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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

LIÇÃO 08 - A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU.

 

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II



                    TEXTO ÁUREO

"Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?" (Et 3.3)


                    VERDADE PRÁTICA

Como cristãos, somos sujeitos a conflitos ético -morais e devemos decidir sempre de acordo com a vontade e a orientação de Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ester 2.21-23; 3.1-6



                INTRODUÇÃO


Mardoqueu era filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, da tribo de Benjamim (2.5,6).1 Por esse relato bíblico, a pergunta que surge é: Mardoqueu esteve entre os judeus trazidos de Judá para o exílio ou nasceu em terras babilônicas? A resposta depende da referência que se faz à expressão “que fora transportado de Jerusalém”. Alguns intérpretes entendem que o autor referiu-se a Mardoqueu. Outros, porém, compreendem que o transportado para Jerusalém fora Quis, pai de Simei, pai de Jair, pai de Mardoqueu. Sendo assim, é bastante provável que Jair também tenha vindo para o exílio, onde nascera Mardoqueu. Da deportação de Jeconias (ano 597) até a ascensão de Ciro (539) são 58 anos; mais 61 anos até 478 a.C.; quando Ester tornou-se rainha, já seriam 119 anos. É pouco provável, portanto, que Mardoqueu tenha estado entre os transportados de Jerusalém para a Babilônia; caso contrário, já estaria com, pelo menos, cento e vinte anos de idade. Joyce G. Baldwin (1986, p. 58) concorda que seria improvável que a expressão “que fora transportado” tenha sido atribuída a Mardoqueu exatamente pelo fator idade: “[…] isto faria com que tanto ele como Ester fossem velhos demais em 480 a.C.”. Iain M. Duguid (2016, p. 27) tem como certo o nascimento de Mardoqueu nas terras do exílio. Um dos seus ancestrais havia sido levado para o exílio no tempo de Joaquim (Jeconias) em 597 a.C. (2 Rs 24.14,15), e ele, Mardoqueu, faria parte de um grupo de segunda ou terceira geração de exilados. Portanto, não teria conhecido nada além da vida na Pérsia sob o império. “O exílio definia a sua existência”, analisa Duguid. Donald Stamps (2009, p. 757) é categórico: “Foi Quis […], o bisavô de Mardoqueu, e não o próprio Mardoqueu, que foi transportado de Jerusalém, como cativo, juntamente com o rei Jeconias em 597 a.C. […]”.

O bom exemplo de Ester, aliás, contrasta com o mau exemplo de Vasti. Enquanto Vasti optou pela desobediência, desafiando a autoridade do rei, Ester era obediente a todos, por onde passava. (Obedeceu, inclusive, a Hegai, o eunuco do rei, no tempo em que passou em preparação no palácio — Et 2.15). O que aprendeu de Mardoqueu ela conservou ao longo da vida. Isso foi fundamental para que chegasse à posição de rainha, e, como veremos no capítulo 10, tornou-se crucial para que alcançasse o favor do rei e fosse um instrumento de Deus para livrar o seu povo. Um espírito altivo pode levar-nos a experimentar muitos prejuízos (cf. Pv 16.18). A humildade é o caminho para a honra (Pv 15.33). 



                I.    MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI

1.   Os bastidores do poder     -    o. Llewelly-Jones (ibid., p. 293) afirma que um clima de instabilidade reinava nos dias de Assuero, exatamente no período em que a Bíblia menciona a conspiração descoberta por Mardoqueu: Após a guerra na Grécia, algo mudou em Xerxes [Assuero]. A partir de 479 A.E.C, suas inscrições começaram a enfatizar a importância primordial da lealdade e as consequências da insurreição contra o trono, alertando os súditos para que conhecessem seu devido lugar e permanecessem fiéis ao rei. Era como se um sentimento de inquietação generalizada no império ameaçasse perturbar a tranquilidade imperial.   

Conforme acentua Lllewely-Jones (ibid., p. 303, 304),

 A Pérsia era controlada por um governante absoluto — isso não é um clichê orientalista, é um fato —, e as monarquias absolutas estavam abertas a uma forma específica de tensão política que geralmente se concentrava na própria família real e poderia resultar no uso do direito de violência. Pelo menos sete dos doze Grandes Reis Aquemênidas encontraram a morte nas mãos de algum tipo de assassino (apenas três monarcas tiveram o luxo de uma morte pacífica), e a esse rol podemos acrescentar o assassinato (ou execução) de pelo menos dois príncipes herdeiros

Conforme John H. Walton et al. (2018, p. 632), escavações feitas em Susã confirmaram a existência de uma enorme porta a aproximadamente 100 metros a leste do palácio principal, com uma passagem de 15 metros de comprimento. Walton ainda diz que foi encontrada uma inscrição no local, colocada por Xerxes, identificando o seu pai, Dario, como o construtor da obra. Provavelmente, era esse o local onde Mardoqueu ficava e tomou conhecimento do plano arquitetado contra Assuero. Como não tinha acesso ao rei, Mardoqueu fez com que o caso chegasse ao conhecimento da rainha Ester, que, por sua vez, contou a Assuero o que estava acontecendo (2.21). 


2.    A investigação     -   Mardoqueu ficou sabendo do plano dos traidores, e, por meio de Ester, fê-lo saber ao rei, desse modo confirmando-a e recomendando-se às graças do rei. Como ficou sabendo do plano não é relatado. Se entreouviu a conversa dos traidores, ou se lhe foi oferecido participar do plano, a coisa se passou de modo que veio ao conhecimento dele. Isto deve servir de advertência contra todas as práticas traidoras e sediciosas: ainda que os homens presumam agir em segredo, as aves dos céus levariam a voz, e o que tem asas daria notícia da palavra.  

Assuero, por vez, mostrou-se um rei sensato e prudente. Embora a história geral retrate-o como um rei intempestivo e autor de muitas excentricidades, o monarca persa dá uma grande lição de liderança nesse episódio. Ao ouvir da rainha a informação clara e direta de que Bigtã e Teres tramavam matá-lo, talvez se esperasse que o rei simplesmente mandasse prendê-los ou mesmo executá-los, mas não foi assim que Assuero agiu. O versículo 23 diz: “E inquiriu-se o negócio, e se descobriu […]”. Na linguagem de hoje, podemos afirmar que Assuero determinou a abertura de inquérito, talvez sob sigilo, e buscou apurar se, de fato, havia o intento conspiratório.

Líderes que agem por impulso, dando ouvidos ao que lhes agrada, geralmente o fazem por insegurança; veem fantasmas por todo lado e são tomados por reações persecutórias e tirânicas, construindo em torno de si um clima de constante instabilidade, como fez Saul. No seu livro Perfil de Três Reis, Gene Edwards (2007, p. 25) descrevo-o como um monarca insano que não percebia que era ao Senhor Deus que se devia deixar a decisão acerca de quais eram os reinos que haveriam de sobreviver diante das ameaças. Saul ignorou isso e, como diz Edwards, fez o que todos os reis loucos fazem, chegando ao ponto de atirar lanças contra Davi. Um líder sensato, seguro de que está onde Deus o colocou, não age precipitadamente. O seu temor a Deus impede-o de cometer injustiças. Até mesmo Assuero, um ímpio, agiu com cautela, investigando primeiro para depois agir


3.   O registro dos fatos    -   Os traidores foram enforcados, conforme mereciam, mas não até sua traição ter sido, sob exame, completamente provada. A questão foi registrada nos anais do rei, com menção especial à descoberta da traição por parte de Mardoqueu. Ele não foi recompensado na ocasião, mas seu feito foi registrado em um livro. Assim também com respeito aos que servem a CRISTO, ainda que não recebam a recompensa até o dia da ressurreição dos justos, mesmo assim é preservada a memória de seu trabalho de caridade, de que DEUS não é injusto para se esquecer. (Hb 6.10).

Mardoqueu permaneceu na mesma posição de antes. Ele certamente não tinha expectativa de que a sua atitude renderia a ele alguma promoção. O texto bíblico permite concluir que não havia esse tipo de espírito em Mardoqueu. Caso tivesse, teria experimentado uma grande frustração. Quanto ao fato de Assuero não ter promovido a Mardoqueu ou o recompensado de imediato, podemos extrair mais uma lição: certas recompensas precipitadas podem alimentar sentimentos nocivos e incentivar práticas de motivação duvidosa. Mardoqueu agiu de forma coerente, com uma intenção sincera de proteger o rei. Outros, contudo, se vissem que a sua conduta rendera-lhe altas recompensas, poderiam agir levianamente, como fofoqueiros do palácio, no afã de obterem favores do rei. Quando o líder demonstra a disposição de prestigiar os que lhe agradam os ouvidos, termina criando um grupo de auxiliares amantes da fofoca, que constroem as suas próprias carreiras — frágeis, diga-se de passagem — com base em “conversas de lavadeiras” (sem pretender, aqui, generalizar o emprego da expressão). Se isso é feio entre mulheres, mais ainda entre os homens. Pior ainda se esses homens são contados entre líderes espirituais.

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                    II.    HAMÃ É EXALTADO PELO REI

1.   Um novo personagem    -    Hamã é promovido pelo rei, e deste modo adorado pelo povo. Assuero vinha deitando Ester em seu colo, mas ela não tinha interesse em conseguir promoções para os amigos, ou prevenir a promoção de alguém que soubesse ser um inimigo dos judeus. Quando os justos alcançam grandes posições, percebem que ainda assim não conseguem fazer o bem, ou prevenir a injustiça, como gostariam. Hamã era um agagita (um amalequita, diz Josefo), provavelmente um dos descendentes de Agague, um nome comum entre os príncipes de Amaleque (como vemos em Nm 24.7). Alguns pensam que era ele príncipe de nascença, como o foi Joaquim, cujo trono estava estabelecido acima dos reis cativos (2 Rs 25.28), como neste caso o de Hamã (v.1). O rei agradou-se deste (príncipes não precisam justificar seus obséquios), fê-lo seu favorito, seu confidente, seu primeiro-ministro. Tão poderosa influência tinha a corte então, que (ao contrário do provérbio) o que ela abençoava, também o abençoava o povo; pois todos adoravam a este sol nascente, e os servos reais eram particularmente ordenados a inclinar-se e prostrar-se perante Hamã (v. 2), e assim faziam. Pergunto-me o que terá visto o rei em Hamã de louvável ou meritório; salta aos olhos que não era ele um homem de honra ou justiça, de qualquer coragem verdadeira ou conduta firme, mas soberbo, impetuoso e vingativo; e, no entanto, foi promovido, e regalado, e nenhum havia que se lhe assemelhasse em grandeza. Os queridinhos dos príncipes nem sempre são pessoas valorosas. 


2.   Um herói ( aparentemente) esquecido    -     “Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento. Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a paciência de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia.” (Tiago 5:10-11)

De acordo com o dicionário, paciência é: “Característica de paciente, de quem não perde a calma ou suporta algo sem reclamar. Virtude que faz suportar algo sem perder a calma; que aguenta com tranquilidade uma eventualidade, tristeza, ação maldosa; resignação. Faculdade de não desistir facilmente de; perseverança, constância.” Acredito que um dos comportamentos mais difíceis de se ter é a paciência, é uma conduta que, humanamente falando, é quase impossível para nós, principalmente porque o mundo em si e, em destaque, o nosso século, não se dá bem com os processos, a espera e a constância.

A paciência é a virtude de suportar a injustiça, o sofrimento, as aflições, etc., confiando nossa vida nas mãos de Deus. Se você é uma cristã mais antiga com certeza já ouviu a frase: “nossa, que paciência de Jó.!” Isso porque Jó é um dos maiores exemplos de paciência descritos na Bíblia, diante do sofrimento e da aflição ele permaneceu paciente e perseverante no Senhor. Mesmo diante da tormenta Jó acreditou na bondade e misericórdia de Deus, não importava o que Deus permitisse que acontecesse com ele, seja qual fosse o fardo que Deus pusesse sobre ele, Jó cria que, por fim, Deus não falharia com ele. Jó provou da bondade e misericórdia de Deus, ele perseverou e exerceu a paciência até o fim mesmo que decisão de Deus fosse contraria do que ele gostaria (Jó 13:15).


Tiago em sua carta nos orienta a olhar os profetas como exemplo, todos os profetas tinham uma característica em comum, eles tinham paciência. Eles exerciam paciência diante de um cenário terrível, mesmo que a alma e o corpo deles estivessem enfraquecidas eles criam que Deus era tudo que eles precisavam (Sl 73:26). Ser paciente é viver seus processos sem perder a calma, sem reclamar, é ser constante e perseverante no seu relacionamento com o Senhor, ser paciente é entender que mesmo diante do caos, nada foge das mãos do nosso Deus.


Por mais que nossa carne seja propensa ao pecado e nos leve a inquietude, inconstância e a desistência, podemos decidir viver pelo Espírito e desejar ser transformadas por Ele. Obviamente que essa não é a tarefa mais fácil do mundo, porém diante da nossa fraqueza o poder do Senhor se aperfeiçoa em nós (II Coríntios 12:9-10).


3.   Evitando frustações    -    É importante refletirmos o motivo de sermos tão suscetíveis a frustrações. Desde cedo, recebemos a ideia de que se dermos o nosso melhor, se fizermos as coisas bem-feitas, então tudo correrá bem e teremos a recompensa do nosso esforço. No entanto, às vezes não é exatamente assim que acontece e é nessas situações que somos invadidos pelo desânimo e decepção. A raíz da frustração reside no fato de que, no íntimo, pensamos que o mundo gira ao nosso redor e que todas as coisas devem acontecer segundo nossos anseios terrenos e egoístas. Quando vivemos sem a perspectiva da eternidade e sem conhecermos a soberania de Deus, teremos no coração um terreno fértil para cultivar esses sentimentos e isso poderá nos impedir de vivermos a vida mais que abundante prometida no evangelho.


Falar sobre frustração é deveras importante, mesmo à cristãos, sabe por quê? Uma geração inteira de cristãos aprendeu um falso evangelho que parece favorecer o pensamento de que Deus é um mero realizador de sonhos, que existe somente para fazer coisas por nós, e não um Senhor soberano que merece ser honrado e obedecido. Quando enxergamos Deus assim, qualquer oração não respondida ou esperança que falhar irá implodir toda nossa confiança nEle. Conheço diversas pessoas que ao vivenciarem a primeira frustração deram as costas ao Senhor e hoje vivem suas vidas como se Ele não existisse. Não foi isso que Ele planejou para nós! Acredito que o ponto de partida para lidar com as frustrações é reconhecer biblicamente a pessoa de Deus e os seus atributos incomunicáveis. Um deles é a sua soberania. Isso significa que Deus controla todas as coisas que acontecem no universo, a fim de conduzi-las para o cumprimento dos seus propósitos.

Um crente satisfeito em Cristo e em sua vontade encontrará um contentamento sobrenatural que o habilitará a sobreviver mesmo aos dias mais trabalhosos. Quando conhecemos em quem temos crido e entendemos que até mesmo os grãos de poeira que voam nos céus estão sendo conduzidos pela sua vontade soberana, teremos mais equilíbrio melhores condições de suportar dores e decepções.


Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva. Salmos 84:5,6
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                    III.     A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ

1.    Reverenciado por todos    -    Não sabemos ao certo o que motivou Mardoqueu a decidir seguir na contramão do palácio. Certamente tinha fortes motivos de foro íntimo. A probabilidade de que fosse de ordem religiosa é reforçada quando consideramos a resposta de Mardoqueu aos servos do rei: quando inquirido, ele declarou que era judeu (3.4). É pouco provável, portanto, que não houvesse relação alguma com a sua convicção de fé, embora também seja fato que não há registro desse tipo de restrição para os judeus, isto é, de que não podiam reverenciar autoridades. Podemos ousar considerar que, apesar de ser um homem submisso e leal ao rei e às demais autoridades, Mardoqueu tenha visto algum abuso na conduta de Hamã, o que poderia consistir em alguma desonra aos servos do rei, inclusive ele, Mardoqueu. Não é incomum que algumas pessoas exijam certas reverências de modo imodesto ou exagerado, importando em violação à dignidade e à consciência. Se assim foi, Mardoqueu teve a sensibilidade de entender que a exigência estava além do tolerado, motivo da sua recusa. Joyce G. Baldwin (1986, p. 65) tem uma opinião que se assemelha: Mordecai obstinadamente recusou-se a submeter-se a Hamã, quaisquer que fossem as razões; de fato, parece haver uma falta de respeito generalizada por esse homem; se assim não fosse, não haveria necessidade de uma ordem real para que o povo se curvasse diante dele. Outros podiam se conformar, mas Mordecai não era um homem do tipo que concorda com tudo. Embora o fato de ele ser judeu não impedisse o ato de ele se encurvar, a fé dos exilados tendia a encorajar uma independência de juízo e de ação que embaraçava aos seus captores (Dn 3:6).


2.    A condição de judeu    -   Mardoqueu aderindo a seus princípios com brava e corajosa resolução, e, portanto, recusando-se a reverenciar a Hamã, como o faziam os demais servos do rei (v. 2). Foi encorajado a fazê-lo pelos amigos, que o lembraram da ordem do rei, e, portanto, do perigo em que incorria com sua recusa; era o quanto valia a sua vida, especialmente considerando-se a insolência de Hamã (v. 3). Diziam-lhe isso de dia em dia (v. 4), para persuadi-lo a conformar-se ao que estava ordenado, mas era tudo em vão; ele não lhes deu ouvidos, mas lhes disse simplesmente que era judeu, e que sua consciência o proibia de fazê-lo. Sem dúvida sua recusa, quando foi notada, e começou-se a espalhar sua notícia, foi em geral atribuída a orgulho e inveja, como se Mardoqueu não rendesse honras a Hamã porque, considerando-se suas relações com Ester, não recebera tamanha promoção como ele, ou atribuíam-no a um espírito sedicioso e desleal; os mais generosos viam-no como uma fraqueza de Mardoqueu, a rusticidade de um provinciano, chamando-o de temperamental, ou de excêntrico afetado. Até onde o livro nos informa, ninguém senão Mardoqueu teve escrúpulos quanto à reverência que se ordenara, e no entanto este agiu com piedade, consciência e de modo agradável a DEUS, pois a religião de um judeu proibia-o:

1. De render honras tão extravagantes quanto às exigidas a qualquer homem mortal, especialmente um homem tão perverso como Hamã.

2. Ele achou especialmente injusto que os judeus fossem obrigados a prestar honras a um amalequita, pertencente à nação contra a qual DEUS jurara perpetrar guerra eterna (Êx 17.16), e a respeito da qual houvera dado a solene advertência (Dt 25.17)   Lembra-te do que te fez Amaleque. Ainda que a religião de modo algum destrua as boas maneiras, e ensine a prestar honra a quem honra se deve, alguém como Hamã, para um cidadão de Sião, é o réprobo a cujos olhos é desprezado (Sl 15.4). Os que são guiados por princípios de consciência devem ser firmes e resolutos, não importando o quanto sejam censurados ou ameaçados, como o foi Mardoqueu.


3.    inimizades intergeracionais     -     Para os cristãos, a Bíblia oferece um claro chamado à reconciliação e ao perdão. Jesus ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Além disso, Paulo exorta: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Romanos 12:18-19).

Ademais, o escritor de Hebreus reforça: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

A história de Hamã e Mardoqueu, por sua vez, nos lembra dos perigos das inimizades intergeracionais e da vingança. De fato, a perpetuação do ódio pode levar a tragédias de larga escala, como quase ocorreu com o povo judeu. No entanto, como seguidores de Cristo, somos chamados a romper esses ciclos de violência e rancor. Assim, devemos buscar o perdão, a reconciliação e a paz. Que Deus guarde nosso coração de toda inimizade e porfia. A vingança não nos pertence. Como filhos de Deus, devemos perdoar e buscar a paz!




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova

Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

https://www.vemevamos.com/post/13-paci%C3%AAncia-que-leva-a-perseveran%C3%A7a

https://conhecerapalavra.com.br/a-resistencia-de-mardoqueu/



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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

LIÇÃO 07 - A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                TEXTO ÁUREO 

"Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." (Tg 4.6)


                VERDADE PRÁTICA 

Devemos nos conservar humildes, confiando na justiça de Deus, pois Ele governa a todos, abatendo ou exaltando.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Et 1, 10-12, 16, 17, 19; 2. 12-17



                        INTRODUÇÃO   

Toda história tem um contexto. Não é diferente com a história de Ester. Cinquenta e seis anos depois da queda da Babilônia, ocorrida em 539 a.C., o Império Persa estava no auge da sua expansão. A sua grandeza é ressaltada logo no primeiro versículo do livro de Ester, macro cenário da extraordinária história que a obra registra: “E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias)” (Et 1.1).   

Isaías e Jeremias haviam profetizado o fim do Império Babilônico e o surgimento desse novo reino (Is 45.1; 47.1; Jr 51.24).1 Quanto às origens de Ciro e do Império Persa ou Aquemênida, Eugene H. Merrill (2001, p. 507, 508) escreve: As raízes de Ciro originam-se com os medos e os persas. Ambos eram descendentes de tribos arianas que se moveram da Rússia em direção sul para o platô urartiano, e por volta de 1000 a.C. estabeleceram-se nas vizinhanças do lago Urmia (hoje geograficamente reconhecido como o extremo noroeste do Irã). Gradualmente, os medos se moveram para o leste e ocuparam o oeste do Irã, no sul do mar Cáspio, enquanto os persas migravam para o sul, estabelecendo-se no sudoeste do Irã, voltados para o Golfo Pérsico. A linhagem real de que Ciro fazia parte foi fundada por Acamenes, que reinou de 700 a 675. Foi ele quem emprestou seu nome para a dinastia acamenida. Seu filho Teispes (675-640) estendeu os territórios da Parsa (Pérsia) em direção sul, até atingir a Passárgada. Em razão da grande extensão do reino, Teispes dividiu-o entre seus dois filhos, Ariaramnes, no sul, e Ciro I, no norte. Ele também reconquistou sua independência não mais submetendo-se aos medos, os quais controlaram a Pérsia em cerca de 670. A linhagem de Ariaramnes (640-615) incluiu Arsames, Hispastes e Dario Hispastes; a de Ciro I (640-600) produziu Cambises I (600-559) e Ciro II (559- 530), o que criou o império. Cambises, estabelecido como governante da Pérsia após esta ser novamente tomada pelos medos e constituída uma província, casou-se com a filha do rei da Média, conhecida como Astiages. Deste casamento nasceu Ciro II, que unia em si mesmo as famílias da Média e da Pérsia.

Ciro reinou de 539 a.C. até a sua morte, em plena batalha, no ano 530 a.C. O seu filho Cambises II reinou no seu lugar até 522 a.C., sendo sucedido por Gautama (522 a.C.), que usurpou o poder e foi assassinado no mesmo ano que subiu ao trono,2 sendo sucedido pelo líder da conspiração, Dario Histapes, pai de Xerxes (Assuero), que ficou conhecido por grandes realizações, como destaca Eugene H. Merrill (2001, p. 519): Com a paz e a estabilidade no governo, Dario deu início à implementação de grandes reformas administrativas. De grande importância era o desenvolvimento contínuo de um sistema legal que já havia se tornado famoso pela inalterabilidade dos editos do rei. Tanto Daniel (6.8,12,15) quanto Ester (1.19) demonstraram estar cientes desse aspecto da jurisprudência persa. Baseando-se, sem dúvida, nas antigas leis precedentes, como o código de Hamurabi, o sistema de leis de Dario era administrado com, no mínimo, uma preocupação teórica pela justiça. Outra realização foi a introdução de uma política fiscal completamente revisada. Dario padronizou a cunhagem de moedas e definiu as medidas para pesos e medidas, facilitando sensivelmente todo o comércio. 

[…] 

Uma terceira área de bastante atividade foram os projetos de construção civil. Por volta de 521, Dario removeu sua capital para Susã, situada cerca de 482 quilômetros a noroeste da antiga capital, e lá construiu um belíssimo e suntuoso palácio. É a essa estrutura que Ester e Neemias se referem como a “cidadela de Susã” (“palácio de Susã” KJV). Mais tarde em seu reinado, Dario empreendeu a construção de uma nova cidade chamada Persépolis, onde ele intentava estabelecer permanentemente a capital do império. Ele chegou mesmo a dar início ao projeto, mas foi seu filho e sucessor Xerxes quem deu continuidade à obra e completou-a totalmente. Susã provavelmente continuou sendo a capital política e administrativa, ao passo que Persépolis tornou-se mais ou menos uma “casa de espetáculos”, para onde os reis da Pérsia levavam seus convidados a fim de impressioná-los com toda sua beleza



                I.   O BANQUETE DE ASSUERO E A RECUSA DE VASTI 

1.   O rei Assuero    -   O rei Assuero foi o governante da Pérsia entre 486 e 465 a.C. Ele é mais conhecido como Xerxes, seu nome grego, pelo qual aparece em relatos extrabíblicos, sendo que é apenas no livro de Ester que ele é mencionado como Assuero.   Alguns estudiosos consideram que “Assuero” poderia ter sido um tipo de título real que os monarcas persas recebiam, mas não há consenso sobre isso. O rei Assuero foi filho de Dario I, neto de Ciro e o pai de Artaxerxes I, o mesmo Artaxerxes que aparece no contexto de Esdras e Neemias (Ed 7:1; Ne 2:1).

Em 482 a.C. ele precisou enfrentar uma rebelião na Babilônia, na qual a cidade foi parcialmente comprometida. A partir de 480 a.C., Xerxes empreendeu várias campanhas militares contra a Grécia. Um dos embates mais conhecidos de Xerxes foi contra Leónidas de Esparta.

O rei Assuero também enfrentou uma derrota difícil quando suas tropas perderam a batalha em Salamina e em Samos. Alguns estudiosos consideram que o evento citado no capítulo 1 do livro de Ester teve a finalidade de planejar as campanhas do Império da Pérsia contra os gregos.

Na sequência de seu reinado houve uma dedicação em relação à construção do novo palácio de Persépolis, além de também ocorrerem várias intrigas em sua corte. O rei Assuero foi assassinado em seus próprios aposentos, muito provavelmente em agosto de 465 a.C.


2.   Um banquete público, outro exclusivo    -   Essa longa duração dos festejos é muito discutida pelos eruditos. Não se sabe se as festas e cerimônias foram ininterruptas ou se aconteceram conforme chegavam as delegações, vindas de todas as partes do vastíssimo Império Persa. Essa última hipótese é a mais provável, como opinam alguns estudiosos. É nesse sentido o pensamento de Joyce E. Every-Clayton (2020, p. 129): A recepção durou cento e oitenta dias, uma grande sequência de festas. Os convidados por certo compareceram em momentos diferentes, cada um passando talvez uns poucos dias na capital. De outra maneira, teríamos de entender que a administração do império esteve paralisada por seis meses.    Outro fator a ser considerado eram as enormes distâncias da maioria das províncias, que demandavam longos dias de viagens. Acredita-se que, além de contemplarem a grandeza do reino, as delegações vindas das províncias eram consultadas por Assuero sobre os seus planos de reeditar a tentativa do seu pai Dario de tomar as cidades gregas. Every-Clayton entende que os seis meses serviram para Assuero tratar dessa campanha com os generais e conselheiros do seu reino.

Cumpridos os seis meses, Assuero ofereceu um banquete para os moradores da cidadela ou fortaleza de Susã no pátio do jardim do seu palácio, que era “um prédio quadrado com mais de 100 metros de cada lado, com setenta e duas colunas de pedra de 20 a 25 metros de altura” (Walton et al., ibid., 628). Embora fosse uma festa menor, para as classes inferiores, como observa Every-Claiton (ibid., p. 129), havia muito luxo e ostentação, além de bebida à vontade. A festa foi programada para sete dias (Et 1.5-8). Decerto, ficaria desconfortável para o imperador receber visitantes ilustres durante longos seis meses e não tirar um tempo para festejar com os seus súditos, que viviam nos arredores do seu palácio, na acrópole de Susã. Ester 1.5 registra que o público-alvo era o “povo [da] fortaleza de Susã”, mesmo porque seria difícil imaginar que fosse possível comportar todos os habitantes da grande cidade de Susã nos jardins do palácio.

Havia, portanto, diferenças fundamentais entre os banquetes de Assuero e de Vasti. O banquete do rei era para todo o povo: homens e mulheres, ricos e pobres (Et 1.5); já o da rainha era exclusivista: apenas para as mulheres do palácio. Não se sabe a razão dessa diferenciação, pelo fato de não haver nenhum registro do mundo antigo de mulheres comendo separadamente dos homens ou de banquetes exclusivos para cada um desses grupos (Walton et al., p. 629). Isso poderia representar, portanto, uma atitude excludente de Vasti, bem alinhada com a reação que teve diante do convite ou ordem do rei.


3.   O convite à rainha    -   Por que Vasti jogou fora sua posição em um gesto impensado e inútil? E por que Assuero fez sua exigência? Quem teve a ideia de substituir Vasti por outra mulher, ao invés de resolver discretamente o conflito? Todos esses acontecimentos parecem absolutamente ordinários, sem nenhum componente miraculoso. Mas todos foram necessários para abrir caminho ao processo pelo qual Ester seria elevada à posição de rainha, e assim, poderia livrar o seu povo.  

Ela recusou-se a atender as exigências de Assuero. Nenhuma razão foi apresentada para a recusa de Vasti, mas muitas foram sugeridas. O historiador Josefo afirma que pessoas estranhas não podiam ver a beleza de mulheres persas e outros sugerem que, por modéstia, Vasti não se comparece diante de um grupo de homens que tinham bebido mais do que era apropriado. Mas a gravidade da situação aponta para outro caminho.

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                II.   VASTI RESISTE À ORDEM DO REI E É DEPOSTA 

1.   A recusa da rainha    -   O rei é desafiado (Et 1.12) “Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei: pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira.”

O grande rei, que governava sobre todo o mundo conhecido e gozava de recursos ilimitados, não obstante, era vulnerável. O rei Assuero vinha bebendo por sete dias seguidos e, como era de se esperar, estava “alto”. Ele tinha bebido demais para estar completamente sóbrio. Com um toque característico de exagero, ele enviou nada menos do que sete dos seus eunucos reais para intimar sua rainha, Vasti. Ela deveria comparecer usando sua coroa real para que os nobres e demais pessoas pudessem admirar sua beleza (Et 1.10-11).

A ordem para que sua esposa aparecesse vestida com suas finas roupas reais para o deleite de uma multidão de homens alterados pelo vinho parecia ofensiva. “Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se infamou de ira” (Et 1.12). A lei dos persas e dos medos, que não podia ser revogada, podia, porém, ser recusada. A recusa de Vasti era um desprezo flagrante ao rei, que ficou furioso.


2.   A aplicação da lei   -   Crise institucional (Et 1.18) “Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e indignação.’

O desafio de Vasti a Assuero foi assim uma ameaça à ordem social estabelecida. Desencadeou uma crise institucional, e Assuero recorreu aos conselheiros credenciados do reino. O parecer oficial era que a crise conjugal provocada por Vasti prejudicaria a todos, e que sua atitude contaminaria todas as mulheres da Pérsia e da Média, ao ponto de elas virem a se revoltar contra seus cônjuges. A solução proposta foi um edito emergencial irrevogável para garantir que Vasti não fizesse aquilo que ela já havia decidido não fazer, ou seja, entrar na presença do rei. A sugestão “dê o reino a outra que seja melhor do que ela” abre caminho para Ester ocupar o lugar de Vasti no trono.


3.    A sentença de Vasti    -   Vasti é destronada (Et 1.19) “Se bem parecer ao rei, promulgue de sua parte um edito real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei de o reino dela a outra que seja melhor do que ela.“    A recusa de Vasti em obedecer à ordem de Assuero foi vista como um precedente para as mulheres de todo o império. Os conselheiros do rei viram na atitude desrespeitosa de Vasti para com seu monarca, que também era seu marido, uma possível influência negativa sobre a maneira como outras mulheres do reino responderiam a seus maridos, provocando desordem e discórdia nos lares de toda a terra. O rei agiu de acordo com o conselho de seus oficiais. Assuero destronou Vasti e emitiu um decreto sobre sua substituição.

O decreto reflete um princípio profundamente enraizado ainda hoje no Oriente Médio. O marido governa a casa, e somente ele tem o direito de iniciar ou dar o divórcio. Os filhos do matrimônio pertencem ao marido e, quando o divórcio acontece, ele os mantém. Assim, Vasti perdeu sua posição de poder e prestígio como rainha e foi despojada do seu título.

Uma das qualificações exigidas do líder cristão é exatamente esta: exercer o governo da própria casa. O princípio bíblico apresentado por Paulo é: o homem que não lidera em casa não é apto para cuidar da Igreja de Deus (1 Tm 3.4,5). 

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            III.   ESTER: A JUDIA SE TORNA RAINHA EM TERRA ESTRANHA 

1.   Quatro anos depois    -   O historiador Lloyd Lllewelly-Jones (2023) vale-se de várias fontes, incluindo Heródoto, para também narrar em detalhes a investida persa sobre a Grécia, uma verdadeira epopeia que se transformaria num rotundo fracasso. Assuero cometeu algumas insanidades durante a sua expedição, errou em muitos cálculos e estratégias e terminou frustrado na sua empreitada, principalmente por haver decidido lançar-se a uma arriscada batalha naval, a batalha de Salamina. LlLewelly-Jones (p. 288) narra o fatídico desfecho da guerra, ocorrido no ano 480 a.C.: A espinha dorsal da marinha de Xerxes [Assuero] foi destroçada em Salamina. Teria sido difícil para ele construir rapidamente uma nova frota. Além disso, a infantaria e a cavalaria não podiam mais depender de suprimentos trazidos por navios. E assim, exaustos e desmoralizados, os persas foram forçados a recuar da Ática. Xerxes passou o inverno em Tebas, ruminando seus erros e punindo os erros dos outros […]. Deve ter sido uma viagem de regresso extremamente difícil para todos os envolvidos, mas sobretudo para Xerxes. Ele havia rompido com os exemplos militares de seus antepassados — Ciro, Cambises e Dario —, cujas vitórias na guerra fizeram o império crescer em tamanho e poderio. Agora que deixava a Grécia, Xerxes sabia que havia despertado um ninho de vespas e estava deixando para trás um povo rebelde e espinhoso, cuja resistência ao Império Persa continuaria a crescer

A campanha militar empreendida por Assuero contra as cidades gregas durou cerca de quatro anos, período que está encravado entre o primeiro e o segundo capítulo do livro de Ester.


2.    O universo da escolha    -   Na Antiguidade, a elevação de uma mulher ao trono decorria mais comumente de um casamento entre famílias nobres, geralmente por arranjos diplomáticos, mas também poderia acontecer pelo critério da beleza, numa escolha feita entre moças virgens do reino. Esse modelo ocorria na Pérsia, conforme Lloyd Lllewelyn-Jones descreve na sua obra (ibid., p. 202-217). O livro de Ester apresenta, com nítida naturalidade, a adoção desse método: os auxiliares de Assuero aconselharam-no a escolher moças virgens de todas as províncias para que fossem trazidas ao palácio e, dentre elas, fosse escolhida a nova rainha.

Ester era apenas uma candidata entre muitas outras; porém, foi-lhe conferida vantagem imediata, porque ela despertou a atenção do chefe do harém, de nome Hegai, o eunuco (Et 2.9). Ele se apressou a fornecer a Ester os cosméticos de que ela precisaria; e deu-lhe sete donzelas para servi-la. DEUS trabalhava por intermédio de Hegai, sendo este o primeiro passo em que a providência divina estava operando, uma vez que Ester foi posta entre as candidatas e foi logo separada das demais.


3.   A obediência de Ester    -   Havia respeito e atenção mútuos entre Mardoqueu e Ester. Findos os 12 meses de preparação — portanto, já no ano 478 a.C. —, chegou a vez de Ester ser levada à presença de Assuero: E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti. (2.15-17) A celebração foi grande. O rei convidou a todos os seus príncipes e servos para a festa de Ester, decretou feriado em todo o reino e agiu com grande generosidade, distribuindo presentes (2.18).

Após todo um ano de preparativos, chegou a vez de cada jovem comparecer diante do rei. Para essa visita, elas podiam usar todos os ornamentos, joias ou roupas que quisessem. Mas Ester não se preocupou demais, como aparentemente fizeram as outras, e veio a se destacar por meio apenas da beleza natural. Nenhuma coisa pediu como adorno especial para apresentar-se ao rei, mas apenas o que estava designado para ela. E mesmo assim, foi considerada a mais agradável entre as candidatas (2.15). Quanto mais natural a beleza, mais aprazível ela é.

Quem diria que uma criança judia, órfã de pai e mãe, trazida cativa de Israel para a Pérsia, criada por seu primo, se tornaria rainha do império mais poderoso da época. A segunda pessoa mais importante do país de seu desterro. Foi através dela que DEUS concedeu ao Seu povo uma grande libertação dos desígnios malignos de seus inimigos. Tudo isso nos faz lembrar que o Senhor é o Pai dos órfãos e os acolhe. A providência divina levanta o pobre para o fazer assentar-se entre príncipes. Ele tem a caneta da história das nossas vidas e nenhum de Seus planos podem ser frustrados.




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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias
Livro de Apoio, O Deus que governa o mundo e cuida da família - Pr. Silas Queiroz, Editora CPAD.

https://estiloadoracao.com/rei-assuero-ou-xerxes/

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baidwin, Joyce G. Serie Cultura Cristã. SP Vida Nova



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