidade de fé. 


2.    Purificação e renovação    -     Uma condição fundamental para uma vida cristã dinâmica é o cristão apresentar a sua alma diariamente a Deus para que seja purificada e viva em constante renovação. E, para conservar a alma pura e renovada, precisamos cuidar das fontes às quais diariamente expomos nossos sentidos. O que falamos, o que ouvimos, o que lemos e vemos pode determinar nosso estado interior. O Salmo 1 ensina-nos que devemos sempre nos esquivar dos que proferem maus conselhos, praticam maldades, vivem afastados de Deus e zombam do que é sagrado. Não é incomum que isso seja feito em filmes, séries, programas de TV e redes sociais. Abster-se dessas fontes e dedicar-se à meditação na Palavra de Deus é cuidar da alma. Ainda quanto à mordo mia desse nosso ente imaterial, a Bíblia adverte-nos dos maus pensamentos (Mt 15.19), dos desejos impuros e perversos (Pv 21.10; Tg 1.14,15) e das intenções e inclinações malignas (Nm 21.5; 1 Pe 2.1).

 A Bíblia ensina que a verdadeira impureza não vem de fora, mas do interior do ser humano. 

O coração como origem do pecado

JESUS, em Mateus 15.19, explica que a impureza moral tem sua origem no coração humano. Ele afirma que "do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias". Essa passagem mostra que o pecado começa na mente e nos sentimentos, antes de se manifestar em ações visíveis. 

Desejo que leva ao pecado

A Epístola de Tiago (1.14-15) descreve o processo pelo qual a tentação leva ao pecado. O texto explica que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte". Aqui, o desejo pecaminoso é a "semente" que, quando nutrida, floresce no pecado e, em seguida, na morte espiritual. 

A maldade intencional do ímpio

Provérbios 21.10 ressalta a intenção maligna daqueles que não têm um bom coração: "A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não encontra favor aos seus olhos". A passagem indica que o perverso não apenas comete o mal, mas o deseja ardentemente, sem compaixão. 

A necessidade de abandonar a malícia

O apóstolo Pedro, em 1 Pedro 2.1, exorta os cristãos a abandonarem as inclinações malignas e os comportamentos destrutivos. A instrução é: "Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações". Isso exige uma mudança radical de mente e coração, trocando o mal pelo desejo de crescimento espiritual. 

Murmuração e insatisfação

O relato em Números 21.5 sobre o povo de Israel no deserto ilustra o perigo da murmuração e da falta de contentamento. A insatisfação se manifesta em reclamações contra DEUS e Moisés, que se tornam pecados que geram graves consequências. 

A importância de guardar o coração

A advertência final é para a vigilância constante do nosso interior. Assim como afirma Provérbios 4.23: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". Para cuidar da alma, é necessário encher a mente com coisas boas e verdadeiras, combatendo os pensamentos negativos com a Palavra de DEUS. 





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Saulo Marafon.

Pr. Local: Pr. Selmo Pedro.

INSTAGRAN: @PBJUNIOOFICIAL

FACEBOOK: JOSÉ EGBERTO S. JUNIO

 CANAL YOUTUBE.:    https://www.youtube.com/@pb.junioprofebd7178       Toda semana tem um vídeo da Lição. Deixem seu Like.

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio Corpo, Alma e Espírito - A Restauração Integral do Ser Humano para chegar à Estatura Completa de Cristo, Silas Queiroz - Editora CPAD

Livro O Homem, a natureza humana explicada pela bíblia - Corpo, Alma e Espírito, Pr. Severino Pedro da Silva, Editora CPAD

https://saberefe.com/marxismo-cultural/

EBD NA TV - Pr. Henrique, 99-99152-0454 WhatsApp, Min.Belém, SP - Canal YouTube @PrHenrique: Escrita Lição 5, CPAD, A Alma — A Natureza Imaterial do Ser Humano, 4Tr25, Com. Extras do Pr Henrique, EBD NA TV