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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

LIÇÃO 8 - O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS...

                    

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.

 


                    TEXTO ÁUREO

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." (JO 10.11)


                    VERDADE PRÁTICA

As Escrituras revelam Deus como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. Deus dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.


LEITURA BÍBLICA: 34.1-12 .


                            INTRODUÇÃO


Ao identificar a estrutura do texto, deve-se coordenar os aspectos formulaicos com mudanças no tom e no conteúdo. Consequentemente, depois do preâmbulo (v. 1), o oráculo propriamente dito se divide em três partes aproximadamente iguais na extensão: (a) o anúncio de livramento (vv. 2-10); (b) a natureza do livramento (vv. 11 -22); (c) o objetivo do livramento (vv. 23-31). A maioria dos eruditos reconhece no primeiro painel um oráculo de lamento mais ou menos independente, dirigido contra os governadores de Israel. Este segmento se divide naturalmente em duas partes, as quais representam, no estilo e no tom, uma acusação formal (vv. 2-6) e um anúncio de julgamento (w . 7-10), respectivamente, elementos típicos de oráculos de lamento. Entretanto, sua posição força o leitor a interpretar este segmento dentro de sua presente estrutura literária. O segundo painel se concentra inteiramente sobre Yahweh e sua atividade salvadora em favor de seu rebanho. As declarações de livramento, empregando os verbos h is s ,l (v. 12) e /rôá’a ‘ (v. 22), formam um inclusio ao redor desta seção. Dentro dessa estrutura, duas dimensões de livramento são descritas: livramento dos inimigos externos (vv. 11-16) e livramento dos exploradores internos (vv. 17-22). O último painel (vv. 23-31) é estruturado por alusões ao concerto de Yahweh com seu povo (vv. 24, 30,31). Agora que ele os libertou de todas as formas de opressão, o foco muda para positivamente reconstruir a shalom que Yahweh pretendia desde o começo. Mas esse painel também se divide em três subseções. A primeira, consistindo somente dos vv. 23,24, concentra-se em Davi, reinstalado como um pastor auxiliar sobre o rebanho; a segunda (vv. 25-29), diferente da primeira em estilo e tom, desenvolve um novo tema, o concerto da paz que Yahweh estabelece com seu povo. Os vv. 30,31 dão à inteira subunidade (vv. 11-31) a característica de um oráculo de comprovação. Embora esse capítulo seja literariamente complexo, as ligações entre as partes são fortes. A sentença pronunciada sobre os maus governantes nos vv. 7-10 amarrada à acusação precedente com o duplo lãkên, “Portanto”, é a resposta divina às injustiças internas nos vv. 20-22. Ainda que a fórmula de citação no v. 11 introduza a segunda maior divisão do capítulo, as duas partes são ligadas pelo conectivo k \ “por”. O v. 16, conscientemente, ecoa os vv. 4-6, embora ao contrário (mas na ordem lógica). A última linha desse verso, com seu bèmiSpãt, supérfluo de outra maneira, funciona como um elo entre a precedente descrição do cuidado divino e a administração bem-sucedida da justiça divina. O verso conclusivo se liga com as afirmações do concerto nos vv. 24 e 30, e a expressão s õ n ’, “meu rebanho”, dirige a atenção para o mote da passagem inteira.



                    I.  SOBRE O REBANHO

1.  Ovelhas  -    Seis palavras hebraicas e uma palavra grega estio envolvidas na compreensão deste verbete, a saber:

Kebes, cordeiro. Palavra hebraica que figura por cento e quatro vezes. Por exemplo, Êxo. 29:38-41″ Lev. 4:32; 9:3; 12:6; Núm. 6:12,14; 7:15,17,88; 15:5; 28:3,4,7,9,11,13,14,19,21,27,29; II Cr 29:21; Esd. 8:35; Pro. 27:25; Isa. 1:11; ler. 11:19; Eze. 46:4-7,11,13,15; Osé. 4:16.

Keseb, cordeiro. Palavra hebraica que aparece por doze vezes. Para exemplificar: Gên. 30:32,33,35; Lev. 1:10; 7:23; Núm. 18:17; Deu. 14:4.

Tson, ovelha. Palavra hebraica usada por cento e dez vezes, com esse sentido. Por exemplo: Gên. 4:2; 12:16; 20:14; Exo. 9:3; 20:24; Lev. 22:21; Núm. 22:40; 27:17; 32:36; Deu. 7:13; 14:26; los. 7:24; I Sam. 8:17; 14:32; 27:9; 11 Sam. 7:8; I Reis 1:9,19,25; II Reis 5:26; I Cr, 5:21; II Cr. 5:6; 7:5; Nee. 3:1,32; Jó 1:3; Sal. 4:11,22; 49:14; 74:1; Isa. 7:21; 13:14; Jer. 12:3; Eze. 34:6,11,12; Joell:18; Miq. 2:12; Zac. 13:7.

Tsoneh, ovelha. Palavra hebraica usada por duas vezes: Núm. 32:24 e Sal. 8:7.

Rachei, ovelha. Palavra hebraica usada por quatro vezes: Cano 6:6; Isa. 53:7; Gên. 31:38, 32:14.

Seh, «ovelhinha», Palavra hebraica que ocorre por quarenta e quatro vezes, com diversas traduções correlatas. Por exemplo: Êxo, 22:1,4,9,10; Lev, 27:26; Deu. 17:1; 18:3; los. 6:21; I Sam. 14:34; Sal. 119:176; ler. 50:17.

Prôbaton, «ovelhas, «carneiro». Vocábulo grego empregado por trinta e nove vezes no Novo Testamento: Mat. 7:15; 9:36; 10:6; 10:16; 12:11,12; 15:24; 18:12; 25:32,33; 26:31 (citando Zac. 13:7); Mar. 6:34; 14:27; Luc. 15:4,6; João 2:14,15; 10:1-4; 10:7,8,11-13,15,16,26,27; 21:16,17; Atos 8:32 (citando Isa. 53:7); Rom. 8:36 (citando Sal. 44:23); Heb. 13:20; I Ped. 2:25 e Apo, 18:13.

 

Características da Ovelha Domesticada. A maior parte das espécies atualmente difere largamente de seus antepassados selvagens, e essas diferenças começaram a aparecer quase desde o princípio.

Quatro são as diferenças principais: a. A lã. Essa se faz presente nas espécies selvagens, embora tome-se mais patente durante o inverno, quando pode cobrir os pelos mais duros. As propriedades da li, como o acetinado e a capacidade de produzir fios, foram reconhecidas na antiguidade desde bem cedo, tendo sido criadas espécies que produziam boa li em grande quantidade. Porém, ovelhas dotadas de pelos duros até hoje podem ser encontradas, especialmente nos trópicos. b. A cauda. Algumas espécies domesticadas têm caudas com duas ou três vezes mais vértebras que as formas selvagens. Em outras espécies domesticadas, a cauda tomou-se um órgão onde é armazenada grande quantidade de gordura, o que tem sido encontrado entre múmias tão antigas quanto as da XII dinastia egípcia (cerca de 2000 A.C.). c. A cor. O homem ocidental está tio acostumado a ver ovelhas brancas que qualquer outra coloração lhe parece estranha.

As primeiras ovelhas, mui provavelmente, eram marrons; mas, no Egito havia ovelhas brancas, marrons e negras, antes de 2000 A.C. e talvez até muito antes disso. Tomou-se tradição pensar que as ovelhas referidas na Bíblia sempre fossem brancas; isso é correto quase em todos os casos, mas não é inteiramente o sentido do texto que diz: “…se tomarão como a lã. (lsa. 1:18). Na verdade, as palavras «lã de Zaar» (com base no texto hebraico que fala em tsachar, «brancura»; Eu. 27:18), encontram-se em um contexto que dá ideia de riquezas. Mas é óbvio, com base no trecho de Gênesis 30:32 ss, que tanto as ovelhas quanto os bodes eram de várias colorações, presumivelmente incluindo a cor «branca», embora a palavra ali traduzida como «malhados» indique manchas claras em animais escuros. Por igual modo, devido aos trechos de Núm. 28:3,9 e 29:17,26, onde se lê que as ovelhas oferecidas em sacrifício tinham de ser «sem defeito», que isso indicaria que esses animais teriam de ser imaculadamente brancos.

Porém, essa palavra aponta para imperfeições em geral, e não, necessariamente, à coloração. Dos animais. d. Habitat. Começando como um animal que vivia naturalmente em regiões montanhosas, as ovelhas se desenvolveram em espécies dispersas por toda a espécie de terreno, desde terras altas até pantanais, ou mesmo até às fimbrias dos desertos. A ovelha é mais seletiva do que o bode, em sua alimentação, requerendo uma melhor quantidade de forragem, geralmente uma melhor qualidade de relva, conforme podemos observar em I Crônícas 4:39,40: «Chegaram até à entrada de Gedor, ao oriente do vale, à procura de pasto para os seus rebanhos. Acharam pasto farto e bom». As erráticas chuvas de inverno que caem na Palestina faziam a relva crescer em tufos, e os pastores, sabendo onde encontrar pastagem, levavam as suas ovelhas até aqueles lugares. Davi, com base nesse tipo de experiência, escreveu: «Ele me faz repousar em pastos verdejantes….. (Sal. 23:2).

2.   Natureza  -  11 curiosidades sobre as ovelhas

1º) – Todos os animais foram criados com uma defesa especial. A cobra, o cachorro, o leão, todos têm defesas, mas a ovelha é o único animal terreno que não possui defesa alguma, ela é totalmente vulnerável, ela fica no fim da cadeia alimentar, não se defende, não tem habilidades de luta.

2º) – A ovelha produz lã o tempo todo. Desde que nasce, ela produz lã, quanto mais tosquiada mais ela produz.

3º) – A ovelha é um animal bastante ingênuo. Ela não sabe discernir a erva boa para comer da erva venenosa, por isso o pastor tem que ir na frente preparar a pastagem com cuidado, retirando aquelas que podem envenená-la.

A alimentação das ovelhas é fundamentalmente a erva, que encontram nos pastos por onde pastam. Não necessita de muitos suplementos alimentares e tem a característica de não estragar esse mesmo pasto. Quando ela vai se alimentar no aprisco, ela só come na sua manjedoura.

Se a manjedoura de outra ovelha estiver cheia, e a sua vazia, ela não irá à manjedoura alheia e comerá a comida de outra ovelha. Esta atitude poderá até levar a ovelha à morte, mas o princípio de obediência é respeitado. A ovelha espera até que o pastor coloque o alimento na sua manjedoura.

4º) – As ovelhas conhecem a voz do seu pastor. Pesquisando a respeito disso, li uma história bem interessante:

“Um certo homem esteve na África. E estando ali viu um grande lago onde muitos animais iam beber água. De repente, chegou um pastor com umas duzentas ovelhas e elas começaram a beber, depois chegou outro pastor com suas ovelhas. Então o homem se questionou “Como ele vai saber quais são as ovelhas dele se estão todas misturadas?” Depois chegou mais um pastor, com mais uma quantidade de ovelhas. Os pastores ficaram conversando enquanto as ovelhas bebiam. Daqui a pouco foi saindo um por um, e as ovelhas escutaram a voz de cada pastor chamando-as e cada rebanho seguiu ao seu pastor, sem se misturar.”

5º) – Só dorme no mesmo lugar. Aqui o paralelo é um pouco diferente. A ovelha sabe qual é o seu lugar no aprisco! De maneira nenhuma ela vai querer o lugar de outra ovelha.

6º) – No dia que vai morrer, a ovelha não come, fica quieta num canto. Ela não demonstra nenhuma reação. Mesmo que alguém queira interagir com ela, ela não foge, não dá coices. Ela espera pacientemente pela hora do seu sacrifício. Assim foi com o nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo sabendo a hora da morte, triunfantemente enfrento-a a fim de nos garantir a vida eterna.

7º) – A ovelha é um animal muito medroso. Basta que ela não sinta o cheiro do pastor para que fique tremula de medo. E no auge do medo pode sair correndo do aprisco e se torna presa fácil dos predadores.

8º) – A ovelha é muito sensível a perturbação das moscas que ficam rodeando a sua cabeça. Se isso acontece com frequência, ela acaba ficando desnorteada, vai balançar a cabeça de um lado para o outro tentando fugir do assédio dos insetos, acaba ficando sem comer, emagrecendo. Vendo que não consegue se livrar dos insetos, sai correndo sem direção. Quando uma ovelha corre a outra fica apavorada e vai atrás. É preciso que o pastor molhe a cabeça dela com óleo para afastar os mosquitos.

9º) – A ovelha come o dia inteiro e de noite esta com o estômago muito cheio. O maior órgão que a ovelha possui é o estômago, que toma conta da maior parte da caixa torácica.

10º) – Durante a noite elas gostam de brincar de dar cabeçadas umas nas outras e normalmente caem no chão com as patas para cima e depois não conseguem se levantar sozinhas pois a lã dificulta que ela se levante. Se a ovelha não for erguida dentro de uma hora, ela morrerá asfixiada, pois o estômago comprimirá e apertará o seu pulmão, por isso o pastor precisa durante a noite andar no meio das ovelhas levantando as ovelhas caídas.

11º) – Para corrigir e acudir a ovelha o pastor dispõe de dois instrumentos: Tanto a "vara" como o "cajado" eram instrumentos usados pelo pastor para proteção das ovelhas. O pastor tinha que ser hábil para manejar tanto um quanto o outro. Com sua arma de trabalho nas mãos, o pastor é o único protetor das ovelhas contra os inimigos naturais (lobos, leões, ursos, chacais, e principalmente, ladrões) do rebanho. O cajado e a vara são instrumentos de bênção para as ovelhas, mas de juízo para os predadores.

1.A vara é um pedaço de pau curto, era uma arma de defesa ou disciplina, que simboliza a força, o poder e autoridade de Deus.

2.O cajado é uma vara longa, tendo um gancho numa das extremidades que serve para trazer a ovelha para perto do pastor, para guiá-la no caminho certo, ou para removê-la de uma situação de perigo.

3.O cajado era o emblema significativo de um povo peregrino numa atitude de apoio em qualquer coisa que estava fora de si mesmos. Que característica preciosa! Prouvera a Deus que fossem vistos em cada membro da família dos Seus remidos, o patriarca apoiado em seu cajado.Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão [Hb11:21].


Texto Anônimo.

3.   O Rebanho  -  Há seis palavras hebraicas e duas palavras gregas envolvidas neste verbete, a saber:

Eder, «rebanho». Termo hebraico que é usado por trinta e oito vezes; segundo se vê, por exemplo, em Gên. 29:2,3,8; 30:4; Jui. 5:16; I Sam. 17:34; II Crô. 32:28; Jó 24:2; Sal. 78:52; Can. 1:7; 4:1,2; Isa. 17:2; 32:14; Jer. 6:3; 13:17,20; 31:10,24; 51:23; Eze. 34:12; Joel 1:8; Miq. 2:12; 4:8; 5:8; Sof. 2:14; Zac. 10:3; Mal. 1:14.

Tson, «ovelha», «rebanho». Essa palavra ocorre por mais de duzentas e sessenta vezes, principalmente com o sentido de «ovelha». Mas, com o sentido de «rebanho» aparece por cento e trinta e sete vezes, conforme se vê, para exemplificar, em Gên. 4:4; Êxo. 2:16,17; Lev. 1:2,10; Núm. 11:22; Deu. 8:13; I Sam. 3:20; II Sam. 12:2,4; I Crô. 4:39,41; II Crô. 17:11; Esd. 10:19; Nee. 10:36; Jó 21:11; Sal. 65:13; Can. 1:8; Isa. 60:7; Jer. 3:24; Eze. 24:5; Amós 6:4; Jon.3:7; Miq. 7:14; Hab. 3:17; Sof. 2:6; Zac. 9:16; 10:2; 11:4,7,11,17.

Miqneh, «gado», «aquisição». Palavra hebraica que ocorre por setenta e cinco vezes, conforme se vê, por exemplo, em Gên. 4:20; Êxo 9:3; Núm. 20:19; Deu. 3:19; Jos. 1:14; Jui. 6:5; I Sam. 23:5; II Reis 3:17; I CrÔ. 5:9,21; II Crô. 14:15; Isa. 30:23.

Marith, «gado no pasto». Palavra hebraica que aparece por apenas uma vez com esse sentido, em Jer. 10:21, embora apareça outras dez vezes com o sentido de «pasto».

Chasiph, «rebanho ao relento». Palavra hebraica utilizada por apenas uma vez: I Reis 20:27.

Ashtaroth, «multiplicações». Palavra hebraica empregada por quatro vezes, com o sentido de «rebanhos»: Deu. 7:13; 28:4, 18,51.

Poímne, «rebanho». Palavra grega usada por cinco vezes: Mat. 26:31 (citando Zac. 13:7); Luc. 2:8; João 10:16; I Cor. 9:7.

Poimnion, «pequeno rebanho». Termo grego usado também por cinco vezes: Luc. 12:32; Atos 20:28,29; I Ped. 5:2,3.

Esse vocábulo português, quando usado na Bíblia, indica um grupo de ovelhas, ou de cabras, ou de ambas essas espécies (Gên. 4:4; 29:2; Can. 4:1; Joel 1:18). Em Números 32:36, porém, está em pauta o gado vacum. Ver os artigos separados sobre Ovelhas, Cabras e Gado.

Usos Figurados:

Exércitos, nações e grandes grupos de pessoas são assim denominados (Jer. 49:20; 51:23). Isso acontece porque tais grupos estão unificados em torno de alguma causa comum, ou porque representam alguma herança cultural comum.

Os «donos dos rebanhos» (Jer. 25:34,35) são os líderes e governantes do povo, homens poderosos e ricos.

Israel aparece como o rebanho do Senhor (Jer. 13:17,20), alvo de seu amor e de seus cuidados. Eles formam um rebanho santo (Eze. 37:38), em distinção às multidões dos povos pagãos.

O trecho de Zacarias 11:4 fala nas «ovelhas destinadas para a matança», que são aquele grupo de pessoas que Deus determinou destruir mediante o seu juízo, dentre do povo de Israel. Nações pagãs serão usadas para produzir essa matança.

A Igreja é o rebanho do Senhor Jesus e ele é o seu Pastor (Isa. 40:11; Atos 20:28; João 10). Nessa conexão, examinar também Luc. 12:32 e I Ped. 5:2,3.


                II.    SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

1.  O pastor de ovelhas  -   Em Israel, a designação de governantes como pastores também tinha uma tradição antiga. De acordo com Nm 27.17, Moisés orou para que Yahweh nomeasse um homem para liderar a congregação, de maneira que eles não fossem como ovelhas sem um pastor. Esta afirmação se compara com a observação profética de Micaías, filho de Inlá: “Vi todo o Israel disperso pelas montanhas, como ovelhas sem um pastor” (lR s 22.17). Nosso texto não identifica, especificamente, as pessoas a quem Ezequiel se refere como “pastores”. À luz de sua dependência de Jr 23.1-6, em particular, e do uso jeremíaco da expressão em geral, tem-se a tendência de interpretar “pastores”, neste caso, como uma referência geral aos nobres que estavam ao redor de Zedequias, incluindo os anciãos em Jerusalém, os quais ele havia observado seguindo seus caminhos idólatras, na visão do capítulo 8, e os oficiais de 22.27, que dilaceram suas vítimas como lobos; e, ainda, talvez, os falsos profetas do capítulo 13, que anunciam “paz, paz!”, quando não há paz; e os líderes da comunidade exílica.

2.   O que os governantes faziam (vv. 2,3)  -  Comeis a gordura. Quando um animal era sacrificado, as “delicadezas” (segundo a mente hebraica), o sangue e a gordura, pertenciam a Yahweh, sendo queimados no Seu altar. Ver as leis sobre o sangue e a gordura em Lev. 3.17. Então, oito porções (os melhores cortes da carne) pertenciam aos sacerdotes. O restante era dividido entre os adoradores que haviam trazido os sacrifícios. Uma refeição comunal terminava o rito, cada um comendo sua porção apropriada. - Aqueles perversos e presunçosos falsos pastores tomavam para si mesmos o melhor, que pertencia exclusivamente a Yahweh! Na mente hebraica, tal ação configurava um ato de traição que anulava a lei mosaica e merecia execução legal. Os pewersos, então, se apossavam das outras partes dos animais, para comer e fazer roupas. Fartavam-se e engordavam, deixando o povo sem nenhuma provisão de comida ou de roupa. Aqueles homens eram tiranos gananciosos, explorando o povo. “Os pastores (isto é, reis, oficiais etc.) abusaram do povo (Jer. 23.13-17) e o espalharam (Jer. 10.21; 23.1-4). Este oráculo reforça a doutrina da responsabilidade pessoal (Eze. 18.5-22). Os líderes, supostamente, eram sujeitos às leis de Deus (II Sam. 12.1-15), mas, de fato, eram rebeldes e perversos” (Oxford Annotated Bible, introdução à seção). Em vez de alimentar as “ovelhas", usaram-nas para alimentar a si mesmos! Eles as abatiam, roubavam, praticavam crimes de sangue, pewertiam a lei de Moisés, promoviam injustiças sociais, utilizando as primícias para seu próprio benefício, impondo pesados impostos sobre os menos afortunados, enquanto o dinheiro se acumulava em suas tesourarias pessoais. O Targum diz, simplesmente, em um sumário sucinto: “Vós comeis o que é bom”, implicando que somente o ruim ficou para as ovelhas. 

“Foram como cachorros famintos que nunca se satisfazem, como Isa. 56.11 diz” (Fausset, In loc.).

 Tais cães são gulosos, nunca se fartam; são pastores que nada compreendem. (Isaías 56.11)

 “Egoísmo é a característica principal dos pastores infiéis. Cf. João 10.1-17” (Ellicott, in loc.

3.   O que os governantes não faziam (vv. 4,8)  -  A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes. Entre o povo comum, sempre existem os fracos e os doentes, os indefesos e os totalmente dependentes, que podem ser facilmente explorados. Tais pobres almas, aqueles violentos desprezaram e exploraram, lucrando com cada ato perverso. Governaram com força excessiva, castigando com impostos absurdamente altos, intimidando, extorquindo, perseguindo, fazendo leis injustas que só serviam às classes mais altas, à custa do povo. Não tinham coração nem consciência, agiam como lobos. Aqueles ímpios não eram passivos; agiam com vigor, sempre machucando os fracos, espiritual e fisicamente. Cf. Êxo. 23.4. O líder verdadeiro leva seriamente os deveres para ajudar seu povo: Nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.

 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. (I Pedro 5.3-4)

Os líderes não apenas exploravam as ovelhas como também abusavam delas ao negligenciar suas necessidades. Ovelhas precisam de cuidado constante, mas os líderes não administravam os assuntos nacionais visando o bem do povo e sim o benefício próprio. Na verdade, não davam qualquer atenção ao rebanho. Se os pecados de comissão dos líderes eram terríveis, seus pecados de omissão eram ainda piores. Não ministravam às ovelhas enfermas e feridas nem buscavam as perdidas e dispersas. G overnavam apenas pela força e pela crueldade. Ezequiel os acusou três vezes de permitir que as ovelhas se dispersassem, sendo que um rebanho espalhado e sem pastor torna-se vulnerável e pode ser facilmente atacado por animais selvagens (Jr 50:6). Por causa das decisões egoístas e imprudentes dos líderes, a nação se desintegrou e o rebanho foi disperso.

4.   As ovelhas dispersas (vv 5,6)  -  Assim se espalharam, por não haver pastor. Os lideres não foram pastores, mas tiranos. Não protegeram o rebanho, mas o exploraram. Seus atos violentos espalharam as ovelhas, deixando-as desprotegidas e sem nenhum verdadeiro pastor. Perdidas nos campos, elas se tornaram alimento para as feras que vigiavam aqueles lugares, sempre famintas, sempre matando, sempre esperando para devorar mais uma vítima. Os vss. 5-6 mencionam três vezes a dispersão das ovelhas, ressaltando que aquela ação figurava entre suas ofensas principais. O dever do pastor era o de não permitir justamente aquilo. Mas os falsos pastores tinham uma regra só: servir a si mesmos. “Eles não mereciam o nome pastor; era um ultraje aplicar esse título augusto a eles (I Reis 22.17; Mat. 9.36). Cf. Mat. 26.31, onde também vemos a dispersão das ovelhas, porque o verdadeiro Pastor fora morto” (Fausset, in loc.). O povo se envolveu em pecados pesados como idolatria, adultério, explorações dos fracos, atos anti-sociais, opressões, porque não tinha líderes para instruir e guiar em caminhos retos. O Targum explica que a maior dispersão era justamente o cativeiro babilónico, que o povo sofreu por causa da infinidade de suas transgressões. Provavelmente, o vs. 6 inclua esta idéia. 

As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes. O povo pecador tornou-se iníquo seguindo os maus exemplos dos líderes. Logo, os lobos atacarão para devorar líderes e liderados, que compartilharão o mesmo destino catastrófico. Os lobos internacionais eram os soldados babilónicos, sempre famintos, à procura de vítimas. Algumas poucas ovelhas que sobreviveram aos ataques dos lobos esconderam-se nas ravinas das colinas, em cavernas, em câmaras secretas. Algumas fugiram para países vizinhos e sofreram exílio permanente. A maioria dos sobreviventes foi levada cativa para a Babilônia, onde a miséria continuou. “Lá fora” não houve ninguém que cuidasse das ovelhas perdidas e doentes. Nenhum homem se preocupava com as suas almas. Chaucer falou de ovelhas perdidas “orientadas” por pastores perdidos:

 Ele mesmo sendo um vagabundo, deixando O caminho estreito, Não era nenhuma maravilha, e suas ovelhas tolas Também erraram o caminho. 

As minhas ovelhas. Note-se que Yahweh as chama de “minhas ovelhas”, a despeito de seus pecados. Ele era o Pastor, mas aqueles designados subpastores foram negligentes e abusaram de seus deveres, descumprindo sua missão. Nunca a missão de alguém deve servir a si mesmo. 

Foram espalhadas sobre toda a face da terra. Ninguém se preocupou em procurá-las. (NCV) 

Por contraste, o Verdadeiro Pastor veio para procurar e salvar o que foi perdido (Luc. 19.10).


                    III.   SOBRE O BOM PASTOR

1.  A reação divina contra os maus pastores (vv. 10-12)  Assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo procurarei as minhas ovelhas. AdonaiYahweh (o Soberano Eterno Deus), exercendo Seu poder divino e soberano, assumirá o ofício do Pastor e providenciará para suprir as necessidades do rebanho. Este título divino é usado 217 vezes neste livro, mas somente 103 no restante do Antigo Testamento. Exalta a soberania de Yahweh, cuja vontade deve ser realizada entre os homens. Ver no Dicionário os artigos chamados Soberania de Deus e Providência de Deus. As provisões de Yahweh reverterão os danos cometidos pelos pastores infiéis. O rebanho dispersado será recolhido; a diáspora (ver a respeito no Dicionário) terminará. O próprio Adonai-Yahweh procurará Suas ovelhas e as salvará dos lobos. 

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. (Lucas 19.10) 

O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. (João 10.11)

 O vs. 11 é mais do que histórico (o reverso do cativeiro babilónico); é também escatológico, uma promessa de reversão da diáspora, para que o Reino dos Céus se realize neste mundo. A restauração de Judá, depois do cativeiro babilónico, seria uma pequena amostra da verdadeira, que ainda jaz no futuro:

 Todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. (Romanos 11.26)

 “O próprio Deus é o Bom Pastor (Isa. 40.11; Jer. 31.10) que recolherá o rebanho disperso e machucado. Esta passagem sugere a volta da teocracia (Osé: 8.4; i Sam. 8.7)” (Oxford Annotated Bible, comentando o vs. 11).

Buscarei as minhas ovelhas. Tanto o cativeiro babilónico quanto a diáspora serão revertidos. Yahweh, o Bom Pastor, salvará o rebanho dos lobos-nações e de todos os lugares de trevas, do dia do temor, do dia de nuvens e tempestades. Na hora de sua maior necessidade, Yahweh encontrará Seu povo e resolverá todos os problemas, aliviando suas angústias. 

Salvador, como um Pastor nos guia, Tanto precisamos de Seus cuidados, Nos Seus pastos agradáveis nos alimenta, Para o nosso uso Seu aprisco prepara. (William B. Bradbury)

 No dia de nuvens e de escuridão. Cf. Sal. 97.2; Joel 2.2 e Sof. 1.15."... em tempos de desespero e perseguição, o Pastor está especialmente vigilante” (Adam Clarke, in loc.). O texto fala de “uma gloriosa libertação do futuro” (Ellicott, in loc.).

2.   Jesus, o bom Pastor  -   O bom Pastor. Um rebanho de ovelhas deve ser cuidado por alguém, e aqui Deus Se apresenta como quem assume o papel de Pastor do Seu povo. Seu trabalho será encontrar as dispersas, livrar as perdidas, apascentar todo o rebanho e cuidar dele, dedicando atenções especiais aos membros fracos e doentes. O retrato do pastor buscando a desgarrada (12), é um prenúncio notável da parábola da ovelha perdida (Lc 15: 4ss.), que nosso Senhor, sem dúvida, baseou nesta passagem em Ezequiel. Ilustra, claramente, mais do que qualquer coisa, as qualidades ternas e amorosas do Deus do Antigo Testamento, e golpeia mortalmente aqueles que procuram forçar uma cunha entre Javé, Deus de Israel, e o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Além disto, esta não é a única passagem que fala do terno pastor (cf. SI 78: 52-53; 79:13; 80: 81; Is 40: 11; 49:9-10; Jr 31:10). A referência a um dia de nuvens e de escuridão (12) tem implicações escatológicas (cf. SI 97: 2; J1 2:2; Sf 1:15) e sugere que esta libertação será o dia do Senhor para Israel, ou seja, o dia em que o Senhor agir com salvação e com julgamento para introduzir uma nova era do Seu reino justo na terra.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

Enciclopédia de bíblia e filosofia, Russell N. Champlin - editora Hagnos

https://professordaebd.com.br/8-licao-4-tri-22-o-bom-pastor-e-os-pastores-infieis/

https://www.webartigos.com/artigos/a-tua-vara-e-o-teu-cajado-me-consolam/19107




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

LIÇÃO 7 - A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL.

Profº PB Junio - Congregação Boa Vista II.

 



                        TEXTO ÁUREO

" A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o ai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele." (EZ 18.20)


                    VERDADE PRÁTICA

 Para além da responsabilidade individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a idéia de que tudo está determinado por um rígido destino.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: EZ 18.20-28 ( explicação comentário bíblico Moody)


Perdão Divino para o Pecador Arrependido mas não para o Apóstata. 18:21-29. Assim como o homem não herda as conseqüências do que seus pais fizeram, assim o indivíduo, por meio do arrependimento, pode ser emancipado do seu próprio passado. O homem perverso que se afasta do mal e busca a justiça viverá (vs. 21-23). Contudo, o homem justo que abandona sua justiça para fazer o mal morrerá no seu mal (v. 24). Contra a objeção de que os caminhos do Senhor não são justos, vem a réplica de que os caminhos da casa de Israel não são justos (vs. 25-29). 

V.  21. O pecador é livre para se arrepender e abandonar o pecado e fazer a vontade de Deus. Compare com a idéia de Os. 5:4; Jr. 13:23.

V.  22. Pela justiça que praticou. Cons, versículo 24; 33:16. 

V. 23. Acaso tenho eu prazer na morte do perverso? Esta pergunta reflete a misericórdia divina e o seu desejo de salvar a todos. "A mais preciosa palavra em todo o Livro de Ezequiel" (Kraetzschmar). Cons. o versículo 32; 33:11; I Tm. 2:4; II Pe. 3:9.

V. 25. O caminho do SENHOR, o princípio sobre o qual Ele age não é direito (yittaken). Literalmente, de acordo com o padrão. Uma figura extraída das transações comerciais (cons. v. 29; 33:17; I Sm. 2:3). 26-29. Estes versículos repetem de forma mais resumida o pensamento apresentado nos versículos 21-25, para enfatizar este novo conceito. 



                                                          INTRODUÇÃO

Os exilados judeus na Babilônia culpavam seus antepassados pelos terríveis juízos que lhes sobrevieram, de modo que Ezequiel explicou que Deus julga as pessoas individualmente por seus próprios pecados e não pelos pecados de outrem (cap. 18). Em seguida, ressaltou que os líderes judeus eram responsáveis pelas decisões insensatas que haviam tomado (cap. 19), e a própria nação tinha um longo histórico de irresponsabilidade (cap. 20). Por fim, o profeta lembrou seus ouvintes de que o Senhor Jeová também tinha a responsabilidade de ser fiel a si mesmo e à sua aliança com os judeus, e era por isso que eles os havia disciplinado (cap. 21). Ao tratar da questão da responsabilidade pessoal e nacional, Ezequiel conseguiu responder às queixas freqüentes do povo de que o Senhor estava sendo injusto com eles. 

Ezequiel começa esta passagem com citações de Jeremias de um ditado popular (Jr. 31:29) que fazia sucesso entre os exilados em Tel Abibe: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram" (Ez. 18:2). Jeremias descreveu os exilados sendo levados com Joaquim em 597 A. C. como "figos bons", enquanto os que ficaram para trás junto com Zedequias eram os "maus figos" (Jr. 24). Os judeus do tempo de Zedequias provavelmente se consideravam justos em comparação com o povo da época de Manassés; e portanto o provérbio talvez transmitisse um pensamento de justiça própria. 


                I.  SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL

1.  Uma máxima equivocada  -  A disposição dos exilados para com seu próprio envolvimento na sorte de Judá é compactada em um provérbio que Ezequiel cita literalmente. Somente duas palavras no provérbio requerem comentário. bõser denota uma fruta verde da vinha.19 O verbo qãhâ que descreve o efeito de uvas verdes nos dentes é encontrado em outro ponto somente em Eclesiastes 10.10, em que é usado quanto ao ferro não afiado.20 A LXX é inconsistente ao traduzir o verbo, pois o traduz como aípcoôiôv, “colocar na extremidade”, em Jeremias 38.29 (em português, 31.29),21 e yop<|u<lÇ£iv, “ter uma dor de dente”, aqui. A expressão descreve a sensação de uma contração dos vasos sanguíneos na boca quando uma fruta verde é comida. Os eruditos têm geralmente entendido o provérbio como uma  zombaria cínica e sarcástica no sistema da “justiça” divina que puniria crianças pela culpa de seus pais.22 Esta doutrina da responsabilidade transgeracional foi amplamente espalhada pelo antigo Oriente Próximo. Diante de uma severa praga que varria sua terra, o rei hitita do século 14, Mursiliã II, reclamou ao deus Hattian, deus da tempestade: “Meu pai pecou e transgrediu contra a palavra de Hattian, deus da tempestade, meu senhor. Mas eu não pequei em nenhum aspecto. E somente verdade, no entanto, que o pecado do pai cai sobre o filho. Assim, o pecado do meu pai caiu sobre mim”.23 Mas a doutrina tem também uma longa história em Israel.24 É expressa abertamente no segundo artigo do Decálogo: “não se encurvarás diante deles [ídolos] nem os adorarás; pois eu sou Yahweh seu Deus, ’él q annã\ que pune os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”.25 Esta era a lente pela qual o historiador deuteronomista interpretou muito da história de Israel, particularmente os eventos mais recentes. A primeira conquista de Nabucodonosor em Jerusalém e a remoção de Jeoaquim, explicitamente, descritos como um ato divino, com a intenção de remover Judá de sua vista, “por causa dos pecados de Manassés”, particularmente sua política assassina, que Yahweh se recusou a perdoar (2Rs 24.3-4).

2.  Jeremias e Ezequiel trataram do assunto  -  A objeção com que Ezequiel lida neste capítulo é expressa nas pala­vras de um provérbio muito usado: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram” (2). Que este era um provérbio comum no Israel antigo daquele período é evidenciado pela referência que lhe faz Jeremias (Jr 31:29), embora o usasse num contexto levemente diferente de Ezequiel.72 O significado é comum às duas referências, porque o provérbio está dizendo que os sofrimentos de uma geração são devidos aos dos seus antepassados. Tanto Jeremias quanto Ezequiel consideravam perniciosa esta doutrina, porque inevitavelmente levava a um espírito de fatalismo e de irresponsabilidade. Se a culpa realmente pudesse ser atribuída a uma geração anterior, aqueles sobre os quais o julgamento estava caindo poderiam razoavelmente dar de ombros diante de qualquer senso de pecado, e acusar Deus de injustiça (“O caminho do SENHOR não é direito,” v. 25)

3.  O problema em nosso tempo  -  A responsabilidade e a prestação de contas são temas fundamentais em nossos dias. A irresponsabilidade está por toda a parte, e poucas pessoas estão dispostas a assumir a culpa quando as coisas dão errado e a admitir suas falhas. Em sua obra Devil's Dictionary, o cínico Ambrose Bierce definiu responsabilidade como "um fardo móvel transferido com facilidade para os ombros de Deus, do Destino, da Sorte ou do próximo". Depois que nossos primeiros antepassados pecaram, Adão culpou Eva, e Eva culpou a serpente; ainda assim, Deus responsabilizou Adão e Eva por sua desobediência e castigou-os de acordo. O s judeus do tempo de Ezequiel estavam certos de que o Senhor iria livrá-los e poupar Jerusalém, pois eram o povo escolhido de Deus, mas se esqueceram de que os privilégios sempre trazem consigo responsabilidades. Possuíam a lei mais importante já outorgada a uma nação, mas desobedeceram a seus preceitos. O Senhor deu-lhes uma terra maravilhosa para ser seu lar, mas eles a contaminaram com sua idolatria. Transgrediram as estipulações da aliança divina e depois ficaram estarrecidos quando o Senhor obedeceu à aliança e os disciplinou.


                    II.  SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS

1.  Há esperança para o pecador (vv. 21, 22, 23)  -  21-22 A urgência do profeta se toma mais evidente ao passo que seu discurso progride. Mantendo seu compromisso com o chamado de atalaia, Ezequiel desafia seus ouvintes a encontrar vida por intermédio de três cláusulas condicionais, que, quando tomadas conjuntamente, resumem para o leitor a doutrina bíblica para o arrependimento. O arrependimento envolve uma mudança fundamental de direção, afastando-se de todo o pecado, e se comprometendo com a vontade de Deus. Assim como o velho caminho do pecado fora mencionado em ações específicas, também deve ser o novo comprometimento. O justo observa (sãm ar) todos os decretos (kol-huqqõtay) de Yahweh, e pratica (cãsâ) a justiça e a retidão. Pode se sentir o entusiasmo de Ezequiel quando anuncia o veredicto para aqueles que vão ao encontro destas condições: e/e certamente viverá! Não morrerá! A rebelião passada, expressa em atos, será desprezada, e a atual retidão será o que importa. 23 Por meio de uma pergunta retórica, que antecipa uma resposta negativa inequívoca, Ezequiel expressa as bases da esperança para os exilados: o comprometimento fundamental com Yahweh é para a vida, não para a morte. Deus não se alegra com a morte de ninguém, nem mesmo da pessoa ímpia. Seu desejo é que todos se arrependam e encontrem vida nele. Isto é o que o auditório de Ezequiel precisa para eles serem libertos de toda a cadeia de depressão e desespero - uma nova visão de Deus, um Deus que está do lado da bênção e da vida, não do lado da maldição e da morte (cf. Dt 30.15-20). Que declaração impressionante da paciência e da misericórdia divina é esta! Em âmbito nacional, embora Israel estivesse em um estado de rebelião por gerações, a porta para um futuro permanecia amplamente aberta. O profeta prom ete àqueles em seu auditório que se arrependerem de seus pecados que encontrarão vida

2. Refutando um pensamento fatalista (v.20) -  Contudo, o povo escorregava para o desespero e o fatalismo. Se estavam sendo punidos pelos crimes de Manassés (II Reis 24:3, 4) e pelos pecados de seus pais, por que deveriam lutar? Que chance tem um indivíduo diante do destino herdado do passado? Por que alguém tentaria ser piedoso em um mundo tão injusto? (Cons. o hedonismo descrito em Is. 22:12, 13). Há alguma alternativa para o desespero desolador do homem? (Ez. 33:10). Ezequiel tinha anteriormente trovejado a condenação total do povo (cons. caps. 16; 20; 23). Contudo Deus permitiu que tições fossem arrancados da fogueira. Os justos foram excluídos dos ímpios por meio de um sinal (4:4). Diante do juízo iminente, salvariam as suas próprias vidas, mas não as de outros (14:14, 16, 18, 20), contudo, o arrependimento seria possível (14:6, 11). Os conceitos da solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram coisas antigas em Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18 implica na operação da seqüência natural da causa e efeito no meio das circunstâncias da vida humana. Deus não considera um homem responsável pelas circunstâncias nas quais nasceu, mas apenas pelo uso que fizer delas subseqüentemente. Portanto, um homem é livre para renunciar o seu passado, tanto para o bem como para o mal.

3.  Duas situações (vv. 2, 22, 24)  -  Desviando-se o justo da sua justiça... acaso viverá? Este único versículo contrasta com os vss. 20-23. Todos conhecemos casos de pessoas santas que se corromperam. Tais pessoas ficam sujeitas à condenação de Deus, seja no presente seja na vida além. Não sabemos se a teologia do profeta tinha avançado para considerações pós-túmulo. De qualquer maneira, o mesmo princípio se aplica à vida agora e à vida pós-túmulo. Mas não devemos esquecer o poder de Deus, que é dedicado à salvação. O homem que volta para o pecado sofrerá, mas a graça de Deus o restaurará, afinal, ainda nesta vida ou na vida pós-túmulo. Jesus pode alcançar homens onde quer que estejam, nesta vida ou além. O presente versículo é uma declaração arminiana, sem dúvida, mas nenhuma declaração deste tipo governa a eternidade. Haverá outros reversos. O homem que realmente começou na trilha espiritual pela atuação do Espírito terminará entre os salvos, a despeito de suas vagueações. O mesmo propósito redentor o seguirá; a vida é uma só. E, para o homem genuinamente bom, o propósito opera até efetuar o resultado desejado. Assim corre a minha fé. Entro em detalhes no artigo sobre a Segurança do Crente, no Dicionário. Haverá um dia final, quando a graça de Deus deixará de funcionar, terminando com a missão redentora do Logos? Acho que não. Assim correm meu sonho e minha doutrina, confiantes na graça de Deus para superar todas as negativas que os homens tanto" apreciam. A porta do inferno se fecha do lado de dentro, e pode ser aberta pela mudança da alma que recebe a graça de Deus. Sempre haverá a possibilidade de reversos. Ver as notas sobre Ef. 1.9-10, no Novo Testamento Interpretado, onde apresento evidências das Escrituras que favorecem as minhas idéias. Ver também, na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, o verbete intitulado Mistério da Vontade de Deus e, no Dicionário, o artigo chamado Restauração. De qualquer modo, o texto ensina o princípio de “libertação do passado”. Até a porta do inferno, o Espírito chama os homens; sim, até no próprio hades, o Espírito chama os homens. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete intitulado Descida de Cristo ao Hades. Até no Hades há uma porta que conduz os homens para os céus. Deste evangelho (boas novas), eu tenho orgulho. Do evangelho pequeno, que tão freqüentemente se prega nas igrejas, tenho vergonha.


                    III.  SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL

1.  Uma pergunta retórica (v.25)  -  É óbvio, por parte do segundo protesto feito pelos ouvintes, que rejeitaram não somente a oferta de Ezequiel, rejeitaram também a sua visão de Deus. A reação do apelo de Ezequiel que vem a seguir, para escolherem vida em vez da morte, demonstra que o problema do povo não era primariamente cosmológico, mas teológico. Enquanto afirmavam serem vítimas de uma lei universal imutável que estabelecia seus destinos em relação à conduta de seus pais, na verdade estavam diante da misericórdia de um Deus caprichoso, cujas ações são previsíveis e arbitrárias. A palavra-chave neste texto é tãkên (Niphal), “serjusto, escrupuloso”, que a raiz no Qal denota: “medir, determinar”.  

Pela terceira vez, Ezequiel citou as palavras dos exilados queixosos: "O caminho do Senhor não é direito" (v. 25; ver vv. 2, 19). Aqui, o termo "direito" significa "justo". Estavam dizendo que o Senhor não estava "seguindo as regras do jogo" com seu povo. Porém, Ezequiel mostrou que o povo é que não estava sendo justo com Deus! Quando obedeciam ao Senhor, queriam que cumprisse as estipulações da aliança que prometiam bênçãos, mas quando desobedeciam, não queriam que cumprisse as estipulações da aliança que prometiam disciplina. Desejavam que Deus agisse de maneira contrária a sua própria Palavra e natureza santa. 

3.  O arrependimento  -  A justiça de Deus é demonstrada e vindicada também quando o homem mau de ontem é o homem bom de hoje. O passado é anulado pelo presente; uma mudança de conduta reverte a avaliação divina. Este versículo repete, de modo mais abreviado, o que vemos nos vss. 21 -22, onde há notas expositivas completas Este versículo expande as idéias dadas nos vss. 21-22 e 27.0 pecador de ontem pode ser o santo de hoje. O homem abandona seu caminho ímpio e o temor do Senhor começa a guiá-lo (ver em Pro. 1.7). Este homem estuda a lei e termina vivendo segundo as suas exigências. Assim, ele ganha vida (Deu. 4.1; 5.33; 6.2; Eze. 20.1). A justiça de Deus se vindica quando o homem mau de ontem recebe vida hoje, através do arrependimento e da mudança de vida. Contraste-se o caso de Judá, que fora boa ontem, mas corrupta hoje.

A conclusão dessa mensagem foi um convite do Senhor para que o povo se arrependesse (mudasse de idéia), deixasse seus pecados, se despojasse de suas transgressões como se fossem vestes imundas e buscasse um novo coração e um novo espírito. Deus prometeu ao povo um novo coração, se buscasse ao Senhor pela fé (Ez 11:19; ver 36:26). Esse era um dos temas-chave da carta que Jeremias enviou aos cativos na Babilônia (Jr 29:10-14), mas ninguém levou essas palavras a sério. Deus deixou claro que não tinha prazer algum na morte dos perversos (Ez 18:23, 32), mas se os perversos se deleitavam com seus caminhos pecaminosos e não se arrependiam, o Senhor não podia fazer outra coisa senão obedecer à sua própria aliança e castigá-los. Ezequiel desenvolve esse tema com mais detalhes no capítulo 21.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

LIÇÃO 6 - A JUSTIÇA DE DEUS.

Profº PB Junio - Congregação Boa Vista II

 


                            TEXTO ÁUREO

"Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável." (SL 18.26)


                    VERDADE PRÁTICA

Os agentes do juízo divino revelam que a responsabilidade humana é pessoal.


LEITURA BÍBLICA: EZ 14.21-21 (EXPLICAÇÃO LEITURA BÍBLICA - Comentário bíblico MOODY)


V. 13. O profeta declara que quando uma terra pecar, e Deus enviar um dos seus quatro juízos (cons. 5:16, 17) contra ela – fome (vs. 12-14), feras (vs. 15, 16), espada e guerra (vs. 17, 18), pestilência (vs. 19, 20) – ainda que, Noé, Daniel e Jó, os justos da antiguidade, estivessem na terra, só poderiam salvar-se a si mesmos. A aplicação a Jerusalém (vs. 21-23) não encontra nela pessoas justas. E que sobreviventes perversos escaparão a todos os quatro juízos, em aparente exceção ao princípio acima enunciado, será uma prova desagradável aos exilados de Deus, do justo juízo de Jerusalém. Cometendo graves transgressões. Uma tradução mais exata é traiçoeiramente cometendo traições. Veja também 15:8; 17:20; 18:24; 20:17; 39:26; Lv. 5:15; 6:2.

V. 14. Noé, Daniel e Jó são citados como exemplos de homens justos, não hebreus, da antiguidade. Cons. Gn. 6:8; 7:1; Jó 42:7-10. Virolleaud, Devaux e outros acham que o Daniel de Ezequiel é o Daniel. "justo juiz da causa das viúvas e dos órfãos", mencionado no texto de Rash Shamra em cerca de 1400 A. C. (Aqht, 170; 2 Aqht, V; 7, 8. Para um comentário mais detalhado, cons. Ginsberg, BA 8 1 1945), pág. 50; Pére deVaux, RB (1937), págs. 245, 246; W.H. Morton, "Ras Shamra" – Ugarita e Exegese do Velho Testamento", Review and Expositor, 45, (1948), págs. 70.72). 

 V. 15. Bestas-feras. Literalmente, uma besta ruim (cons. 5:17; Lv. 26:22 ). E elas (lit. ela, sing. coletivo) a assolarem, ou a despojarem. Cons. Jr. 9:10, 12. 

 V. 16. Esses três homens. Cons. 18:10-13; Jr. 15:1-4. 

 V. 17. A espada. Veja também 5:12; 6:3; 11:8; 21:3, 4; 29:8; 33:2; Lv. 26:25. 19, 20. A peste. Cons. 5:17; 38:22. 

V.  21-23. Aplicação a Jerusalém.

 V. 21. Os meus quatro maus juízos. Cons. Jr. 15:2, 3; Lv. 26:22-26. Quatro dá idéia de inteireza, totalidade .

V.  22. Eis que alguns restarão. Quaisquer sobreviventes que conduzam os filhos e as filhas. (LXX, Sir. , Sym., Vulg.). Quando esses maus figos (Jr. 24:8-10; 29:16-20) virão a vós outros na Babilônia, ficareis consolados ou reconciliados pela justiça do castigo divino sobre Jerusalém.


                                            INTRODUÇÃO

Vários dos oráculos de Ezequiel lidar com as questões de culpa e de responsabilidade ( 3: 16-21 , 18: 1-32 , 33: 1-20 ). Estes oráculos indicam que uma comunidade não pode escapar do julgamento a culpa por confiar na justiça de alguns de seus membros. Uma sociedade corrupta não pode esperar para ser isento em virtude de ter alguns santos no meio deles. Também não se pode expiar as faltas de uma família que tem um ancestral piedosa corrompido ( 16 , 18 , 20 ). Ezequiel avisa Jerusalém não cometer tal erro. Sua vingança estava chegando, embora alguns seriam salvos. A Oracle tem os "quatro julgamentos terríveis" que afligem a terra; fome ( 13 , 14 ), os animais prejudiciais ( 15 , 16 ) espada ( 17 , 18 ) e a febre ( 19 , 20 ). Tais desastres estavam relacionados. A guerra traria com ela debilitante fome, doenças e comedores. Tem havido muito debate sobre se os desastres modernos têm uma conexão direta com o julgamento de Deus. A mensagem do horrendo de Ezequiel é que alguns desastres naturais são castigo diviNúmeros Note, no entanto, que a tarefa de Ezequiel não é para se alegrar, mas para avisar, para que as pessoas possam se converter dos seus caminhos. 12 -23 O Senhor diz a Ezequiel, em outras palavras, "Se eu punir a terra por sua infidelidade enviarei contra ela fome, mesmo aqueles com caráter exemplar só poderia salvar-se ( 13 , 14 ). Se os animais nocivos eles foram enviados para perseguir a terra, ou se a guerra é declarada contra o país, ou se a febre se espalhou por todo o país, as de caráter exemplar só poderia salvar-se. Mesmo seus filhos seriam salvos ( 15-20 ). Assim será a Jerusalém, embora alguns serão salvos ( 21 , 22 ) ". Notas. 14 Noé, Daniel e Jo: estes três são visados por sua justiça excepcional. O nome de Daniel está escrito de forma diferente do habitual ( cf. também 28: 3 ) e pode se referir a um herói da literatura ugarítico. A maioria dos comentaristas acreditam que o Daniel de AT ainda não estabeleceu a sua reputação. 21 Quatro ensaios: os mesmos quatro são utilizados em Apocalipse. 6: 8 . 


                I. SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO

1.  O discurso profético -  Na resposta de Ezequiel aos inquiridores, intencional e ironicamente se aprofundou no poço da tradição legal sagrada de Israel. Os anciãos de Israel vieram a ele procurando uma palavra divina, provavelmente um novo oráculo de reafirmação quanto ao futuro da nação. Yahweh, na verdade, não responde, mas dá uma antiga palavra tradicional, bem diferente daquela que esperavam. A inquirição dos anciãos pode parecer nobre e ortodoxa, mas está de acordo com suas ofertas ilegítimas e com o comer do sangue. Portanto, em vez de oferecer encorajamento, Ezequiel conclama toda a nação ao arrependimento de seus compromissos religiosos sincretistas; caso contrário, enfrentariam certo julgamento do Senhor da aliança. Yahweh tem um caso capital contra eles, e seu julgamento é certo.

2.  A primeira parte do oráculo (v.13) -   A reação de Yahweh a tal infidelidade é descrita primeiro em uma afirmação geral: estendi minha mão contra ela (nãtatti yãdi cãlêhã).29 Ezequiel já tocou no assunto dos efeitos devastadores da mão estendida de Yahweh em dois textos anteriores (sobre a nação, 6.14; sobre o indivíduo, 14.9). Aqui, outro exemplo da exposição redentiva, ele oferece uma exposição do assunto ao citar quatro cenários diferentes, em cada caso envolvendo um agente diferente de julgamento. Estes casos são apresentados em painéis paralelos (quadro 4). Porque não há progressão evidente nos quatro painéis, pode-se examiná-los ao comparar e contrastar suas características respectivas sob uma série de título.

3.  Descrição dos agentes do juízo divino (vv. 17,21) -   Espada, passa pela terra iníqua. Adonai-Yahweh (Senhor Soberano) manda Sua espada à terra para aniquilá-la. Está historicamente confirmado que o exército babilónico não poupou nem os animais. Os homens e os animais de Judá foram praticamente obliterados, tamanha foi a destruição. É terrível quando a guerra é ordenada por Deus e tudo Lhe é oferecido, como um holocausto (ver a respeito no Dicionário). Para os quatro meios clássicos do julgamento divino, a espada, a fome, as bestas-feras e a peste (não há relevância na variação da ordem, comparada com os w . 13:19), ver a nota sobre 5:17. Muilenburg nota que na Épica Babilónica de Gilgames, que contém a famosa versão paralela do Dilúvio, depois de as águas terem baixado e Utnapistim ter oferecido sacrifícios aos deuses, a deusa-mãe E a zombou do deus Enlil que enviara o dilúvio e perguntou-lhe por que não enviara o leão, o lobo, uma fome ou uma pestilência.56 Isto sugere que estes quatro julgamentos correspondiam às desgraças que eram universalmente temidas em todas as partes do antigo Oriente Próximo.



                    II.   SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE

1.  Exemplos de intercessão pelo pecador -   Agora, porém, Abraão chegava ao fim de sua intercessão. O número de justos foi baixado para um ridículo dez. Antigos intérpretes judeus supõem aqui que Abraão tinha boas razões para esperar encontrar esses dez entre os familiares de Ló. Sem dúvida, entre seus familiares e seus escravos, poderiam ser achadas dez pessoas razoavelmente justas. A narrativa, porém, é interrompida, sem dizer-nos o resultado de uma suposta investigação. Mas 0 capitulo dezenove fornece-nos a resposta. Yahweh não permitiu que Sodoma escapasse ao castigo. Antes, as poucas pessoas razoavelmente retas foram removidas da cidade, deixando ali, como é presumível, somente as pessoas pecaminosas, para receberem 0 merecido castigo. Nesse caso, a intercessão de Abraão foi um completo sucesso, embora não da maneira exata como ele havia planeja- do. E assim sucede, com frequência, com a vontade de Deus. Pensamos que certa coisa tem de ser feita de certo modo, mas ignoramos a soberana vontade de Deus. Ele pode responder às nossas petições, mas de uma maneira inesperada e melhor. E, de outras vezes, Ele não responde às nossas preces, porque isso é melhor para nós. Seja como for, há evidências esmagadoras em favor da suposição de que Deus responde às nossas orações, e que a oração é, realmente, eficaz. Todas as pessoas que trilham pela vereda espiritual recebem provas disso. Ver no Dicionário os verbetes Oração e Intercessão.

2.   Um castigo inevitável -    Irrevogabilidade. A fuga desejada da mão de Yahweh é expressa na raiz nsl, “salvar, livrar”, que, com suas sete ocorrências nos vs. 14-20, funciona como uma Leitwort na passagem. A palavra é com frequência associada com a libertação de Israel da escravidão egípcia operada por Yahweh, mas num tom irônico, o agente do resgate anterior agora se apresenta como inimigo de quem a libertação é necessária. Mas a libertação não virá. Nem mesmo a presença das pessoas mais retas na História mudarão a mente de Deus. Para concretizar a irrevogabilidade desta realidade dura, o profeta nomeia três pessoas, paradigmas de virtude, cuja presença em Israel não convenceria Yahweh de retirar a sua mão: Noé, Daniel e Jó.

Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã.

3.  Quando Deus não atende à oração intercessória de um justo  Que quando o pecado de um povo atingisse o seu auge, e a sua destruição fosse promulgada, a piedade e as orações dos melhores homens não prevaleceriam para dar um fim à controvérsia. Isto é declarado aqui, repetidas vezes, pois, ainda que esses três homens estivessem no meio de Jerusalém, “nem filho nem filha eles livrariam”. Os pequeninos não seriam livrados por causa deles, tanto quanto os pequenos de Israel não foram livrados pela oração de Moisés, Números 14.31. Não. A terra seria desolada, e Deus não ouviria as orações por ela, ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante dele, Jeremias 15.1. Observe que quando se abusa da paciência, ela se converte em ira inexorável. E parece que Deus seria mais inexorável no caso de Israel do que em qualquer outro (v. 6), porque, além da paciência divina, eles tinham desfrutado de mais privilégios do que qualquer outro povo, e isto agravava o seu pecado.


                    III.  SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ 


Além desse texto, o nome Noé ocorre somente em Gênesis 5-10, Isaías 54.9, e 1 Crônicas 1.4, os últimos dois ligados a Gênesis. Figuras semelhantes a Noé aparecem em várias tradições antigas do oriente próximo,38 mas não há necessidade de olhar além da própria herança literária hebraica de Ezequiel para uma base sobre a referência que faz. De acordo com Gênesis 6.9-12, Noé se distinguiu como uma pessoa reta (’issaddiq), um homem sem culpa na época em que vivia (tãm ím hãyâ bèdõrõtãyw), e alguém que andou com Deus (’et-hã’êlõhim hithallek), em contraste com uma corrupta (sãhat) e violenta (hãmãs) sociedade na qual viveu. Como alguém que não trouxe benefícios de justiça para os seus contemporâneos, serve como um perfeito exemplo para o que Ezequiel está defendendo. Mas a determinação de Yahweh é até mesmo mais firme aqui do que foi antes do dilúvio. Se Noé estivesse presente agora como a única pessoa reta, seus filhos não sobreviveriam ao julgamento vindouro. 

Jó, o terceiro paradigma de retidão de Ezequiel, é conhecido somente do livro bíblico que leva o seu nome. De acordo com o prólogo em prosa do livro de Jó, o homem, um patriarca de Uz, foi destacado por sua piedade. O narrador compartilha que Deus reconhece esse homem como reto (tã m ), justo {yãsãr), e temente a Deus (yêrê’ ’êlõhim), e que se afastava da impiedade (sãr mêrãc) (Jó 1.1,8; 2.3). O peso do coração poético do livro é explorar se essa piedade era genuína (observe Satanás acusando-o em 1.9). Argumentando com base em seu sofrimento e buscando uma causa, os “três amigos” de Jó insistiram que seu sofrimento era a punição pelo seu pecado. Mas o herói mantém sua retidão (sêdãqâ, 27.6), alcançando o clímax de sua autodefesa com uma recitação apologética de seu código de honra (cap. 31), uma longa exposição da definição israelita de justiça. No final, Jó é vindicado e ordenado a interceder a favor de seus “amistosos” acusadores (42.8).

 No meio dos dois nomes está Daniel. Embora o Daniel de Ezequiel tenha tradicionalmente sido identificado com o Daniel do livro bíblico,39 esta interpretação levanta várias questões. Como um contemporâneo mais jovem que Ezequiel ganha o direito de se colocar ao lado de paradigmas tradicionais de piedade como Noé e Jó dentro de um período tão curto. O que faz Daniel, o contemporâneo hebraico, em companhia de dois heróis não israelitas do passado? Por que Ezequiel escreve seu nome dn7, em vez de dnyT! 

Que tipo de figura o Daniel de Ezequiel precisa ser? O único denominador comum entre os três homens nesta tríade é o caráter, definido aqui pelo termo reto (sédãqâ, vs. 14, 20). Assim como em 3.17-2l,sédãqâ se refere à fidelidade moral e espiritual mostrada em conformidade com a vontade divina (cf. 18.5-9) - a antítese de “agir enganosamente” (m ãcal m acal, v. 13). O texto não exige que sejam indivíduos de um passado comum. Ao contrário, Noé e Jó representam milênios à parte. O primeiro foi de uma era antediluviana e o segundo de um período dos patriarcas. Contrário aos conceitos comuns, nenhum desses homens é conhecido principalmente por seu poder intercessor. Noé e Jó eram simplesmente dois homens piedosos que sobreviveram a desastres indescritíveis por causa de sua retidão. Ezequiel não estava visualizando o intercessor como Abraão clamando a Yahweh a favor de Sodoma e Gomorra, mas uma pessoa reta dentro destas cidades cuja presença poderia segurar a mão do Juiz de toda a Terra. Uma pessoa como Abraão teria a atitude de esperar que Deus encontrasse alguém justo naquelas cidades.4* Baseado na evidência do livro de Daniel, um contemporâneo de Ezequiel tem o critério interno. Tendo sido levado à Babilônia como um prisioneiro político na primeira visita de Nabucodonosor a Jerusalém, em 604 (Dn 1.1), este jovem hebreu rapidamente se distinguiu como um homem de virtude extraordinária e fé. 

 Ezequiel assim afirma que mesmo se Noé ou Jó ou os próprios contemporâneos dos exilados que são modelos de retidão estivessem em Jerusalém, a cidade não seria poupada. Esses indivíduos justos seriam libertos, e ninguém mais, nem mesmo as crianças, escaparia com eles. Ao apresentar esses quatro casos hipotéticos, o profeta criou uma poderosa, e talvez hiperbólica, forma para comunicar que a salvação não pode ser alcançada por procuração. Para aqueles na audiência que talvez duvidassem da sinceridade da ameaça de Yahweh, em cada um dos três últimos painéis, a força retórica é fortalecida pela adição da fórmula de juram ento, seguida pela fórmula signatária. De fato, Yahweh declara: “assim como eu vivo, certamente vocês morrerão”. Nem mesmo crianças podem confiar na retidão de uma pessoa virtuosa no meio delas. E se filhos e filhas são excluídos, muito mais o restante da família, a casa de Israel. O princípio da responsabilidade individual para o destino de alguém, que será desenvolvido em detalhes no capítulo 18, deve ser aplicado com rigor sem precedente. A família de Noé havia escapado do grande dilúvio com ele, mas nenhuma esperança como aquela é mantida aqui. A salvação será determinada pela retidão da própria pessoa somente, nem por laços de família, e muito menos pela cidadania israelita. No entanto, ainda que estivesse falando sobre a responsabilidade individual, o interesse de Ezequiel é corporativo: os pecados de Israel são tão monstruosos que o dilúvio da fúria divina sobre a nação não pode ser impedido.




AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

Pr. Local – Ev. Antônio Sousa

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão




Comentário bíblico AT, Matthew Henry - editora CPAD

https://professordaebd.com.br/6-licao-4-tri-22-a-justica-de-deus/

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

LIÇÃO 5 - CONTRA OS FALSOS PROFETAS.

Profº PB. Junio - Congregação Boa Vista II.


                        TEXTO ÁUREO

"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição." (2Pe 2.1)


                       VERDADE PRÁTICA

Os falsos profetas contrapõem a Palavra de Deus e lançam dúvidas no coração do seu povo.


    LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: EZ 13.1-10 ( explicação comentário bíblico MOODY)


V. 1 . O termo falsos profetas não está no V.T., mas a perspectiva histórica acertou em designá-los assim. Havia duas classes de falsos profetas: aqueles que eram representantes de algum objeto de culto, outro que não o verdadeiro Deus, como, por exemplo, Baal, Moloque (cons. o desafio de Elias aos profetas de Baal, I Reis 18:19 e segs.); e aqueles que falsamente se propunham a falar em nome de Jeová (cons. a oposição de Micaías aos profetas de Acabe, I Reis 22:5-28). A mais forte acusação desses enganadores foi feita por Jeremias, que se lhes opôs com base moral, pessoal e política (Jr. 23:9-32). Durante os últimos suspiros de Jerusalém, Hananias se opôs a Jeremias na pátria (Jr. 28) e Acabe, Zedequias e Semaías se lhe opuseram na Babilônia (Jr. 29:15- 32). Ezequiel neste capítulo também denuncia os falsos profetas e as falsas profetizas. (Veja A.B. Davidson, "The False Prophets", O.T. Prophecy, págs. 285-308).

V. 2. Ezequiel aqui se refere sarcasticamente aos profetas de Israel, falsos profetas que profetizando dizem o que lhes vem do coração, isto é, suas emoções e desejos. Ele desmascara a fonte (v. 3), o conteúdo (vs. 4, 5) e o resultado de sua mensagem (vs. 6, 7) e o destino dos falsos profetas (vs. 8, 9). 

V. 3. Profetas loucos. Um jogo de palavras: nebi'îm nebalîm, algo assim como "profetas infrutuosos". A loucura é mais uma deficiência moral que intelectual. No livro de Provérbios, por exemplo, a sabedoria é apresentada como o "temor do Senhor", e a loucura como o desprezo por Ele e Seus preceitos. A força que impetra esses profetas era seu próprio espírito, não o Espírito do Senhor. 

 V. 4. As ruínas lhes eram tão familiares como às raposas saltitantes, e eles promoviam a devastação.

V. 5. Falhavam em permanecer nas brechas, para impedir o desastre da invasão (cons. 22:30; Sl. 106:23). Nem edificavam muros de conselho moral e espiritual para Israel enfrentar a crise iminente. O dia do SENHOR. Cons. coment. sobre 7:7. 

 V. 6. Adivinhação mentirosa. Adivinhar significa obter um oráculo de um deus tirando a sorte (cons. 21:21). Receber o conhecimento das coisas secretas através de meios supersticiosos era proibido a Israel (Êx. 22:18; Nm. 23:23; Dt. 18:10, 11) e a adivinhação era considerada desdouro (cons. Ez. 13:7, 9, 23; 21:29; 22:28; Mq. 3:6, 7, 11). Que dizem : O Senhor disse. Oráculo do Senhor (ne'um Yahweh ), a fórmula da verdadeira inspiração (cons. Amós, que a usa 21 vezes, 2:11,16, etc.). Esperam o cumprimento da palavra. Não havia critério externo para a verdadeira profecia. "Enquanto o verdadeiro profeta tinha em si próprio o testemunho de ser verdadeiro, o falso profeta podia não estar cônscio de que era falso" (Jr. 23:21, 31; A. B. Davidson, op. cit.).

V. 9. Predição de castigo triplo para os falsos profetas. No momento tinham prestígio e influência, mas no novo reino não estarão no conselho do meu povo (cons. Gn. 49:6; SI. 89:7; 111:1, nem serão inscritos nos registros (isto é, na lista) da casa de Israel (cons. Ed. 2; Ne. 7; Êx. 32:32, 33; Is. 4:3; Ml. 3:16), nem entrarão na terra de Israel (cons. Ez. 20:38; Jr. 29:32). 

V. 10. Os falsos profetas anunciaram paz, quando não há paz. Veja Mq. 3:5; Jr. 6:14; 8:11; 23:17. A seção seguinte diz, literalmente, e ele (o povo) está construindo uma parede-meia (hayis, só aqui nesta passagem; uma parede de pedras simplesmente colocadas umas sobre as outras sem nenhuma liga), e eis que os profetas as rebocam com barro amargoso, ou cal. Os profetas concordavam com a tentativa do povo de defender a cidade, escondendo sua fraqueza por meio de profecias mentirosas.


                                            INTRODUÇÃO

Primeiramente, a frieza espiritual é geralmente expressa no cinismo para com Yahweh e seu porta-voz. Em todas as eras pessoas têm questionado a eficácia da palavra divina. Nos dias de Malaquias a questão era: “onde está o Deus da justiça?” (2.17); na igreja primitiva, “onde está a promessa de sua vinda?” Pedro respondeu à igreja primitiva ao relembrar seus leitores que deveriam continuar a levar seriamente não somente as palavras dos santos profetas, mas também os mandamentos do Senhor e Salvador, apresentados pelos apóstolos (2Pe 3.12). Levando-se em consideração que as afirmações do pregador proclamam a mensagem dos profetas e dos apóstolos, a injunção ainda permanece. Segundo, a última palavra é de Deus. Respondendo aos cínicos de seu dia, Pedro primeiramente relembrou a eficácia da palavra divina na criação do mundo num passado distante. Mas também avisou seus leitores que essa mesma afirmação é destinada para o julgamento escatológico final do universo, quando aqueles sem Deus serão destruídos (2Pe 3.3-7). Enquanto isto, nós precisamos lembrar que os métodos de Deus de estimar o tempo são diferentes dos nossos, e podemos estar muito mais próximos do dia do que imaginamos. Mas este não é o argumento que Ezequiel usou. A certeza do cumprimento da palavra divina é baseada na pessoa e no caráter de Deus. Os desafios feitos pelo povo arrogante e rebelde não mudarão o fato de que quando Deus fala, ele age. Dentro de alguns anos, a partir desta afirmação, os cínicos seriam silenciados pela terrível verdade de sua palavra. 


                I.  SOBRE OS PROFETAS

1.  O termo "profeta" -  A palavra hebraica para «profeta» é nabi, que vem da raiz verbal naba. Essa palavra significa «anunciador», «declarador», e, por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, frequentemente recebidas por alguma revelação ou discernimento intuitivo. Ademais, os profetas usavam vários meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh e hozeh também são usados. Ambos significam «aquele que vê», ou seja, «vidente». Todas as três palavras aparecem em I Crô. 29:29. Os eruditos procuram estabelecer distinções entre elas, mas talvez sejam meros sinônimos, usados para emprestar variedade literária às composições escritas. Nabi é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns poucos exemplos são Gên. 20:7; Exo. 7:1; Núm. 12:6; Deu. 13:1; Juí. 6:8; I Sam. 3:20; II Sam. 7:2; I Reis 1:8; II Reis 3:11; Esd. 5:1; Sal. 74:9; Jer. 1:5; Eze. 2:5; Miq. 2:11.   É possível que essa palavra também fosse usada para designar a missão profética. Um título comumente aplicado aos profetas era «homem de Deus», que ocorre por cerca de setenta e seis vezes no Antigo Testamento. Cerca de metade dessas ocorrências é usada em referência a Eliseu, e outras quinze dizem respeito a um profeta cujo nome não é dado (I Reis 13).  Além disso, a expressão é usada para designar Moisés, Elias, Samuel, Davi e Semaías. Por sua vez, roeh figura por doze vezes no Antigo Testamento: I Sam. 9:11,18,19; II Sam. 15:27; I Crô. 9:22; 26:28; 29:29; II Crô. 16:7,10; Isa. 30:10. Sete dessas ocorrências aplicam- se a Samuel. Hozeh figura por dezenove vezes: I Crô. 21:9; 25:5; 29:29; II Crô. 9:29; 12:2,15; 19:2; 29:25,30; 33:18,19; 35:15; II Sam. 24:11; II Reis 17:13; Isa. 29:10; Amós 7:12; Miq. 3:7. Ainda outros títulos dados aos profetas são: Atalaia (no hebraico, sophim): Jer. 6:16; e Eze. 3:17; e pastor (no hebraico, raah): Zac. 11:5,16.

2.  Outros termos para designar os profetas de Deus -   Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes*, «em favor de», e phemi, «falar», ou seja, «alguém que fala por outrem», e, por extensão, «intérprete», especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta».

3.   Os falsos profetas -   FALSO PROFETA O Falso Profeta (Ap 19.20; 20.10), também chamado “a segunda besta” ou, ainda, “a outra besta” (Ap 13.1118), é um líder religioso que é associado à primeira Besta, o líder político do período da Tribulação, como seu subordinado. Ele aparece no poder no meio da Tribulação, no momento em que a primeira Besta, ou o Anticristo {q.v.), assume o poder político mundial (Ap 13.7) e ele, o poder religioso.      Talvez seja um judeu, uma vez que Apocalipse 13.11 pode indicar que ele surge “da terra”, ou da Palestina. (Em gr. a palavra ge pode significar “mundo” ou “terra”). Ele move-se no reino religioso, pois aparece como um cordeiro (Ap 13.11), E capacitado por Satanás, recebendo o seu poder da primeira Besta (Ap 13.12). Ele promove a adoração à primeira Besta, e força a terra a adorá-la (Ap 13.12). Seu ministério e autoridade são autenticados por milagres e sinais que ele opera através do poder satânico (Ap 13.13,14).    O mundo incrédulo é enganado por ele e adora a primeira Besta como se esta fosse o próprio Senhor Deus (Ap 13.14,15). Ele detém o poder da vida e da morte para forçar a adoração à primeira Besta (Ap 13.15). Sua autoridade estende-se ao reino económico, e ele usa este poder económico para impor a sua vontade (Ap 13.16,17). Se houver algum crente naquele dia, poderá reconhecê-lo por causa do sinal que foi dado para identificá-lo (Ap 13.18).     O Falso Profeta, junto com Satanás e a primeira Besta, formam um triunvirato do mal, a obra-prima do engano de Satanás. O mundo será dominado por eles durante a última metade do período da Tribulação nos âmbitos político, religioso e económico, como uma imitação do governo mundial que Deus exercerá sobre a terra no Milénio, por intermédio de Jesus Cristo, o Messias. J. D. P. 


                    II.  SOBRE OS FALSOS PROFETAS EM EZEQUIEL

1.  Os dois lados -   "O conflito entre profetas verdadeiros e falsos foi dramatizado pelo incidente que envolveu Micaías, filho de Inlá. Ele fez oposição aos 400 profetas de Baal e contra Acabe e Jezabel. Ver I Reis 22.8-26; houve também o conflito entre Jeremias e Hananias, o terrível (Jer. 28). Amós recusou identificar-se com os falsos profetas de seu tempo (Amós 7.14). Tanto Miquéias como Isaías participaram do conflito (Miq. 2.11; Isa. 9.15). Os falsos profetas guiaram o povo para a destruição, afirmando que tudo estava bem, enquanto tudo estava muito ruim” (Theophile J. Meek, in loc.). O povo era enganado com falsas esperanças. Corrupções internas facilitaram o trabalho dos falsos profetas. As pessoas foram “vítimas contentes” da liderança corrupta da época; quiseram ouvir mentiras, porque a verdade lhes perturbava a vida. A Pesquisa Moderna. Estudos realizados por cientistas dos fenômenos psíquicos têm demonstrado que a psique humana é perfeitamente capaz de produzir wsões totalmente independentes de Deus ou de demônios. Tais visões podem ser meramente sonhos no estado acordado, ou puras invenções psíquicas que não têm nada que ver com a realidade. Mas, para os inventores, são absolutamente reais. Podem existir fontes demoníacas, mas as experiências místicas podem ser naturais e humanas, não divinas ou demoníacas. Além disso, os mentirosos gostam de glorificar-se, afirmando ser líderes espirituais que têm visões do alto. Sempre encontram discípulos ingênuos que acreditam em suas mitologias.

2.   Apresentação (v.2) -  A primeira delas é: são chamados projetas de Israel (nèbVê yisrã’êl), uma frase única em Ezequiel (também no v. 16 e 3 7 .1 8 ). Esta designação não somente distingue os endereçados de Ezequiel em relação aos profetas babilónicos profissionais,' mas também abre a porta para uma aplicação maior para os seus amigos exilados e para os profetas israelitas em todos os lugares. De fato, os versículos 10-16 parecem ter em mente os seus equivalentes naqueles que moram em Jerusalém especificamente. Segundo, eles são descritos tautologicamente como profetas... que estão profetizando. A redundância é sarcástica: “eles profetizaram sem limites: suas bocas sempre estavam cheias de ‘assim diz o Senhor”’. Aparentemente, o povo levou estas palavras a sério. Terceiro, são caracterizados como profetas autoinspirados. Aqui a palavra lêb é usada de forma intercambiável com a palavra rüah (cf. v. 3) para a base do pensamento e a fonte do discurso. Antecedentes a esta referência da autoinspiração aparecem em outros pontos no Antigo Testamento, mas o uso que Ezequiel faz da expressão reflete a influência de seu contemporâneo Jeremias, que havia denunciado os falsos profetas com a expressão: hâzôn libbãm yèdabbêrü, “pronunciam uma visão de seus próprios corações” (Jr 2 3 .16). O que Ezequiel quer dizer é que a inspiração deles não era maior do que a sabedoria de um homem comum. Seus pronunciamentos não eram nada mais que tramas próprias, baseadas em suas próprias avaliações da situação e em seus próprios julgamentos. Opiniões particulares estavam sendo declamadas como pronunciamentos divinos. Tragicamente, seus ouvintes eram ingênuos para fazer a distinção.

3.  O desserviço dos falsos profetas (v.3) -  O pronunciamento de ai em si mesmo mostra três problemas com os profetas profissionais como uma classe. Primeiro, são tolos. O adjetivo nãbãl é usado na literatura de sabedoria quanto a um tipo especial de tolo: aquele que é arrogante (Pv 30.32), cruel na palavra (Pv 17.7), obtuso espiritualmente e moralmente (Jó 2.10), um salafrário (Jó 30.8). Nos salmos nãbãl nega (14.1; 53.2 [em português, 1]) e blasfema Deus (74.22). Atos tolos que dão culpa incluem pecados sexuais e irreverência cúltica (Js 7.15). Isaías 32.5-6 (NRSV) fornece a descrição total de um nãbãl: Um tolo (nãbãl) nunca mais será chamado nobre (nãdib), nem um vilão (kilay) será honrado (sôac). Pois tolos (nãbãl) falam tolices (nèbãlâ), e suas mentes (libbô) armam iniquidades: para praticarem impiedades, declararem o erro (tôcá) em relação ao Senhor. A caracterização de Ezequiel quanto aos profetas como nêbãlim enfatiza o caráter ímpio e perverso deles. Segundo, sua função autônoma: seguem seus próprios impulsos. Assim como lêb no versículo 2, rúah denota a fonte da inspiração profética. Embora a frase hãlak ’ahar, “andar de acordo com”, difira um pouco da expressão mais comum, hãlak ’ãhêrê, “seguir, andar segundo” (e.g., 20.16; 33.31), convida os ouvintes a pensarem sobre a conduta pessoal dos profetas em geral, mas a ênfase neste contexto refere-se a afirmações proféticas. Longe de receber orientações de Yahweh, esses profetas estavam meramente ventilando as próprias imaginações enganosas. Terceiro, eles não têm inspiração divina: não viram coisa alguma. A expressão lèbilti rã’ú é estranha, mas o sentido deve ser algo como “sem visão”. Porque os profetas são também identificados como rõím , “videntes”, e os cognatos rõ’eh (ls 28.7) e m ar’eh serviram como designações para visões proféticas, esta afirmação se junta a outra negação da genuinidade. Entretanto, pode-se entender a afirmação como a acusação mais geral de ignorância espiritual. No entanto, os falsos profetas “olham” para si mesmos, ou para a situação atual, suas respostas não representam a perspectiva de Deus.

4.  As "raposas do deserto" (v.4) -   O âmago desta denúncia é a frase como raposas entre as ruínas, figura que sugere que os profetas não têm nenhuma real preocupação para com o povo entre o qual vivem. Vão cavando entre os alicerces sem qualquer respeito para com o bem-estar do local, resolutos apenas em fazer covis para si próprios, ou, mudando de metáfora, em puxar a brasa para a sua sardinha. Tal atuação não é apenas estulta e irresponsável, como também é moralmente repreensível, e Ezequiel emprega uma palavra mais enfática para descrever sua estultícia. O profeta emprega duas figuras de linguagem para descrever uma maneira perversa na qual seus profetas levaram avante seus trabalhos. A primeira maneira é comparando-os com chacais no meio das ruínas. A imagem é perfeita dada a frequente associação desses animais, de bando, noturnos e carniceiros e com as cidades devastadas e as civilizações devastadas. Ezequiel não dá uma interpretação da símile, mas a figura convida os ouvintes a imaginar Israel como uma sociedade em ruínas. Em vez de ajudar a reconstruir a nação, os falsos profetas enfatizam sobre a devastação. A segunda figura oferece uma imagem diferente de destruição: as fortificações ao redor da casa de Israel se deteriorarão. A metáfora compara Israel a uma vinha, ou um campo, que normalmente seria protegida de saqueadores humanos e anim ais por uma parede (gãdêr). Quer construído de pedras soltas quer com argamassa, pelo abandono, a parede rapidamente se deterioraria. Quando apareciam brechas (pèrãsôt), uma ou duas reações eram requeridas daqueles responsáveis pela segurança da propriedade: ou ir e ficar em pé na brecha, afastando qualquer intruso, ou reparar o muro.

                   

                         III.    SOBRE A GERAÇÃO DAS MENSAGENS FALSAS

1.  O profeta no Antigo Testamento -   No dia de Yahweh. Num estilo característico ezequieliano, o profeta sacode sua audiência ao mudar a nuança da parede. No versículo 5b, Israel não é mais a vinha protegida por uma cerca de pedras; ela é uma cidade cercada. Isto pode ser boa-nova; as más notícias são que o inimigo não é somente o exército de algum reino terreno, mas o próprio Yahweh. Essas imagens lidam com o entendimento comum que o papel do profeta era de manter as defesas espirituais da comunidade de Israel. De acordo com 20.29-30 isto deveria ter sido feito ao rogar por uma revitalização espiritual e moral. Mas esses profetas, que se autosserviam, negligenciavam suas responsabilidades sociais. Em vez de se colocarem em pé na brecha ao anunciar o mal, e reconstruírem o muro ao rogar pela renovação das relações do pacto no qual a verdadeira segurança deveria ser encontrada, ficavam remexendo as ruínas com intenção de tirar o maior proveito possível para eles. Como resultado, Yahweh, o Deus patrono de Israel, tornou-se o inimigo mais terrível deles.

2.  Os portadores de mensagens falsas ( vv. 6-8) -  13.6 Tiveram visões falsas e adivinhação mentirosa. A variedade de enganos: 1 .0 que eles falavam era falso, às vezes mentiras desgraçadas e propositais. 2.  Eles tinham falsas visões que consideravam mensagens de Yahweh. 3. Sabiam que as falsas visões eram fruto de sua imaginação. 4. Falaram de visões que eram meramente produtos de “desejo”, como o são a maioria dos sonhos humanos. O que nós realmente queremos, nossos sonhos nos dão, no nosso mundo imaginário da noite. 5. Suas visões eram “esperanças” de seu coração, não realidades do mundo objetivo. Suas palavras facilmente enganaram o povo que quis ser enganado. Judá já era uma nação perdida na idolatria-adultérío-apostasia. Eram ovelhas do diabo que não resistiram aos profetas do diabo. Em alguns casos, os falsos profetas eram vítimas de auto-engano, e seus discípulos se tornaram cópias dos mestres. 13.7 Não tivestes visões falsas... quando dissestes: O Senhor diz, sendo que eu tal não falei? Para certos intérpretes, este versículo afirma que algumas visões dos falsos profetas eram reais. Aqueles profetas, realmente, sob certas circunstâncias, receberam uma previsão do futuro. Suas visões eram pervertidas e mal aplicadas e terminaram prejudicando o povo, em vez de ajudá-lo. Outros intérpretes vêem aqui simplesmente mais uma referência às visões falsas e enganadoras, desprovidas de qualquer valor. Yahweh, de toda a maneira, não os intuiu em suas visões, verdadeiras ou falsas. Sincretismo Doentio. Aqueles falsos líderes religiosos desenvolveram um sincretismo doente, no qual Yahweh era misturado a outros deuses, em uma “salada nojenta”. Eles abandonaram as velhas tradições, produzindo sua “nova religião”. Ilusão e Auto-engano. Estudos psíquicos têm derríonstrado claramente que a psique humana é capaz de produzir ilusões visuais e auditivas. O cérebro-mente produz um mundo ilusório, que é perfeitamente real para seu criador. Um experimento colocou uma pessoa em uma cápsula, dentro de água. As percepções dos sentidos ficaram severamente limitadas. Dentro de 24 horas, as pessoas sujeitas a esta privação das percepções alucinam, criando um mundo mental. Este mundo é perfeitamente real para seus criadores. Tais pessoas podem facilmente acreditar em suas próprias profecias e visões falsas, e logo passam a ter discípulos que fielmente acreditam naquilo tudo. Ver II Tes. 2.11. 13.8 Eu sou contra vós outros, diz o Senhor Deus. Adonai-Yahweh (o Soberano Eterno) declara-se contra a farsa e as falsificações dos falsos profetas. O julgamento divino irá abatê-los e isto acontecerá com todos os homens reprovados de Judá. Eles gritavam “paz e prosperidade", mas seus gritos não funcionariam como defesa no dia da calamidade. Suas falsas profecias de paz não os protegeriam no dia da crise; eles seriam vítimas do exército babilónico. Seriam mortos na matança generalizada. Cf. Apo. 2.16. Eles ajudaram a promover a desintegração moral e espiritual do povo, que traria o fim da nação. O exército babilónico cometeria genocídio. Senhor Deus. O título divino utilizado aqui implica que Yahweh tinha a capacidade e a vontade de acabar com a raça dos falsos líderes religiosos. Yahweh faria uma intervenção. Adonai-Yahweh, o Soberano, é o título mais comum de Deus, usado 217 vezes neste livro, enquanto no restante do Antigo Testamento ocorre somente 103 vezes

3.   A ira de Deus contra os falsos profetas (v.10) -   Para ilustrar os efeitos enganadores de suas atividades, Ezequiel introduz uma nova metáfora. O que está acontecendo na casa de Israel pode ser comparado com a maneira como algumas pessoas constroem casas. Primeiro, as paredes são fracas, talvez por causa do barro usado nos tijolos, um barro de baixa qualidade, ou os tijolos não têm fibra suficiente para segurar o barro, a argamassa é deficiente. Mas em vez de corrigir os defeitos dos fabricantes do tijolo e dos pedreiros, tão logo os muros se erguiam, outros trabalhadores vinham e cobriam todas as evidências da baixa qualidade usando massa. A palavra para massa, tãpêl, é rara e tem sido interpretada principalmente como “saliva”, “qualquer coisa que careça de um ingrediente essencial”, neste exemplo argamassa sem o ingrediente orgânico essencial para dar liga; uma variante de tãpal, “rebocar, espalhar”, que se encaixa com o verbo tüah, “rebocar, cobrir, espalhar sobre”, associado com tãpêl por toda essa passagem (vs. 10-12, 14-15) e a afirmação paralela em 22.28;72 um cognato de tiplâ “vaidade”. Enquanto os profetas do século 6° encontraram especialmente na palavra tpl uma expressão apropriada para falsos profetas, aqui Ezequiel parece ter se baseado em Jeremias, que condenou os profetas enganadores de Samaria usando tiplâ, porque “levaram meu povo para lugares errados” ao profetizarem por Baal. É de especial ensino o texto de lamentações 2.14, que, talvez sobre influência de Ezequiel, fala de profetas tendo visões (hãzú) “vazias” (saw’) e “futilidades” (tãpêl). Ezequiel oferece sua própria explicação do termo em 22.28: “eles espalharam (tãhü) tãpêl para eles, vendo o vazio (sõw’) e adivinhando falsidade (qõsèmim kãzãb) para eles”. Em 13.10-14 o profeta não está descrevendo uma visão que teve dos homens cobrindo as paredes de uma casa; antes, está desenvolvendo uma metáfora comum quanto à hipocrisia em geral. O que é espalhado nas paredes, tãpêl, é uma abstração negativa, denotando “futilidade” ou “vaidade”. A audiência de Ezequiel não perderia o jogo com as palavras com tpl, “rebocar”, mas tãpêl funciona como um correlativo semântico de sãw \ “vazio”, e kãzãb, “engano”. No português contemporâneo, o efeito retórico equivalente pode ser atingido por meio da tradução de tãpêl como “discurso ridículo”, um termo de gíria para “besteira”, que faz um jogo com a tradução tradicional de “água caiada”, mas com uma nuança maior. Ezequiel ainda não identifica aqueles que participam desse projeto figurativo de construção. No entanto, pensando em 22.28, que claramente reconhece os “rebocadores” como os profetas, os construtores das paredes devem ser o povo, especialmente a comunidade dos líderes. Em vez de exporem as fraquezas do muro, os falsos profetas foram manipulados pelas mãos dos construtores. Com suas predições autoinspiradas de paz, cobriram as deficiências fundamentais na sociedade israelita e encorajaram um sentimento ilusório de bem-estar.



AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

Endereço da igreja Rua Formosa, 534 – Boa Vista - Suzano SP.

Pr. Setorial – Pr. Davi Fonseca

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                                             BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo viva

Bíblia almeida século 21

Comentário bíblico Antigo Testamento, Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico AT Vol.5, Russel N. Champlin - editora Hagnos

Comentário Expositivo Warren Wiersbe - editora Geográfica

Comentário bíblico Ezequiel Vol.1, Daniel Block - editora cultura cristã

Comentário bíblico Antigo Testamento Moody

Comentário bíblico Ezequiel, John B. Taylor - editora Mundo Cristão.

Dicionário Bíblico Wycliffe, Charles Pfeiffer - editora CPAD.