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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

LIÇÃO 05 - A ALMA - A NATUREZA IMATERIAL DO SER HUMANO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II


 


                    TEXTO ÁUREO

"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." ( Mt 10. 28)


                    VERDADE PRÁTICA

Cuidar da alma é uma atitude fundamental para uma vida cristã estável e uma eternidade de alegria e paz.


LEITURA BÍBBLICA EM CLASSE: Gênesis 1. 27, 28; 2. 15-17; Mateus 10.28


                    INTRODUÇÃO  

 Destacamos que, na tricotomia, a alma aparece como integrante da parte imaterial, distinta do espírito, porém inseparável dele. (Sobre essa inseparabilidade, Timothy Munyon (1996, p. 248) cita Myer Pearlman, que afirma que “alma e espírito são inseparáveis porque o espírito está entretecido na própria textura da alma. Fundidos e caldeados numa só substância”.

 O pastor Antonio Gilberto (2021, p. 1922) refere-se à distinção e à inseparabilidade entre alma e espírito afirmando que eles interpenetram-se de modo profundo e misterioso. 

O pastor Severino Pedro da Silva (1988, p. 142) também menciona a unidade de substância e natureza e junção entre alma e espírito: “A alma humana e o espírito são, de fato, duas substâncias espirituais formadas pelo sopro de Deus (Gn 2.7; SI 33.15; Ec 12.7; Is 57.16; Zc 12.1; Hb 12.9), para que juntos habitem no corpo humano”).

 Essa comum composição e o caráter de inseparabilidade em relação ao espírito são essenciais para o estudo da natureza da alma, inclusive no que diz respeito à sua imortalidade, atributo destacado por Jesus no texto introdutório deste capítulo. 

Nele o Senhor menciona que a alma (1) está fora do alcance do homem em relação à morte (a alma é imortal) e (2) que está sujeita a perecer eternamente no inferno. Como veremos mais adiante, no texto de Mateus 10.28, assim como em diversos outros, a referência à alma inclui necessariamente o espírito, assim como acontece em muitas passagens relativas ao espírito, como Eclesiastes 12.7, que trata do destino final da parte imaterial mencionando apenas o ruah (o espírito): “e o pó volte à terra, como  o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Feita essa consideração inicial, passemos ao estudo da alma e os seus atributos. 



                    I.    ATRIBUTOS DA ALMA

1.   De volta ao Gênesis      -    Diferentemente dos animais, que foram criados cada um segundo a sua espécie (Gn 1.24,25), o homem é um ser pessoal, criado à imagem e semelhança de Deus. Portanto, o estudo da alma humana está diretamente relacionado ao tema da “imagem de Deus”, considerando as suas faculdades específicas e as que desempenha junto e através do espírito. O homem foi criado com autoconsciência e autodeterminação, que é a capacidade “de dar respostas a Deus, de perguntar a Deus, e ter comunhão com Deus e de amar a Deus” (HOEKEMA, 2018, p. 92). Entende-se que esse aspecto fundamental — de relacionamento com o Criador — é a base do conceito da imago Dei, que inclui todas as características pessoais dadas por Deus ao homem, a fim de que este se relacionasse com aquEle em amor. 

O autor bíblico não se preocupa em explicar o significado de “imagem de Deus”, apenas o apresenta. Nessa apresentação, algumas questões estão implícitas, e outras, explícitas. Em primeiro lugar, ao decidir criar o homem à sua imagem, Deus outorgou-lhe parte dos seus perfeitos atributos (os atributos comunicáveis), tais como amor, santidade, justiça e bondade.1 Tais virtudes seriam empregadas pelo homem na sua vida relacionai tanto com Deus quanto com o seu semelhante. 

Não há, portanto, como prescindir dessas características ao considerar-se o que significa a “imagem de Deus” no homem. Em segundo lugar, verifica-se que a imagem de Deus tinha como propósitos funcionais a procriação e o governo da terra. Para tanto, o homem precisava ser dotado de habilidades específicas, também inerentes à imagem divina nele plasmada. O Criador constituiu o homem como o seu representante, dando-lhe poder de governo sobre toda a obra criada (Gn 1.28).

Todos estes dotes (instintos) e os órgãos (faculdades) dos sentidos (Visão, Paladar, Olfato, Audição e Tato) e também aquela capacidade de calcular o peso e medir a distância são faculdades da alma humana que Deus implantou para o desempenho de suas funções e são paralela mente recebidas na formação do homem. 

 a. O instinto de auto-preservação está inserido nas palavras do Criador, que disse: “...De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela come res, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). 

 b. O instinto de aquisição é detectado no capítulo 2.15 de Gênesis, que diz; “...Tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”. 

 c. O instinto na busca de alimento aparece nas palavras contidas no capítulo 1.29 de Gênesis, o qual diz: “...E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra e toda a árvore, em que há fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á para mantimento”. 

 d. O instinto de reprodução está inserido na passagem de Gênesis 1.28: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra...” 

 e. O instinto de domínio refere-se à ordem recebida de Deus quando disse a Adão: “...enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28b). O instinto, porém, como tal, se opõe então à inteligência, definida como a capacidade de se adaptar às novas situações, com a ajuda do saber anteriormente adquirido.

 Assim o instinto, sem dúvida, é inteligente no homem (pois é regido pelo intelecto do seu ser), mas no animal não o é, quer dizer a inteligência, no animal, não é uma faculdade ou uma função: é apenas uma qualidade do instinto impulsivo. Os instintos do homem o capacitam a ser atraí do; no animal, porém, os instintos não são regidos pelo raciocínio e, por isso, ao invés de ele ser atraído, é impelido.


2.   Entre o espírito e o corpo    -      Para ter comunhão com Deus, a alma serve-se do espírito. Para a comunicação com o próximo, o veículo é o corpo e os seus órgãos sensoriais (pele, olhos, ouvidos, nariz, boca). Pode-se dizer, então, que a alma tem um funcionamento intermediário, situando-se entre o espírito, que se conecta com Deus, o Ser Divino, e o corpo, que se conecta com o mundo dos homens, a realidade física em geral, incluindo os animais. 

Acerca dessa relação de mediação feita pela alma, Gilberto (2021, p. 12) destaca a expressão da vida espiritual, afirmando que o espírito é a fonte da vida recebida de Deus e que usa e transmite essa vida à alma, que, por sua vez, a expressa por meio do corpo, utilizando os sentidos físicos para explorar o mundo exterior e dele receber as necessárias impressões. Isso pode ser visto na experiência de Maria, narrada no texto de Lucas 1.46,47. 

Nele, vemos a mãe de Jesus exultante após o seu afetuoso e espiritual encontro com a prima Isabel, de cujo ventre saltou a criança (que seria chamado João, o futuro João Batista). Cheia do Espírito Santo, Isabel saúda Maria. O clima espiritual eleva-se, e ela irrompe em cântico. O que temos aí? Maria expressa através do corpo a alegria que sentia na sua alma, em profunda comunhão com Deus, por intermédio do seu espírito. E uma típica cena da interação e comunicação entre alma e corpo e alma e espírito e entre alma, espírito e corpo. E a unidade humana plenamente ativa.

Do ponto de vista divino, a alma vive a sua vida natural através dos instintos. Esses instintos são forças motrizes da personalidade, com os quais o Criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena, como também, por outro lado, o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial. Por isso os instintos diferem dos tropismos ou fenômenos de orientação determinadas; nas plantas, por agentes físicos (luz, umidade, peso, etc). 

Vamos analisar os cinco mais atuantes no ser humano (existem outros ligados aos reflexos, tais como reações desprendidas automaticamente, no animal pelos terminais nervosos, sob a ação de um prato apetitoso, o ato de fechar os olhos diante de uma luz muito forte, os gestos de proteção de alguém que cai, etc). Observemos os instintos:

 a. O primeiro: este é o instinto da auto-preservação que nos avisa de perigos e nos capacita a cuidar de nós mesmos. 

 b. O segundo: este é o instinto de aquisição (o impulso imediato de conseguir), que capacita a adquirir as provisões necessárias para o sustento próprio. 

 c. O terceiro: este é o instinto da busca de alimento, o impulso que leva a satisfazer a fome natural. 

 d. O quarto: este é o instinto da reprodução que conduz à perpetuação da espécie em cada ser. 

 e. O quinto: este é o instinto de domínio que conduz a exercer certa iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e das responsabilidades inerentes. Todos esses dotes naturais foram concedidos por Deus ao homem nos primeiros capítulos da Bíblia. 


3.   A alma abatida    -      A mesma interação entre os três elementos que compõem a unidade humana pode ser vista em diversos textos bíblicos, como os Salmos, que são ricos em expressão de sentimentos. O Salmo 42 é um dos principais textos que contém essa exposição dos afetos da alma em relação a Deus. Nele o salmista conversa consigo mesmo: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da  sua presença” (SI 42.5). O contexto indica que o autor experimentava aflição espiritual e alguma crise na sua comunhão com Deus (w. 4,9; 43.2), por isso a sua alma estava entristecida e suspirava: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (v. 2). 

 No seu comentário ao Salmo 42, Matthew Henry (2022, p. 43) aborda essa dinâmica espiritual da alma, que incluía a esperança de uma mudança no espírito, sede da comunhão com Deus. Para Henry, a alma expressava esperança de que ainda experimentaria uma mudança significativa na sua situação, que não lhe faltaria motivo para louvar a Deus: “uma mudança tal no meu espírito, que não me faltará louvor no coração”. São inquietações espirituais que afligem a alma e que reclamam um reposicionamento em termos de comunhão com Deus. 

O Salmo 84.2 também ilustra essa função da alma. Na sua oração no Salmo 51, Davi fala da tristeza que afetava a sua alma e do anseio por um espírito reto, voluntário e renovado, o que devolvería alegria à integralidade do seu ser (SI 51.7-12). Esses textos mostram a alma como uma espécie de centro condutor da ação humana, exatamente pela sua posição intermediária entre espírito e corpo. Não sem razão, a alma é considerada o “eu”, o “ego” (cfi, Brunelli, 2017, p. 59). Conforme Renovato (ibid., p. 271), a “própria vida”, “o princípio vital da vida humana”.




                    II.     A NATUREZA DA ALMA: IMATERIALIDADE E IMORTALIDADE

1.     Distinção de substâncias     -     E extraordinário como o Mestre dos mestres transmite tantas verdades profundas e irrefutáveis acerca da alma em um texto tão curto. Jesus está encorajando os seus discípulos para o exercício da missão de proclamação do Reino de Deus, prevenindo-os de que encontrariam inúmeros desafios, incluindo a morte. As profundas verdades espirituais reveladas por Jesus a respeito de nossa psyche estão relacionadas a debates alimentados ao longo de toda a história, inclusive no contexto da Igreja. Norman Geisler (2017, p. 40-44) apresenta um resumo de várias perspectivas acerca da natureza humana e da sua relação com o corpo. Com base no esboço feito por Geisler, seguem as principais perspectivas:

 1) Materialismo antropológico: afirma que os seres humanos têm um corpo, mas nega que tenham uma alma imaterial. Segundo essa visão, somente o corpo existe; o que se costuma chamar de alma racional, na verdade, não existe. O corpo estaria para a mente (alma), assim como o cérebro está para um sonho; a mente seria simplesmente uma manifestação da matéria.

 2) Epifenomenalismo antropológico: uma forma modificada de materialismo; o seu fundador afirmava que a alma não passa de uma silhueta do corpo; o corpo estaria para a alma, assim como a árvore está para a sua sombra. 

 3) Idealismo antropológico: é outro extremo da teoria não-teísta do materialismo; considera que os seres humanos têm uma alma, mas não um corpo. O corpo estaria, supostamente, para a alma como uma miragem está para a mente. Seria meramente uma ilusão. Somente a mente existe. 

 4) Monismo antropológico: a visão de duplo aspecto segundo a qual alma e corpo seriam dois lados (interno e externo) da mesma coisa. Alma e corpo são substâncias, ou seja, a alma está para o corpo como um lado de um prato está para outro, sendo somente um aspecto da mesma entidade. 

 5) Dualismo antropológico: considera que alma e corpo são entidades separadas e paralelas. O problema com o Dualismo é a falta de qualquer tipo de contato, unidade ou interação entre alma e corpo, uma visão atribuída a Platão.


2.    Imaterialidade e responsabilidade pessoal     -      Embora se saiba que, em conjunto, a sociedade também é capaz de for mar estruturas corruptas e opressoras, ainda assim isso não passa da reunião de culpas pessoais, como bem observam César Moisés Carvalho e Céfora Carvalho (2022, p. 1505): “Identificar uma estrutura pecaminosa em nossa realidade não exclui a culpa de cada indivíduo; muito pelo contrário, ajuda a trazer ainda mais profundidade a esse conceito”. O grande problema de ver-se apenas os problemas das estruturas sociais é que isso leva a desconsiderar a necessidade de arrependimento, conversão e salvação pessoal e mantém as almas dos seus adeptos no caminho da perdição eterna (At 3.19; Jo 17.3).

 Sabemos, porém, que o único caminho eficaz para a libertação do pecado é o arrependimento e a conversão do indivíduo pela fé em Cristo como Salvador e Senhor. O avanço desse processo de salvação em cada pessoa e de pessoa a pessoa é que pode influenciar a sociedade; ainda assim, sempre haverá uma geração perversa de cujo modelo de vida devemos escapar (At 2.40).

 A imaterialidade se refere a bens e direitos que não possuem forma física, como a honra, a imagem, os dados pessoais e o patrimônio cultural imaterial. A responsabilidade pessoal se conecta a esses conceitos ao definir que o indivíduo tem o dever de zelar por esses bens, sendo ele responsável tanto pela sua preservação (por exemplo, pela exposição indevida de dados pessoais) quanto por danos a eles causados. 

Relação entre imaterialidade e responsabilidade pessoal

·        Dados pessoais como patrimônio imaterial:

·        Os dados pessoais são considerados um patrimônio imaterial que pertence ao indivíduo. 

·        A pessoa tem a liberdade de dispor desses dados, mas também é responsável por essa exposição. 

·        Da mesma forma que o proprietário de um carro deve zelar por ele, o indivíduo deve zelar pela proteção de seus dados para evitar danos. 

·        Danos imateriais e reparação:

·        A responsabilidade civil por danos imateriais abrange a reparação por danos morais, extrapatrimoniais e relacionados a direitos da personalidade, como honra, imagem e intimidade. 

·        A inobservância do dever de cuidado no tratamento de dados pessoais, por exemplo, pode gerar a pretensão de indenização. 

·        Patrimônio cultural imaterial:

·        Este conceito se refere a práticas, conhecimentos e saberes reconhecidos por uma comunidade. 

·        O indivíduo e a sociedade têm a responsabilidade de proteger e dar continuidade a esse patrimônio cultural. 

·        A responsabilidade pessoal nesse contexto pode se traduzir na preservação e valorização das tradições e do conhecimento transmitido. 

Em resumo

A responsabilidade pessoal é o dever do indivíduo de zelar pelos seus bens imateriais, como dados pessoais, e por aqueles que pertencem à coletividade, como o patrimônio cultural. O descuido ou a má gestão desses bens pode levar à responsabilidade civil e à obrigação de reparar os danos causados. 

 

O espírito e a alma são imateriais, porém nós temos a responsabilidade de mantê-los funcionando bem e dar liberdade vigiada a cada um para exercício de seus dons e comunhão íntima com DEUS. Não são vistos fisicamente, por isso são imateriais, mas devem ser direcionados, conduzidos por DEUS para seu uso.


3.    Materialismo e teologia     -     A medida que avança na política secular, a visão antropológica materialista também se infiltra e molda teologias, alterando, e muito, as concepções relativas principalmente ao que é a missão da Igreja, a ortopraxia, a prática correta a ser adotada pelos seguidores de Jesus. No campo católico, inspirou a Teologia da Libertação, surgida na América Latina na década de 1960. Diante da inequívoca influência da concepção antropológica materialista do marxismo, a Teologia da Libertação concentra-se em fatores políticos, econômicos e sociais na sua luta pelo que entende ser justiça social. A sua proposta, contudo, não passa de um aprofundamento da deturpação do sentido de igreja feito pelo catolicismo de muitas maneiras ao longo da história.

 O protestantismo também tem os seus próprios movimentos teológico político-ideológicos, que alteram a sua missão, afastando-se da dependência de Deus e do poder do Espírito para confiar em estruturas humanas. Geralmente se considera que, nos tempos modernos, esse movimento de mudança radical de visão missiológica tem como um dos pontos de partida a publicação do livro Nos Seus Passos o que Faria Jesus, de Charles M. Sheldon, em 1896, visto como um fato de grande incentivo para uma guinada de muitas denominações para o Evangelho Social. Na década de 1970, surgiu a Teologia da Missão Integral, que também se alimenta de concepções socioeconômicas e políticas comuns ao marxismo, que, por sua vez, tem como fundamento o ideário antropológico materialista histórico, que busca tirar Deus do cenário humano e instigar as lutas de classes.

Teologia da Libertação

A afirmação de que a Teologia da Libertação é antibíblica é uma crítica comum, baseada principalmente na interpretação de que a sua abordagem, influenciada pelo marxismo, desvia o foco da fé cristã e sua missão de salvação. No entanto, a Teologia da Libertação defende que sua leitura da fé é um meio de agir na luta por justiça social e que o Evangelho deve ser interpretado à luz das experiências dos oprimidos. A Igreja Católica, por meio de papas como João Paulo II, já reconheceu a Teologia da Libertação como útil e necessária, embora a corrente tenha sido criticada em alguns momentos. O papa Francisco, teve uma relação complexa e ambivalente com a Teologia da Libertação. Por um lado, ele adotou princípios centrais como a "opção preferencial pelos pobres", a crítica ao capitalismo e a defesa dos marginalizados, o que o aproxima da teologia. Por outro, ele criticou teólogos liberacionistas por sua proximidade com o marxismo e defendeu a necessidade de uma abordagem mais equilibrada, embora muitos vejam seus gestos e discursos como um "reacender" da teologia. 

 

Desde maio de 2025, o papa atual é o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Leão XIV. Ele tem se mostrado aberto e dialogado com a Teologia da Libertação, uma mudança significativa na postura do Vaticano em relação às décadas anteriores. 

A relação da Igreja Católica com a Teologia da Libertação tem passado por diferentes fases:

·        Contexto: A Teologia da Libertação surgiu na América Latina na segunda metade do século XX, defendendo que a fé cristã deve levar à ação social e à luta contra a pobreza e a injustiça. No entanto, ela gerou controvérsias por suas análises que, para alguns, aproximavam-se do marxismo.

·        Posição anterior: Papas como João Paulo II e Bento XVI expressaram críticas e preocupações, principalmente em relação a possíveis desvios doutrinários e à politização da fé. A crítica não era à opção preferencial pelos pobres, mas à metodologia e à fundamentação ideológica de algumas vertentes.

·        Papa Francisco (antecessor de Leão XIV): O Papa Francisco, por ser de origem latino-americana, trouxe uma nova abordagem. Embora com ressalvas, ele reabilitou a Teologia da Libertação e a figura de seus fundadores, como o padre Gustavo Gutiérrez, promovendo o diálogo e a aproximação. Essa atitude preparou o terreno para uma abertura ainda maior.

·        Papa Leão XIV (atual): Em consonância com o legado de Francisco, o Papa Leão XIV aprofundou o diálogo com a Teologia da Libertação. Notavelmente, em outubro de 2025, pouco tempo após sua eleição, um documento do Vaticano, sob sua liderança, consagrou a Teologia da Libertação, o que foi visto como um marco histórico. Isso sinaliza um reconhecimento oficial da relevância da teologia para a Igreja, em especial na atenção aos mais necessitados. 

A postura do papa americano atual, Leão XIV, representa uma nova era de diálogo e aceitação da Teologia da Libertação dentro da Igreja Católica, construindo sobre o caminho pavimentado por seu antecessor, o Papa Francisco. Isso acarretará problemas seríssimos para o futuro da igreja católica que adota princípios antibíblicos mais uma vez para tentar segurar seus adeptos que cada dia mais se tornam evangélicos. O mundo está se dividindo em  duas vertentes claras e distintas, como já avisava a Bíblia – direita liberal com evangélicos e esquerda comunista esquerdista com suas religiões antibíblicas.

 

Argumentos contra a Teologia da Libertação

·        Interpretação marxista: 

Críticos argumentam que a Teologia da Libertação aplica uma leitura marxista à fé, colocando a luta de classes acima do Evangelho, o que transforma JESUS em um "revolucionário político" em vez de Salvador. 

·        Foco na transformação social: 

A crítica aponta que a Teologia da Libertação reduz a fé a uma luta por justiça social e causas políticas, negligenciando a dimensão espiritual e a salvação do pecado. 

·        Redução do Reino de DEUS: 

Algumas interpretações sugerem que a Teologia da Libertação foca em um "Reino de DEUS" aqui na Terra, negligenciando o Reino de DEUS que é um dom espiritual e uma realidade futura. 

·        Abordagem de "heresia": 

Alguns a consideram a pior heresia, pois, diferente de heresias tradicionais que atacavam um ponto específico da fé, a Teologia da Libertação, em sua visão marxista, atacaria todos os aspectos da fé de uma vez. 

 

A Teologia da Libertação é pior que todas as heresias juntas, porque enquanto um heresia nega um aspecto da Fé conservando outros, a TL faz uma leitura marxista de TODA a Fé, reduzindo, na prática, JESUS a um palestrante esquerdista.
A TL destrói os aspectos espirituais e morais da religião, fazendo da Igreja de Cristo não mais que uma ONG de bons costumes.
Para a Teologia da Libertação o Reino dos Céus é aqui é nada mais.

 

Teologia da Missão Integral (TMI)

A alegação de que a Missão Integral é antibíblica é uma crítica feita por teólogos e denominações que discordam de sua abordagem, considerando que ela "traduz o cristianismo para os moldes comunistas", prioriza a luta de classes e interpreta a Bíblia sob essa ótica. Opositores argumentam que a teologia da Missão Integral (TMI) foca mais em questões sociais e políticas, em detrimento de aspectos puramente espirituais da fé. 

Argumentos contra a Missão Integral

·        Influência comunista: 

Críticos afirmam que a Missão Integral, assim como a Teologia da Libertação da qual é uma variante, adota elementos do marxismo ao focar na luta de classes, interpretando a Bíblia como um livro de luta entre opressores e oprimidos.

·        Enfoque social: 

A ênfase em questões sociais e de justiça é vista por alguns como uma distração dos ensinamentos bíblicos, que priorizam a salvação espiritual. 

·        Visão holística: 

Considera-se que a TMI busca uma compreensão mais holística da missão cristã, que abrange tanto a evangelização quanto a responsabilidade social, a justiça e a compaixão. 

Como se posicionar diante das críticas

·        Analisar as diferentes interpretações da Bíblia e dos princípios cristãos pode ajudar a formar uma opinião própria sobre o assunto. 

 

A principal crítica antibíblica feita à Missão Integral é que ela pode desviar o foco da pregação do evangelho para a ação social, com alguns críticos afirmando que ela substitui a raiz do problema (o pecado) por paliativos sociais. Outra crítica aponta que a abordagem pode ter uma influência de ideologias políticas ou comunistas, o que a desvia de sua natureza bíblica. 

 


O marxismo cultural

Alguns se espantam ao ouvir que um cristão não pode concordar com o marxismo, seja ele chamado de socialismo, comunismo, progressismo ou qualquer outro termo. O discurso social presente nessas ideologias serve para encobrir conceitos, preceitos, preconceitos e pressupostos anticristãos existentes nele. Desde a década de 1960, a estratégia gramscista desenvolveu o que chamamos de marxismo cultural. Essa estratégia busca substituir a cultura ocidental fundada em pressupostos judaico-cristãos por uma cultura socialista. Somente depois da transformação cultural se poderia implantar a “ditadura do proletariado”.

Durante esse processo, os espaços destinados à educação e à cultura, devem ser ocupados pelos chamados intelectuais marxistas, que introduzirão desde o topo as ideias e os conceitos com a finalidade de alterar as mentalidades. Essa é a razão porque no meio acadêmico pode ser percebido hoje uma “hegemonia da esquerda”1. Esse predomínio marxista se espalha desde a cultura do homem comum até as casas legislativas, onde há uma preocupação desproporcional no sentido de criar leis para minorias que se chocam com a moral e a cosmovisão cristã da população.

O processo de transformação cultural vai chocar-se em vários pontos e em vários momentos com valores e conceitos cristãos. As formas utilizadas pelo marxismo cultural para lidar com o cristianismo são as mais variadas. Em alguns momentos agredirá os conceitos cristãos. Em outros, agirá de forma enganosa, seduzindo os cristãos, levando-os a crer que possuem os mesmos propósitos. E haverá ainda ocasiões nas quais procurará criar uma síntese impossível entre teologia cristã e marxismo, como já aconteceu no Evangelho Social e hoje acontece na Teologia da Libertação, na Teologia da Missão Integral e nos movimentos cristãos “progressistas em geral”.

Os que acreditam na possibilidade de unir as duas cosmovisões, com certeza desconhecem as duas ou são movidos por motivos escusos. Essa impossibilidade era bem clara quando os comunistas simplesmente torturavam e matavam cristãos. Quando alteraram sua estratégia de conquista, deixaram a muitos confusos e fizeram morrer as verdades reveladas desde suas raízes.

É preciso que cada cristão compreenda que o marxismo, não apenas pelos seus atos, mas por sua essência, é inimigo do cristianismo, mesmo quando o acaricia. Os pressupostos do marxismo cultural colidem de frente com os pressupostos cristãos.


Andarão dois juntos se não estiverem de acordo? (Amós 3.3)
Pressupostos

Pressupostos são verdades fundamentais aceitas sem qualquer prova empírica (experimental), porquanto o conhecimento começa à base dessas verdades fundamentais.2 Toda religião e ideologia tem seus próprios pressupostos, verdades que ele aceita antes de qualquer prova.

Todavia, é bom lembrar que o cristianismo tira seus pressupostos da revelação. O que crê sobre Deus e seus atos são derivados das Escrituras reveladas. Razão e revelação caminham juntas no cristianismo. Já o marxismo tomou para si os pressupostos do materialismo ou naturalismo, para o qual “o cosmo é tudo o que existe ou sempre existiu ou sempre será”, como definiu Carl Sagan, astrofísico e apresentador do programa Cosmos.3

Se os pressupostos são verdades fundamentais que servem de base para as religiões e ideologias, é imprescindível conhecer os fundamentos do cristianismo e do marxismo, para então compará-los. Depois disso, torna-se fácil perceber a incompatibilidade entre eles e a loucura que é a tentativa de fazer de ambos, simultaneamente, os fundamentos de suas crenças e ações.

Pressupostos cristãos

Deus existe. Ele criou todas as coisas para a sua glória e dentro de seus propósitos. Criou o homem, coroa da criação, à sua imagem, homem que está acima dos animais e seu propósito é glorificar a Deus. O homem desobedeceu a ordem direta de Deus e por isso tanto sua própria natureza como a natureza ao seu redor foram afetadas. Seus relacionamentos com Deus e com outros foram corrompidos. Tornou-se alienado de Deus pelo seu pecado e por isso a encarnação, morte e ressurreição de Jesus tornaram-se necessárias para redimi-lo. A salvação foi consumada em Cristo e será concretizada por Deus no futuro quando o poder da ressurreição de Jesus manifestar-se nos remidos e em toda a nova criação. Esses são pressupostos revelados que estão na base de todo pensamento cristão.

Temos no cristianismo verdades essenciais que o diferenciam de qualquer religião e ideologia.

Pressupostos marxistas

Para um marxista, não existe um Deus, nem alma humana, nem qualquer ser espiritual, pois tudo o que existe é a matéria e tudo o mais é o movimento da matéria (materialismo dialético). O homem evoluiu à partir dos símios como resultado do trabalho e o grande problema da humanidade é a propriedade privada. Esse problema será resolvido através da ditadura do proletariado, quando a classe trabalhadora tomar o poder, banir o capitalismo com todas as suas injustiças e implantar o comunismo em todo mundo. O ser humano é apenas um ser social. Tudo o que ele é deriva da sociedade e suas relações com ela. A redenção do mundo virá com a vitória do comunismo mundial.
O choque inevitável

Dois bicudos não se beijam. E dois absolutos também não. O marxismo nunca se apresentou como uma proposta política e sim como um messianismo redentor destinado a transformar o mundo em um paraíso social. Ele jamais pode conviver pacificamente com o cristianismo, por isso derramou o sangue cristão ou procurou perverter seus ensinos e sua moral. O choque é inevitável.

As diferenças não estão nas superfícies ou nas periferias. Estão nas raízes e nas bases. E o pacifismo cristão, seja ele verbal ou físico, faz dele uma vítima inocente diante da agressividade marxista, tanto verbal quanto física. Se o cristianismo continuar cego diante da real natureza do marxismo cultural será facilmente derrotado por ele. Devemos amar nossos inimigos, sem jamais confundi-los com os amigos.



                    III.     A  ALMA RENOVADA E SUBMISSA A DEUS

1.    Edificação e saúde    -    Conhecer os atributos da alma, a sua importância e natureza deve estimular-nos a dar-lhe mais valor e devotar-lhe o devido cuidado. Jesus contou a parábola do rico insensato, que se preocupou com o ajuntamento de bens materiais, mas descuidou-se do cuidado da alma (Lc 12.13-21). A corrida desenfreada às coisas da vida é um dos fatores de frieza e adoecimento espiritual. Para não ser vítima desse terrível mal, é preciso fazer escolhas certas, renunciar aos tesouros da terra e trabalhar para ajuntar tesouros no céu (Mt 6.19). A ansiedade é um dos problemas da alma mais recorrentes em nossos dias e costuma desencadear transtornos mentais graves. 

Como escreve a psicóloga Elaine Cruz (2020, p. 134),  

 Na ansiedade ocorre o desequilíbrio de certas substâncias químicas no cérebro, chamadas neurotransmissores. Destes, dois neurotransmissores, chamados serotonina e noradrenalina, estão relacionados aos transtornos de ansiedade. Quando o nível de serotonina cai e os níveis de noradrenalina se elevam, podemos ter um quadro de ansiedade, que pode ser situacional e passageira, ou persistente.

 Além de decidir não viver em torno das demandas terrenas, orar é fundamental para vencer a ansiedade e ter uma alma cheia de paz (Fp 4.6,7). Na verdade, não se imagina que tenhamos força para vencer as tentações deste mundo sem a oração. O apóstolo Pedro escreveu que devemos lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). É o Senhor que nos dá paz e protege nossas emoções e pensamentos (Fp 4.7) e que também nos guia no caminho da sua vontade (Cl 3.15). Fatores espirituais, ambientais e relacionais sempre devem ser buscados antes de outros recursos, como é o caso do uso de medicamentos, em relação ao qual sempre é preciso ter a devida cautela, como afirmamos no Capítulo 1. Aliás, no caso da ansiedade, a dra.

 Elaine Cruz observa:

Quando a ansiedade perdura por seis meses no mínimo, causando sofrimento pessoal ou familiar, sendo desproporcional e irracional, podemos estar diante de um quadro ansiolítico ou TAG — Trans torno de Ansiedade Generalizada —, cuja incidência é maior nas mulheres. Nesse caso, é importante um diagnóstico clínico realizado por um profissional de saúde, podendo até mesmo ser necessário o uso de medicamentos ansiolíticos (ibid., p. 134).

A paz que governa o coração (Colossenses 3:15)

·        O árbitro divino: O verbo grego para "governar" pode ser traduzido como "arbitrar" ou "agir como juiz". Isso sugere que, ao tomar decisões ou enfrentar conflitos (internos ou externos), a paz de Cristo deve ser a influência dominante.

·        Vivendo em harmonia: O contexto de Colossenses 3 fala sobre a unidade do corpo de Cristo. A paz que governa o coração não é apenas para o indivíduo, mas também promove a harmonia entre os membros da comunidade de fé.

·        Gratidão como resultado: Viver sob o governo da paz de Cristo leva a uma vida de gratidão. Quando a paz de DEUS está no controle, a gratidão natural emerge, reconhecendo a obra de Cristo e o chamado para viver em paz. 

Síntese dos ensinamentos
A paz de DEUS não é apenas um sentimento, mas uma realidade espiritual que:

·        Oferece proteção: Atua como um escudo para proteger a mente e o coração dos ataques da ansiedade e do desânimo.

·        Guia as decisões: Orienta os crentes, permitindo que a vontade de DEUS seja discernida com clareza.

·        Promove a unidade: Conduz a uma vida em harmonia com outros membros da comunidade de fé. 


2.    Purificação e renovação    -     Uma condição fundamental para uma vida cristã dinâmica é o cristão apresentar a sua alma diariamente a Deus para que seja purificada e viva em constante renovação. E, para conservar a alma pura e renovada, precisamos cuidar das fontes às quais diariamente expomos nossos sentidos. O que falamos, o que ouvimos, o que lemos e vemos pode determinar nosso estado interior. O Salmo 1 ensina-nos que devemos sempre nos esquivar dos que proferem maus conselhos, praticam maldades, vivem afastados de Deus e zombam do que é sagrado. Não é incomum que isso seja feito em filmes, séries, programas de TV e redes sociais. Abster-se dessas fontes e dedicar-se à meditação na Palavra de Deus é cuidar da alma. Ainda quanto à mordo mia desse nosso ente imaterial, a Bíblia adverte-nos dos maus pensamentos (Mt 15.19), dos desejos impuros e perversos (Pv 21.10; Tg 1.14,15) e das intenções e inclinações malignas (Nm 21.5; 1 Pe 2.1).

 A Bíblia ensina que a verdadeira impureza não vem de fora, mas do interior do ser humano. 

O coração como origem do pecado

JESUS, em Mateus 15.19, explica que a impureza moral tem sua origem no coração humano. Ele afirma que "do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias". Essa passagem mostra que o pecado começa na mente e nos sentimentos, antes de se manifestar em ações visíveis. 

Desejo que leva ao pecado

A Epístola de Tiago (1.14-15) descreve o processo pelo qual a tentação leva ao pecado. O texto explica que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte". Aqui, o desejo pecaminoso é a "semente" que, quando nutrida, floresce no pecado e, em seguida, na morte espiritual. 

A maldade intencional do ímpio

Provérbios 21.10 ressalta a intenção maligna daqueles que não têm um bom coração: "A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não encontra favor aos seus olhos". A passagem indica que o perverso não apenas comete o mal, mas o deseja ardentemente, sem compaixão. 

A necessidade de abandonar a malícia

O apóstolo Pedro, em 1 Pedro 2.1, exorta os cristãos a abandonarem as inclinações malignas e os comportamentos destrutivos. A instrução é: "Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações". Isso exige uma mudança radical de mente e coração, trocando o mal pelo desejo de crescimento espiritual. 

Murmuração e insatisfação

O relato em Números 21.5 sobre o povo de Israel no deserto ilustra o perigo da murmuração e da falta de contentamento. A insatisfação se manifesta em reclamações contra DEUS e Moisés, que se tornam pecados que geram graves consequências. 

A importância de guardar o coração

A advertência final é para a vigilância constante do nosso interior. Assim como afirma Provérbios 4.23: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". Para cuidar da alma, é necessário encher a mente com coisas boas e verdadeiras, combatendo os pensamentos negativos com a Palavra de DEUS. 





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AUTOR: PB. José Egberto S. Junio, formato em teologia pelo IBAD, Profº da EBD. Casado com a Mª Lauriane, onde temos um casal de filhos (Wesley e Rafaella). Membro da igreja Ass. De Deus, Min. Belém setor 13, congregação do Boa Vista 2. 

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         BIBLIOGRAFIA


Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio Corpo, Alma e Espírito - A Restauração Integral do Ser Humano para chegar à Estatura Completa de Cristo, Silas Queiroz - Editora CPAD

Livro O Homem, a natureza humana explicada pela bíblia - Corpo, Alma e Espírito, Pr. Severino Pedro da Silva, Editora CPAD

https://saberefe.com/marxismo-cultural/

EBD NA TV - Pr. Henrique, 99-99152-0454 WhatsApp, Min.Belém, SP - Canal YouTube @PrHenrique: Escrita Lição 5, CPAD, A Alma — A Natureza Imaterial do Ser Humano, 4Tr25, Com. Extras do Pr Henrique, EBD NA TV



segunda-feira, 20 de outubro de 2025

LIÇÃO 04 - O CORPO COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO.

Pb. Junio - Congregação Boa Vista II

 


                    TEXTO ÁUREO 

"Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6.19)


                    VERDADE PRÁTICA 

Ter consciência de que nosso corpo é habitação do Espírito Santo faz toda a diferença na maneira como o possuímos.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1Corintios 3. 16, 17; 6. 15-20




                    INTRODUÇÃO 

 Conforme Lucas narra em Atos 18.1-3, foi em Corinto que Paulo encontrou Aquila e Priscila, casal judeu que tinha o mesmo oficio que ele: fazer tendas. Depois de algum tempo pregando na sinagoga, o trabalho começou a produzir frutos (At 18.8). Certamente diante de algum temor pelas resistências que já havia sofrido na cidade (18.6), Paulo precisou ser encorajado a continuar a sua missão em Corinto (At 18.9,10). O resultado foi o apóstolo dos gentios permanecer na cidade dos coríntios por um ano e seis meses (18.11), deixando uma igreja estabelecida, para qual agora escreve.

 Um dos cenários que Paulo permite-nos ver em Corinto é de manifesta carnalidade (1 Co 3.1-4), o que bem justifica a sua ênfase na identificação do corpo como templo do Espírito Santo (3.16,17; 6.17-20). Pelas notícias recebidas por ele e que transparecem nos seus escritos, observa-se que o ambiente pernicioso da cidade estava influenciando a vida da igreja nascente. 

 Corinto orgulhava-se dos seus templos pagãos e da sua antiga acrópole, a Acrocorinto, que também abrigava vários santuários de diversas divindades pagãs. (Hoje não passa de um amontado de pedras em ruínas no alto de uma grande montanha, próxima aos escombros daquela que foi uma das mais famosas cidades da região do Peloponeso, no centro-sul da Grécia).


 0 Tenebroso histórico de Corinto 

 Uma das características de Corinto era a licenciosidade, a busca desenfreada por prazeres carnais, inclusive estimulada pelos cultos pagãos que expunham e exploravam o corpo. O quadro de bestialidade era mais acentuado do que em outras cidades da região em razão de Corinto, como cidade portuária e de grande fluxo comercial, abrigar diversas culturas. Leon Morris (1981, p. 12) retrata bem esse cenário e menciona que, na cidade, era comum a concentração de gregos, latinos, sírios, egípcios e judeus, que, além de cuidar de negócios, se entregavam às diversões e a todo tipo de luxúria que Corinto oferecia, além de envolverem-se em brigas. Morris usa a expressão “licenciosidade proverbial” para sintetizar o degradante nível moral de Corinto, cujos habitantes “eram pronunciadamente propensos a satisfazer os seus desejos, fossem de que espécie fossem” (idem). 

 Craig S. Keener (2024, p. 3175) aborda a questão da notória imoralidade de Corinto mencionando expressamente a prostituição, que era considerada como uma “indústria importante”. O histórico da antiga Corinto (dos tempos do Império Grego) era de “culto à prostituição” e, segundo Keener, essa reputação permanecia na Corinto dos dias de Paulo (tempos do Império Romano), já que escritos posteriores registram a associação de Corinto com o prazer sexual e a com a lascívia, apontando que Afrodite, junto com Poseidon, continuaram a ser uma das principais divindades gregas adoradas na cidade (ibid., p. 3176). 

 Citando A. M. Hunter, Morris recorda que o conceito de Corinto era tão vil que o termo “corintianizar” era usado com o sentido de “ir para o diabo”. Não é preciso ir mais longe para entender, então, como o corpo humano era usado para todo tipo de prática abjeta e pecaminosa nas plagas corintianas, degradando a criação divina. Paulo escreve aos coríntios para conscientizá-los da nova vida que agora deviam viver, como templos do Espírito Santo, buscando exortá-los a uma consagração integral ao Deus Criador a fim de glorificá-lo, pois Cristo Jesus já os redimira por inteiro. Assim, não deveríam mais servir aos seus próprios desejos ou aos espíritos das trevas, que agiam mediante o paganismo da época. Os ensinos de Paulo são absolutamente necessários em todos os tempos, e ainda mais hoje, pois o Maligno continua agindo por meio de um sistema mundano cada vez mais corrupto e hostil, que prega a degradação do corpo.




                I.     CORPO: PROPRIEDADE E HABITAÇÃO DIVINA 

1.    Comprado e selado    -      DEUS sempre vem ao homem no nível em que ele se encontra, de maneira simples e cotidiana, e aqui JESUS usa a figura do noivado judaico (hebreus) para infundir fé em seus ouvintes a respeito de sua volta para buscar-nos; vejamos:

1- Quem escolhia a noiva era a pai do noivo (Gn 24.2-4), compare com Rm 8.29 onde DEUS nos escolhe para seu filho.

2- O costume era que a escolhida fosse a filha mais velha, mas se a mesma fosse maior (acima de 18 anos), poderia aceitar ou não o noivo (Gn 29.24-26), compara com Jo 1.11,12 aonde JESUS veio para ISRAEL (a filha mais velha, porém de maior), mas estes não o receberam, assim JESUS escolheu a nós (gentios filhos mais novos que não eram os escolhidos, para sermos sua noiva, a Igreja).

3- No noivado o noivo ia à casa da noiva para cear e confirmar o compromisso (Gn 24.54), compare com Mt 22.14-20 aonde JESUS vem a nossa casa (o mundo) e ceia conosco (representados pelos apóstolos).

4- O noivo deixava um penhor como prova de que ia voltar para buscar a noiva (Gn 24.53), compare com Ef 1.13,14 onde o ESPÍRITO SANTO nos é dado como penhor e prova de que o SENHOR voltará para nos buscar. (2 Ts 2.7)

5- A noiva era comprada por preço de ouro (Gn 24.47), compare com 1 Co 6.19,20 e At 20.28 onde a palavra de DEUS nos diz que fomos comprados pelo sangue de JESUS CRISTO derramado na cruz do calvário (o preço maior que existe).

6- O noivo ia preparar uma casa para o casal, ao lado da casa de seu pai (Gn 24.67), compare com a leitura em Jo 14.2 onde JESUS diz que na casa de nosso pai existem muitas moradas e que ELE ia nos preparar lugar.

7- O noivo mandava recados e recebia recados da noiva através de algum emissário (a), dizendo como é que gostava da noiva: Se bem-vestida,  modo de falar correto e santo etc. Também dizia que era para esperá-lo, pois a casa estava quase pronta e ele estava voltando; compare com Hb 13.7 e 13.14; Ef 5.19 e 5.25-27; Ap 22.7 e 22.20; etc..., Onde JESUS está nos exortando a continuarmos firmes, com uma vida santa e irrepreensível e o ESPÍRITO SANTO sempre nos avisando: JESUS ESTÁ VOLTANDO, a casa está quase pronta, prepara-te.

 


2.    "não sabeis vós?"      -        Como já destacado, Paulo teve um tempo significativo de ministério presencial em Corinto: ficou um ano e seis meses ensinando a Palavra de Deus à nova igreja (At 18.11). É bem provável, portanto, que a pergunta retórica feita aos coríntios tenha o sentido de lembrá-los de que haviam recebido uma doutrina integral e não dualista, que incluía o aspecto corpóreo espiritual; o ensino de que o corpo é o templo do Espírito Santo. A ênfase paulina certamente foi necessária pelo histórico e pelas características vigentes no ambiente coríntio. 

Qualquer semelhança com nossos dias não é mera coincidência, mas, sim, a clara demonstração de que o ser humano continua inveterado para satisfazer as suas próprias paixões, invariavelmente detratando o corpo. Ressaltar a doutrina da santificação integral continua sendo necessário e urgente. Pertençamos a Deus por inteiro. A interpelação feita por Paulo indica que havia certa displicência espiritual na igreja de Corinto, o que o levou a usar por quatro vezes a expressão “não  sabeis” ou “não sabeis vós” (1 Co 3.16; 6.15,16,19). Esse é um claro indicativo de falta de maturidade espiritual. Os coríntios eram imaturos e carnais, como Paulo bem enfatizou (1 Co 3.1,2).

 O que se espera de todo cristão (da Igreja) é que haja progresso espiritual à medida que a Palavra de Deus é ensinada e exercita-se a comunhão, o amor, a fé, a esperança e as demais \iitudes do Espírito (G15.22). Contudo, há casos em que infelizmente parece haver estagnação e até retrocesso, com crentes e igrejas repetindo os mesmos problemas infantis; girando em torno de questões banais e rasteiras, disputas pueris e lutas fratricidas. 

As vezes, isso é visto até mesmo entre os que tem o dever de trabalhar pelo aperfeiçoa mento dos santos, como acontecia em Corinto (2 Co 11.12-15). Esse tipo de cenário costuma florescer em igrejas que misturam manifestações de dons espirituais e obras da carne (G1 5.19-21). Os dons espirituais são maravilhosos e devem ser buscados, mas ainda há um caminho ainda mais excelente (1 Co 12.31). O ponto mais alto da vida cristã é uma fluente produção do fruto do Espírito, principalmente o amor (1 Co 13.1-8). 

Em relação ao corpo, esse sublime estágio espiritual traz-nos a compreensão do que é a verdadeira liberdade cristã, tema que Paulo procurou ensinar especialmente aos coríntios, dado o número de questões carnais que apresentavam. A liberdade cristã faz-nos entender que não podemos viver segundo o que agrada ou consideramos ser lícito. Devemos considerar, antes de tudo, se o que queremos fazer edifica ou convém; se pode ou não ser motivo de escândalo ou tropeço a nosso irmão (Mt 18.6; Rm 14.2-11; 1 Co 6.12; 8.8-13). 

 Frequentemente se verifica questões ligadas à santificação do corpo, o que gera longas discussões e contendas, que por si só demonstram imaturidade e carnalidade. O padrão de vestuário costuma ser um dos pontos mais debatidos. O mais sábio e espiritual, contudo, é seguir o caminho da moderação, em apreço ao modelo de santificação plena, isto é, sem desconsiderar o aspecto corporal. Aliás convém observar que, após tratar o pecado de Adão e Eva num claro confronto de ordem espiritual, o próprio Deus voltou-se para a questão corpórea. O casal cobrira-se com aventais de folhas de figueira (Gn 3.7).

 Se Deus não se importasse com que tipo de roupa cada um veste, ali teria sido o primeiro sinal dessa liberdade estética ou de expressão pessoal que o ser humano tanto buscou. Deus, porém, substituiu as vestes de folhas para vestes de couro.


3.     Propriedade e domínio    -      Ao referir-se ao corpo do cristão como uma “propriedade” de Deus, devidamente comprado por bom preço (1 Co 6.20), Paulo transmite a clara lição de direito absoluto; o domínio pleno que o Remidor tem sobre a sua pos sessão. Esse, ademais, é o conceito de propriedade comum, visto, inclusive, no Direito Civil: o detentor da propriedade deve ter também o domínio. Assim, se pertencemos ao Espírito, devemos viver sob o seu domínio a fim de glorificá-lo. 

 De fato, na sua carta aos coríntios, a ênfase de Paulo volta-se ao aspecto do domínio divino em relação ao corpo e o dever que o cristão tem de possuí-lo para a glória de Deus, pois, como já observado, Corinto experimenta graves problemas voltados ao aspecto corporal. Assim, o apóstolo acentua que nosso corpo “[...] não é para a prostituição, senão para o Senhor” (1 Co 6.13). Também apresenta uma clara ideia de pertencimento integral (1 Co 6.15; 2 Co 6.16). Por tudo isso, não resta dúvida de que o pecado contra o corpo ofende gravemente a santidade de Deus e produz terríveis sofrimentos (SI 31.9,10; 51.4; 1 Co 3.17; 5.1-5; 6.18). Quando é cometido, de nada adianta esconder-se, como fez Adão. Precisamos apresentar-nos a Deus, arrependidos e humilhados, em sincera confissão.



                    II.     O CORPO COMO TABERNÁCULO 

1.    Portador da Presença    -     Assim como usa o termo “templo” (gr. naos), inserido na realidade he braica como hekal (palácio, templo) no período da monarquia, Paulo recorre a um termo anterior — “tabernáculo” (gr. skenos; hb. mishkan) —, que Israel conheceu durante a peregrinação pelo deserto do Sinai (2 Co 5.4).

 Essa alusão demonstra, a princípio, o entendimento espiritual da sacralidade do corpo, principalmente pela remissão que faz ao Antigo Testamento; ao Tabernáculo de Moisés, acerca do qual o próprio Deus declarou que seria a sua habitação entre o povo (Ex 25.8).

Assim como em relação ao Tabernáculo de Moisés e ao Templo dos dias da monarquia judaica, a presença de Deus, que enche todo o Universo, podería ser considerada apenas na forma transcendente, como suficiente mente realizada entre a comunidade de crentes sob o Novo Pacto.2 Contudo, Deus não é apenas um Ser transcendente, mas também imanente; por isso se agrada de habitar com o seu povo, como fez no Antigo Testamento, e agora o faz na Nova Aliança, vivendo no interior de cada um que crê no seu Filho e recebe-o como Salvador e Senhor. Esse uso imagético do Tabernáculo para simbolizar o corpo, portanto, solidifica o entendimento de que o crente é, literalmente, portador da presença de Deus (Rm 8.11). O Todo-Poderoso decidiu viver em nós, uma tão frágil habitação, assim como se manifestou numa tenda levantada no deserto (Jo 14.23; 2 Co 4.7; Ap 3.20). 


2.   Tabernáculo e tricotomia    -       A figura do Tabernáculo de Moisés é também invocada de forma ana lógica em relação à tríplice composição humana. Alguns autores fazem essa comparação, como Eurico Bergstén (2013), que afirma: 

 Assim como o tabernáculo no deserto era dividido em três partes, também o homem o é. O pátio do tabernáculo representa a parte externa e visível do homem, que é o seu corpo; o lugar santo, que não se podia ver de fora, representa a alma, e o lugar santíssimo representa o espírito do homem. 

 De fato, é possível ver a imagem tricotômica do ser humano nas três partes da edificação feita no deserto: (1) o pátio — um espaço externo aberto —, (2) o Lugar Santo e (3) o Lugar Santíssimo — um espaço interno único, coberto, separado apenas por um véu (Êx 26.33; 27.9), o que lembra a tênue divisão entre alma e espírito (Hb 4.12). O pastor Antonio Gilberto (2021, p. 1921) faz a mesma analogia, acrescentando também o próprio templo. Comentando 1 Tessalonicenses 5.23, ele recomenda: “Confronte as referências do homem ao Tabernáculo e Templo, os quais eram tripartidos (1 Co 3.16; 2Co 5.1; 2Pe 1.13-14)”. 

Severino Pedro da Silva (1988, p. 61) desenvolve o mesmo raciocínio. Muito mais do que a invocação de figuras, as referências a Tabernáculo e Templo indicam a vontade de Deus em encher-nos, assim como aconteceu  quando o Tabernáculo foi levantado (Êx 40.34,35) e o Templo foi inaugurado (2 Cr 7.2). Não tenhamos dúvida: Deus quer encher-nos e manter-nos cheios do seu Espírito, permitindo que o sintamos em todo o nosso ser: espírito, alma e corpo (Ef 3.19; 5.18). 

Essa profunda experiência espiritual e sensorial sempre foi marca distintiva dos pentecostais clássicos e assim continuará se permanecermos buscando a santa e doce presença do Espírito de Deus. Não pode tornar-se estranho entre nós as visíveis e audíveis manifestações divinas (At 10.44-46; 1 Co 12.7-11). “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.13).


3.     Um tabernáculo guiado    -      A presença de Deus no Tabernáculo não era estática, mas dinâmica. Servia de direção para o povo de Deus durante toda a peregrinação pelo deserto. Essa é outra lição espiritual que podemos extrair da metáfora do Tabernáculo: a importância da presença de Deus como guia permanente e eficaz em nossa vida. O texto de Êxodo 40.36-38 informa-nos que a caminhada do povo de Israel dava-se à medida que a nuvem movimentava-se ou parava. Essa é uma aplicação direta para nossa realidade corpórea. 

Deus está interessado em guiar-nos também em nossa movimentação física, isto é, onde moramos, onde estudamos, onde trabalhamos, enfim... Não podemos permitir que sejamos enganados pelo secularismo, fazendo-nos pensar que Deus não interfere nas questões de nosso cotidiano. É Ele quem nos guia por caminhos espirituais, mas também nos guia por caminhos físicos. Tiago aconselha-nos a submetermos todos os nossos projetos à soberana direção divina e cuidar com nossas afirmações (Tg 4.15). Ser dependente de Deus e sensível ao Espírito li\Ta-nos de decisões e movimentos errados em nosso viver diário (Êx 33.15).



                    III.     CUIDANDO DO TEMPLO DO ESPÍRITO 

1.  "Fugi da prostituição"     -    Como \imos inicialmente, a igreja de Corinto mostrou-se imatura e carnal, e isso comprometia a sua missão de influenciar a sociedade coríntia. Alguns dos seus membros estavam incorrendo em práticas pecaminosas graves. Paulo aponta um caso específico, que estava abaixo do já degradante padrão da época (1 Co 5.1). O pior de tudo é que havia tolerância para a prática, já que a igreja não disciplinava o abusador. A falta de disciplina eclesiástica é um desvio grave e compromete a santidade da comunidade de fiéis e a sua autoridade para pregar o evangelho.  

No capítulo 16, a partir do versículo 15 da mesma carta, o apóstolo volta a referir-se aos pecados sexuais, novamente enfatizando a gravidade de tais transgressões, que era o fato de que, sendo o corpo o templo do Espírito Santo — e membro de Cristo —, a prostituição é um pecado contra o próprio corpo. Os pecados sexuais produzem consequências de gravidade e dimensão incalculáveis. Além de afetarem diretamente o corpo, mancham profunda mente a alma e o espírito, trazendo culpa, vergonha, angústia, dor e muitas outras consequências. O seu raio de destruição costuma não ficar restrito aos autores da prática, e isso diz respeito a todo e qualquer pecado sexual.


2.    Disciplinas espirituais    -     Uma vez que compreendemos o aspecto espiritual de nossa realidade corpórea, é salutar que nos apliquemos fisicamente às disciplinas espirituais necessárias para uma vida cristã equilibrada e integralmente saudável. Nosso corpo tem um papel fundamental nesse processo, que é o exercício em piedade de que Paulo fala a Timóteo (1 Tm 4.7,8). De fato, já vimos que não há como compartimentar a vida espiritual, como se fosse apenas uma atividade do espírito ou da alma ou de ambos como substâncias imateriais inseparáveis que são. O corpo deve estar sempre presente, como veículo indispensável de nossas atitudes de adoração e serviço a Deus. Para que tenhamos uma vida espiritual plena como templo do Espírito Santo, não basta que os membros de nosso corpo deixem de ser instrumentos do pecado. As Escrituras recomendam-nos que nossos membros devem ser “apresentados” a Deus como instrumentos de justiça.

 O corpo é parte essencial do culto, pois é através dele que praticamos as mais importantes disciplinas de nossa vida espiritual, como o jejum, a oração e o estudo da Palavra de Deus, fundamentais para uma contínua e fluente agência do Espírito de Deus em nosso interior. O pastor José Orisvaldo Nunes de Lima abordou o tema Disciplina do Jejum Bíblica na Revista Obreiro Aprovado (2025, 3o trim., p. 18-23), destacando que “O jejum não é essencial à salvação, mas ele, a oração, a leitura e escuta da exposição da Palavra e participação nas ordenanças do evangelho (batismo e Ceia do Senhor) são considerados “meios da graça”, ou seja, canais que conduzem à operação da graça de Deus na vida do crente”.


3.     Disciplinas corporais    -     Assim como o Tabernáculo de Moisés e o Templo de Salomão, que foram objeto de esmero desde a descrição das suas composições (feitas pelo próprio Deus), a designação de materiais e o cuidado permanente com a sua manutenção, o corpo humano deve ser preservado adequadamente como templo do Espírito Santo. 

Entre os cuidados essenciais estão:

  1. Alimentação equilibrada e moderada. O corpo precisa de nutrientes adequados, mas a moderação é fundamental. Comer em excesso ou de forma desregrada prejudica o funcionamento físico e mental, comprometendo nossa disposição para servir a Deus e praticar boas obras.
  2. Descanso e sono restaurador. O descanso é um princípio divino, reconhecido nas Escrituras (Sl.127:2). O sono adequado não é luxo, mas necessidade para o bom funcionamento do corpo e da mente, permitindo clareza de pensamento e equilíbrio emocional.
  3. Exercícios físicos. O cuidado com o corpo inclui movimento e atividade física. O exercício ajuda na prevenção de doenças, fortalece músculos e articulações, melhora a disposição e favorece uma vida mais longa e produtiva.
  4. Uso responsável de recursos de saúde. Consultas médicas regulares, exames preventivos e tratamentos adequados são formas de zelar pelo corpo que Deus nos confiou (Is.38:21). Negligenciar a saúde é desprezar o templo do Espírito.

Em resumo, disciplinas corporais e espirituais caminham juntas. O corpo saudável é mais capaz de servir, adorar e glorificar a Deus. O equilíbrio entre cuidados físicos, disciplina espiritual e dependência do Espírito Santo fortalece o crente em todas as dimensões da vida, prevenindo enfermidades e promovendo maior longevidade e qualidade de vida.





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Bíblia Almeida Século 21
Bíblia de estudo das Profecias

Livro de apoio Corpo, Alma e Espírito - A Restauração Integral do Ser Humano para chegar à Estatura Completa de Cristo, Silas Queiroz - Editora CPAD

Livro O Homem, a natureza humana explicada pela bíblia - Corpo, Alma e Espírito, Pr. Severino Pedro da Silva, Editora CPAD


Blog do Luciano de Paula Lourenço: O CORPO COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO