Pb. Junio - Congregação Boa Vista II |
TEXTO ÁUREO
"E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor." (1Co 10.10)
VERDADE PRÁTICA
A prática da murmuração enfraquece a vida espiritual, acaba com a comunhão da igreja local e nos impede de desfrutar das promessas de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Êx. 16.1-7; 1Co 10.10,11
INTRODUÇÃO
A murmuração não pode fazer parte do contexto da vida cristã, pois apresenta atitudes de incredulidade e negatividade, visto que se trata de um murmúrio apresentando reclamações marcadas por insatisfação e descontentamento. É prejudicial em tudo para o povo de Deus, uma vez que além de ser um pecado, suas consequências são desastrosas, gerando mágoas, ressentimentos, confusões, atraso na caminhada para o Céu. Os que praticam o pecado da murmuração estão claramente declarando a falta de confiança em Deus e no seu controle, inclusive nos seus planos para nossas vidas. Agir dessa maneira é como se alguém estivesse dizendo que Ele não está sabendo fazer as coisas corretamente. O cristão não deve, sob hipótese alguma, viver na prática da murmuração. Se assim proceder, comprometerá sua espiritualidade, não tendo mais tempo para orar, visto que não confia plenamente em Deus, porque seu foco está simplesmente firmado nas queixas e reclamações. A murmuração está ligada à ingratidão, e passamos a não reconhecer mais o que Deus já fez em nosso favor, todas as bênçãos que Ele concedeu; o alvo agora é só olhar para o que está faltando, necessitando, transformando-nos em crentes rabugentos.
I. A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA
1. O que é murmurar? - A Bíblia descreve a murmuração como um comportamento comprometedor do crente, que acontece por meio de gestos e palavras, feito em tom baixo, em reclamações e censuras (Êx 15.24; Lc 15.2), que revela atitude de incredulidade, ingratidão, insatisfação, lamento, queixas, envolvendo circunstâncias e pessoas, bem como o próprio Deus. Israel reclamava de Arão e de Moisés, e, ao reclamarem dessas eram pessoas, logicamente estariam também reclamando de Deus, pois foi o Senhor quem os havia escolhido para tal missão. A teologia fala da murmuração como um pecado, comportamento e atitude pecaminosa, visto que, ao agir dessa maneira, o crente está se opondo aos planos que foram estabelecidos por Deus, não querendo sua vontade. Anteriormente, destacamos que o que caracteriza a murmuração é a ingratidão, insolência, rebeldia, descrença, falta de fé, resistência à soberania de Deus; tudo isso pôde ser visto na vida dos israelitas, o que resultou em atraso, fracasso e morte para a maioria deles. Não há como avançar na vida espiritual quando o coração está cheio do pecado da murmuração, pois esse mal prejudica primeiramente nossa comunhão com Deus e também com o nosso irmão.
2. O comportamento dos murmuradores - As primeiras passagens a que faremos menção sobre o comportamento de pessoas murmuradoras é a de Êxodo 16 e Números 14. Ambos dão os retratos dos principais personagens de Israel que agiram como murmuradores. Quando Israel passou a caminhar pelo deserto, reclamava de tudo, de água, comida e da liderança. Essa postura custou caro para os murmuradores, pois Deus não se agradou deles e os matou. Em Números 12, os dois irmãos de Moisés, Arão e Miriã, murmuraram contra ele por causa da mulher estrangeira, bem como tentaram atacar a liderança do irmão. O procedimento desses dois irmãos não agradou a Deus em nada, e prontamente o Senhor puniu Miriã com lepra perante todo o Israel, um ato vergonhoso, não somente isso, o comportamento dela atrasou a marcha do povo de Deus. No Novo Testamento, temos exemplo de murmuração até dos discípulos de Jesus, que depois de um discurso se apresentando como o Pão da Vida, que eles acharam pesado, muitos deixaram de segui-lo, porém, Jesus advertiu que quem quisesse ir tinha todo o direito. Depois que Cristo fez a explicação de sua pessoa como o Pão da Vida, eles viram que é preciso ter fé nEle e não buscar uma vida independente (Jo 6.68).
A conduta pouco ética dos murmuradores faz com que, em pouco tempo, muitos sejam contagiados. A ferramenta deles é a língua, a palavra. É por isso que, em Hebreus 12.13 e 14, a Palavra de Deus recomenda: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”.
3. O crente murmurador - Há um grande perigo quando o crente se torna murmurador. Ele pode tornar-se cheio de contendas, e seu testemunho não terá eficácia perante o mundo, pois todos verão que está insatisfeito com a vida e com as pessoas, reclama de tudo e de todos. Jó, no meio das piores circunstâncias de sua vida, não murmurou de nada, nem de Deus, mas compreendeu que Ele estava conduzindo todas as coisas, por isso na prova o adorou (Jó 1.20). É impossível que dos lábios do murmurador não saiam palavras negativas, depreciadoras, sujas, atacando líderes, esposas e esposos, membros, enfim, todos. É sempre bom ter todo o cuidado com o que falamos, pois como bem ensinou Jesus, nós seremos condenados ou justificados com nossa fala: “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras, serás condenado” (Mt 12.37). Não se pode confundir o questionamento bem intencionado e a crítica construtiva, com o pecado a murmuração. A murmuração inclui más intenções, é insensível e traiçoeira, é negativa e destrutiva, é desagregadora. Somos desafiados a rever a maneira como tratamos nossos líderes, pois o alvo dos murmuradores é sempre a liderança. Confira a exortação contida nestas passagens bíblicas: Fp 2.25, 29, 30; I Ts 5.12 e 13; Hb 13.17. A murmuração é incompatível com uma vida cristã marcada por fidelidade, confiança e cooperação. Esse pecado afasta a bênção de Deus e atrai o seu juízo. Por outro lado, quando se dá lugar à confiança em Deus, à união e cooperação entre os irmãos, “ali derrama o Senhor a sua bênção e a vida para sempre” (Sl 133).
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II. MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA
1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus - Apesar de muitas vezes aparentemente o povo ter murmurado contra Moisés e Arão, na realidade eles estavam murmurando contra o próprio Deus. Em certa ocasião Moisés diz isso explicitamente: “As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o SENHOR” (Êxodo 16:8). A murmuração de Israel em Refidim foi tão grave que o texto bíblico identificou aquela atitude como algo que tentou a Deus (Êxodo 17:2-7). Infelizmente a murmuração foi um comportamento que caracterizou a incredulidade de Israel e sua desesperança na providência de Deus (cf. Números 14-17). Inclusive, esse exemplo negativo foi lembrado pelos escritores do Novo Testamento como advertência aos cristãos (cf. 1 Coríntios 10:5; Hebreus 3:12-4:13; etc.). Tornou-se uma prática comum da geração de murmuradores se levantar contra a liderança do Senhor. Em Números 20.2-13, logo que faltou água esse povo se levanta e passa a murmurar contra Moisés. Os dois líderes estavam já machucados pela reação desse povo, de modo que a ordem divina a Moisés era que ele falasse à rocha, mas na condição que se encontrava, magoado, feriu a rocha duas vezes, ato que trouxe consequências para a sua vida. Podemos nos dirigir a eles fazendo nossos questionamentos ou alguma outra coisa, mas com humildade, sinceridade e reverência, desejando de verdade os propósitos divinos.
2. A murmuração contra Deus - A murmuração reflete uma miopia espiritual, que nos faz ver o pior lado de todas as coisas, inclusive das bênçãos de Deus. O povo acabara de ter saído do Egito, após 400 anos de escravidão. Deus libertou este povo com mão forte e triunfou sobre todos os deuses do Egito (Êx 12.12). No entanto, pela condução de Deus eles estavam agora no meio de um deserto. No texto, podemos ver o povo murmurando contra o SENHOR, interpretando o livramento bondoso de Deus como sendo mal, pois o povo disse: “Quem dera tivéssemos morrido por mão do SENHOR na terra do Egito” (Êx 16.2). Veja que esse tipo de murmuração já havia sido feita anteriormente, na saída do Egito, quando o povo disse: “Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto” (Êx 14.11-12). A murmuração fez com que o povo visse o pior lado do que estava acontecendo com eles. Eles não conseguiam enxergar as bênçãos de Deus. A amorosa ação de Deus em libertá-los parecia um ato cruel! Como temos enxergado a ação de Deus nos momentos difíceis de nossas vidas? Será que em meio ao sofrimento nós podemos ver a bondosa mão de Deus sobre nós?
A murmuração reflete falta de gratidão. A murmuração reflete uma falta de agradecimento para com aquilo que Deus tem feito em nossas vidas, mesmo em meio ao sofrimento. Veja que o povo havia sido liberto do cativeiro e não fazia muitos dias que eles, ao murmurarem viram Deus transformar as águas amargas de Mara em águas doces (cf Êx 15.24-25). Geralmente o que nos conduz à falta de gratidão é a amnésia espiritual.
Murmuramos quando temos mais prazer nas coisas do mundo do que nas coisas de Deus.Por fim, muitas vezes o que está por detrás da murmuração não é porque desejamos algo melhor, mas porque temos dado mais valor às coisas do mundo do que as coisas de Deus.
3. Por que é perigoso murmurar? - Podemos dizer que seis coisas acontecem quando o crente pratica o pecado da murmuração: a primeira é que ele revela que em sua vida não há fé verdadeira em Deus, pois se a tivesse, ainda que enfrentasse qualquer crise, luta, problema, dependeria e confiaria plenamente no poder de Deus. Eclesiastes nos lembra de que nós estamos embaixo e Deus está lá em cima (Ec 5.2). Em segundo lugar, o perigo de murmurar é que o crente jamais será grato a Deus, por não reconhecer suas bênçãos concedidas. Desse modo, ele cometerá o pecado da ingratidão, marca de uma humanidade sem Deus (2 Tm 3.2). Uma pessoa ingrata nunca olha para o que alguém já fez por ela, pois sua visão ou foco está voltado apenas para aquilo que está em falta, não atentando para todas as bênçãos que já recebeu. O terceiro perigo para o crente que murmura é sempre viver em desobediência e rebeldia, porque ele não se submete à vontade do Senhor, não crê em sua providência e não descansa em suas promessas. O quarto perigo que o crente sofre com o pecado da murmuração é que seu relacionamento com Deus é quebrado. Como glorificará a Ele com alegria e prazer quando não se confia no seu poder, não reconhece os seus benefícios? Todos os que se dão ao pecado da murmuração passam a ter um relacionamento rompido com o Senhor, afastando-se completamente dEle. O quinto perigo do pecado da murmuração é que ele afeta o relacionamento com o próximo. Isso é perigoso porque, quando começam a campear no meio do povo de Deus as queixas de um contra o outro, de imediato as divisões aparecem, pois as conversas em tom baixo vão gerando nos outros insatisfação, descontentamentos, ódio, falta de alegria, de amor. O resultado é disputa, brigas e falta de comunhão. O sexto perigo do pecado da murmuração é que ele enfraquece nossa vida espiritual. Não há como ter uma vida espiritual cheia de gozo, alegria e comunhão quando não reconhecemos a bondade de Deus manifestada para conosco, quando não vivemos com Ele em total fé e obediência, mas sempre reclamando de tudo, achando que Ele ainda não fez o suficiente por nós. Nessa condição, não tem como o cristão dobrar os joelhos e orar, o que domina o seu coração e pensamento são queixumes, reclamações e insatisfações.
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III. MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL
1. O fim dos israelitas murmuradores - Por meio das Escrituras, já sabemos o fim de todo homem que não confia nem entrega sua vida a Deus. O salmista diz que o caminho do ímpio perecerá (Sl 1.6). Os israelitas infiéis, de quem Deus não se agradou, foram abatidos no deserto. Não se tratou de um ato pesado da parte de Deus, nem de uma ação arbitrária, mas por serem ingratos, desobedientes, irreverentes e murmuradores, ficaram prostrados (Nm 14.29,32,35; 26.64,65). Está plenamente provado nos acontecimentos envolvendo Israel que Deus não aceita ou tolera o pecado da murmuração. Esse ato é por demais perigoso, contagiante, gera um espírito negativista, sem fé, sem amor, sem consideração, sem obediência, sem reconhecimento, sem gratidão. Todos esses textos nos convidam a desenvolver uma vida de comunhão com Deus e sua Palavra, buscando sua vontade e confiando em sua soberania, não importando as circunstâncias, pois sabemos que Ele está no controle e que tudo redundará para louvor e glória do seu nome.
2. O destino dos murmuradores - 4.1. A verdade é que devemos fugir das murmurações, pois elas podem trazer sobre nós o castigo.
4.2. Israel não ficou impune por ter murmurado, ou se queixado, aos ouvidos de Deus.4.3. Fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu extremidades do acampamento (11:1c).
Explicar o que pode ser o fogo: Fogo literal ou alguma espécie de praga. Seja como for, foi algo terrível. Inclusive, deram àquele lugar o nome hebraico de Taberá (11:3), que significa incêndio.
4.4. Não é sensato murmurar diante de Deus isto pode trazer castigo sobre nós.
3. Os males da murmuração - A primeira consequência que ela traz é criar divisões, ou seja, grupinhos na igreja. Esses grupos terão em seu meio pessoas revoltadas, ingratas, insatisfeitas, as quais causarão desarmonia entre os demais. Os membros das igrejas que estão dominados pelo pecado da murmuração não têm maturidade nem crescimento espiritual. Por andar na prática da murmuração, as pessoas descrentes notarão naquele que se diz cristão atitudes que não correspondem à sua fé. Novamente reforçamos a recomendação de Paulo: “Fazei todas as coisas sem murmuração nem contenda” (Fp 2.14). A murmuração, além de trazer atraso para toda comunidade de salvo, isto é, a Igreja, compromete também aquele que tem o chamado ministerial, mas que se deixa seduzir por esse pecado. Uma pessoa vocacionada retrocederá quando passar a murmurar contra os seus líderes, não querendo mais servir com prazer, alegria e voluntariedade, achando que poderia merecer alguma coisa melhor, um reconhecimento mais adequado, se esquecendo de tantas bênçãos que já recebeu.
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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2.
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BIBLIOGRAFIA
Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, A Carreira que nos está proposta - Comentarista Pr. Osiel Gomes, Editora CPAD.
https://ipbguacui.org.br/2020/09/27/o-pecado-da-murmuracao/
https://escolabiblicadominical.com.br/esboco-de-pregacao-impactante-em-numeros-111-3/
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