
LIÇÃO 4 – Resguardando-se de sentimentos ruins
TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo,
se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo[...].” (MT 5.22)
VERDADE PRÁTICA
A cólera e a ira não podem dominar o coração do crente.
Elas devem ser evitadas e vencidas com o ensino do Evangelho.
Leitura bíblica MT 5.21-26 (explicação comentário bíblico
Esperança Mateus)
vv. 21-22 - Jesus
começa esclarecendo a justiça excedente através de três exemplos dos Dez
Mandamentos. Como primeiro exemplo Jesus cita o mandamento não matarás. A frase
eu, porém, vos digo não quer ser um desprezo aos anciãos, um desprezo que tenta
se livrar do passado, um desdém, porém máxima consideração do antigo. A lei é
absolutamente santa, é inalterável, é o que persiste e perdura sem mudanças nas
modificações do tempo. Mas a lei de Deus não olha para a ação, ela vê mais
fundo, observa a origem da ação, a mentalidade que está por detrás dela. “Pois
do coração procedem os maus pensamentos: homicídio…” (Mt 15.19). Dessa maneira
Jesus vai à raiz, ele é radical (radix = raiz), mostrando-nos que a ira é igual
ao assassinato. Schlatter explica: “Para os judeus era difícil reconhecer a
natureza culposa de processos interiores do coração (i. é, os processos na alma
e as atividades mentais)”. Quando Jesus afirma: Eu, porém, vos digo: aquele que
se irar contra seu irmão estará sujeito ao julgamento, as palavras “vos” e
“irmão” apontam para os discípulos. É para eles que vale essa palavra do
Senhor, porque os discípulos formam uma irmandade. Nessa irmandade não pode
existir a ira. Que significa irar-se? Com base no texto original, a ira pode
mostrar-se em duas direções: Para dentro e para fora. Vista para dentro, a ira
equivale a estar amargurado, estar raivoso contra o irmão, ficar exasperado,
carregar rancor dentro de si, distanciar-se do irmão, manter-se separado dele,
consumirse intimamente. Para fora, irar-se significa estar agitado,
enfurecer-se, agredir, ser duro, injusto, externar uma mentalidade áspera, ter
acessos de cólera. Tudo isso é assassinato do irmão. É transgressão do
mandamento: Não matarás. É uma palavra muito séria de Jesus, que alumia para
dentro do último cantinho de nosso coração e nos julga e purifica
continuamente. Nosso constante fracasso é trazido à luz. Ter de admitir sempre
de novo esse fracasso nos preserva de toda confiança no poder próprio e
destroça integralmente toda presunção e todo orgulho. “O homem vê o exterior,
porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7). Quando no coração se encontram todos os
tipos citados de ira, o discípulo já se tornou culpado do julgamento, porque
tornou-se um assassino do irmão. Como Jesus é extremamente severo com os seus!
A sua palavra é “apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”
(Hb 4.12). Passamos para o segundo aspecto. Quando a revolta interior ou a
fúria exterior são seguidas do duro e amargo insulto raka, i. é, “cabeça oca,
não faz parte de nós”, então esse assassino do irmão deve ser julgado pelo
tribunal supremo desta terra, o Sinédrio (quanto ao Sinédrio, cf. o exposto sobre
2.4). Em o terceiro ponto: Quem se deixa arrastar pela ira ao ponto de agredir
o irmão com uma palavra ofensiva como tolo, i. é, “vá para o inferno,
desgraçado (descrente)”, esse próprio deverá ir para o inferno. De tudo o que
foi dito resulta para os membros da comunidade de Jesus que cada uma precisa
cuidar com extrema exatidão do seu relacionamento com o irmão e examinar sempre
de novo, à luz da palavra de Deus, seus pensamentos e suas palavras, e
perguntar-se: Como estou em relação a meu irmão? Como ele está comigo? Tão logo
um tiver amargura no coração em relação ao outro, ou inveja, ódio, desprezo,
satisfação malévola, contrariedade, ou quando um guarda rancor do outro, quando
um, irritado, lança uma palavra dura contra o outro, isso é assassinato.
Qualquer aborrecimento que continua corroendo o coração é assassinato do irmão.
Lutero afirma: “Tantos membros quantos você possui, tantas maneiras você poderá
achar de matar, seja com a mão, a língua, o coração, o gesto, olhando alguém
amargamente… não gostando de ouvir falar dele: tudo isso significa, matar ‟.
Porque nesse caso o coração
e tudo o que há
em você
está
disposto a desejar que ele já
estivesse morto. E, ainda que a mão
fique parada, a língua
silencie, os olhos e ouvidos se escondam, de fato o coração está cheio de assassinato e
homicídio.” Essa atitude, entretanto, não é apenas assassinar o irmão, mas
também escarnecer de Deus. Pois enquanto persistir o rancor contra o irmão,
estará interrompida também a ligação com Deus. Podemos notá-lo logo quando
tentamos orar (cf. At 9.5c). Num estado desses, desonraríamos a Deus se
quiséssemos entoar hinos de louvor com a comunidade em oração. Entendemos agora
por que Jesus acrescenta os v. 23-26 diretamente depois da palavra do
assassinato e da ira. Após a advertência de teor negativo dos v. 21s, Jesus segue
com dois exemplos positivos: Que sejam o lema de nossa vida não a amargura,
irritação, inveja e ódio, mas sim o amor e a disposição para a paz.
vv. 23-26 - Os
dois exemplos não nos mostram como podemos nos precaver da ira, porém ambos nos
mostram como devemos proceder quando já nos tornamos culpados da ira! No primeiro exemplo alguém está prestes a trazer
um sacrifício para o sacerdote ofertar sobre o altar. Aí lembra-se subitamente:
Meu irmão tem algo contra mim! Eu o magoei. Jesus diz: Largue sua oferta diante
do altar, interrompa a cerimônia do sacrifício, por mais aborrecido que fique o
sacerdote com a interrupção, vá primeiro até o seu irmão e reconcilie-se com
ele! Enquanto a relação com o irmão não for passada a limpo, toda oração e
leitura da Bíblia e todo culto não somente são inúteis, mas também desgastantes
e pecado. Para Deus é muitíssimo mais importante e mais necessário um diálogo,
pelo qual se supera uma amargura ou uma perturbação da fraternidade, do que
culto e celebração da Ceia. O primeiro exemplo nos
v. 23s elabora a afirmação de Oséias 6.6: “Eu quero que vocês se
amem e não que me ofereçam sacrifícios” (BLH), e coloca a reconciliação e o
amor acima do culto. O dever da reconciliação existe até mesmo quando não eu
tiver algo contra o outro, mas quando este tiver algo contra mim. Jesus nem
sequer analisa se sou eu o culpado ou não. Basta que o outro esteja irado e
amargurado comigo. Eu devo ser o primeiro a ir até ele e estender a mão para a
reconciliação. O segundo exemplo reveste com a forma de uma parábola a mesma exigência
de estar pronto para a reconciliação. Estenda a mão enquanto você ainda está
junto do irmão. E, quando todas as tentativas de entendimento fracassaram,
devemos ainda aproveitar e explorar com toda seriedade a última chance e
possibilidade, antes que aconteça a ruptura definitiva. Sublinhando as palavras
de Jesus, Paulo diz em Romanos 12.18: “Façam todo o possível para viver em paz
uns com os outros” (BLH). Quando, porém, apesar dos mais sérios e sinceros
esforços, não é possível manter a paz, então aguarde. Não exploda em ira, nem
engula o problema, mas entregue-o a Deus. Espere silenciosamente até que Deus
mesmo talvez mude a situação! Deixe-a amadurecer! Você, apesar disso, continua
amado por Deus. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira
[divina]” (Rm 12.19). Essa referência à retribuição de Deus no juízo não abre
caminho para a necessidade humana de vingança. Pelo contrário, os versículos
seguintes do cap. 5, da bofetada, do amor ao inimigo etc., evidenciam que o
discípulo de Jesus precisa, sempre de novo, oferecer amor em troca do ódio,
bênção em troca da maldição!
INTRODUÇÃO
Jesus
mostra como esse cumprimento da Lei é mais profundo que uma simples
conformidade exterior. Quem matar destaca um desenvolvimento tradicional de Êx.
20:13, mas ainda trata do ato de homicídio. O julgamento. O tribunal civil
judeu, conforme baseado em Deut. 16:18 (veja também Josefo, Antig. iv. 8.14).
Os melhores manuscritos omitem "sem motivo" ainda que Efésios 4:26
indique a possibilidade de se inferir corretamente alguma restrição. Insulto.
(Raca na ERC.) Provavelmente "cabeça vazia" (de uma palavra aramaica
significando "vazio"). Tolo. Considerando que esta série exige
epítetos progressivamente mais graves, Bruce acha que Raca é um desacato à
cabeça do homem, e tolo, ao seu caráter (Exp GT, I, 107). Inferno de fogo.
Literalmente uma referência ao vale de Hinon nos arredores de Jerusalém, onde o
lixo, os restos e as carcaças de animais abatidos eram queimados e também uma
metáfora pitoresca do lugar do tormento eterno. (A sua história horrível se
encontra em Jr. 7:31, 32; II Cr. 28:3; 33:6; lI Reis 23:10.) Cristo localiza a
raiz do homicídio no coração do homem irado, e promete que no Seu reino o julgamento
imediato será feito antes que o homicídio seja cometido. Ao altar. Indicação do
disfarce judaico deste discurso. Teu irmão tem alguma coisa contra ti, isto é,
se você cometeu uma injustiça contra o seu irmão. Vai primeiro reconciliar-te
obriga o adorador que está a caminho, a prestar satisfações ao ofendido para
que a sua oferta seja aceitável (confirma com Sl. 66:18). Adversário. Um
oponente da lei (confira com Lc. 12:58, 59). Considerando que o juízo está
próximo, os ofensores deveriam se apressar em ajustar contas. Enquanto não
pagares. Provavelmente uma situação literal no reino. Se, entretanto, a prisão
é símbolo do inferno, a implícita possibilidade de pagamento e soltura
aplica-se apenas à parábola, não a sua interpretação. A Escritura é clara ao
declarar que aqueles que estão no inferno ficarão lá para sempre (Mt. 25:41,
46), porque a sua dívida não pode ser paga.(COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY).
I.
O EVANGELHO NÃO É ANTINOMISTA
1.
O que é Antinomismo? Teologicamente, o
antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que os
cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma conclusão
antibíblica.
O ensinamento bíblico é o de
que os cristãos não são obrigados a observarem a lei do Antigo Testamento como
um meio de salvação.
Quando Jesus Cristo morreu na
cruz, Ele cumpriu a Lei do Antigo Testamento (Romanos 10:4, Gálatas 3:23-25,
Efésios 2:15). A conclusão antibíblica é a de que não há nenhuma lei moral que
Deus espera que os cristãos obedeçam.
O
apóstolo Paulo tratou da questão do antinomianismo em Romanos 6:1-2: “Que
diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo
nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” O
ataque mais frequente sobre a doutrina da salvação pela graça é que ela
encoraja o pecado. As pessoas podem se perguntar: “Se sou salvo pela graça e
todos os meus pecados são perdoados, por que não pecar o quanto quiser?” Esse
pensamento não é o resultado de uma verdadeira conversão porque a verdadeira
conversão produz um maior, não menor, desejo de obedecer. O desejo de Deus – e
o nosso desejo quando somos regenerados por Seu Espírito – é que nos esforcemos
a não pecar. Como gratidão por Sua graça e perdão, queremos agradá-Lo. Deus nos
deu o Seu dom infinitamente misericordioso através da salvação em Jesus (João
3:16; Romanos 5:8). Nossa resposta é consagrar nossa vida a Ele como uma forma
de amor, adoração e gratidão pelo que Ele fez por nós (Romanos 12:1-2). O
antinomianismo é antibíblico por aplicar de forma errada o significado do favor
gracioso de Deus. A segunda razão por que o antinomianismo é antibíblico é que
existe uma lei moral que Deus espera que obedeçamos. Primeiro João 5:3 nos diz:
“Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus
mandamentos não são penosos.” O que é essa lei que Deus espera que obedeçamos?
É a lei de Cristo – “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande
e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”
(Mateus 22:37-40). Não, não estamos sob a Lei do Antigo Testamento. Sim,
estamos sob a lei de Cristo. A lei de Cristo não é uma extensa lista de códigos
legais. É uma lei de amor.
2. 2. A Lei e o Evangelho -
Os mestres judeus
ensinaram que nada, salvo o homicídio, era proibido pelo sexto mandamento.
Assim, eliminavam seu significado espiritual. Cristo mostrou o significado
completo deste mandamento; conforme ao qual devem os ser julgados no além e,
portanto, deveria ser obedecido agora. Toda ira precipitada é homicídio no
coração. Por nosso irmão, aqui descrito, devem os entender a qualquer pessoa,
ainda que muito por embaixo de nós, pois som os todos feitos de um mesmo
sangue. "Néscio" é um a palavra de zombaria que vem do orgulho;
"Você é um néscio" é a palavra depreciativa que provém do ódio. A
calúnia e as censuras maliciosa são veneno que mata secreta e lentam ente.
Cristo disse que por leves que considerassem esses pecados, certam ente seriam
chamados a juízo por eles. Devem os conservar cuidadosamente o amor e a paz
cristãs com todos nossos irmãos; e, se em algum momento há um a briga, devem os
confessar nossa falta, humilhar-nos a nosso irmão, fazendo ou oferecendo
satisfação pelo mal feito de palavra ou obra; e devem os fazer isto
rapidamente, pois até que não o façam os, não serem os aptos para nossa com
unhão com Deus nas santas ordenanças. Quando nós estamos preparando para algum
exercício religioso, bom será que façamos disto uma ocasião para refletir e
examinarmos com seriedade. O que aqui se diz é muito aplicável ao fato de
sermos reconciliados com Deus por meio de Cristo. Enquanto estejam os vivos,
estamos a caminho de seu trono de juízo, e depois da morte será demasiado
tarde. Quando consideram os a importância do caso, e a incerteza da vida, quão
necessário se torna buscar a paz com Deus sem demora!
3. Legalismo x Antinomismo - A Bíblia reprova tanto o legalismo dos fariseus quanto o legalismo dos judaizantes. Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus condenou o legalismo dos fariseus revelando que eles colocavam fardos pesados sobre os ombros dos homens que nem mesmo eles estavam dispostos a carregar (Mateus 23:4). Esse é um típico comportamento dos legalistas: condenar as pessoas por não fazerem aquilo que eles também não fazem. Na sequência, Jesus apontou que com o seu legalismo, os fariseus não estavam preocupados com a glória de Deus, mas apenas queriam o reconhecimento humano. Nesse ponto, é fácil perceber que Jesus mostrou que o legalismo e a hipocrisia estão intimamente ligados. Mais do que isso, Jesus ainda acusou os legalistas fariseus de fecharem o Reino de Deus diante das pessoas com suas tradições humanas que, ao invés de trazerem liberdade, traziam escravidão (Mateus 23:5-13). O legalismo religioso dos judaizantes também foi duramente combatido pelo apóstolo Paulo. Tal como os legalistas fariseus do tempo de Jesus, os judaizantes também ensinavam um tipo de salvação pelas obras. Os judaizantes tentavam fazer adições ao Evangelho, como se a obra de Cristo fosse insuficiente. Mas a partir do momento que apenas um único detalhe é modificado no Evangelho, esse deixa de ser o Evangelho de Cristo e passa a ser um falso evangelho. Antinomianismo é a negação da lei; é o “anti lei”. O antinomiano nega a necessidade do crente em guardar a lei de Deus. Essa heresia surgiu muito cedo nas igrejas primitivas e os apóstolos tiveram que exortar que o crente deve observar a lei de Deus como expressão de nosso amor. A Lei de Deus é única, mas com bases morais, sociais e cerimoniais, conforme já vimos no estudo 1.7 A Lei de Deus. As leis sociais são para o povo de Israel, a lei cerimonial se cumpriram em Cristo e se tornaram obsoletas e desnecessárias. Mas a parte moral de Lei são eternas e todo Cristão deve guardar. A parte moral da Lei tem como base o perfeito caráter de Deus e está exposta nos Dez Mandamento (Êxodo 20) e nas ordenanças, mandamentos e exortações dos profetas, Jesus Cristos e dos apóstolos por toda a Escrituras Sagradas. Todo Cristão deve guardar a lei moral de Deus. Nas leis morais estão expostas a santidade e a vontade de Deus. O cristão verdadeiro deve amar a lei moral de Deus e guardá-la. Quem ama a Deus, guarda sua lei (João 14.15; 1 João 2.3-6; 1 João 5.1-3).
II.
A CÓLERA É O PRIMEIRO ATO PARA O HOMICÍDIO
1.
Jesus e o sexto mandamento -
Nesta passagem
Jesus raciocina de maneira muito similar a que teria feito um rabino. Demonstra
que sabe utilizar os métodos de discussão que eram habituais em sua época.
Nesta passagem há uma nítida gradação da ira, e a correspondente gradação
crescente dos castigos. (1) Primeiro está o homem que se zanga com seu irmão.
Em grego havia duas palavras para descrever a ira. Uma delas, zumós, significa
literalmente o fogo que produz a palha seca. Trata-se da ira que se inflama
repentinamente, mas que com a mesma prontidão se extingue. A outra palavra é
orgué. Neste caso se trata da ira longamente cultivada, a de quem odeia e
seguirá odiando, sem permitir jamais que sua ira diminua. Esta é palavra usada
por Jesus. Esta ira merece o julgamento dos tribunais. Jesus se refere ao
tribunal que funcionava em qualquer população, das cidades até o mais pequeno
vilarejo. Este tribunal estava composto pelos anciãos do lugar e o número de
juízes variava segundo o tamanho da população: eram três nos pequenos povoados,
com menos de cento e cinquenta habitantes, sete nas cidades de província e
vinte e três nas grandes capitais.
2.
A Cólera no Contexto bíblico - De maneira que Jesus condena
toda ira egoísta. A Bíblia diz bem claramente que a ira é um sentimento
proibido. "A ira do homem", diz Tiago, "não produz a justiça de
Deus" (Tiago 1:20). Paulo ordena aos seus: "despojai-vos, igualmente,
de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do
vosso falar..." (Colossenses 3:8). Também os mais elevados pensadores do
paganismo compreenderam a estupidez da ira. Cícero disse que quando se
experimentava ira "nada podia fazer-se inteligentemente nem de maneira
justa". Em uma frase tremendamente vívida, Sêneca descreveu a ira como
"uma loucura passageira". De maneira que Jesus proíbe categoricamente
a ira rancorosa, a ira que jamais esquece,
a ira que se nega a ser reconciliada e busca a vingança. Se desejamos
obedecê-lo devemos eliminar de nossa vida toda forma de ira, irritação ou ódio
apaixonado, particularmente aqueles que Mateus (William Barclay) 151 duram
muito tempo sem aplacar-se. É muito importante recordar que ninguém que queira
chamar-se cristão pode "perder os estribos" quando de algum modo foi
ofendido pessoalmente. (2) A seguir Jesus passa a descrever o caso em que a ira
dá lugar às palavras insultantes. Os mestres do judaísmo proibiam tal tipo de
irritação e tais palavras. Falavam de "a opressão das palavras" e do
"pecado do insulto". Um de seus ditos sustentava: "Há três
classes de homens que vão à Geena e não retornam jamais – o adúltero, que faz
envergonhar abertamente a seu próximo, e o que insulta a seu semelhante."
A ira está proibida tanto no coração do homem como em sua boca.
3.
O Valor da pessoa humana -
Em primeiro
lugar se
condena ao homem que chama raca a seu irmão. Raca é a palavra que em nossas
Bíblias se traduz por "néscio". É uma palavra quase impossível de
traduzir, porque a gradação de seu significado dependia do tom de voz que se
usasse ao pronunciá-la. A idéia dominante deste insulto é a do desprezo. Chamar
a alguém raca era lhe dizer estúpido, idiota sem miolos, imprestável e nulo. É
a palavra que escutaremos na boca de quem despreza a outro com absoluta
arrogância. Entre os judeus há uma história de um certo rabino, Simão Ben
Eleazar, que saía da casa de seu professor, sentindo-se exaltado pela
consciência de sua própria sabedoria, erudição e bondade. Nesse momento cruzou
por ele alguém muito pouco favorecido em seu aspecto, quem o saudou. Sem
responder à saudação Ben Eleazar lhe gritou: "Raca! Quão feio você é!
Todos os homens de sua cidade são tão feios como você?" O caminhante lhe
respondeu: "Isso não sei. Vá e diga ao Criador que me fez uma criatura tão
feia como sou." Este foi o modo como se castigou o pecado de desprezo. O
pecado de desprezo é merecedor de um castigo ainda mais sério. Deverá ser
julgado pelo Sinédrio, a corte suprema dos judeus. É óbvio que isto não deve
ser tomado literalmente. É como se Jesus tivesse dito: "O pecado da ira
inveterada é mau, mas o do desprezo é pior." Não há pecado tão pouco
cristão como o do desprezo. Há um desprezo que se baseia no orgulho da estirpe,
e o esnobismo é realmente uma coisa feia. Há uma atitude de superioridade que
obedece à posição e o dinheiro que se têm, e o orgulho pelas coisas materiais
também é algo vil. Há um orgulho dos que desprezam os que sabem menos que eles,
e de todos orgulhos este é o mais difícil de entender, porque nenhum homem
verdadeiramente sábio jamais se sentiu impressionado por outra coisa senão por
sua própria ignorância. Não podemos olhar depreciativamente a ninguém, porque
Cristo morreu por todos. (3) A seguir Jesus se refere ao homem que chama morós
a seu irmão. Morós também significa néscio ou tolo, mas o acento está posto na
tolice moral. É o homem que simula ser néscio. O salmista, por exemplo, fala do
néscio que em seu coração diz que não há Deus (Salmo 14:1). Trata-se, neste
caso, de um retardado moral, do homem que vive de maneira imoral e, portanto,
desejaria que não houvesse Deus. Dizer a alguém morós não era criticar sua
capacidade mental, mas pôr em tela de juízo seu caráter moral; equivalia a
manchar seu bom nome e reputação, a qualificá-lo como uma pessoa de vida
dissipada e imoral. E Jesus diz que aquele que destrói o bom nome de seu irmão
e sua reputação de pessoa honesta e reta deverá enfrentar o juízo mais terrível
de todos, o do fogo do Geena. Geena é um termo com uma longa história. Às vezes
é traduzido, como em nossa citação, diretamente por inferno. Os judeus usavam esta
palavra muito frequentemente (veja-se Mateus 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15,
33; Marcos 9:43, 45, 41. Lucas 12:5; Tiago 3:6). Em realidade, só se refere ao
Vale de Hinom, que estava localizado para o sudoeste de Jerusalém. Era lembrado
como o lugar onde Acaz tinha introduzido o culto a Moloque, um deus pagão. Este
culto tinha como uma de suas características a imolação de crianças vivas no
fogo do altar. " Jesus afirma, pois, que o mais grave é destruir a boa
reputação do próximo e privá-lo de seu bom nome. Não há castigo muito severo
para o fofoqueiro maligno, para as fofocas de intenção iníqua que podem chegar
a assassinar o bom nome de qualquer pessoa. Tal conduta merece, no sentido mais
literal possível, a condenação do inferno. Como já dissemos, esta gradação dos
castigos não deve ser tomada literalmente. Jesus está dizendo o seguinte:
"Na antiguidade se condenava o assassinato; e certamente o assassinato
continua sendo mau. Mas eu lhes digo que não são apenas as ações exteriores do
homem as que merecem ser julgadas; também seus pensamentos mais íntimos estão
sob o olhar escrutinador e o julgamento de Deus. A ira persistente é má; piores
ainda são as palavras depreciativas, mas o pior de tudo é a malícia que destrói
o bom nome do próximo." O homem que é escravo de sua ira, que se dirige a
outros com um tom depreciativo, o homem que destrói o bom nome de outros, pode
não ter assassinado a ninguém, mas em seu coração é um assassino.
III. A “OFERTA DO ALTAR” E A DESAVENÇA
1.
A oferta do altar -
Portanto remete para
o ponto de Jesus que o pecado, assim como a justiça, é antes de tudo interno.
Enquanto há pecado interno, atos exteriores de culto não são aceitáveis a Deus.
Jesus continua a centrar-se no pecado particular de ódio contra outra pessoa,
um irmão no sentido mais amplo. Reconciliação deve preceder adoração. A cena de
apresentar a sua oferta no altar era algo familiar para os judeus. O Senhor
pode ter tido em mente aqui o sacrifício feito no Dia da Expiação, quando o
adorador trouxe um sacrifício animal por seus pecados. Quando ele veio para o
pátio dos sacerdotes que ele parasse, porque só os sacerdotes tinham permissão
para entrar na área do altar. Ele, então, colocar suas mãos sobre o animal a se
identificar com ele e apresentá-lo ao sacerdote para oferecer em seu nome.
"Mas não entregar o sacrifício do sacerdote" Jesus disse: "se
você se lembrar de que seu irmão tem algo contra você. " Conflito não
resolvido tem prioridade e deve ser resolvida. Deixe a sua oferta ali diante do
altar, e seguir o seu caminho; primeiro reconciliar-se com seu irmão e, depois,
vem e apresenta a sua oferta. Acomode a brecha entre você e seu irmão antes de
tentar resolver a brecha entre você e Deus. Não fazer isso é ser um hipócrita
por pedir perdão sem se arrepender.
A frase teu irmão tem alguma coisa contra ti, também pode se referir a raiva ou
ódio por parte do irmão. Ou seja, mesmo que nada contra ele, se ele está
irritado com ou odeia nos, devemos fazer tudo ao nosso alcance para se
reconciliar com ele. Obviamente, não podemos mudar o coração ou atitude de
outra pessoa, mas o nosso desejo e esforço deve ser para fechar a brecha, tanto
quanto é possível a partir de nosso lado e segurar nenhuma raiva de nós mesmos,
mesmo que a outra pessoa faz.
Quando há animosidade ou pecado de qualquer tipo em nosso coração não pode
haver integridade em nossa adoração. Cerca de mil anos antes de Cristo pregou o
Sermão da Montanha, o salmista declarou: "Se eu atender à iniquidade no
meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Sl. 66:18). Mesmo antes que Samuel
disse: "Será que o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como
em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar, e o atender do que a gordura de carneiros" (1 Sam. 15: 22).
2.
Evitando a desavença -
Esta ilustração é
uma imagem de pecado contra outra pessoa. Esse pecado tem de ser resolvida para
evitar ter de enfrentar uma pena do juiz divino. A pena exata em que Jesus faz
alusão não é claro. Sendo jogado na prisão e não ser capaz de obter fora de lá
até que a dívida é paga é uma analogia do castigo de Deus. O ensino básico é
simples e inequívoco: estamos a fazer todos os esforços, sem demora, para fazer
o nosso direito relacionamento com nosso irmão antes de nossa relação pode
estar bem com Deus e nós podemos evitar a correção. No sentido mais amplo, é
claro, porque ninguém tem nunca totalmente atitudes corretas para com os
outros, não adoração é aceitável. Assim, tudo o que Jesus ensina nesta
passagem, como no resto do Sermão da Montanha, é mostrar o padrão absolutamente
perfeito da justiça de Deus e a tarefa absolutamente impossível de nossa
reunião que padrão em nosso próprio poder. Ele destrói a auto-justiça, a fim de
conduzir-nos a Sua justiça, que por si só é aceitável a Deus.
AUTOR:
PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13
Suzano. Casado com a Maria Lauriane, onde temos um casal de filhos abençoados
por Deus (Wesley e Rafaella).
Pr. Setorial: Pr. Davi Fonseca
Pr. Local: Ev. Antônio Sousa
Tel. Contato: (11)98048-3304
Temos blog e site de estudos bíblicos: http://egbertojunio.blogspot.com/
https://ebdonline-egbertojunio.comunidades.net/pagina-sem-titulo2
BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA ALMEIDA SÉCULO 21
BÍBLIA DE ESTUDO VIVA
COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY, MATEUS
COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, JOHN MACARTHUR
COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, HERNANDES DIAS
LOPES
COMENTÁRIO BÍBLICO MATEUS, WIILIAM BARCLAY
https://vidadeteologo.com.br/o-que-e-antinomianismo/
https://estiloadoracao.com/o-que-e-legalismo-religioso-na-biblia/
Meus irmãos e amigos, Deus conceda à todos vcs uma ótima semana! Que este subsídio possa te ajudar na aula de domingo.
ResponderExcluirGlória Deus
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